Buscar

FINANÇAS FUNDAMENTOS E PROCESSOS

Prévia do material em texto

Marcello Lopes dos Santos
Finanças: fundam
entos e processos
www.iesde.com.br
Finanças: fundamentos 
e processos
Finanças: fundamentos 
e processos
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-7638-772-5
Finanças: fundamentos 
e processos
Autor:
Marcello Lopes dos Santos
2008
Sumário
Demonstrações Contábeis | 9
Introdução | 9
Elaboração e divulgação das Demonstrações Contábeis | 10
Importância da divulgação das Demonstrações Contábeis para os usuários da Contabilidade | 15
Balanço Patrimonial | 19
Conceito | 19
Estrutura | 19
Ativo | 20
Passivo | 22
Demonstração do Resultado do Exercício | 24
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados | 25
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido | 25
Introdução e conceitos de custos fixos e variáveis | 29
Introdução | 29
Conceito de custo direto e indireto, fixos e variáveis | 32
Classificação dos custos: fixos e variáveis | 33
Análise de indicadores de desempenho | 37
Introdução | 37
Análise horizontal (evolução) | 39
Análise vertical (participação) | 39
Análise de índices | 40
Sistemas de custeamento | 55
Introdução | 55
Departamentalização | 56
Classificação dos sistemas de custeios | 58
Sistema de custeamento II | 65
Custeio por absorção | 65
Classificação dos custos em diretos e indiretos | 66
Custos fixos e variáveis | 67
Custeio Baseado em Atividades (ABC) | 67
Implantação de um sistema de custos | 69
Orçamento, provisões e reservas financeiras | 73
Introdução | 73
Conceitos e tipos de orçamento | 75
Organização e processo de elaboração | 76
Itens de um orçamento | 77
Estrutura do plano orçamentário | 77
Orçamento por atividades | 78
Elaboração do orçamento | 78
Ponto de Equilíbrio | 83
Conceituação | 83
Conceitos pertinentes ao Ponto de Equilíbrio | 84
Tipos de Ponto de Equilíbrio | 85
Elementos envolvidos na determinação do Ponto de Equilíbrio | 87
Determinação do Ponto de Equilíbrio de Mercado | 88
Administração do capital de giro e análise das fontes de recursos | 91
Introdução | 91
Decisão de investimento | 92
Administração do capital de giro | 93
Fontes de financiamento de curto prazo | 94
Análise do Resultado Operacional | 99
Índices de Lucratividade ou Rentabilidade | 99
Medidas de análise e avaliação de desempenho | 101
Planejamento e controle financeiro | 109
Processo de planejamento financeiro | 109
Orçamento de caixa | 109
Planejamento de resultados | 114
Consideração de tipos de custos e despesas | 116
Considerações sobre o fechamento da Projeção de Balanço | 120
Planejamento de caixa e Projeção do Balanço Patrimonial | 123
Introdução | 123
Projeção da empresa Crocante S/A | 123
Premissas para projeção detalhada da Demonstração de Resultados | 125
Projeção do Fluxo de Caixa Livre | 132
Definição das premissas | 133
Custos e fontes de investimentos | 137
Inflação | 137
Formação da taxa de juros no mercado | 139
Valores nominais e valores reais | 140
Decisões de investimentos | 140
Fluxos de caixa | 141
Custo de capital | 142
Mercado de capitais | 149
Introdução | 149
Mercado de ações | 150
Debêntures | 158
Mercado de ações e financiamento a longo prazo | 165
Mercado Futuro de Ações | 165
Operações com ADR/GDR | 166
Mercado de derivativos | 167
Fundos de investimentos | 169
Gabarito | 175
Referências | 187
Anotações | 191
Ao ser convidado a participar deste projeto, fiquei imaginando como 
poderia transmitir a distância conhecimentos específicos sobre finanças, 
aliando os conceitos à prática de modo que o aluno pudesse visualizar e 
entender todos os procedimentos, ações e acima de tudo o bom senso que 
um gestor financeiro deve ter em suas rotinas diárias. 
Neste livro, foram abordados os conceitos pertinentes à área financeira e 
sua aplicabilidade direcionada ao cotidiano empresarial, por meio de uma 
linguagem acessível, com exemplos numéricos e estudos de casos fictícios 
que facultam um aprendizado consistente acerca das metodologias de 
gestão financeira na busca contínua de melhorias. 
Independentemente de quão embasado esteja um gestor financeiro ou de 
quantos livros tenha ele estudado minuciosamente, há questões presentes 
no cotidiano de uma empresa que lhe exigirão a simples aplicação de seu 
bom senso. Este requisito não se aprende em nenhum curso qualquer ao 
redor do mundo e por isso, é umas das chaves para o sucesso em qualquer 
carreira profissional. 
A área financeira, em seu mais complexo âmbito de interpretação e 
aprendizado, requer acima de tudo dedicação e isto se trata de uma árdua, 
intensa e longa jornada, para a qual não existe um padrão ou uma cartilha 
a seguir que garanta o tão famigerado sucesso. Seja na vida pessoal ou na 
profissional é primordial ouvirmos, lermos e aprendermos com as pessoas 
que, de uma forma ou de outra, passaram ou estão passando por esta 
jornada e nos deixam suas experiências para que possamos usufruir de seus 
conhecimentos e experiências, traçando, com isso, um caminho próprio. 
Para ser um bom profissional é necessário mais que informação: é preciso 
suprimir persistência e comprometimento que resultem em credibilidade, 
além disso, vale lembrar que não existe uma receita para o sucesso imediato 
e definitivo.
Espero que esta disciplina possa contribuir para o conhecimento de todos e 
tornar mais agradável a árdua e difícil jornada profissional. Desejo também 
que os frutos decorrentes deste trabalho se reflitam em sua ascensão 
pessoal, promovendo a cidadania e responsabilidade social, pois nosso 
país necessita de cidadãos reais, ou seja, que pratiquem a cidadania.
Este é o caminho para o crescimento de um País!!
Marcello Lopes dos Santos 
Demonstrações Contábeis
Marcello Lopes dos Santos*
Introdução
As Demonstrações Contábeis são elaboradas baseadas nas informações obtidas dos registros con-
tábeis e têm por objetivo revelar aos usuários internos (administradores da companhia, funcionários) 
e externos (acionistas, bancos, clientes, fornecedores, Governo, outros credores e agentes regulamen-
tadores) informações sobre a posição patrimonial da companhia e o seu resultado, proporcionando o 
conhecimento e a análise de sua situação patrimonial em um determinado momento.
Para a administração da companhia, as informações contidas nas Demonstrações Contábeis além 
de demonstrar a evolução de vários grupos contábeis, também servem como um elemento de controle 
e auxílio na tomada de decisões, assegurando que o planejamento estabelecido está sendo cumprido e 
também atuando como auxiliar na definição das diretrizes que a empresa deverá seguir.
A contabilidade na vida das empresas é o meio mais eficiente de fornecer informações precisas 
e ajudar o empresário na gestão e melhoria dos controles do seu negócio. Com a utilização de técnicas 
contábeis o empresário controla o seu patrimônio e conhece o resultado no período (lucro ou prejuízo), 
permitindo a tomada de decisões mais seguras com base nas informações contábeis. 
As Demonstrações Contábeis são um sistema de informação, necessário à gestão das empresas e 
um de seus objetivos é o de fornecer informações sobre as mutações que ocorrem no seu patrimônio. 
No entanto, muitos consideram e até confundem a contabilidade como mero instrumento de informa-
ção, embora todas as áreas do conhecimento gerem informações.
Estas demonstrações, além de gerar informações, permitem explicar os fenômenos patrimoniais, 
construir modelos de prosperidade, efetuar análises, controlar e também prever e projetar exercícios 
seguintes. Tais demonstrações, além de possibilitar outras tantas tarefas, constituem um importante 
componente da gestão, cujo principal objetivo é o de fornecer informações para o processo de tomada 
de decisão e de formulação de estratégias. 
* Bacharel em Ciências Econômicas e emCiências Contábeis.
10 | Finanças: fundamentos e processos
Elaboração e divulgação das Demonstrações Contábeis 
As Demonstrações Contábeis consistem em um conjunto de demonstrativos previstos em Lei ou 
consagrados pela prática contábil, normalmente elaboradas ao final do exercício e de acordo com as 
Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC e Princípios Fundamentais de Contabilidade, objetivando 
uma correta elaboração das peças contábeis, no que diz respeito à sua estrutura ou forma de apresen-
tação, bem como, a uma fiel observância quanto à formalização dos registros.
Podemos segregar as Demonstrações Contábeis em básicas e complementares.
As Demonstrações Contábeis básicas são:
Balanço Patrimonial;::::
 Demonstração do Resultado do Exercício.::::
As Demonstrações Contábeis complementares são:
 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados;::::
 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;::::
 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos;::::
 Demonstração do Valor Adicionado;::::
 Demonstração dos Fluxos de Caixa.::::
Demonstrações Contábeis exigidas pela lei 6.404/76
A Legislação Societária (Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976) determina que, ao término de cada 
exercício social, a administração da empresa elabore, com base na sua escrituração contábil, demons-
trações financeiras, consagradas no Brasil como Demonstrações Contábeis, que deverão exprimir com 
clareza a situação do patrimônio da empresa e as mutações ocorridas no exercício.
De acordo com o artigo 176 da Lei 6.404/76, as Demonstrações Contábeis exigidas pela legislação 
societária são as seguintes: 
a) Balanço Patrimonial;
b) Demonstração do Resultado do Exercício;
c) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido não é obrigatória, mas se apresentada, a 
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados fica dispensada.
A Comissão de Valores Mobiliários, através da Instrução nº. 59 de 30 de dezembro de 1986 tornou 
obrigatória a divulgação da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido para todas as compa-
nhias abertas.
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos só é obrigatória para as companhias aber-
tas e fechadas com Patrimônio Líquido superior a R$ 1 milhão. 
11|Demonstrações Contábeis
As Demonstrações dos Fluxos de Caixa e do Valor Adicionado não são obrigatórias, mas são de 
grande importância como ferramenta de análise e gestão da companhia.
Essas demonstrações devem ser publicadas sempre de forma comparativa ao exercício anterior. 
Nas empresas de capital aberto, as Demonstrações Contábeis deverão ser examinadas por auditores 
independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sendo o respectivo parecer pu-
blicado junto às referidas Demonstrações Contábeis.
Comparabilidade das Demonstrações Contábeis 
A comparabilidade das demonstrações financeiras de um exercício social com as demonstrações 
financeiras do exercício social imediatamente anterior é imposta pelo parágrafo 1º do artigo 176:
“§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demons-
trações do exercício anterior.”
Contas semelhantes e de valores não significativos podem ser agrupadas dentro do que dispõe o 
parágrafo 2º do artigo 176:
“§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, 
desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é 
vedada a utilização de designações genéricas, como ‘diversas contas’ ou ‘contas-correntes’.”
Destinação do Lucro do Exercício
A destinação do lucro de cada exercício deve constar das demonstrações financeiras, conforme 
dispõe o parágrafo 3º do artigo 176:
“§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administra-
ção, no pressuposto de sua aprovação pela assembléia geral.”
Notas Explicativas
A elaboração de Notas Explicativas e de outros quadros ou demonstrativos que sirvam para um 
melhor esclarecimento das demonstrações é imposta pelo parágrafo 4º do artigo 176:
“§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou Demonstrações 
Contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.”
O parágrafo 5º do mesmo artigo determina o conteúdo das notas explicativas.
“§ 5º As notas deverão indicar:
a) Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de deprecia-
ção, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas 
prováveis na realização de elementos do Ativo;
b) Os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (artigo 247, parágrafo único);
c) O aumento de valor de elementos do Ativo resultante de novas avaliações (artigo 182, parágrafo 3º);
12 | Finanças: fundamentos e processos
d) Os ônus reais constituídos sobre elementos do Ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades 
eventuais ou contingentes;
e) A taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo;
f ) O número, espécies e classes das ações do capital social;
g) As opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
h) Os ajustes de exercícios anteriores (artigo 186 parágrafo 1º);
i) Os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante 
sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia.”
Escrituração
O artigo 177 da Lei 6.404/76 faz referência à escrituração da companhia, que serve de base para 
elaboração das Demonstrações Contábeis, o qual reproduzimos a seguir:
“Art. 177 A escrituração da Companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da le-
gislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou 
critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.”
O parágrafo 1º do artigo 177 trata da modificação dos métodos ou critérios aplicados pela em-
presa e assim dispõe:
“§ 1º As Demonstrações Contábeis do exercício em que houver modificação de métodos ou critérios contábeis, de 
efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e ressaltar esses efeitos.”
Disposições tributárias ou especiais não podem modificar a escrituração mercantil nem as De-
monstrações Contábeis previstas pela Lei nº. 6.404/76, conforme dispõe o parágrafo 2º do artigo 177:
“§ 2º A companhia observará em registros auxiliares, sem modificação da escrituração mercantil e das demonstrações 
reguladas nesta Lei, as disposições da Lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu obje-
to, que prescrevam métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem a elaboração de outras demonstrações 
financeiras.”
No caso de companhia aberta, as Demonstrações Contábeis estão sujeitas também às normas da 
Comissão de Valores Mobiliários e são obrigatoriamente auditadas por auditores independentes regis-
trados naquela comissão (artigo 177 parágrafo 3º).
O parágrafo 4º do artigo 177 determina que as Demonstrações Contábeis devem ser assinadas 
pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados.
Balanço Patrimonial
O artigo 178 determina a forma de classificação das contas no Balanço Patrimonial:
“Art. 178 No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de 
modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.”
Os grupos de contas que formam o Ativo e o Passivo são apontados nos parágrafos 1º e 2º do 
artigo 178:
“§ 1º No Ativo, as contas serãodispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, 
nos seguintes grupos:
13|Demonstrações Contábeis
a) Ativo Circulante;
b) Ativo Realizável a Longo Prazo;
c) Ativo Permanente, dividido em Investimentos, Ativo Imobilizado e Ativo Diferido.
§ 2º No Passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:
a) Passivo Circulante;
b) Passivo Exigível a Longo Prazo;
c) Resultados de Exercícios Futuros;
d) Patrimônio Líquido, dividido em Capital Social e Reservas de Capital, Reservas de Reavaliação, Reservas de Lucros e 
Lucros ou Prejuízos Acumulados.”
O parágrafo 3º do artigo 178 determina que sejam classificados separadamente os saldos deve-
dores e credores que a companhia não tiver direito de compensar.
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
O conteúdo da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados é determinado pelo artigo 186:
“Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:
I – o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial;
II – as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III – as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.
A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados deve indicar o montante do dividendo por 
ação do Capital Social e pode ser incluída na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (artigo 
186, parágrafo 2º). 
Demonstração do Resultado do Exercício
A composição da Demonstração do Resultado do Exercício é determinada pelo artigo 187:
“Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:
I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, 
e outras despesas operacionais;
IV. o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais e o saldo da conta de correção monetária 
(artigo 185 parágrafo 3º);
V – o resultado do exercício antes do imposto de renda e a provisão para o imposto;
VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias e as contribuições para insti-
tuições ou fundos de assistência ou previdência de empregados;
VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.”
O parágrafo 1º do artigo 187 impõe que sejam observados os princípios da competência e do 
confronto entre receitas e despesas na apuração do resultado do exercício:
14 | Finanças: fundamentos e processos
“§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.”
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, cuja finalidade é indicar as modificações 
na posição financeira da empresa, tem seu conteúdo determinado pelo artigo 188:
“Art. 188. A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos indicará as modificações na posição financeira da 
companhia, discriminando”:
I – as origens dos recursos, agrupadas em:
a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos resultados de 
exercícios futuros;
b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital;
c) recursos de terceiros, originários do aumento do Passivo exigível a longo prazo, da redução do Ativo realizável a 
longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do Ativo imobilizado.
II – as aplicações de recursos, agrupadas em:
a) dividendos distribuídos;
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido;
d) redução do Passivo exigível a longo prazo.
III – o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações, representando aumento ou redução 
do capital circulante líquido;
IV – os saldos, no início e no fim do exercício; do Ativo e Passivo circulantes, montante do capital circulante líquido e o 
seu aumento ou redução durante o exercício.
Publicação
Os meios pelos quais as Demonstrações Contábeis devem ser publicadas constam do artigo 289:
“Art. 289. As publicações ordenadas pela presente Lei serão feitas no órgão oficial da União ou do Estado, conforme o 
lugar em que esteja situada a sede da companhia, e em outro jornal de grande circulação editado na localidade em 
que está situada a sede da companhia.”
Além das exigências contidas no artigo 289, a CVM pode determinar que as publicações sejam 
efetivadas, também, por outros meios, conforme faculta o parágrafo 1º do mesmo artigo:
“§ 1º A Comissão de Valores Mobiliários poderá determinar que as publicações, ordenadas pela presente Lei, sejam 
feitas, também, em jornal de grande circulação editado nas localidades em que os valores mobiliários da companhia 
sejam negociados em bolsa ou em mercado de balcão.”
De acordo com o artigo 289 parágrafo 2º, no caso de não ser editado jornal no local onde estiver 
situada a sede da companhia, as publicações devem ser feitas em órgão de grande circulação local.
15|Demonstrações Contábeis
Importância da divulgação das Demonstrações Contábeis 
para os usuários da Contabilidade
As Demonstrações Contábeis são o principal meio informativo da situação patrimonial e dos re-
sultados da empresa junto àqueles que tenham ou possam vir a ter interesse na avaliação da situação 
da empresa em determinado momento ou em seu progresso ao longo do tempo, como por exemplo, 
investidores, fornecedores, clientes, empregados, governo, instituições financeiras, etc.
Considerando-se este objetivo (prestar informações ao usuário interno ou externo), faz-se necessá-
rio que, além da aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade, cuidados especiais sejam dedi-
cados no que diz respeito à forma, ao conteúdo e ao nível de detalhes das Demonstrações Contábeis.
Os problemas mais significativos relacionados a estas demonstrações dizem respeito à adequa-
ção em termos de relevância, confiabilidade, comparabilidade, utilidade e inteligibilidade da informa-
ção prestada.
Definindo-se os cotistas ou acionistas e outros investidores como sendo o grupo apropriado para 
o foco a ser adotado pela Contabilidade, então a divulgação feita na publicação das Demonstrações 
Contábeis pode ser definida como sendo a apresentação de informação necessária para o ótimo funcio-
namento de mercados eficientes de capitais. 
Todos os investidores têm necessidade de informação para avaliar os riscos relativos de cada em-
presa, tendo em vista a construção de carteiras diversificadas e combinações de investimentos que 
satisfaçam preferências individuais em termos de risco. Os credores e os órgãos governamentais geral-
mente contam com poder suficiente para obter informação adicional que atenda suas necessidades.
Texto complementar
O lento avanço da nova lei das sociedades por Ações
Tramita atualmente no Legislativo Federal, junto à Comissão de Finanças e Tributação, o Pro-
jeto de Lei nº 3.741/2000, que tem por objetivo dar um fecho às revisões e atualizações que vêm 
sendo efetuadas na Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações). Esse projeto trata de alterar 
e revogar certos dispositivos da Lei nº 6.404/76, definir e estender às empresas de grande porte 
disposições relativas à elaboração e divulgação de Demonstrações Contábeis e procura qualificar 
um ente único que trate do estudo e divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidadee auditoria no Brasil. Para tal faz-se necessária a completa revisão do Capítulo XV da Lei 6.404/76, 
que trata das Demonstrações Financeiras (mais corretamente seriam se denominadas de Demons-
trações Contábeis).
Há cerca de oito anos, um grupo de trabalho composto por representantes das diversas enti-
dades que tratam de Demonstrações Contábeis (preparadores, auditores, analistas, investidores, 
16 | Finanças: fundamentos e processos
usuários, fiscalizadores e pesquisadores); esse grupo foi constituído pela CVM – Comissão de Valo-
res Mobiliários como Comissão Consultiva para Assuntos Contábeis, preparou o que conhecemos 
como o primeiro esboço da revisão pretendida. Esse trabalho original serviu de base para a evolu-
ção e atual posicionamento contido no atual Projeto nº 3.741/2000.
Dentre os aspectos mais importantes constantes do projeto e que tem sido amplamente discu-
tido, estão aqueles relacionados à crescente importância da Contabilidade, que tem levado, como 
uma tendência mundial, a busca de uma pretendida internacionalização das normas contábeis. Isto 
requer uma harmonização interna (há no Brasil, por direito, inúmeras entidades com poderes legais 
de emitir normas contábeis) e um inevitável alinhamento com o desenvolvimento contábil que 
ocorre no mundo, como decorrência em especial da necessidade de se obter maior credibilidade. 
Isso tudo sob o reconhecimento de que a Contabilidade é uma Ciência Social e, portanto, com parâ-
metros de medição e comparabilidade idênticos em qualquer parte do mundo.
O resultado que se busca é a redução dos riscos nos investimentos internacionais (e, porque 
não, também nos nacionais), sob a forma de empréstimo financeiro ou de participação societária. A 
redução de riscos é a meta principal dos diversos financiadores e investidores e seria mais facilmen-
te obtida se decorresse da obtenção de um melhor entendimento das Demonstrações Contábeis, 
que pudesse dar maior facilidade de comunicação local ou internacionalmente, com a redução dos 
custos do capital (nacional e internacional) o que é de interesse absolutamente vital para o País. Os 
principais mercados financeiros do mundo estão acompanhando e incentivando essa harmoniza-
ção e alinhamento, e há prazos já delineados para mercados importantes como o da Comunidade 
Européia.
O Conselho Federal de Contabilidade vem há muito, acompanhando e participando ativamen-
te da evolução desse projeto de Lei que permitirá colocar a Contabilidade Brasileira, unificada, ao 
mesmo nível da Contabilidade Internacional. 
Os principais aspectos do Projeto pela sua importância em relação às nossas práticas tradicio-
nais, estão voltados, entre outros, para o artigo 3º do projeto e seu parágrafo único. O artigo trata da 
obrigatoriedade de adoção, por parte das sociedades de grande porte, ainda que não constituídas 
sob a forma de sociedades por ações, de apresentar e divulgar suas Demonstrações Contábeis de 
maneira uniforme e em concordância com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Nor-
mas Brasileiras de Contabilidade. 
É entendimento de que todas as empresas de grande porte (que seriam definidas em Lei), 
pela sua importância no cenário financeiro, econômico e social, deveriam ter o mesmo nível de 
requisitos com relação à prestação de contas para com a sociedade e terem suas Demonstrações 
Contábeis examinadas por auditores independentes. 
O compromisso de validação das Demonstrações Contábeis por parte dos auditores indepen-
dentes tem sido amplamente utilizado e traz benefícios incontestáveis no sentido de dar maior cre-
dibilidade a essas demonstrações. É sabido que as empresas auditadas são as que melhor cumprem 
suas responsabilidades fiscais, previdenciárias, trabalhistas e, finalmente, suas responsabilidades de 
cunho social, cada vez mais exigidas do ponto de vista ético. 
Está previsto no Projeto, e conta com o apoio do Conselho Federal de Contabilidade, a criação 
de um “ente” que responderia pela edição das normas contábeis brasileiras. Muitas das instituições 
17|Demonstrações Contábeis
de natureza regulatória governamental vêm demonstrando interesse em transferir a responsabi-
lidade para o estudo e a emissão de pronunciamentos contábeis, incentivando a criação de um 
comitê que unificasse os interesses dos diversos interessados, levando em conta a Contabilidade 
como Ciência Social, com seus princípios fundamentais e normas técnicas de obrigatória adoção 
por todas as empresas. 
Está bem encaminhado o processo de constituição de um Comitê Nacional de Pronunciamen-
tos Contábeis, que contaria neste início com o apoio da ABRASCA (Associação Brasileira das Com-
panhias Abertas), da APIMEC Nacional (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do 
Mercado de Capitais), do Banco Central do Brasil, da BOVESPA (Bolsa de Valores de São Paulo), da 
CVM (Comissão de Valores Mobiliários), do Conselho Federal de Contabilidade, do IBRACON Nacio-
nal (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), da FIPECAFI (Fundação Instituto de Pesquisas 
Contábeis, Atuariais e Financeiras) e da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados). Seria natural 
que outras entidades, de representação ou de regulação, podem e devem ter participação no Co-
mitê de Práticas Contábeis.
Um aspecto que tem tido a mais plena aceitação por parte das entidades de representação 
acima referidas é a inclusão no Projeto da obrigatoriedade de segregação e separação efetiva da 
escrituração contábil da escrituração fiscal. O Projeto cria um regulamento específico que deve ser 
insistentemente buscado, por ser essa a única maneira de podermos manter uma contabilidade 
livre de influências não técnicas. No Projeto a responsabilidade fiscal está claramente definida e 
protegida e os registros fiscais, também de responsabilidade dos Contadores, podem e devem ser 
mantidos de forma a não haver influência das práticas fiscais na apuração dos resultados contábeis; 
estes resultados passariam a ter efeitos societários e não fiscais.
Há, ainda, muitos outros aspectos que merecem nossa atenção e discussões; entendemos que 
há uma clara consciência de que precisamos e devemos mudar o direcionamento da Contabilidade 
Brasileira, em especial nos seus aspectos de unificação de procedimento e acompanhamento das 
melhores práticas contábeis por todas as empresas.
José Martonio Alves Coelho – presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
Ampliando conhecimentos
Nos sites indicados podem ser encontrados as normas e pronunciamentos referentes às Demons-
trações Contábeis e as interpretações e comunicados técnicos que auxiliam no entendimento de assun-
tos pertinentes à área contábil.
www.cfc.org.br 
www.cvm.gov.br
www.ibracon.com.br
www.crcsp.com.br 
18 | Finanças: fundamentos e processos
Atividades
1. As Demonstrações Contábeis são elaboradas baseadas em quais informações?
2. Qual o objetivo das Demonstrações Contábeis?
3. Quais são as Demonstrações Contábeis exigidas pela Lei 6.404/76?
4. As Demonstrações Contábeis são elaboradas de acordo com quais normas e princípios?
Balanço Patrimonial
Conceito
O Balanço Patrimonial é um dos componentes das Demonstrações Contábeis, apresentado na 
forma horizontal e destinado a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, o 
patrimônio e a composição do Patrimônio Líquido da entidade.
Conforme determina o art. 178 da Lei 6.404/76: “no Balanço Patrimonial, as contas serão classifi-
cadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conheci-
mento e a análise da situação financeira da companhia”.
Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei e segundo os Princí-
pios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade.
Estrutura
Ativo Passivo
Patrimônio Líquido
O Balanço Patrimonial é compostopor três elementos básicos: o Ativo, representando as aplica-
ções em bens e direitos sendo apresentado à esquerda da demonstração; o Passivo, representando as 
origens de recursos que possibilitaram as aplicações em bens e direitos, ou seja, no Ativo da companhia 
e é demonstrado à direita do Balanço Patrimonial e o Patrimônio Líquido; representando a diferença 
entre o Ativo e o Passivo, ou seja, o valor líquido da empresa. 
No Ativo são apresentados os valores aplicados em bens e direitos da companhia representados 
no Caixa, em Bancos, Estoques, Créditos a receber, Móveis, Veículos, Equipamentos etc.
20 | Finanças: fundamentos e processos
No Passivo é apresentada a origem que possibilitou a aplicação dos recursos representados por 
Empréstimos, Fornecedores etc.
No Patrimônio Líquido são apresentados o Capital Integralizado, Resultado do Exercício, Ajustes 
de Exercícios Anteriores, Dividendos, Reavaliações etc.
Ao integralizar capital em dinheiro e bens, estes itens serão registrados no Ativo da companhia 
por representarem um direito, conseqüentemente uma aplicação de recurso. Já no Patrimônio Líquido 
será registrado o capital integralizado fundamentando a origem dos recursos aplicados. 
O Ativo representa o Patrimônio Bruto da empresa, ou seja, os bens e direitos com que a compa-
nhia pode produzir e gerar recursos, enquanto o Passivo representa tão somente a origem dos recursos, 
representado por obrigações e pelo Patrimônio Líquido que possibilitaram a formação do Ativo.
As contas referentes ao Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido devem ser apresentadas de forma 
ordenada e uniforme, permitindo aos usuários uma adequada análise e interpretação da situação patri-
monial e financeira da companhia.
A Lei 6.404/76, através dos artigos 178 e 179, definiu que as contas integrantes do grupo do Ativo 
devem ser apresentadas em ordem decrescente de grau de liquidez e, as contas integrantes do grupo 
do Passivo, devem ser apresentadas em ordem decrescente de prioridade de pagamento das obriga-
ções. 
Em resumo, no Ativo deverão ser apresentadas em primeiro lugar as contas com maior facilidade 
de serem convertidas em dinheiro e no Passivo deve-se apresentar as obrigações por ordem crescente 
dos prazos de exigibilidade. 
Ativo
O Ativo compreende a aplicação de recursos realizada por meio de bens e direitos e deverá ser 
representado da seguinte forma, conforme a Lei 6.404/76:
Ativo Passivo
Ativo Circulante
Ativo Realizável a Longo Prazo
Ativo Permanente Patrimônio Líquido
Ativo Circulante 
O Ativo Circulante deverá representar os valores disponíveis e realizáveis durante o exercício so-
cial. São todos os valores representados em dinheiro ou que serão convertidos em dinheiro no decurso 
do exercício seguinte à data do balanço.
21|Balanço Patrimonial
Disponibilidades 
A intitulação Disponibilidades, dada pela Lei 6.404/76, é usada para designar dinheiro em caixa 
e em bancos, bem como valores equivalentes, como cheques em mãos e em trânsito que representam 
recursos com livre movimentação para aplicação nas operações da empresa e para os quais não exista 
restrição para uso imediato.
O grupo Disponibilidades é composto por:
Caixa;::::
 :::: Depósitos Bancários à vista;
 :::: Numerários em Trânsito;
 :::: Aplicações de Liquidez Imediata.
Contas a receber e outros créditos
São os títulos de crédito, quaisquer valores mobiliários e os outros direitos.
Um dos maiores Ativos das companhias é representado por valores a receber decorrentes de ven-
das de mercadorias e serviços, recebíveis no decurso do exercício seguinte à data do balanço, todavia, 
podem ter vencimentos a longo prazo, ou seja, tornam-se recebíveis após o exercício seguinte à data do 
balanço e, portanto, devem ser registrados no Realizável a Longo Prazo. 
Este grupo é composto por:
 :::: Duplicatas a receber (clientes);
 :::: (–) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa;
 :::: Adiantamentos a empregados;
 :::: Adiantamentos a fornecedores.
Estoques 
São os valores referentes às existências de produtos acabados, produtos em elaboração, maté-
rias-primas, mercadorias, materiais de consumo, serviços em andamento e outros valores relacionados 
às atividades-fim da entidade.
Despesas antecipadas
São as aplicações em gastos que tenham realização no curso do período subseqüente à data do 
Balanço Patrimonial.
Outros valores e bens
São os não relacionados às atividades-fim da entidade.
22 | Finanças: fundamentos e processos
Ativo Realizável a longo prazo
São todos os itens do Ativo Circulante, cujos prazos esperados de realização situem-se após o 
término do exercício subseqüente à data do Balanço Patrimonial.
Ativo Permanente
São os bens e direitos não destinados à transformação direta em meios de pagamento e cuja 
perspectiva de permanência na entidade ultrapasse um exercício. É constituído pelos seguintes sub-
grupos:
 :::: Investimentos – são as participações em sociedades além dos bens e direitos que não se des-
tinem à manutenção das atividades-fim da entidade.
 :::: Imobilizado – são os bens e direitos, tangíveis e intangíveis, utilizados na consecução das ati-
vidades-fim da entidade.
 :::: Diferido – são as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do 
resultado de mais de um exercício social.
Passivo
Conforme o artigo 180 da Lei nº. 6.404/76; “as obrigações da companhia, inclusive financiamentos 
para aquisição dos direitos ao Ativo permanente, serão classificados no Passivo Circulante, quando se 
vencerem no exercício seguinte, e no Passivo exigível a longo prazo, se tiverem vencimento em prazo 
maior, observado o disposto no artigo 179”.
O parágrafo único do artigo 179 da Lei 6.404/76 estabelece que “na companhia em que o ciclo 
operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou lon-
go prazo terá por base o prazo desse ciclo”.
O ciclo operacional em uma empresa industrial ou comercial compreende o período de tempo 
que vai desde a aquisição das matérias-primas ou mercadorias até o recebimento do valor das vendas.
A maioria das empresas adota como exercício social o período de um ano, uma vez que seu ciclo 
operacional é normalmente inferior a esse prazo. A exceção é feita às empresas de construção civil naval 
em que, geralmente suas construções são realizadas em um período maior que um ano.
Ativo Passivo
Passivo Circulante
Passivo Exigível a Longo Prazo
Resultados de Exercícios Futuros
Patrimônio Líquido
23|Balanço Patrimonial
Passivo Circulante
São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados, 
situem-se no curso do exercício subseqüente à data do Balanço Patrimonial ou de acordo com seu ciclo 
operacional, se este for superior a esse prazo.
Estas obrigações podem representar valores fixos ou variáveis, vencidos ou a vencer, em uma 
data ou datas futuras.
Compõem este grupo: 
Empréstimos Bancários;::::
 :::: Fornecedores;
 :::: Impostos a pagar;
 :::: Contribuições a recolher;
Provisões de Férias, 13º salário, Imposto de Renda etc;::::
 :::: Adiantamentos de clientes;
 :::: Outros Credores.
Passivo Exigível a Longo Prazo
São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados, 
situem-se após o término do exercício subseqüente à data do Balanço Patrimonial ou cuja liquidação 
deverá ocorrer em prazo superior ao seu ciclo operacional ou após o exercício seguinte.
Compõem este grupo: 
Empréstimos e Financiamentos;::::
Provisão para Contingências Fiscais;::::
Provisão para Contingências Trabalhistas.::::
Resultados de Exercícios Futuros
Conforme o artigo 181 da Lei nº. 6.404/76; “serão classificadas como resultados de exercícios futu-
ros as receitas de exercícios futuros, diminuídasdos custos e despesas a elas correspondentes”.
São receitas recebidas antecipadamente, líquidas dos custos e das despesas incorridas, ou seja, 
corresponde ao lucro a ser apropriado, contido no recebimento antecipado e deve ser composto da 
seguinte forma:
Receita Antecipada Bruta;::::
 :::: (–) Custo Incorrido;
 :::: Receita Diferida Líquida;
Lucro a apropriar, Lucros do Exercício Seguinte, Lucros Antecipados etc.::::
24 | Finanças: fundamentos e processos
Patrimônio Líquido
A diferença entre os Ativos e os Passivos e o Resultado dos Exercícios Futuros representa o Patri-
mônio Líquido, que é o valor contábil pertencente aos acionistas ou sócios.
Conforme a lei nº. 6.404/76, o Patrimônio Líquido é dividido em:
Capital Social – são os valores aportados pelos acionistas ou sócios, ou por eles gerados, e que ::::
estão formalmente incorporados ao capital;
Reservas de Capital –:::: são os valores recebidos que não transitaram por seu resultado como 
receitas;
Reserva de Reavaliação – representam acréscimo decorrente da diferença entre o valor contá-::::
bil e o valor de mercado, baseado em laudos técnicos;
Reservas de Lucros – representam lucros obtidos pela empresa, retidos com finalidade específica;::::
Lucros ou Prejuízos Acumulados – são resultados obtidos pela empresa, mas retidos sem fina-::::
lidade específica, no caso de lucros ou, à espera de recuperação futura, no caso de prejuízos.
Demonstração do Resultado do Exercício
A Demonstração do Resultado é uma peça contábil que, de forma resumida, apresenta as opera-
ções realizadas pela empresas, durante o exercício social, demonstradas de forma a evidenciar o Resul-
tado Operacional e o Resultado Líquido do período que está à disposição dos sócios ou acionistas.
O artigo 187 da Lei nº. 6.404/76 estabelece a ordem de apresentação das receitas, custos e despe-
sas para fins de publicação a qual apresentamos a seguir:
Receita Bruta de Vendas – corresponde ao valor bruto do faturamento das vendas e/ou serviços;::::
(–) Deduções da Receita Bruta – refere-se aos cancelamentos de vendas, abatimentos e aos ::::
impostos incidentes sobre o faturamento;
= Receita Líquida de Vendas e Serviços – corresponde à receita bruta menos as deduções;::::
(–) Custo dos Produtos Vendidos e dos Serviços Prestados – refere-se ao custo da mercadoria ::::
para revenda e ao custo de produção dos bens e serviços vendidos;
= Lucro Bruto – refere-se à receita líquida deduzida dos custos dos produtos e/ou serviços;::::
(–) Despesas Operacionais – correspondem a todas as despesas para a manutenção das ativi-::::
dades da empresa e como não estão diretamente vinculadas à produção, não podem ser regis-
tradas como custo. Compõem este grupo as despesas com vendas, administrativas, encargos 
financeiros e outras receitas e despesas operacionais.
Resultado (Lucro/Prejuízo) Operacional – corresponde ao resultado das atividades principais ::::
ou acessórias da companhia;
(+ ou -) Resultados Não operacionais – referem-se aos ganhos ou perdas decorrentes da venda ::::
de itens do Ativo permanente;
25|Balanço Patrimonial
= Resultado antes do Imposto de Renda e Contribuição Social – refere-se ao Lucro Líquido an-::::
tes da participação de terceiros no resultado (exemplo: Governo – IR e CS, empregados etc.); 
(–) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social – corresponde aos valores apurados ::::
de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro do Exercício
(–) Participações e Contribuições – refere-se a participações de terceiros no resultado da com-::::
panhia.
= Resultado (Lucro/Prejuízo) do Exercício – corresponde à parcela que está à disposição dos ::::
sócios ou acionistas da companhia no caso de lucro, ou parcela a ser absorvida por lucros fu-
turos no caso de prejuízo. 
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados
Esta demonstração tem como objetivo apresentar os elementos que provocaram alguma modifi-
cação no saldo da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados.
A companhia poderá optar por fazer a demonstração da conta Lucros/Prejuízos Acumulados iso-
ladamente ou em conjunto com as demais contas do Patrimônio Líquido, porém, escolhendo a segunda 
opção, deverá elaborar a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido que contém a Demonstra-
ção dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é a demonstração contábil destinada a 
evidenciar, num determinado período, a movimentação das contas que integram o patrimônio da enti-
dade e deverão discriminar:
os saldos no início do período;::::
os ajustes de exercícios anteriores;::::
as reversões e transferências de reservas e lucros;::::
os aumentos de capital discriminando sua natureza;::::
a redução de capital;::::
as destinações do Lucro Líquido do período;::::
as reavaliações de Ativos e sua realização, líquida do efeito dos impostos correspondentes;::::
o resultado líquido do período;::::
as compensações de prejuízos;::::
os lucros distribuídos;::::
os saldos no final do período.::::
26 | Finanças: fundamentos e processos
Texto complementar
Companhias abertas e demais sociedades
A CVM por meio da Deliberação 488, de 03 de outubro de 2005, aprovou e tornou obrigatória 
para as companhias abertas o Pronunciamento do IBRACON – NPC 27 – sobre a apresentação e di-
vulgação das Demonstrações Contábeis publicadas a partir de 31 de dezembro de 2006.
Para as demais sociedades, continuarão em vigor, as normas prescritas pela Lei 6.404/76.
Apresentamos, a seguir, um quadro comparativo contendo as alterações decorrentes da Deli-
beração 488, de 03 de outubro de 2005 da CVM.
Ativo
Deliberação CVM Lei 6.404/76
1. Circulante 1. Circulante
2. Não Circulante
 Realizável a Longo Prazo
 Investimentos
 Imobilizado
 Intangível
 Diferido
2. Realizável a Longo Prazo
3. Permanente
 Investimentos
 Imobilizado
 Diferido
Passivo
Deliberação CVM Lei 6.404/76
1. Circulante 1. Circulante
2. Não Circulante 2. Exigível a Longo Prazo
3. Resultados de Exercícios Futuros 3. Resultados de Exercícios Futuros
4. Patrimônio Líquido
 Capital Realizado
 Reservas de Capital
 Reservas de Reavaliação
 Reservas de Lucros
 Lucros ou Prejuízos Acumulados
 (-) Ações em tesouraria
4. Patrimônio Líquido
 Capital Realizado
 Reservas de Capital
 Reservas de Reavaliação
 Reservas de Lucros
 Lucros ou Prejuízos Acumulados
 (-) Ações em tesouraria
Fonte: REIS, Arnaldo Carlos de Rezende. Demonstrações Contábeis. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
27|Balanço Patrimonial
Ampliando conhecimentos
Nos sites indicados podem ser encontradas as normas e pronunciamentos referentes às Demons-
trações Contábeis e às interpretações e comunicados técnicos que auxiliam no entendimento de assun-
tos pertinentes à área contábil.
www.cfc.org.br 
www.cvm.gov.br
www.ibracon.com.br
www.crcsp.com.br 
Outra dica é o livro Contabilidade Introdutória da equipe de professores da FEA da USP – Uni-
versidade de São Paulo da Editora Atlas, que apresenta todos os conceitos contábeis básicos necessá-
rios ao entendimento da contabilidade, além de ter um livro específico de exercícios.
Atividades
1. O que compreende o Ativo de uma companhia?
2. O que dispõe o artigo 180 da Lei 6.404/76 quanto ao Passivo Circulante?
28 | Finanças: fundamentos e processos
3. O que apresenta a Demonstração do Resultado e qual a ordem estabelecida pelo artigo 187 da 
Lei 6.404/76?
4. A que se destinam as mutações do Patrimônio Líquido?
Introdução e conceitos 
de custos fixos e variáveis
Introdução
Até a Revolução Industrial (Séc. XVIII) só existia Contabilidade Financeira (geral), que foi desenvol-
vida na Era Mercantilista e estava estruturada para atender as empresascomerciais.
Naquele tempo, para apuração do resultado de cada período, bem como para o levantamento do 
balanço, bastava efetuar o levantamento físico dos estoques. O contador verificava quanto havia pago 
por aqueles estoques e valorizava as mercadorias por aquele valor. Fazendo o cálculo por diferença, 
computava quanto possuía de estoques iniciais, acrescia as compras do período e comparando com o 
que permanecia em estoque, apurava o valor de aquisição das mercadorias vendidas, o que resultou na 
clássica disposição:
Estoques Iniciais + Compras – Estoques Finais = Custo das Mercadorias Vendidas
Com base nessa apuração e no valor auferido com a venda dos produtos (receita) apurava-se o lu-
cro bruto do qual era só deduzir as despesas necessárias à manutenção da entidade durante o período, 
à venda dos bens e o financiamento de suas atividades.
Naquela época os produtos eram produzidos por pessoas ou grupo de pessoas que poucas vezes 
constituíam empresas jurídicas. As empresas viviam basicamente do comércio e não da fabricação, o 
que facilitava o conhecimento e a verificação do valor de compra dos bens existentes, bastando a sim-
ples consulta aos documentos de sua aquisição.
30 | Finanças: fundamentos e processos
Com o surgimento das indústrias, o contador já não dispunha tão facilmente dos dados para po-
der atribuir valor aos estoques. O seu valor de compras na empresa comercial estava agora substituído 
por uma série de valores pagos pelos fatores de produção utilizados.
Em uma tentativa de adaptar à empresa industrial os mesmos critérios adotados na comercial, ou 
seja, no balanço permaneciam como estoques apenas os valores referentes às compras, nenhum outro 
valor atribuído à produção daqueles estoques era ativado (Salários, Energia Elétrica, Depreciação). Tudo 
era lançado como despesa.
A partir disso, começou-se a formação dos critérios para avaliação dos estoques.
O valor dos estoques dos produtos existentes na empresa, fabricados por ela, deveriam corres-
ponder ao montante, que seria o equivalente ao valor das compras, passando a compor o custo do pro-
duto os valores dos fatores de produção utilizados para sua obtenção, deixando-se de atribuir aqueles 
outros que na empresa comercial já eram considerados como despesas (Despesas Administrativas, de 
Vendas e Financeiras). 
Ou seja, a contabilidade de custos nasceu da contabilidade financeira por necessidade de se ava-
liar os estoques das indústrias.
Dias atuais
Contabilidade gerencial
Contabilidade financeira Contabilidade de custos
Contabilidade gerencial:::: : compreende o ramo da Contabilidade cujo objetivo é o de fornecer 
informações fundamentais aos administradores, visando o bom desempenho das atividades 
de gerência.
Contabilidade financeira:::: : tem como objetivo o controle do patrimônio por meio dos regis-
tros de todos os fatos que estejam relacionados diretamente a este patrimônio. Registrando 
e controlando estes fatos, a contabilidade financeira informa aos usuários qual a estrutura de 
determinado patrimônio. Essas informações são prestadas através das Demonstrações Contá-
beis, tais como: Balanço Patrimonial, DRE, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, 
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.
Contabilidade de custos:: :::: é o ramo da contabilidade financeira que utiliza técnicas específicas 
para identificar, classificar e registrar os custos ligados diretamente à produção de bens e/ou 
serviços. É um componente fundamental da contabilidade gerencial, pois transmite as infor-
mações relacionadas com a estrutura dos custos, facilitando, assim, as tomadas de decisões. É 
usada mais especificamente na atividade industrial, bem como na prestação de serviços.
Um dos objetivos da contabilidade de custos é a determinação do CPV (Custo dos Produtos Ven-
didos), já que o mesmo é um elemento fundamental e indispensável na apuração do resultado.
O CPV desempenha na indústria o mesmo papel que o CMV (Custo das Mercadorias Vendidas) 
desempenha no comércio. A diferença são as atividades desenvolvidas pelas empresas, pois enquanto 
a empresa comercial compra e vende mercadorias, a empresa industrial adquire matéria-prima, trans-
formando-a em outros bens que são vendidos posteriormente.
31|Introdução e conceitos de custos fixos e variáveis
Terminologia em custos
Despesas com matéria-prima ou Custos de matéria-prima.::::
Gastos ou despesas de fabricação.::::
Gastos ou custos de materiais diretos.::::
Despesas ou gastos com imobilização.::::
Custos ou despesas de depreciação.::::
Gasto
Representa as transações assumidas pela entidade visando à obtenção de um produto ou serviço qual-
quer. Nessas operações a entidade se compromete a entregar ativos (dinheiro) ou assume compromissos.
Exemplo:: a aquisição de uma máquina industrial é um gasto classificado como investimento.
O pagamento dos salários é um gasto classificado como despesa. 
Só existe gasto no ato da passagem para a propriedade da empresa do bem ou serviço, ou seja, 
no momento em que existe o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo 
dado em pagamento (dinheiro). O gasto implica em desembolso, mas são conceitos distintos.
Desembolso
Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a 
entrada do bem adquirido, portanto, defasado ou não do gasto. Representa uma redução das disponi-
bilidades da entidade.
Investimento
Valores aplicados no ativo, visando proporcionar benefícios futuros.
Exemplo:: compra de matéria-prima (gasto contabilizado como investimento circulante –esto-
que); compra de máquinas e equipamentos (gasto que se transforma em investimento permanente).
Custo:: gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.
Exemplo:: a compra da matéria-prima para estocagem não é um custo, e sim, um investimento. O 
custo só será caracterizado quando a matéria-prima for usada na produção de bens. 
Custo
O custo é um gasto, o qual é reconhecido como custo no momento da utilização dos fatores de 
produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço.
Exemplo:: a energia elétrica utilizada na fabricação de um item qualquer é gasto (na hora de seu 
consumo) que passa imediatamente para custo, sem transitar pela fase de investimento. A máquina 
provocou um gasto na sua entrada, tornado investimento e parceladamente transformado em custo, à 
medida que é utilizada no processo de produção. 
Despesa
Gasto com bens/serviços com o objetivo de gerar uma receita.
32 | Finanças: fundamentos e processos
A despesa reduz o Patrimônio Líquido, pois representa uma saída de recursos que não retornam 
ao patrimônio. Uma despesa será recuperada por uma receita.
Perda
Acontece com o surgimento de um evento anormal, não caracterizando-se como custo ou mesmo 
despesa. São itens que vão diretamente à conta de resultado, assim como as despesas, mas não represen-
tam sacrifícios normais ou derivados de forma voluntária das atividades destinadas à obtenção de receita.
É muito comum o uso da expressão “perdas de material” na fabricação de inúmeros bens, entre-
tanto, a quase totalidade dessas perdas é, na realidade, um custo, já que são valores sacrificados de ma-
neira normal no processo de produção, fazendo parte de um sacrifício já conhecido até por antecipação 
para a obtenção da receita almejada.
O gasto com mão-de-obra durante um período de greve, por exemplo, é uma perda e não um 
custo de produção.
Cabe ressaltar que inúmeras perdas de pequeno valor são, na prática, comumente consideradas dentro 
dos custos ou das despesas, sem sua separação. Isto é permitido devido à irrelevância do valor envolvido.
Conceito de custo direto e indireto, fixos e variáveis
Custo:::: direto: é aquele que pode ser alocado diretamente a cada produto. Exemplo:Matéria-
prima e Mão-de-obra.
Custo indireto:::: : é aquele que não pode ser alocado diretamente a cada produto. É passível de 
rateio para que possa integrar a cada produto. Exemplo: Aluguéis, Salário do chefe de produ-
ção, IPTU, etc.
Custos fixos:::: : são aqueles que ocorrem independentemente da quantidade produzida.
Mesmo com a possibilidade de classificarmos uma série de gastos como custos fixos é importante 
ressaltar que qualquer custo é sujeito a mudanças; os custos que tendem a manter-se constantes nas al-
terações das atividades operacionais são tidos como custos fixos. De modo geral são custos e despesas 
necessárias para manter um nível mínimo de atividade operacional, por isso são também denominados 
custos de capacidade.
Apesar de serem conceitualmente fixos, tais custos podem aumentar ou diminuir em função da 
capacidade ou do intervalo de produção. Assim, os custos são fixos dentro de um intervalo relevante de 
produção ou venda, e podem variar se os aumentos ou diminuições de volume forem significativos.
Os custos fixos possuem as seguintes características:
são quantias fixas dentro de certos limites de produção, ou até a capacidade máxima;::::
são fixos em seu total, mas diminuem proporcionalmente ao número de unidades à medida ::::
em que a produção aumente;
o controle de sua ocorrência depende da alta administração e não dos supervisores dos de-::::
partamentos.
33|Introdução e conceitos de custos fixos e variáveis
 Custos variáveis:::: : são aqueles que ocorrem na proporção da quantidade produzida, ou seja, 
variam de acordo com o volume de produção.
São assim chamados os custos e despesas cujo montante em unidades monetárias variam na 
proporção direta das variações do nível de atividades. É importante salientar que a variabilidade de um 
custo existe em relação a um denominador específico. Dessa forma, é importante ressaltar a diferença 
entre custo variável e custo direto. Um custo é variável se realmente acompanha a proporção da ativida-
de com que ele é relacionado. Um custo direto é aquele que se pode medir em relação a essa atividade 
ou ao produto, assim a mão-de-obra direta, quando contratada para determinado volume de produção, 
é fixa em relação àquele volume, mas é direta em relação ao produto, uma vez que podemos medir os 
esforços feitos para cada unidade do produto.
Os custos variáveis possuem as seguintes características:
variam no total em proporção direta ao volume de atividades;::::
permanecem relativamente constantes do ponto de vista unitário, ainda que varie o volume ::::
de atividades;
podem ser facilmente apropriados, com certa precisão, aos departamentos;::::
o controle de possível ocorrência e consumo é de responsabilidade dos supervisores dos de-::::
partamentos.
Classificação dos custos: fixos e variáveis 
Os custos podem ser classificados levando em consideração a relação entre os custos e o volume 
de atividade numa unidade de tempo. Dividem-se basicamente em Fixos e Variáveis. 
Por exemplo, o valor global de consumo dos materiais diretos por mês depende diretamente do 
volume de produção. Quanto maior a quantidade fabricada maior o seu consumo, dentro de uma uni-
dade de tempo, o valor do custo com tais materiais varia de acordo com o volume de produção; logo 
materiais diretos são Custos Variáveis.
Por outro lado, o aluguel da fábrica num determinado mês é de um determinado valor, indepen-
dentemente de aumentos ou diminuições naquele mês do volume elaborado de produtos. Por isso, o 
aluguel é um Custo Fixo. 
É de grande importância notar que a classificação em fixos e variáveis leva em consideração a uni-
dade de tempo, o valor total de custos com um item nessa unidade de tempo e o volume de atividade. 
Não se trata, como no caso da classificação de diretos e indiretos, de um relacionamento com a unidade 
produzida. Por exemplo, a matéria-prima é um custo variável, já que, por mês, o seu valor total consu-
mido depende da quantidade de bens fabricados. Entretanto, por unidade elaborada a quantidade de 
matéria-prima é provavelmente a mesma; mas isso não lhe tira a característica de variável. 
A divisão em fixos e variáveis também tem outra característica importante: considerando a rela-
ção entre período e volume de atividade, não se está comparando um período com outro. Esse fato é de 
extrema importância na prática para não se confundir custo fixo com custo recorrente (repetitivo). 
34 | Finanças: fundamentos e processos
Por exemplo, se a empresa adota um sistema de depreciação com base em cotas decrescentes 
e com isso atribui para cada ano um valor diferente desse custo, continua tendo na depreciação um 
custo fixo, mesmo que a cada período ele seja de montante diferente. Também se o aluguel é reajusta-
do mensalmente em função de qualquer índice e nunca é igual em dois períodos subseqüentes, não 
deixa de ser um custo fixo, já que em cada período o seu valor é definido e independente do volume 
produzido. 
Outros exemplos dessa natureza: mão-de-obra indireta – normalmente, é um gasto que, apesar 
de variar de período para período, é um custo fixo, pois, por mês, tem o seu montante definido não em 
função do volume de produção; conta dos telefones da fábrica – pode ter seu valor diferente em cada 
mês, mas não é um custo variável, pois seu montante não está variando em função do volume de pro-
dutos feitos. 
Alguns tipos de custos têm componentes das duas naturezas. A energia elétrica é um exemplo, 
já que possui uma parcela que é fixa e outra variável; a fixa independe de volume de produção, e é de-
finida em função do potencial de consumo instalado, e a variável depende diretamente do consumo 
efetivo. 
Ampliando conhecimentos
Os livros “Contabilidade de Custos” de Eliseu Martins e “Gestão de Custos e Formação de Preços” 
de Adriano Leal Bruni e Rubens Famá, ambos publicados pela Editora Atlas, trazem todos os conceitos 
necessários à área de custos, bem como exercícios para colocar à prova o entendimento conceitual. 
Inclusive com um CD de aplicações na HP 12C e na planilha eletrônica Excel.
Atividades
1. O que é a contabilidade de custos?
35|Introdução e conceitos de custos fixos e variáveis
2. Classifique os eventos abaixo, relativos a uma indústria de manufatura, como Investimento (I), 
Custo (C), Despesa (D) ou Perda (P), seguindo a terminologia contábil.
1. ( ) Compra de matéria-prima.
2. ( ) Consumo de energia elétrica.
3. ( ) Gastos com mão-de-obra da produção.
4. ( ) Consumo de combustível dos veículos dos vendedores.
5. ( ) Gastos com pessoal de faturamento (salário).
6. ( ) Aquisição de máquinas.
7. ( ) Depreciação de máquinas da produção.
8. ( ) Comissões proporcionais às vendas.
9. ( ) Remuneração do pessoal da contabilidade geral (salários).
10. ( ) Depreciação do prédio da empresa (administração).
11. ( ) Consumo de matéria-prima.
12. ( ) Aquisição de embalagens a serem utilizadas na produção.
13. ( ) Deterioração do estoque de matéria-prima por enchente.
14. ( ) Remuneração do tempo do pessoal em greve.
15. ( ) Geração de sucata no processo produtivo.
16. ( ) Estrago acidental e imprevisível de lote de material.
17. ( ) Gastos com desenvolvimento de novos produtos e processos.
18. ( ) Gastos com seguro contra incêndio.
3. Qual a diferença entre custos fixos e variáveis?
36 | Finanças: fundamentos e processos
Análise de indicadores 
de desempenho
Introdução
O produto final de um processo contábil é o conjunto de relatórios denominado demonstrativos 
financeiros, que devem oferecer informações: 
úteis, para apresentar aos potenciais credores e investidores usarem na hora de suas decisões ::::
de investimento ou concessão de crédito;
compreensíveis, para aqueles com razoável entendimento das atividades econômicas;::::
a respeito dos recursos da empresa, de suas obrigações e dos efeitosdas transações que pos-::::
sam alterar essas posições;
sobre o desempenho econômico e financeiro da empresa;::::
para ajudar os usuários a avaliar os valores, o tempo e a incerteza de possíveis valores a serem ::::
recebidos.
A Lei das Sociedades por Ações (1976), estabeleceu como obrigatória à publicação dos seguintes 
demonstrativos financeiros:
Balanço Patrimonial;::::
Demonstração do Resultado do Exercício;::::
Demonstração dos Resultados Acumulados;::::
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;::::
 :::: Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos. 
38 | Finanças: fundamentos e processos
Além do Relatório da Administração, das Notas Explicativas e do Parecer dos Auditores Indepen-
dentes e Conselho Fiscal, quando for o caso, a referida lei em alteração também pede a publicação 
da Demonstração do Fluxo de Caixa. Algumas empresas estão publicando também o Balanço Social, 
apesar de não ser ainda obrigatório. As empresas que publicam a Demonstração das Mutações do Pa-
trimônio Líquido não necessitam publicar a Demonstração dos Resultados Acumulados, uma vez que a 
primeira contém a segunda.
Balanço Patrimonial – é a fotografia do patrimônio em determinado momento. Demonstra a 
posição do patrimônio (conjunto de bens, direitos e obrigações), de forma estática.
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) – apresenta de forma dedutiva e dinâmica a 
posição econômica da empresa em determinado período, através da composição das receitas, custos e 
despesas e conseqüente resultado.
Demonstração dos Resultados Acumulados – apresenta a composição e destinação dos resul-
tados acumulados da empresa, agrupada no Patrimônio Líquido, na conta de Resultados Acumulados.
Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos – explica a variação do Capital Circulante 
Líquido (Capital de Giro Líquido ou Capital de Giro Próprio), ocorrida de um ano para outro. Ajuda a 
compreender como e porque a posição financeira mudou no exercício, através da identificação das 
origens dos capitais e de suas aplicações nesse período.
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – esta demonstração evidencia a movi-
mentação das contas do Patrimônio Líquido durante o exercício. Sua confecção é indispensável para as 
empresas que possuem investimentos avaliados pela equivalência patrimonial, uma vez que essa de-
monstração identifica todas as alterações do Patrimônio Líquido a partir do saldo final do ano anterior, 
até atingir o saldo do final do período.
Métodos de análise (técnicas) dos indicadores de desempenho
Os principais métodos de análise são:
determinação da porcentagem de cada conta ou grupo de contas em relação ao seu conjunto ::::
– coeficientes;
estabelecimento de relação entre componentes do conjunto – quocientes;::::
comparação entre componentes do conjunto em sucessivos períodos – índices;::::
composição entre componentes de diferentes conjuntos para estabelecimento de :::: padrões.
Por que analisar? Basicamente a análise proporciona:
Interpretação da situação econômica e financeira das empresas;::::
Identificação de seus pontos fracos e fortes;::::
Avaliação da capacidade de gerar lucros;::::
Identificação da eficiência em gerenciar ativos.::::
39|Análise de indicadores de desempenho
Análise horizontal (evolução) 
Estabelecido o ano inicial da série a ser analisada, como índice 100, calcula-se a variação (evolu-
ção) dos demais períodos através de uma regra de três simples.
Exemplo:: 
Ano x1 Ano x2 Ano x3
Valor 358.300 425.000 501.000
Índice 100 119 140
Índice 100 118
Análise vertical (participação) 
 É realizada extraindo-se relacionamentos percentuais entre itens do mesmo conjunto. Estabele-
cido o índice 100 para o total do conjunto, calcula-se através de uma regra de três simples, quanto cada 
componente representa percentualmente em relação ao seu conjunto. 
Exemplo::
Balanço Patrimonial 
ATIVO Ano x1 AV Ano x2 AV
Circulante 350 39 450 40
Realizável a Longo Prazo 100 11 80 7
Permanente 450 50 600 53
Total do Ativo 900 100 1.130 100
As análises horizontal e vertical devem ser utilizadas sempre em conjunto. O crescimento em va-
lores absolutos nem sempre representa um crescimento, se considerado no conjunto. 
Exemplo::
Ano x1 AH AV Ano x2 AH AV
Valor 1 150 100 27 200 133 22
Valor 2 400 100 73 700 175 78
Total 550 100 100 900 164 100
Observamos que o Valor 1 evoluiu do ano x1 para o ano x2, 33%, porém no conjunto sua partici-
pação diminuiu de 27% para 22%.
40 | Finanças: fundamentos e processos
Exemplo de Análise Horizontal e Vertical – Demonstrativo de Resultado – DRE
DRE x1 AH AV x2 AH AV
Rec. Operac. Líquida 8.500 100 100 15.000 176 100
(-) Custo Merc. Vendida 1.500 100 18 5.000 333 33
(=) Lucro Bruto 7.000 100 82 10.000 143 67
(-) Desp. Operacionais 2.500 100 29 6.500 260 43
 Administrativas 900 100 11 2.200 244 14
 Vendas 1.100 100 13 3.000 273 20
 Rec./ Desp. Financeiras (300) 100 (4) 300 – 2
 Depreciações 800 100 9 1.000 125 7
(=) Lucro Operacional 4.500 100 53 3.500 78 24
(-) Desp. Não operac. 600 100 7 300 50 2
(+) Rec. Não operac. 400 100 5 200 50 1
(=) Lucro antes I.R. 4.300 100 51 3.400 79 23
(-) Imp. de Renda 1.200 100 14 900 75 6
(-) Participações 1.100 100 13 500 45 3
(=) Lucro Líquido 2.000 100 24 2.000 100 14
Na Análise Vertical da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, devemos considerar como 
total do conjunto a Receita Operacional Líquida, mesmo que no demonstrativo analisado estejam infor-
madas a Receita Operacional Bruta e suas eventuais deduções. A diferença básica em relação ao Balanço 
Patrimonial, para estabelecimento do índice 100, é que o total deste conjunto está na primeira linha, por 
se tratar de uma demonstração em forma dedutível. 
Análise de índices
 A análise de índices ou quocientes relaciona itens e grupos de itens do Balanço Patrimonial e do 
Demonstrativo de Resultados.
O uso desses índices é de utilidade para análise de crédito e de tendências, além de auxiliar a 
administração ou gerência, contribui para que os analistas entendam o desempenho da empresa no 
passado e examinem sua posição no setor de mercado, através da comparação com padrões.
Esses índices são compostos basicamente de cinco grandes grupos: 
Índices de Liquidez;::::
Índices de Endividamento;::::
41|Análise de indicadores de desempenho
Índices de Eficiência ou Rotatividade;::::
Índices de Rentabilidade;::::
Índices de Valorização das Ações.::::
Liquidez
Os Índices de Liquidez são calculados a partir de relacionamento de contas do Balanço Patrimonial 
e medem a capacidade da empresa de pagar seus compromissos, principalmente os de curto prazo.
Cuidados na avaliação dos resultados reais desse quociente:
o Ativo Circulante engloba itens de Disponibilidade, Contas a receber, Estoques e Despesas ::::
Pagas antecipadamente, cujo grau de conversão em caixa é variado;
Estoques podem levar até 90 dias para serem vendidos;::::
Contas a receber podem demorar 30/60/90 dias, dependendo da política de vendas da ::::
empresa, adicionando-se ainda o risco da inadimplência;
normalmente existe um descasamento entre Contas a receber e Contas a pagar.::::
Liquidez Corrente
 LC =
Ativo Circulante
Passivo Circulante
Esse quociente mostra a capacidade de pagamento da empresa em curto prazo, ou seja, sua ca-
pacidade de honrar suas obrigações que vencem dentro do ciclo operacional da empresa ou no próxi-
mo exercício social (12 meses).
Liquidez Seca
LS =
Ativo Circulante (-) Estoques (-) Desp. Antec.
Passivo Circulante
Esse quociente proporciona uma análise mais conservadora e realista da situação de liquidez da 
empresa, uma vez que elimina os riscos da incerteza de venda dos estoques e da realização das despe-
sas antecipadas através da apropriação ao resultado.
LiquidezImediata
LI =
Disponível
Passivo Circulante
42 | Finanças: fundamentos e processos
Esse índice mostra quanto de recursos a empresa dispõe de imediato para honrar todos os seus 
compromissos de curto prazo. Geralmente recomenda-se que esse índice seja o menor possível, sempre 
evitando o risco de não possuir recursos disponíveis nas datas de vencimento das obrigações.
Liquidez Geral
LG =
Ativo Circulante (+) Real. Longo Prazo
Passivo Circulante (+) Exigível a Longo Prazo
Esse índice mostra a saúde financeira de longo prazo da empresa. Ao analisarmos os resultados do 
Índice de Liquidez Geral devemos ter cuidado, uma vez que, os Passivos a Longo Prazo têm, geralmente, 
vencimentos muito mais longos do que os Realizáveis. É conveniente examinar esse quociente em 
conjunto com o Índice de Liquidez Corrente.
Endividamento 
Os índices de endividamento mostram o relacionamento entre as fontes de capital da empresa, 
representadas pelo Patrimônio Líquido (capital próprio) e as exigibilidades (capital de terceiros). 
Destacamos a seguir os principais quocientes de endividamento:
Participação de Capitais de Terceiros 
Esse índice é normalmente expresso em porcentagem e mostra quanto do Ativo Total (denomi-
nador) é financiado com recursos de terceiros (numerador). Quanto maior o quociente, mais endividada 
estará a empresa, e maior será o risco de não conseguir pagar seus compromissos.
Representada pela fórmula =
Exigível Total
Ativo Total
Exigível Total = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
Grau de Endividamento 
Esse índice mostra a participação do capital próprio no total das dívidas da empresa. Um índice 
maior que 1 pode revelar uma dependência em relação ao capital de terceiros. Geralmente as indústrias 
necessitam de uma maior quantidade de recursos próprios para financiar suas imobilizações em insta-
lações industriais, contudo, uma empresa comercial, com maior participação do capital de giro no Ativo 
Total, normalmente opera com uma parcela menor de capital próprio.
Representada pela fórmula =
Exigível Total
 Patrimônio Líquido
43|Análise de indicadores de desempenho
Composição do Endividamento 
Esse quociente mostra a participação do endividamento no curto e longo prazo, ou seja, o perfil 
da utilização do capital de terceiros. Quanto maior for esse índice, maior será a necessidade de caixa 
para saldar os compromissos em curto prazo. Inversamente, quanto menor for esse índice, maior será 
a folga de caixa da empresa para pagar seus compromissos de curto prazo. Normalmente, as empresas 
procuram concentrar seus pagamentos no longo prazo para melhor usufruir dessa folga.
Representada pela fórmula =
Passivo Circulante
Exigível Total
Índices de Eficiência ou Rotatividade
Os Índices de Eficiência ou Rotatividade revelam a velocidade com que determinados elementos 
do patrimônio giram durante o exercício. Esses índices relacionam itens do DRE e do BP e são expressos 
em períodos de tempo (dias, meses ou anos). Os principais quocientes de eficiência são:
Giro dos Estoques
Fórmula =
Custo das Mercadorias Vendidas
Estoque Médio
Estoque Médio = 
Estoque Inicial + Estoque Final
2
Demonstra o número de vezes que o estoque girou por causa das vendas. É utilizado para compara-
ção com outras empresas da mesma atividade ou para comparação e análise do estoque da empresa.
O ramo de atividade determina diferenças nos índices de giro: um supermercado ou uma in-
dústria de bebidas apresenta giro de estoques muito superiores ao de uma fabricante de aviões, por 
exemplo.
Quanto maior for o giro dos estoques, mais eficientemente a empresa estará gerenciando seus 
estoques. No entanto, deve-se ter o cuidado para que os estoques não tenham um nível tão pequeno a 
ponto de, em algum momento, resultar em falta, comprometendo as vendas.
Prazo Médio de Renovação dos Estoques 
É a transformação das quantidades de giros do estoque em número de dias por período.
Fórmula =
360
Giro dos Estoques
44 | Finanças: fundamentos e processos
Esse índice mostra para as indústrias, o número de dias que decorre em média entre a compra 
da matéria-prima, sua transformação em produto e sua venda. No caso das empresas comerciais ou 
mercantis mostra o tempo médio entre a compra da mercadoria e sua venda, ou seja, quanto tempo o 
estoque da empresa leva para se renovar. 
Giro do Contas a receber 
Fórmula =
Vendas Líquidas
Contas a receber médio
Determina quantas vezes a empresa gira seu “Contas a receber”, em função das vendas. Quanto 
maior for o giro, melhor para a empresa.
Uma concessão de crédito mais seletiva resulta em giro maior. Giros muito altos podem indicar 
política de crédito deficiente.
Prazo Médio de Recebimentos 
Fórmula =
360
Giro Contas a receber
Indica o número de dias que a empresa leva, em média, para receber efetivamente o valor das 
vendas. O desconto de duplicatas reduz o volume das aplicações em Contas a receber, porém depende 
da necessidade de Liquidez Imediata da empresa, e principalmente, do custo cobrado pelos bancos.
Giro do Contas a Pagar 
Esse índice tem sua melhor aplicação às empresas comerciais, já que as indústrias incluem no 
valor de seus estoques, além do valor da compra de matérias-primas, o custo da mão-de-obra, a depre-
ciação e os custos indiretos de fabricação.
Fórmula =
Compras
Conta Fornecedor Médio
Fornecedor Médio =
Fornecedor no Início + Fornecedor no Final
2
Compras = CMV (+) Estoque Final (–) Estoque Inicial
Esse quociente indica quantas vezes, em média, a empresa renova seu “Contas a pagar”.
Prazo Médio de Pagamentos
Fórmula =
360
Giro do Contas a pagar
45|Análise de indicadores de desempenho
Esse quociente indica o tempo de financiamento do capital de giro da empresa através dos forne-
cedores, é o tempo decorrido entre a compra da mercadoria e o pagamento ao fornecedor.
Quanto menos girar o contas a pagar, melhor para a empresa e, conseqüentemente, quanto maior 
o número de dias de seu prazo médio de pagamentos, melhor para empresa, desde que não atrase os 
pagamentos e não pague encargos por esse atraso.
Posicionamento Relativo 
Fórmula =
Prazo Médio de Recebimentos
Prazo Médio de Pagamentos
Esse índice, preferencialmente, deve ser inferior a 1, para não afetar de maneira negativa o fluxo 
de caixa.
Há uma forte influência dos índices de eficiência sobre os quocientes de liquidez. Sempre que 
diminuímos o Prazo Médio de Estoques, o Prazo Médio de Recebimentos e aumentamos o Prazo Médio 
de Pagamentos estamos acelerando a entrada de dinheiro no caixa melhorando, portanto, os índices 
de liquidez.
Ciclo Operacional 
O Ciclo Operacional ou Ciclo de Caixa é definido como o período de tempo que vai do ponto em 
que a empresa faz seu desembolso para adquirir matéria-prima (mercadoria), até o ponto em que é 
recebido o dinheiro da venda do produto.
Ciclo Operacional = PME (+) PMR (-) PMP, em que:
PME = Prazo Médio de Estoque
PMR = Prazo Médio de Recebimento
PMP = Prazo Médio de Pagamento
Exemplo de cálculo do Ciclo Operacional
Prazo Médio de Estoque
Estoque Médio =
EI + EF 
=
10.902 (+) 8.667
=
19.569
=
9.784
2 2 2 2
Giro do Estoque =
CMV
=
128.375
= 13,12
Estoque Médio 9.784
PME =
360
=
360
= 27 dias
Giro 13,12
46 | Finanças: fundamentos e processos
Prazo Médio de Recebimentos
Contas a receber Médio =
Contas a receber Início (+) Contas a receber no Final
2
(21.488 – 1.056) + (45.748 – 1.350)
=
20.432 + 44.398
=
64.830
= 32.415
2 2 2
Giro do Contas a receber =
Vendas Líquidas
=
208.954 
= 6,45
Contas a receber Médio 32.415
PMR =
360
=
360
= 56 dias
Giro 6.45
Prazo Médio de Pagamentos
Compras = CMV (+) Estoque Final (-) Estoque Inicial 
Compras = 128.375 + 8.667 – 10.902 = 126.140
Fornec.

Continue navegando