Buscar

relatorio de fisiologia vegetal micorrizas

Prévia do material em texto

Objectivos 
Geral
Avaliar a frequência de infecção e colonização em Vigna unguiculata e Zea mays pelas micorrizas.
Específicos 
Identificar os fungos micorrízicos arbusculares e vesiculares nas raízes da Vigna unguiculata e Zea mays;
Determinar a frequência de infecção e a intensidade de colonização em Vigna unguiculata e Zea mays;
Comparar a frequência de infecção e a intensidade de colonização em Vigna unguiculata e Zea mays;
Identificar os factores que condicionam a existência de fungos micorrízicos arbusculares vesiculares; 
Indicar a importância da relação fungo – planta.
Equipamento/material
1 Planta de Vigna unguiculata e 1 de Zea mays com raízes bem desenvolvidas;
4 Copos de precipitação de vidro 25 ml, 2 para cada espécie de planta;
Placa de aquecimento regulada a 80oC (~25);
Lâminas e lamelas;
Régua;
Bisturi;
Microscópio óptico.
Soluções 
50% de Etanol;
2.5% (w/v) de KOH;
1% de HCl;
Glicerol acídico; 
Azul de Tripano em glicerol acídico 0.05% (w/v).
Procedimentos 
Pegou-se em todas as raízes das plantas e, removeu-se o resto de areia nelas contida em água corrente;
Nomeou-se os quatro (4) copos de precipitação em, milho (2 copos) e feijão (os 2 restantes copos);
Cortou-se as raízes de cada espécie em 15 segmentos de 13cm e introduziram-se no respectivo copo de precipitação de 25ml (para cada espécie);
Adicionou-se a cada copo contendo raízes cerca de 20ml de KOH a 2.5% (w/v) e aqueceu-se na placa durante 15 minutos a 80oC;
Retirou-se as raízes dos copos com solução para os copos restantes sem solução, e desprezou-se a solução. E de seguida, adicionou-se com auxílio da pipeta de Pasteur cerca de 20ml de HCl a 1% e aqueceu-se de novo na placa a 80oC, durante 15 minutos;
Removeu-se novamente toda a solução e adicionou-se cerca de 20ml glicerol acídico com azul de Tripano a 0.05%. E depois, aqueceu-se na placa a 80oC por cerca de 15 minutos, para corar as hifas dos fungos;
De seguida, removeu-se toda a solução e adicionou-se a 20ml de glicerol acídico sem azul Tripano. Aqueceu-se na placa a 80oC por cerca de 15 minutos, para descolorar o tecido vegetal;
Removeu-se toda a solução com muito cuidado para não esmagar as raízes, e de seguida, cortou-se em fragmentos de cerca de 1cm de comprimento;
Colocou se 30 segmentos em lâminas (15 por planta), e cobriu-se com uma gota de glicerol acídico sem azul de Tripano e uma lamela. E com ajuda de um lápis esmagou-se um pouco a raiz para melhor visualização do fungo;
Observou-se as preparações partindo de uma ampliação de 40X e anotou se os resultados da experiencia.
Foi determinada a frequência de infecção (% de peças de raízes infectadas) usando a seguinte fórmula: F% = 100 (); Onde: F= frequência de infecção; N= nº de peças de 1cm de raiz observadas; n0= nº de peças de 1cm de raiz não infectada.
Para o cálculo da intensidade de colonização (% de córtex de raiz colonizado) foi usada a seguinte fórmula: M% = ; Onde: M = Intensidade de colonização; N = nº de fragmentos observados de raízes de 1cm; n... n5; n4; n3; n2; n1 = nº fragmentos verificados com x percentagem de infecção.
Resultados 
Ao se observar as lâminas das duas espécies no microscópio óptico com a ampliação de 100X, foi possível observar estruturas azuis que se assemelhavam a pequenas árvores com ramificações desde a sua base, que correspondiam às micorrizas arbusculares. Para além destas, também observou-se a presença de inúmeras estruturas semelhantes a sacos pequenos de cor azul, que eram as micorrizas vesiculares. 
A tabela abaixo (tabela 1), apresenta de forma resumida, a comparação das frequências das infecções de fungos micorrízicos nas raízes das plantas Zea mays (monocotiledônea) e Vigna unguiculata (feijão-nhemba).
	Fragmento
	Frequência de infeções (%)
	
	Monocotiledónea (milho)
	Dicotiledônea (feijão)
	1
	0
	0
	2
	0
	6.67
	3
	0
	6.67
	4
	20
	0
	5
	6.67
	20
	6
	0
	26.67
	7
	6.67
	20
	8
	0
	53.3
	9
	13.3
	6.67
	10
	20
	20
	11
	0
	6.67
	12
	26.67
	26.67
	13
	0
	13.3
	14
	0
	40
	15
	33.3
	0
	Total 
	146.61
	246.62
Tabela 1: Comparação das raízes das plantas de Zea mays e Vigna unguiculata quanto à frequência de infecção pelos fungos micorrízicos.
Interpretação dos resultados 
O número de peças de raízes infectadas varia nas duas espécies de plantas utilizadas para o estudo. Verifica-se a partir dos resultados da tabela, que há maior quantidade de fungos micorrízicos nas raízes das dicotiledôneas (Vigna unguiculata) em relação a quantidade existente em monocotiledônea (Zea mays), com 246.62% de frequência nas raízes do feijão em relação a 146.61% nas raízes do milho, conforme ilustra o gráfico abaixo.
Figura 2.Comparação das frequências de infecção por micorrizas arbusculares e vesiculares entre as raízes do milho e do feijão.
Alem da comparação das frequências de infecção de fungos micorrízicos arbusculares e vesiculares nas raízes de milho e feijão, fez-se também a comparação (para os mesmos espécimes) da Intensidade de colonização, conforme ilustra a tabela abaixo (tabela 2).
	Classe
	Intensidade de Colonização (%)
	
	Monocotiledónea (milho)
	Dicotiledônea (feijão)
	1: sem infecção
	0
	0
	2: ≤ 10% do córtex colonizado
	13.34
	26.68
	3: 11-50% do córtex colonizado
	113.27
	166.64
	4: 51-90% do córtex colonizado
	0
	53.3
	5: ≥ 90 % do córtex colonizado
	0
	0
	Total 
	126.61
	246.62
Tabela 2: Quadro de comparação entre as raízes de milho e de feijão quanto à intensidade de colonização da planta pelos fungos.
Interpretação dos resultados:
Os resultados da tabela acima, demonstram a percentagem de intensidade de colonização das raízes pelos fungos micorrízicos, onde dividiu-se em classes com delimitações das percentagens padronizadas.
Com base nos resultados da tabela, verifica-se que há maior intensidade de colonização das raízes pelos fungos na classe 3 (que suporta o intervalo de 11-50% de córtex colonizado), com intensidade de colonização de 113.27% no milho e 166.64% no feijão, quando comparado com as outras classes.
O córtex dos fragmentos das raízes do feijão, quando comparado com os de milho, apresentou-se mais colonizados por fungos do que o córtex dos fragmentos das raízes do milho, como ilustra o gráfico abaixo.
Figura3. Comparação das intensidades de colonização por micorrizas arbusculares e vesiculares verificadas nas raízes de milho e feijão.
Discussão
Criadas as condições para a observação dos fragmentos das raízes de milho (Zea mays) e feijão-nhemba (Vigna unguiculata), verificou-se estruturas azuis com ramificações que levam a imaginar uma árvore e estruturas com formato de saco, assim identificam-se como arbúsculos e vesículas respectivamente. De acordo com Fernandes et al.,(2010), a infecção micorrízica caracteriza-se pela formação de hifas não septadas externas as raízes, e hifas intra e intercelulares nas camadas das células córtex, alem de arbúsculos intracelulares e vesículas intra e intercelulares. Os arbúsculos estruturas ramificadas dentro das células vegetais do tipo arvore e vesiculas do tipo saco.
Com a estatística feita observou-se que as raízes de Zea mays (milho) apresentam menor nível ou frequência de contaminação por FMA’s com 146.61%, em relação as da Vigna unguiculata (feijão-nhemba) com 246,62%. Para além disso, o milho também apresenta menor nível de colonização, quando comparada com as raízes de feijão. Com isso, presume-se que este facto deveu-se a vários factores ou mesmo as necessidades de cada planta. Leal (2005), sustenta que as plantas em função da estrutura de seus sistemas radiculares, apresentam diferentes graus de dependência micorrízica e também de capacidade de multiplicar os FMA’s. Assim, podem alterar a quantidade de estruturas dos fungos micorrízicos arbusculares no solo.
Um aspecto importante a observar na determinação da extensão da associação micorrízica com a raiz é o estado nutricional da plantahospedeira. A deficiência moderada de um nutriente como o fósforo (P), tende a promover a infecção enquanto as plantas com nutrientes abundantes tende a suprimir a infecção micorrízica (Taizet al, 2004).
A disponibilidade de fósforo no solo é o factor mais importante sobre o funcionamento da simbiose micorrízica partindo de um solo extremamente deficiente em fosforo, uma pequena aplicação desses nutrientes pode levar a um aumento de colonização micorrízica mas o efeito mais consistente e comum é o da aplicação de fosforo no solo reduzir acentuadamente a colonização micorrízica (Fernandes et al., 2010). Ambos os factores podem ter condicionado a ocorrência desses fungos na área. Das lâminas observadas existiram alguns fragmentos que não apresentaram nenhuma contaminação.
Para que haja essa simbiose, sinal de que os dois (2) organismos envolvidos tiram vantagens um do outro. Neste ponto de vista, constata-se que tanto a planta como o fungo, nesta relação, beneficiam-se de algumas substâncias do outro.
Na simbiose, os fungos podem receber mais de 10% dos produtos fotossintéticos produzidos pela planta hospedeira e estas se beneficiam por meio da melhoria do estado nutricional, especialmente em solos onde o suprimento de nutrientes é baixo (Cavalcante, 2009).
Conclusão 
Os fungos micorrízicos arbusculares, são os que depois de realizar o experimento, apresentam-se com coloração azulada, com um aspecto que lembra uma árvore, diferentemente dos fungos micorrízicos vesiculares que apresentam a mesma tonalidade da cor mas o formato diferente, pois estes tem formato de saco.
A frequência das infecções é de 146.61% para o milho e 246.62 para o feijão-nhemba. E a intensidade de colonização é variável, partindo de 0% a 113.27 no milho e de 0% a 166.64 no feijão-nhemba.
Comparando Vigna unguiculata e Zea mays, a espécie com maior frequência de infecção é a Vigna unguiculata, com diferença de 100% com a espécie Zea mays. E quanto a intensidade de colonização é também maior na Vigna unguiculata.
Os factores que condicionam a existência da relação fungo – planta, são diversos, dentre eles: a necessidade da planta, estruturas radiculares, quantidade de nutrientes no solo (fósforo), entre outros.
A relação fungo – planta (simbiose) é importante pois proporciona nutrientes essenciais a planta e na troca disso a planta proporciona produtos fotossintéticos ao fungo.
Referencias Bibliográficas

Continue navegando