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AULA 3 APOSTILA

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OAB XVII EXAME – 2ª FASE 
Processo do Trabalho 
Aryanna Manfredini 
 
1 
R E C L A M A Ç Ã O T R A B A L H I S T A 
 
ESTRUTURA COMPLETA DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA 
 
 A reclamatória trabalhista observará a seguinte estrutura: 
 
RECLAMAÇÃO 
TRABALHISTA 
I. Preliminar de Mérito; 
II. Mérito; 
III. Pedidos; 
IV. Requerimentos Finais. 
 
 
 
Segue estrutura geral para visualização da petição inicial: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA … VARA DO TRABALHO DE 
… . 
 
NOME DO RECLAMANTE, qualificação e endereço completos, vem 
respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado 
adiante assinado (PROCURAÇÃO ANEXA), com escritório profissional no 
endereço completo, onde recebe intimações ou notificações, com fulcro no artigo 
840 da CLT, PROPOR: 
 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA pelo rito (...) 
 
em face de NOME DA RECLAMADA, qualificação e endereço completos, pelas 
razões de fato e de direito a seguir expostas. 
 
I – PRELIMINAR DE MÉRITO 
 
A - TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL DO FEITO: 
- Idoso (art. 71, Lei 10741/2003 e art. 1.211-A, CPC) 
- Portador de doença grave (art. 1.211-A, CPC) 
- Dissídio que verse exclusivamente sobre salário ou empregador falido (art. 652, 
parágrafo único, CLT) 
 
B – JUSTIÇA GRATUITA E ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
 
 
 
 
 
 
 
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II – MÉRITO 
 
III – PEDIDOS 
(Repetição dos pedidos constantes no mérito da RT) 
 
IV - REQUERIMENTOS FINAIS 
O Reclamante requer a NOTIFICAÇÃO da Reclamada para apresentar resposta 
à Reclamatória Trabalhista, sob pena de revelia. 
 A PRODUÇÃO de todos os meios de PROVA em direito admitidos, em 
especial o depoimento pessoal do representante legal da Reclamada, a oitiva de 
testemunhas, prova pericial e juntada de novos documentos. 
 Por fim, requer a PROCEDÊNCIA dos pedidos, com a condenação da 
Reclamada ao pagamento de todas as verbas postuladas, acrescidas de juros e 
correção monetária. 
Atribui-se à causa valor superior a 40 salários mínimos. 
 Nestes Termos, 
 Pede deferimento. 
 Local e data. 
 Advogado 
 OAB nº 
 
 
 
ANÁLISE DETALHADA DE CADA UM DOS ITENS DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
ENDEREÇAMENTO 
 A competência territorial é definida pelo art. 651 da CLT, sendo, em regra, o juízo do local da 
prestação dos serviços: 
Art. 651, CLT. A competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, 
reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local 
ou no estrangeiro. 
§ 1º. Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Vara da localidade 
em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será 
competente a Vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 
§ 2º. A competência das Varas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos 
dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja 
convenção internacional dispondo em contrário. 
§ 3º. Em se tratando de empregador que promove realização de atividades fora do lugar do contrato de 
trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no 
da prestação dos respectivos serviços. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 O endereçamento de uma reclamação trabalhista é simples e deve ser realizado da seguinte 
maneira: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA … VARA DO TRABALHO DE … 
 
Atenção! O último pontilhado deve ser preenchido com o local da prestação do serviço; se esta 
informação não estiver na proposta, devemos deixar o espaço em branco. 
 
Na comarca onde não houver juiz do trabalho, a lei poderá investir o juiz de direito da jurisdição trabalhista 
(art. 112, CF). Nesse caso, o endereçamento deve ser realizado da seguinte maneira: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA CÍVEL DA COMARCA DE … 
 
QUALIFICAÇÃO DAS PARTES 
 
 Normalmente, a Banca não informa todos os dados necessários para a qualificação completa das 
partes. Diante disso, o Examinando poderá utilizar a expressão “qualificação e endereço completos” 
ou utilizar o gênero destes dados (ex.: nacionalidade, estado civil, etc.). O candidato não deve criar 
dados, como por exemplo um endereço, sob pena de identificação de prova. 
 
Exemplo: 
NOME DO RECLAMANTE, qualificação e endereço completos, vem 
respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante 
assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório profissional no endereço 
completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro no artigo 840 da CLT, 
PROPOR: 
 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA, pelo rito ... 
 
em face de NOME DA RECLAMADA, qualificação e endereço completos, pelas 
razões de fato e de direito a seguir expostas. 
 
OU 
 
NOME DO RECLAMANTE, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula 
de Identidade RG nº, inscrito no CPF sob nº e no PIS sob o nº, portador da CTPS nº, 
residente e domiciliado no endereço completo, vem respeitosamente perante Vossa 
Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (PROCURAÇÃO EM 
ANEXO), com escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimações e 
notificações, com fulcro no artigo 840 da CLT, propor: 
 
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA, pelo rito... 
 
 
 
 
 
 
 
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em face de NOME DA RECLAMADA, pessoa jurídica de direito privado (se for o caso), 
inscrita no CNPJ sob o nº, estabelecida no endereço completo, pelas razões de fato e 
de direito que passa a expor. 
 
Observação: caso a reclamação trabalhista seja proposta contra a massa falida, a inicial deve revelar o 
nome do síndico e o endereço onde receberá as notificações, uma vez que nos termos do art. 12, III, do 
CPC, a massa falida é representada pelo síndico. Na qualificação deve constar a razão social precedida 
da expressão “Massa Falida”. 
 
PRELIMINAR 
 
A) COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA (CCP) 
 
A passagem pela CCP era obrigatória em função do disposto no artigo 625-D da CLT. Contudo, o STF 
suspendeu, em caráter liminar (ADI 2139 e ADI 2160), a eficácia desse dispositivo, de modo que a 
tentativa conciliatória pela CCP é uma faculdade para o reclamante. 
 Antes das decisões referidas, era importante mencionar na petição inicial que a passagem do 
Reclamante pela CCP era obrigatória, mas diante da suspensão da eficácia do art. 625-D da CLT, tal 
menção tornou-se desnecessária. Caso, ainda assim, o candidato opte por mencioná-la, deve fazê-lo na 
forma do exemplo a seguir: 
 
III. PRELIMINAR DE MÉRITO 
01. Comissão de Conciliação Prévia 
 O Reclamante esclarece que não passou pela Comissão de Conciliação Prévia, 
uma vez que esta é uma faculdade do autor, nos termos das liminares concedidas pelo 
STF nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade – ADIs.2139 e 2160. 
 
B) TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL DO FEITO 
 
Assegura-se a tramitação preferencial do feito nas seguintes hipóteses: a) processos em que figurar como 
parte ou interessado idoso – pessoa com idade igual ou superior a 60 anos (art. 71, Lei 10.741/2003); b) 
o dissídio versar exclusivamente sobre salário (art. 652, § ú, CLT); c) decorrer da falência do empregador 
(art. 652, § ú, CLT) e d) figurar como parte ou interessado portador de doença grave(art. 1211-A, 2ª 
parte, CPC). 
 
EM SÍNTESE: 
TRAMITAÇÃO 
PREFERENCIAL 
Idoso (art. 71, Lei 10.741/2003 e art. 1211-A, CPC); 
Dissídio sobre salário (art. 652, § ú, CLT); 
Dissídio originado pela falência do empregador (art. 652, § ú); 
Parte ou interessado portador de doença grave (art.1211-A, 
CPC). 
 
 
 
 
 
 
 
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 Observe a legislação referida: 
Art. 71, Lei 10.741/2003. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na 
execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade 
igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. 
§ 1˚. O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua idade, 
requererá o benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará as 
providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo. 
§ 2˚. A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, 
companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos. 
§ 3˚. A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Administração Pública, empresas 
prestadoras de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria 
Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Judiciária. 
§ 4˚. Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, 
identificados com a destinação a idosos em local visível e caracteres legíveis. 
 
Art. 652, CLT. Compete às Varas do Trabalho: 
Parágrafo único. Terão preferência para julgamento os dissídios sobre pagamento de salário e aqueles 
que derivarem da falência do empregador, podendo o Presidente da Vara, a pedido do interessado, 
contrair processo em separado, sempre que a reclamação também versar sobre outros assuntos. 
 
Art. 1.211-A, CPC. Os procedimentos judiciais em que figure como parte ou interessado pessoa com 
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, ou portadora de doença grave, terão prioridade de 
tramitação em todas as instâncias. 
Parágrafo único. (vetado) 
 
C) JUSTIÇA GRATUITA 
 
O benefício da justiça gratuita implica apenas a isenção do pagamento de despesas processuais previstas 
no art. 3º da Lei 1060/50. 
 
Nesse sentido, Carlos Henrique Bezerra Leite leciona; 
 
“a justiça gratuita pode ser concedida por qualquer juiz de qualquer instância a qualquer trabalhador, 
independentemente de estar sendo patrocinado por advogado ou sindicato, que litigue na Justiça do 
Trabalho, desde que perceba salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal ou que declare que não 
está em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento do próprio ou de sua família”.
 
 
 Os requisitos para a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita estão previstos no art. 790, § 
3º, CLT. Observe: 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do 
Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão 
expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. 
... 
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer 
instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a 
traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou 
declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem 
prejuízo do sustento próprio ou de sua família. 
 
Art. 2º, Lei 1060/50. Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais ou estrangeiros residentes no país, 
que necessitarem recorrer à Justiça penal, civil, militar ou do trabalho. 
Parágrafo único. - Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja situação econômica 
não lhe permita pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento 
próprio ou da família. 
 
Art. 3º, Lei 1.060/50. A assistência judiciária compreende as seguintes isenções: 
I - das taxas judiciárias e dos selos; 
II - dos emolumentos e custas devidos aos Juízes, órgãos do Ministério Público e serventuários da justiça; 
III - das despesas com as publicações indispensáveis no jornal encarregado da divulgação dos atos 
oficiais; 
 
 A declaração da situação econômica do reclamante pode ser realizada pelo advogado, na própria 
petição inicial (OJ 304, SDI-1, TST), sendo Desnecessária a outorga de poderes especiais ao patrono 
da causa para firmar declaração de insuficiência econômica, destinada à concessão dos benefícios da 
justiça gratuita (OJ 331, SDI-1, TST). 
 Os benefícios da justiça gratuita devem ser requeridos em preliminar, sempre que o examinador 
indicar que o reclamante recebe salário igual ou inferior a dois salários mínimos ou que não tem condições 
de arcar com as despesas do processo. 
 Segue exemplo: 
 
Justiça Gratuita 
O reclamante encontra-se desempregado, sem condições de arcar com as despesas do processo. 
Nos termos do art. 790, § 3º da CLT e art. 2º, parágrafo único, da Lei 1060/50 o reclamante faz jus aos 
benefícios da justiça gratuita. 
Diante do exposto, requer a concessão dos benefícios previstos no art. 3º da Lei 1060/50. 
 
D) ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
 
 São requisitos para assistência judiciária gratuita: a) tratar-se de reclamante beneficiário da justiça 
gratuita e b) a assistência por advogado de sindicato (219 e 329, TST, art. 14, Lei 5584/70). Nesses 
casos, o reclamante terá direito as isenções previstas no art. 3º da Lei 1060/50 e também a assistência 
gratuita por advogado de sindicato. 
 
 
 
 
 
 
 
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O beneficiário da assistência judiciária gratuita faz jus as isenções previstas no art. 3º, da lei 1060/50 e 
também aos honorários sucumbenciais. 
 Segue exemplo: 
 
Assistência Judiciária Justiça Gratuita 
 O reclamante encontra-se desempregado, sem condições de arcar com as despesas do processo, 
sendo assistido por advogado vinculado ao sindicato. 
 Nos termos do art. 14 da Lei 5584/70, súmulas 219 e 219 do TST e OJ 305 da SDI-1 do TST faz jus 
aos benefícios da assistência judiciária gratuita o empregado que preencher os requisitos da justiça 
gratuita e estiver assistido pelo sindicato. 
 Diante do exposto, requer a concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita. 
 
MÉRITO 
 No mérito, sugerimos que o Candidato destine o primeiro tópico ao contrato de trabalho, 
mencionando, quando se tratar de relação de emprego, apenas os seguintes dados: admissão, função, 
último salário e data de demissão. Os demais tópicos devem ser nominados de acordo com os demais 
pedidos que serão formulados pelo autor. Após o título, o reclamante deve incluir o fato, o fundamento e 
o pedido. 
 
A) RECONHECIMENTO DO VÍNCULO DE EMPREGO 
 
Quando o Examinador mencionar que o reclamante foi contratado como autônomo, apesar de presentes 
os requisitos da relação de emprego (pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e subordinação), o 
Candidato deve postular o reconhecimento do vínculo de emprego (arts. 2º e 3º, CLT), bem como, a 
anotação da CTPS do Reclamante (art. 29, CLT). 
 Segueexemplo: 
I – MÉRITO 
01. Reconhecimento do vínculo de emprego 
 O Reclamante foi admitido como trabalhador autônomo na empresa Reclamada, 
entretanto, viu-se obrigado a prestar os serviços pessoalmente, obedecendo ao horário 
de trabalho (de segunda à sexta-feira das 8h00 às 17h00), bem como, às ordens do 
gerente do seu setor, que o orientava, punia e remunerava. (Fato) 
 O trabalho foi prestado com a presença de todos os requisitos da relação de 
emprego, previstos nos arts. 2º e 3º da CLT, quais sejam: pessoalidade, onerosidade, 
não eventualidade e subordinação. A subordinação comprova-se na medida em que a 
reclamada dirigia a prestação de serviços do Reclamante, orientando-o e punindo-o. A 
não eventualidade também estava presente, pois o Reclamante prestava os serviços, 
de segunda à sexta-feira, das 8h00 às 17h00. Este não podia se fazer substituir por 
outro trabalhador, evidenciando-se, assim, a pessoalidade. Por fim, o reclamante 
recebia a importância fixa mensal de R$ 1000,00 como contraprestação pelos serviços 
prestados, demonstrando a onerosidade. Restam, portanto, comprovados todos os 
requisitos legais exigidos pelos arts. 2º e 3º da CLT para configuração do vínculo de 
emprego. (Fundamento) 
 
 
 
 
 
 
 
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 Diante do exposto, requer o reconhecimento do vínculo empregatício e que a 
Reclamada seja compelida a realizar as devidas anotações na CTPS do Reclamante, 
nos termos do art. 29 da CLT. (Pedido) 
Obs.: As referências entre parênteses, a Fato, Fundamento e Pedido ao final dos 
parágrafos busca apenas orientar o leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. 
 
ATENÇÃO MÁXIMA! A Lei 12.551/2011 inseriu o art. 6º na CLT estabelecendo que não se distingue o 
trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o 
realizado à distância, desde que caracterizados os pressupostos da relação de emprego. A 
subordinação jurídica verifica-se também quando o controle e a supervisão ocorrem por meios 
telemáticos e informatizados. 
Observe o teor do art. 6º da CLT: 
Art. 6º, CLT. Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado 
no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos 
da relação de emprego. 
Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se 
equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e 
supervisão do trabalho alheio. 
 
 
B) SALÁRIO E REMUNERAÇÃO 
 
► SALÁRIO E REMUNERAÇÃO - DEFINIÇÃO 
 
O salário é a retribuição dos serviços prestados pago diretamente pelo empregador, enquanto a 
remuneração caracteriza-se pela soma dos salários pagos pelo empregador, incluindo outras 
importâncias auferidas de terceiros em decorrência do contrato de trabalho, por exemplo, as gorjetas. 
Nesse sentido é o art. 457 da CLT. Observe: 
 
Art. 457, CLT. Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do 
salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que 
receber. 
§ 1º. Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, 
gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. 
§ 2º. Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não 
excedem de cinquenta por centro do salário percebido pelo empregado. 
§ 3º. Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como 
também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas a qualquer título, e 
destinada à distribuição aos empregados. 
 
A distinção entre os institutos é relevante, tendo em vista que algumas verbas trabalhistas são calculadas 
sobre o valor da remuneração (FGTS, férias, 13º salário, etc.); outras, em contrapartida, são calculadas 
sobre o valor do salário, como o adicional de periculosidade (Súmula 191, TST) ou sobre o salário mínimo, 
como o adicional de insalubridade etc. 
 
 
 
 
 
 
 
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Depreende-se dos artigos 457 e 458 da CLT que a REMUNERAÇÃO do empregado é composta das 
seguintes verbas: 
• salário pago diretamente pelo empregador, incluindo o salário base e os sobressalários (salário in 
natura, gratificações, adicionais, comissões, diárias de viagem que ultrapassem a 50% (cinquenta por 
cento) do salário do empregado e os abonos pagos pelo empregador etc.) e 
• verbas pagas por terceiro, como as gorjetas, as gueltas (trata-se de pagamento indireto que visa 
estimular as vendas ou a produção) e etc. 
Juntas, tais parcelas compõe a remuneração do empregado para cálculo das verbas que incidem sobre 
esta parcela. 
 Ressalte-se que as gorjetas tem natureza jurídica de remuneração, matéria cobrada pela FGV no 
IX Exame de Ordem Unificado. 
 
► REFLEXOS 
 
 Observe passo a passo o procedimento de pensamento que deve ser adotado para identificação 
e formulação do pedido de reflexos: 
1º Passo 2º Passo 3º Passo 4º Passo 5º Passo 
Formular 
o pedido 
principal. 
Verificar se a 
parcela 
postulada 
tem natureza 
salarial 
 
+ 
 
Habitualidade 
DSR? 
Lembrar que o 
DSR é devido 
SEMPRE que 
preenchido o 2º 
passo. 
Destaque-se que 
o legislador quer 
que o empregado 
receba quando 
está 
descansando o 
mesmo que 
recebe quando 
está trabalhando. 
 
OLHAR para o 
pedido 
formulado: 
• se o DSR já 
estiver incluído 
no pedido 
(parcela mensal 
ou quinzenal) = 
não pedir 
reflexos nele. 
• se o DSR não 
estiver incluído 
no pedido 
(parcela por 
hora, dia ou 
produção) = 
pedir reflexos 
nele. 
 
 
Pedir reflexos no 
“Pacote básico 
(verbas 
contratuais e 
resilitórias)”: 
• aviso prévio; 
• 13º integral e 
proporcional; 
• Férias integrais 
e proporcionais + 
1/3; 
• FGTS 
(depósitos + 
multa de 40%; 
 
Não tem natureza salarial, dentre outras, as seguintes: o veículo fornecido pelo empregador para o 
trabalho (Súmula 367, I/TST), a alimentação ou o vale alimentação fornecido em decorrência dos 
Programas de Alimentação do Trabalhador (art. 3º da Lei 6.321/76 e OJ 133, SDI-1, TST), o vale-
transporte (artigo 2º da Lei 7.418/85), as férias indenizadas, o aviso prévio indenizado, a indenização 
adicional (art. 9º da Lei 7238/84), a indenização por rescisão antecipada do contrato por prazo 
determinado (art. 479 da CLT), a participação nos lucros (art. 7º, inciso XI, da Constituição Federal), a 
multa e o depósito do FGTS, ajudas de custo, as diárias para viagem que não excedam de 50% (cinquenta 
 
 
 
 
 
 
 
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por cento) do salário percebido pelo empregado e as utilidades fornecidas pelo empregador ao 
empregado para o trabalho (art. 458, § 2º, da CLT). 
 
 
 EM SÍNTESE: 
• Parcela postulada mensal ou quinzenal: desnecessário postular reflexo em DSR. Basta requer 
reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em aviso prévio, décimo terceiro salário integral e 
proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional, e FGTS (depósitos e 
multa de 40%). São exemplos: adicional de periculosidade, adicional de insalubridade, equiparação 
salarial, salário in natura, etc. 
• Parcela postulada variável (pagas por dia, hora ou produção): requerer a condenação da 
reclamada ao pagamento de reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em DRS, aviso prévio, décimo 
terceiro saláriointegral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional 
e FGTS (depósitos e multa de 40%). São exemplos: hora extra, sobreaviso, intervalos, adicional noturno, 
comissões, etc. 
 
Os quadros abaixo apresentam alguns exemplos da forma do pedido das verbas trabalhistas e seus 
reflexos. 
 
• Adicional de periculosidade 
 
ADICIONAL DE 
PERICULOSIDADE 
PEDIDO DE ADICIONAL 
DE PERICULOSIDADE 
CALCULADO SOBRE 
O SALÁRIO-BASE 
(parcela mensal) 
DSR INCLUÍDO NO 
PEDIDO PRINCIPAL 
 
CONCLUSÃO: desnecessário requerer reflexos em DSR. 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento do adicional de periculosidade, no 
importe de 30% do salário-base do reclamante, BEM COMO, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, 
em aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas 
do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%). 
 
• Horas extras 
 
HORAS EXTRAS 
HABITUAIS 
PEDIDO DE HORAS 
EXTRAS 
CALCULADA SOBRE O 
VALOR DA HORA 
DSR EXCLUÍDO DO 
PEDIDO PRINCIPAL 
 
CONCLUSÃO: necessário requerer reflexos em DSR. 
 
 
 
 
 
 
 
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Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de horas extras, assim 
consideradas as excedentes a oitava diária e a quadragésima quarta semanal, acrescidas de 50%, como 
estabelecem os arts. 7º, XVI da CF e art. 59, § 1º, da CLT, BEM COMO, reflexos em verbas contratuais 
e resilitórias, em DSR, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e 
proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%). 
 
• Equiparação salarial 
EQUIPARAÇÂO 
SALARIAL 
PEDIDO DE 
DIFERENÇAS 
HABITUAIS 
MENSAIS 
DSR INCLUÍDO NO 
PEDIDO PRINCIPAL 
 
CONCLUSÃO: desnecessário requerer reflexos em DSR. 
 
Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento das diferenças salariais, BEM 
COMO, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em aviso prévio, décimo terceiro salário integral e 
proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa 
de 40%).

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