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FORMAÇÃO CONTINUADA ONLINE: TEORIA E PRÁTICA PARA ATENDIMENTO PEDAGÓGICO AO ESCOLAR EM TRATAMENTO DE SAÚDE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Ambientação Eureka e Facebook - O ambiente virtual de aprendizagem (AVA), iniciando as atividades - Uso do Facebook no curso Formação Continuada On-Line – Teoria e Prática para o Atendimento Pedagógico ao Escolar em Tratamento de Saúde Apresentação do Curso Políticas Públicas Educacionais Voltadas ao Escolar em Tratamento de Saúde - Políticas públicas e legislações sobre atendimento pedagógico hospitalar e domiciliar - Legislações sobre atendimento pedagógico hospitalar e domiciliar - Classes hospitalares - Exemplos bem sucedidos de políticas públicas sobre atendimento pedagógico hospitalar e domiciliar no Brasil Atendimento Pedagógico Hospitalar - A importância do atendimento pedagógico hospitalar Planejamento, Avaliação e Inter-relação de Contextos (Hospitalar, Familiar e Escolar) - Para começo de conversa - Planejamento - Avaliação - Quatro contextos integrados Corporeidade no Atendimento ao Escolar em Tratamento de Saúde - Corporeidade no atendimento ao escolar em tratamento de saúde Referências Contação de Histórias - A contação de histórias em ambientes hospitalares - Como contar histórias de maneira envolvente e criativa - Qual é a função das histórias? - Tapete para contar história - Passo a passo - Como fazer uma fantasia de joaninha para contar histórias Mudança de Paradigmas na Educação e na Saúde e seus Reflexos no Atendimento Pedagógico do Escolar em Tratamento de Saúde - Mudança de paradigmas na educação e na saúde e seus reflexos no atendimento pedagógico do escolar em tratamento de saúde Retrospectivas e Perspectivas no Atendimento Pedagógico ao Escolar em Tratamento de Saúde - Retrospectivas e perspectivas no atendimento pedagógico ao escolar em tratamento de saúde - Reflexões sobre o atendimento pedagógico ao escolar em tratamento de saúde - Compartilhando experiências na pedagogia hospitalar Atendimento Pedagógico Domiciliar - Legislação do atendimento hospitalar e domiciliar Educação e Saúde: Cuidados Básicos do Professor no Atendimento Pedagógico ao Escolar em Tratamento de Saúde - Educação e saúde: cuidados básicos do professor no atendimento pedagógico ao escolar em tratamento de saúde - Formação continuada e o atendimento pedagógico educacional ao escolar em tratamento de saúde - conceito, definições e desafios Su m ár io ................................................5 .........................................................7 .......................................................................................................................3 .........................................................................23 ...................................................................26 ........................................................................................................................................11 ..........................15 ........................................................................16 ........................................................................................................................................................19 ..................................................19 .......................................................................................................................................19 ...........................................................................................20 ......................................................................................30 ..................................................30 .............................................................................................................................33 ..................................................................................................................................................33 ..........................................................................................................................................................34 .......................................................................................................................34 ...............................................................................37 .......................................................................39 ......................................................................................................................39 ...........................................................................................................................41 .....................................42 .....................................................................................................................................................52 ......................................................................................50 ..................................................46 É preciso criar pessoas que se atrevam a sair das trilhas aprendidas, com coragem de explorar novos caminhos. Pois a ciência construiu-se pela ousadia dos que sonham e o conhecimento é a aventura pelo desconhecido em busca da terra sonhada. (Rubem Alves) O curso Formação Continuada On-Line – Teoria e Prática para o Atendimento Pedagógico ao Escolar em Tratamento de Saúde tem como objetivo compartilhar saberes, fazeres e experiências, envolvendo um significati- vo grupo de pesquisadores e profissionais que atuam e se engajam em estudos voltados ao atendimento aos esco- lares em tratamento de saúde hospitalizados, em casa de apoio ou em atendimento domiciliar. Visa, ainda, a trazer contribuições por meio do ambiente virtual de aprendiza- gem da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), o Eureka, favorecendo a formação continuada on-line para professores, estudantes e pesquisadores de diferentes áreas que tenham interesse em conhecer propostas voltadas ao atendimento desses escolares. Nesse sentido, discorre sobre diversos aspectos referen- tes à hospitalização de escolares em tratamento de saúde e a necessidade de atenção educativa mediatizada por meio de propostas pedagógicas desenvolvidas por professores, pedagogos e demais profissionais, bem como indica dife- rentes situações em que os escolares se encontram e apon- ta algumas necessidades educativas, desde os princípios legislativos que apoiam esse tipo de proposta de atendi- mento até a real apropriação de profissionais que atuam em condições diferenciadas da escola formal. Em suma, o curso visa a proporcionar um novo olhar na formação de profissionais para atender às finalidades e princípios que envolvem essa modalidade de ensino, bem como metodologias que ensejem a real atenção integrada de equipes de multiprofissionais que atuam em contextos de atendimento ao escolar, seja hospitalizado, em casas de apoio ou em atendimento domiciliar, defendendo a neces- sidade de práticas diferenciadas, mas integradas para uma melhoria harmoniosa entre o biopsicossocial e o pedagó- gico desses escolares. Essas realidades e implicações reves- tem-se de grandes desafios nesses novos e diferenciados espaços de intervenção. Seja bem-vindo e acate essa ideia! Por Elizete Matos A pr es en ta çã o do C ur so 3 Ambientação Eureka e Facebook A m bi en ta çã o Eu re ka e F ac eb oo k Ambientação Eureka e Facebook O ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), iniciando as atividades Convidamos você a desbravar o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), uma platafor- ma de ensino dedicada exclusivamente ao de- senvolvimento de pessoas e do aprimoramento de possibilidades educativas, sociais e culturais. Aproveite esta oportunidade, aceite o desafio e se entregue no sentidode fazer deste primeiro passo um facilitador para as muitas atividades que desenvolverá. Para tanto, neste primeiro mo- mento, você terá disponível um tutorial; explo- re-o atentamente, pois cada detalhe disponível na plataforma é importante. Você também terá à sua disposição um Manual AVA, no qual encon- trará informações relevantes; explore, a partir do sumário, os diversos menus, clique sobre cada item e verifique atentamente cada função. Modificar a forma de ensinar tem sido uma das mais profícuas discussões no âmbito dos gru- pos de pesquisas e as considerações quase sem- pre caminham para o encontro com as tecnolo- gias advindas do desenvolvimento tecnológico imposto pela necessidade de desenvolvimento econômico e social, impulsionado durante todo o século XX, que apresentou já na década de 1940 visíveis evoluções, provavelmente como resul- tado da busca frenética das grandes nações por uma dominação econômica, as quais percorre- ram espaços temporais de guerra e paz. A neces- sidade de se tornar uma grande nação também gerou, em alguns países, o desenvolvimento de novas políticas para a área da educação, pois se percebeu que as pessoas com uma boa e sólida formação seriam a base para tanto. No entanto, modificar e desenvolver aspec- tos relacionados à cultura e educação requerem longos períodos de readaptação e constante ava- liação; concomitantemente, deve ser observado o que está acontecendo no entorno. Portanto, os alunos deste curso, envolvidos que estão em um novo e desafiador contexto, não podem dei- xar passar despercebido que estão em atividade com alunos em situação especial, de uma gera- ção conhecida como nativo digital. Estas considerações iniciais não serão esten- didas, pois nosso interesse é contextualizar a uti- lização de um AVA na formação continuada, mas passamos, sem dúvida, por momentos históricos significativos, tendo havido um salto qualitativo e tecnológico, com o estabelecimento da grande teia comunicacional mundial, denominada inter- net. Por meio de um encadeamento de nós vir- tuais, hoje mais de 2,5 bilhões de pessoas no mundo negociam, estudam, interagem em redes sociais, compartilham links variados, elaboram sites e blogs, e neles depositam conteúdos que são consultados no dia a dia. Aproximamo-nos, de fato, do mundo 3.0, que reúne jovens bem ambientados e acostumados ao manuseio dos artefatos tecnológicos, o que provoca o desen- volvimento de ambientes diferenciados para incluir os imigrantes digitais, aproximando-os dos nativos digitais e inserindo-os numa nova sociedade em que há a possibilidade de estar presente virtualmente a qualquer momento e a partir de qualquer lugar. Um AVA, segundo Behar (2009, p. 146), pode ser considerado: [...] um contexto de aprendizagem diferenciado do contexto tradicional, no qual temos um es- paço físico estabelecido e um tempo estipulado que determinam as interações e caracterizam uma sala de aula. No processo de virtualização desse ambiente de aprendizagem são exercidas diferentes formas de relação de tempo e de es- paço que implicam profundas mudanças no pro- cesso de aprendizagem. Este ambiente pode dis- ponibilizar ferramentas síncronas e assíncronas para interação/comunicação entre os sujeitos. Essas ferramentas são uma característica impor- tante desses ambientes, pois com elas todas as intervenções dos alunos e dos professores ficam registradas, sendo possível acessá-las a qualquer momento. Dessa forma, os registros facilitam o acom- panhamento da evolução dos alunos por parte dos professores/tutores, bem como as inter- venções gerenciais dos coordenadores, quando necessário. A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a partir de 1999, iniciou o processo para viabilizar o desenvolvimento de um software para aprendizagem virtual, denominado Eureka. Segundo Gomes (2003, p. 15-16), essa experiên- cia pode ser dividida em quatro fases distintas: Genaldo L. Sievert 5 A m bi en ta çã o Eu re ka e F ac eb oo k 1999 – o Ano da Pesquisa – Neste ano, é criado a CEAD; o EUREKA sai das mesas de projeto, é usa- do a nível BETA por alguns poucos e abnegados tecnófilos na instituição (os ditos visionários); A Universidade Virtual Siemens PUCPR surge e pro- fissionais do Brasil inteiro passam a freqüentar o EUREKA para cursos de treinamento profissional; 1000 pessoas se cadastram no sistema em no- vembro de 1999. 2000 – Ano da difusão do EUREKA (ainda de for- ma ‘underground’): 200 salas abertas em vários cursos de graduação, pós-graduação e para pes- quisa; Parcerias com outras instituições; 10.000 pessoas cadastradas no sistema em novembro de 2000. 2001 – Ano da institucionalização do EUREKA; Adoção pela Pró-Reitoria Acadêmica, através da criação do NTE (Núcleo de Tecnologias Educacio- nais); Eureka/PUCPR apresentado no ‘Virtua Edu- ca’ em Madri e no AACE-EdMedia na Finlândia; 600 salas abertas; 20.000 pessoas cadastradas no sistema em novembro de 2001. 2002 – Ano de Consolidação do Eureka como Infra-Estrutura da PUCPR – No momento em que este livro estava sendo finalizado, o Eureka estava sendo transferido do LAMI para o Centro de Computação da PUCPR, e os direitos autorais bem com sua equipe de desenvolvimento sendo encampados pela universidade. Vinte e seis mil pessoas cadastradas em abril de 2002. Num primeiro momento, para uma publica- ção específica sobre o assunto, idealizada e or- ganizada por Matos e Gomes (2003), vários pro- fessores da instituição elaboraram artigos, que foram disponibilizados ao longo de 188 páginas. Nessa obra, verifica-se a utilização do Eureka por profissionais dos cursos de engenharia, compu- tação gráfica, pedagogia, medicina, odontolo- gia e medicina veterinária, além de serem des- tacados aspectos como interação, integração e aprendizagem on-line. Na sequência, um Fórum de Ambientação e Integração foi oferecido com a intenção de pro- porcionar um momento inicial de adaptação àqueles que já conheciam outras plataformas e, principalmente, aos alunos que nunca tinham vivenciado tal experiência. Essa ação propor- cionou momentos de interação e/ou mediação, visto a necessidade de participação dos alunos e professores/tutores, o que nos leva a ressaltar a importância da utilização da tecnologia para inserir indivíduos rumo a uma experiência de aprendizagem mediada por computadores. Tor- res (2003), na mesma linha, destaca a importân- cia do trabalho colaborativo para a educação a distância e aponta que há inúmeras soluções pe- dagógicas que podem auxiliar na superação do paradigma do trabalho individualizado. Salienta, ainda, que as soluções on-line visam à construção do saber no grupo ou no indivíduo, quando des- tinadas a neutralizar a redução do distanciamen- to físico e temporal. Certamente, muitas são as formas que podem evidenciar a presença de alunos no AVA, mas en- tendemos que comunicar-se e partilhar sua ex- periência e vivência por meio textual seja uma das mais importantes. Para Palloff e Pratt (2004, p. 47), a comunicação assíncrona, como a que ocorre em um fórum, é a melhor maneira de sus- tentar a interatividade de um curso on-line, pois, uma vez que os alunos determinem um ritmo e comecem a interagir ativamente, eles assumirão a responsabilidade de sustentar esse contato, seja pela interação social, seja como uma res- posta às perguntas para discussão enviadas pelo professor. O fórum, portanto, é uma das ferramentas mais adequadas para dialogar em um ambiente on-line, proporcionando a socialização dos parti- cipantes, que devem entregar-se ao diálogo e à troca escrita de relatos de experiência. Também é importante, por parte dos alunos, atender aos chamamentos dos seus tutores quando houver uma especificidade,como, por exemplo, apre- sentar-se declinando seu currículo e sua vivência neste ou naquele campo de atuação. Além dos fóruns de discussão e/ou ambientação/adapta- ção, são caracterizados pela atividade assíncrona a ferramenta blog, os exercícios, as questões, os projetos, entre outras possibilidades, conforme a necessidade da atividade ou a proposta do pro- fessor. Por outro lado, nas atividades síncronas, ca- racterísticas de chats, por exemplo, os participan- tes estão em tempo real em um mesmo ambien- te, interagindo todos com todos de forma rápida, o que exige uma acentuada percepção do que está acontecendo no espaço on-line. Podem ser considerados elementos desse tipo de atividade: chats, videoconferências, webconferências, en- contros em mundos virtuais, games multiusuá- rios etc. Além desses elementos, outros, como a postagem de links, vídeos e arquivos em forma- tos diversos, podem ser utilizados como prepara- ção para um debate síncrono ou assíncrono. Em suma, não estamos tratando de uma uto- pia e, sim, de uma realidade palpável! 6 A m bi en ta çã o Eu re ka e F ac eb oo k 7 - Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. - Administrador, Professor Universitário, Especialista em Gestão Estratégica de Custos e Preços, Especialista em Forma- ção Pedagógica do Professor Universitário. - Pesquisador: Ambientes Virtuais de Aprendizagem. - Diretor Comercial. Genaldo Luis Sievert Uso do Facebook no curso Formação Continuada On-Line – Teoria e Prática para o Atendimento Pedagógico ao Escolar em Tratamento de Saúde As transformações que vêm ocorrendo no mundo, nas mais diversas áreas do conhecimen- to, estão influenciando e alterando o modo de organização da sociedade, tendo sido o último século fértil no desenvolvimento de novas Tec- nologias da Informação e Comunicação (TICs), que promoveram mudanças em grande par- te das relações sociais e do saber previamente construído. Como consequência, a escola acabou influenciada por esse movimento, com frequên- cia e rapidez equivalentes às das mudanças que ocorreram nas demais esferas. Muitas vezes, o co- nhecimento, o educar e o aprender foram trans- formados para acompanhar as revoluções da ci- ência e para se adequar aos novos instrumentos que poderiam beneficiar a aprendizagem. Especificamente no Brasil, as TICs vêm cres- cendo de maneira vertiginosa, encontrando den- tro da sala de aula não somente um espaço para a brincadeira e a distração, mas um local onde se faz cada vez mais imprescindível a aprendizagem colaborativa. Segundo Belloni (2001, p. 9), as ten- dências para as escolas que usam as TICs são: integração dessas tecnologias de modo criativo, inteligente e distanciado, no sentido de desen- volver a autonomia e a competência do estudan- te e do educador enquanto ‘usuários’ e criadores das TIC e não como meros receptores; mediatiza- ção do processo de ensino/aprendizagem apro- veitando ao máximo as potencialidades comuni- cacionais e pedagógicas dos recursos técnicos: criação de materiais e estratégias, metodologias; formação de educadores (professores, comuni- cadores, produtores, tutores); produção de co- nhecimento. Com o advento da internet, por exemplo, fa- zer pesquisa se tornou mais fácil, uma vez que a amplitude de possibilidades para busca de in- formações de qualidade e a quantidade de sites em que se pode procurar por determinado con- teúdo são inerentes a ela, e tudo isso sem sair de casa ou da escola. Os professores, dessa forma, podem buscar aparatos e uma infinidade de in- formações confiáveis para ampliar seus conheci- mentos: vídeos em sites como o YouTube, maté- Weber, M. A m bi en ta çã o Eu re ka e F ac eb oo k 8 rias em jornais e revistas de circulação nacional e internacional, teses e dissertações, fóruns de discussões, apresentações, artigos etc.; os alunos, por sua vez, podem participar ativamente do pro- cesso de ensino-aprendizagem. Além disso, atu- almente a própria internet incentiva o trabalho colaborativo, a produção de conteúdos inéditos e a interatividade – propostas da chamada web 2.0 –, visto que a pesquisa na web envolve a leitu- ra, a interação, a cooperação e a criação de algo a partir das ideias e da socialização da informação. Para atender a esse novo momento educacio- nal, professor e aluno devem mudar, como desta- ca Kenski (2008, p. 126): A característica dessa nova forma de ensinar é a ampliação de possibilidades de aprendizagem e o envolvimento de todos os que participam do ato de ensinar. A prática de ensino envolvida tor- na-se uma ação dinâmica e mista. Mesclam-se nas redes informáticas – na própria situação de produção/aquisição de conhecimentos – autores e leitores, professores e alunos. A formação de ‘comunidades de aprendizagem’, em que se de- senvolvem os princípios do ensino colaborativo, em equipe, é um dos principais pontos de altera- ção na dinâmica da escola. Nada mais enriquecedor para o aprendizado do educando do que realizar uma pesquisa pro- posta pelo professor, colaborar com o conteúdo e ter a oportunidade de produzir materiais. Pos- sibilidades como esta não existiam até bem pou- co tempo e podem cooperar com o docente. Da mesma forma, as escolas dos dias atuais precisam tirar proveito do que a tecnologia pode fazer pe- los jovens, até porque se sabe que a maior parte dos educandos gostaria de ser instigada, em tem- po real, de maneira personalizada. Os novos caminhos que estão surgindo na educação implicam indiscriminadamente apro- veitar a mais efetiva forma de comunicação entre as pessoas, o que, sem dúvida, abrange o univer- so tecnológico e, em especial, o das redes sociais. Lorenzo (2013), nesse sentido, ressalta que as re- des sociais, no Brasil, são as páginas que mais têm tido visitação na web, superando até os serviços de e-mail. Uma das mais populares é o Facebook, ambiente de encontro virtual entre pessoas pré- via e livremente escolhidas a participar, que ofe- rece uma grande possibilidade de uso educacio- nal, podendo os usuários contemplar assuntos da atualidade com profundidade, além de ser um meio para a postagem de notícias relativas aos conteúdos curriculares e arquivos que interes- sam professores e estudantes. De acordo com Moran (2005, p. 20), “na so- ciedade atual, em virtude da rapidez com que temos que enfrentar situações diferentes a cada momento, cada vez utilizamos mais o processa- mento multimídico”. Essa união de diversas mí- dias está presente no Facebook, que funciona gratuitamente como um grande sistema de cola- boração e armazena digitalmente muitos dados. Além de oferecer a possibilidade de resgatar ou manter contato com amigos, permite a criação de um espaço fora da sala de aula para ampliar os estudos e viabilizar uma interação entre profes- sor e alunos e entre alunos e alunos. Essa rede social é uma plataforma que mistura diversos elementos, como textos, links, reporta- gens, artigos, imagens e vídeos, permitindo aos que a usam o compartilhamento dessas informa- ções, que podem ser verificadas facilmente de dispositivos móveis. Ao mesmo tempo, estimu- la a colaboração, uma vez que todos os partici- pantes podem criar juntos, em um processo de coautoria. Portanto, os alunos podem produzir diversos conteúdos, discutir entre eles e voltar a trabalhar em conjunto no mesmo material, que estará enriquecido pelo coletivo. Fernandes (2011) afirma, nesse sentido, que o Facebook pode ser explorado como ferramenta pedagógica importante, principalmente na pro- moção da colaboração no processo educativo, que permite a construção crítica e reflexiva de informação e conhecimento. A vantagem é que quase todos os alunosjá estão familiarizados com essa rede social e sabem utilizar as ferramentas existentes, de modo que fica mais fácil explorar seus recursos. Tendo isso em mente, o curso Formação Con- tinuada On-Line – Teoria e Prática para o Atendi- mento Pedagógico ao Escolar em Tratamento de Saúde irá criar um grupo fechado no Facebook para seus participantes, cujas postagens serão relacionadas ao assunto de cada uma das disci- plinas, lembrando que o conteúdo somente será visto pelos alunos e professores, não ficando nada aberto aos demais “amigos” dos integrantes do grupo. Por meio da rede social, alunos e professores poderão realizar chats – ferramenta muito sim- ples que possibilita plena interação entre os que estão participando do curso, em tempo real –, fóruns de discussão e debates, deixando todos atualizados e abrindo espaço para a argumen- tação dos conteúdos abordados. Ademais, os professores do curso on-line poderão lembrar os alunos das datas e eventos importantes, pois ca- lendários e eventos podem ser facilmente com- partilhados na plataforma. Os alunos, por sua vez, poderão formar outros grupos para desenvolver os projetos das aulas e compartilhar informações, contando com o envolvimento de todos. Por fim, as atividades propostas em cada uma A m bi en ta çã o Eu re ka e F ac eb oo k - Doutoranda em Educação pela PUCPR. - Mestre em Educação pela PUCPR (2010). - Bacharel em Comunicação Social - Jornalismo pela UP (2005) e Bacharel em Artes Cênicas pela FAP (1996). - Realizou os cursos de extensão: Telejornalismo Aplicado pela PUCPR e RPC - TV, com carga horária de 360h, em 2007 e Oficina de Atores da Rede Globo de Televisão, também com 360h, em 1996/1997. Atua nas áreas de educação, como autora e editora de materiais didáti- cos (para impresso, web e vídeo), na formação de professores (oficinas de teatro, de contação de histórias e de roteiros para cinema), na área de co- municação, como docente e repórter, e artístico-cultural, desenvolvendo projetos de literatura, teatro e cinema. Maíra Weber 9 das disciplinas do curso on-line poderão ser apre- ciadas em conjunto no Facebook, podendo os alunos, quando for o caso, fazer enquetes com seus “amigos” para reunir informações e realizar pesquisas. Entre outros atributos, o espaço será muito usado para solucionar dúvidas, trocar ex- periências, conversar e se atualizar sobre o curso; dessa forma, o aluno não ficará limitado apenas ao tempo de uma aula e terá a oportunidade de ampliar suas pesquisas. 9 Retrospectivas e Perspectivas no Atendimento Pedagógico ao Escolar em Tratamento de Saúde Re tr os pe ct iv as e P er sp ec tiv as Retrospectivas e Perspectivas no Atendimento Pedagógico ao Escolar em Tratamento de Saúde 11 Você já pensou quantos escolares estão nes- te momento hospitalizados, em casas de apoio ou em atendimento domiciliar? Pense nesses momentos em que uma criança ou adolescen- te em idade de escolarização necessita ser tira- do de seu contexto social e interagir com outra realidade, neste caso, o hospital, o atendimento domiciliar ou a casa de apoio. Assim, é que nesta proposta busca-se apresentar, numa retrospecti- va, perspectivas para o atendimento pedagógico e lúdico a docentes que atuam com escolares em tratamento de saúde. Destaca-se, a necessidade emergente de atuarmos com diferentes olhares nas diferentes realidades e sabermos criar estra- tégias na organização do trabalho pedagógico, oferecendo momentos que possam favorecer o processo de aprendizagem e ludicidade, mesmo em contextos com realidades diferenciadas da sala de aula na escola. O preparo de profissionais que atuam nesses ambientes pode ser ampliado pelo compartilha- mento em redes sociais hoje tão usuais, de modo a estabelecer trocas e colaborações numa ciran- da na busca de novos saberes para dar conta dos diferentes desafios pedagógicos deste milênio. Diante disso, esperamos que as palavras a seguir possam aguçar sua curiosidade e seu ato criativo, bem como preencher algumas lacunas a partir de contribuições dos anos que temos nos envol- vido junto à teoria, prática, pesquisa, reflexão e produção científica com diferentes partícipes e realidades. Deixamos nossa mensagem por meio de diferentes autores e atores experientes que se propuseram a compartilhar saberes e práti- cas realizadas em contextos diferenciados, cujo espectro pretende ir além da reflexão e da sensi- bilização, oferecendo propostas vivenciadas, ex- ploradas e associadas à prática nesses cenários. Trata-se de interconectar educação e saúde, com o objetivo de oferecer atitudes de humani- zação como aporte principal na concepção de novas práticas educativas, integrando a escola de origem desses escolares e os momentos em que estão sendo atendidos em realidades dife- renciadas. Todos aqueles que compõem as en- trelinhas e as imagens, nesse sentido, buscam apontar trilhas que possam ampliar a visão no momento da atuação e intervenção docente. Acreditamos numa grande corrente humana em prol de escolares em tratamento de saúde, a fim de que, por meio da educação cocriativa e com- prometida, possamos ampliar cada vez mais esse espaço profissional e humano, integrando dife- rentes profissionais que transitam as realidades de saúde, num enfoque específico a partir de sua área de atuação, porém de maneira inter/multi/ transdisciplinar. A presente abordagem está inserida no grupo de pesquisa Paradigmas Educacionais e Forma- ção de Professores (PEFOP), do Programa de Pós- Graduação, Mestrado e Doutorado em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), no projeto Diferentes Níveis e Contex- tos, coordenado pela professora doutora Elize- te Lúcia Moreira Matos, o qual foi aprovado no projeto Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecno- lógico (PQ/CNPq), que tem como meta preparar profissionais que atuam com atendimento de es- colarização a escolares em tratamento de saúde, estejam eles hospitalizados, em casas de apoio, tratamento ambulatorial ou domiciliar. Observa-se que o Conselho Nacional de Edu- cação (CNE), na Resolução CNE/CEB nº 2/01 (BRA- SIL, 2001a), determina a implantação de classes hospitalares, proporcionando o atendimento pe- dagógico a escolares hospitalizados, permitindo ao professor um novo desafio: realizar ações pe- dagógicas e educacionais fora do seu espaço de atuação, que é a escola; diante disso, passa a ser o hospital um novo ambiente de trabalho docente. Além disso, as práticas pedagógicas educacio- nais ocorrem em diferentes níveis e contextos, visto que acontecem em espaços diferenciados na educação, podendo transformar e ampliar as relações de interação entre a escola e o aluno. Portanto, a possibilidade de a educação atingir públicos cada vez mais diversificados é presente, principalmente, nas situações diversas que, por motivos diferenciados, impossibilitam o acesso Matos, E. L. Retrospectivas e Perspectivas no Atendimento Pedagógico ao Escolar em Tratamento de Saúde Re tr os pe ct iv as e P er sp ec tiv as 12 ao processo educacional formal. Nesse sentido, Ceccim (1999, p. 42) destaca a importância do processo educativo no espaço hospitalar e argumenta que o acompanhamento pedagógico e escolar da criança hospitalizada favorece a construção sub- jetiva de uma estabilidade de vida não apenas como elaboração psíquica da enfermidade e da hospitalização, mas, principalmente, como conti- nuidade e segurança diante dos laços sociais da aprendizagem (relação com colegas e relações de aprendizagens mediadas por professor), o que nos permitiria falar de uma ‘escola no hospital’ ou de uma‘classe escolar’ em ambiente hospitalar. Em comunhão com esse argumento, Matos (2009, p. 43) afirma que educar significa utilizar práticas pedagógicas que desenvolvam simultaneamente razão, sensação, sentimento e intuição e que estimulem a integra- ção intelectual e a visão planetária das coisas, em nome da paz e da unidade do mundo. Assim, a educação - além de transmitir e construir o saber sistematizado - assume um sentido terapêutico ao despertar no educando uma nova consciên- cia que transcenda do seu eu individual para o eu transpessoal. Sendo assim, o pedagogo/professor que atua junto a escolares em tratamento de saúde neces- sita de uma reflexão crítica sobre seu papel frente às novas exigências do momento histórico, ne- cessárias para uma percepção renovada de suas atitudes perante a sociedade, a qual lhe aponta novos saberes e fazeres em seu papel de educa- dor. Nessa concepção, Matos e Mugiatti (2001 apud LIRA, 2010, p. 309), pressupõem que o educador buscando novas soluções por meio do autoconhecimento, com o deslumbrar de outras fontes e assumindo o compromisso da transformação pessoal e social, passa a se tornar, juntamente com os profissionais de saúde, os ar- tífices de uma proposta integrada, com a devida abertura para o desempenho de funções políti- cas e sociais, em que se manifestem as eventu- ais necessidades de educação. Assim, o trabalho pedagógico do professor, junto a escolares em tratamento de saúde tem o desafio de superar a práticas fragmentadas, descontextualizadas, para assumir uma postura reflexiva através do repen- sar das ações praticadas em ambientes diferentes da sala de aula. Assim, cabe destacar o respaldo legal espe- cífico, de acordo com Fontes (2004), na Política Nacional de Educação Especial, que garante o atendimento de crianças e adolescentes hospi- talizados. O documento afirma que a classe hos- pitalar é um ambiente hospitalar que possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens, bem como “garante especificamente sobre os exercícios domiciliares as estudantes gestantes, também a internados que necessitam de educa- ção especial e que estejam em tratamento hospi- talar” (BRASIL, 2002). Assim, cabe às classes hospi- talares e ao atendimento pedagógico domiciliar: [...] elaborar estratégias e orientações para possi- bilitar o acompanhamento pedagógico-educa- cional do processo de desenvolvimento e cons- trução do conhecimento de crianças, jovens e adultos matriculados ou não nos sistemas de ensino regular, no âmbito da educação básica e que se encontram impossibilitados de frequen- tar escola, temporária ou permanentemente e, garantir a manutenção do vínculo com as esco- las por meio de um currículo flexibilizado e/ou adaptado, favorecendo seu ingresso, retorno ou adequada integração ao seu grupo escolar cor- respondente, como parte do direito de atenção integral. (BRASIL, 2002, p. 13). Destaca-se, ainda, o art. 7º do documento (BRA- SIL, 2000, p. 24), que descreve a responsabilidade do hospital de oferecer às crianças um ambien- te que corresponda às suas necessidades físicas, afetivas e educativas, quer no aspecto do equipa- mento, quer no aspecto pessoal e da segurança, e complementa: Onde se estabelece que os momentos de brincar, de recreio e de educação devem: Ter disponível material de jogo apropriado; Ser assegurados todos os dias da semana; Contemplar todos os grupos etários internados no serviço; Estimular a criatividade em todas as crianças; Permitir a continuação dos estudos no nível de educação já atingido. (BRASIL, 2000, p. 24). Na busca de esclarecer sua proposta, define a classe hospitalar da seguinte forma: Denomina-se classe hospitalar o atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambien- tes de tratamento de saúde, seja na circunstância de internação, como tradicionalmente conhe- cida, seja na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de atenção integral à saúde mental. (BRASIL, 2002, p. 13). Ainda de acordo com o documento (BRASIL, 2002), o atendimento educacional hospitalar deve estar associado aos sistemas de educação, Re tr os pe ct iv as e P er sp ec tiv as constituindo um trabalho pedagógico das secre- tarias federais, estaduais e municipais, as quais devem atender à solicitação dos hospitais em re- lação a esse atendimento, atuando na contrata- ção de profissionais docentes, na formação conti- nuada destes e em todas as outras necessidades para que seja desenvolvido o atendimento, como a solicitação de recursos financeiros e materiais. Com o objetivo de assegurar o direito de aten- dimento pedagógico educacional ao escolar hospitalizado, a legislação vigente também esta- belece que esse atendimento deve considerar as peculiaridades, desejos e necessidades da clien- tela hospitalar, como dita o Parecer CNE/CNB nº 1/01 (BRASIL, 2001b), que trata das Diretrizes Na- cionais para a Educação Especial na Educação Bá- sica e determina que o atendimento educacional especializado pode ocorrer fora do espaço esco- lar, sendo, nesses casos, certificada a frequência do aluno mediante relatório do professor que atende à classe hospitalar. De fato, a educação é um direito de toda e qualquer criança ou adolescente, o que inclui o universo da criança e do adolescente hospitaliza- dos; diante disso, a legislação brasileira reconhece esse direito por meio de diversas leis. Por exem- plo, a Constituição Federal de 1988, no Título VIII – Da Ordem Social, Capítulo III – Da Educação, da Cultura e do Desporto, Seção I, prescreve em seu art. 205 que “a educação é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, vi- sando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para exercício da cidadania e sua qualifi- cação para o trabalho” (BRASIL, 1988). No mesmo sentido, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96 – deter- mina a educação como direito de todo cidadão. Dela se destaca o Título II – Dos Princípios e Fins da Educação Nacional, como segue: Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu prepa- ro para o exercício da cidadania e sua qualifica- ção para o trabalho. Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e perma- nência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e di- vulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções peda- gógicas. (BRASIL, 1996). O atendimento pedagógico das crianças e adolescentes hospitalizados também encontra amparo legal junto ao Ministério da Educação, que define, por meio das Políticas de Educação Especial, responsabilidades quanto à execução do direito à educação desses sujeitos (BRASIL, 1995). Incluem-se nesse rol as Diretrizes Nacio- nais para a Educação Especial na Educação Bá- sica (BRASIL, 2001a), que dedicam parte de sua proposição para recomendar o atendimento pe- dagógico para crianças que se encontram, por determinado ou muito tempo, no hospital ou adoentadas e, por consequência, impedidas de frequentar a escola regular. Outra proposição legal importante é o docu- mento Classe hospitalar e atendimento pedagó- gico domiciliar (BRASIL, 2002), que avança legal- mente ao propor que o atendimento educativo nos hospitais esteja conectado à escola regular, destacando-se: Tem direito ao atendimento escolar os alunos do ensino básico internados em hospital, em sérvios ambulatoriais de atenção integral à saúde ou em domicilio; alunos que estão impossibilitados de frequentara escola por razões de proteção à saúde ou segurança brigados em casas de apoio, casas de passagem, casas-lar e residências tera- pêuticas. (BRASIL, 2002). O documento indica, ainda, que o pedago- go/professor necessita desenvolver propostas pedagógicas em classe hospitalar, atendimento pedagógico domiciliar ou realidades correlatas, assim como conhecer a dinâmica e o funciona- mento peculiar dessas modalidades e as técnicas e terapêuticas que delas fazem parte ou as roti- nas da enfermaria ou dos serviços ambulatoriais e das estruturas de assistência social, quando for o caso. Do ponto de vista administrativo, deve ha- ver articulação com a equipe de saúde do hospi- tal, com a Secretaria de Educação e com a escola de origem do educando, além de orientação dos professores da classe hospitalar ou do atendi- mento domiciliar em suas atividades e definição de demandas de aquisição de bens de consumo e de manutenção e renovação de bens perma- nentes. Em suma, o pedagogo/professor que atua em classe hospitalar ou em atendimento pedagó- gico domiciliar necessita estar capacitado para atuar numa perspectiva humana, identificando as necessidades educacionais especiais dos alu- nos impedidos de frequentar a escola, de modo a definir e implantar estratégias de flexibilização e adaptações curriculares. 13 Re tr os pe ct iv as e P er sp ec tiv as BEHRENS, M. A. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Petrópolis: Vozes, 2002. BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em: jun. 2013. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Brasília, DF: MEC, 1994. GONZÁLEZ-SIMANCAS, J. L. La pedagogia hospitalaria desde la perspetiva educativa. Madrid: [s.n.], 1984. 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Hospitalização escolarizada: uma nova alternativa para o escolar doente. 1989. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1989. TORRES, P. L. Laboratório on line de aprendizagem: uma proposta crítica de aprendizagem colaborativa para a educação. Tubarão: Unisul, 2004. Bibliografia Complementar - Bolsista PQ - CNPq, Pedagoga, Especialização em Recursos Humanos e Psicopedagogia, Mestrado em Educação - PUCPR, - Doutorado em Engenharia da Produção – UFSC. - Professora Titular na PUCPR atua no Mestrado e Doutorado em Edu- cação, no curso de Pedagogia e Coordenadora nas Especializações: “For- mação Pedagógica do Professor Universitário para Atuar em Contexto Presencial e On-line”, - Educação Especial com Ênfase em Inclusão e Alfabetização e Letra- mento – PUCPPR. - Desenvolve projetos voltados para Formação de Professores em Dife- rentes Níveis e Contextos, Pedagogia Hospitalar, Ambientes Virtuais de Aprendizagem e Meios Tecnológicos na Ação Pedagógica. - Palestrante. Elizete Lúcia Moreira Matos 14 Re tr os pe ct iv as e P er sp ec tiv as Reflexões sobre o Atendimento Pedagógico ao Escolar em Tratamento de Saúde Wolf, R. A. A doença interfere no ritmo de vida de qual- quer pessoa e, no caso do escolar, acaba muitas vezes obrigando-o a ausentar-se para tratamen- to, podendo até mesmo alterar seu desempenho biológico, em termos de locomoção, pelos cuida- dos requeridos. Ainda, o tratamento pode levar não só ao afastamento da escola, mas também do convívio social, restrição que pode interfe- rir nos aspectos afetivos/emocionais do escolar durante seu tratamento. No entanto, esse “iso- lamento” não o impede cognitivamente de con- tinuar a realizar atividades que propiciem o seu desenvolvimento intelectual, tanto que é um direito do escolar ter acesso à educação mesmo que afastado da escola. Encontramos esse amparo legal na Constitui- ção Federal de 1988, que prevê o direito à educa- ção a todo cidadão brasileiro, mesmo que impos- sibilitado de frequentar a escola, pois “[..] é direito de todos e dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, tendo em vista o pleno desenvol- vimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988). Além da Constituição Federal, outras leis, decretos e estatutos que fazem parte das políticas públicas educacionais reconhecem a importância da educação hospitalar, tais como: • Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei nº 8.069/1990; • Resolução CONANDA nº 41/1995: defende, no item 9, que a criança e o adolescente hospitaliza- dos têm o direito de desfrutar de alguma forma de recreação, de programas de educação para a saúde e de acompanhamento de currículo esco- lar durante a permanência hospitalar; • Lei nº 9.493/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional): determina que todo hospi- tal deve ter uma classe hospitalar como forma alternativa que garanta o processo de aprendiza- gem; • Resolução CNE/CEB nº 2/2001: no art. 13, infor- ma que os sistemas de ensino, mediante ação in- tegrada com os sistemas de saúde, devem orga- nizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio; • Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações: segundo o documento, cumpre às classes hospitalares l e ao atendimen- to domiciliar 2 elaborar estratégias e orientações para possibilitar o acompanhamento pedagógi- co-educacional no processo de desenvolvimen- to e construção do conhecimento de crianças, jovens e adultos matriculados ou não nos siste- mas de ensino regular, no âmbito da educação básica e que encontram-se impossibilitados de frequentar escola, temporária ou permanente- mente e, garantir a manutenção do vínculo com as escolas por meio de um currículo flexibilizado e/ou adaptado, favorecendo seu ingresso, retor- no ou adequada integração ao seu grupo escolar correspondente, como parte do direito de aten- ção integral. (BRASIL, 2002, p. 13). • Lei nº 11.104/2005: dispõe sobre a obrigatorie- dade de instalação de brinquedotecas nas unida- des de saúde que ofereçam atendimento pediá- trico em regime de internação. Sendo assim, se faz necessária a adequação desse espaço, bem como a inserção de pedagogos preparados para desenvolver práticas de educação hospitalar. Apesar desses amparos legais, nem sempre é fácil e automático o processo de adaptação do escolar frente à hospitalização, como também o seu ingresso na escolarização hospitalar. Isso pode ocorrer por questões psicológicas e fisio-lógicas do escolar, por limitações da instituição hospitalar, como falta de espaço físico próprio, de profissionais ou de pedagogos para atuar com a escolarização hospitalar nas alas de pediatria, ou ainda por limitações dos profissionais, como falta de preparo e capacitação para intervir com práticas educativas significativas que auxiliem a retomada da vida escolar. No cenário atual, em que o fenômeno educa- 15 Re tr os pe ct iv as e P er sp ec tiv as Compartilhando Experiências na Pedagogia Hospitalar cional ocorre em diversos contextos, inclusive no hospitalar, o ato educativo não pertence exclusi- vamente à escola; isso significa que, a partir do momento que a educação ultrapassou os muros escolares, manifestando-se de diversas formas, se fizeram necessários o preparo e a qualificação de profissionais para atuar nesses novos con- textos. Por essa razão e diante das necessidades emergentes, não cabe mais espaço para discus- sões contrárias sobre a atuação do pedagogo em instituições não escolares, pois sua inclusão nesses ambientes não é algo inédito e já tem sua legitimidade garantida pelo Projeto de Lei nº 1.077/2003, que determina que as grades curri- culares dos cursos de pedagogia contemplem disciplinas que abordem teórica e metodologica- mente a educação hospitalar. Assim, durante a disciplina, buscaremos apro- fundar essas discussões, com o intuito de propor- cionar a percepção de que o tipo de atendimento ao escolar em tratamento de saúde pode variar, em razão do contexto em que ele estiver inserido; inclusive, esse tipo de atendimento pode apare- cer com as seguintes denominações: educação hospitalar, pedagogia hospitalar, classe hospita- lar e atendimento domiciliar. 16 Para esclarecer um pouco mais sobre o atendi- mento pedagógico ao escolar em tratamento de saúde, acredito ser relevante falar um pouco da minha experiência com a pedagogia hospitalar, que iniciou em 2003, por meio da coordenação de um Projeto de Extensão Permanente da Uni- versidade Estadual do Centro-Oeste (UNICEN- TRO), na área de pedagogia hospitalar, na ala de pediatria do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, em Guarapuava-PR. Esse projeto objetiva: • propiciar ao acadêmico de pedagogia a oportunidade de desenvolver práticas e adquirir conhecimentos sobre a importância da atuação do pedagogo em instituições não escolares, nes- te caso, a hospitalar; • garantir a continuidade dos estudos das crianças hospitalizadas, com atividades didático- -pedagógicas que envolvem a leitura individual e coletiva, como a contação de histórias da literatu- ra infantojuvenil, as quais são dramatizadas pelos acadêmicos. Há dez anos o projeto proporciona aos aca- dêmicos a oportunidade de se capacitar quanto à elaboração de atividades pedagógicas adapta- das ao escolar em tratamento de saúde em ala hospitalar, contando, para tanto, com o Labora- tório de Educação Hospitalar da UNICENTRO, no qual são orientados e supervisionados durante a preparação das atividades. Pela contribuição prestada aos hospitalizados durante anos, o projeto conquistou um espaço na ala de pediatria do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, o qual foi transformado em uma brinquedoteca, na qual são desenvolvidas as atividades pedagógicas elaboradas pelos aca- dêmicos de pedagogia. Nesse ambiente, eles têm a oportunidade de realizar a verdadeira práxis pedagógica hos- pitalar, relacionando a teoria estudada, seus co- nhecimentos sobre a pedagogia hospitalar e as práticas exercidas e vivenciadas com os escolares hospitalizados. O projeto vem garantindo também aos aca- dêmicos a vivência da pedagogia hospitalar na tríade do espírito universitário: ensino, pesquisa e extensão – no ensino, por meio da disciplina Gestão em Instituição Escolar, que promove leitu- ras sobre a pedagogia hospitalar como subsídio às atividades de estágio supervisionado; na pes- quisa, com muitos acadêmicos com pesquisas de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre pedagogia hospitalar, buscando colher dados no projeto; na extensão, com a inserção dos acadê- micos no projeto para cumprir horas de estágio em instituição não escolar, por meio do desenvol- vimento de atividades escolares em ala hospita- lar. Quanto aos escolares hospitalizados, a me- diação dos conteúdos pedagógicos pelos aca- dêmicos colabora para sua adaptação, motiva- ção e ocupação sadia do tempo ocioso, pois as atividades pedagógicas, além de colaborar para o desenvolvimento cognitivo, trazem benefícios psicológicos e emocionais, resultando em avanço e recuperação da saúde, bem como confortam os acompanhantes, pelo fato de eles perceberem os benefícios gerados ao hospitalizado. Isso é pos- sível porque, na pedagogia hospitalar, o escolar Re tr os pe ct iv as e P er sp ec tiv as é envolvido em atividades pedagógicas lúdicas, como a leitura e a contação de histórias, que o es- timulam cognitiva e emocionalmente, ativando seu raciocínio lógico, sua imaginação e sua cria- tividade, o que consequentemente torna o am- biente hospitalar mais leve e humano, refletindo na melhora do seu quadro sintomático. Enfim, após o relato da minha experiência com a pedagogia hospitalar, gostaria de firmar com você, cursista, o compromisso de contar com sua contribuição nas diversas atividades propos- tas, como os fóruns de discussão, que poderão ser complementados qualitativamente com suas experiências na área; dessa forma, enriquecere- mos a disciplina. Esse compromisso implica tam- bém a consciência de que o envolvimento para a promoção de uma aprendizagem mútua, cola- borativa e cooperativa no decorrer da disciplina possibilitará vislumbrar novos horizontes para o atendimento aos escolares em tratamento de saúde. Existe em nós a capacidade de realizar e dar vida nova a tudo que nos cerca. Pensemos nisso! Bons estudos e sucesso na Educação a Distân- cia (EaD)! 17 AROSA, A.; SCHILKE, A. L. (Orgs.). A escola no hospital: espaço de experiências emancipa- doras. Niterói: Intertexto, 2007. BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002. FONSECA, E. S. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo: Memnon, 2003. GONZÁLEZ, E. Necessidades educacionais específicas: intervenção psicoeducacional. Porto Alegre: Artmed, 2007. LIBÂNEO, J. C.; PIMENTA, S. G. Formação dos profissionais da educação: visão crítica e per- spectiva de mudança. In: PIMENTA, S. G. Pedagogia e pedagogos: caminhos e perspecti- vas. São Paulo: Cortez, 2002. p. 11-57. MATOS, E. L. M.; MUGGIATI, M. T. F. Pedagogia hospitalar. Curitiba: Champagnat, 2001. ______. Pedagogia hospitalar: a humanização integrando educação e saúde. Petrópolis: Vozes, 2007. MATOS, E. L. M.; TORRES, P. L. (Orgs.). Teoria e prática na pedagogia hospitalar: novos cenários, novos desafios. Curitiba: Champagnat, 2011. TIERNO, G. (Org.). A arte de contar histórias: abordagens poética, literária e performática. São Paulo: Ícone, 2010. VIEGAS, D. Brinquedoteca hospitalar: isto é humanização. Rio de Janeiro: Wak, 2007. Bibliografia Complementar - Professora do Departamento de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), em Guarapuava-PR. - Graduada em Pedagogia, com habilitação em Orientação Educacional (1996), especializada em Supervisão Escolar (1998) e Educação Ambien- tal (2004) e mestra em Linguística Aplicada (2002) pela Universidade Es- tadual de Maringá (UEM). - Atualmente é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educa- ção da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), com pesquisa sobre a formação do pedagogo para atuar com escolar em tratamento de saúde, sob a orientação da professoraElizete Lucia Moreira Matos. Maria Rosângela Abreu do Prado Wolf Políticas Públicas Educacionais Voltadas ao Escolar em Tratamento de Saúde Po lít ic as P úb lic as e L eg is la çõ es Políticas Públicas Educacionais Voltadas ao Escolar em Tratamento de Saúde Políticas Públicas e Legislações sobre Atendimento Pedagógico Hospitalar e Domiciliar Classes Hospitalares Legislações sobre Atendimento Pedagógico Hospitalar e Domiciliar Avanzini, C. M. V. Silva, T.G. Esta disciplina objetiva compreender as políti- cas públicas relacionadas à pedagogia hospitalar e ao atendimento pedagógico domiciliar e definir ações nesse âmbito. Para tanto, cumpre primeira- mente destacar que elaborar políticas públicas é buscar deslocar-se de uma situação diagnostica- da para uma desejada; na educação, isso signifi- ca elaborar um plano para o setor, planejando e executando ações julgadas importantes para sua melhoria. Aliás, o art. 214 da Constituição Federal de 1988 expressa o desejo da nação brasileira de um Plano Nacional de Educação, de duração plu- rianual, que leve à: • erradicação do analfabetismo; • universalização do atendimento escolar; • melhoria da qualidade de ensino; • formação para o trabalho; • promoção humanística, científica e tecnoló- gica. As primeiras experiências de intervenção es- colar em hospitais ocorreram na França, em 1935, e posteriormente na Alemanha e Estados Unidos. Esse tipo de atendimento cresceu sensivelmente com a Segunda Guerra Mundial, quando alguns países da Europa receberam, como consequên- cia cruel desse conflito, crianças mutiladas e com doenças contagiosas, como a tuberculose, por exemplo (VASCONCELOS, 2006). No Brasil, a ação educativa no espaço hospitalar teve início, em 1950, no Hospital Municipal Jesus, no Rio de Ja- neiro (AROSA, 2012). Atualmente, [...] Classe Hospitalar é a denominação do aten- dimento pedagógico-educacional que ocorre em ambiente de tratamento de saúde em circunstân- cia de internação ou ainda na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de atenção integral à saúde men- tal. (AROSA, 2012, p. 4). • Decreto-Lei nº 1.044/1969: dispõe sobre tra- tamento excepcional para alunos portadores de afecções. • Lei nº 6.202/1975: em seu art. 1º, determina que “a partir do oitavo mês de gestação e duran- te três meses a estudante em estado de gravidez ficará assistida pelo regime de exercícios domici- liares” (BRASIL, 1975). • Constituição Federal de 1988, especifica- mente o art. 205. • Lei nº 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). • Resolução CONANDA nº 41/1995. • Lei nº 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). • Resolução CNE/CEB nº 02/2001 (Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica). • Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações: documento editado pelo Ministério da Educação (MEC), em 2002. • Deliberação nº 02/2003 do Conselho Estadu- al de Educação do Paraná (Normas para Educa- ção Especial): em seu art. 14, determina que os serviços especializados serão assegurados pelo Estado, que também firmará parcerias ou convênios com áreas de educação, saúde, assis- tência social, trabalho, esporte, lazer e outros, incluindo apoio e orientação à família, à comuni- dade e à escola, compreendendo: [...] III – Classes hospitalares; IV – Atendimento Pedagógico Do- miciliar [...]. (PARANÁ, 2003). 19 Po lít ic as P úb lic as e L eg is la çõ es 20 Exemplos Bem-Sucedidos de Políticas Públicas sobre Atendimento Pedagógico Hospitalar e Domiciliar no Brasil Segundo Ohara, Borda e Carneiro (2008, p. 94), o último levantamento realizado, em 2005, sobre o funcionamento de classes hospitalares no País, registrava que só 99 hospitais haviam instalado as classes hospitalares, assim distribuídas por re- gião: Norte= 7; Nordeste= 10; Centro-oeste= 18; Sudeste= 47 e Sul= 17 Em sua maioria, esse tipo de atendimento decorre do convênio firmado entre as Secretarias de Educação e de Saúde dos Estados, mas existem classes hospitalares resul- tantes de iniciativas de entidades filantrópicas e universidades. Em suma, de acordo com Amaral e Silva (2008, p. 1), a criação de classes escolares em hospitais é re- sultado do reconhecimento formal de que crian- ças hospitalizadas, independentemente do perí- odo de permanência na instituição ou de outro fator qualquer, têm necessidades educacionais e direitos de cidadania, inclusive a escolarização. Por fim, importa ressaltar que as classes hospi- talares podem ser classificadas : a) quanto à forma de atendimento: - atendimento escolar: ênfase na aprendi- zagem escolar e construção dos processos de aprendizagem; - atendimento recreativo: educação lúdica e lazer; - atendimento psicossocial: ludoterapia e jo- gos de socialização; - atendimento clínico psicopedagógico: ênfa- se nas condutas emocionais. b) quanto ao vínculo dos professores: - professores contratados pelo hospital; - professores cedidos pelas Secretarias Estadu- ais de Educação; - professores cedidos pelas Secretarias Muni- cipais de Educação; - professores vinculados aos projetos de pes- quisa e extensão universitária; - professores pertencentes aos projetos de vo- luntariado. c) quanto à estrutura escolar hospitalar: - atendimento exclusivamente no leito; - atendimento com salas de aula na unidade de internação; - atendimento com salas de aula na unidade de internação, mais salas de apoio e sala de dire- ção escolar. (CECCIM; FONSECA, 2000). Paraná – Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar (SAREH) Normatizado pela Resolução nº 2.527/2007, o SAREH tem por objetivo propiciar atendimento educacional do 6º ao 9º ano do ensino fundamen- tal e das séries do ensino médio para crianças e adolescentes que se encontram impossibilitados de frequentar a escola em virtude de situação de internamento hospitalar ou tratamento de saú- de, permitindo-lhes a continuidade do processo de escolarização, a inserção ou a reinserção em seu ambiente escolar (PARANÁ, 2013). Rio Grande do Norte – Núcleo de Atendi- mento Educacional Hospitalar e Domiciliar do Rio Grande do Norte (NAEHD/RN) Programa instalado em 2010 e desenvolvido em seis instituições hospitalares conveniadas à Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Norte. Rio Grande do Sul – Programa de Apoio Pe- dagógico (PAP) O Programa de Apoio Pedagógico (PAP) é um trabalho de classe hospitalar pioneiro no Rio Grande do Sul que é desenvolvido em parceria entre a Escola Estadual Técnica em Saúde (ETS) e o HCPA desde agosto de 1990. A discussão de implantação, que se originou como um projeto surgiu quando a equipe multidisciplinar do hos- pital, responsável pelas internações pediátricas, constatou que as crianças com prolongadas e re- petidas internações eram prejudicadas ao retor- narem às escolas. Essa filosofia de vanguarda deu origem, não apenas à criação do PAP, mas também à funda- ção da ETS, que é uma Escola de Ensino Médio voltada para a formação de profissionais na área da saúde e responsável pela equipe docente do Programa. Assim, usando a estrutura do Hospital, em 12 de janeiro de 1989 foi firmado um proto- colo de intenções entre a Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul e o HCPA. Isto possibilitou realizar uma ação interinstitucional integrada e, Po lít ic as P úb lic as e L eg is la çõ esem setembro de 1990, oficializou-se o projeto de- nominado Programa de Apoio Pedagógico que antecipou a legislação, (Estatuto da Criança e do Adolescente Hospitalizados – Resolução Nº 41 de outubro de 1995 – Ministério da Justiça –Brasília/ DF) que garante o direito à escola para crianças e adolescentes hospitalizados. (HCPA, 2013). - Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná - UFPR, Pós- Graduada em Educação Social Unisal. - Licenciada em Pedagogia – Unicamp – Campinas SP. - Pedagoga da Secretaria Municipal de Educação de Araucária – PR, atuando como Coordenadora da Documentação Administrativa e Peda- gógica Escolar. - Conselheira Municipal de Educação de Araucária – PR. - Formadora ligada à UFPR no Pacto Nacional pela Alfabetização na Ida- de Certa – PNAIC. - Professora convidada da PUCPR na Pós-Graduação em Pedagogia Hospitalar. - Mestre em Educação pela UFPR. Especialista em Metodologia do Ensi- no de Ciências pelo IBEPEX. - Licenciada em Ciências Biológicas pela UFPR. - Técnica Pedagógica da Secretaria de Estado da Educação do Paraná/ Depto de Educação Especial e Inclusão Educacional. - Professora-Tutora Pedagogia EaD/UFPR. Claudinéia Maria Vischi Avanzini 21 Thais Gama da Silva Atendimento Pedagógico Domiciliar A te nd im en to P ed ag óg ic o D om ic ili ar Atendimento Pedagógico Domiciliar 23 Legislação do Atendimento Hospitalar e Domiciliar Santos, M. C. K. Entender o atendimento pedagógico hospita- lar e domiciliar como direito necessário e indis- pensável é respaldar-se em legislações que au- xiliam na construção de sua identidade e na sua execução. A partir do que determina a Constituição Fe- deral de 1988 (BRASIL, 1988), podemos entender que o direito à educação é de todos e para todos, em quaisquer circunstâncias que estejam. O mes- mo preconiza a Lei de Diretrizes e Bases da Edu- cação Nacional (LDB), que, apesar de ter como fundamento a Constituição Federal, informa mais detalhadamente como a educação para todos deve ser feita e com quais bases: TÍTULO II Dos Princípios e Fins da Educação Na- cional Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu prepa- ro para o exercício da cidadania e sua qualifica- ção para o trabalho. Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e perma- nência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e di- vulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções peda- gógicas; [...]. (BRASIL, 1996). Sendo, pois, a educação um direito de toda e qualquer criança e adolescente, inferimos que aqueles hospitalizados e em tratamento domi- ciliar também devem tê-lo garantido. A esse respeito, foram decretadas algumas leis, como o Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de outubro de 1969, que dispõe sobre o tratamento excepcional para alunos portadores de afecções em suas residên- cias (BRASIL, 1969). De modo geral, a LDB (BRASIL, 1996) atribui “ao poder público a responsabilidade de garan- tir o direito à educação e criar formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino” (art. 5º, § 5º), devendo “organizar-se de diferentes for- mas para garantir o processo de aprendizagem” (art. 23). Ainda, define que, para os alunos com necessidades educacionais especiais, os sistemas de ensino devem assegurar currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organizações es- pecíficas para atendê-los (art. 58). Especificamente, somente na década de 1990 foram criadas leis para as “classes hospitalares”, por meio das quais essa necessidade recebeu um olhar particular. Importa ressaltar que, até en- tão, elas eram regidas pela Constituição Federal e pela LDB, apenas com base na ideia de que a educação é para todos, sendo referidas nessa lei como educação especial, em uma visão de edu- cação inclusiva. Atualmente, incluem-se nesse contexto alunos com necessidades educacionais especiais, como aqueles com deficiências men- tais, auditivas, físicas, motoras e múltiplas, síndro- mes em geral, os que apresentam dificuldades cognitivas, psicomotoras e de comportamento, além daqueles alunos que estão impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar ou atendimento ambulatorial. Entre as leis específicas, que visam a prote- ger a infância e a juventude, sendo instrumentos para tentar garantir uma sociedade mais justa, podemos citar o Estatuto da Criança e do Adoles- cente (BRASIL, 1990), em especial seu art. 9, que trata do direito à educação: “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programa de edu- cação para a saúde”. Ainda, seu art. 3º enfatiza o olhar integral à criança e ao adolescente, garan- tindo-lhe desenvolvimento pleno em todos os aspectos que perpassam a sua vida. Em outras palavras, a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pes- soa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata essa lei, que lhes assegura todas as oportunidades e faculdades, a fim de proporcio- nar seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. Por sua vez, a Resolução CONANDA nº 41, de 13 de outubro de 1995, por meio do item 9, reconhece o “direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar” (BRASIL, 1995). O documento mais recente sobre o tema pu- blicado pelo Ministério da Educação (MEC), por meio de sua Secretaria de Educação Especial, Classe hospitalar e atendimento pedagógico do- miciliar: estratégias e orientações, define o aten- dimento pedagógico domiciliar como o A te nd im en to P ed ag óg ic o D om ic ili ar 24 atendimento que ocorre em ambiente domiciliar, quando o estudante encontra-se com problemas de saúde que o impossibilita de frequentar regu- larmente os espaços escolares, ou esteja em casa de apoio/recuperação de saúde ou em outras es- truturas de apoio da sociedade. (BRASIL, 2002). Além disso, o documento traz estratégias e orientações para o atendimento nas classes hos- pitalares, de modo a assegurar o acesso à educa- ção básica, enfatizando que tem direito ao atendimento escolar os alunos do ensino básico internados em hospital, em sérvios ambulatoriais de atenção integral à saúde ou em domicilio; alunos que estão impossibilitados de freqüentar a escola por razões de proteção à saú- de ou segurança abrigados em casas de apoio, casas de passagem, casas-lar e residências tera- pêuticas. (BRASIL, 2002). Para estudantes nessas condições, as Secreta- rias de Educação e de Saúde devem oferecer al- ternativas para que continuem estudando até es- tarem aptos a retornar à escola assim que cessar o tratamento ou a condição especial que os obri- gou a ficar fora da rotina escolar. A classe hospita- lar deve, portanto, favorecer o desenvolvimento de atividades físicas, lúdicas e pedagógicas, de acordo com o currículo escolar vigente, contan- do com mobiliário adequado e espaço ao ar livre. O professor, nesse contexto, deve dar prossegui- mento à escolarização da criança/adolescente que se encontra impossibilitado de frequentar a escola, fazendo a integração entre escola, saúde e educação. Sobre o mesmo assunto, o art. 13 da Resolu- ção CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, define que [...] os sistemas de ensino, mediante ação integra- da com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de freqüentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou perma- nência prolongada em domicílio. (BRASIL, 2001). No âmbito estadual, a Deliberação nº 02, de 2 de junhode 2003, do Conselho Estadual de Edu- cação do Paraná disserta o seguinte: Atendimento Pedagógico Domiciliar - serviço destinado a viabilizar a educação escolar de alu- nos com necessidades educacionais especiais que estejam impossibilitados de frequentar as aulas, em razão de tratamento de saúde que im- plique permanência prolongada em domicílio, mediante atendimento especializado realizado por professor habilitado ou especializado em educação especial vinculado a um serviço espe- cializado. (PARANÁ, 2003). Portanto, a hospitalização em nada impede que novos conhecimentos e informações sejam adquiridos pela criança ou jovem, de modo a contribuir para seu desenvolvimento escolar. Com base no exposto, podemos inferir que a ideia de viabilizar a educação a todos os cidadãos existe desde a Constituição de 1988, porém as maneiras pelas quais todos, sem exceção, podem ter acesso a ela só começaram a ser pensadas na década de 1990. Apesar de reconhecida oficial- mente, devido a esse atraso, a classe hospitalar ainda não é de conhecimento da população, de modo que muitas crianças e adolescentes afas- tam-se da escola durante o período de hospita- lização. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâ- metros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacio- nais. Brasília, DF: MEC, 1997. Bibliografia Complementar - Graduada em Formação de Professores e Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. - Especialista em Pedagogia Hospitalar pela IBPEX. - Atua como responsável pelo serviço de Atendimento Pedagógico Domiciliar na Prefeitura Municipal de Curitiba. Maria Cecília Kuzmann Santos Atendimento Pedagógico Hospitalar A te nd im en to P ed ag óg ic o H os pi ta la r 26 O objetivo desta unidade é reforçar a signi- ficância do atendimento pedagógico escolar a crianças e/ou adolescentes que fazem tratamen- to médico e permanecem internados por perío- dos relativamente longos em hospitais. De acordo com nossas pesquisas, em conse- quência da Segunda Guerra Mundial, inúmeras crianças e adolescentes em idade escolar foram mutilados e feridos, o que motivou sua perma- nência em hospitais por longos períodos. Por essa razão, no ano de 1935, em Paris, Henri Sellier, prefeito de Suresnes, criou as classes hospitala- res. No Brasil, a classe hospitalar surgiu no Rio de Janeiro, em 1950, no Hospital Jesus; no entanto, Mazzotta (1996) relata que há registros – nos re- latórios anuais da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – que indicam o atendimento peda- gógico especializado a deficientes físicos desde 1931. Em Curitiba, as primeiras preocupações com a inclusão escolar da criança hospitalizada fo- ram apontadas pela assistente social Margarida de Freitas Muggiati, no ano de 1987, em sua dis- sertação de mestrado Hospitalização escolariza- da, uma nova alternativa para a criança doente, apresentada na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Entendendo a importân- cia desse tipo de atendimento, a Prefeitura Mu- nicipal, via Secretaria da Educação, por meio de convênios com instituições de saúde, iniciou no ano de 1988 o Projeto Mirim de Hospitalização Escolarizada, cedendo professores a hospitais da cidade. A partir de 2005, o atendimento à crian- ça e/ou adolescente em tratamento de saúde passou a ser chamado, informalmente, de esco- larização hospitalar, porém sua documentação manteve o termo ‘classe hospitalar’, entendendo que deveriam ser seguidas as recomendações do documento Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações, do Ministério da Educação (MEC) (BRASIL, 2002). O termo ‘classe hospitalar’ é definido no docu- mento do MEC como [...] o atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambientes de tratamento de saúde, seja na circunstância de internação, como tradi- cionalmente conhecida, seja na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de atenção integral à saúde men- tal. (BRASIL, 2002, p. 13). Entendemos que esse conceito visa a assegu- rar a continuidade dos conteúdos escolares às crianças e/ou adolescentes hospitalizados, tendo consciência de que esse acompanhamento cur- ricular deve ser flexibilizado, garantindo a ma- nutenção do vínculo com a escola de origem, de modo a possibilitar que seu retorno seja produti- vo e apresente o mínimo possível de dificuldade. Na legislação brasileira, a Constituição Federal de 1988, no art. 5º, afirma que “todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza” (BRASIL, 1988), e mais adiante, no art. 205, que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa [...]” (BRASIL, 1988). Dissertam sobre o mesmo assunto, entre outros, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei no 8.069/1990), a Resolução CONANDA nº 41/1995, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei nº 9.394/1996), a Resolução CNE/CEB nº 02/2001, o documento Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações e a Deliberação no 02/2003 do Conselho Estadual de Educação do Paraná. A Resolução CNE/CEB nº 02/2001, por exem- plo, tem como objetivo preconizar a garantia des- se atendimento em âmbito nacional, esclarecen- do que a parceria deve ser estabelecida entre os sistemas de saúde e educação: Art. 13 – Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem orga- nizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio. § 1º. As classes hospitalares e o atendimento em ambiente domiciliar devem dar continuidade ao processo de desenvolvimento e ao processo de aprendizagem de alunos matriculados em esco- las da Educação Básica, contribuindo para seu retorno e reintegração ao grupo escolar, e desen- volver currículo flexibilizado com crianças, jovens e adultos não matriculados no sistema educacio- nal local, facilitando seu posterior acesso à escola regular. § 2º. Nos casos de que trata este artigo, a certifi- cação de frequência deve ser realizada com base no relatório elaborado pelo professor especializa- do que atende o aluno. (BRASIL, 2001). A Importância do Atendimento Pedagógico Hospitalar Pacheco, M. C. P. A te nd im en to P ed ag óg ic o H os pi ta la r 27 Por sua vez, o documento Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações (BRASIL, 2002) tem como finalidade estruturar a execução do sistema de atendimen- to pedagógico nos hospitais e em domicílio, es- clarecendo a operacionalização do serviço desde a adaptação de recursos e instrumentos didático- -pedagógicos, a importância de reintegração da criança e/ou adolescente ao ambiente escolar e o perfil do profissional que o atende, bem como orientando sobre como deve ser a coordenação desse serviço. Em relação aos profissionais que atenderão a esses educandos, o professor coordenador irá coordenar a proposta pedagógica em classe hospitalar ou em atendimento pedagógico do- miciliar deve conhecer a dinâmica e o funciona- mento peculiar dessas modalidades, assim como conhecer as técnicas e terapêuticas que dela fazem parte ou as rotinas da enfermaria ou dos serviços ambulatoriais e das estruturas de assis- tência social citadas anteriormente, quando for o caso. Do ponto de vista administrativo, deve articular- se com a equipe de saúde do hospital, com a Se- cretaria de Educação e com a escola de origem do educando assim
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