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Direito Eleitoral p/ TRE-SP - Todos os cargos
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REFORMA ELEITORAL 
Sumário 
1 - Considerações iniciais ................................................................................................. 3 
2 - Alterações promovidas pela Lei nº 13.165/2015 no Código Eleitoral ................................. 3 
2.1 - Consequências a quem não votar e não justificar ..................................................... 3 
2.2 - Impedimento aos Juízes do TRE ou TSE em razão de parentesco com candidatos ......... 4 
2.3 - Quórum qualificado no TRE ................................................................................... 4 
2.4 - Prazos referentes ao registro da candidatura ........................................................... 5 
2.5 - Sistema Eleitoral: votação nominal mínima ............................................................. 6 
2.6 - Renovação das eleições majoritárias por julgamento em ação eleitoral ....................... 7 
2.7 - Voto em Trânsito ................................................................................................. 8 
2.8 - Propaganda Eleitoral ........................................................................................... 10 
2.9 - Efeitos dos Recursos: devolutivo e suspensivo ....................................................... 10 
2.10 - Prova testemunhal em processos que levem à perda de mandato ........................... 12 
3 - Alterações promovidas pela Lei nº 13.165/2015 na Lei das Eleições ............................... 12 
3.1 - Momento de Realização da Convenção .................................................................. 12 
3.2 - Período mínimo de domicílio e filiação partidária .................................................... 13 
3.3 - Número de candidatos por partidos/coligações ....................................................... 13 
3.4 - Preenchimento de vagas remanescentes ............................................................... 15 
3.5 - Prazo limite para registro de candidatos escolhidos em convenção ........................... 15 
3.6 - Condições de Elegibilidade: idade mínima ............................................................. 16 
3.7 - Prazo para Julgamento dos Pedidos de Registro ..................................................... 16 
3.8 - Gastos de Campanha .......................................................................................... 17 
3.9 - Fontes Vedadas ................................................................................................. 22 
3.10 - Prestação de contas .......................................................................................... 23 
3.11 - Propaganda Eleitoral ......................................................................................... 26 
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3.12 - Condutas vedadas aos agentes públicos .............................................................. 35 
3.13 - Disposições Transitórias .................................................................................... 37 
4 - Alterações promovidas pela Lei nº 13.165/2015 na Lei dos Partidos Políticos ................... 39 
4.1 - Apoiamento mínimo ........................................................................................... 39 
4.2 - Perda do mandato por desfiliação sem justa causa ................................................. 39 
4.3 - Regras específicas relativas à fusão e à incorporação .............................................. 41 
4.4 - Prestação de contas de campanha pelos partidos políticos ....................................... 41 
4.5 - Fundo Partidário................................................................................................. 45 
4.6 - Acesso ao rádio e televisão.................................................................................. 47 
5 - Dispositivos próprios da Lei nº 13.165/2015 ................................................................ 48 
5.1 - Limites de gastos às campanhas eleitorais ............................................................ 48 
6 - Questões ................................................................................................................. 51 
6.1 ± Questões sem Comentários ................................................................................. 52 
6.2 ± Gabarito ........................................................................................................... 75 
6.3 ± Questões com Comentários ................................................................................. 77 
7 - Resumo da Aula ..................................................................................................... 131 
8 - Considerações Finais .............................................................................................. 131 
 
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REFORMA ELEITORAL 
1 - Considerações iniciais 
Olá pessoal, reservamos uma aula específica para estudo da Lei nº 13.165/2015, 
a qual trouxe diversas modificações no Código Eleitoral, na Lei das Eleições e na 
Lei dos Partidos Políticos. Além disso, a lei de 2015 traz alguns artigos 
disciplinando os limites de gastos. 
As alterações já foram todas analisadas ao longo das respectivas aulas. Contudo, 
o assunto é recente e, com muita probabilidade, será exigido em provas de 
concurso público. Em razão disso, vamos tratar, de forma organizada e resumida, 
de todas as alterações promovidas pela lei. Ao final analisaremos os artigos que 
disciplinam o limite de gastos. 
2 - Alterações promovidas pela Lei nº 13.165/2015 
no Código Eleitoral 
2.1 - Consequências a quem não votar e não justificar 
O eleitor obrigatório que não votar deve comparecer, em até 60 dias, perante a 
Justiça Eleitoral para justificar a sua ausência. Caso não justifique a ausência no 
prazo, sofrerá uma série de consequências, arroladas no §1º, do art. 7º, do CE. 
Vejamos: 
 
Em relação à impossibilidade de obtenção de passaporte, a Lei nº 13.165/2015 
traz uma relativização. 
A impossibilidade de obtenção do passaporte pelo eleitor que não votou, que não 
pagou a multa ou que não justificou não será aplicada a quem estiver no 
exterior e que requeira novo passaporte para identificação e retorno ao 
Brasil. 
Esse dispositivo abrange a situação na qual o eleitor, embora esteja em falta com 
a Justiça Eleitoral, está sem o passaporte e não tem documento de identificação 
‡MULTA entre 3 e 10% do salário mínimo.
‡NÃO poderá ser empossado em concurso público.
‡Aquele que for servidor ou empregado público NÃO receberá o salário.
‡NÃO poderá participar de licitação, quando possível a participação de pessoas
físicas.
‡NÃO poderá obter empréstimos ou créditos junto a órgãos ou empresas com
capital público (tais como Caixa Econômica e Banco do Brasil).
‡NÃO poderá obter passaporte ou carteira de identidade.
‡NÃO poderá renovar matrícula em instituição de ensino oficial ou que seja
fiscalizada pelo governo.
‡NÃO poderá praticar outros atos para os quais se exija a quitação do serviço
militar ou declaração do imposto de renda da pessoa.
CONSEQUÊNCIAS (se não votar e não justificar)
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ou precisa do passaporte para retornar ao Brasil. Em razão disso, flexibiliza-se a 
regra para o sujeito possa tirar passaporte para retornar ao país. 
2.2 - Impedimento aos Juízes do TRE ou TSE em razão 
de parentesco com candidatos 
O art. 14, §3º, do CE, traz um impedimento em razão da afetividade que Juiz do 
TSE ou dos TREs (e inclusive os juízes eleitorais) possam ter com candidatos, 
dentro da área de circunscrição. 
No período compreendido entre a homologação da convenção partidária, quando 
há a efetiva escolha do sujeito como candidato, até a diplomação dos eleitos 
(memento em que se encerra o período eleitoral), o Juiz Eleitoral ficará 
impedido de atuar caso seja cônjuge ou parente até o 2º grau de 
candidato a cargo político-eletivo na circunscrição. 
Em síntese... 
 
2.3 - Quórum qualificado no TRE 
O art. 28, §§ 4º e 5º, do CE, traz algumas hipóteses em que o quórum de 
julgamento será qualificado. 
E o que é quórum qualificado? 
Para julgamento de determinado processo por intermédio de quórum qualificado 
é necessário a presença de todos os membros do TRE e o voto da maioria 
absoluta dos membros do Tribunal. Como nossos tribunais eleitorais possuem 
sete membros, é necessário o voto de, pelo menos, quatro membros, desde que 
todos os 7 membros estejam presentes na sessão. 
Temos que, para a votação das matérias elencadas no §4º, será necessária a 
presença de todos os membros do TRE. Por decorrência disso, serão necessários 
quatro votos para deliberação. É muito importante memorizar quais as ações que 
sujeitam-se ao quórum qualificado. Assim... 
da homologação da 
convenção partidária
Õ IMPEDIMENTO Ö
diplomação dos eleitos
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2.4 - Prazos referentes ao registro da candidatura 
O CE, nos art. 93, caput e §§ 1º e 2º, trouxe regras novas quanto à data limite 
para requerer o registro do candidato na Justiça Eleitoral. Sabemos que a 
convenção se realizará entre 20.07 e 05.08. Nos dias seguintes, os partidos 
políticos ou candidatos deverão promover o registro perante a Justiça Eleitoral. 
Assim... 
 
Além disso, o §1º disciplina que os pedidos de registro de candidatura devem ser 
julgados e as decisões publicadas nas instâncias ordinárias até 20 dias da data 
GDV�HOHLo}HV��$R�VH�UHIHULU�D�³LQVWkQFLDV�RUGLQiULDV´��H[LJH-se que o julgamento 
ocorra apenas perante o Juiz Eleitoral e perante o TRE, não sendo necessário o 
julgamento perante o TSE até 20 dias antes das eleições. 
Assim... 
QUÓRUM 
QUALIFICADO
quórum de instalação
7
quórum de votação
4
matérias
ações que importem 
cassação de registro
ações que implicam a 
anulação geral de 
eleições 
ação de levem a perda 
de diplomas
PRAZO PARA REQUERER 
REGISTRO DA 
CANDIDATURA
até as 19h do dia 15.08 
do ano em que se 
realizarem as eleições
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Por fim, o §2º prevê que as convenções devem ser realizadas até o dia 05.08 do 
ano eleitoral. 
2.5 - Sistema Eleitoral: votação nominal mínima 
A eleição pelo sistema proporcional envolve um cálculo complexo que é fundado 
em duas fórmulas básicas: 
 ܳݑ݋ܿ݅݁݊ݐ݁�ܧ݈݁݅ݐ݋ݎ݈ܽ ൌ � ܰï݉݁ݎ݋�݀݁�ܸ݋ݐ݋ݏ�ܸž݈݅݀݋ݏ�ሺܿܽ݊݀݅݀ܽݐ݋ݏ ൅ ݈݁݃݁݊݀ܽሻܰï݉݁ݎ݋�݀݁�ܸܽ݃ܽݏ�ܱ݂݁ݎݐܽ݀ܽݏ 
 ܳݑ݋ܿ݅݁݊ݐ݁�ܲܽݎݐ݅݀žݎ݅݋ ൌ � ܰ ?�݀݁�ܸ݋ݐ݋ݏ�݀݋�݌ܽݎݐ݅݀݋ ൅ ܰ ?�݀݁�ܸ݋ݐ݋ݏ�ܽ݌݁݊ܽݏ�݊ ܽ�ܮ݁݃݁݊݀ܽܳܧ 
 
Assim, primeiro calcula-se o QE e após, com a fixação do QP, é possível definir o 
número de candidatos que determinado partido ou coligação elegerá. 
Agora, com a Lei nº 13.165/2015, para que esses candidatos possam ser 
escolhidos deverão obter, no mínimo, 10% do valor encontrado no QE. Por 
exemplo, se o QE atingir 100.000, será necessário que o candidato obtenha 
10.000 votos. 
De acordo com o art. 108, do CE, os lugares não preenchidos, em razão da 
exigência de votação nominal mínima, serão distribuídos segundo o cálculo das 
sobras que podem ser representados pela fórmula da média, de modo que o 
partido que obtiver a maior média preencherá os cargos restantes. 
Se o número de vagas não for suficiente para distribuir as vagas remanescentes, 
porque todos os candidatos restantes de todos os partidos e coligações não 
obtiverem a votação nominal mínima, serão aplicadas duas regras 
complementares. Essas regras estão declinadas no art. 109, do CE. 
Assim... 
ª REGRA PRINCIPAL PARA DISTRIBUIÇÃO DAS SOBRAS ܯ±݀݅ܽ ൌ � ܰ ?�݀݁�ܸ݋ݐ݋ݏ�݀݋�ܲܽݎݐ݅݀݋ܳܲ ൅ ? 
ª REGRAS ESPECÍFICAS 
1ª REGRA: Se houver mais de uma vaga, procede-se novamente a operação 
acima para distribuição das demais vagas e, assim, sucessivamente. 
2ª REGRA: Por fim, determina-se que se os candidatos classificados na 
ordem remanescente não obtiverem o mínimo de 10% do quociente 
JULGAMENTO (E PUBLICAÇÃO) 
DOS PEDIDOS DE REGISTRO DE 
CANDIDATURA
até 20 dias da data das eleições 
perante o Juiz Eleitoral e perante o 
TRE (não abrange o TSE)
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eleitoral, a vaga será destinada ao candidato cujo partido tiver a maior 
média. 
Uma vez definida a que partido/coligação caberá a vaga, o preenchimento será 
efetuado de acordo com a ordem de votação recebida pelos candidatos. 
Além disso, somente poderá participar da distribuição das vagas remanescentes 
o partido que obteve quociente eleitoral. Por exemplo, se no cálculo obtivemos 
QP = 0,89. Como a fração é desconsiderada, o QP = 0. Afirma-se, nesse caso, 
que o partido não obteve quociente e não poderá participar da distribuição das 
vagas remanescentes. Para que tenha direito a participar da distribuição das 
vagas remanescentes é necessário que o partido obtenha, pelo menos, QP = 1. 
Para finalizar as regras alteradas pela Lei nº 13.165/2015 em relação a esse 
tema, fixa-se no art. 112, do CE, o qual destaca que, para a definição dos 
suplentes dos deputados federais e estaduais e dos vereadores, não será 
necessária a observação da votação nominal mínima. 
2.6 - Renovação das eleições majoritárias por 
julgamento em ação eleitoral 
O art. 224, do CE, estabelece hipótese de nulidade da votação, que podem 
implicar a renovação do pleito eleitoral. A hipótese que tradicionalmente 
conhecemos é aquela na qual há declaração de nulidade em mais de 50% dos 
votos. Em tais hipóteses, a Justiça Eleitoral designará novo pleito entre 20 e 40 
dias. 
Agora, com as alterações promovidas pela Lei nº 13.165/2015, foram fixadas 
hipóteses específicas de renovação das eleições, que serão determinadas não 
pela nulidade dos votos, mas por vícios na candidatura às eleições majoritárias. 
Essas regras vêm estabelecidas no art. 224, §§ 3º e 4º, do CE. 
O que esse dispositivo fez, em verdade, é criar nova hipótese de renovação das 
eleições no Brasil, em três situações: 
x indeferimento do registro; 
x cassação do diploma; e 
x perda do mandato. 
Nessas três hipóteses, após a decisão transitar em julgado, será determinada 
a realização de novas eleições para os cargos majoritários, 
independentemente do número de votos anulados. 
Além disso, devemos nos atentar para a renovação do pleito que poderá 
ocorrer de forma direta ou indireta. As eleições serão: 
ª INDIRETAS (ou seja, realizada pelas Casas Legislativas) Æ quando 
restar menos de seis meses de mandato; e 
Aqui o legislador entendeuque o período de mandato é pequeno, não 
justificando o dispêndio financeiro para a realização de novo processo 
eleitoral. 
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ª DIRETAS (ou seja, escolhida pelos cidadãos) ± se restar tempo de 
mandato que seja igual ou superior a seis meses. 
Assim... 
 
2.7 - Voto em Trânsito 
Em relação ao voto em trânsito, nós tivemos uma verdadeira reformulação com 
a Lei nº 13.165/2015. Antes, a modalidade de votação era possível apenas para 
as eleições presidenciais. Agora, o voto em trânsito foi ampliado para abranger 
todos os cargos das eleições gerais. 
O voto em trânsito ocorrerá apenas em urnas específicas, as quais serão 
instaladas nas capitais e em municípios com mais de 100.000 habitantes. 
Logo... 
 
RENOVAÇÃO DAS 
ELEIÇÕES 
MAJORITÁRIAS
CASO DE
indeferimento do 
registro
cassação do 
diploma
perda de mandatoapós o trânsito em julgado
independem do 
número de votos 
anulados
apenas para os 
cargos majoritários
as eleições serão
diretas
caso haja 6 ou 
mais meses de 
mandato
indiretas
caso haja menos 
de 6 meses de 
mandato
ONDE VOTAR EM 
TRÂNSITO
em urnas específicas 
que serão instaladas
nas capitais
em cidades com mais 
de 100 mil habitantes
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Para que o eleitor possa votar em trânsito, a Lei nº 13.165/2015 trouxe inúmeras 
regras específicas. Vejamos: 
ª 1ª REGRA: para poder votar em trânsito é necessário requerer à Justiça 
Eleitoral no prazo de 45 dias e indicar o local onde estará no dia das 
eleições. 
ª 2º REGRA: essa regra divide-se em duas: para aqueles que estiverem no 
Estado de domicílio, mas fora do município onde vota; e para aqueles que 
estiverem fora do Estado de domicílio. 
¾ FORA DO MUNICÍPIO E DO ESTADO DE DOMICÍLIO: nesse caso o eleitor 
somente poderá votar para as eleições de Presidente e vice-
Presidente da República. 
¾ FORA DO MUNICÍPIO, MAS NO ESTADO DE DOMICÍLIO: nesse caso o 
eleitor poderá votar para todos os cargos das eleições gerais. 
Em forma de esquema, temos: 
 
Essas são as regras gerais relativas às eleições em trânsito. O §2º, abaixo citado, 
permite também o voto em trânsito para os membros das Forças Armadas, 
órgãos de segurança pública (polícia federal; polícia rodoviária federal; polícia 
ferroviária federal; polícias civis; polícias militares e corpos de bombeiros 
militares) e guardas municipais. Essas pessoas poderão votar em trânsito, caso 
estejam em serviço. 
Para viabilizar o voto em trânsito do pessoal que trabalha com a segurança 
pública, o §3º, do art. 233-A, do CE, prevê que a Justiça Eleitoral deverá ser 
informada, com antecedência de 45 dias antes da data das eleições, sobre quais 
membros e servidores estarão em serviço no dia das eleições. 
Para a prova... 
É ADMISSÍVEL O 
VOTO EM TRÂNSITO 
PARA OS SEGUINTES 
CARGOS:
ESTADO DE 
DOMICÍLIO MAS 
FORA DO MUNICÍPIO
Presidente e vice-Presidente 
da República
Governador e vice-
Governador
Senador
Deputado Federal
Deputado Estadual
FORA DO ESTADO E 
DO MUNICÍPIO DE 
DOMICÍLIO
Presidente e vice-Presidente 
da República
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2.8 - Propaganda Eleitoral 
Em relação ao assunto propaganda eleitoral, a maior parte da disciplina alterada 
pela Lei nº 13.165/2015 consta da Lei das Eleições. No Código Eleitoral há apenas 
um único dispositivo, que fixa a data a partir de quando é possível ocorrer a 
propaganda eleitoral. Para fins de prova, devemos lembrar... 
 
Dito de outro modo, a propaganda eleitoral poderá ser realizada no dia 16 de 
agosto. Isso significa que, no dia 15 de agosto, a veiculação de atos de 
propaganda constitui propaganda eleitoral antecipada, capaz de gerar 
consequências, como multas, por exemplo. 
2.9 - Efeitos dos Recursos: devolutivo e suspensivo 
Relembrando... 
VOTO EM TRÂNSITO NA 
ÁREA DE SEGURANÇA 
(se estiverem em serviço)
abrange
os membros das Forças 
Armadas
órgãos de segurança 
pública (polícia federal; 
polícia rodoviária federal; 
polícia ferroviária federal; 
polícias civis; polícias 
militares e corpos de 
bombeiros militares)
guardas municipais
depende
de o órgão informar a 
Justiça Eleitoral com 
antecedência de 45 dias
ADMITE-SE A PROPAGANDA 
ELEITORAL
a partir do dia 15 de agosto do 
ano eleitoral
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O Código Eleitoral é claro em estabelecer que RV� UHFXUVRV� ³não terão efeito 
suspensivo´� 
Há, contudo, uma exceção trazida pela Lei nº 13.165/2015, que estabelece que 
o recurso ordinário terá efeito suspensivo. 
Assim... 
 
Além disso, a reforma eleitoral trouxe outras duas regras específicas: 
ª No julgamento dos feitos, o Tribunal dará preferência ao julgamento de 
recursos, exceto os processos de habeas corpus e de mandado de 
segurança. 
ª A execução de qualquer acórdão será feita imediatamente, por meio de 
comunicação por ofício, telegrama, ou, em casos especiais, a critério do 
presidente do Tribunal, por meio de cópia do acórdão. 
EFEITO 
DEVOLUTIVO 
presente em todos os recursos e significa 
a devolução da matéria recorrida ao 
órgão jurisdicional superior para 
reanálise
EFEITO 
SUSPENSIVO 
reporta aos efeitos da sentença 
recorrida, se a decisão recorrida poderá 
ser aplicada desde logo, ou se é 
necessário aguardar a decisão dos 
recursos para que possa produzir efeitos.
RECURSO 
ORDINÁRIO COM 
EFEITO 
SUSPENSIVO
cabimento
do Juiz Eleitoral 
para o TRE
do TRE para o 
TSE
nas hipóteses 
de:
cassação de 
registro
afastamento do 
titular
perda de 
mandato eletivo
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2.10 - Prova testemunhal em processos que levem à 
perda de mandato 
Para finalizar o estudo das alterações promovidas pela Lei nº 13.165/2015 no 
Código Eleitoral é importante analisarmos o art. 368-A. Vejamos, inicialmente, a 
literalidade do dispositivo: 
Art. 368-A. A prova testemunhal singular, quando exclusiva, não será aceita nos processos 
que possam levar à perda do mandato. 
A regra é simples, dada a fragilidade da prova testemunhal, o legislador decidiu, 
por bem, fixar que um único testemunho não será aceito para fins de decreto de 
perda de mandato, quando não houver outras provas no bojo do processo. 
Lembre-se: 
 
3 - Alterações promovidas pela Lei nº 13.165/2015 
na Lei das Eleições 
3.1 - Momento de Realização da Convenção 
A primeira alteração relevante trazida pela Lei nº 13.165/2015 à Lei das Eleições 
é a fixação do período para a realização das convenções partidárias. 
Durante a realização das convenções partidárias são tomadas duas decisões 
importantes: 
ª escolha dos candidatos; e 
ª deliberação sobre as coligações. 
O período de realização das convenções será de 20 de julho a 05 de agosto do 
ano eleitoral. 
 
ÚNICO TESTEMUNHO NÃO CONSTITUI MATERIAL 
PROBATÓRIO SUFICIENTE PARA DECRETAR A PERDA 
DE MANDATO POLÍTICO-ELETIVO
MOMENTO DA CONVENÇÃOE 
DELIBERAÇÃO QUANTO ÀS 
COLIGAÇÕES
20.07 a 05.08
redige-se uma ata
a ata deve ser rubricada pela 
Justiça Eleitoral
a ata deve ser publicada em 24 
horas
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3.2 - Período mínimo de domicílio e filiação partidária 
Outra alteração importantíssima na legislação eleitoral é o tempo mínimo de 
filiação partidária. O preenchimento das condições de elegibilidade é o que 
confere capacidade eleitoral passiva ao cidadão, habilitando-o a participar das 
eleições. 
Entre as diversas condições de elegibilidade, previstas na Constituição e na 
legislação infraconstitucional, duas delas possuem importância para nós: filiação 
partidária e domicílio eleitoral na circunscrição. 
Para concorrer a cargos político-eletivos, a pessoa deve possuir domicílio 
registrado na circunscrição pela qual irá concorrer pelo período mínimo de 1 ano. 
Por exemplo, se o cidadão deseja concorrer ao cargo de Governador do Estado 
de São Paulo, deve possuir domicílio eleitoral em alguma das Zonas Eleitorais do 
Estado de São Paulo, pelo período mínimo de 1 ano. 
Do mesmo modo, para concorrer às eleições pelo nosso sistema eleitoral é 
necessário estar filiado a um partido político. Em face dessa regra, conclui-se 
impossível a candidatura nata ou avulsa. Ou seja, para concorrer às eleições, o 
cidadão deve estar filiado e, além disso, ser escolhido em convenção partidária. 
Para nós interessa o tempo mínimo de filiação. De acordo com o art. 9º da Lei 
das Eleições, recentemente alterado pela Lei nº 13.165/2015, o tempo mínimo 
de filiação partidária é de seis meses. No exemplo acima, além de domicílio 
eleitoral na circunscrição, o cidadão deverá possuir filiação partidária pelo período 
mínimo de seis meses pelo partido no qual irá concorrer. 
Assim... 
 
3.3 - Número de candidatos por partidos/coligações 
Outro assunto recentemente alterado pela Lei nº 13.165/2015 é o número de 
candidatos que cada partido poderá indicar para as eleições aos mais diferentes 
cargos político-eletivos. 
Regras para a escolha do número de candidatos aos cargos do Poder 
Executivo 
Cada partido ou coligação poderá indicar um único candidato para o cargo de 
Presidente, de Governador e de Prefeito (com os respectivos vices). 
FILIAÇÃO PARTIDÁRIA 6 meses
DOMICÍLIO ELEITORAL NA 
CIRCUNSCRIÇÃO 1 ano
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Regras para a escolha do número de candidatos ao cargo de Senador 
da República 
Cada Estado membro é representado por 3 senadores para mandato de 8 anos. 
Desse modo, a cada 4 anos haverá a renovação do quadro de senadores. Num 
ano há a eleição de 2, passados 4 anos, haverá a eleição 1 Senador. Vejamos: 
2014 1 Senador eleitor 
2018 2 Senadores serão eleitos 
2022 1 Senador será eleito 
e assim sucessivamente 
Desse modo, nos anos em que houver a eleição de 2 Senadores, o partido 
ou coligação indicará 2 candidatos. No ano em que houver a eleição de 
apenas 1 Senador, o partido ou coligação indicará apenas 1 candidato a 
Senador. 
Regras para escolha do número de Deputados Federal, Distrital e 
Estadual 
Em relação aos cargos de Deputados (Federais e Estaduais), cada partido ou 
coligação poderá indicar vários candidatos, conforme veremos adiante. São 
estabelecidos percentuais em razão do número vagas e entre os cargos de 
Deputados Federais. 
ª PARA CASAS LEGISLATIVAS COM MAIS DE 12 VAGAS A DEPUTADO FEDERAL 
Cada partido ou coligação poderá indicar até 150% o número de lugares a 
preencher para os cargos de Deputado Federal, de Deputados Estaduais e 
Distritais. 
ª PARA CASAS LEGISLATIVAS COM 12 OU MENOS VAGAS A DEPUTADO FEDERAL 
CARGO DE 
PRESIDENTE/VICE
1 candidato 
(partido ou 
coligação)
CARGO DE 
GOVERNADOR/VICE
1 candidato 
(partido ou 
coligação)
CARGO DE 
PREFEITO/VICE
1 candidato 
(partido ou 
coligação)
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Cada partido ou coligação poderá indicar até 200% o número de lugares a 
preencher para os cargos de Deputado Federal, de Deputados Estaduais e 
Distritais. 
Regras para a escolha do número de Vereadores 
Podemos distinguir duas regras para a definição do número de vagas para 
vereador: 
ª 1º REGRA: TANTO PARTIDOS COMO COLIGAÇÕES podem indicar até 
150% do número de vagas existentes para os cargos da Câmara Municipal 
com mais de 100.000 eleitores. 
ª 2º REGRA: quando o número de eleitores for igual ou inferior a 100.000 
eleitoral temos duas regras, uma para os partidos, outra para as coligações: 
ƒ PARTIDOS podem indicar até 150% do número de vagas existentes 
para o cargo de vereador (permanece o mesmo da regra acima). 
ƒ COLIGAÇÕES podem indicar até 200% do número de vagas 
existentes para o cargo de vereador. 
3.4 - Preenchimento de vagas remanescentes 
Os partidos devem definir seus candidatos na realização das convenções. Nesse 
ato devem observar os parâmetros acima para definição do número de 
candidatos. 
Contudo, caso nas convenções não sejam indicados todos os candidatos 
possíveis, a Lei das Eleições fixa um prazo final, pelo qual os órgãos partidários 
poderão indicar os candidatos às vagas remanescentes. 
Caso as convenções NÃO indiquem o número máximo de candidatos 
permitido, os órgãos de direção dos partidos respectivos poderão 
preencher as vagas remanescentes ATÉ TRINTA DIAS ANTES DO PLEITO. 
Atenção ao prazo, uma vez que antes da Lei nº 13.165/2015 era de 60 dias, 
agora é de 30, apenas! 
São duas informações fundamentais: 
ª indicação pelos órgãos de direção dos partidos; e 
ª prazo de 30 dias a contar da data das eleições. 
3.5 - Prazo limite para registro de candidatos 
escolhidos em convenção 
O art. 11, da LE, foi alterado pela Lei nº 13.165/2015. Assim, de 5 julho, a data 
limite para os partidos ou coligações registrarem os candidatos escolhidos é até 
as 19 horas do dia 15 de agosto do ano eleitoral. 
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3.6 - Condições de Elegibilidade: idade mínima 
Outra alteração importantíssima trazida pela Lei nº 13.165/2015 é uma regra 
específica para a aferição da idade mínima para o cargo de vereador. 
A regra para aferição da idade mínima é a data da posse. Assim, caso a pessoa 
deseje concorrer ao cargo de Presidente e vice-Presidente da República, deve 
possuir, até a data da posse, que ocorre em 1º de janeiro do ano seguinte ao das 
eleições, a idade de 35 anos. 
As faixas de idade mínima são estabelecidas no art. 14, §3º, da CF. Em relação 
ao cargo de Vereador, a CF prevê a idade de 18 anos para disputar o cargo. Nesse 
caso, por força da Lei nº 13.165/2015, a idade mínima será aferida com base na 
data do registro de candidatura. Antes da reforma, era possível um adolescente 
de 17 anos concorrer ao cargo de vereador, desde que ele atingisse 18 até 1º de 
janeiro do ano seguinte. Com a nova regra, e necessário ter 18 anos na data do 
registro da candidatura perante a Justiça Eleitoral. Como sabemos, o prazo limite 
para registro é até o dia 15 de agosto. Portanto, o sujeito deve possuir, até o dia 
15 de agosto, 18 anos, caso contrário é inelegível. 
Desse modo, para fins de prova devemos memorizar o quadro abaixo: 
IDADE 
MÍNIMA 
CARGOSMOMENTO DE 
AFERIÇÃO 
35 anos 
ª Presidente e Vice-Presidente 
ª Senador 
data da posse 
30 anos 
ª Governador e Vice-Governador de Estado e do 
Distrito Federal 
21 anos 
ª Deputado Federal 
ª Deputado Estadual ou do Distrito Federal 
ª Prefeito e Vice-Prefeito 
ª Juiz de paz 
18 anos ª Vereador data do registro da candidatura 
3.7 - Prazo para Julgamento dos Pedidos de Registro 
No art. 16, a Lei nº 13.165/2015 trouxe mais algumas alterações. Prevê o 
dispositivo que, ATÉ 20 DIAS ANTES DAS ELEIÇÕES, os TREs enviarão ao TSE 
PRAZO PARA 
REGISTRAR 
CANDIDATOS PERANTE 
A JUSTIÇA ELEITORAL
até as 19 horas do 
dia 15 de agosto do 
ano eleitoral
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a relação dos candidatos sob sua competência, com referência ao sexo e ao cargo 
para o qual concorrer. 
Além disso, até essa data, todos os pedidos de registro devem estar 
julgados nas instâncias ordinárias, inclusive aqueles que forem objeto de 
impugnação. Para tanto, a Justiça Eleitoral deverá conferir prioridade em 
relação aos demais processos judiciais, àqueles que envolvam o registro de 
candidatos. 
Essas regras estão no art. 16, da Lei das Eleições, e também foram alteradas 
pela Lei nº 13.165.2015. Duas informações são importantes para fins de prova: 
1ª ± o prazo! 
A redação anterior previa o período de 45 dias para o envio das informações 
ao TSE. Agora, esse prazo passou para 20 dias. 
2ª ± o julgamento nas instâncias ordinárias. 
Isso significa dizer que os pedidos de registros de candidatura devem estar 
julgados pelo Juiz Eleitoral e pelo TRE quando for o caso. NÃO abrange, 
portanto, eventuais recursos ao TSE. 
3.8 - Gastos de Campanha 
Arrecadação 
As despesas de campanha eleitoral serão realizadas sob responsabilidade dos 
partidos e dos candidatos, conforme disciplina o art. 17, da Lei das Eleições. 
Limites 
Com a nova redação conferida aos dispositivos da LE, atribuiu-se ao TSE o dever 
de fixar, por intermédio de Resoluções, os limites de gastos. Houve uma 
simplificação da legislação, que não declina mais os limites de gastos de 
campanha, apenas estabelece alguns parâmetros. 
A fim de viabilizar o controle pelo poder Judiciário dos gastos de campanha e com 
o objetivo de evitar abusos, haverá prestação de contas. Devem ser incluídos 
como gastos de campanha, não apenas as despesas efetuadas pelos candidatos, 
mas também os recursos que o partido utilizar para a campanha de seus 
candidatos, cujos valores puderem ser individualizadas. 
Assim... 
 
DEVEM SER 
CONTABILIZADOS COMO 
GASTOS DE CAMPANHA
despesas efetuadas pelos 
candidatos
despesas efetuadas pelo partidos 
políticos para a campanha dos seus 
candidatos, que puderem ser 
individualizadas
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Outro parâmetro estabelecido pela LE ± com redação dada pela Lei nº 
13.165/2015 ± é o art. 18-B, que estabelece multa pelo descumprimento das 
normas que limitam os gastos de campanha. 
Caso o partido, ou o candidato, utilize de recursos para além dos limites 
estabelecidos será aplicada multa no importe de 100% do valor que ultrapassar. 
Além disso, o candidato envolvido poderá sofrer investigação judicial eleitoral 
(AIJE) conforme regras próprias da Lei de Inelegibilidade. 
Assim... 
 
Administração Financeira da Campanha e Responsabilidade 
Cuidar dos gastos efetuados em campanha é responsabilidade direta do 
candidato. Ele é quem determinará qual o destino dos valores recebidos. 
Com a nova sistemática adotada pela Lei nº 13.165/2015, os recursos 
repassados pelo partido político, pelo Fundo Partidário ou pelas doações de 
pessoas físicas serão efetuados pelo candidato de forma direta ou com o auxílio 
de uma pessoa, que atuará como um gestor financeiro de campanha. 
Quando houver a constituição do gestor financeiro, tanto o candidato como a 
pessoa por ele indicada serão solidariamente responsabilizadas pela veracidade 
das informações financeiras e contábeis. 
 
Naturalmente, se o candidato não indicar alguém para lhe auxiliar na 
administração dos gastos, ele será direta e unicamente responsável pelas 
informações financeiras e contábeis da campanha. 
Conta de Campanha 
Para administrar a campanha, o candidato deverá abrir uma conta bancária 
específica. Toda a movimentação deve transitar pela conta bancária específica, 
com a exceção de recursos que sejam aplicados diretamente pelos partidos 
DESCUMPRIMENTO 
DOS LIMITES
multa em 100% do 
valor ultrapassado
possibilidade de 
condenação em AIJE
RESPONSÁVEIS SOLIDARIAMENTE PELA VERACIDADE DAS 
INFORMAÇÕES FINANCEIRAS E CONTÁBEIS
candidato pessoa escolhida pelo candidato para administração financeira da campanha
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políticos. Inclusive os recursos do próprio candidato na campanha eleitoral devem 
ser depositados na conta específica. 
Em vista da obrigatoriedade de constituição de conta bancária específica, o §1º 
traz algumas obrigações aos bancos. São elas: 
 
A exigência de abertura de conta será excepcionada em uma única hipótese. 
Antes da Lei nº 13.165/2015 não seria necessário abrir contas específicas para 
as eleições municipais em cidades com menos de 20.000 eleitores. Essa regra, 
contudo, FOI REVOGADA, pela reforma eleitoral. Agora temos uma única 
exceção. 
Lembre-se: 
SOMENTE NÃO SERÁ NECESSÁRIO ABRIR CONTA ESPECÍFICA PARA A 
COMPANHA PARA AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS QUANDO NÃO HOUVER 
AGÊNCIA BANCÁRIA NO MUNICÍPIO. 
CNPJ 
O art. 22-A, da LE, introduzido por intermédio da Lei nº 12.034/2009 e alterado 
pela Lei nº 13.165/2015, determinou que candidatos inscrevam um CNPJ. 
Ao contrário do que poderíamos imaginar, esse CNPJ não será fornecido 
diretamente pelo Ministério da Fazendo, mas pela Justiça Eleitoral. A Justiça 
Eleitoral manterá um convênio com a Receita Federal para registro dos CNPJs dos 
candidatos. 
Para fins de prova é fundamental memorizar o prazo que a Justiça Eleitoral tem 
para fornecer o número do cadastro. 
 
Após a obtenção do cadastro, os candidatos poderão promover a arrecadação e 
as despesas. 
Doações 
Todos os valores arrecadados devem ser contabilizados por intermédio de recibos 
eleitorais, considerados documentos oficiais e obrigatórios. 
‡Abrir conta específica no prazo de 3 dias, sem tarifamento.
‡Identificar depósitos com CPF do doador.
‡Encerrar a conta com o término das eleições transferindo os saldos para o 
órgão de direção do partido.
DEVER ATRIBUÍDO AOS BANCOS
PRAZO PARA A JUSTIÇA 
ELEITORAL FORNECER O CNPJ 
AO CANDIDATO
3 dias
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Doações de Pessoas Físicas e do próprio Candidato 
Neste primeiro caso incluem-se os valores recebidos por pessoas naturais e os 
recursos destinados pelo próprio candidato. Os recursos doados por pessoas 
naturais quaisquer se limitam ao percentual de 10% sobre o valor BRUTO 
auferido no ano anterior. Cuidem que o valor base para o cálculo do percentual 
incide sobre o valor bruto, o que engloba, por exemplo, valores a título de 
previdência, imposto de renda retido na fonte etc. 
Já em relação aos recursos próprios, o limite de gastos será fixado pelopróprio 
TSE juntamente com a Receita Federal, conforme disciplina o caput do art. 24-C, 
da LE: 
 
 
Essas doações serão feitas por intermédio de recibo, com exceção de alguns 
gastos que são dispensados de comprovação. Para que vocês procurem 
memorizar, lembre-se que as doações devem ser efetuadas mediante recibo, 
exceto nas hipóteses abaixo: 
 
Se o limite de doação for ultrapassado, APLICA-SE PENALIDADE DE MULTA, 
em valor entre cinco e 10 vezes a quantia excedida. 
Para a prova... 
 
LIMITE DE 10% SOBRE O 
RENDIMENTO BRUTO NO ANO 
ANTERIOR APLICA-SE
Às pessoas físicas quaisquer.
LIMITE APURADO ANUALMENTE 
PELO TSE E PELA RECEITA 
FEDERAL
Aos gastos efetuados pelo próprio 
candidato.
‡Cessão de bens móveis com valor limitado a R$ 4.000,00.
‡Doações estimáveis em dinheiro entre candidatos ou partidos, decorrentes do 
uso comum de sedes e de materiais de propaganda eleitoral, cujo gasto deverá 
ser registrado na prestação de contas do responsável pelo pagamento da 
despesa.
AS DOAÇÕES DEVE SER FEITAS MEDIANTE 
APRESENTAÇÃO DE RECIBO, EXCETO:
DOAÇÃO POR PESSOA 
FÍSICA ACIMA DO 
LIMITE (10% da renda 
bruta)
MULTA 5 a 10 vezes a quantia em excesso
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O §4º, do art. 23, prevê a forma como devem ser realizadas as doações. Para a 
prova, é suficiente memorizar o esquema abaixo: 
 
Lembre-se: cheques devem ser CRUZADOS e NOMINAIS. 
 
Para finalizarmos o dispositivo é necessário sabermos da regra contida no §7º, 
segundo a qual é possível, às pessoas físicas em geral, franquear a utilização de 
bens móveis ou imóveis, cujo valor não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00. 
Decore: 
 
Muita atenção a esse quadro acima porque antes da Lei nº 13.165/2015 o 
limite era de R$ 50.000,00. AGORA É DE R$ 80.000,00. 
Doações de outros candidatos 
É lícita a doação de recursos de um candidato para outro, desde que 
sejam observados os limites constantes do art. 23, §1º, da LE. Ou seja, o 
Q
U
A
N
T
O
 À
 F
O
R
M
A
 D
A
 D
O
A
Ç
Ã
O
 
P
O
R
 P
E
S
S
O
A
 F
ÍS
IC
A
cheques cruzados e nominais
transferência eletrônica
depósitos devidamente identificados
mecanismos disponíveis no site no candidato, desde que com 
identificação do doador e emissão de recibo
VEDAM-SE 
DOAÇÕES (do 
registro da 
candidatura às 
eleições)
em espécie
troféus
prêmios
ajudas
PERMITE-SE QUE PESSOAS FÍSICAS PERMITAM A 
UTILIZAÇAÕ PARA FINS DE CAMPANHA DE BENS 
MÓVEIS E IMÓVEIS CUJO VALOR NÃO ULTRAPASSE R$ 
80.000,00
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candidato poderá doar a outro candidato valores desde não exceda 10% dos 
rendimentos brutos do ano anterior em relação ao candidato doador. 
Aplicação ou distribuição de recursos de partido político 
O partido político tem diversas fontes de receitas. Estuda-se na Lei dos Partidos 
Políticos que as agremiações podem receber recursos do Fundo Partidário, 
doações e promoção de eventos e venda de bens e produtos, decorrentes de 
investimentos e de aplicações financeiras. 
Esses recursos poderão ser distribuídos, em ano eleitoral, para as campanhas nos 
termos do art. 39, §5º, da Lei dos Partidos Políticos. 
3.9 - Fontes Vedadas 
O art. 24, da LE, traz inúmeras hipóteses de recursos que não podem ser 
recebidos pelos candidatos ou pelo partido político. Para a nossa prova não há 
outra alternativa a não ser procurar memorizar as hipóteses trazidas no 
dispositivo. 
 
Devemos nos atentar, também, para a exceção prevista no §1º do dispositivo 
acima: 
 
Os §§ 2º e 3º foram acrescentados pela Lei nº 13.165/2015, mas vetados pela 
Presidente. Já o §4º, também com redação dada pela Lei nº 13.165/2015, 
ARRECADAÇÃO VEDADA
entidade ou governo estrangeiro
órgão da Administração Pública 
concessionário ou permissionário de serviço público
entidade de direito privado beneficiária de contribuição compulsória 
entidade de utilidade pública
entidade de classe ou sindical
pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba recursos do exterior
entidades beneficentes e religiosas
entidades esportivas
organizações não-governamentais que recebam recursos públicos
organizações da sociedade civil de interesse público
NÃO SE INCLUEM OS RECURSOS DE COOPERATIVAS CUJOS 
COOPERADOS NÃO SEJAM CONCESSIONÁRIAS OU 
PERMISSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS, DESDE QUE NÃO 
ESTEJAM SENDO BENEFICIÁRIOS COM RECURSOS PÚBLICOS.
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prevê que o partido político ou o candidato não poderá ficar com valores das 
fontes vedadas (como vimos acima) ou de origem não identificada. Em tais 
situações, os valores deverão ser devolvidos, ou transferidos para o Tesouro 
Nacional, caso não seja possível a devolução. 
Os arts. 24-A e 24-B acrescentados pela Lei nº 13.165/2015 também foram 
vetados. O art. 24-C, como anunciamos acima, fixa o limite de gastos que os 
candidatos poderão empenhar na realização das campanhas. 
Para fins da definição desses valores, o TSE deverá consolidar uma série de 
informações que serão encaminhadas à Receita Federal nos termos dos §§ 
abaixo, cuja leitura é suficiente: 
Art. 24-C. O limite de doação previsto no § 1o do art. 23 será apurado anualmente pelo 
Tribunal Superior Eleitoral e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. 
§ 1º O Tribunal Superior Eleitoral deverá consolidar as informações sobre as doações 
registradas até 31 de dezembro do exercício financeiro a ser apurado, considerando: 
I - as prestações de contas anuais dos partidos políticos, entregues à Justiça Eleitoral até 
30 de abril do ano subsequente ao da apuração, nos termos do art. 32 da Lei no 9.096, de 
19 de setembro de 1995; 
II - as prestações de contas dos candidatos às eleições ordinárias ou suplementares que 
tenham ocorrido no exercício financeiro a ser apurado. 
§ 2º O Tribunal Superior Eleitoral, após a consolidação das informações sobre os valores 
doados e apurados, encaminhá-las-á à Secretaria da Receita Federal do Brasil até 30 de 
maio do ano seguinte ao da apuração. 
§ 3º A Secretaria da Receita Federal do Brasil fará o cruzamento dos valores doados com 
os rendimentos da pessoa física e, apurando indício de excesso, comunicará o fato, até 30 
de julho do ano seguinte ao da apuração, ao Ministério Público Eleitoral, que poderá, até o 
final do exercício financeiro, apresentar representação com vistas à aplicação da penalidade 
prevista no art. 23 e de outras sanções que julgar cabíveis. 
3.10 - Prestação de contas 
Outro tópico da Lei das Eleições que sofreu diversas modificações com a Lei nº 
13.165/2015 é o que trata da prestação de contas. 
Ao contrário da sistemática anterior, não há mais a constituição de comitês 
eleitorais. Logo, a responsabilidade por prestar as contas é do próprio candidato, 
tanto para as eleições proporcionais como para as majoritárias. 
Além da prestação de contas pelos candidatos temos, igualmente, a prestação de 
contas pelos partidos políticos e coligações. Referente ao tema, a LE, no art. 28, 
traz duas regras: 
1ª REGRA: os recursos recebidos em dinheiro pelos partidos/coligações e 
candidatos serão divulgados na internet no prazo de 72 HORAS. Essas 
informações devem conter: 
¾ indicação dos nomes dos doadores com CPF e CNPJ 
¾ valores doados 
2ª REGRA: no DIA15.09 do ano eleitoral deverá ser divulgado um relatório 
discriminado: 
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¾ das transferências do Fundo Partidário; 
¾ dos recursos em dinheiro; 
¾ dos valores estimáveis em dinheiro; e 
¾ dos gastos realizados. 
Todos esses valores recebidos devem ser comprovados mediante apresentação 
de recibos. Há, contudo, algumas exceções. 
 
Outra regra importante é a que disciplina a forma de lançamento dos dados 
contábeis, quando há transferência de recursos do partido para o candidato: 
 
Em regra, todos os candidatos, partidos e políticos devem apresentar as contas, 
com observância das regras acima. Paralelamente, a Lei nº 13.165/2015 instituiu 
o sistema simplificado de prestação de contas. 
Sistema simplificado de prestação de contas 
É adotado em duas situações: 
ª gastos não superiores a R$ 20.000,00. 
Para candidatos que movimentarem no máximo R$ 20.000,00. Essa regra 
específica, visa a facilitar a prestação de contas para eleições menores, pois 
geram grandes consequências, se irregulares. 
ª eleições municipais com menos de 50.000,00 eleitores. 
Essa regra abrange tanto a prestação de contas para os cargos a Prefeitos 
e vice-Prefeito como para os cargos de vereadores de cidades pequenas e 
tem por objetivo facilitar a apresentação das contas. 
Nesse sistema: 
‡Cessão de bens móveis com valor limitado a R$ 4.000,00.
‡Doações estimáveis em dinheiro entre candidatos ou partidos, decorrentes do
uso comum de sedes e de materiais de propaganda eleitoral, cujo gasto deverá
ser registrado na prestação de contas do responsável pelo pagamento da
despesa.
AS DOAÇÕES DEVE SER FEITAS MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE 
RECIBO, EXCETO:
TRANSFERÊNCIAS 
DOS PARTIDOS 
PARA OS 
CANDIDATOS
o partido deverá 
registrar como 
pagamento ao 
candidato
o candidato deverá 
registrar como 
recebimento do partido
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Para envio das contas, os candidatos devem observar dois prazos: um a ser 
aplicado na hipótese de as eleições ocorrerem em único turno; e outro que se 
aplica às eleições que ocorrerem em dois turnos. 
Assim... 
 
Essas contas serão processadas e analisadas pela Justiça Eleitoral. 
A Justiça Eleitoral poderá requisitar do candidato as informações adicionais 
necessárias, bem como determinar diligências para a complementação dos dados 
ou o saneamento das falhas. 
A Lei nº 13.165/2015 estabeleceu que as contas devem ser julgadas no prazo 
de 3 dias até a data da diplomação. Antes esse prazo era de 8 dias, portanto, 
atenção! 
Dessa decisão, prevê o art. 30, §5º, da LE, que a parte interessada poderá 
apresentar recurso para o órgão superior da Justiça Eleitoral no prazo de três 
dias. Por exemplo, nas eleições municipais (prefeito e vereador) as contas são 
julgadas pelo Juiz Eleitoral. Desse julgamento, as partes podem recorrerem ao 
TRE respectivo no prazo de três dias. 
Portanto... 
A PRESTAÇÃO DE CONTAS PELO 
SISTEMA SIMPLIFICADO DEVERÁ 
CONTER
identificação das doações recebidas e 
despesas realizadas (com nome e 
indicação do CPF/CNPJ e dos valores)
registro de eventuais sobras ou 
dívidas
SE AS ELEIÇÕES 
TERMINAREM 
NUM ÚNICO 
TURNO
a consolidação das contas deverá ser 
encaminhada à Justiça Eleitoral até o 30º dia 
após o pleito
SE AS ELEIÇÕES 
TERMINAREM EM 
SEGUNDO TURNO
a consolidação das contas deverá ser 
encaminhada à Justiça Eleitoral até o 20º dia 
após o pleito
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3.11 - Propaganda Eleitoral 
Propaganda eleitoral é um dos assuntos mais afetados pela reforma Eleitoral. A 
matéria vem disciplinada nos arts. 36 e seguintes da LE e sofreu diversas 
alterações com a Lei nº 13.165/2015. 
Período de realização 
A propaganda eleitoral poderá ser realizada do dia 16 de agosto do ano eleitoral 
até a data das eleições. 
 15.08 eleições 
REGISTRO DE 
CANDIDATURA 
PERÍODO ELEITORAL ELEIÇÕES 
até as 19h do dia 
15.08 
 
1º domingo de 
outubro 
* ou último, se 
houver 2º turno 
propaganda 
eleitoral 
antecipada 
propaganda eleitoral regular 
propaganda 
eleitoral 
extemporânea 
Referência ao vice ou ao membro suplente 
Aqui a alteração é pontual. Na propaganda aos cargos majoritários é necessário 
referir na propaganda eleitoral o nome do vice (para os cargos de Presidente, de 
Governador e de Prefeito) e do suplente (para o cargo de Senador da República). 
A Lei nº 13.165/2015 aumentou o tamanho do destaque conferido ao vice ou ao 
suplente. Antes da reforma eleitoral, o percentual era de 10%. AGORA PASSOU 
PARA 30%. ATENÇÃO! 
Hipóteses que não constituem propaganda eleitoral antecipada 
Toda propaganda realizada antes do dia 16 é considerada propaganda eleitoral 
antecipada. A LE, contudo, traz algumas hipóteses em que há referência direta 
ou indireta à pessoa pública, mas que, no entendimento do legislador, não 
constituem propaganda eleitoral antecipada. 
PRAZO PARA 
JULGAMENTO 
DAS CONTAS
até 3 dias da data da 
diplomação
PRAZO PARA 
RECURSO DA 
DECISÃO
3 dias a contar da 
publicação do Diário Oficial
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Desse modo, as hipóteses constantes do art. 36-A, da LE, ainda que realizadas 
fora do período em que a propaganda eleitoral é permitida (entre o dia 16 de 
agosto e as eleições), não configurará propaganda eleitoral antecipada. 
 
Além disso, é importante lembrar que é VEDADA a transmissão ao vivo por 
emissoras de rádio e de televisão das prévias partidárias, sem prejuízo da 
cobertura dos meios de comunicação social. 
Limites espaciais à propaganda 
ª LOCAIS PÚBLICOS 
No art. 37, da LE, são estabelecidas algumas limitações à propaganda. A 
veiculação de qualquer propaganda é vedada em dois casos: 
1. Bens públicos (seja diretamente pertencente ao Poder Público ou afetado 
por contratos públicos); e 
2. Bens de uso comum. 
O dispositivo é peremptório: VEDA-SE QUALQUER MODALIDADE DE 
PROGAGANDA (inclusive pichação, inscrição a tinta, exposição de placas, 
estandartes, cavaletes, faixas, bonecos e assemelhados). 
‡REFERÊNCIA À PRETENSA CANDIDATURA
‡EXALTAÇÃO DAS QUALIDADES PESSOAIS DOS PRÉ-CANDIDATOS.
‡Participação em entrevistas e em programas nos meios de comunicação de
massa, desde que o tratamento conferido seja isonômico.
‡Encontros, seminários e congressos em ambientes fechados, realizados pelos
partidos para discutir políticas públicas, processos eleitores, planos e governos,
alianças voltadas para as eleições.
‡Prévias partidárias e distribuição de material, nomes dos filiados que
participarão da disputa ou debates entre pré-candidatos.
‡Divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos
‡Manifestação e posicionamento pessoal sobre questões políticas.
‡Realização de reuniões pela sociedade civil, pela imprensa ou pelo partido para
divulgação de ideias, de objetivos e de propostas.
NÃO CONFIGURA PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA, DESDE QUE 
NÃO CONTENHA PEDIDO EXPLÍCITO DE VOTOS
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ª LOCAIS PRIVADOS 
A propaganda em bens privados observa dois princípios: PRINCÍPIO DA 
LIBERDADE DE EXPRESSÃO e PRINCÍPIO DA GRATUIDADE. A propaganda eleitoral em 
bens privados deve observar a legislação eleitoral, sendo veiculadas com as 
orientações que vimos no início acerca da indicação do nome, do número, dos 
partidos e dos coligações etc. Além disso, tais propaganda possuem uma 
limitação de tamanho de 0,5m² conforme alterações trazidas pela Lei nº 
13.165/2015. 
 
Conceito de carro de som 
A Lei das Eleições conceitua carro de som o veículo automotor que usa 
equipamento de som com potência nominal de amplificação de, no máximo, 
10.000 (dez mil) watts. 
Esse conceito foi alargado pela Lei nº 13.165/2015 para incluir também qualquer 
veículo, seja ele motorizado ou não e, inclusive, os tracionados por animais, que 
transitem divulgando jingles ou mensagens de candidatos. 
VEDA-SE EM 
BENS 
PÚBLICOS E 
DE USO 
COMUM
pichação
inscrição a 
tinta
exposição 
de placas
estandartesfaixas
cavaletes
bonecos
‡É PERMITIDA, EM REGRA, e não depende de licença ou de autorização.
‡DEVE OBSERVAR a legislação eleitoral.
‡DEVE POSSUIR, NO MÁXIMO, 0,5M².
PROPAGANDA ELEITORAL EM LOCAIS PRIVADOS
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Vedações às emissoras de rádio e TV após 05 de agosto de ano eleitoral 
O art. 45 traz uma série de vedações às emissoras em relação à programação 
normal com o encerramento do prazo para a realização das convenções. A partir 
de cinco de agosto de 2015 a legislação eleitoral estipula uma série de vedações. 
 
Além disso, a Lei nº 13.165/2015 trouxe uma inovação, contida no §1º do art. 
45, da LE. VEDA-SE a transmissão de programa apresentado ou 
comentado por pré-candidato a partir de 30 de junho do ano da eleição.
 
O candidato que violar a regra acima, além de sofrer multa, terá o registro 
cancelado. 
Debates 
Em relação aos debates eleitorais, tivemos algumas alterações importantes. A 
primeira delas é o número de Deputados Federais necessários par garantir o 
direito à participação nos debates. 
De acordo com o art. 46, da LE, se as emissoras realizarem debates eleitorais 
devem, NECESSARIAMENTE, assegurar a participação de candidato cujo 
partido tenha mais de nove representantes na Câmara dos Deputados. 
Assim, se o partido possui 10 ou mais Deputados Federais eleitos, a emissora 
deverá assegurar o direito de participação do candidato no debate, seja para os 
candidatos do partido a cargos majoritários ou proporcionais. Em relação aos 
CARRO DE SOM 
PARA A LE 
Veículo (automotor, motorizado ou não) que 
usa equipamento de som com potência nominal 
de amplificação de, no máximo, 10.000 (dez 
mil) watts (abrange carroças, bicicletas etc).
‡divulgar consulta popular de natureza eleitoral
‡veicular propaganda política
‡tratamento privilegiado a candidato, a partido ou a coligação
‡veicular, em seus programas, alusão ou crítica a candidato ou partido político,
ainda que de forma dissimulada
‡divulgar nome de programa que se refira a candidato escolhido em Convenção.
VEDA-SE ÀS EMISSORAS, A PARTIR DE 05 DE AGOSTO
VEDA-SE A 
TRANSMISSÃO DE 
PROGRAMA POR PRÉ-
CANDIDATO
a partir do dia 30 de 
junho do ano eleitoral
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demais partidos, com menor representação, compete à emissora decidir por 
chamá-los. 
 
Nos incisos do art. 46, a LE, fixa algumas regras relativas aos debates. 
ª PARA ELEIÇÕES MAJORITÁRIAS 
Os debates para cargos majoritários poderão ser realizadas com todos 
os candidatos ou em grupos de três candidatos. Quanto às regras que 
regerão a disputa, os candidatos devem se reunir e, de comum acordo, 
convencionar as regras. 
De acordo com a LE serão consideradas aprovadas as regras se houver a 
anuência de 2/3 dos candidatos, para a realização de debates em primeiro 
turno. Na hipótese de realização de segundo turno, havendo apenas dois 
candidatos, ambos os candidatos devem aprovar as regras. 
ª PARA ELEIÇÕES PROPORCIONAIS 
Em relação aos debates para os cargos proporcionais, é necessário 
assegurar a presença de número equivalente de candidatos a todos os 
partidos e coligações a um mesmo cargo eletivo, sendo possível o 
desdobramento do debate em várias partes por vários dias. 
Para a definição das regras que regerão o debate será necessária a 
aprovação por 2/3 dos partidos políticos participantes. 
Distribuição dos Horários de Propaganda no Rádio e na TV 
Aqui também tivemos diversas alterações na LE. Houve o encurtamento do tempo 
de rádio e de TV, seja em relação ao número de dias, seja em relação à extensão 
do horário político eleitoral. 
ª PROPAGANDA ELEITORAL EM BLOCO 
ª ELEIÇÕES MUNICIPAIS 
CARGO DIAS DA SEMANA 
MEIO/HORÁRIO 
RÁDIO TV 
Prefeito 2ª a sábado 
7:00 às 7:10 
12:00 às 12:10 
13:00 às 13:10 
20:30 às 20:40 
 ª ELEIÇÕES GERAIS/FEDERAIS (QUANDO SERÁ ELEITO APENAS 1 SENADOR DA 
REPÚBLICA) 
‡garantir a participação de agremiações que possuem 10 ou mais representantes 
da Câmara dos Deputados
‡chamar partidos com menor representação (9 ou menos)
CASO O PARTIDO DECIDA REALIZAR DEBATES (SEJA PARA 
ELEIÇÕES MAJORITÁRIAS OU PROPORCIONAIS) DEVERÁ
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CARGO DIA DA SEMANA 
HORÁRIO 
MANHÃ/MEIO DIA TARDE/NOITE 
 Radio Televisão 
Presidente e vice-Presidente 3ª, 5ª e sábados 
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������jV������¶��¶¶ 
������jV������¶��¶¶ 
������jV������¶��¶¶ 
Governador e vice-
Governador 2ª, 4ª e 6ª 
7:10 às 7:25 
12:15 às 12:25 
13:15 às 13:25 
20:45 às 20:55 
Senador da República 2ª, 4ª e 6ª 
07:00 às 07:05 
12:00 às 12:05 
13:00 às 13:05 
20:30 às 20:35 
Deputado Federal 3ª, 5ª e sábados 
�����¶��¶¶�jV������ 
�����¶��¶¶�jV������ 
�����¶��¶¶�jV�13:25 
�����¶��¶¶�jV������ 
Deputado Estadual 2ª, 4ª e 6ª 
07:05 às 07:15 
12:05 às 12:15 
13:05 às 13:15 
20:35 às 20:45 
ª ELEIÇÕES GERAIS/FEDERAIS (QUANDO SERÃO ELEITOS 2 SENADORES DA 
REPÚBLICA) 
CARGO DIA DA SEMANA 
HORÁRIO 
MANHÃ/MEIO DIA TARDE/NOITE 
 Radio Televisão 
Presidente e vice-Presidente 3ª, 5ª e sábados 
������jV������¶��¶¶ 
������jV������¶��¶¶ 
������jV������¶��¶¶ 
������jV������¶��¶¶ 
Governador e vice-
Governador 
2ª, 4ª e 6ª 
7:16 às 7:25 
12:16 às 12:25 
13:16 às 13:25 
20:46 às 20:55 
Senador da República 2ª, 4ª e 6ª 
07:00 às 07:07 
12:00 às 12:07 
13:00 às 13:07 
20:30 às 20:37 
Deputado Federal 3ª, 5ª e sábados 
�����¶��¶¶�jV������ 
�����¶��¶¶�jV������ 
�����¶��¶¶�jV������ 
�����¶��¶¶�jV������ 
Deputado Estadual 2ª, 4ª e 6ª 
7:07 às 7:16 
12:07 às 12:16 
13:07 às 13:16 
20:37 às 20:46 
Em síntese... 
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O art. 47, §2º, estabeleceu critérios de distribuição dos horários acima em função 
da representatividade na Câmara dos Deputados. Esse assunto era disciplinado 
pela LE com percentuais diversos antes da reforma eleitoral e fora declarado 
inconstitucional pelo STF. Falou-se no julgamento da ADI 5.105 que a Lei nº 
13.165/2015 (na época projeto de lei) tinha presunção de inconstitucionalidade, 
contudo,para fins de prova objetiva, até manifestação definitiva dos órgãos 
judiciais, deve ser considerada. 
Portanto... 
 
Outra regra alterada pela Lei nº 13.165/2015 reporta-se à mudança de filiação 
partidária do Deputado Federal. Sabemos que o número de membros da Câmara 
dos Deputados é crucial para a distribuição dos horários. 
O §7º reporta-se às alterações de filiação partidária, que serão desconsideradas. 
Dessa forma, a regra é a filiação do candidato no momento da eleição para a 
fixação do número de representantes. Antes da Lei nº 13.165/2015 havia uma 
exceção, agora com a redação dada pela reforma eleitoral são desconsideradas 
QUAISQUER as mudanças de filiação partidária para fins de distribuição 
do tempo de rádio e de TV. 
ª PROPAGANDA ELEITORAL POR INSERÇÕES 
2ª, 4ª e 6ª (25m pela manhã e 
25m pela tarde)
Senador da República
Deputado Estadual
Governador e vice-Governador
3ª, 5ª e SÁBADO (25m pela 
manhã e 25m pela tarde)
Presidente e vice-Presidente
Deputado Federal
D
IS
T
R
IB
U
IÇ
Ã
O
90%
distribuídos proporcionalmente segundo o 
número de representantes na Câmara dos 
Deputados;
10% distribuídos igualitariamente entre todos os partidos que registrarem candidatos
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ª ELEIÇÕES MUNICIPAIS 
 
A fim de que os partidos políticos não escolham apenas os horários considerados 
nobres, dispôs a Lei das Eleições, com alteração dada pela Lei nº 13.165/2015, 
três blocos que serão divididos igualitariamente, em razão do número de 
inserções franqueado. Vejamos: 
 
O art. 54 define algumas regras do que poderá aparecer nas propagandas 
disponibilizadas por inserções. O partido poderá se valer, na confecção da mídia, 
das seguintes informações: 
Ö apresentação da proposta; 
Ö apresentação de fotos; 
Ö veiculação de jingles; 
Ö veiculação de clipes de música ou de vinhetas; e 
Ö apresentação de apoiadores. 
Em relação aos apoiadores, podem constar também outros candidatos, que 
poderão se manifestar por até 25% do tempo da inserção. 
Além disso, na elaboração das propagadas é vedado: 
DISTRIBUIÇÃO DA PROPAGANDA POR INSERÇÕES NAS 
ELEIÇÕES MUNICIPAIS
60%
Prefeito e vice-
Prefeito
40%
Vereador
1º bloco Das 5 às 11 horas
2º bloco Das 11 às 18 horas
3º bloco Das 18 às 24 horas
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Adicionalmente, a Lei nº 13.165/2015 acrescentou alguns §§ ao dispositivo, 
estabelecendo o que é permitido e o que é proibido na propaganda por inserções. 
Vejamos: 
 
Plano de Mídia 
O plano de mídia constitui uma reunião realizada juntamente com a Justiça 
Eleitoral que tem por finalidade estabelecer como serão veiculadas as inserções 
para evitar contratempos durante a propaganda eleitoral. Em razão disso, a partir 
de 15 de agosto, a Justiça Eleitoral convoca os partidos que irão participar do 
pleito para, juntamente com os representantes das emissoras, estabelecerem o 
plano de mídia. 
Propaganda Eleitoral na Internet 
A única regra alterada relativa à propaganda na internet é o prazo: ela somente 
iniciará em 16 de agosto do ano eleitoral. 
V
E
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A
-S
E
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A
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L
A
B
O
R
A
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Ã
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 I
N
S
E
R
Ç
Õ
E
S
 A
 
U
T
IL
IZ
A
Ç
Ã
O
 D
E
montagem
truncagem
computação gráfica
desenhos animados
efeitos especiais
NÃO PODE
participação de filiados a partidos que tenham 
formalizado o apoio a outros candidatos
PODE
entrevistas com o candidato e cenas nas quais 
apresenta realizações de governo, falhas 
administrativas e deficiências verificadas, bem 
como atos parlamentares e debates 
legislativos.
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Direito de Resposta 
Para finalizar as alterações constantes da Lei nº 13.165/2015 em propaganda 
eleitoral, trataremos de um aspecto acrescido ao art. 58, da LE, que trata do 
direito de resposta. 
A LE, nesse dispositivo, fixa prazos para requerer o direito de resposta à Justiça 
Eleitoral. Antes da reforma tínhamos apenas três prazos, agora são quatro 
hipóteses. Vejamos: 
 
3.12 - Condutas vedadas aos agentes públicos 
O art. 73 da LE traz um rol de condutas vedadas aos agentes públicos nos pleitos 
eleitorais. Desse rol, temos um único dispositivo que foi alterado pela Lei nº 
13.165/2015, qual seja: 
Veda-se, no primeiro semestre do ano eleitoral, realizar despesas com 
publicidade dos órgãos públicos superior à média do primeiro semestre 
dos últimos três anos anteriores ao ano eleitoral. 
Dada a importância da matéria para fins de prova, vamos relembrar todas as 
hipóteses descritas na legislação: 
ª Em síntese, devemos memorizar as HIPÓTESES DE CONDUTAS VEDADAS 
AOS AGENTES PÚBLICOS: 
x Utilização de bens públicos em benefício de candidato, de partido 
ou coligação, com exceção da convenção partidária que poderá ser 
realizada em imóvel público. 
x Utilização de materiais ou serviço público em benefício de 
candidatos, de partidos e coligações. 
DIREITO DE 
RESPOSTA
na imprensa escrita 72 horas da publicação
na programação 
normal no rádio e na 
TV
48 horas da 
veiculação
no horário eleitoral 
gratuito
24 horas da 
divulgação
na internet
a qualquer tempo OU
72 horas após a 
retirada
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x Cessão de servidores para comitês de campanha eleitoral de 
candidato, de partido político ou coligação, exceto se o servidor 
licenciar-se, estiver fora do horário de trabalho ou em férias (Resolução 
TSE nº 21.854/2004). 
Portanto, a hipóteses acima não se aplica em caso de: 
 
x Usar ou permitir o uso, em favor de candidatos ou partido, de distribuição 
gratuita de bens e serviços sociais. 
 
x Veda-se a nomeação, a exoneração, a remoção ou a substituição de 
servidores nos três meses que antecedem o pleito até a posse dos eleitos, 
sob pena de nulidade. 
x Veda-se, nos três meses que antecedem o pleito, a transferência de 
recursos entre os entes federativos, a não ser para: 
ª cumprir obrigação formal pré-existente; 
ª obra ou serviço público em andamento e com cronograma pré-fixado; 
e 
ª atender a situações emergenciais e de calamidade pública. 
x Veda-se, nos três meses que antecedem o pleito, a autorização de 
publicidade institucional. 
Existem, do mesmo modo, duas exceções: 
NÃO IMPLICA 
CESSÃO 
IRREGULAR DE 
SERVIDOR
servidor licenciar-se fora do horário de trabalho em férias
‡calamidade pública
‡estado de emergência 
‡programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no 
exercício anterior
PODERÃO, EXCEPCIONALMENTE, SEREM 
FORNECIDOS OS SEGUINTES SERVIÇOS 
PÚBLICOS GRATUITOS AINDA QUE EM ANO 
ELEITORAL:
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x Veda-se, nos três meses que antecedem as eleições, fazer 
pronunciamento em rede nacional, salvo definida em horário político 
gratuito e em casos de matérias urgentes, relevantes ecaracterística das 
funções de governo. 
x Veda-se, no primeiro semestre do ano eleitoral, realizar despesas 
com publicidade dos órgãos públicos superiores à média do 
primeiro semestre dos últimos três anos anteriores ao ano eleitoral. 
x Veda-se, desde as convenções para escolha dos candidatos até a 
posse dos eleitos, efetuar a revisão geral da remuneração dos 
servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu 
poder aquisitivo. 
3.13 - Disposições Transitórias 
Para finalizar as alterações promovidas pela Lei nº 13.165/2015, vamos pinçar 
algumas regras constantes da parte final da Lei das Eleições. 
Uso das emissoras pelo TSE: 
ª Para divulgação de comunicados, de boletins e de inscrições ao 
eleitorado 
De acordo com o art. 93, da LE, o TSE poderá requisitar, em ano eleitoral, das 
emissoras de rádio e de televisão no período de um mês antes do início da 
propaganda eleitoral e no período de três meses antes do pleito até 10 minutos 
diários (contínuos ou não) para a divulgação de comunicados, de boletins e de 
instruções ao eleitorado. 
Lembre-se: 
PERMITE-SE A 
PUBLICIDADE 
INSTITUICONAL AINDA QUE 
NOS TRÊS MESES QUE 
ANTECEDEM O PLEITO:
propaganda de produtos e de 
serviços que tenham 
concorrência no mercado
grave e urgente necessidade 
pública
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ª Para divulgação de propaganda institucional 
O art. 93-A, da LE, assegura até 5 minutos por dia durante o período de 01.04 a 
30.07 do ano eleitoral para a realização de propaganda institucional pelo TSE, 
com dupla finalidade: 
x incentivar a participação feminina na política; e 
x esclarecer cidadãos sobre as regras e funcionamento do sistema eleitoral. 
Intimação de atos processuais 
O art. 94, da LE, fixa que nos TREs e perante o TSE os advogados dos candidatos, 
ou dos partidos e coligações, serão intimados para os feitos que não versem 
sobre a cassação do registro ou do diploma por meio da publicação de edital 
eletrônico publicado na página do respectivo Tribunal na internet, 
iniciando-se a contagem do prazo no dia seguinte ao da divulgação. 
Não responsabilização do partido por atos praticados pelo candidato 
Segundo o art. 96, da LE, as sanções aplicadas a candidato em razão do 
descumprimento de disposições da Lei das Eleições não se estendem ao 
respectivo partido, mesmo na hipótese de esse ter se beneficiado da conduta, 
salvo quando comprovada a sua participação. 
Reunião de ações eleitorais que versem sobre os mesmos fatos 
O art. 96-B, que foi acrescido à Lei das Eleições, pela Lei nº 13.165/2015 prevê 
a reunião de ações eleitorais propostas por partes diferentes, mas que versem 
sobre os mesmos fatos. 
A pretensão do legislador foi assegurar julgamento conjunto, o que permite o 
aproveitamento dos atos processuais e julgamento uniforme, sem a necessidade 
de suspensão de alguns dos processos para aguardar o julgamento de outros. 
Para definição do juiz competente aplica-se a regra de prevenção segundo a qual 
será competente para apreciá-las o juiz ou relator que tiver recebido a primeira. 
Além disso, prevê o art. 96-B: 
x O ajuizamento de ação eleitoral por candidato ou por partido político não 
impede ação do Ministério Público no mesmo sentido. 
x Se proposta ação sobre o mesmo fato apreciado em outra cuja decisão 
ainda não transitou em julgado, será ela apensada ao processo anterior na 
instância em que ele se encontrar, figurando a parte como litisconsorte no 
feito principal. 
‡período: um mês antes de iniciar a propaganda e por três meses antes do 
pleito.
‡tempo: 10 minutos diários (contínuos ou não).
REQUISIÇÃO ÀS EMISSORAS PARA COMUNICADOS, 
BOTEINS E INSTRUÇÕES
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x Se proposta ação sobre o mesmo fato apreciado em outra cuja decisão já 
tenha transitado em julgado, não será ela conhecida pelo juiz, ressalvada 
a apresentação de outras ou de novas provas. 
Contratação de pessoal para as campanhas eleitorais 
Prevê a LE, no art. 100, que a contratação de pessoal para a prestação de serviços 
eleitorais não gera vínculo empregatício com o candidato ou com o partido 
contratante. 
Analisamos, assim, todas as alterações promovidas pela Lei nº 13.165/2015 na 
Lei das Eleições. 
4 - Alterações promovidas pela Lei nº 13.165/2015 
na Lei dos Partidos Políticos 
4.1 - Apoiamento mínimo 
A primeira alteração que trataremos envolve a criação e o registro de novos 
partidos políticos. Após a constituição da pessoa jurídica, o partido político deverá 
obter o apoiamento mínimo, procedimento por intermédio do qual se comprova 
o caráter nacional do partido. 
O art. 7º, §1º, da LPP, alterado pela Lei nº 13.165/2015, prevê como requisitos 
para demonstração do apoiamento mínimo: 
 
Após obtenção dessas assinaturas, o partido político poderá proceder ao registro 
perante o TSE. 
4.2 - Perda do mandato por desfiliação sem justa causa 
Até então não tínhamos a previsão expressa na legislação de que a infidelidade 
partidária sem justa causa implica a perda do cargo político-eletivo. Agora, com 
a Lei nº 13.165/2015 temos! 
APENAS três situações constituem justa causa para a desfiliação. Ou seja, são 
três hipóteses em que o detentor do cargo político-eletivo poderá se desfiliar e, 
ainda assim, não perderá o cargo político-eletivo. Vejamos: 
1ª HIPÓTESE: se houver alterações substanciais no programa do partido, ou 
no caso de não observância do programa partidário, o detentor do mandato 
político eletivo poderá se desfiliar sem a perda do cargo que ocupa. 
‡ que seja obtido no interregno de 2 anos.
‡0,5% do eleitorado da Câmara dos Deputados, sem considerar votos brancos e 
nulos.
‡distribuídos em 1/3 dos Estados-membros com 0,1% em cada Estado.
O CARÁTER NACIONAL DO PARTIDO É COMPROVADO POR 
INTERMÉDIO DO APOIAMENTO MÍNIMO, QUE EXIGE
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2ª HIPÓTESE: se o partido político praticar grave discriminação política 
contra o detentor do cargo político eletivo, ele poderá se desfiliar sem 
consequência para o seu mandato. 
3ª HIPÓTESE: se o detentor do cargo político eletivo decidir mudar de partido 
no período de 30 dias antes do prazo de seis meses de filiação quando 
próximo do término do mandato também não haverá perda do cargo 
político eletivo. 
Em face dessas alterações vamos, para finalizar, apontar algumas questões 
específicas e, por fim, trazer o esquema que você levará para a prova... 
ª OBSERVAÇÃO 1: a incorporação ou a fusão de partido político deixa de 
ser hipótese que justifica a desfiliação. 
ª OBSERVAÇÃO 2: a criação de partido político também deixa de ser 
hipótese que justifica a desfiliação. 
ª OBSERVAÇÃO 3: o art. 22-A, da LPP, não diferencia a questão da 
infidelidade em relação a ocupantes de cargos políticos decorrentes do 
sistema proporcional ou majoritário. Assim, os eleitos por ambos os 
sistemas poderão perder o cargo por desfiliação imotivada, exceto no caso 
do art. 22-A, § único, da LPP. 
E para finalizar... 
A perda do mandato em razão da mudança de partido se aplica aos 
candidatos eleitos pelo sistema majoritário (Presidente, Senador, 
Governador e Prefeito) e também ao proporcional (Deputados Federais, 
Deputados Estaduais e Vereadores). 
 
DESFILIAÇÃO IMOTIVADA
REGRA perda do cargo político eletivo
NÃO PERDERÁ O CARGO 
APENAS

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