Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Brasília-DF. Direito PreviDenciário Elaboração José Augusto Pinto da Cunha Lyra Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APrESEntAção ................................................................................................................................. 4 orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 5 introdução.................................................................................................................................... 7 unidAdE i ASPETOS GERAIS ................................................................................................................................... 9 CAPítulo 1 NOvOS vAlORES ..................................................................................................................... 9 unidAdE ii ASPECTOS HISTÓRICOS ....................................................................................................................... 13 CAPítulo 1 ORIGENS E dESENvOlvImENTO dA PREvIdêNCIA SOCIAl NO BRASIl ...................................... 13 unidAdE iii ASPECTOS ESPECÍFICOS PREvIdENCIÁRIOS .......................................................................................... 19 CAPítulo 1 CONCEITOS BÁSICOS: SEGuRO SOCIAl, ASSISTêNCIA SOCIAl E SEGuRIdAdE SOCIAl ............ 19 unidAdE iV ASPECTOS CONSTITuCIONAIS .............................................................................................................. 23 CAPítulo 1 PRINCÍPIOS CONSTITuCIONAIS RElATIvOS à SEGuRIdAdE SOCIAl ........................................... 23 unidAdE V CuSTEIO .............................................................................................................................................. 25 CAPítulo CuSTEIO ................................................................................................................................ 25 unidAdE Vi ASPECTOS AdmINISTRATIvOS PREvIdENCIÁRIOS ................................................................................... 36 CAPítulo 1 A lIdE PREvIdENCIÁRIA NA vIA AdmINISTRATIvA ..................................................................... 36 unidAdE Vii PRESCRIÇÃO E dECAdêNCIA .............................................................................................................. 39 CAPítulo 1 A PRESCRIÇÃO E A dECAdêNCIA .......................................................................................... 39 unidAdE Viii INTROduÇÃO AO dIREITO ESPECÍFICO PREvIdENCIÁRIO ..................................................................... 45 CAPítulo 1 BENEFICIÁRIOS (SEGuRAdOS OBRIGATÓRIOS, FACulTATIvOS E dEPENdENTES, INSCRIÇÃO, FIlIAÇÃO, mATRÍCulAS dAS EmPRESAS, PERdA dA CONdIÇÃO dE SEGuRAdO, RESTITuIÇÃO E COmPENSAÇÃO dAS CONTRIBuIÇõES, CRImES PREvIdENCIÁRIOS) ....................................... 45 unidAdE iX BENEFÍCIOS Em SI................................................................................................................................ 58 CAPítulo 1 QuAdRO GERAl dE BENEFÍCIOS (PRESTAÇÃO, BENEFÍCIOS E SERvIÇOS, PERÍOdO dE CARêNCIA, SAlÁRIO dE BENEFÍCIO, vAlOR dO BENEFÍCIO, ACumulAÇÃO dE BENEFÍCIOS, CONTAGEm RECÍPROCA dE TEmPO dE SERvIÇO) ..................................................................................... 58 rEfErênCiAS ................................................................................................................................ 182 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 7 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 8 introdução O curso desenvolve habilidades e conhecimentos ligados à área previdenciária constituindo-se em importante instrumento para aquele que tenha interesse pelo Direito Previdenciário. Pretende a formação do profissional, qualificando-o no pensamento previdenciário, com a sua materialidade e operacionalização. objetivos » Capacitar o participante para que entenda como transitar neste ramo da ciência jurídica, que obteve, a partir da Constituição Federal, um capítulo pelo legislador. » Propiciarar teses no Direito Previdenciário para que os operadores façam o desenvolvimento jurídico na sua vida prática. » Fornecer aos alunos variáveis de um tema jurídico, nos moldes de concurso público, adaptando-o ao que o examinador poderá perguntar em um prova. 9 unidAdE iASPEtoS gErAiS CAPítulo 1 novos valores A partir de 1o de janeiro de 2016, os segurados da Previdência Social que recebem acima do salário mínimo terão o benefício reajustado em 11,28%. O índice foi divulgado em portaria conjunta dos ministérios do Trabalho e Previdência Social e da Fazenda, publicada nesta segunda-feira (11) no Diário Oficial da União (DOU). A portaria também estabeleceu as novas alíquotas de contribuição do INSS dos trabalhadores empregados, domésticos e trabalhadores avulsos (veja tabela).As alíquotas são de 8% para aqueles que ganham até R$ 1.556,94; de 9% para quem ganha entre R$ 1.556,95 e R$ 2.594,92, e de 11% para os que ganham entre R$ 2.594,93 e R$ 5.189,82. Essas alíquotas – relativas aos salários pagos em janeiro – deverão ser recolhidas apenas em fevereiro. O valor mínimo dos benefícios pagos pelo INSS – aposentadorias, auxílio-doença, auxílio-reclusão e pensão por morte –, das aposentadorias dos aeronautas e das pensões especiais pagas às vítimas da síndrome da talidomida, será de R$ 880,00. O mesmo piso vale também para os benefícios da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) para idosos e portadores de deficiência, para a renda mensal vitalícia e para as pensões especiais pagas aos dependentes das vítimas de hemodiálise da cidade de Caruaru (PE). Já o benefício pago aos seringueiros e seus dependentes, com base na Lei no 7.986/1989, terá valor de R$ 1.760,00. A cota do salário-família passa a ser de R$ 41,37 para o segurado com remuneração mensal não superior a R$ 806,80 e de R$ 29,16 para o segurado com remuneração mensal superior a R$ 806,80 e igual ou inferior a R$ 1.212,64. 10 UNIDADE I │ ASPETOS GERAIS Já o auxílio-reclusão será devido aos dependentes do segurado cujo salário-de-contribuição seja igual ou inferior a R$ 1.212,64. O teto do salário-de-contribuição e do salário-de-benefício passa de R$ 4.663,75 para R$ 5.189,82. Os recolhimentos a serem efetuados em janeiro – relativos aos salários de dezembro – ainda seguem a tabela anterior. Nesse caso as alíquotas são de 8% para aqueles que ganham até R$ 1.399,12; de 9% para quem ganha entre R$ 1.399,12 e R$ 2.331,88 e de 11% para os que ganham entre R$ 2.331,88 e R$ 4.663,75. Tabela 1. Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, a partir de 1o de Janeiro de 2016 Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS até R$ 1.556,94 8% de R$ 1.556,95 a R$ 2.594,92 9% de R$ 2.594,93 até R$ 5.189,82 11% disponível em: <http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2016/01/aposentadorias-acima-do-salario-minimo-tem- reajuste-de-11-28>. Acesso em: 13/07/2016. Conceito O Direito Previdenciário tem como base o Regime Geral da Previdência Social e tem a sua ligação feita com o empregado regido pela natureza celetista. Autonomia e fontes do direito Previdenciário O Direito Previdenciário é autônomo, pois possui objeto próprio e expressões típicas, não se socorrendo com os demais direitos, quando tem seus próprios institutos. Formais: a. Espécies normativas constantes no art. 59 da Constituição Federal. b. Leis nos 8.212 e 8.213, de 1991 e Decreto no 3.048, de 6/5/1999. c. Portarias e resoluções. 11 ASPETOS GERAIS │ UNIDADE I d. Ordens de serviço. e. Instrução e orientação normativa. f. Enunciados do Conselho de Recursos da Previdência Social. g. A jurisprudência dos tribunais superiores. Materiais: Fatos Sociais e Clamor da Sociedade. Peculiaridade das normas As Leis no 8.212, de 24/7/1991, o Plano de Custeio da Previdência Social, e no 8.213, de 1991, Plano de Benefícios da Previdência Social, além do Decreto no 3048/1999, as Súmulas da Turma Nacional de Uniformização e as Instruções Normativas 77 e 85, ambas de 2015, compõem as peculiaridade do Direito Previdenciário na sua regência legislativa. natureza jurídica O Direito Previdenciário tem características do campo do Direito Público. relação do direito Previdenciário com os outros ramos do direito Constitucional: trata-se da ciência jurídica que mais se preocupou com o Direito de Seguridade Social e tanto que dedicou um capítulo inteiro na Constituição Federal. Trabalho: tem estreita relação quando procura o Direito da Seguridade Social, base para diversas definições no Direito do Trabalho. Administrativo: Sergundo Russomano, a expressão: “O Direito da Previdência Social nasceu do Direito Administrativo e caminha, durante longos anos, ao lado do Direito do Trabalho”. Quando o INSS emite portaria ou orientação de serviço está praticando atos ligados ao Direito Administrativo. Civil: o relacionamento abraça aspectos pertinentes a inventário, família, concubinato. 12 UNIDADE I │ ASPETOS GERAIS Comercial: é a empresa que paga os maiores rendimentos por meio de recolhimentos previdenciários. Internacional: os diversos tratados celebrados por nosso país com os países amigos do mundo exterior encerram o tema. Tributário: é grande a relação, tomando-se por base o custeio da Seguridade Social. Financeiro: pela determinação da receita que vai para os cofres da Previdência Social, tem-se a ligação. 13 unidAdE iiASPECtoS HiStÓriCoS CAPítulo 1 origens e desenvolvimento da previdência social no Brasil O surgimento da Previdência Social se deu pelo Decreto Legislativo no 4.682, de 24 de janeiro de 1923, decreto este conhecido como “Lei Eloy Chaves”, que criou uma Caixa de Aposentadoria e Pensões (CAP´s) para os ferroviários de nível nacional. A importância dessa lei na previdência social levou a que se considerasse o dia de sua promulgação – 24 de janeiro – como o dia da Previdência Social (art. 403, do RBPS/1979). Esta lei assegurava, para esses trabalhadores, assistência médica, os benefícios de aposentadoria por invalidez, aposentadoria ordinária (conhecida hoje como aposentadoria por tempo de serviço) e pensão por morte. Na década de 1930, o sistema previdenciário deixou de ser por empresa e passou a ser por categoria profissional, surgindo então os Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAP´s, sendo: » 1933 – Institutos de Aposentadorias e Pensões dos Marítimos – IAPM; » 1934 – Institutos de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários – IAPC; » 1934 – Institutos de Aposentadorias e Pensões dos Bancários – IAPB. Neste período, houve uma fusão das CAP´s na Caixa Geral e no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e Empregados em Serviços Públicos – IAPFESP. Posteriormente, surgiram outras Caixas de Aposentadorias e Pensões como: » 1926 – os trabalhadores portuários e marítimos foram beneficiados pela Lei Eloy Chaves por meio do Decreto no 5.109; 14 UNIDADE II │ ASPECTOS HISTÓRICOS » 1928 – os trabalhadores das empresas de serviços telegráficos e radiotelegráficos também foram atendidos pela Lei Eloy Chaves através do Decreto no 5.485; » 1930 – por meio do Decreto no 19.497, foi instituído as CAP´s aos trabalhadores nos serviços de força, luz e bondes; » 1934 – a Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer, em texto constitucional, a forma tripartite de custeio: a contribuição dos trabalhadores, dos empregadores e do Poder Público (União); houve o primeiro uso da expressão “Previdência” sem o adjetivo de social. Nessa constituição, foram assegurados os seguintes direitos: › Assegurado à gestante o descanso antes e depois do parto, sem prejuízo do salário e do emprego. Até o período da constituição de 1967, este benéfico era totalmente a cargo do empregador, o que não incentivava a inserção da mulher no mercado de trabalho; › Aposentadoria compulsória aos 68 (sessenta e oito anos de idade); › Os empregados das indústrias eram segurados obrigatórios; › Os empregadores poderiam se inscrever facultativamente; › As atividades exclusivamente familiares, em que não haviam empregados e empregadores definidos, eram excluídas. » 1937 – a Constituição de 1937 não trouxe evoluções, pelo contrário, houve certa regressão no aspecto previdenciário. Não havia mais a expressão “Previdência” mas “seguro social”. › O seguro social estava disciplinado em apenas duas alíneas do art. 137. › Instituição de seguros de velhice, de invalidez, de vida e para os casos de acidente do trabalho. › IAPTEC Institutode Aposentadorias e Pensões dos Empregados em Transporte de Cargas. › ISSB Instituto de Serviços Sociais do Brasil – determinava a criação de um só tipo de instituição de previdência social; – cobriria todos os empregados ativos a partir de 14 (quatorze anos) tendo um único plano de contribuições e benefícios (o que acabou não sendo implementado). 15 ASPECTOS HISTÓRICOS │ UNIDADE II » 1946 – surge pela primeira vez a expressão “Previdência Social”, sendo o princípio da precedência da fonte de custeio. › Mantida a tríplice forma de custeio. › Emenda Constitucional no 11 de 1965 – Princípio da Precedência da Fonte de Custeio: (“Nenhuma prestação de serviço de caráter assistencial ou de benefício compreendido na previdência social poderá ser criada, majorada ou estendida sem a correspondente fonte de custeio total”). › Fusão da CAP´s em IAPFESP (conforme já comentado). › IAP´s trabalhadores urbanos. › IPASE funcionários públicos. › Uniformização e unificação das políticas legislativas sobre Previdência Social Regulamento Geral dos Institutos de Aposentadorias e Pensões. › A Lei no 3.807/1960 criou a Lei Orgânica da Seguridade Social – LOPS (Padronização do sistema assistencial e ampliação de benefícios como auxílio-natalidade, auxílio-funeral e auxílio-reclusão). › O Decreto no 72/1966 estabeleceu a unificação das IAP´s, centralizando a organização previdenciária no INPS (unificação dos institutos IPASE, FUNRURAL, SASSE). › Descanso da gestante ainda bancada pelo empregador. » 1967 – a Constituição de 1967 trouxe novidades como a CLPS – Consolidação das Leis da Previdência Social, período no qual surge a figura do trabalhador rural, trabalhador autônomo, empregado doméstico e seguro-desemprego. › Com o Decreto no 959/1969, as empresas passaram a recolher a contribuição do autônomo. › Com o Decreto no 564/1969, estendeu-se a previdência social ao trabalhador rural. › PIS/PASEP – modos de ingressar os trabalhadores na participação dos resultados das empresas. 16 UNIDADE II │ ASPECTOS HISTÓRICOS › A Lei Complementar no 11/1971 instituiu o Programa de Assistência ao Trabalhador rural (PRORURAL). Embora não houvesse a contribuição por parte do trabalhador, este programa concedeu vários benefícios ao trabalhador rural como aposentadoria por velhice, invalidez, pensão e auxílio funeral, todos no valor de meio salário mínimo. » 1972 – a Lei no 5.859/1972 incluiu os empregados domésticos como segurados obrigatórios da Previdência Social. » 1974 – a Lei no 6.135/1974 incluiu o salário-maternidade entre os benefícios previdenciários e a Lei no 6.179/1974 criou o amparo previdenciário para as pessoas com idade superior a 70 (setenta) anos ou inválidas, no valor de meio salário mínimo. » 1976 – o Decreto no 77.077/1976 aprovou a Consolidação das Leis da Previdência Social (CLPS) a qual tinha a função de agregar, em um mesmo sistema normativo, as leis previdenciárias existentes. » 1977 – a Lei no 6.439/1977 instituiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência social (SINPAS). O SINPAS integrava as seguintes entidades: › Instituto de Administração Financeira da Previdência Social – IAPAS: responsável pela arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições previdenciárias. › Instituto Nacional da Previdência Social – INPS: responsável pela concessão e manutenção dos benefícios. › Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social – INAMPS: responsável pela prestação de assistência médica. › Empresa de Processamento de Dados da Previdência – Social DATAPREV: responsável pelo processamento de dados da Previdência Social. › Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor – FUNABEM: responsável pela política destinada para o bem-estar do menor. › Fundação Legião Brasileira de Assistência – LBA: que prestava assistência social à população carente. › Central de Medicamentos – CEME: responsável pela distribuição de medicamentos, gratuitamente ou a baixo custo. 17 ASPECTOS HISTÓRICOS │ UNIDADE II » 1979 – o Decreto no 83.080/1979 aprovou o Regulamento dos Benefícios da Previdência Social (RBPS), e o Decreto no 83.081/1979 aprovou o Regulamento de Custeio da Previdência social (RCPS). » 1981 – Emenda Constitucional no 18/1981, alterando a CF/1967, concede a aposentadoria privilegiada por tempo de serviço para os professores sendo, após 30 (trinta) anos para os homens e 25 (vinte e cinco) anos para as mulheres. » 1984 – oO Decreto no 89.312/1984 aprovou a Consolidação das Leis da Previdência social (CLPS). » 1988 – a Constituição Federal de 1988 também trouxe novidades em relação à Previdência Social, ao dedicar um capítulo inteiro (Capítulo II do Título VIII – do artigo 194 a 204) para tratar da Seguridade Social, entendida como gênero do qual a previdência social, a assistência social e a saúde são espécies. » 1990 – a Lei no 8.029/1990 criou o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, autarquia federal vinculada ao então Ministério do trabalho e Previdência social, mediante a fusão do IAPAS com o INPS. » 1991 – Entraram em vigor as duas leis básicas da seguridade social instituindo o plano de custeio da seguridade social, por meio da Lei no 8.212/1991 e os planos de benefícios da previdência social, por meio da Lei no 8.213/1991. Os Decretos que regulamentaram as duas leis foram os no 356/1991 e o no 357/1991, respectivamente. Ambos os Decretos foram substituídos em 21/7/1992 pelos decretos nos 357/1991 e 356/1991 respectivamente. » 1993 – a Lei no 8.689/1993 extinguiu o INAMPS. Posteriormente, a LBA e FUNABEM e a CEME também foram extintas. A DATAPREV, empresa pública vinculada ao Ministério da Previdência Social, continua em atividade. » 1999 – o Decreto no 3.048/1999 aprova o Regulamento da Previdência Social – RPS. » 2003 – a Lei no 10.68320/2003 reorganizou os Ministérios substituindo o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) para Ministério da Previdência Social (MPS). 18 UNIDADE II │ ASPECTOS HISTÓRICOS » 2005 – a Lei no 11.098/2005 atribui ao Ministério da Previdência Social competências relativas à arrecadação, fiscalização, lançamento e normatização de receitas previdenciárias e autoriza a criação da Secretaria da Receita Previdenciária no âmbito do referido Ministério. » 2007 – a Lei no 11.457/2007 define que a Secretaria da Receita Federal passa a denominar-se Secretaria da Receita Federal do Brasil. A referida lei extinguiu a Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da Previdência Social, atribuindo as obrigações previstas na Lei no 8.212/1991, relativas às contribuições sociais, à Secretaria da Receita Federal do Brasil. Esta lei transfere para a Secretaria da Receita Federal do Brasil os processos administrativo-fiscais, inclusive os relativos aos créditos já constituídos ou em fase de constituição, e as guias e declarações apresentadas ao Ministério da Previdência Social ou ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. 19 unidAdE iii ASPECtoS ESPECífiCoS PrEVidEnCiÁrioS CAPítulo 1 Conceitos básicos: seguro social, assistência social e seguridade social Previdência Social A previdência social é um seguro coletivo, público, compulsório, destinado a estabelecer um sistema de proteção social, mediante contribuição, que tem por objetivo proporcionar meios indispensáveis de subsistência ao segurado e à sua família, quando ocorrer certa contingência prevista em lei. Wladimir Novaes Martinez (2012) conceitua a previdência social como a técnica de proteção social que visa propiciar os meios indispensáveis à subsistência da pessoa humana – quando esta não pode obtê-los ou não é socialmente desejável que os aufira pessoalmente através do trabalho, por motivo de maternidade,nascimento, incapacidade, invalidez, desemprego, prisão, idade avançada, tempo de serviço ou morte – mediante contribuição compulsória distinta, proveniente da sociedade e de cada um dos participantes. A previdência social consiste, portanto, em uma forma de assegurar ao segurado, com base no princípio da solidariedade, benefícios ou serviços quando seja atingido por uma contingência social. O sistema previdenciário público utiliza o modelo de repartição simples, na qual os ativos contribuem para os inativos. Logo, existe uma solidariedade entre os participantes no custeio do sistema, cujos valores arrecadados destinam-se aos benefícios futuros. O art. 201 da Constituição Federal dispõe que a previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados 20 UNIDADE III │ ASPECTOS ESPECÍFICOS PREVIDENCIÁRIOS os critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, nos termos da lei e atenderá a: I. cobertura de eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II. proteção à maternidade, especialmente à gestante; III. proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV. salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa-renda; V. pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiros e dependentes. As principais regras estão disciplinadas na Lei no 8.213/1991, que trata dos benefícios previdenciários e regulamenta o caput do art. 201 da Carta Magna, e na Lei no 8.212/1991, que dispõe sobre o custeio da seguridade social. Merece destaque também o Decreto no 3.048/1999, que trata do Regulamento da Previdência Social. Cabe destacar, também, a previdência privada, denominada de previdência complementar prevista no art. 202 da Carta de 1988. Caracteriza-se por ser um sistema de seguro complementar ao regime oficial, de caráter facultativo, de natureza contratual. A Lei Complementar no 109/2001 dispõe sobre o regime de previdência complementar ao benefício pago pelo INSS. Já a Lei Complementar no 108/2001 disciplina a previdência fechada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e outras entidades públicas. Assistência Social A assistência social foi inserida na Constituição de 1988 nos arts. 203 e 204. Encontra-se regulamentada pela Lei no 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS). É uma política social destinada a atender as necessidades básicas dos indivíduos, traduzidas em proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiência. As prestações de assistência social são destinadas aos indivíduos sem condições de prover o próprio sustento de forma permanente ou provisória, independentemente de contribuição à seguridade social. Wladimir Novaes Martins (2012) define a assistência social como um conjunto de atividades particulares e estatais direcionadas para o atendimento dos hipossuficientes, consistindo os bens oferecidos em 21 ASPECTOS ESPECÍFICOS PREVIDENCIÁRIOS │ UNIDADE III pequenos benefícios em dinheiro, assistência à saúde, fornecimento de alimentos e outras pequenas prestações. Não só complementa os serviços da Previdência Social, como a amplia, em razão da natureza da clientela e das necessidades providas. A principal característica da assistência social é ser prestada gratuitamente aos necessitados. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com os recursos dos orçamentos dos entes federativos e mediante o recolhimento das contribuições previstas no art. 195 da Constituição, além de outras fontes, observando-se as seguintes diretrizes: I. descentralização político-administrativa das ações; II. participação da população. Saúde A Constituição de 1988 tratou da saúde como espécie da seguridade social. Dispõe o art. 196 que a saúde é direito de todos e dever do Estado. A saúde é garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação. A execução das ações de saúde pode ser realizada diretamente pelo Estado ou por meio de terceiros, pessoa física ou jurídica de direito privado, de forma complementar, conforme preconiza o art. 199 da Constituição. O art. 198 da Lei Maior dispõe sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), que é um conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações públicas, e instituições privadas de forma complementar, com as seguintes diretrizes: I. descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II. atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III. participação da comunidade. A Lei no 8.080/1990 é a principal norma que trata da saúde. O art. 2o da Lei no 8.212/1991 dispõe que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 22 UNIDADE III │ ASPECTOS ESPECÍFICOS PREVIDENCIÁRIOS A saúde pública é dever do Estado, logo a prestação do serviço é gratuita, independentemente de ser o paciente contribuinte ou não da seguridade social. O sistema de saúde será financiado pelo orçamento da seguridade social, além de outras fontes (art. 198, § 1o da Constituição). 23 unidAdE iVASPECtoS ConStituCionAiS CAPítulo 1 Princípios constitucionais relativos à seguridade social A relação jurídica de seguridade social e a competência legislativa Os princípios constitucionais são os alicerces do ordenamento jurídico e servem para garantir um estado democrático de direito. Nessa linha, os princípios da seguridade social são compostos por um conjunto de normas programáticas que trazem objetivos orientadores para elaboração das leis e um conjunto de garantias a serem observadas pela administração pública na execução de programas de seguridade social. Esses princípios não são aplicados somente pela previdência social, mas em toda a estrutura da seguridade social, que abrange os seus três seguimentos: além da previdência social, a saúde e assistência social. Princípio da Universalidade (art.194, parágrafo único, I CF/1988 – universalidade de cobertura e do atendimento): a seguridade deve abranger a todos que dela necessitam e atender a cobertura dos riscos sociais da forma mais ampla possível. Destaca-se que na previdência social é aplicado o regime de contribuição com filiação obrigatória daqueles que exercem função remunerada e facultativa para alguns seguimentos. Princípio da uniformidade e equivalência (art. 194, parágrafo único, II CF/1988 – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais): os direitos e benefícios da seguridade social devem abranger de forma isonômica, tanto as populações urbanas como as rurais. Princípio da seletividade e distributividade na prestação (art. 194, parágrafo único, III CF/1988 – a seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços): 24 UNIDADE IV │ ASPECTOS CONSTITUCIONAIS a prestação do benefício e do serviço é feita de acordo com a capacidade econômico-financeira do sistema que custeia a seguridade social, atendendo as necessidades de benefícios e serviços mais relevantes. A seguridade social visa garantir a sobrevivência digna da população de baixa renda, para isso, um dos mecanismos utilizados é a distribuição de renda.Princípio da irredutibilidade de benefícios (art. 194, parágrafo único, IV – irredutibilidade do valor dos benefícios): visa garantir o valor real dos benefícios prestados pela seguridade social. Para isso, há garantia de reajustamento periódico dos proventos e pensões, aplicando, para os que ganham até 8 salários, o reajuste pelo INPC. Princípio da equidade no custeio – (art. 194, parágrafo único, V – equidade na forma de participação no custeio): a legislação de seguridade social deve prevê contribuições iguais para quem se encontra nas mesmas condições. Princípio da diversidade na base de financiamento (art. 194, parágrafo único, VI): o maior número possível de fontes de custeio deve ser agregado ao sistema de seguridade social, para, dessa forma, diminuir os riscos financeiros desse sistema. 25 unidAdE VCuStEio CAPítulo Custeio do salário de contribuição Segundo o Decreto no 3.048/1999: Art. 214. Entende-se por salário-de-contribuição: I - para o empregado e o trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira Profissional e/ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observados os limites mínimo e máximo previstos nos §§ 3o e 5o; III - para o trabalhador autônomo ou a este equiparado, empresário e segurado facultativo: o salário-base, observado o disposto no art. 215; IV - para o dirigente sindical na qualidade de empregado: a remuneração paga, devida ou creditada pela entidade sindical, pela empresa ou por ambas; e V - para o dirigente sindical na qualidade de trabalhador avulso: a remuneração paga, devida ou creditada pela entidade sindical. 26 UNIDADE V │ CUSTEIO § 1o Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado, inclusive o doméstico, ocorrer no curso do mês, o salário-de-contribuição será proporcional ao número de dias efetivamente trabalhados, observadas as normas estabelecidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social. § 2o O salário-maternidade é considerado salário-de-contribuição. § 3o O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde ao piso salarial legal ou normativo da categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. § 4o A remuneração adicional de férias de que trata o inciso XVII do art. 7o da Constituição Federal integra o salário-de-contribuição. § 5o O valor do limite máximo do salário-de-contribuição será publicado mediante portaria do Ministério da Previdência e Assistência Social, sempre que ocorrer alteração do valor dos benefícios. § 6o A gratificação natalina - décimo terceiro salário - integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo do salário-de-benefício, sendo devida a contribuição quando do pagamento ou crédito da última parcela ou na rescisão do contrato de trabalho. § 7o A contribuição de que trata o § 6o incidirá sobre o valor bruto da gratificação, sem compensação dos adiantamentos pagos, mediante aplicação, em separado, da tabela de que trata o art. 198 e observadas as normas estabelecidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social. § 8o O valor das diárias para viagens, quando excedente a cinquenta por cento da remuneração mensal do empregado, integra o salário-de-contribuição pelo seu valor total. § 9o Não integram o salário-de-contribuição, exclusivamente: I - os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, ressalvado o disposto no § 2o; II - a ajuda de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta, nos termos da Lei no 5.929, de 30 de outubro de 1973; III - a parcela in natura recebida de acordo com programa de alimentação aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, nos termos da Lei no 6.321, de 14 de abril de 1976; 27 CUSTEIO │ UNIDADE V IV - as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do Trabalho; V - as importâncias recebidas a título de: a) indenização compensatória de quarenta por cento do montante depositado no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, como proteção à relação de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa causa, conforme disposto no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; b) indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço; c) indenização por despedida sem justa causa do empregado nos contratos por prazo determinado, conforme estabelecido no art. 479 da Consolidação das Leis do Trabalho; d) indenização do tempo de serviço do safrista, quando da expiração normal do contrato, conforme disposto no art. 14 da Lei no 5.889, de 8 de junho de 1973; e) incentivo à demissão; f) aviso prévio indenizado; g) indenização por dispensa sem justa causa no período de trinta dias que antecede a correção salarial a que se refere o art. 9o da Lei no 7.238, de 29 de outubro de 1984; h) indenizações previstas nos arts. 496 e 497 da Consolidação das Leis do Trabalho; i) abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da Consolidação das Leis do Trabalho; j) ganhos eventuais e abonos expressamente desvinculados do salário; l) licença-prêmio indenizada; e m) outras indenizações, desde que expressamente previstas em lei; VI - a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria; 28 UNIDADE V │ CUSTEIO VII - a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da Consolidação das Leis do Trabalho; VIII - as diárias para viagens, desde que não excedam a cinquenta por cento da remuneração mensal do empregado; IX - a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei no 6.494, de 1977; X - a participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; XI - o abono do Programa de Integração Social/Programa de Assistência ao Servidor Público; XII - os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego; XIII - a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa; XIV - as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira de que trata o art. 36 da Lei no 4.870, de 1o de dezembro de 1965; XV - o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar privada, aberta ou fechada, desde que disponível à totalidade de seus empregadose dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9o e 468 da Consolidação das Leis do Trabalho; XVI - o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou com ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa; 29 CUSTEIO │ UNIDADE V XVII - o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços; XVIII - o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade da criança, quando devidamente comprovadas as despesas realizadas; XIX - o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei no 9.394, de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo; XX - a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida ao adolescente até dezesseis anos de idade, nos termos da legislação específica; (Inciso revogado pelo Decreto no 3.265, de 29/11/1999) XXI - os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais; e XXII - o valor da multa paga ao empregado em decorrência da mora no pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão do contrato de trabalho, conforme previsto no § 8o do art. 477 da Consolidação das Leis do Trabalho. § 10. As parcelas referidas no parágrafo anterior, quando pagas ou creditadas em desacordo com a legislação pertinente, integram o salário-de-contribuição para todos os fins e efeitos, sem prejuízo da aplicação das cominações legais cabíveis. § 11. Para a identificação dos ganhos habituais recebidos sob a forma de utilidades, deverão ser observados: I - os valores reais das utilidades recebidas; ou II - os valores resultantes da aplicação dos percentuais estabelecidos em lei em função do salário mínimo, aplicados sobre a remuneração paga caso não haja determinação dos valores de que trata o inciso I. § 12. O valor pago à empregada gestante, inclusive à doméstica, em função do disposto na alínea “b” do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, 30 UNIDADE V │ CUSTEIO integra o salário-de-contribuição, excluídos os casos de conversão em indenização previstos nos arts. 496 e 497 da Consolidação das Leis do Trabalho. § 13. Para efeito de verificação do limite de que tratam o § 8o e o inciso VIII do § 9o, não será computado, no cálculo da remuneração, o valor das diárias. § 14. A incidência da contribuição sobre a remuneração das férias ocorrerá no mês a que elas se referirem, mesmo quando pagas antecipadamente na forma da legislação trabalhista. § 15. O valor mensal do auxílio-acidente integra o salário-de-contribuição, para fins de cálculo do salário-de-benefício de qualquer aposentadoria, observado, no que couber, o disposto no art. 32. Sistemas clássicos de custeio 1. Primeiro modelo. 2. Segundo modelo. 3. Terceiro modelo. O custeio do empregado terá um tratamento diferenciado se ele trabalhar em mais de uma empresa no mês. Considerando a atividade remunerada do obreiro, para cada caso abaixo explicitado haverá um tratamento previdenciário. Releva notar que o obreiro tem a obrigação de informar ao seu empregador, sob pena de responder por crime previdenciário, no que pertine a sonegação, em razão do fato jurídico gerador do recolhimento. Então: 1o Caso: quando o empregado trabalha em mais de uma empresa e o somatório das remunerações for inferior ao teto, a alíquota aplicável é aquela que se enquadra o total da remuneração, conforme tabela do salário de contribuição. até R$ 1.556,94 8% de R$1.556,95 a R$ 2.594,92 9% de R$ 2.594,93 até R$ 5.189,82 11% 31 CUSTEIO │ UNIDADE V A partir de R$ 5.189,83 o desconto será fixo correspondendo a onze por cento sobre R$ 5.189,83 qual seja R$ 570,88 O empregado recebe R$ 1.000,00 na empresa A; R$ 2.000,00 na empresa B; e R$ 1.900,00 na empresa C, o que totaliza R$ 4.900,00. A alíquota a ser aplicada será de 11% sobre o total retro mencionado, oq eu acarreta um desconto R$ 539,00. Convém registrar que cada empresa fará o seu custeio pelo valor do seu salário, respectivamente, com todas as contribuições sociais. 2o caso: quando o empregado já na primeira empresa alcança valor correspondente ao teto de contribuição, por tal emprego fará o custeio, nada recolhendo nas demais. Contudo em cada situação haverá o recolhimento feito pelo empregador. Empresa A – R$ 6.000,00 – por tal prestação mensal de serviços, recolherá R$ 570,88. Empresa B – R$ 4.000,00 – o empregado nada recolherá por tal situação. Contudo a empresa fará normalmente a sua contribuição. 3o caso: quando o empregado tiver a soma de sua remuneração superior ao teto de contribuição, aplicar-se-á a proporcionalidade para o cálculo de cada valor. O somatório dos salários de contribuição deve ser R$ 5.189,82. Contudo cada empregador recolherá o respectivo valor daquele contrato de trabalho mensal. Empresa A R$ 2.000,00. Empresa B: R$ 1.000,00. Empresa C: R$ 3.000,00. Empresa A: 5.189,82 x 2.000,00 dividido por 6.000,00. O valor a ser encontrado será o novo salário de contribuição da empresa A. Empresa B: 5.189,82 X 1.000,00 dividido por 6.000,00. O valor a ser encontrado será o novo salário de contribuição da empresa B. Empresa C: 5.189,82 x 2.000,00 dividido por 6.000,00. O valor a ser encontrado será o novo salário de contribuição da empresa C. Contribuintes e segurados Contribuintes É o sujeito passivo, o devedor da obrigação tributária ou da contribuição à Seguridade Social. É a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que tem a obrigação legal de pagar a contribuição. 32 UNIDADE V │ CUSTEIO Segundo a CF, art. 195, II, são contribuintes da Seguridade Social os trabalhadores, as empresas e o empregador doméstico. Segurados I. Empregado – é aquele definido conforme art. 3o da CLT. Art 3o - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Parágrafo único: Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. II. Doméstico – é aquele que presta serviços à pessoa física, sem finalidade lucrativa. III. Avulso – é aquele que, com a intermediação do sindicato da categoria, presta serviços, urbanos ou rurais, a diversas empresas, sem vínculo de emprego. Salário de contribuição para o segurado, empregado e o trabalhador avulso é remuneração auferida de uma ou mais empresas. fontes de receita As receitas estão contidas no art. 195 do Decreto no 3.048/99 (íntegra). Conforme o Parágrafo único do referido decreto, constituem contribuições sociais: I - as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados e demais pessoas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício; IV. A empresa recolherá o percentual básico de 20% sobre a folha de salários. II - as dos empregadores domésticos, incidentes sobre o salário-de- contribuição dos empregados domésticos a seu serviço. » O custeio do empregador doméstico corresponde a 12% pago ao doméstico, limitado ao teto de contribuição;III - as dos trabalhadores, incidentes sobre seu salário-de-contribuição; 33 CUSTEIO │ UNIDADE V IV - as das associações desportivas que mantêm equipe de futebol profissional, incidentes sobre a receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos desportivos; V - as incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural; VI - as das empresas, incidentes sobre a receita ou o faturamento e o lucro. V. Trata-se de obrigação de recolhimento junto à Receita Federal; VII - as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos. São 3 as formas de recolhimento incidente sobre a receita do concurso de prognóstico: 1. Apostas em prados turísticos; 2. Apostas em cartelas, símbolos, imagens etc.; 3. Todos os jogos patrocinados pelo poder público. dos contribuintes e salário de contribuição I. segurado empregado; II. doméstico; III. avulso. Salário de contribuição Base na qual será calculada a contribuição do segurado. É o valor que serve de base de incidência das alíquotas das contribuições previdenciárias dos trabalhadores. Do produtor rural pessoa física e do segurado especial – art. 200 do Decreto no 3.048/1999: pessoa física – 2% da receita bruta proveniente da comercialização de sua produção para a seguridade social e 0,1% para acidente de trabalho. 34 UNIDADE V │ CUSTEIO A contribuição patronal dos clubes de futebol profissional à Seguridade Social é de 5% da receita bruta, em razão de espetáculos esportivos que se façam presentes no território nacional, além de outras receitas provenientes da exploração da marca. da manutenção, perda e restauração da qualidade de segurado da Manutenção e da perda da qualidade de segurado Art. 13. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; II - até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; III - até doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; IV - até doze meses após o livramento, o segurado detido ou recluso; V - até três meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; e VI - até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. § 1o O prazo do inciso II será prorrogado para até vinte e quatro meses, se o segurado já tiver pago mais de cento e vinte contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. § 2o O prazo do inciso II ou do § 1o será acrescido de doze meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego. § 3o Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a previdência social. § 4o Aplica-se o disposto no inciso II do caput e no § 1o ao segurado que se desvincular de regime próprio de previdência social. (Incluído pelo Decreto no 3.265, de 1999) 35 CUSTEIO │ UNIDADE V § 5o A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial. (Incluído pelo Decreto no 4.729, de 2003) § 6o Aplica-se o disposto no § 5o à aposentadoria por idade, desde que o segurado conte com, no mínimo, o número de contribuições mensais exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício. (Incluído pelo Decreto no 4.729, de 2003) Art. 14 A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia dezesseis do segundo mês seguinte ao término dos prazos fixados no art. 13. Art. 14. O reconhecimento da perda da qualidade de segurado no termo final dos prazos fixados no art. 13 ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte individual relativa ao mês imediatamente posterior ao término daqueles prazos. (Redação dada pelo Decreto no 4.032, de 2001) Art. 15. Para fins do disposto no artigo anterior, se o dia quinze recair no sábado, domingo ou feriado, inclusive o municipal, o pagamento das contribuições deverá ser efetuado no dia útil imediatamente anterior. Art. 15. Para fins do disposto no artigo anterior, se o dia quinze recair no sábado, domingo ou feriado, inclusive o municipal, o pagamento das contribuições deverá ser efetuado no dia útil imediatamente posterior. (Redação dada pelo Decreto no 3.265, de 1999) (Revogado pelo Decreto no 4.032, de 2001) da restauração da qualidade de segurado Art. 27-A. Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa perda somente serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação ao Regime Geral de Previdência Social, com, no mínimo, um terço do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida no art. 29. (Incluído pelo Decreto no 5.545, de 2005) Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput ao segurado oriundo de regime próprio de previdência social que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social após os prazos a que se refere o inciso II do caput e o § 1o do art. 13. (Incluído pelo Decreto no 5.545, de 2005). 36 unidAdE Vi ASPECtoS AdMiniStrAtiVoS PrEVidEnCiÁrioS CAPítulo 1 A lide previdenciária na via administrativa Na esfera providenciária, para propositura de ações judiciais contra o Instituto de Seguridade Social – INSS, há prévia exigência da comprovação de ingresso na via administrativa perante a Autarquia, uma condição principal para ação judicial na prática forense. A exigência da prévia manifestação do INSS, aparentemente de início, pode significar lesão ao direito insculpido pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no artigo 5o, inciso XXXV, que assim estabelece: Artigo 5o - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País e inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXV – A Lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. O dispositivo que estabelece o inciso XXXV do referido artigo não entra da esfera de submissão do direito de ação à prévia manifestação a respeito do pedido, mas sim de comprovar o legítimo interesse do exercício desse direito, que está elencado no artigo 3o do Código de Processo Civil, ou seja, não é demonstrado a existência do conflito de interesses, impossível de ser invocada a tutela jurisdicional. Para Humberto Theodoro Júnior (2012), Localiza-se o interesse processual não apenas na utilidade, mas especificamente na necessidade do processo como remédio apto à aplicação do direito objetivo no caso concreto, pois a tutela jurisdicional 37 ASPECTOS ADMINISTRATIVOS PREVIDENCIÁRIOS │ UNIDADE VI não é jamais outorgada sem uma necessidade. [...] Só o dano ou perigo do dano jurídico, representado pela efetiva existência de uma lide, é que autoriza o exercício do direito de ação. Quando há interesse de agir por parte dos segurados, faz-se necessário a utilização do processo, na hipótese de pleitear o direito na via administrativa, e obter o indeferimento do pedido de concessão de benefício, ou pela omissão no atendimento do Órgão Previdenciário. E para queo exaurimento da via administrativa não seja condição para propositura da ação de natureza previdenciária, consolidada no entendimento jurisprudencial na súmula no 213 do Tribunal Federal de Recursos, já extinta, entende-se que, em matéria de pretensão de benefícios previdenciários, faz necessária a prévia manifestação do Órgão Previdenciário, pois, o Poder Judiciário não poderá substituir a atividade que confere exclusivamente ao setor público em casos específicos, como: conferência de recolhimentos das contribuições, cálculo de tempo de serviço, avaliação da capacidade laborativa e demais serviços que incluem a concessão de benefícios. Porém, não se exige prévia provocação administrativa, quando se trata de procedimento que é público e notório ao INSS, principalmente quando existe postulações quanto divergências de interpretação de normas ou deixem de cumpri-las, por ação própria, as obrigações determinadas na lei. Constatando-se de que o órgão previdenciário não foi provocado na esfera administrativa, nos casos em que há necessidade de sua manifestação, os magistrados federais, em casos julgados, preliminarmente solicitam a parte autora que apresentem em 10 (dez) dias a negativa administrativa e, caso não observe esse critério, a petição inicial é indeferida por carência de ação e também por falta de interesse de agir. No entendimento de alguns juristas e magistrados, já houve decisão favorável à matéria: PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. PRÉVIA POSTULAÇÃO NA VIA ADMINISTRATIVA. NECESSIDADE. CARÊNCIA DE AÇÃO. Reconhecida a carência de ação, já que o INSS não foi provocado na via administrativa, tampouco contestou o mérito da demanda, não impondo resistência à pretensão vestibular. 38 UNIDADE VI │ ASPECTOS ADMINISTRATIVOS PREVIDENCIÁRIOS Mas pode-se recorrer ao entendimento do Superior Tribunal de Justiça, que assim tem se manifestado: “PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO. Dispensabilidade de exame prévio pela administração”. O prévio ingresso na via administrativa não é condição necessária para a propositura da ação, onde se pleiteia a concessão de benefício previdenciário”. Assim, a inexistência da provocação da via administrativa perante ao Órgão Previdenciário, pode constituir barreira ao ingresso de ação judicial, o que cumpre ao autor demonstrar administrativamente a existência da lesão ou ameaça de lesão ao direito do segurado que caracteriza o seu interesse de agir, que pode ser demonstrado pelo pedido indeferido pelo INSS ou constatação que resulte a existência da lide. Para o Desembargador Federal Edgard A. Lippmann Júnior, da 4a Região, A jurisprudência admite a ação cautelar de exibição de documentos com caráter satisfativo. É desnecessário o esgotamento da via administrativa para ajuizar a pretensão. Meras alegações de inépcia da inicial e de infringência da sentença aos requisitos legais de validade não podem ser apreciados quando as peças são claras, precisas e, portanto, válidas”. Em regra, não tendo havido prévia provocação da esfera administrativa, carece o beneficiário de interesse processual para postular em juízo. Mas, em determinados casos, pode-se admitir a dispensa do exame prévio pela via administrativa, não sendo requisito básico para condição da ação, o que deveria também atingir ações providenciárias que não ultrapassam 60 (sessenta) salários mínimos, baseadas na Lei no 10.259, de 12 de julho de 2001, que criou os Juizados Especiais no âmbito da Justiça Federal. 39 unidAdE ViiPrESCrição E dECAdênCiA CAPítulo 1 A prescrição e a decadência Em Sessão Plenária de 11 de junho de 2008, os Ministros do Supremo Tribunal Federal declararam a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei no 8.212/1991, que havia fixado em dez anos os prazos decadencial e prescricional das contribuições da seguridade social, prevalecendo assim os prazos do CTN que são de 5 anos. Na decisão plenária foi reconhecido que “apenas lei complementar pode dispor sobre normas gerais – como prescrição e decadência em matéria tributária, incluídas aí as contribuições sociais. A decisão se deu no julgamento dos Recursos Extraordinários (REs) 556664, 559882, 559943 e 560626, todos negados por unanimidade”, conforme noticiado pelo STF. O entendimento dos ministros foi unânime. O artigo 146, III, ‘b’, da Constituição Federal, afirma que apenas lei complementar pode dispor sobre prescrição e decadência em matéria tributária. Como é entendimento pacífico da Corte que as contribuições sociais são consideradas tributos, a previsão constitucional de reserva à Lei Complementar para tratar das normas gerais sobre tributos se aplica a esta modalidade. Em nova plenária, em 12 de junho de 2008, os Ministros do STF aprovaram a modulação do tema, pela Súmula Vinculante no 08. Eis a íntegra do texto: “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5o do Decreto-lei 1569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Segundo noticiado no site do STF, A modulação dos efeitos da decisão faz uma ressalva, no entanto, quanto aos recolhimentos já realizados pelos contribuintes, que não terão direito a restituição, a menos que já tenham ajuizado as respectivas ações judiciais ou solicitações administrativas até a data do julgamento (11 de junho). Dessa forma, 40 UNIDADE VII │ PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, explicou que “são legítimos os recolhimentos efetuados nos prazos previstos nos artigos 45 e 46 e não impugnados antes da conclusão deste julgamento”. Assim, os contribuintes que ajuizaram ações até 11/6/2008, data do julgamento no STF, serão beneficiados com a declaração de inconstitucionalidade e deverão receber de volta o tributo que foi recolhido indevidamente. Já aqueles contribuintes que não ajuizaram ações até a última quarta-feira, não terão direito a reaver o que já pagaram.O STF se alinhou, portanto, ao decidido pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que julgou inconstitucional o artigo de lei que autorizava a autarquia a apurar e constituir créditos pelo prazo de 10 anos, como consta nos incisos I e II do artigo 45 da Lei no 8.212/1991, que dispõe sobre a seguridade social. Veja-se o texto: Art. 45. O direito da Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extingue-se após 10 (dez) anos contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído; II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, a constituição de crédito anteriormente efetuada. Naquela ocasião, o ministro Teori Albino Zavascki – relator do recurso especial em que houve a arguição de inconstitucionalidade – as contribuições sociais destinadas a financiar a seguridade social têm natureza tributária. Por isso, caberia a uma lei complementar, e não ordinária, dispor sobre normas gerais de prescrição e decadência tributárias, tal qual estabelece o artigo 146, III, b, da Constituição Federal. Com a decisão da Corte Especial – por unanimidade – a retroatividade das cobranças do INSS fica limitada em cinco anos, de acordo com o estabelecido no Código Tributário Nacional (CTN). Veja o REsp 616348, julgado pela Corte Especial, em 15 de agosto de 2007, e publicado no DJ-U de 15 de outubro de 2007. 1. As contribuições sociais, inclusive as destinadas a financiar a seguridade social (CF, art. 195), têm, no regime da Constituição de 1988, natureza tributária. Por isso mesmo, aplica-se também a elas o disposto no art. 146, III, b, da Constituição, segundo o qual cabe à lei complementar dispor sobre normas gerais em matériade prescrição e decadência tributárias, compreendida nessa cláusula inclusive a fixação dos respectivos prazos. Consequentemente, padece de inconstitucionalidade formal o artigo 45 da Lei 8.212, de 1991, que fixou 41 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA │ UNIDADE VII em dez anos o prazo de decadência para o lançamento das contribuições sociais devidas à Previdência Social. 2. Arguição de inconstitucionalidade julgada procedente. Apesar de o CTN estabelecer o prazo de cinco anos para a homologação tácita, o INSS e a Receita Federal do Brasil desconsideravam esse prazo e, baseado no artigo 45 da Lei no 8.212/1991, promoveram fiscalização retroagindo a dez anos, lavrando Autos de Infração e NFLD’s e, por consequência, execuções fiscais abrangendo períodos já fulminado pela decadência. Têm ocorrido com frequência as distribuições de execuções fiscais promovidas pelo INSS e agora pela União Federal, junto ao Judiciário, em que se constatam, nos anexos das Certidões de Dívida Ativa, os discriminativos das competências inseridas no lançamento fiscal abrangendo 10 anos anteriores ao mesmo. Fica clara a preclusão do direito de lançar, pelo decurso do quinquêncio legal. Por isso, o crédito considera-se extinto, não tendo como prosperar a pretenção do Governo em querer cobrar débitos inseridos nos meses de competência alcançados pela decadência. Para se defender, o contribuinte pode utilizar-se da exceção de pré-executividade. É um procedimento judicial visando evitar o oferecimento de garantias para um valor cobrado de forma indevida, restringindo a possível penhora e discussão apenas sobre o que restar da execução fiscal, após excluídos os valores atingidos pela decadência de 5 anos. Embora a certidão de dívida ativa, regularmente inscrita, que acompanha o processo de execução fiscal seja revestida da presunção de liquidez e certeza, todavia, o processo fiscal pode apresentar vícios formais ou materiais que impedem a sua continuidade e a consecução do objetivo que lhe é próprio, como é o caso da decadência. A característica da certeza diz respeito à existência material de uma obrigação tributária ou não, em razão da qual o agente passivo esteja obrigado a uma prestação de dar quantia certa em benefício do agente ativo, estando a referida obrigação formalizada em título executivo (Certidão de Dívida Ativa). O requisito da certeza é, portanto, predominante sobre os demais (liquidez e exigibilidade), pois somente se pode afirmar que um título é líquido quando se tem certeza da obrigação que documenta. A presunção de certeza e liquidez do título executivo fiscal não é absoluta e sim relativa, de modo que, diante da existência de vícios na execução fiscal, surge a possibilidade de sua arguição, por meio da exceção de pré-executividade, cuja finalidade é impedir a continuidade da execução fiscal, por meio da demonstração da falta de vínculo jurídico 42 UNIDADE VII │ PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA entre o fisco e o contribuinte capaz de promover o válido lançamento da obrigação tributária. Obrigar o executado a sujeitar-se à penhora para, apenas em sede de embargos, dizer que está sofrendo execução indevida, ou dizer que antes procedeu ao depósito do montante integral do crédito tributário exigido, este exatamente para evitar a execução, é apego exarado ao formalismo, que nega a realização da justiça. Em homenagem ao princípio da economia processual, questões como a presente podem ser de pronto decididas pelo magistrado, não havendo o que justifique a formação do processo de embargos, sobretudo quando se sabe que, depois de ouvida, a Fazenda Pública muitas vezes reconhece o equívoco e pede a desistência da execução. Foi para sanar de pronto questões de insubsistência da execução que surgiu a exceção de pré-executividade, como criação doutrinária e jurisprudencial, possibilitando ao Juízo não relegar o exame para o tempo dos embargos, eis que as matérias então arguidas visam fulminar a Execução Fiscal no seu nascedouro, pela sua inadmissibilidade em face do Devido Processo Legal. O Superior Tribunal de Justiça admite a utilização do recurso da exceção de pré- executividade para arguição de decadência ou prescrição, conforme se extrai do decidido no REsp 664.867, sendo relatora a Ministra Denise Arruda, que afirma que “a jurisprudência desta Corte admite a arguição de prescrição por meio de incidente de exceção de pré-executividade”. E afirma: Nesse sentido: AgRg no Ag 660.708/RJ, 1a Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 5/9/2005; REsp 595.979/SP, 2a Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 23/5/2005; EREsp 614.272/PR, 1a Seção, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 6/6/2005. Em sua decisão, a ministra Denise Arruda disse que a jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de admitir a exceção de pré-executividade naquelas situações em que não se fazem necessárias dilações probatórias e em que as questões possam ser conhecidas de ofício pelo juiz, como: condições da ação, pressupostos processuais, decadência, prescrição, entre outras. “Assim, havendo a comprovação de plano da veracidade das alegações do excipiente, sem a necessidade de produção de novas provas, não há óbice à análise da matéria por meio do incidente em comento”, concluiu. E com isso julgou extinta a execução fiscal. Voltando ao julgado pelo Plenário do STF, a decisão é de suma importância uma vez que a decadência é uma das causas de extinção do crédito tributário. Com o decurso do prazo prescrito no Código Tributário Nacional – para a constituição do crédito tributário (obrigação) – ocorre a falta do ato administrativo lançamento, o que obstará ao sujeito 43 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA │ UNIDADE VII ativo executar a obrigação tributária, pois para que essa seja exequível, deverá estar legalmente constituída. Veja-se a respeito da inconstitucionalidade de lei, o magistério do DD. Prof. José Afonso da Silva, na belíssima obra Curso de Direito Constitucional Positivo, ed. Malheiros, 20a edição, p. 47: O fundamento desta inconstitucionalidade está no fato de que do Princípio da Supremacia da Constituição resulta o da compatibilidade vertical das normas da ordenação jurídica de um país, no sentido de que as normas de grau inferior somente valerão se forem compatíveis com as normas de grau superior, que é a Constituição. As que não forem compatíveis com ela são inválidas, pois a incompatibilidade vertical resolve-se em favor das normas de grau mais elevado, que funcionam como fundamento de validade das inferiores. Essa incompatibilidade vertical de normas inferiores (leis, decretos etc.) com a Constituição é o que, tecnicamente, se chama inconstitucionalidade das leis ou dos atos do Poder Público e que se manifesta sob dois aspectos: I. formalmente, quando tais normas são formadas por autoridades incompetentes ou em desacordo com formalidades ou procedimentos estabelecidos pela constituição; II. materialmente, quando o conteúdo de tais leis ou atos contraria preceito ou princípio da Constituição. A alegação de que o crédito tributário é ilíquido pode ser apresentada tanto em embargos do devedor quanto em exceção de pré-executividade. Se a Fazenda Pública entender que ele é ilíquido, pode proceder à substituição da Certidão de Dívida Ativa até o momento da prolação da sentença nos embargos do devedor, ou seja, constatou-se erro no valor da CDA é facultada a sua substituição. Finalmente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na mesma assentada, que “o dispositivo da repercussão geral, criado em 2004 pela Emenda Constitucional 45, poderá ser aplicado pelo Plenário da Corte a recursos extraordinários que discutem matérias já pacificadas pelo STF, sem que esses processos tenham de ser distribuídos para um relator. A repercussão geral possibilita que o Supremo deixe deapreciar recursos extraordinários que não tenham maiores implicações para o conjunto da sociedade. É um filtro que permite ao STF julgar somente os recursos que possuam relevância social, econômica, política ou jurídica. Ao mesmo tempo, determina que as 44 UNIDADE VII │ PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA demais instâncias judiciárias sigam o entendimento da Suprema Corte nos casos em que foi reconhecida a repercussão geral”. Portanto, para o caso dos prazos de decadência e prescrição reduzidos para 5 (cinco) anos, a súmula vinculante no 8 resolveu definitivamente a questão e irá interferir nos valores de muitos feitos administrativos pendentes nos órgãos da Receita Federal do Brasil e no 2o Conselho de Contribuintes do MF e, principalmente, nas Execuções Fiscais já em andamento em várias instâncias do Judiciário. A modulação, inédita no âmbito do Supremo, foi feita pelo presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, e tem o poder de garantir a necessária segurança jurídica na resolução da matéria. Concluindo, ao receber Autos de Infração ou NFLD’s da fiscalização ou a Citação da Execução Fiscal promovida pela União, a primeira providência é examinar a data do lançamento (normalmente consta nos anexos dos feitos fiscais e das Certidões de Dívida Ativa, esta como anexo da citação) e o discriminativo das competências abrangidas por ele, averiguando se está presente ou não a decadência. Em caso positivo, cabe ao contribuinte fazer prevalecer seus direitos! 45 unidAdE Viii introdução Ao dirEito ESPECífiCo PrEVidEnCiÁrio CAPítulo 1 Beneficiários (segurados obrigatórios, facultativos e dependentes, inscrição, filiação, matrículas das empresas, perda da condição de segurado, restituição e compensação das contribuições, crimes previdenciários) Segundo a Lei no 8.213/1991, art. 24, o período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências. Ex.: se o segurado paga a contribuição da competência fevereiro no mês de março, conta-se a carência a partir de 1o de fevereiro. A lei usa a expressão “período de carência”, a fim de reforçar a ideia de que não bastam as contribuições, mas também se exige o decurso do prazo. Objetiva-se impedir que um segurado, desejando obter um benefício cujo período de carência, por exemplo, é de doze meses de contribuição, venha, de uma vez, efetuar o pagamento de todas as contribuições atrasadas e devidas somente para poder gozar o benefício. A lei não admite pagamento antecipado das contribuições, nem pagamento atrasado das mesmas (nos moldes citados no exemplo). Atenta ao desiderato de impedir tais expedientes ardilosos; dispõe a lei que, para cômputo do período de carência relativamente aos segurados empregado doméstico, contribuinte individual, especial e facultativo, somente serão consideradas as contribuições realizadas a contar da data do efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores (artigo 27, inciso II). 46 UNIDADE VIII │ INTRODUÇÃO AO DIREITO ESPECÍFICO PREVIDENCIÁRIO A carência varia de benefício para benefício. O auxílio doença (incapacidade temporária) terá o seu prazo de carência determinado de acordo com a causa que determinou a sua necessidade: Acidentário: pode ser de qualquer natureza ou por doença de trabalho ou por doença profissional. Não há carência. Doença grave: há portaria conjunta entre o Ministério da Previdência e o Ministério da Saúde que estabelece quais são, também no artigo 151, da Lei no 8.213, que deve ser acrescentado pela doença de Hepatopatia grave. Não há carência. Tem-se entendido que o rol é meramente exemplificativo, admitindo a inclusão de outras enfermidades graves. Art. 151. Até que seja elaborada a lista de doenças mencionadas no inciso II do art. 26, independe de carência a concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez ao segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido das seguintes doenças: tuberculose ativa; hanseníase; alienação mental (INCLUIR O MAL DE ALZEIMER); neoplasia maligna; cegueira; paralisia irreversível e incapacitante; cardiopatia grave; doença de Parkinson; espondiloartrose anquilosante; nefropatia grave; estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante); síndrome da deficiência imunológica adquirida-Aids; e contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada. A aposentadoria por invalidez (incapacidade permanente) tem o mesmo tratamento do auxílio doença. Contribuição paga em atraso não é contada como carência; é utilizada para o cálculo do benefício, mas, não para o período de carência, mesmo que seja feito o pagamento de multa. É importante dizer que a regra de transição do art. 142 da Lei no 8.213/1991 fala em segurado inscrito até 24 de julho de 1991. Portanto, mesmo havendo perda da qualidade de segurado, quando do advento da Lei no 8.213/1991, se o beneficiário estava inscrito em data anterior à vigência da Lei, deve fazer jus à regra de transição (STJ RESP 554257/2004). Os incisos I e II do artigo 27 estabelecem diferentes regras para início do cômputo da carência: Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão consideradas as contribuições: 47 INTRODUÇÃO AO DIREITO ESPECÍFICO PREVIDENCIÁRIO │ UNIDADE VIII I - referentes ao período a partir da data da filiação ao Regime Geral de Previdência Social, no caso dos segurados empregados e trabalhadores avulsos referidos nos incisos I e VI do art. 11; II - realizadas a contar da data do efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores, no caso dos segurados empregado doméstico, contribuinte individual, especial e facultativo, referidos, respectivamente, nos incisos II, V e VII do art. 11 e no art. 13. (Redação dada pela Lei no 9.876, de 26/11/1999) O inciso I reza que, para os empregados e avulsos, a carência tem início a partir da filiação ao Regime Geral da Previdência Social. O inciso II, por seu turno, estabelece a contagem da carência, relativamente aos segurados empregados domésticos, contribuinte individual, especial e facultativo, apenas a partir da data do efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores. No inciso I, como visto, a contagem da carência é automática, a partir da data da filiação. Já no inciso II, fica a depender do recolhimento da primeira contribuição sem atraso. Em realidade, no inciso I, a contagem da carência independe do recolhimento das contribuições. Tal se deve ao fato de que tal recolhimento não é ônus do empregado (ou do trabalhador avulso), mas do empregador (ou do tomador da mão de obra). A empresa é obrigada a pagar à Previdência sua contribuição e a repassar a contribuição descontada da remuneração dos empregados. Não pode o trabalhador ser prejudicado se a empresa não cumpre o seu dever. Observe-se que, ainda que a empresa não desconte a contribuição a cargo do empregado, haverá contagem da carência para este. É que, neste caso, se presume que a empresa assumiu o ônus de pagar ambas as contribuições (a sua e a do empregado). Nas hipóteses do inciso II, o ônus de recolher a contribuição é do próprio trabalhador (à exceção do doméstico). Deste modo, somente fluirá a carência quando cumprir seu dever de recolher a primeira contribuição sem atraso. Mas atente-se que caso o trabalhador doméstico não consiga
Compartilhar