Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 ACOMPANHAMENTO PEGAGOGICO DOMICILIAR ALVES, Tereza Cristina Cardoso¹ RESUMO O objetivo deste artigo é apresentar as produções acadêmicas que discutem o Atendimento Pedagógico Domiciliar para crianças e adolescentes os quais apresentam doenças crônicas, ou que realizaram cirurgias ou que sofreram acidentes que os impossibilitaram de frequentar as escolas regulares. Essas crianças e adolescentes são atendidos individualmente em suas casas através do atendimento educacional domiciliar pelos professores e/ou pedagogos hospitalares, que ensinam a esses alunos, os conteúdos escolares que aprenderiam em suas receptivas instituições escolares. A metodologia deste trabalho foi a revisão de literatura e análise de trabalhos sobre atendimento domiciliar em saúde e atendimento pedagógico domiciliar. Analisamos essas produções acadêmicas e suas contribuições para o entendimento deste tipo de atendimento educacional. Também avaliamos as dificuldades e avanços deste trabalho mediante o ensino do pedagogo e/ou professores hospitalares. Deste modo, buscamos conhecer as características deste trabalho e os processos educacionais envolvidos. Nos resultados encontrados constatamos que a educação e a saúde caminham juntas e precisam buscar soluções qualitativas para crianças e adolescentes que não podem frequentar as escolas regulares. Palavras-chave: Pedagogia Hospitalar; Atendimento Domiciliar; Escolarização. ABSTRACT The purpose of this article is to present scholarly productions who discuss the Pedagogical Care Home for children and adolescents which present chronic diseases, or who performed surgeries or who have suffered accidents that made it impossible to attend regular schools. These children and adolescents are served individually in their homes through the home education attendance by teachers and/or educators, that teach these students, the school would learn content in your receptive educational institutions. The methodology of this work was the review of the literature and analysis of work on home care home health and educational service.We analyze these academic productions and his contributions to the understanding of this type of educational service. Also evaluated the difficulties and advances of this work by the teaching of pedagogue and/or teachers. In this way, we seek to know the characteristics of this work and the educational processes involved. The results found that education and health go together and need to get qualitative solutions for children and teenagers who cannot attend regular schools. Keywords: Hospital Pedagogy; Home Care; Schooling. _______________________________________ 1.Licenciatura Plena em Letras, pela Faculade JK-DF, Especialista em Psicopedagogia e Docência do Ensino Superior pela Instituição FAIARA-TO. 2 2.Contato:proftereza.cardoso@gmail.com 3 INTRODUÇÃO Iniciaremos neste trabalho focando na importância da Pedagogia como teoria da educação, ou seja, uma ciência que estuda a educação como uma prática multidiferencial. Não podemos discutir a Pedagogia individualmente, pois ela é considerada uma ciência parceira de outras ciências. Portanto, é desse modo que compreendemos os diversos campos da Pedagogia como Ciência da Educação. Atualmente, a educação não está mais restrita somente às instituições escolares, pois é muito ampla. Sua prática não ocorre somente no ensino escolar e é muito mais que isso. A junção que existe entre teoria e prática tem sido trabalhada em outros ambientes, assim como o hospital. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394 de 1996 (BRASIL, 1996) foi um passo importante para o reconhecimento dos direitos das crianças e dos adolescentes hospitalizados, pois propõe que todas as pessoas disponham dos meios necessários para evitar a suspensão do aprendizado. Um dos enfoques da Pedagogia Hospitalar é garantir a continuidade do ensino, mesmo em situações adversas. A Pedagogia Hospitalar pode ser considerada como um processo pedagógico de vasto ramo de atuação do pedagogo e de professores na sociedade atual, pois, é um novo campo de atuação onde o pedagogo e/ou professor desenvolve seu trabalho em ambiente hospitalar e, recentemente, também no ambiente domiciliar. Dessa forma, ele possibilita para as crianças e adolescentes a continuidade de suas atividades educacionais, mesmo estando afastados da instituição escolar formalmente dita. Na educação nos hospitais os professores atuam de diferentes maneiras. Em alguns hospitais, os professores são contratados pela prefeitura e normalmente o ensino é coletivo, pois as salas são multisseriadas (um professor para vários alunos). Também existem Estados que contratam professores, assim como hospitais federais. No Paraná, já existe o programa SAREH - Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar. Neste programa o atendimento é diferenciado e os professores são da Rede Estadual de ensino e atendem a várias áreas no hospital e também no atendimento pedagógico domiciliar. A partir do momento que a criança se afasta para qualquer tratamento de saúde, (por três dias ou mais), existe uma interrupção do seu processo de ensino e aprendizagem. A Pedagogia Hospitalar vem sendo utilizada para minimizar fatos como esse e também mostrar à criança e aos adolescentes que o hospital não é somente um 4 espaço que provoca dor e sofrimento, mas pode ser um lugar de trocas de informações e saberes. O pedagogo e/ou professor que atua nessa área precisa possuir conhecimentos necessários e básicos para lidar com um aluno hospitalizado em idade escolar. Ele também precisa de meios para se adequar ao hospital e dar continuidade às tarefas escolares de seus alunos. Nesta pesquisa, portanto, serão abordados artigos que tratam desta nova forma de atendimento e o trabalho será focado no Atendimento Pedagógico Domiciliar e como este se manifesta no processo de escolarização das crianças e dos adolescentes. A metodologia deste trabalho constitui-se na revisão de literatura. Os objetivos gerais desta pesquisa foram: conhecer e identificar o trabalho pedagógico na instituição hospitalar. Objetivos estes que nos levaram aos objetivos específicos da mesma que são: conceituar a Pedagogia Hospitalar; descrever o perfil do profissional da área, bem como, o seu ambiente de trabalho e, por fim, apontar a importância da humanização na escolarização hospitalar. Objetivamos também identificar os maiores problemas enfrentados por essas crianças, juntamente com o nosso crescimento pessoal e profissional. É de suma importância consignar que o maior enfoque deste trabalho é o seu caráter humanitário: pessoas ajudando pessoas. Quanto à metodologia, o presente trabalho constará documentos bibliográficos na área de pedagogia hospitalar. 5 1- A PEDAGOGIA EM DIFERENTES CONTEXTOS Existem diferentes estudiosos que discutem a Pedagogia em diferentes contextos. Neste artigo apresentaremos as posições de José Carlos Libâneo (1998) e Selma Garrido Pimenta (1996) sobre a preparação do profissional pedagogopara atuação em áreas diversificadas. O primeiro destes autores, Libâneo (1998) apresenta em sua obra a discussão da temática: “Pedagogia e Pedagogos, para quê?”. A segunda autora, Pimenta (1996) que publicou o livro: “Pedagogia, ciência da educação?”, nos proporciona a discussão e reconhecimento da Pedagogia como ciência autônoma. Libâneo (1998) é autor de diversas obras que contribuem para o esclarecimento das fases da Pedagogia, assim como suas tendências. Na obra “Pedagogia e Pedagogos, para quê?” ele traz textos escritos desde 1990 que foram selecionados para serem publicados e responderem à pergunta sobre as novas identidades dos pedagogos. A Pedagogia, para o autor, ocupa-se dos processos educativos, métodos e maneiras de ensinar. Porém, é um campo amplo e com múltiplos conhecimentos sobre a ação educativa. Desta maneira, é a Pedagogia que pode postular o educativo propriamente dito e ser ciência integradora dos aportes das demais áreas. Isso significa que, embora ela não ocupe lugar hierarquicamente superior às outras ciências da educação, tem um lugar diferenciado. (LIBÂNEO, 1998, p. 29) Para Libâneo (1998, p.23) a Pedagogia é uma ciência autônoma que se preocupa em estudar as teorias da prática educativa concreta. Dessa forma, o objeto da Pedagogia é entender como funcionam as práticas pedagógicas. Portanto, o pedagogo precisa ser capaz de atuar em várias instâncias das práticas educativas, ou seja, na educação informal, não formal e formal, sempre buscando conciliar a teoria com a prática. O autor ainda aponta seis definições clássicas de educação: a perspectiva Naturalista, na qual se acredita que a educação ajuda a manifestar o que é inato no indivíduo; a perspectiva Pragmática, na qual se concebe que o ser humano é produto do meio e a função da educação é ajudar nesse desenvolvimento. A perspectiva Espiritualista baseia-se em conceitos religiosos em que a educação prepara o individuo para grandes ideias, como a vida eterna. A perspectiva Culturalista preocupa-se com a formação do individuo, tanto interna como externa, por meio de transmissão de conhecimentos. Já a perspectiva Ambientalista acredita que o homem se desenvolve com 6 o meio em que vive e a educação é a organização e a estimulação desse desenvolvimento. A perspectiva Interacionista afirma que o processo educativo ocorre por meio da interação entre o sujeito e o meio. No que se refere à identidade do pedagogo e ou professor no hospital e no atendimento pedagógico domiciliar, acreditamos que a perspectiva Interacionista é necessária para que esse profissional saiba conciliar a teoria aprendida em sua docência com a prática vivida em sala de aula, em contato e interação com esses alunos hospitalizados, ou nas casas dos alunos através do ensino individualizado. Para Libâneo (1988, p. 47): “A identidade do profissional pedagogo é reconhecida, portanto, na identidade do campo de investigação e na sua atuação dentro da variedade de atividades voltadas para o respeito e para o educativo e com as pessoas”. Pensando numa forma de educação diferenciada e com suas particularidades, a contribuição da Pedagogia Hospitalar é expressiva para entender a relação entre educação e saúde por considerar o indivíduo na sua totalidade. Contudo, fica claro que a educação não se restringe somente a instituições escolares, ela está muito além dos limites dos muros da escola. Libâneo (1998) relata que a educação está em todos os lugares, seja para ensinar, aprender ou para aprender-e-ensinar. Ela é um campo totalmente vasto no qual o profissional formado em Pedagogia e licenciaturas se relaciona com todas as atividades de aprendizagem e de desenvolvimento. Para esse autor, onde existir uma prática educativa com intencionalidade haverá uma Pedagogia, portanto, o papel do pedagogo é também fora da escola formal. 1.1-A PEDAGOGIA HOSPITALAR E O SEU CONTEXTO Segundo Fonseca (2003), a pedagogia hospitalar pretende dar seguimento a aprendizagem da criança ou adolescente em melhora, com o propósito de tratar problemas de aprendizagem ou permitir aprendizagem de atuais conteúdos. Acompanhar o aluno fora do seu ambiente escolar, propondo desenvolver na criança e no adolescente suas necessidades psíquicas e cognitivas, utilizando para isso os meios lúdicos revertidos à infância. A família é muito importante no processo de internação da criança e do adolescente, o contato da família é necessário para que ela seja preparada juntamente com o paciente para a internação. A equipe do hospital esclarecerá dúvidas do paciente e da família sobre a sua doença e o tempo que estará internado. O psicólogo se torna de muita importância nesta fase de internação do paciente, trabalhando o alívio 7 emocional destes. Os pacientes que recebem uma explicação e amparo sobre sua doença tendem a ficar menos ansiosos e o tratamento fluirá com mais eficácia (CAMPOS, 2002). A família é fundamental no processo de internação da criança e do adolescente, para Matos (2014), ninguém melhor que um familiar para conhecer e ensinar a equipe de saúde sobre a criança e o adolescente enfermo. A família participativa trabalha o efeito de pertinência, restaura as afinidades, expande a percepção do todo e acende uma reestruturação do ser e o do fazer. Torna a pessoa dona de si, avigorando ou resgatando a procura do treinamento pleno de sua cidadania. Garantindo a conformidade emocional, é provável instigar a competência cognitiva da criança e de seus familiares. Ao longo do tempo adquiriu-se com as práticas vivenciadas e com o ensino e aprendizagem na teoria e na prática uma maior competência para se trabalhar a Pedagogia Hospitalar, se nota uma necessidade da realidade das propostas por uma conclusão, com perfeição e com a qualidade que se requer da prática educativa com aptidão e comprometimento. O diálogo e a comunicação para a criança hospitalizada se torna uma formação continuada com o objetivo de se desenvolver pessoalmente (MATOS E MUGIATTI, 2012). uando a criança ou o adolescente se encontram enfermo e precisa ser hospitalizado para Matos e Mugiatti (2012), necessitando ficar afastado da escola por um tempo indeterminado, no presente e no futuro, na intenção de não tornar o afastamento da criança hospitalizada prejudicial à ela, é viável proporcionar à elas um amplo amparo quando se encontram hospitalizadas, vendo este método como necessário. A criança com o processo em continuidade de ensino e aprendizagem no contexto escolar tende a diminuir seu tempo de internação. Um momento tão difícil e delicado quanto o da hospitalização é importante manter o vínculo afetivo dos familiares com os enfermos, proporcionando segurança emocional, facilitando e favorecendo o seu tratamento. Tendo como foco principal não afastar a criança e o adolescente da família, estes precisam estar relacionados com a equipe de saúde para se tornarem participativos no processo contínuo de aprendizagem sobre temas acentuadosà saúde da criança e do adolescente no que cabe tanto a caso de doença e hospitalização como a cuidados gerais em saúde, prevenindo reinternações (MATOS, 2014). O enfermo hospitalizado para readquirir seu bem-estar e seu ensino, se faz indispensável admitir, de que se decomponha em submisso do seu favorável aumento e por meio de seu depoimento ela possa abranger intervir e incluir no mundo em sua volta, onde as informações são breves e, várias vezes, pouco inacessíveis. O professor ainda 8 vive com efeitos e anseios de configuração clara e lida com elas no seu alcance, apostando assessorar o educando da melhor figura admissível. Estudar com essas impressões e sentimentos é como estudar uma nova visão de educação e os destaques cognitivos com que se resistem os métodos de aumento, de educação e aprendizagem (MATOS, 2014). O pedagogo de crianças hospitalizadas precisa conhecer o estado da criança, desenvolver atividades com inicio, meio e fim. Não deixar o paciente ansioso para terminar atividade, e como não se sabe se o paciente-aluno daquele dia vai ser o do dia seguinte, se deve terminar a atividade proposta no mesmo dia, por isto o pedagogo precisa conhecer o estado dos seus alunos, as atividades propostas precisam ser de acordo com as necessidades e condições de cada aluno/paciente com um tempo determinado para que o aluno/paciente não se sinta exausto e a atividade não se torne cansativa para ele (FONSECA 2008). A evolução foi executada à dimensão que se entendia a consciência do valor da psique da criança/adolescente, em particular de seus deveres esboço propósito, que compõe o embasamento de seu estar mental e físico. Os médicos identificaram que os seus cuidados, até mesmo os propiciados em condição ideal, não era o bastante para a sua cura determinante e internação em longo prazo, em várias vezes causa a presença de problemas dos fenômenos emocionais (BIERMANN, 1980). 1.2 A PRÁTICA PEDAGOGICA EM CONTEXTO HOSPITALAR O desenvolvimento de aprendizagem na etapa escolar e uma era de desenvolvimento na vivencia infantil e etnia. Particularmente as crianças que se introduz a educação infantil relaciona-se uma etapa de conquistas que causa incerteza ate mesmo de negação pela parte da criança e etnia se o método for mal conduzido, à maneira de apropriação do local escolar contêm aspectos precisos que são enumerados a diversos elementos como a vida da criança a divisão do local familiar e do quadro familiar (MATOS, 2014). Segundo Ceccim e Carvalho (1997), a consciência de que mesmo enferma e hospitalizada a criança ou adolescente pode brincar, aprender, criar e principalmente interagir socialmente, geralmente é uma ajuda na sua recuperação, terá assim a criança uma atitude ativa mediante a situação. Para a criança o que será desenvolvido e trabalhado no contexto hospitalar será de grande importância e experiência para a vida dela, já que o processo de ensino e aprendizagem não será 9 interrompido, tornando tudo muito animador e estimulante para a mesma. É direito de todos à escolaridade para Matos e Mugiatti (2012), e se tratando da pedagogia hospitalar é necessário ter um profissional especializado. O hospital precisa possuir condições e estrutura para trabalhar a pedagogia dentro do mesmo. O ambiente precisa ser propício para que a criança ou adolescente se sintam confortável. O projeto a ser desenvolvido dentro do hospital com a criança ou adolescente precisa estar de acordo e estruturado de forma que seria trabalhada em sala de aula. O começo de nossas vidas é um grande momento aonde aprendemos muito devido o conhecimento vivenciado pelas crianças, passa a ser extremamente necessário para a construção de seu caráter e crescimento intelectual e observar a si mesmo e ao próximo designando e ordenando acontecimentos e trajetórias vendo modos e obtendo princípios de seu cotidiano relacionando com outras crianças e pessoas começando os afazeres na escola (MATOS, 2014). Segundo Matos e Mugiatti (2012), o compromisso reconhecido pelo professor nos seus vínculos com as crianças ou adolescentes hospitalizados, exige um saber estratégico da psicologia do desenvolvimento da educação. As atividades propostas pelo professor, deve desenvolver o lúdico, recreativo, com a ligação de atividades musicais, teatros, entre inúmeras atividades significativas estas quais que são tão importantes no processo de ensino e aprendizagem de uma criança ou adolescente em período de escolarização. A ausência escolar para a criança ou adolescente é dolorosa conforme a inexistência de harmonia familiar no território hospitalar para Matos (2014), às práticas das crianças e diferenciado nunca se ausente tendo momento para dormir brincar se alimentar desempenhar sua higiene pessoal cumprir com suas medicações e sua rotina de exames médicos, repousar e estudar demonstram suas rotinas cotidianas. Segundo Fonseca (2003), compreende que comparecer a escola hospitalar as crianças e adolescentes acordam e reagem de acordo com os seus objetivos, além das atividades propostas pelos pedagogos ajudarem a criança ou adolescente no seu animo, ela tem fundamentos pedagógico-educacionais os quais trabalham o lúdico que é diretamente envolvido com o psicológico da criança que deve ter um trabalho continuo e diário devido ao cansaço e a sua rotina hospitalar. Se introduzir no atual meio e se acostumar com as crianças e adultos que não seja seus parentes e exercerão obrigações que eram dadas pelos seus parentes isto e extremamente diferente para a criança ceder seu filho a adultos estranhos e manter-se afastados deles ao mesmo não terem noticias o dever não 10 deve ser tão fácil um pequeno numero de pais conseguem perceber que estão se adequando aos afazeres de educadores para a instituição outros podem constatar a ser averiguado (MATOS, 2014). Segundo Matos e Mugiatti (2012), o saber aprendido em pedagogia, no seu curso, concede uma abundância prática de introdução e estudo, harmonioso a pedagogia hospitalar, levando a entender a importância da pedagogia hospitalar para criança ou adolescente e a evolução do pedagogo para atuar nessa área, com o progresso da prática eficiente e com comprometimento. A atenção dada pelo pedagogo para a criança por meio de conversa é de extrema importância para o ato pedagógico e ajuda a criança e o adolescente internado a enriquecer seus níveis de aprendizagem e tendo o seu processo de ensino e aprendizagem contínuo, sendo um aumento único para os mesmos. 2- A PEDAGOGIA NO HOSPITAL A criança ou adolescente “doente” pode apresentar um déficit de empenho e disposição, e muitas vezes não possui ânimo para realizar atividades que lhe são propostas. Como estão enfermos, eles passam muito tempo em suas casas, de repouso, ou são internados em hospitais, ou mesmo, algumas destas pessoas nem podem estar nos hospitais devido às possíveis contaminações e precisam ficar em suas casas recebendo atendimentodomiciliar. Os pedagogos e/ou professores hospitalares precisam se adaptar a esses diferentes espaços e estarem à disposição das crianças e dos adolescentes para ensiná-los de uma forma lúdica o mesmo conteúdo que eles aprenderiam nos estabelecimentos escolares. É necessário enfatizar que essas crianças ou adolescentes, nestas situações, precisarão de estímulos e apoio para seu desenvolvimento cognitivo. Lembrando que a internação e o atendimento domiciliar não podem ser vistos como problemas que impeçam o avanço desses alunos. Sendo assim, quando esses alunos diminuem suas frequências nas escolas por estarem doentes, quando os hospitais possuem o programa da Pedagogia Hospitalar ou as Secretarias Municipais ou Estaduais de Educação realizam esse trabalho, esses alunos e suas famílias ficam com uma preocupação a menos diante da doença, da hospitalização, ou mesmo, da questão do atendimento nos domicílios. Quando as crianças e adolescentes passam mais tempo nos hospitais do que nas suas próprias casas ou escolas, os pedagogos e/ou professores hospitalares deve entrar em ação e 11 entrar em contato com as escolas para que eles não percam as aulas. Eles vão aos poucos ensinando, com métodos lúdicos e de estimulação, esses alunos nesses diferentes contextos. A Pedagogia Hospitalar é uma forma de atender a criança e adolescentes hospitalizados de modo que esta não interrompa seu ciclo de escolarização, não só realizando atendimento intelectual, mas também trabalhando com seu emocional. Uma escola no hospital tem o grande desafio de se dedicar a uma prática diferenciada da escola regular, sempre considerando o estado emocional e clínico da criança hospitalizada. O pedagogo e/ou professor hospitalar deve entrar em contato com a escola para solicitar o currículo que a criança ou adolescente se encontra. Deste modo, ele desenvolverá atividades específicas do ano escolar dos alunos. Além, do atendimento dentro do hospital, como já mencionamos anteriormente, foi elaborado para benefício daqueles que não podem frequentar a escola, e nem o hospital, o atendimento domiciliar que é uma maneira de maior satisfação e acomodação do aluno para receber o atendimento escolar em sua casa. Nestes casos, os professores se deslocam dos hospitais ou de suas escolas de origem para os domicílios das crianças e adolescentes impossibilitados de irem ao hospital. Tanto no ambiente hospitalar como domiciliar, é importante que o professor adote um currículo flexível. Desta maneira, a Pedagogia Hospitalar tem como objetivo a continuidade do ensino, para que a criança ou adolescente tenha a oportunidade de caminhar com seu currículo escolar sem defasagem. O Atendimento Pedagógico Domiciliar pode ser iniciado pela própria família da criança. Posteriormente, essa família deve se encontrar na situação de receber o professor em sua casa. No caso do aluno, ele oportuniza que o profissional adequado realize esse trabalho e traga conhecimentos novos. O profissional deve estar preparado para realizar este tipo de atendimento. Portanto, é importante a visita e o trabalho do pedagogo e/ou professor no lar da criança e adolescente que já não pode se mover para outros lugares. ATENDIMENTO PEDAGÓGICO DOMICILIAR A caracterização do APD é o estudante estar matriculado no ensino regular e ter 12 atestado médico por mais de 30 dias. Portanto, a família e o Núcleo de Educação deve solicitar o atendimento, relatando a necessidade que o faz estar afastado das atividades da escola. O APD é destinado preferencialmente a crianças e adolescentes que possuem tratamentos prolongados de saúde, diferente da visita do médico do PSF/ESF, como já relatamos, o atendimento do professor e/ou pedagogo esta presente para que se possa reconhecer, estimular e trabalhar com o potencial da aprendizagem do aluno. Nesta modalidade de atendimento, o foco não é a doença e sim o tratamento, a recuperação e a educação que também deve ser preservada. O APD possui características próprias em relação a utilização do tempo, pois se concretiza em ambientes diferenciados, com realidades sociais, culturais e econômicas diversificadas, requerendo uma construção própria e apropriada do uso do tempo. (BARBOSA, 2009). A estratégia do APD é dinamizar os conteúdos trabalhados através de planejamentos prévios e contextualizados. Pode-se utilizar também materiais educativos como o ábaco, o material dourado, as réguas numéricas, os blocos lógicos, o alfabeto móvel e jogos diversos. Para Matos (2009, p.87-88) a hospitalização pode ser uma experiência difícil e dolorosa para a vida do pequeno enfermo. Esse fator facilita a irritabilidade, desmotivação, estresse e outros mais. O pedagogo pode desenvolver um trabalho lúdico e educativo para ajudar os hospitalizados a aceitar a ideia do processo de internação e também no de recuperação. Um exemplo disso é o brinquedo, que pode ser utilizado para fins terapêuticos, recreativos e até de comunicação. É interessante que o professor, quando o aluno possui acesso a internet por meio do computador em seu domicilio, é importante que ele utilize esse instrumento para enviar atividades para serem feitas no decorrer da semana. Este processo é de grande valia para os professores, tornando o acesso mais fácil e prático. Não podemos questionar o quanto hoje as crianças e adolescentes estão envolvidos nas novas tecnologias, a rapidez do desenvolvimento dos equipamentos tecnológicos que tem crescido com muita intensidade. Tornando as novas gerações capazes de utilizá-los sem dificuldades. O professor para participar desta nova modalidade de ensino deve ter formação preferencialmente em habilitação de Pedagogia com especialização em psicopedagogia ou Educação Especial, assim como experiência como docente em ambiente hospitalar, além de ser um conhecedor de múltiplas formas de ensinar e aprender e deve saber gerenciar as tarefas propostas (isso varia de municípios para municípios). Precisam 13 aceitar o desafio e adequar-se as adaptações tecnológicas possíveis e necessárias para enriquecimento do processo de ensino e aprendizagem. O pedagogo e/ou professor durante os atendimentos deve se organizar no seu tempo, para que construa um ambiente de aprendizagem efetivo e eficaz, que atenda ao ritmo da criança. Sem ultrapassar a hora de atendimento e muito menos ter pressa para que a aula chegue ao fim. É preciso ter equilíbrio e organização nos atendimentos domiciliares, pois cada estudante tem seu tempo para aprender e compreender. Segundo Barbosa (2009) só se constrói algo com intenção, tempo e planejamento, ele ainda diz que o APD oportuniza ao aluno a continuidade de sua vida escolar. Isso tem sido um aprendizado constante de vida, de esperança e persistência. Os estudantes atendidos de maneira geral demonstram uma vivacidade impressionante, a vontade de aprender é latente a cada encontro e os resultados são significativos. É importante que o professor e/ou pedagogo conheça o significado das doençasde seus alunos, este aspecto contribui para desenvolver um estado de estabilidade. Os professores do APD possuem atribuições e regras que devem ser seguidas normalmente, assim como um professor de classe normal. Ele pode participar dos planejamentos junto com os professores da sala de aula do aluno que será atendido, para saber mais sobre o que deve ser estudado, ter um conhecimento dos conteúdos que serão trabalhados e realizar hora atividade diferenciada, isto é, o professor que desempenha o APD não possui horários de aula fixos, ele se adapta aos horários disponíveis do aluno, portanto fica a critério da disponibilidade dos períodos vagos do professor para realizar seu planejamento e elaborar suas aulas. O professor antes de iniciar as aulas na casa dos alunos, tem a opção de ir ate a instituição escolar da criança ou adolescente, recolher as atividades propostas para aquele dia, construída pelos docentes da escola para realizar com seu aluno, o mediando no que precisar. O trabalho do professor é ensinar, não há dúvida, mas isso será feito tendo-se em vista o objetivo maior; a recuperação da saúde, pela qual trabalham todos os profissionais de um hospital. RESULTADOS E DISCUSSÃO A realização deste trabalho foi motivada por uma preocupação com crianças e adolescentes hospitalizados. 14 Daí uma questão foi levantada: Como os profissionais da educação podem contribuir para a melhoria da saúde do enfermo e no acompanhamento do seu processo escolar? O pressuposto norteador do trabalho é o desenvolvimento de uma educação formal em hospitais com serviço de pediatria. O hospital é, na maioria das vezes, um espaço pouco acolhedor. A pessoa encontra-se privada não só de sua saúde como, também, de sua liberdade, sendo levada a conviver com a dor, com o sofrimento e com a saudade da sua família, amigos, colegas. Esta modalidade de ensino visa atender as necessidades de públicos distintos, para continuar desenvolvendo atividades educacionais. Por sua vez, é um fator positivo e, muitas vezes, decisivo na vida do paciente. AFINAL, O QUE É PEDAGOGIA HOSPITALAR? - A Constituição Federal de 1988 garante o direito de igualdade de oportunidades. ❖ - A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, garante que toda criança ou adolescente devem ser resguardados do direito de oferta de atendimento especializado. ❖ - O Projeto de Lei n° 4191/2004 (art. 1°), em tramite de aprovação, deixa clara a obrigatoriedade tanto dos sistemas de educação quanto dos sistemas de saúde de oferecerem um atendimento pedagógico aos hospitalizados. ❖ - O papel do pedagogo nesta modalidade educacional está em favorecer a aproximação máxima da saúde com a educação, quando há internação prolongada. - A Resolução nº 41/1995 (CONANDA) no item 9 garante o “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar” . ❖ - A LDB n° 9.394/1996 (art. 5°) garante como direito público subjetivo a matrícula nesta modalidade de ensino. ❖ - A Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, onde determina expressamente a implantação de hospitalização escolarizada, com a finalidade de atendimento pedagógico. 15 CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da análise da revisão de literatura, ficou evidente o grau de importância que a Pedagogia Hospitalar desempenha na vida de crianças e adolescentes que, por motivos de saúde, possuem impasses para escolarização. Esta modalidade da Pedagogia está diretamente relacionada ao processo de humanização. Após esse estudo já estamos cientes de que a educação e a saúde devem caminhar juntas, sempre buscando soluções qualitativas para o aprendizado de crianças e jovens hospitalizados. Ao receberem o conhecimento por meio da educação, terão forças para reagir ao tratamento, renovando seu fôlego e recompondo sua saúde. A criação da Pedagogia Hospitalar deve ser vista com seriedade e responsabilidade. De maneira geral, a Pedagogia Hospitalar tem como meta assegurar as crianças e aos adolescentes hospitalizados, a continuidade dos conteúdos regulares, possibilitando um retorno após a alta sem prejuízos a sua formação escolar. (ESTEVES, s/d) A educação deve ser estendida no âmbito hospitalar de forma que a criança possa desfrutar de uma educação continuada, ou seja, o atendimento educacional que teria na escola, tornando-se presente no hospital. (MATOS, 2009, p. 122). É importante que o serviço de atendimento no ambiente hospitalar busque por educadores competentes e especializados. Que transformem o hospital em um ambiente estimulador, sendo flexível, comprometido e ético. O papel do pedagogo e do professor deve ser de muita seriedade para o aluno adoentado. A Pedagogia Hospitalar é ainda um método de ensino que pode ser chamado de novo para muitos profissionais da educação, pois ainda está em processo de realização, portanto, a ideia de humanizar e educar são a integração da saúde com a educação. O pedagogo e o professor deve acolher a ansiedade da criança hospitalizada, para que por meio de suas ações pedagógicas ele contribua para a melhoria do seu quadro clínico. A Pedagogia Hospitalar deve valorizar o espaço de expressão (coletivo ou individual) e acolhimento das emoções. (FONTES, 2005). Sendo assim, o período em que o aluno fica internado pode ser um período de ensino e novas aprendizagens que levam para o desenvolvimento. Assim como o período em que está em sua casa sem poder sair. Ficar doente faz parte de nossas vidas, porém, há casos que necessitam de hospitalização e os que precisam ficar em casa traz consequências emocionais e sociais pois ficam afastados dos amigos e da escola. Existem muitas crianças que são carentes e em seu ambiente domestico muitas vezes não recebe o atendimento solicitado pelo 16 médico, entretanto para essas crianças o hospital traz mais conforto e cuidados essenciais. Ficar doente ou possuir uma doença crônica que impede esses alunos de saírem de suas casas pode ser mais difícil quando os adoentados são crianças ou adolescente que levam consigo para o hospital e suas vidas certas marcas, como a discriminação por estar doente e debilidade física e emocional. Quando internados ou se têm que ficar em casa, eles deixam para trás uma parte importante da sua vida, a infância e a adolescência, períodos fundamentais para desenvolvimento cognitivo. O dever de profissionais da educação é garantir que o aluno tenha seu direito de escolarização respeitando mesmo que esteja associada à doença. A Pedagogia pode trabalhar com esses alunos, utilizando como meio de educação seus aspectos afetivos, cognitivos, físicos e sociais. O APD é um desafio para o aluno e também para toda família. Apesar de todas as limitações que são postas para o aluno, a transformação acontece quando o profissional da educação atua com responsabilidade e compromisso técnico, garantindo visitas pedagógicas de qualidadee muita interação com o aluno, desse modo os resultados aparecem mais cedo do que esperamos durante a recuperação. No APD é importante respeitar o aluno na sua individualidade com seu próprio universo. Concluímos que é possível pensar em um ambiente hospitalar e domiciliar como espaços de educação para crianças e adolescentes, entre jovens e adultos que estejam em idade escolar. Podem ser pensados espaços de encontros, transformações e desejos para que o desenvolvimento seja integral. Para isso, é preciso que enxerguemos as crianças e adolescentes como pessoas saudáveis. Precisamos compreendê-los, respeitá-los e principalmente, auxiliá-los no que necessitarem. 17 REFERÊNCIAS ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Elaboração de referências - NBR 6023: referências bibliográficas. Rio de Janeiro: ABNT, 2002a. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Resolução CNE/CEB n 02, de setembro de 2001. Brasília: MEC/SEESP, 2001, p. 9-60. BRASIL. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados. Resolução nº 41 de outubro de 1995 BRASIL. Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 BRASIL. O trabalho do Agente Comunitário de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de políticas de Saúde, 1988. BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Classe Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar: estratégias e orientações. Brasília, 2002. (b) CAIADO, K. M. O trabalho pedagógico no ambiente hospitalar: um espaço em construção. In: RIBEIRO, M. L. S. BAUMEL, R. C. R., C. (org.). Educação especial: do querer ao fazer. São Paulo. Avercamp, 2003. p.7279. FONSECA, Eneida Simões da. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo: Memnon, p.12-38,2003. FONSECA, M. TOSCHI, M. S. OLIVEIRA, J. F. Escolas Gerenciadas. Planos de Desenvolvimento e Projetos Politico-Pedagógicos em Debate. Goiânia: Ed. Da UCG, 2004. p. 21- 33. MATOS, Elizete Lúcia Moreira (org.). Escolarização hospitalar: educação e saúde de mãos dadas para humanizar. Petrópolis: Vozes, 2009. 18 PIMENTA, Selma Garrido. Pedagogia: ciência da Educação? São Paulo: Cortez, p. 13-75, 1996 SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 6ª ed. São Paulo: Contexto, 2011.
Compartilhar