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Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.1 1. INTRODUÇÃO 1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS PORQUE ESTUDAR A REABILITAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO? CONCRETO: A PEDRA LÍQUIDA! Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.2 Concreto de cimento Portland tem provado ser o material de construção mais adequado para estruturas, superando com vantagem (PRINCIPALMENTE ECONÔMICA) outras alternativas viáveis, como a madeira, aço ou alvenaria. Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.3 Desde o início do emprego do concreto, as edificações, obras de arte, rodovias, barragens e outras construções civis construídas em concreto simples, armado ou protendido têm resistido às mais variadas sobrecargas e ações do meio ambiente. Burj - Dubai (2010) Ponte Rio-Niteroi (inauguração em 1974) Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.4 Ponte sobre o Lago Paranoá – Brasília Barragem de Itaipu Trecho da rodovia dos Imigrantes, construído com a tecnologia de concreto Site: cidadesdobrasil.com.br Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.5 (A Evolução do Concreto Armado - Luís Fernando Kaefer) http://www.lem.ep.usp.br/pef605/HistoriadoConcreto.pdf O concreto moderno é fruto do trabalho de inúmeros homens, que durante milhares de anos observaram a natureza e se esmeraram por aperfeiçoar materiais, técnicas, teorias e formas estruturais. Rainbow Bridge (http://www.naturalarches.org/big9-1.htm) Monteiro, S., Kaz, L., ed., Floresta Atlantica, Edições Alumbramento, Rio de Janeiro, 1991/92 Livro: ESTRUTURAS DA NATUREZA (Prof. Augusto Carlos de Vasconcelos) Site: http://www.lmc.ep.usp.br/people/hlinde/estruturas/estnat.htm Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.6 QUANDO APARECEU O CONCRETO PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA? (Palestra prof. Paulo Helene - USP) A história do concreto armado não começou no século passado, mas com a própria civilização humana, pois a partir do momento que o homem existe sobre a terra, ele tem a necessidade básica de morar e morar melhor a cada dia, desenvolvendo novas tecnologias para isto. 300 a.C. a 476 d.C – Império Romano Uma espécie de “concreto” (mistura de pozolana com cal hidratada) foi usado na construção dos muros de uma cidade romana no século IV a.C. situada a 64 km de Roma. Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.7 No século II a.C. este novo material começou a ser usado em edificações em Roma. Como por exemplo, o Pantheon de Roma. A cúpula do Pantheon de Roma tem 43m de diâmetro e apoia-se num cilindro composto por um núcleo de concreto pozolânico revestido com tijolos e mármore com 6 m de espessura nas nervuras. Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.8 1867 – Joseph Monier, França INÍCIO DO CONCRETO ARMADO Monier, jardineiro, fabricava vasos e tubos de concreto desde 1849 considerava os vasos muito frágeis. Para melhorar isso, ele começa a mergulhar na massa de concreto em uma malha de aço (surge o CONCRETO ARMADO!). Em 1867 Monier havia avançado tanto em seu método ao ponto de patenteá-lo, e exibi-lo na Exposição de Paris daquele ano. Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.9 A primeira extensão de sua patente parece ter sido para a construção de reservatórios de água. Entre 1868 e 1873 executou primeiro um reservatório de 25m3 e mais tarde outros dois com 180m3 e 200m3 (suportado por colunas). Reservoir at Clamart. (http://en.wikipedia.org/wiki/File:Monier_reservoir_Clamart.jpg) Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.10 Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.11 Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.12 QUAL O FUTURO DO CONCRETO? Construção de prédios cada vez mais altos usando concreto! Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.13 O CONCRETO é um material de construção excepcional! Mas então, porque é interessante estudar assuntos relacionados à reabilitação de estruturas de concreto? Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.14 RESPOSTA O concreto e outros produtos à base de cimento são materiais preponderantemente empregados na Construção Civil. ISAIA, 2005 Concreto esta em 2º lugar dentre os materiais mais consumidos do planeta (só perde para a água!) Quanto maior o uso de um produto, maiores são as chances de se necessitar realizar algum tipo de intervenção para resolver problemas imprevistos relacionados a este produto. Ponte de concreto em Fortaleza Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.15 Apesar de ser um excelente material de construção, a durabilidade, os problemas patológicos e a recuperação das estruturas de concreto são assuntos que preocupam a comunidade mundial. Relatório americano: Um estudo feito em 1985 estimou que por volta de 400 bilhões de dólares seriam necessários, até o final do século, para o reparo e a reabilitação das pontes e estradas dos EUA. Outra estimativa, feita em 1987, indicou que entre um e três trilhões de dólares seriam necessários para recuperar estruturas de concreto nos EUA nos 20 anos seguinte. Não há dados do mesmo tipo sobre a aplicação e o estado das construções de concreto no Brasil, mas possivelmente eles revelariam um quadro também assustador. Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.16 Portanto: A pesquisa e a formação de recursos humanos nessa área são de grande importância e capazes de produzir reflexos econômicos imediatos. VEJAM DESABAMENTOS DE EDIFÍCIOS E SUAS PROVÁVEIS CAUSAS ATENÇÃO! Muitos dos problemas de desempenho das construções poderiam ser evitados com materiais, técnicas, procedimentos e normas adequadas. Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.17 DESABAMENTO DE TRÊS PRÉDIOS NO RIO DE JANEIRO (26 DE JANEIRO DE 2012) As 20h30, três prédios do centro do Rio Janeiro simplesmente desabaram. O maior, um prédio de 20 andares chamado Liberdade, foi primeiro a cair e se localizava na rua Treze de Maio. Em seguida, um menor, da rua Manoel de Carvalho, com 10 andares, chamadoColombo, e mais um imóvel pequeno, localizado entre os dois edifícios maiores, com quatro ou cinco andares, também desabaram. Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.18 COMENTÁRIOS DE ESPECIALISTAS Como três prédios, dois deles enormes, simplesmente desabam? O que poderia ter causado tal fatalidade? Ainda é necessária uma investigação minuciosa, mas os peritos que estão acompanhando o trabalho dos bombeiros já têm algumas ideias: Primeiro, eles “chutam” o que não pode ter causado o acidente analisando como os prédios desabaram O prédio mais alto, onde começou o desmoramento, ruiu como em uma implosão – isso significa que a estrutura do prédio começou a quebrar de cima para baixo. Suposição: À medida que os destroços se acumularam, espalharam pelas laterais, e essa pilha de escombros atingiu e acabou derrubando os outros dois prédios vizinhos, num efeito dominó. SERÁ QUE PODE TER SIDO UMA EXPLOSÃO? Não é possível que o desmoronamento tenha sido causado por uma explosão, pois esta geraria fragmentos. Uma explosão de gás, que seria a mais possível, também não teria força para abalar dessa maneira as colunas do prédio. (Será que não?) Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.19 SERÁ QUE PODE TER SIDO INSTABILIDADE DO TERRENO? A instabilidade do terreno é causa pouco provável. Pois se fosse esta a causa, o térreo seria o primeiro a vir a baixo, coisa que não aconteceu, tanto que as pessoas que estavam no térreo conseguiram sair. SERÁ QUE O EDIFÍCIO ERA ANTIGO DEMAIS? Em relação à idade do prédio, engenheiros disseram que isso não tem relação com o acidente, pois o prédio pode ser antigo e perfeitamente seguro, citando o exemplo de Paris, onde os edifícios são muito antigos. SERÁ QUE FOI FALHA DE PROJETO OU DE EXECUÇÃO DO EDIFÍCIO? O prof. de engenharia geotécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Maurício Ehrlich, disse que, como foi o prédio maior que iniciou o colapso, e ele já tinha mais de 40 anos e nenhum sinal de deterioração, é improvável que o acidente tenha sido um problema do projeto ou da execução do edifício. SERÁ QUE HAVIA ALGUMA REFORMA OCORRENDO NO EDIFÍCIO? Segundo todos esses especialistas, a maior aposta da causa do desastre é um problema estrutural. Por enquanto, trabalha com a hipótese de uma obra que estava sendo feita no prédio mais alto, pode ter abalado a estrutura do edifício. A reforma ocorria no nono andar e tinha começado há dois meses. O Conselho Regional de Engenharia (Crea) do Rio de Janeiro afirmou que o último registro de reformas no prédio é de quase quatro anos atrás, ou seja, se estava havendo uma reforma no nono andar, esta era ilegal. Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.20 DESABAMENTO PARCIAL DE UM EDIFÍCIO NA GRANDE SÃO PAULO (FEVEREIRO DE 2012) Foto do desabamento parcial de um prédio na Grande São Paulo – ABC (Colapso Progressivo) Parte interna do Edifício Senador, de quatorze andares, desabou por volta das 19h40 , no centro de São Bernardo do Campo (ABC paulista). Infiltração na cobertura pode ter sido a causa do desabamento de lajes. A explosão de botijão de gás ou queda de caixa d’água são hipóteses praticamente descartadas pela polícia. Na cobertura do prédio, a polícia encontrou indícios de que foi executada recentemente uma obra para combater uma infiltração, com partes vedadas possivelmente com selante à base de piche. Em princípio, também teria sido instalado um ralo para escoar a água das chuvas. Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.21 Claro que nem todo problema estrutural causa desastres desta proporção! A maioria das estruturas tem condições de ser reabilitada Reforço usando manta de fibra de carbono - Estrutura de um Flat (Viga com furo para passagem de tubulação e reforço) Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.22 Foto após término do reforço para alargamento da pista de rolagem Foto antes do reforço Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.23 1.2. O CONCRETO E A NBR 6118:2003 (Texto baseado na apostila do prof. Elvio M. Piancastelli – UFMG e apostila do Curso AltoQI - Durabilidade) Concreto armado = material não inerte sujeito a alterações em função de interações entre seus elementos constitutivos (cimento, areia, brita, água e aço), os materiais que lhe são adicionados (aditivos), e os agentes externos (ácidos, bases, sais, gases, vapores, microorganismos e outros). Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.24 Dessas interações resultam anomalias que podem comprometer o desempenho da estrutura, provocar efeitos estéticos indesejáveis, ou causar desconforto psicológico nos usuários. O CONCRETO É UM EXCELENTE MATERIAL! MAS É PRECISO APLICAR TÉCNICAS ADEQUADAS PARA SUA FABRICAÇÃO EM FUNÇÃO DAS CONDIÇÕES DA OBRA A SER EXECUTADA COM ESTE MATERIAL A FIM DE EVITAR O APARECIMENTO DE PROBLEMAS PATÓGICOS! Situações que podem interferir na escolha do tipo e das características de concreto a ser usado na obra (Não basta só definir o fck do concreto!): Tipo de lançamento do concreto (uso de bomba ou não avaliar consistência), Nível de agressividade ambiental (concreto poroso avaliar a/c ; teor de ar incorporado...), Densidade da armadura da estrutura a ser moldada (uso de Concreto Auto-adensável?), etc... LOGO É IMPRESCINDÍVEL, PARA ATUAR NA ÁREA DE PATOLOGIA, REABILITAÇÃO DE ESTRUTURAS, TER CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DE DIVERSAS ÁREAS DO SABER. Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.25 Embora o concreto possa ser considerado um material praticamente eterno, desde que receba manutenção sistemática e programada, existem construções que apresentam manifestações patológicas em intensidade e incidência significativas. O surgimento de patologias precoces em obras de concreto foi particularmente observado entre os anos 80 e 90 Nível crescente de patologias Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.26 CAUSAS DO APARECIMENTO DE PATOLOGIAS PRECOCES Aumento das resistências dos cimentos que levaram à redução do consumo de cimento / m3; Crescimento da agressividade dos ambientes, especialmente urbano; Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.27 Adoção de procedimentos antigos empregados em conjunto com situações modernas Por exemplo: o redução das seções transversais de pilares devido ao aprimoramento dos métodos de cálculo sem a correta avaliação da estabilidade global do edifício! A partir dos anos 90, com o início da revisão da NBR 6118, testemunha-se o surgimento de uma nova era na Construção Civil, na qual se enfatiza a: qualidade em geral particularmente a durabilidade das estruturas em concreto armado. Disciplina: Reforço eRecuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.28 Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.29 Finalidade do MANUAL DE UTILIZAÇÃO, INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO: Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.30 EXEMPLOS EDIFÍCIOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL: Existência de um MANUAL pode evitar a demolição de paredes que fazem parte da estrutura da edificação (desinformação do proprietário); Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.31 REVISTA TÉCHNE (Edição 156 – março 2010): Reportagem: PERIGO DE CIMA Mudanças de hábito e instalação de móveis com sobrepeso nas sacadas dos edifícios de classe média alertam para o risco de patologias estruturais Instalação de churrasqueiras, móveis, jardineiras, transformam a sacada numa extensão da sala, e algumas vezes ultrapassam a carga suportada por estruturas que trabalham isostaticamente e com armadura negativa. As concentrações de carga podem gerar esforços acima dos previstos e causar sérias patologias estruturais, inclusive desabamentos! Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.32 PALAVRA DOS PROJETISTAS SOBRE ESTE TIPO DE PROBLEMA Problema não está nos edifícios mais novos (já prevêem a instalação destes itens). A questão são os espaços que, originalmente, não previam essa utilização. Por isso, inspeções temporárias são importantes! Tendência dos projetos atuais: devido ao aumento dos vãos das sacadas não se está mais deixando as lajes em balanço, mas sim apoiadas em pelo menos três lados. IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO PERIÓDICA: Sacadas e marquises estão ao ar livre e tem armadura principal negativa (localizada na face superior) onde é mais fácil acumular sujeira e sofrer ataque de agentes agressivos! Devem ter uma boa impermeabilização para evitar penetração de umidade no concreto e oxidação das armaduras, que podem levar a laje à ruína, mesmo que não haja sobrecarga! OBS.: Agentes agressivos hoje são mais intensos. Risco de desabamento devido ações dinâmicas é baixo, pois a concentração de pessoas dançando eventualmente numa sacada, não a fará desabar em uma festa. Mas se a sacada estiver sendo usada como pista de dança onde as pessoas ficam pulando de maneira sincronizada, os limites de sobrecarga podem ser ultrapassados e causar problemas estruturais. O que fazer? Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.33 Proposta: Vistoria técnica elaborada por profissional regularmente inscritos no Crea-SP com habilitação em engenharia civil e especialização comprovada em estruturas. Elaboração de um relatório técnico (com validade de 5 anos) contendo histórico dos relatórios anteriores, cadastramento geométrico da marquise ou sacada (com dimensões, espessura dos revestimentos e carregamentos atuantes), descrições sobre o estado geral da impermeabilização e situação do sistema de coleta de águas pluviais e a caracterização do eventual quadro patológico encontrado. Deve indicar, em conformidade com as normas nacionais vigentes, a eventual necessidade de serviços de recuperação e prazo para início. Penalidades aos infratores da lei pela inexistência do relatório técnico e pela exibição em desacordo com as exigências. As edificações existentes terão prazo de 180 dias para atender aos dispositivos impostos pela lei. Junho de 2007: Abece enviou à Câmara Municipal de SP, uma minuta de projeto de lei para tornar obrigatória a vistoria técnica estrutural para a avaliação das condições de uso e manutenção de marquises e sacadas construídas em todos os edifícios da cidade. Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.34 Após aprovação da câmara, o projeto foi sancionado pelo prefeito Gilberto Kassab, com vetos a todos os objetivos da proposta e a inclusão de duas emendas referentes a pinturas em muros. Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.35 NBR 6118:2003 - item 25.3: Como tratar as NÃO-CONFORMIDADES em obras MAS A NBR 6118:2003 NÃO EXPLICA COMO FAZER O REFORÇO! Considerando-se um padrão de desempenho insatisfatório da estrutura, pode-se ter diferentes tipos de soluções!! É preciso uma boa análise do tipo de intervenção a ser utilizada para identificar qual método mais viável a ser aplicado para correção dos problemas. Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.36 Estrutura com Desempenho SatisfatórioSIM NÃO RECUPERAÇÃO REFORÇO LIMITAÇÃO DE UTILIZAÇÃO DEMOLIÇÃO INTERVENCÕES PARA EXTENSÃO DA VIDA ÚTIL ESTRUTURAL Hipóteses p/ solução de estruturas c/ desempenho insatisfatório (TAKEUTI, 1999 apud SOUZA e RIPPER,1998). Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.37 1.3. O PROBLEMA PATOLÓGICO Manifestações patológicas: Normalmente ocorrem nas partes externas das estruturas é possível observá-las com facilidade Na maioria dos casos são detectadas pelos próprios usuários da edificação. MAS... existem partes externas às estruturas que não são normalmente visualizadas, exemplos: • partes total ou parcialmente enterradas (fundações, arrimos, piscinas, etc); • partes internas das juntas de dilatação; • interior de galerias e reservatórios. Nesses locais, as manifestações patológicas - chamados danos ocultos - só são detectadas se forem programadas e executadas INSPEÇÕES ESPECÍFICAS! Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.38 Portanto, é de grande importância realizar inspeções periódicas através de profissional habilitado, para que sintomas de enfermidades possam ser detectados precocemente. Principalmente porque... quanto mais cedo a enfermidade for detectada, menor será a perda de desempenho, e mais simples e barato será o tratamento (terapia). Figura - Perda de Desempenho e Custo da Terapia Versus Tempo Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.39 1.4. OBJETIVOS DA DISCIPLINA CRITÉRIOS DE COMO PROJETAR UMA REABILITAÇÃO ESTRUTURAL Apesar da busca incessante da qualidade, determinadas patologias ainda persistem... Mesmo havendo um grande número de estudos direcionados à reabilitação de estruturas de concreto, os profissionais ainda contam com técnicas baseadas na experiência empírica acumulada, pois os processos de reabilitação geralmente apresentam caráter artesanal e particular, uma vez que... Cada problema enfrentado tem características próprias! Não existe uma metodologia específica de análise do comportamento estrutural da peça reabilitada, nem diretrizes que orientem o projetista durante o processo de redimensionamento e reprojeto. Ainda existem vários fatores que merecem ser investigados para avaliar melhor o comportamento após a intervenção dos elementos estruturais. Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturasde Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.40 Para atingir este objetivo: Serão apresentados os principais conceitos e técnicas usadas em reabilitações estruturais; Serão apresentados os resultados de vários trabalhos desenvolvidos no meio acadêmico com o intuito de fornecer embasamento teórico para realização de reabilitações em estruturas de concreto armado. OBJETIVO DA DISCIPLINA Transmitir os conhecimentos advindos de pesquisas recentes que investigaram o comportamento de estruturas reabilitadas a fim de facilitar o estabelecimento de estratégias, métodos e procedimentos de projeto de reabilitação de estruturas de concreto armado. Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.41 1.5. NORMAS SOBRE RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO Ainda existem poucas normas (nacionais e internacionais) a respeito do assunto COMITE EURO-INTERNATIONAL DU BETON (1983). Assessment of concrete structures and design procedures for upgrading (redesign). Bulletin d’Information nº. 162. EN 1504 - Norma Europeia composta por várias partes (1 à 10) – (MAIS RECENTE) Desde a década de 80, um grupo da CEN (Comité Européen de Normalisation), está elaborando o conjunto de normas da Série EN 1504 que reúne as informações essenciais sobre os produtos e sistemas para a proteção e reparo de estruturas de concreto. No Brasil, já se tem várias contribuições publicadas discutindo os procedimentos e as técnicas para a recuperação de estruturas com corrosão das armaduras, mas a normalização de materiais de reparo ainda é incipiente. Fonte: DESEMPENHO DE ARGAMASSAS PARA REPAROS LOCALIZADOS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO COM CORROSÃO DAS ARMADURAS Autores: MEDEIROS, M. H. F.; SELMO, S. M. S. In.:43º. Congresso do IBRACON Concrete Repair According to the new European Standard EN 1504- Prof. Dr.-Ing. M. Raupach, RWTH Aachen, ibac Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.42 Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.43 REFERÊNCIA DAS NORMAS EN 1504 Disciplina: Reforço e Recuperação de Estruturas de Concreto - Profa. Andréa Prado Abreu Reis Liserre 1.44
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