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Direito Previdenciario Final

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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Direito PreviDenciário
Elaboração
José Augusto Pinto da Cunha Lyra
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APrESEntAção ................................................................................................................................. 4
orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 5
introdução.................................................................................................................................... 7
unidAdE i
ASPETOS GERAIS ................................................................................................................................... 9
CAPítulo 1
NOvOS vAlORES ..................................................................................................................... 9
unidAdE ii
ASPECTOS HISTÓRICOS ....................................................................................................................... 13
CAPítulo 1
ORIGENS E dESENvOlvImENTO dA PREvIdêNCIA SOCIAl NO BRASIl ...................................... 13
unidAdE iii
ASPECTOS ESPECÍFICOS PREvIdENCIÁRIOS .......................................................................................... 19
CAPítulo 1
CONCEITOS BÁSICOS: SEGuRO SOCIAl, ASSISTêNCIA SOCIAl E SEGuRIdAdE SOCIAl ............ 19
unidAdE iV
ASPECTOS CONSTITuCIONAIS .............................................................................................................. 23
CAPítulo 1
PRINCÍPIOS CONSTITuCIONAIS RElATIvOS à SEGuRIdAdE SOCIAl ........................................... 23
unidAdE V
CuSTEIO .............................................................................................................................................. 25
CAPítulo
CuSTEIO ................................................................................................................................ 25
unidAdE Vi
ASPECTOS AdmINISTRATIvOS PREvIdENCIÁRIOS ................................................................................... 36
CAPítulo 1
A lIdE PREvIdENCIÁRIA NA vIA AdmINISTRATIvA ..................................................................... 36
unidAdE Vii
PRESCRIÇÃO E dECAdêNCIA .............................................................................................................. 39
CAPítulo 1
A PRESCRIÇÃO E A dECAdêNCIA .......................................................................................... 39
unidAdE Viii
INTROduÇÃO AO dIREITO ESPECÍFICO PREvIdENCIÁRIO ..................................................................... 45
CAPítulo 1
BENEFICIÁRIOS (SEGuRAdOS OBRIGATÓRIOS, FACulTATIvOS E dEPENdENTES, INSCRIÇÃO, 
FIlIAÇÃO, mATRÍCulAS dAS EmPRESAS, PERdA dA CONdIÇÃO dE SEGuRAdO, RESTITuIÇÃO E 
COmPENSAÇÃO dAS CONTRIBuIÇõES, CRImES PREvIdENCIÁRIOS) ....................................... 45
unidAdE iX
BENEFÍCIOS Em SI................................................................................................................................ 58
CAPítulo 1
QuAdRO GERAl dE BENEFÍCIOS (PRESTAÇÃO, BENEFÍCIOS E SERvIÇOS, PERÍOdO dE CARêNCIA, 
SAlÁRIO dE BENEFÍCIO, vAlOR dO BENEFÍCIO, ACumulAÇÃO dE BENEFÍCIOS, CONTAGEm 
RECÍPROCA dE TEmPO dE SERvIÇO) ..................................................................................... 58
rEfErênCiAS ................................................................................................................................ 182
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
introdução
O curso desenvolve habilidades e conhecimentos ligados à área previdenciária 
constituindo-se em importante instrumento para aquele que tenha interesse pelo 
Direito Previdenciário. 
Pretende a formação do profissional, qualificando-o no pensamento previdenciário, 
com a sua materialidade e operacionalização.
objetivos
 » Capacitar o participante para que entenda como transitar neste ramo da 
ciência jurídica, que obteve, a partir da Constituição Federal, um capítulo 
pelo legislador.
 » Propiciarar teses no Direito Previdenciário para que os operadores façam 
o desenvolvimento jurídico na sua vida prática.
 » Fornecer aos alunos variáveis de um tema jurídico, nos moldes de 
concurso público, adaptando-o ao que o examinador poderá perguntar 
em um prova.
9
unidAdE iASPEtoS gErAiS
CAPítulo 1
novos valores
A partir de 1o de janeiro de 2016, os segurados da Previdência Social que recebem 
acima do salário mínimo terão o benefício reajustado em 11,28%. O índice foi 
divulgado em portaria conjunta dos ministérios do Trabalho e Previdência Social 
e da Fazenda, publicada nesta segunda-feira (11) no Diário Oficial da União 
(DOU).
A portaria também estabeleceu as novas alíquotas de contribuição do INSS dos 
trabalhadores empregados, domésticos e trabalhadores avulsos (veja tabela).As alíquotas são de 8% para aqueles que ganham até R$ 1.556,94; de 9% para 
quem ganha entre R$ 1.556,95 e R$ 2.594,92, e de 11% para os que ganham 
entre R$ 2.594,93 e R$ 5.189,82. Essas alíquotas – relativas aos salários pagos em 
janeiro – deverão ser recolhidas apenas em fevereiro.
O valor mínimo dos benefícios pagos pelo INSS – aposentadorias, auxílio-doença, 
auxílio-reclusão e pensão por morte –, das aposentadorias dos aeronautas e das 
pensões especiais pagas às vítimas da síndrome da talidomida, será de R$ 880,00.
O mesmo piso vale também para os benefícios da Lei Orgânica da Assistência 
Social (LOAS) para idosos e portadores de deficiência, para a renda mensal 
vitalícia e para as pensões especiais pagas aos dependentes das vítimas de 
hemodiálise da cidade de Caruaru (PE). Já o benefício pago aos seringueiros e 
seus dependentes, com base na Lei no 7.986/1989, terá valor de R$ 1.760,00.
A cota do salário-família passa a ser de R$ 41,37 para o segurado com 
remuneração mensal não superior a R$ 806,80 e de R$ 29,16 para o segurado 
com remuneração mensal superior a R$ 806,80 e igual ou inferior a R$ 1.212,64.
10
UNIDADE I │ ASPETOS GERAIS
Já o auxílio-reclusão será devido aos dependentes do segurado cujo 
salário-de-contribuição seja igual ou inferior a R$ 1.212,64.
O teto do salário-de-contribuição e do salário-de-benefício passa de R$ 4.663,75 
para R$ 5.189,82.
Os recolhimentos a serem efetuados em janeiro – relativos aos salários de 
dezembro – ainda seguem a tabela anterior. Nesse caso as alíquotas são de 
8% para aqueles que ganham até R$ 1.399,12; de 9% para quem ganha entre 
R$ 1.399,12 e R$ 2.331,88 e de 11% para os que ganham entre R$ 2.331,88 
e R$ 4.663,75.
Tabela 1.
Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, a partir 
de 1o de Janeiro de 2016
Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS
até R$ 1.556,94 8%
de R$ 1.556,95 a R$ 2.594,92 9%
de R$ 2.594,93 até R$ 5.189,82 11%
disponível em: <http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2016/01/aposentadorias-acima-do-salario-minimo-tem-
reajuste-de-11-28>. Acesso em: 13/07/2016.
Conceito
O Direito Previdenciário tem como base o Regime Geral da Previdência Social e tem a 
sua ligação feita com o empregado regido pela natureza celetista.
Autonomia e fontes do direito Previdenciário
O Direito Previdenciário é autônomo, pois possui objeto próprio e expressões típicas, 
não se socorrendo com os demais direitos, quando tem seus próprios institutos.
Formais:
a. Espécies normativas constantes no art. 59 da Constituição Federal.
b. Leis nos 8.212 e 8.213, de 1991 e Decreto no 3.048, de 6/5/1999.
c. Portarias e resoluções.
11
ASPETOS GERAIS │ UNIDADE I
d. Ordens de serviço.
e. Instrução e orientação normativa.
f. Enunciados do Conselho de Recursos da Previdência Social.
g. A jurisprudência dos tribunais superiores.
Materiais:
Fatos Sociais e Clamor da Sociedade.
Peculiaridade das normas
As Leis no 8.212, de 24/7/1991, o Plano de Custeio da Previdência Social, e no 8.213, 
de 1991, Plano de Benefícios da Previdência Social, além do Decreto no 3048/1999, as 
Súmulas da Turma Nacional de Uniformização e as Instruções Normativas 77 e 85, 
ambas de 2015, compõem as peculiaridade do Direito Previdenciário na sua regência 
legislativa.
natureza jurídica
O Direito Previdenciário tem características do campo do Direito Público.
relação do direito Previdenciário com os outros 
ramos do direito
Constitucional: trata-se da ciência jurídica que mais se preocupou com o Direito de 
Seguridade Social e tanto que dedicou um capítulo inteiro na Constituição Federal.
Trabalho: tem estreita relação quando procura o Direito da Seguridade Social, base 
para diversas definições no Direito do Trabalho.
Administrativo: Sergundo Russomano, a expressão:
“O Direito da Previdência Social nasceu do Direito Administrativo e 
caminha, durante longos anos, ao lado do Direito do Trabalho”.
Quando o INSS emite portaria ou orientação de serviço está praticando atos ligados ao 
Direito Administrativo.
Civil: o relacionamento abraça aspectos pertinentes a inventário, família, concubinato.
12
UNIDADE I │ ASPETOS GERAIS
Comercial: é a empresa que paga os maiores rendimentos por meio de recolhimentos 
previdenciários.
Internacional: os diversos tratados celebrados por nosso país com os países amigos do 
mundo exterior encerram o tema.
Tributário: é grande a relação, tomando-se por base o custeio da Seguridade Social.
Financeiro: pela determinação da receita que vai para os cofres da Previdência Social, 
tem-se a ligação.
13
unidAdE iiASPECtoS 
HiStÓriCoS
CAPítulo 1
origens e desenvolvimento da 
previdência social no Brasil
O surgimento da Previdência Social se deu pelo Decreto Legislativo no 4.682, de 24 de 
janeiro de 1923, decreto este conhecido como “Lei Eloy Chaves”, que criou uma Caixa 
de Aposentadoria e Pensões (CAP´s) para os ferroviários de nível nacional.
A importância dessa lei na previdência social levou a que se considerasse o dia de 
sua promulgação – 24 de janeiro – como o dia da Previdência Social (art. 403, do 
RBPS/1979).
Esta lei assegurava, para esses trabalhadores, assistência médica, os benefícios 
de aposentadoria por invalidez, aposentadoria ordinária (conhecida hoje como 
aposentadoria por tempo de serviço) e pensão por morte.
Na década de 1930, o sistema previdenciário deixou de ser por empresa e passou a ser 
por categoria profissional, surgindo então os Institutos de Aposentadorias e Pensões – 
IAP´s, sendo:
 » 1933 – Institutos de Aposentadorias e Pensões dos Marítimos – IAPM;
 » 1934 – Institutos de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários – IAPC;
 » 1934 – Institutos de Aposentadorias e Pensões dos Bancários – IAPB.
Neste período, houve uma fusão das CAP´s na Caixa Geral e no Instituto de Aposentadoria 
e Pensões dos Ferroviários e Empregados em Serviços Públicos – IAPFESP.
Posteriormente, surgiram outras Caixas de Aposentadorias e Pensões como:
 » 1926 – os trabalhadores portuários e marítimos foram beneficiados pela 
Lei Eloy Chaves por meio do Decreto no 5.109;
14
UNIDADE II │ ASPECTOS HISTÓRICOS
 » 1928 – os trabalhadores das empresas de serviços telegráficos e 
radiotelegráficos também foram atendidos pela Lei Eloy Chaves através 
do Decreto no 5.485;
 » 1930 – por meio do Decreto no 19.497, foi instituído as CAP´s aos 
trabalhadores nos serviços de força, luz e bondes;
 » 1934 – a Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer, em texto 
constitucional, a forma tripartite de custeio: a contribuição dos 
trabalhadores, dos empregadores e do Poder Público (União); houve o 
primeiro uso da expressão “Previdência” sem o adjetivo de social. Nessa 
constituição, foram assegurados os seguintes direitos:
 › Assegurado à gestante o descanso antes e depois do parto, sem prejuízo 
do salário e do emprego. Até o período da constituição de 1967, este 
benéfico era totalmente a cargo do empregador, o que não incentivava 
a inserção da mulher no mercado de trabalho; 
 › Aposentadoria compulsória aos 68 (sessenta e oito anos de idade);
 › Os empregados das indústrias eram segurados obrigatórios;
 › Os empregadores poderiam se inscrever facultativamente;
 › As atividades exclusivamente familiares, em que não haviam 
empregados e empregadores definidos, eram excluídas.
 » 1937 – a Constituição de 1937 não trouxe evoluções, pelo contrário, houve 
certa regressão no aspecto previdenciário. Não havia mais a expressão 
“Previdência” mas “seguro social”.
 › O seguro social estava disciplinado em apenas duas alíneas do art. 137.
 › Instituição de seguros de velhice, de invalidez, de vida e para os casos 
de acidente do trabalho.
 › IAPTEC Institutode Aposentadorias e Pensões dos Empregados em 
Transporte de Cargas.
 › ISSB Instituto de Serviços Sociais do Brasil – determinava a criação 
de um só tipo de instituição de previdência social; – cobriria todos os 
empregados ativos a partir de 14 (quatorze anos) tendo um único plano 
de contribuições e benefícios (o que acabou não sendo implementado).
15
ASPECTOS HISTÓRICOS │ UNIDADE II
 » 1946 – surge pela primeira vez a expressão “Previdência Social”, sendo o 
princípio da precedência da fonte de custeio.
 › Mantida a tríplice forma de custeio.
 › Emenda Constitucional no 11 de 1965 – Princípio da Precedência 
da Fonte de Custeio: (“Nenhuma prestação de serviço de caráter 
assistencial ou de benefício compreendido na previdência social 
poderá ser criada, majorada ou estendida sem a correspondente fonte 
de custeio total”).
 › Fusão da CAP´s em IAPFESP (conforme já comentado).
 › IAP´s trabalhadores urbanos.
 › IPASE funcionários públicos.
 › Uniformização e unificação das políticas legislativas sobre Previdência 
Social Regulamento Geral dos Institutos de Aposentadorias e Pensões. 
 › A Lei no 3.807/1960 criou a Lei Orgânica da Seguridade Social – LOPS 
(Padronização do sistema assistencial e ampliação de benefícios como 
auxílio-natalidade, auxílio-funeral e auxílio-reclusão).
 › O Decreto no 72/1966 estabeleceu a unificação das IAP´s, centralizando 
a organização previdenciária no INPS (unificação dos institutos IPASE, 
FUNRURAL, SASSE).
 › Descanso da gestante ainda bancada pelo empregador.
 » 1967 – a Constituição de 1967 trouxe novidades como a CLPS – 
Consolidação das Leis da Previdência Social, período no qual surge a 
figura do trabalhador rural, trabalhador autônomo, empregado doméstico 
e seguro-desemprego.
 › Com o Decreto no 959/1969, as empresas passaram a recolher a 
contribuição do autônomo.
 › Com o Decreto no 564/1969, estendeu-se a previdência social ao 
trabalhador rural.
 › PIS/PASEP – modos de ingressar os trabalhadores na participação 
dos resultados das empresas.
16
UNIDADE II │ ASPECTOS HISTÓRICOS
 › A Lei Complementar no 11/1971 instituiu o Programa de Assistência ao 
Trabalhador rural (PRORURAL). Embora não houvesse a contribuição 
por parte do trabalhador, este programa concedeu vários benefícios ao 
trabalhador rural como aposentadoria por velhice, invalidez, pensão e 
auxílio funeral, todos no valor de meio salário mínimo.
 » 1972 – a Lei no 5.859/1972 incluiu os empregados domésticos como 
segurados obrigatórios da Previdência Social.
 » 1974 – a Lei no 6.135/1974 incluiu o salário-maternidade entre os benefícios 
previdenciários e a Lei no 6.179/1974 criou o amparo previdenciário para 
as pessoas com idade superior a 70 (setenta) anos ou inválidas, no valor 
de meio salário mínimo.
 » 1976 – o Decreto no 77.077/1976 aprovou a Consolidação das Leis da 
Previdência Social (CLPS) a qual tinha a função de agregar, em um 
mesmo sistema normativo, as leis previdenciárias existentes.
 » 1977 – a Lei no 6.439/1977 instituiu o Sistema Nacional de Previdência e 
Assistência social (SINPAS). O SINPAS integrava as seguintes entidades:
 › Instituto de Administração Financeira da Previdência Social – IAPAS: 
responsável pela arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições 
previdenciárias.
 › Instituto Nacional da Previdência Social – INPS: responsável pela 
concessão e manutenção dos benefícios.
 › Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social – 
INAMPS: responsável pela prestação de assistência médica.
 › Empresa de Processamento de Dados da Previdência – Social 
DATAPREV: responsável pelo processamento de dados da Previdência 
Social.
 › Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor – FUNABEM: responsável 
pela política destinada para o bem-estar do menor.
 › Fundação Legião Brasileira de Assistência – LBA: que prestava 
assistência social à população carente.
 › Central de Medicamentos – CEME: responsável pela distribuição de 
medicamentos, gratuitamente ou a baixo custo.
17
ASPECTOS HISTÓRICOS │ UNIDADE II
 » 1979 – o Decreto no 83.080/1979 aprovou o Regulamento dos Benefícios 
da Previdência Social (RBPS), e o Decreto no 83.081/1979 aprovou o 
Regulamento de Custeio da Previdência social (RCPS).
 » 1981 – Emenda Constitucional no 18/1981, alterando a CF/1967, concede 
a aposentadoria privilegiada por tempo de serviço para os professores 
sendo, após 30 (trinta) anos para os homens e 25 (vinte e cinco) anos 
para as mulheres.
 » 1984 – oO Decreto no 89.312/1984 aprovou a Consolidação das Leis da 
Previdência social (CLPS).
 » 1988 – a Constituição Federal de 1988 também trouxe novidades em 
relação à Previdência Social, ao dedicar um capítulo inteiro (Capítulo II 
do Título VIII – do artigo 194 a 204) para tratar da Seguridade Social, 
entendida como gênero do qual a previdência social, a assistência social 
e a saúde são espécies.
 » 1990 – a Lei no 8.029/1990 criou o Instituto Nacional do Seguro Social 
– INSS, autarquia federal vinculada ao então Ministério do trabalho e 
Previdência social, mediante a fusão do IAPAS com o INPS.
 » 1991 – Entraram em vigor as duas leis básicas da seguridade social 
instituindo o plano de custeio da seguridade social, por meio da Lei no 
8.212/1991 e os planos de benefícios da previdência social, por meio da 
Lei no 8.213/1991. Os Decretos que regulamentaram as duas leis foram 
os no 356/1991 e o no 357/1991, respectivamente. Ambos os Decretos 
foram substituídos em 21/7/1992 pelos decretos nos 357/1991 e 356/1991 
respectivamente.
 » 1993 – a Lei no 8.689/1993 extinguiu o INAMPS. Posteriormente, a LBA 
e FUNABEM e a CEME também foram extintas. A DATAPREV, empresa 
pública vinculada ao Ministério da Previdência Social, continua em 
atividade.
 » 1999 – o Decreto no 3.048/1999 aprova o Regulamento da Previdência 
Social – RPS.
 » 2003 – a Lei no 10.68320/2003 reorganizou os Ministérios substituindo 
o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) para Ministério 
da Previdência Social (MPS).
18
UNIDADE II │ ASPECTOS HISTÓRICOS
 » 2005 – a Lei no 11.098/2005 atribui ao Ministério da Previdência 
Social competências relativas à arrecadação, fiscalização, lançamento e 
normatização de receitas previdenciárias e autoriza a criação da Secretaria 
da Receita Previdenciária no âmbito do referido Ministério.
 » 2007 – a Lei no 11.457/2007 define que a Secretaria da Receita Federal 
passa a denominar-se Secretaria da Receita Federal do Brasil. A referida 
lei extinguiu a Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério 
da Previdência Social, atribuindo as obrigações previstas na Lei no 
8.212/1991, relativas às contribuições sociais, à Secretaria da Receita 
Federal do Brasil.
Esta lei transfere para a Secretaria da Receita Federal do Brasil os processos 
administrativo-fiscais, inclusive os relativos aos créditos já constituídos ou em fase de 
constituição, e as guias e declarações apresentadas ao Ministério da Previdência Social 
ou ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.
19
unidAdE iii
ASPECtoS 
ESPECífiCoS 
PrEVidEnCiÁrioS
CAPítulo 1
Conceitos básicos: seguro social, 
assistência social e seguridade social
Previdência Social
A previdência social é um seguro coletivo, público, compulsório, destinado a estabelecer 
um sistema de proteção social, mediante contribuição, que tem por objetivo proporcionar 
meios indispensáveis de subsistência ao segurado e à sua família, quando ocorrer certa 
contingência prevista em lei.
Wladimir Novaes Martinez (2012) conceitua a previdência social como 
a técnica de proteção social que visa propiciar os meios indispensáveis à 
subsistência da pessoa humana – quando esta não pode obtê-los ou não 
é socialmente desejável que os aufira pessoalmente através do trabalho, 
por motivo de maternidade,nascimento, incapacidade, invalidez, 
desemprego, prisão, idade avançada, tempo de serviço ou morte – 
mediante contribuição compulsória distinta, proveniente da sociedade 
e de cada um dos participantes.
A previdência social consiste, portanto, em uma forma de assegurar ao segurado, com 
base no princípio da solidariedade, benefícios ou serviços quando seja atingido por uma 
contingência social. O sistema previdenciário público utiliza o modelo de repartição 
simples, na qual os ativos contribuem para os inativos. Logo, existe uma solidariedade 
entre os participantes no custeio do sistema, cujos valores arrecadados destinam-se aos 
benefícios futuros.
O art. 201 da Constituição Federal dispõe que a previdência social será organizada sob 
a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados 
20
UNIDADE III │ ASPECTOS ESPECÍFICOS PREVIDENCIÁRIOS
os critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, nos termos da lei e 
atenderá a: 
I. cobertura de eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
II. proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III. proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV. salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de 
baixa-renda;
V. pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou 
companheiros e dependentes.
As principais regras estão disciplinadas na Lei no 8.213/1991, que trata dos benefícios 
previdenciários e regulamenta o caput do art. 201 da Carta Magna, e na Lei no 8.212/1991, 
que dispõe sobre o custeio da seguridade social. Merece destaque também o Decreto no 
3.048/1999, que trata do Regulamento da Previdência Social.
Cabe destacar, também, a previdência privada, denominada de previdência complementar 
prevista no art. 202 da Carta de 1988. Caracteriza-se por ser um sistema de seguro 
complementar ao regime oficial, de caráter facultativo, de natureza contratual. A Lei 
Complementar no 109/2001 dispõe sobre o regime de previdência complementar ao 
benefício pago pelo INSS. Já a Lei Complementar no 108/2001 disciplina a previdência 
fechada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive suas 
autarquias, fundações, sociedades de economia mista e outras entidades públicas.
Assistência Social
A assistência social foi inserida na Constituição de 1988 nos arts. 203 e 204. Encontra-se 
regulamentada pela Lei no 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social – 
LOAS). É uma política social destinada a atender as necessidades básicas dos indivíduos, 
traduzidas em proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e 
à pessoa portadora de deficiência. As prestações de assistência social são destinadas aos 
indivíduos sem condições de prover o próprio sustento de forma permanente ou provisória, 
independentemente de contribuição à seguridade social.
Wladimir Novaes Martins (2012) define a assistência social como 
um conjunto de atividades particulares e estatais direcionadas para o 
atendimento dos hipossuficientes, consistindo os bens oferecidos em 
21
ASPECTOS ESPECÍFICOS PREVIDENCIÁRIOS │ UNIDADE III
pequenos benefícios em dinheiro, assistência à saúde, fornecimento 
de alimentos e outras pequenas prestações. Não só complementa os 
serviços da Previdência Social, como a amplia, em razão da natureza da 
clientela e das necessidades providas.
A principal característica da assistência social é ser prestada gratuitamente aos 
necessitados. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas 
com os recursos dos orçamentos dos entes federativos e mediante o recolhimento 
das contribuições previstas no art. 195 da Constituição, além de outras fontes, 
observando-se as seguintes diretrizes:
I. descentralização político-administrativa das ações;
II. participação da população. 
Saúde
A Constituição de 1988 tratou da saúde como espécie da seguridade social. Dispõe o 
art. 196 que a saúde é direito de todos e dever do Estado. A saúde é garantida mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação. A execução das ações de saúde pode ser realizada diretamente 
pelo Estado ou por meio de terceiros, pessoa física ou jurídica de direito privado, de 
forma complementar, conforme preconiza o art. 199 da Constituição.
O art. 198 da Lei Maior dispõe sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), que é um conjunto 
de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, 
estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações públicas, e 
instituições privadas de forma complementar, com as seguintes diretrizes:
I. descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II. atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, 
sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III. participação da comunidade.
A Lei no 8.080/1990 é a principal norma que trata da saúde. O art. 2o da Lei no 8.212/1991 
dispõe que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e 
ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação.
22
UNIDADE III │ ASPECTOS ESPECÍFICOS PREVIDENCIÁRIOS
A saúde pública é dever do Estado, logo a prestação do serviço é gratuita, 
independentemente de ser o paciente contribuinte ou não da seguridade social. 
O sistema de saúde será financiado pelo orçamento da seguridade social, além de outras 
fontes (art. 198, § 1o da Constituição).
23
unidAdE iVASPECtoS 
ConStituCionAiS
CAPítulo 1
Princípios constitucionais relativos à 
seguridade social
A relação jurídica de seguridade social e a 
competência legislativa
Os princípios constitucionais são os alicerces do ordenamento jurídico e servem para 
garantir um estado democrático de direito. Nessa linha, os princípios da seguridade 
social são compostos por um conjunto de normas programáticas que trazem objetivos 
orientadores para elaboração das leis e um conjunto de garantias a serem observadas 
pela administração pública na execução de programas de seguridade social. 
Esses princípios não são aplicados somente pela previdência social, mas em toda 
a estrutura da seguridade social, que abrange os seus três seguimentos: além da 
previdência social, a saúde e assistência social. 
Princípio da Universalidade (art.194, parágrafo único, I CF/1988 – universalidade de 
cobertura e do atendimento): a seguridade deve abranger a todos que dela necessitam e 
atender a cobertura dos riscos sociais da forma mais ampla possível. Destaca-se que na 
previdência social é aplicado o regime de contribuição com filiação obrigatória daqueles 
que exercem função remunerada e facultativa para alguns seguimentos. 
Princípio da uniformidade e equivalência (art. 194, parágrafo único, II CF/1988 – 
uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais): 
os direitos e benefícios da seguridade social devem abranger de forma isonômica, tanto 
as populações urbanas como as rurais. 
Princípio da seletividade e distributividade na prestação (art. 194, parágrafo único, III 
CF/1988 – a seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços): 
24
UNIDADE IV │ ASPECTOS CONSTITUCIONAIS
a prestação do benefício e do serviço é feita de acordo com a capacidade 
econômico-financeira do sistema que custeia a seguridade social, atendendo as 
necessidades de benefícios e serviços mais relevantes. A seguridade social visa 
garantir a sobrevivência digna da população de baixa renda, para isso, um dos 
mecanismos utilizados é a distribuição de renda.Princípio da irredutibilidade de benefícios (art. 194, parágrafo único, IV – irredutibilidade 
do valor dos benefícios): visa garantir o valor real dos benefícios prestados pela 
seguridade social. Para isso, há garantia de reajustamento periódico dos proventos e 
pensões, aplicando, para os que ganham até 8 salários, o reajuste pelo INPC. 
Princípio da equidade no custeio – (art. 194, parágrafo único, V – equidade na forma 
de participação no custeio): a legislação de seguridade social deve prevê contribuições 
iguais para quem se encontra nas mesmas condições. 
Princípio da diversidade na base de financiamento (art. 194, parágrafo único, VI): o 
maior número possível de fontes de custeio deve ser agregado ao sistema de seguridade 
social, para, dessa forma, diminuir os riscos financeiros desse sistema.
25
unidAdE VCuStEio
CAPítulo
Custeio
do salário de contribuição
Segundo o Decreto no 3.048/1999:
Art. 214. Entende-se por salário-de-contribuição:
I - para o empregado e o trabalhador avulso: a remuneração auferida 
em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos 
rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o 
mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, 
inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e 
os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços 
efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador 
ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de 
convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa;
II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na 
Carteira Profissional e/ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social, 
observados os limites mínimo e máximo previstos nos §§ 3o e 5o;
III - para o trabalhador autônomo ou a este equiparado, empresário e 
segurado facultativo: o salário-base, observado o disposto no art. 215;
IV - para o dirigente sindical na qualidade de empregado: a remuneração 
paga, devida ou creditada pela entidade sindical, pela empresa ou por 
ambas; e
V - para o dirigente sindical na qualidade de trabalhador avulso: a 
remuneração paga, devida ou creditada pela entidade sindical.
26
UNIDADE V │ CUSTEIO
§ 1o Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do 
empregado, inclusive o doméstico, ocorrer no curso do mês, o 
salário-de-contribuição será proporcional ao número de dias 
efetivamente trabalhados, observadas as normas estabelecidas pelo 
Instituto Nacional do Seguro Social.
§ 2o O salário-maternidade é considerado salário-de-contribuição.
§ 3o O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde ao piso 
salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo este, ao salário 
mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o 
ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.
§ 4o A remuneração adicional de férias de que trata o inciso XVII do art. 
7o da Constituição Federal integra o salário-de-contribuição.
§ 5o O valor do limite máximo do salário-de-contribuição será publicado 
mediante portaria do Ministério da Previdência e Assistência Social, 
sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios.
§ 6o A gratificação natalina - décimo terceiro salário - integra o 
salário-de-contribuição, exceto para o cálculo do salário-de-benefício, 
sendo devida a contribuição quando do pagamento ou crédito da última 
parcela ou na rescisão do contrato de trabalho. 
§ 7o A contribuição de que trata o § 6o incidirá sobre o valor bruto da 
gratificação, sem compensação dos adiantamentos pagos, mediante 
aplicação, em separado, da tabela de que trata o art. 198 e observadas 
as normas estabelecidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social.
§ 8o O valor das diárias para viagens, quando excedente a cinquenta 
por cento da remuneração mensal do empregado, integra o 
salário-de-contribuição pelo seu valor total.
§ 9o Não integram o salário-de-contribuição, exclusivamente:
I - os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, 
ressalvado o disposto no § 2o;
II - a ajuda de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta, nos 
termos da Lei no 5.929, de 30 de outubro de 1973;
III - a parcela in natura recebida de acordo com programa de alimentação 
aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, nos termos da Lei no 
6.321, de 14 de abril de 1976;
27
CUSTEIO │ UNIDADE V
IV - as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo 
adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da 
remuneração de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis 
do Trabalho;
V - as importâncias recebidas a título de:
a) indenização compensatória de quarenta por cento do montante 
depositado no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, como proteção 
à relação de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa causa, 
conforme disposto no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias;
b) indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do 
empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;
c) indenização por despedida sem justa causa do empregado nos 
contratos por prazo determinado, conforme estabelecido no art. 479 da 
Consolidação das Leis do Trabalho;
d) indenização do tempo de serviço do safrista, quando da expiração 
normal do contrato, conforme disposto no art. 14 da Lei no 5.889, de 8 
de junho de 1973;
e) incentivo à demissão;
f) aviso prévio indenizado;
g) indenização por dispensa sem justa causa no período de trinta dias 
que antecede a correção salarial a que se refere o art. 9o da Lei no 7.238, 
de 29 de outubro de 1984;
h) indenizações previstas nos arts. 496 e 497 da Consolidação das Leis 
do Trabalho;
i) abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da Consolidação das Leis 
do Trabalho;
j) ganhos eventuais e abonos expressamente desvinculados do salário;
l) licença-prêmio indenizada; e
m) outras indenizações, desde que expressamente previstas em lei;
VI - a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação 
própria;
28
UNIDADE V │ CUSTEIO
VII - a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em 
decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma 
do art. 470 da Consolidação das Leis do Trabalho;
VIII - as diárias para viagens, desde que não excedam a cinquenta por 
cento da remuneração mensal do empregado;
IX - a importância recebida a título de bolsa de complementação 
educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei no 6.494, de 
1977;
X - a participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa, 
quando paga ou creditada de acordo com lei específica;
XI - o abono do Programa de Integração Social/Programa de Assistência 
ao Servidor Público;
XII - os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação 
fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em 
localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local 
que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas 
as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e 
Emprego;
XIII - a importância paga ao empregado a título de complementação ao 
valor do auxílio-doença desde que este direito seja extensivo à totalidade 
dos empregados da empresa;
XIV - as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria 
canavieira de que trata o art. 36 da Lei no 4.870, de 1o de dezembro de 
1965;
XV - o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica 
relativo a programa de previdência complementar privada, aberta 
ou fechada, desde que disponível à totalidade de seus empregadose 
dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9o e 468 da Consolidação 
das Leis do Trabalho;
XVI - o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou 
odontológico, próprio da empresa ou com ela conveniado, inclusive 
o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos 
ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde 
que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da 
empresa;
29
CUSTEIO │ UNIDADE V
XVII - o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros 
acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho 
para prestação dos respectivos serviços;
XVIII - o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e 
o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, 
observado o limite máximo de seis anos de idade da criança, quando 
devidamente comprovadas as despesas realizadas; 
XIX - o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, 
nos termos do art. 21 da Lei no 9.394, de 1996, e a cursos de capacitação 
e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela 
empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial 
e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo;
XX - a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida 
ao adolescente até dezesseis anos de idade, nos termos da legislação 
específica; (Inciso revogado pelo Decreto no 3.265, de 29/11/1999)
XXI - os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos 
autorais; e
XXII - o valor da multa paga ao empregado em decorrência da mora 
no pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão 
do contrato de trabalho, conforme previsto no § 8o do art. 477 da 
Consolidação das Leis do Trabalho.
§ 10. As parcelas referidas no parágrafo anterior, quando pagas ou 
creditadas em desacordo com a legislação pertinente, integram o 
salário-de-contribuição para todos os fins e efeitos, sem prejuízo da 
aplicação das cominações legais cabíveis.
§ 11. Para a identificação dos ganhos habituais recebidos sob a forma de 
utilidades, deverão ser observados:
I - os valores reais das utilidades recebidas; ou
II - os valores resultantes da aplicação dos percentuais estabelecidos 
em lei em função do salário mínimo, aplicados sobre a remuneração 
paga caso não haja determinação dos valores de que trata o inciso I.
§ 12. O valor pago à empregada gestante, inclusive à doméstica, em 
função do disposto na alínea “b” do inciso II do art. 10 do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, 
30
UNIDADE V │ CUSTEIO
integra o salário-de-contribuição, excluídos os casos de conversão em 
indenização previstos nos arts. 496 e 497 da Consolidação das Leis do 
Trabalho.
§ 13. Para efeito de verificação do limite de que tratam o § 8o e o inciso 
VIII do § 9o, não será computado, no cálculo da remuneração, o valor 
das diárias.
§ 14. A incidência da contribuição sobre a remuneração das férias 
ocorrerá no mês a que elas se referirem, mesmo quando pagas 
antecipadamente na forma da legislação trabalhista.
§ 15. O valor mensal do auxílio-acidente integra o salário-de-contribuição, 
para fins de cálculo do salário-de-benefício de qualquer aposentadoria, 
observado, no que couber, o disposto no art. 32.
Sistemas clássicos de custeio
1. Primeiro modelo.
2. Segundo modelo.
3. Terceiro modelo.
O custeio do empregado terá um tratamento diferenciado se ele trabalhar em mais de 
uma empresa no mês. Considerando a atividade remunerada do obreiro, para cada caso 
abaixo explicitado haverá um tratamento previdenciário.
Releva notar que o obreiro tem a obrigação de informar ao seu empregador, sob pena 
de responder por crime previdenciário, no que pertine a sonegação, em razão do fato 
jurídico gerador do recolhimento.
Então:
1o Caso: quando o empregado trabalha em mais de uma empresa e o somatório das 
remunerações for inferior ao teto, a alíquota aplicável é aquela que se enquadra o total 
da remuneração, conforme tabela do salário de contribuição.
até R$ 1.556,94 8%
de R$1.556,95 a R$ 2.594,92 9%
de R$ 2.594,93 até R$ 5.189,82 11%
31
CUSTEIO │ UNIDADE V
A partir de R$ 5.189,83 o desconto será fixo correspondendo a onze por cento sobre 
R$ 5.189,83 qual seja R$ 570,88
O empregado recebe R$ 1.000,00 na empresa A; R$ 2.000,00 na empresa B; e 
R$ 1.900,00 na empresa C, o que totaliza R$ 4.900,00. A alíquota a ser aplicada será de 
11% sobre o total retro mencionado, oq eu acarreta um desconto R$ 539,00.
Convém registrar que cada empresa fará o seu custeio pelo valor do seu salário, 
respectivamente, com todas as contribuições sociais.
2o caso: quando o empregado já na primeira empresa alcança valor correspondente 
ao teto de contribuição, por tal emprego fará o custeio, nada recolhendo nas demais. 
Contudo em cada situação haverá o recolhimento feito pelo empregador.
Empresa A – R$ 6.000,00 – por tal prestação mensal de serviços, recolherá R$ 570,88.
Empresa B – R$ 4.000,00 – o empregado nada recolherá por tal situação. Contudo a 
empresa fará normalmente a sua contribuição.
3o caso: quando o empregado tiver a soma de sua remuneração superior ao teto de 
contribuição, aplicar-se-á a proporcionalidade para o cálculo de cada valor. O somatório 
dos salários de contribuição deve ser R$ 5.189,82. Contudo cada empregador recolherá 
o respectivo valor daquele contrato de trabalho mensal.
Empresa A R$ 2.000,00.
Empresa B: R$ 1.000,00.
Empresa C: R$ 3.000,00.
Empresa A: 5.189,82 x 2.000,00 dividido por 6.000,00. O valor a ser encontrado será 
o novo salário de contribuição da empresa A.
Empresa B: 5.189,82 X 1.000,00 dividido por 6.000,00. O valor a ser encontrado será 
o novo salário de contribuição da empresa B.
Empresa C: 5.189,82 x 2.000,00 dividido por 6.000,00. O valor a ser encontrado será 
o novo salário de contribuição da empresa C.
Contribuintes e segurados
Contribuintes
É o sujeito passivo, o devedor da obrigação tributária ou da contribuição à Seguridade 
Social. É a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que tem a obrigação 
legal de pagar a contribuição.
32
UNIDADE V │ CUSTEIO
Segundo a CF, art. 195, II, são contribuintes da Seguridade Social os trabalhadores, as 
empresas e o empregador doméstico.
Segurados
I. Empregado – é aquele definido conforme art. 3o da CLT.
Art 3o - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços 
de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e 
mediante salário.
Parágrafo único: Não haverá distinções relativas à espécie de emprego 
e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico 
e manual.
II. Doméstico – é aquele que presta serviços à pessoa física, sem finalidade 
lucrativa.
III. Avulso – é aquele que, com a intermediação do sindicato da categoria, 
presta serviços, urbanos ou rurais, a diversas empresas, sem vínculo de 
emprego.
Salário de contribuição para o segurado, empregado e o trabalhador avulso é 
remuneração auferida de uma ou mais empresas.
fontes de receita
As receitas estão contidas no art. 195 do Decreto no 3.048/99 (íntegra). Conforme o 
Parágrafo único do referido decreto, constituem contribuições sociais:
I - as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga, devida ou 
creditada aos segurados e demais pessoas físicas a seu serviço, mesmo 
sem vínculo empregatício;
IV. A empresa recolherá o percentual básico de 20% sobre a folha de salários. 
II - as dos empregadores domésticos, incidentes sobre o salário-de-
contribuição dos empregados domésticos a seu serviço.
 » O custeio do empregador doméstico corresponde a 12% pago ao doméstico, 
limitado ao teto de contribuição;III - as dos trabalhadores, incidentes sobre seu salário-de-contribuição;
33
CUSTEIO │ UNIDADE V
IV - as das associações desportivas que mantêm equipe de futebol 
profissional, incidentes sobre a receita bruta decorrente dos espetáculos 
desportivos de que participem em todo território nacional em qualquer 
modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer 
forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, 
publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos desportivos;
V - as incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização 
da produção rural;
VI - as das empresas, incidentes sobre a receita ou o faturamento e o 
lucro.
V. Trata-se de obrigação de recolhimento junto à Receita Federal;
VII - as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos.
São 3 as formas de recolhimento incidente sobre a receita do concurso de prognóstico:
1. Apostas em prados turísticos;
2. Apostas em cartelas, símbolos, imagens etc.;
3. Todos os jogos patrocinados pelo poder público.
dos contribuintes e salário de contribuição
I. segurado empregado;
II. doméstico;
III. avulso.
Salário de contribuição
Base na qual será calculada a contribuição do segurado. É o valor que serve de base de 
incidência das alíquotas das contribuições previdenciárias dos trabalhadores.
Do produtor rural pessoa física e do segurado especial – art. 200 do Decreto no 
3.048/1999:
pessoa física – 2% da receita bruta proveniente da comercialização de sua produção 
para a seguridade social e 0,1% para acidente de trabalho.
34
UNIDADE V │ CUSTEIO
A contribuição patronal dos clubes de futebol profissional à Seguridade Social é de 5% 
da receita bruta, em razão de espetáculos esportivos que se façam presentes no território 
nacional, além de outras receitas provenientes da exploração da marca.
da manutenção, perda e restauração da 
qualidade de segurado
da Manutenção e da perda da qualidade de segurado
Art. 13. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de 
contribuições:
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;
II - até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou 
após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer 
atividade remunerada abrangida pela previdência social ou estiver 
suspenso ou licenciado sem remuneração;
III - até doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido de 
doença de segregação compulsória;
IV - até doze meses após o livramento, o segurado detido ou recluso;
V - até três meses após o licenciamento, o segurado incorporado às 
Forças Armadas para prestar serviço militar; e
VI - até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado 
facultativo.
§ 1o O prazo do inciso II será prorrogado para até vinte e quatro meses, 
se o segurado já tiver pago mais de cento e vinte contribuições mensais 
sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.
§ 2o O prazo do inciso II ou do § 1o será acrescido de doze meses para 
o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por 
registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego.
§ 3o Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus 
direitos perante a previdência social.
§ 4o Aplica-se o disposto no inciso II do caput e no § 1o ao segurado que 
se desvincular de regime próprio de previdência social. (Incluído pelo 
Decreto no 3.265, de 1999)
35
CUSTEIO │ UNIDADE V
§ 5o A perda da qualidade de segurado não será considerada para a 
concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial. 
(Incluído pelo Decreto no 4.729, de 2003)
§ 6o Aplica-se o disposto no § 5o à aposentadoria por idade, desde que 
o segurado conte com, no mínimo, o número de contribuições mensais 
exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício. 
(Incluído pelo Decreto no 4.729, de 2003)
Art. 14 A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia dezesseis do 
segundo mês seguinte ao término dos prazos fixados no art. 13.
Art. 14. O reconhecimento da perda da qualidade de segurado no 
termo final dos prazos fixados no art. 13 ocorrerá no dia seguinte ao do 
vencimento da contribuição do contribuinte individual relativa ao mês 
imediatamente posterior ao término daqueles prazos. (Redação dada 
pelo Decreto no 4.032, de 2001)
Art. 15. Para fins do disposto no artigo anterior, se o dia quinze recair 
no sábado, domingo ou feriado, inclusive o municipal, o pagamento das 
contribuições deverá ser efetuado no dia útil imediatamente anterior.
Art. 15. Para fins do disposto no artigo anterior, se o dia quinze recair 
no sábado, domingo ou feriado, inclusive o municipal, o pagamento das 
contribuições deverá ser efetuado no dia útil imediatamente posterior. 
(Redação dada pelo Decreto no 3.265, de 1999) (Revogado pelo Decreto 
no 4.032, de 2001)
da restauração da qualidade de segurado
Art. 27-A. Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições 
anteriores a essa perda somente serão computadas para efeito de 
carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação ao 
Regime Geral de Previdência Social, com, no mínimo, um terço do 
número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência 
definida no art. 29. (Incluído pelo Decreto no 5.545, de 2005)
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput ao segurado oriundo de 
regime próprio de previdência social que se filiar ao Regime Geral de 
Previdência Social após os prazos a que se refere o inciso II do caput e o 
§ 1o do art. 13. (Incluído pelo Decreto no 5.545, de 2005).
36
unidAdE Vi
ASPECtoS 
AdMiniStrAtiVoS 
PrEVidEnCiÁrioS
CAPítulo 1
A lide previdenciária na via 
administrativa
Na esfera providenciária, para propositura de ações judiciais contra o Instituto de 
Seguridade Social – INSS, há prévia exigência da comprovação de ingresso na via 
administrativa perante a Autarquia, uma condição principal para ação judicial na 
prática forense.
A exigência da prévia manifestação do INSS, aparentemente de início, pode significar 
lesão ao direito insculpido pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, 
no artigo 5o, inciso XXXV, que assim estabelece:
Artigo 5o - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País e inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXV – A Lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito.
O dispositivo que estabelece o inciso XXXV do referido artigo não entra da esfera de 
submissão do direito de ação à prévia manifestação a respeito do pedido, mas sim de 
comprovar o legítimo interesse do exercício desse direito, que está elencado no artigo 
3o do Código de Processo Civil, ou seja, não é demonstrado a existência do conflito de 
interesses, impossível de ser invocada a tutela jurisdicional.
Para Humberto Theodoro Júnior (2012), 
Localiza-se o interesse processual não apenas na utilidade, mas 
especificamente na necessidade do processo como remédio apto à 
aplicação do direito objetivo no caso concreto, pois a tutela jurisdicional 
37
ASPECTOS ADMINISTRATIVOS PREVIDENCIÁRIOS │ UNIDADE VI
não é jamais outorgada sem uma necessidade. [...] Só o dano ou perigo 
do dano jurídico, representado pela efetiva existência de uma lide, é que 
autoriza o exercício do direito de ação.
Quando há interesse de agir por parte dos segurados, faz-se necessário a utilização do 
processo, na hipótese de pleitear o direito na via administrativa, e obter o indeferimento 
do pedido de concessão de benefício, ou pela omissão no atendimento do Órgão 
Previdenciário.
E para queo exaurimento da via administrativa não seja condição para propositura 
da ação de natureza previdenciária, consolidada no entendimento jurisprudencial 
na súmula no 213 do Tribunal Federal de Recursos, já extinta, entende-se que, 
em matéria de pretensão de benefícios previdenciários, faz necessária a prévia 
manifestação do Órgão Previdenciário, pois, o Poder Judiciário não poderá 
substituir a atividade que confere exclusivamente ao setor público em casos 
específicos, como: conferência de recolhimentos das contribuições, cálculo 
de tempo de serviço, avaliação da capacidade laborativa e demais serviços que 
incluem a concessão de benefícios.
Porém, não se exige prévia provocação administrativa, quando se trata de procedimento 
que é público e notório ao INSS, principalmente quando existe postulações quanto 
divergências de interpretação de normas ou deixem de cumpri-las, por ação própria, as 
obrigações determinadas na lei.
Constatando-se de que o órgão previdenciário não foi provocado na esfera administrativa, 
nos casos em que há necessidade de sua manifestação, os magistrados federais, em casos 
julgados, preliminarmente solicitam a parte autora que apresentem em 10 (dez) dias a 
negativa administrativa e, caso não observe esse critério, a petição inicial é indeferida 
por carência de ação e também por falta de interesse de agir.
No entendimento de alguns juristas e magistrados, já houve decisão favorável à matéria:
PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO. APOSENTADORIA POR TEMPO 
DE SERVIÇO. PRÉVIA POSTULAÇÃO NA VIA ADMINISTRATIVA. 
NECESSIDADE. CARÊNCIA DE AÇÃO. Reconhecida a carência de 
ação, já que o INSS não foi provocado na via administrativa, tampouco 
contestou o mérito da demanda, não impondo resistência à pretensão 
vestibular.
38
UNIDADE VI │ ASPECTOS ADMINISTRATIVOS PREVIDENCIÁRIOS
Mas pode-se recorrer ao entendimento do Superior Tribunal de Justiça, que assim tem 
se manifestado:
“PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO. Dispensabilidade 
de exame prévio pela administração”. O prévio ingresso na via 
administrativa não é condição necessária para a propositura da ação, 
onde se pleiteia a concessão de benefício previdenciário”.
Assim, a inexistência da provocação da via administrativa perante ao Órgão 
Previdenciário, pode constituir barreira ao ingresso de ação judicial, o que cumpre ao 
autor demonstrar administrativamente a existência da lesão ou ameaça de lesão ao 
direito do segurado que caracteriza o seu interesse de agir, que pode ser demonstrado 
pelo pedido indeferido pelo INSS ou constatação que resulte a existência da lide.
Para o Desembargador Federal Edgard A. Lippmann Júnior, da 4a Região, 
A jurisprudência admite a ação cautelar de exibição de documentos com 
caráter satisfativo. É desnecessário o esgotamento da via administrativa 
para ajuizar a pretensão. Meras alegações de inépcia da inicial e de 
infringência da sentença aos requisitos legais de validade não podem 
ser apreciados quando as peças são claras, precisas e, portanto, válidas”.
Em regra, não tendo havido prévia provocação da esfera administrativa, carece o 
beneficiário de interesse processual para postular em juízo. Mas, em determinados casos, 
pode-se admitir a dispensa do exame prévio pela via administrativa, não sendo requisito 
básico para condição da ação, o que deveria também atingir ações providenciárias que 
não ultrapassam 60 (sessenta) salários mínimos, baseadas na Lei no 10.259, de 12 de 
julho de 2001, que criou os Juizados Especiais no âmbito da Justiça Federal.
39
unidAdE ViiPrESCrição E 
dECAdênCiA
CAPítulo 1
A prescrição e a decadência
Em Sessão Plenária de 11 de junho de 2008, os Ministros do Supremo Tribunal Federal 
declararam a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei no 8.212/1991, que 
havia fixado em dez anos os prazos decadencial e prescricional das contribuições da 
seguridade social, prevalecendo assim os prazos do CTN que são de 5 anos.
Na decisão plenária foi reconhecido que “apenas lei complementar pode dispor sobre 
normas gerais – como prescrição e decadência em matéria tributária, incluídas aí as 
contribuições sociais. A decisão se deu no julgamento dos Recursos Extraordinários 
(REs) 556664, 559882, 559943 e 560626, todos negados por unanimidade”, conforme 
noticiado pelo STF.
O entendimento dos ministros foi unânime. O artigo 146, III, ‘b’, da Constituição Federal, 
afirma que apenas lei complementar pode dispor sobre prescrição e decadência em 
matéria tributária. Como é entendimento pacífico da Corte que as contribuições sociais 
são consideradas tributos, a previsão constitucional de reserva à Lei Complementar 
para tratar das normas gerais sobre tributos se aplica a esta modalidade.
Em nova plenária, em 12 de junho de 2008, os Ministros do STF aprovaram a modulação 
do tema, pela Súmula Vinculante no 08. Eis a íntegra do texto: “São inconstitucionais 
o parágrafo único do artigo 5o do Decreto-lei 1569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei 
8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. 
Segundo noticiado no site do STF, 
A modulação dos efeitos da decisão faz uma ressalva, no entanto, quanto 
aos recolhimentos já realizados pelos contribuintes, que não terão direito a 
restituição, a menos que já tenham ajuizado as respectivas ações judiciais ou 
solicitações administrativas até a data do julgamento (11 de junho). Dessa forma, 
40
UNIDADE VII │ PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, 
explicou que “são legítimos os recolhimentos efetuados nos prazos previstos 
nos artigos 45 e 46 e não impugnados antes da conclusão deste julgamento”. 
Assim, os contribuintes que ajuizaram ações até 11/6/2008, data do julgamento 
no STF, serão beneficiados com a declaração de inconstitucionalidade e 
deverão receber de volta o tributo que foi recolhido indevidamente. Já aqueles 
contribuintes que não ajuizaram ações até a última quarta-feira, não terão 
direito a reaver o que já pagaram.O STF se alinhou, portanto, ao decidido 
pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que julgou 
inconstitucional o artigo de lei que autorizava a autarquia a apurar e 
constituir créditos pelo prazo de 10 anos, como consta nos incisos I e II 
do artigo 45 da Lei no 8.212/1991, que dispõe sobre a seguridade social. 
Veja-se o texto: 
Art. 45. O direito da Seguridade Social apurar e constituir seus créditos 
extingue-se após 10 (dez) anos contados: I - do primeiro dia do exercício 
seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído; II - da 
data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício 
formal, a constituição de crédito anteriormente efetuada. 
Naquela ocasião, o ministro Teori Albino Zavascki – relator do recurso especial em 
que houve a arguição de inconstitucionalidade – as contribuições sociais destinadas 
a financiar a seguridade social têm natureza tributária. Por isso, caberia a uma lei 
complementar, e não ordinária, dispor sobre normas gerais de prescrição e decadência 
tributárias, tal qual estabelece o artigo 146, III, b, da Constituição Federal. 
Com a decisão da Corte Especial – por unanimidade – a retroatividade das cobranças 
do INSS fica limitada em cinco anos, de acordo com o estabelecido no Código Tributário 
Nacional (CTN). 
Veja o REsp 616348, julgado pela Corte Especial, em 15 de agosto de 2007, e publicado 
no DJ-U de 15 de outubro de 2007.
1. As contribuições sociais, inclusive as destinadas a financiar a 
seguridade social (CF, art. 195), têm, no regime da Constituição de 
1988, natureza tributária. Por isso mesmo, aplica-se também a elas o 
disposto no art. 146, III, b, da Constituição, segundo o qual cabe à lei 
complementar dispor sobre normas gerais em matériade prescrição 
e decadência tributárias, compreendida nessa cláusula inclusive 
a fixação dos respectivos prazos. Consequentemente, padece de 
inconstitucionalidade formal o artigo 45 da Lei 8.212, de 1991, que fixou 
41
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA │ UNIDADE VII
em dez anos o prazo de decadência para o lançamento das contribuições 
sociais devidas à Previdência Social.
2. Arguição de inconstitucionalidade julgada procedente.
Apesar de o CTN estabelecer o prazo de cinco anos para a homologação tácita, o INSS 
e a Receita Federal do Brasil desconsideravam esse prazo e, baseado no artigo 45 da 
Lei no 8.212/1991, promoveram fiscalização retroagindo a dez anos, lavrando Autos 
de Infração e NFLD’s e, por consequência, execuções fiscais abrangendo períodos já 
fulminado pela decadência.
Têm ocorrido com frequência as distribuições de execuções fiscais promovidas pelo 
INSS e agora pela União Federal, junto ao Judiciário, em que se constatam, nos anexos 
das Certidões de Dívida Ativa, os discriminativos das competências inseridas no 
lançamento fiscal abrangendo 10 anos anteriores ao mesmo. Fica clara a preclusão do 
direito de lançar, pelo decurso do quinquêncio legal. Por isso, o crédito considera-se 
extinto, não tendo como prosperar a pretenção do Governo em querer cobrar débitos 
inseridos nos meses de competência alcançados pela decadência. 
Para se defender, o contribuinte pode utilizar-se da exceção de pré-executividade. É 
um procedimento judicial visando evitar o oferecimento de garantias para um valor 
cobrado de forma indevida, restringindo a possível penhora e discussão apenas sobre 
o que restar da execução fiscal, após excluídos os valores atingidos pela decadência de 
5 anos.
Embora a certidão de dívida ativa, regularmente inscrita, que acompanha o processo 
de execução fiscal seja revestida da presunção de liquidez e certeza, todavia, o processo 
fiscal pode apresentar vícios formais ou materiais que impedem a sua continuidade e a 
consecução do objetivo que lhe é próprio, como é o caso da decadência.
A característica da certeza diz respeito à existência material de uma obrigação tributária 
ou não, em razão da qual o agente passivo esteja obrigado a uma prestação de dar quantia 
certa em benefício do agente ativo, estando a referida obrigação formalizada em título 
executivo (Certidão de Dívida Ativa). O requisito da certeza é, portanto, predominante 
sobre os demais (liquidez e exigibilidade), pois somente se pode afirmar que um título 
é líquido quando se tem certeza da obrigação que documenta.
A presunção de certeza e liquidez do título executivo fiscal não é absoluta e sim relativa, 
de modo que, diante da existência de vícios na execução fiscal, surge a possibilidade 
de sua arguição, por meio da exceção de pré-executividade, cuja finalidade é impedir a 
continuidade da execução fiscal, por meio da demonstração da falta de vínculo jurídico 
42
UNIDADE VII │ PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
entre o fisco e o contribuinte capaz de promover o válido lançamento da obrigação 
tributária.
Obrigar o executado a sujeitar-se à penhora para, apenas em sede de embargos, dizer 
que está sofrendo execução indevida, ou dizer que antes procedeu ao depósito do 
montante integral do crédito tributário exigido, este exatamente para evitar a execução, 
é apego exarado ao formalismo, que nega a realização da justiça.
Em homenagem ao princípio da economia processual, questões como a presente podem 
ser de pronto decididas pelo magistrado, não havendo o que justifique a formação do 
processo de embargos, sobretudo quando se sabe que, depois de ouvida, a Fazenda 
Pública muitas vezes reconhece o equívoco e pede a desistência da execução.
Foi para sanar de pronto questões de insubsistência da execução que surgiu a exceção de 
pré-executividade, como criação doutrinária e jurisprudencial, possibilitando ao Juízo 
não relegar o exame para o tempo dos embargos, eis que as matérias então arguidas 
visam fulminar a Execução Fiscal no seu nascedouro, pela sua inadmissibilidade em 
face do Devido Processo Legal.
O Superior Tribunal de Justiça admite a utilização do recurso da exceção de pré-
executividade para arguição de decadência ou prescrição, conforme se extrai do 
decidido no REsp 664.867, sendo relatora a Ministra Denise Arruda, que afirma que 
“a jurisprudência desta Corte admite a arguição de prescrição por meio de incidente 
de exceção de pré-executividade”. E afirma: Nesse sentido: AgRg no Ag 660.708/RJ, 1a 
Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 5/9/2005; REsp 595.979/SP, 2a Turma, 
Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 23/5/2005; EREsp 614.272/PR, 1a Seção, Rel. Min. 
Castro Meira, DJ de 6/6/2005.
Em sua decisão, a ministra Denise Arruda disse que a jurisprudência do STJ é pacífica 
no sentido de admitir a exceção de pré-executividade naquelas situações em que não 
se fazem necessárias dilações probatórias e em que as questões possam ser conhecidas 
de ofício pelo juiz, como: condições da ação, pressupostos processuais, decadência, 
prescrição, entre outras. “Assim, havendo a comprovação de plano da veracidade das 
alegações do excipiente, sem a necessidade de produção de novas provas, não há óbice 
à análise da matéria por meio do incidente em comento”, concluiu. E com isso julgou 
extinta a execução fiscal.
Voltando ao julgado pelo Plenário do STF, a decisão é de suma importância uma vez 
que a decadência é uma das causas de extinção do crédito tributário. Com o decurso do 
prazo prescrito no Código Tributário Nacional – para a constituição do crédito tributário 
(obrigação) – ocorre a falta do ato administrativo lançamento, o que obstará ao sujeito 
43
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA │ UNIDADE VII
ativo executar a obrigação tributária, pois para que essa seja exequível, deverá estar 
legalmente constituída. 
Veja-se a respeito da inconstitucionalidade de lei, o magistério do DD. Prof. José Afonso 
da Silva, na belíssima obra Curso de Direito Constitucional Positivo, ed. Malheiros, 20a 
edição, p. 47: 
O fundamento desta inconstitucionalidade está no fato de que do 
Princípio da Supremacia da Constituição resulta o da compatibilidade 
vertical das normas da ordenação jurídica de um país, no sentido de 
que as normas de grau inferior somente valerão se forem compatíveis 
com as normas de grau superior, que é a Constituição. As que não forem 
compatíveis com ela são inválidas, pois a incompatibilidade vertical 
resolve-se em favor das normas de grau mais elevado, que funcionam 
como fundamento de validade das inferiores.
Essa incompatibilidade vertical de normas inferiores (leis, decretos etc.) com a 
Constituição é o que, tecnicamente, se chama inconstitucionalidade das leis ou dos atos 
do Poder Público e que se manifesta sob dois aspectos: 
I. formalmente, quando tais normas são formadas por autoridades 
incompetentes ou em desacordo com formalidades ou procedimentos 
estabelecidos pela constituição;
II. materialmente, quando o conteúdo de tais leis ou atos contraria preceito 
ou princípio da Constituição.
A alegação de que o crédito tributário é ilíquido pode ser apresentada tanto em embargos 
do devedor quanto em exceção de pré-executividade. Se a Fazenda Pública entender que 
ele é ilíquido, pode proceder à substituição da Certidão de Dívida Ativa até o momento 
da prolação da sentença nos embargos do devedor, ou seja, constatou-se erro no valor 
da CDA é facultada a sua substituição.
Finalmente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na mesma assentada, que 
“o dispositivo da repercussão geral, criado em 2004 pela Emenda Constitucional 45, 
poderá ser aplicado pelo Plenário da Corte a recursos extraordinários que discutem 
matérias já pacificadas pelo STF, sem que esses processos tenham de ser distribuídos 
para um relator. A repercussão geral possibilita que o Supremo deixe deapreciar 
recursos extraordinários que não tenham maiores implicações para o conjunto da 
sociedade. É um filtro que permite ao STF julgar somente os recursos que possuam 
relevância social, econômica, política ou jurídica. Ao mesmo tempo, determina que as 
44
UNIDADE VII │ PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
demais instâncias judiciárias sigam o entendimento da Suprema Corte nos casos em 
que foi reconhecida a repercussão geral”.
Portanto, para o caso dos prazos de decadência e prescrição reduzidos para 5 (cinco) 
anos, a súmula vinculante no 8 resolveu definitivamente a questão e irá interferir nos 
valores de muitos feitos administrativos pendentes nos órgãos da Receita Federal do 
Brasil e no 2o Conselho de Contribuintes do MF e, principalmente, nas Execuções 
Fiscais já em andamento em várias instâncias do Judiciário. A modulação, inédita no 
âmbito do Supremo, foi feita pelo presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, e tem 
o poder de garantir a necessária segurança jurídica na resolução da matéria.
Concluindo, ao receber Autos de Infração ou NFLD’s da fiscalização ou a Citação da 
Execução Fiscal promovida pela União, a primeira providência é examinar a data do 
lançamento (normalmente consta nos anexos dos feitos fiscais e das Certidões de Dívida 
Ativa, esta como anexo da citação) e o discriminativo das competências abrangidas 
por ele, averiguando se está presente ou não a decadência. Em caso positivo, cabe ao 
contribuinte fazer prevalecer seus direitos!
45
unidAdE Viii
introdução 
Ao dirEito 
ESPECífiCo 
PrEVidEnCiÁrio
CAPítulo 1
Beneficiários (segurados obrigatórios, 
facultativos e dependentes, inscrição, 
filiação, matrículas das empresas, 
perda da condição de segurado, 
restituição e compensação das 
contribuições, crimes previdenciários)
Segundo a Lei no 8.213/1991, art. 24, o período de carência é o número mínimo de 
contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, 
consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências. 
Ex.: se o segurado paga a contribuição da competência fevereiro no mês de março, 
conta-se a carência a partir de 1o de fevereiro. 
A lei usa a expressão “período de carência”, a fim de reforçar a ideia de que não bastam 
as contribuições, mas também se exige o decurso do prazo. Objetiva-se impedir que 
um segurado, desejando obter um benefício cujo período de carência, por exemplo, 
é de doze meses de contribuição, venha, de uma vez, efetuar o pagamento de todas 
as contribuições atrasadas e devidas somente para poder gozar o benefício. A lei não 
admite pagamento antecipado das contribuições, nem pagamento atrasado das mesmas 
(nos moldes citados no exemplo). 
Atenta ao desiderato de impedir tais expedientes ardilosos; dispõe a lei que, para 
cômputo do período de carência relativamente aos segurados empregado doméstico, 
contribuinte individual, especial e facultativo, somente serão consideradas as 
contribuições realizadas a contar da data do efetivo pagamento da primeira contribuição 
sem atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com 
atraso referentes a competências anteriores (artigo 27, inciso II). 
46
UNIDADE VIII │ INTRODUÇÃO AO DIREITO ESPECÍFICO PREVIDENCIÁRIO
A carência varia de benefício para benefício. 
O auxílio doença (incapacidade temporária) terá o seu prazo de carência determinado 
de acordo com a causa que determinou a sua necessidade: 
Acidentário: pode ser de qualquer natureza ou por doença de trabalho ou por doença 
profissional. Não há carência. 
Doença grave: há portaria conjunta entre o Ministério da Previdência e o Ministério 
da Saúde que estabelece quais são, também no artigo 151, da Lei no 8.213, que deve ser 
acrescentado pela doença de Hepatopatia grave. Não há carência. Tem-se entendido 
que o rol é meramente exemplificativo, admitindo a inclusão de outras enfermidades 
graves. 
Art. 151. Até que seja elaborada a lista de doenças mencionadas 
no inciso II do art. 26, independe de carência a concessão de 
auxílio-doença e aposentadoria por invalidez ao segurado que, após 
filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido das 
seguintes doenças: tuberculose ativa; hanseníase; alienação mental 
(INCLUIR O MAL DE ALZEIMER); neoplasia maligna; cegueira; 
paralisia irreversível e incapacitante; cardiopatia grave; doença 
de Parkinson; espondiloartrose anquilosante; nefropatia grave; 
estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante); síndrome 
da deficiência imunológica adquirida-Aids; e contaminação por 
radiação, com base em conclusão da medicina especializada. 
A aposentadoria por invalidez (incapacidade permanente) tem o mesmo tratamento do 
auxílio doença. 
Contribuição paga em atraso não é contada como carência; é utilizada para o cálculo 
do benefício, mas, não para o período de carência, mesmo que seja feito o pagamento 
de multa. É importante dizer que a regra de transição do art. 142 da Lei no 8.213/1991 
fala em segurado inscrito até 24 de julho de 1991. Portanto, mesmo havendo perda 
da qualidade de segurado, quando do advento da Lei no 8.213/1991, se o beneficiário 
estava inscrito em data anterior à vigência da Lei, deve fazer jus à regra de transição 
(STJ RESP 554257/2004).
Os incisos I e II do artigo 27 estabelecem diferentes regras para início do cômputo da 
carência: 
Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão consideradas as 
contribuições: 
47
INTRODUÇÃO AO DIREITO ESPECÍFICO PREVIDENCIÁRIO │ UNIDADE VIII
I - referentes ao período a partir da data da filiação ao Regime Geral de 
Previdência Social, no caso dos segurados empregados e trabalhadores 
avulsos referidos nos incisos I e VI do art. 11; 
II - realizadas a contar da data do efetivo pagamento da primeira 
contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim as 
contribuições recolhidas com atraso referentes a competências 
anteriores, no caso dos segurados empregado doméstico, contribuinte 
individual, especial e facultativo, referidos, respectivamente, nos incisos 
II, V e VII do art. 11 e no art. 13. (Redação dada pela Lei no 9.876, de 
26/11/1999) 
O inciso I reza que, para os empregados e avulsos, a carência tem início a partir da 
filiação ao Regime Geral da Previdência Social. O inciso II, por seu turno, estabelece 
a contagem da carência, relativamente aos segurados empregados domésticos, 
contribuinte individual, especial e facultativo, apenas a partir da data do efetivo 
pagamento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim 
as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores. 
No inciso I, como visto, a contagem da carência é automática, a partir da data da filiação. 
Já no inciso II, fica a depender do recolhimento da primeira contribuição sem atraso. 
Em realidade, no inciso I, a contagem da carência independe do recolhimento das 
contribuições. Tal se deve ao fato de que tal recolhimento não é ônus do empregado 
(ou do trabalhador avulso), mas do empregador (ou do tomador da mão de obra). A 
empresa é obrigada a pagar à Previdência sua contribuição e a repassar a contribuição 
descontada da remuneração dos empregados. Não pode o trabalhador ser prejudicado 
se a empresa não cumpre o seu dever. 
Observe-se que, ainda que a empresa não desconte a contribuição a cargo do empregado, 
haverá contagem da carência para este. É que, neste caso, se presume que a empresa 
assumiu o ônus de pagar ambas as contribuições (a sua e a do empregado). 
Nas hipóteses do inciso II, o ônus de recolher a contribuição é do próprio trabalhador 
(à exceção do doméstico). Deste modo, somente fluirá a carência quando cumprir 
seu dever de recolher a primeira contribuição sem atraso. Mas atente-se que caso o 
trabalhador doméstico não consiga

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