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Super Apostila Nota11 Cap. 1 – Noções Gerais de Direito Civil e Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Prof. Fabrício Andrade Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 2 Sumário 1. Apresentação e objetivos da apostila ............................................... 3 2. Noções Gerais de Direito Civil ......................................................... 4 2.1 Aspectos introdutórios ................................................................. 4 2.2 Constitucionalização do Direito Civil ............................................... 5 2.3 Eficácia horizontal dos direitos fundamentais .................................. 6 2.4 Código Civil de 2002 .................................................................... 6 3. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro .............................. 7 3.1 Noções introdutórias .................................................................... 7 3.2 Vigência da lei ............................................................................ 8 3.3 Revogação da lei ........................................................................ 10 3.3.1 Classificação ............................................................................. 10 3.3.2 Repristinação ............................................................................ 11 3.3.3 Conflito de normas .................................................................... 11 3.4 Integração da norma .................................................................. 12 3.5 Interpretação da norma .............................................................. 15 3.6 Ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada ..................... 16 3.7 Princípio da territorialidade e extraterritorialidade........................... 17 4. DICA DE OURO ............................................................................ 37 5. Lista das questões que resolvemos. ................................................ 38 Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 3 1. Apresentação e objetivos da apostila Olá Concurseiro! Como qualquer projeto em nossas vidas, ser aprovado em um concurso público requer PLANEJAMENTO. O primeiro passo é definir o OBJETIVO, determinar qual cargo você quer exercer e, consequentemente, para qual concurso estudará. Parece desimportante, mas essa delimitação é essencial para traçar toda a estratégia da aprovação. É muito comum ver pessoas que fazem vários concursos diferentes, iniciando um novo ciclo de estudo a cada edital que é lançado. Isso só atrasa a aprovação. Essas pessoas nunca conseguem terminar o conteúdo todo, ficam experts apenas nos primeiros assuntos de cada matéria, e não focam no que realmente importa. 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Método de estudo através de perguntas e respostas, com um conteúdo completo e atualizado da matéria, reunindo numa só ferramenta: legislação, doutrina, jurisprudência e questões de concursos. Ou seja, queremos que seja mais um apoio para a proposta do Nota11 de lhe deixar pronto para GABARITAR a prova em um tempo até 10X mais rápido que os materiais e métodos tradicionais do mercado. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 4 Eu acompanharei você nos temas de Direito Civil, matéria que é cobrada na quase totalidade dos concursos públicos, especialmente a Parte Geral e a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (antiga Lei de Introdução ao Código Civil). Esses assuntos são de extrema importância e devem ser estudados com afinco. A maioria das questões sobre Direito Civil exige o conhecimento da literalidade das normas do Código Civil e da LINDB. Por essa razão, muitas vezes, trarei a redação exata dos artigos para que você fique cada vez mais familiarizado com o texto. Neste material, tratarei de noções gerais sobre o Direito Civil, para que você se contextualize com a matéria, e da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, norma essencial para entender melhor qualquer matéria jurídica. 2. Noções Gerais de Direito Civil 2.1 Aspectos introdutórios O Direito Civil é considerado o grande ramo da ciência jurídica desde a Roma Antiga. Dentro da clássica divisão, é classificado como direito privado, embora tenha ocorrido a sua constitucionalização (como será visto adiante). O termo civil vem do latim cives, que significa cidadão; assim, essa é a parte do Direito que regulamenta as relações sociais entre os particulares. O Direito Civil disciplina a vida das pessoas, desde a concepção até depois da morte, passando por atos simples (como achar uma coisa perdida) até atos complexos (a exemplo do casamento). O civilista Francisco Amaral define esse ramo como: o conjunto de princípios e normas que disciplinam as relações jurídicas comuns de natureza privada. É o direito privado comum, geral ou ordinário. De modo analítico, é o direito que regula a pessoa, na sua existência e atividade, a família e o patrimônio.1 O Direito Civil está dividido em: parte geral e parte especial. A parte geral trata dos elementos fundamentais da relação jurídica civil: as 1 AMARAL, Francisco, Direito Civil: introdução, p. 105. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 5 pessoas naturais ou jurídicas, suas relações com os bens e os fatos jurídicos gerados por elas. Por sua vez, a parte especial tem por objeto as relações privadas em concreto, dividida em três setores: a circulação de riquezas, as titularidades e o afeto. Dentro dessa estrutura, o Direito das Obrigações cuida das relações de débito e de crédito, que são a base da vida econômica dos indivíduos. O Direito das Coisas trata do poder de afetação sobre os bens e valores de conteúdo econômico, permitindo ao titular usar, gozar, dispor livremente, de modo exclusivo, e reivindicar de quem injustamente os detenha. Já o Direito de Família disciplina e organiza as relações oriundas do casamento, da união estável, das famílias monoparentais, bem como o parentesco, a obrigação alimentícia, e os institutos da tutela e curatela. Por fim, o Direito das Sucessões tem por objeto a substituição da pessoal, em razão de sua morte, na titularidade de seu patrimônio, pelas pessoas determinadas legalmente ou indicadas em ato de última vontade. 2.2 Constitucionalização do Direito Civil A partir da segunda metade do Século XX, especialmente em razão da promulgação da Constituição federalde 1988, as normas e institutos do Direito Civil passaram a ser repensados segundo as regras e princípios constitucionais. Esse fenômeno ficou conhecido como constitucionalização. O legislador constituinte, no momento em que regulou diversos institutos tipicamente civilistas, como a família e a propriedade, acabou redimensionando a norma privada. Assim, ao estabelecer como princípios norteadores da República Federativa do Brasil a dignidade da pessoa humana, a solidariedade social, a igualdade substancial e outros, a Constituição realizou uma interpenetração do direito público no direito privado. Dessa forma, muitos desses institutos, que antes possuíam seu ponto de referência localizado no Código Civil, agora tem seu eixo fundamental na Carta Constitucional. Como referência a esse processo, a doutrina tem feito menção à expressão direito civil-constitucional para ressaltar a necessária reinterpretação das normas do Código Civil e das leis especiais à luz da Constituição Federal. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 6 2.3 Eficácia horizontal dos direitos fundamentais A teoria da eficácia horizontal (ou irradiante) afirma que os direitos e garantias fundamentais tem aplicação direta e imediata às relações privadas. Esse entendimento surgiu para contrapor a antiga, e já superada, concepção de que esses normas eram dirigidas apenas ao Estado. Assim, quando um juiz julgar questão que discute uma relação privada, poderá depara-se com um conflito entre direitos fundamentais. O Supremo Tribunal Federal julgou um caso interessante em que reintegrou um associado aos quadros da sociedade civil da qual ele tinha sido expulso, sem direito de se defender. Na oportunidade, o STF entendeu que houvera violação das garantias constitucionais do devido processo legal e do contraditório, aplicadas às relações privadas (RE 201.819/RJ). 2.4 Código Civil de 2002 As normas básicas do Direito Civil brasileiro é regida atualmente pelo Código de 2002, que entrou em vigor no dia 11 de janeiro de 2003. O CC/2002 estrutura-se em uma parte geral e outra especial. A parte geral trata das pessoas, dos bens e dos fatos jurídicos. Por sua vez, a parte especial aborda o Direito das obrigações, de empresa, das coisas, de família e das sucessões. Dentre as principais características desse Código, encontra-se a adoção do sistema de cláusulas gerais. Esse sistema resulta da convicção de que a criação de normas rígidas e pormenorizadas demais pelo legislador, leva a situações de grave injustiça. Assim, as cláusulas gerais têm caráter genérico e abstrato, cuja significação será preenchida pelo juiz, com certa margem de interpretação, levando-se em consideração o sistema jurídico como um todo. São exemplos de cláusulas gerais, dentre outros, as normas que tratam da boa-fé objetiva e da função social do contrato. O Código Civil de 2002 rege-se pelos seguintes princípios básicos: Socialidade: determina que os valores coletivos devem prevalecer sobre os individuais. O sentido social do novo Código contrapõe-se com o sentido individualista do Código de 1916. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 7 Eticidade: esse princípio determina que o valor da pessoa humana deve servir de fonte para todos os demais valores. Assim, a equidade, a boa-fé, a justa causa e demais critérios éticos devem orientar todo o sistema. Tem por objetivo, ainda, conferir ao juiz maior poder para encontrar a solução mais justa. Operabilidade: o Código Civil atual preza a efetividade do direito, evitando normas complexas. Dessa forma, são decorrências desse princípio as características de simplicidade e concretude. 3. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro Nível de concurso: Todos! 3.1 Noções introdutórias O Decreto-lei nº 4.657/42 instituiu a Lei de Introdução ao Código Civil, com a função de orientar a elaboração, o modo de aplicação e a vigência da lei no tempo e no espaço. Por se tratar de uma norma sobre normas, que se aplica a todo o ordenamento jurídico, razão pela qual a Lei nº 12.376/10 alterou o nome para Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. A LINDB também as funções de estabelecer regras para preenchimento de lacunas nas leis e solução de eventuais conflitos normativos, estabelecendo parâmetros de interpretação, conforme você pode verificar nos seguintes artigos: Art. 4º: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito” (mecanismos de integração = preenchimento de lacunas). Art. 5º: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum” (parâmetros de interpretação). Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 8 3.2 Vigência da lei A vigência da lei é o lapso de tempo na qual a lei pode produzir efeitos, ou seja, o prazo que delimita seu período de validade. A vigência de uma lei se inicia com a sua publicação ou a partir de prazo determinado, momento em que ela passa a ter força vinculante. A vigência de uma lei se inicia com a sua publicação ou a partir de determinado prazo definido, momento em que ela passa a ter força vinculante. O início da vigência não se confunde com o “nascimento da lei”, que ocorre com a sanção do projeto. A promulgação é a declaração da existência da lei, apenas uma condição de validade. Com a sanção na fase constitutiva termina-se a “construção” do ato normativo, desta forma, a promulgação incide sobre um ato perfeito e acabado apenas atestando que a lei existe e cumpriu o todo o seu rito constitutivo. Caso não haja disposição em sentido contrário, uma lei começa a vigorar, dentro do Brasil, 45 (quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada, e após 3 (três) meses, nos demais países (art. 1º da LINDB). Consequência de sua força vinculante é a regra de que ninguém pode negar cumprimento da lei afirmando que não a conhecia (art. 3º da LINDB). Essa norma é essencial para a segurança jurídico, imagine o que aconteceria se fosse permitido descumprir a lei por desconhecimento. As pessoas iriam, deliberadamente, se manter ignorantes sobre elas para não cumpri-las. Vigência x vigor Dois termos que são geralmente confundidos são vigência e vigor. É importante saber diferenciá-los para não cair em pegadinhas de provas. O termo vigência está relacionado ao tempo de duração da lei, ao passo que o vigor está relacionado à sua força vinculante. Apesar de ser mais comum que uma norma que esteja vigorando também tenha vigência, isso nem sempre ocorre. Por exemplo, o Código Civil de 1916 não tem mais vigência (por ter sido revogado pelo CC/02), porém ainda está em vigor, vez que se aplica a situações jurídicas constituídas sob sua égide (princípio do tempus regit actum - os atos são regidos pela lei de seu tempo). Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 9 Promulgação Promulgação é conceituada como o ato, emitido pelo Poder Executivo, que atesta a existência da lei e ordena seu cumprimento. Vacatio legis Vacatio legis é o período que compreendido entre a data da publicação e a entrada em vigor de uma lei, que tem por objetivo possibilitar sua ampla divulgação e permitir as mudanças e adaptações necessárias para o seucumprimento. Nesse lapso de tempo, embora a lei exista, não houve início de sua obrigatoriedade. A vacatio legis tem por objetivo permitir uma divulgação mais ampla das novas disposições legais e permitir as mudanças e adaptações necessárias para o seu fiel cumprimento. Assim determina o art. 8º da Lei Complementar n.º 95/98: “A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula ‘entra em vigor na data de sua publicação’ para as leis de pequena repercussão” (grifamos). Havendo nova publicação da lei destinada à correção de impropriedades do seu texto, o prazo da vacatio legis passará a contar da nova publicação (§3º do art. 1º da LINDB). É importante observar que o novo prazo apenas será aplicado aos dispositivos que tiveram seus textos republicados, os demais permanecem com sua vigência determinada pela primeira publicação. As correções no texto serão consideradas leis novas, sujeitando-se à regra geral da vacatio legis (art. 1º, §4º, da LINDB). Início da obrigatoriedade dos decretos e regulamentos administrativos Não havendo disposição em sentido contrário no texto normativo, a obrigatoriedade dos decretos e regulamentos administrativos é determinada pela sua publicação oficial, entrando em vigor nessa data. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 10 Prazo de duração de uma lei Regra geral, toda lei tem caráter permanente, não possuindo prazo de duração definido, em atenção ao princípio da continuidade. Dessa forma, “não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue” (art. 2º da LINDB). Prova em Juízo da existência da lei Não é necessária provar a existência da lei federal em Juízo, a qual é presumida com a sua publicação. Entretanto, “a parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar”, conforme art. 376 do novo Código de Processo Civil (2015). 3.3 Revogação da lei 3.3.1 Classificação a) Quanto à abrangência: Ab-rogação ocorre quando há a supressão total de uma lei. Nesse caso, a lei “sai de circulação”. Uma forma fácil de memorizar é relacionar o termo “ab” com a palavra “absoluta” e, consequentemente, com “revogação total”. Derrogação uma norma posterior suprime parcialmente a norma anterior. b) Quanto ao modo de execução: A revogação expressa ocorre quando a nova lei inclui dispositivo em seu texto revogando a lei anterior. A revogação tácita se dá quando há incompatibilidade entre as normas ou quando a matéria é totalmente regulada pelo texto legal mais recente (art. 2º, §1º, da LINDB). Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 11 3.3.2 Repristinação Repristinação é um fenômeno que ocorre quando uma lei revogada volta a ter vigência, após a revogação da lei revogadora por um terceiro diploma legal. No Brasil, a repristinação não pode ocorrer de forma tácita, assim dispõe a LINDB: Art. 2º. § 3º Salvo disposição em sentido contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Assim, por exemplo, imagine que uma Lei A tenha sido revogada pela Lei B que, por sua vez, foi revogada pela Lei C. Nesse caso, a Lei A só volta a vigorar (repristinação) caso a Lei C determine expressamente. Observe que, caso uma lei revogadora seja declarada inconstitucional pelo STF, a lei revogada terá sua eficácia restaurada. Nesses casos não ocorrerá a repristinação tácita, e sim o efeito repristinatório da decisão declaratória de inconstitucionalidade. Esse fenômeno ocorre porque uma norma inconstitucional é nula de pleno direito, ou seja, é tratada como se nunca tivesse entrado no ordenamento jurídico. Razão pela qual, como a lei revogadora nunca foi válida juridicamente, não teve a aptidão para revogar nenhuma lei. Dessa forma, é importante não confundir a repristinação tácita (vedada pela LINDB) com o efeito repristinatório, que decorre das declarações de inconstitucionalidade de leis que revogaram outras leis. 3.3.3 Conflito de normas Ocorre conflito de normas (antinomia) quando dois ou mais dispositivos preveem soluções incompatíveis para uma mesma situação. No ordenamento jurídico brasileiro, diz-se que esse conflito é aparente, porque o próprio sistema prevê critérios para se determinar qual norma é aplicada ao caso. São eles: Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 12 Critério hierárquico determina que a lei hierarquicamente superior deva prevalecer sobre a inferior. Ex.: Constituição Federal e lei ordinária. Critério da especialidade afirma que a lei especial prevalece sobre a lei geral. Ex.: Código de Defesa do Consumidor e o Código Civil, quanto se tratar de relações de consumo. Critério cronológico é aplicável apenas quanto se tratar de normas de mesmo status, ensinando que deve prevalecer a lei posterior sobre a anterior. O critério cronológico é útil nos casos de leis sucessivas. Podem ocorrer ainda situações em que os próprios critérios entrem em conflito, gerando uma antinomia de segundo grau. Para ser resolvido, deve-se observar uma ordem de preferencia: o critério da hierarquia deve prevalecer sobre o critério cronológico e o da especialidade o critério da especialidade deve prevalecer sobre o cronológico. Importante perceber que é possível a coexistência de normas de caráter geral e normas especiais sobre o mesmo tema desde que não haja incompatibilidade entre elas. Assim prevê a LINDB: Art. 2º. § 2º. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. 3.4 Integração da norma O juiz é obrigado a julgar, suprindo as lacunas e superando as obscuridades. É o que determina o novo CPC: Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 13 Nos casos em que existem lacunas no ordenamento jurídico, o juiz deve se valer de ferramentas para integrá-la, corrigindo o sistema. Assim prevê o art. 4º da LINDB: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”. Importante observar que a ordem apresentada no texto legal representa uma hierarquia entre os mecanismos de integração Analogia A analogia é o método de integração que determina a aplicação a um caso não previsto na norma legal das disposições de uma hipótese semelhante prevista. Ou seja, quando houver determinada situação não tipificada na legislação, o juiz pode se valer da analogia para aplicar a solução de um caso semelhante determinada na lei. Para o uso da analogia, deve haver: inexistência de dispositivo legal disciplinando a hipótese do caso concreto; semelhança entre a situação concreta não tipificada e a hipótese da previsão legal que se aplicar; identidade de fundamentos lógicos e jurídicos, no ponto comum. Existem duas espécies de analogia: a) analogia legal (legis): ocorre quando o juiz busca a aplicação de uma norma existente, destinada a reger hipótese semelhante ao previsto.Uma norma isolada é aplicada. b) analogia jurídica (juris): é utilizado um conjunto de normas para extrair a solução do caso não previsto. É considerada a autêntica analogia, por envolver todo o ordenamento jurídico. Não se admite a aplicação da analogia nos negócios jurídicos benéficos e nos casos de transação, fiança ou renúncia a direitos, pelo fato de serem interpretados restritivamente. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 14 Costume O costume, fonte supletiva de direito, é conceituado pela doutrina como a prática uniforme, constante, pública e geral de determinado ato, com a convicção de sua necessidade. Portanto, o costume baseia-se em sua continuidade, uniformidade, moralidade e diuturnidade. O costume é formado por um elemento externo ou material e um elemento interno ou psicológico: Elemento externo: prática reiterada de um comportamento. Elemento interno: convicção de sua obrigatoriedade. Existem as seguintes espécies de costume: Secundum legem: ocorre quando está expressamente referido na lei. Nesse caso, passa a ter caráter de verdadeira lei, deixando de ser costume propriamente dito. Praeter legem: é aquele que se destina a preencher lacunas deixadas pela lei. É o que está previsto no art. 4º da LINDB: “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”. Contra legem é o que se opõe à lei. No Brasil, a lei não perde a sua eficácia pelo não uso (desuetudo), nem pode deixar de ser aplicada em razão de um costume (consuetudo abrogatoria). Princípios gerais do direito Os princípio gerais são diretrizes gerais que apesar de não terem sido explicitadas pelo legislador, estão contidas de forma imanente no sistema jurídico. São constituídos de mandamentos que se encontram na consciência dos povos e são universalmente aceitas. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 15 Equidade É um recurso auxiliar para aplicação da lei, não se constituindo um meio para suprimento de lacunas. Esse instituto compreende a justiça que se fundamenta no bom senso, suprindo a imperfeição da lei ou amenizando seus rigores. Através desse mecanismo busca-se adequar o texto normativo à realidade do caso concreto, procurando um ponto de equilíbrio entre o resultado prático da aplicação da lei e os valores que a inspiram. São duas as espécies de equidade: a legal e a judicial. Equidade legal é aquela contida no texto da norma, a qual prevê várias possibilidades de soluções. Judicial é a que o legislador, explícita ou implicitamente, incumbe o magistrado de decidir por equidade, criando a possibilidade para ele formular a norma mais adequada ao caso. 3.5 Interpretação da norma É uma atividade mental desenvolvida pelo aplicador do Direito, que tem como objetivo fixar o verdadeiro sentido e o alcance de uma norma jurídica. Pode ser classificada da seguinte forma: a) Quanto às fontes: Interpretação autêntica: aquela realizada pelo próprio legislador. Interpretação judicial: quando feita pelo juízes e tribunais. Interpretação doutrinária: a realizada pelos estudiosos do Direito. b) Quanto aos meios: Interpretação gramatical: ou literal, consiste no exame do texto normativo sob o ponto de vista linguístico, analisando a pontuação e buscado o sentido e alcance das palavras isoladas ou sintaticamente consideradas. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 16 Interpretação lógica ou racional: é aquela que procura eliminar contradições, para compreender a norma em toda sua extensão. Interpretação sistemática: é aquela que analisa a norma junto com o restante do ordenamento jurídico, buscando contextualiza-la. Relaciona-se com a interpretação lógica. Interpretação histórica: baseia-se na investigação das circunstâncias econômicas, políticas e sociais que nortearam a elaboração do texto normativo, bem como do pensamento dominante ao tempo de sua formação. Interpretação sociológica ou teleológica: busca a finalidade social da norma, adaptando às exigências sociais. É o que prevê o art. 5º: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”. c) Quanto ao resultado: Interpretação declarativa: ocorre quando a norma extraída do texto legal corresponde ao pensamento do legislador. Interpretação extensiva: nos casos em que o alcance ou espírito da lei é mais amplo do que indica o seu texto, abrangendo implicitamente outras situações. Interpretação restritiva: quando o campo de atuação da norma é restringido. 3.6 Ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada A LINDB prevê que a lei respeitará o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada (art. 6º da LINDB). Por tratar-se de questão de segurança jurídica, essa norma foi consagrada na Constituição Federal no art. 5º, XXXVI: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. Vejamos cada um: Ato jurídico perfeito é aquele ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 17 Direito adquirido é aquele que já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à personalidade de seu titular, não podendo ser modificado por lei ou fato posterior (art. 6º, § 2º, da LINDB). Coisa julgada ocorre quando já não cabe mais recurso de uma decisão judicial, tornando imutáveis seus efeitos (art. 6º, § 3º, da LINDB). É importante diferenciar direito adquirido e expectativa de direito. Enquanto no direito adquirido o beneficiário já preencheu todos os requisitos para sua aquisição, apenas não tendo ocorrido seu exercício. Na expectativa de direito, a aquisição do benefício encontra-se na iminência de ocorrer, mas ainda não foram preenchidos todos os requisitos previstos na norma. Assim, a lei não poderá modificar a situação daquele que possui direito adquirido, enquanto a mera expectativa de direito não terá essa proteção. Segundo o Supremo Tribunal Federal, não há direito adquirido em face de norma da Constituição. 3.7 Princípio da territorialidade e extraterritorialidade O princípio da territorialidade determina que, em razão da soberania estatal, a norma tem aplicação dentro do território delimitado pelas fronteiras do Estado responsável por sua edição. No Brasil, adota-se o princípio da territorialidade moderada, porque admite-se excepcionalmente a aplicação do princípio da extraterritorialidade, hipótese em que uma norma estrangeira será aplicada no país. Estatuto pessoal e lex domicilii Com relação ao começo e ao fim da personalidade, ao nome, à capacidade e aos direitos de família de uma pessoa, são aplicadas a legislação do local do seu domicílio (lex domicilii). Essa é a regra do “estatuto pessoal. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 18 Assim, determina o art. 7º da LINDB: “A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família”. Incluindo essa hipótese, a LINDB determina a aplicação da lei do local de residência do estrangeirono que disser respeito: ao começo e ao fim da personalidade, ao nome, à capacidade e aos direitos de família (art. 7º); aos bens móveis que o proprietário tiver consigo ou se destinarem ao transporte para outros lugares (art. 8º,§ 1º); ao penhor dos bens que estiver em sua posse (art. 8º, § 2º); à capacidade de suceder (art. 10, § 2º); e à competência da autoridade judiciária. Casamento realizado no Brasil No caso de casamento realizado no Brasil, será aplicada a lei brasileira no que se refere às formalidades da celebração e aos impedimentos dirimentes. Essa é a previsão do o art. 7º, § 1º, da LINDB: “realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração”. Casamento de estrangeiros As autoridades estrangeiras apenas poderão celebrar casamentos quando os nubentes tiverem a mesma nacionalidade. Assim dispõe o art. 7º, § 2º, da LINDB: “o casamento de estrangeiros pode celebrar-se perante as autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes”. Regime de bens no casamento O regime de bens do casamento obedecerá o ordenamento jurídico do país em que os nubentes tiverem domicílio, caso seja o mesmo para ambos. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 19 Caso sejam domiciliados em local diferente, serão aplicadas a norma do primeiro domicílio conjugal. Assim prevê o § 4º do art. 7º da LINDB: “O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal”. Divórcio realizado no estrangeiro Quando o divórcio se realizar no estrangeiro, será aplicada a seguinte disposição da LINDB: Art. 7º. § 6º. O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país (...). Sucessão por morte ou por ausência Nos casos em que ocorrer a morte ou se declarar a ausência de uma pessoa, a sucessão obedecerá o ordenamento jurídico da lei do país de domicílio do falecido ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens (art. 10 da LINDB). Observe ainda que, enquanto a lei do domicílio do de cujos rege as condições para validade do testamento, as normas do domicílio do herdeiro ou legatário que regulará a capacidade para suceder (art. 10, § 2º, da LINDB. A sucessão de bens de um estrangeiro, que estiverem localizados no Brasil, será regida pelas as leis mais favoráveis aos cônjuge ou aos filhos brasileiros. Assim, poderá ser aplicada leis brasileiras ou a pessoal do falecido. Veja o § 1º do art. 10 da LINDB: “A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus”. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 20 Veja como é cobrado: 1. (CESPE - Auxiliar Judiciário - TJ/AC) Com base na Lei de Introdução às Normas Brasileiras, julgue os itens a seguir. 53. A Lei de Introdução às Normas Brasileiras revogou a Lei de Introdução ao Código Civil. Resposta: Errado. A Lei n.º 12.376/2010 apenas alterou o nome do Decreto-Lei n.º 4.657/42 para "Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro". 2. (TRT 9ª - Juiz do Trabalho - TRT 9ª) Considere as seguintes proposições: (...) V. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Comentários Resposta: A questão trás a literalidade dos artigos 4º e 5º. Vamos ver eles novamente: Art. 4º: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito” Art. 5º: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum” Portanto, correto o item. 3. (MP/SP - Promotor de Justiça Substituto - MP/SP) No que tange às normas do Direito Brasileiro: I. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país trinta dias depois de oficialmente publicada. (...) Certo ou errado? Resposta: Errado, são 45 dias (art. 1º da LINDB). Lembre-se que esse é o prazo para entrar em vigor no Brasil, nos demais países são 3 meses. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 21 4. (FCC - Analista Judiciário - Execução de Mandados - TRT 15ª) Denomina-se vacatio legis: a) o período de tramitação da lei no Congresso Nacional. b) o instituto de direito não regulamentado por lei. c) o período de vigência da lei temporária. d) o intervalo entre a data da publicação da lei e a da sua entrada em vigor. e) a situação jurídica dos fatos regulamentados por lei revogada. Resposta: como vimos, vacatio legis é aquele tempo entre a publicação da lei e sua entrada em vigor, para permitir que a sociedade se adapte as mudanças. A resposta é a letra D. 5. (FCC - Promotor de Justiça Substituto - MP/CE) A elaboração de texto legal deve observar regras técnicas estabelecidas na Lei Complementar no 95, de 26/02/1998, entre as quais a indicação de sua vigência, "de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula 'entra em vigor na data de sua publicação' para as leis de pequena repercussão", a) contudo, nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia sempre 90 (noventa) dias depois de oficialmente publicada. b) por isto não mais vigoram as disposições da Lei de Introdução ao Código Civil, a respeito da vacatio legis. c) entretanto, salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 (quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada. d) logo, ao Juiz caberá estabelecer o momento em que a lei entrará em vigor, caso não estabelecido prazo razoável de vacatio legis. e) por este motivo, são inconstitucionais as leis ordinárias que não estabelecem prazo de vacatio ou não determinem a entrada em vigor na data de sua publicação. Comentários Vamos analisar todos os itens: a) Tem dois erros, o primeiro é que a lei brasileira entra em vigor nos outros países em 3 meses e não 90 dias (fique atento). Parece o mesmo lapso de tempo, mas faz toda a diferença: prazos em dias são Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 22 contados dia a dia, podendo vencer no meio do mês, por exemplo; os prazos em meses são contados mês a mês, vencendo sempre no final do último mês do prazo. O segundo erro é dizer sempre entrará em vigor nesse prazo, só será 3 meses se a própria não definir outro. b) Errado, as disposições sobre vacatio legis da LINDB continuam em vigor. A LC 95/98 trata da elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. c) Correto, conforme o art. 1º da LINDB. d) Errado, não cabe ao juiz fazer essa definição. Se a própria leinão fizer serão aplicados os prazos de 45 dias ou 3 meses definidos na LINDB. e) Errado, não há qualquer inconstitucionalidade em não estabelecer o prazo da vacatio legis. A LINDB prevê mecanismos para suprir essa omissão. 6. (ESAF - Analista de Comércio Exterior - MDIC) A propósito do início da vigência da lei, todas as afirmativas abaixo são verdadeiras, exceto. (...) e) Nos estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, inicia-se três meses depois de oficialmente publicada. Certo ou errado? Resposta: O item está correto (art. 1º, § 1º, da LINDB). 7. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária - TRT 21ª) Com base na Lei de Introdução ao Código Civil, julgue os itens que se seguem: [88] Quando determinada lei, antes mesmo de entrar em vigor, tem seu texto corrigido, por meio de nova publicação oficial, considera-se que o prazo de vacatio legis começará a correr a partir da primeira publicação. Resposta: Errado, a vacatio legis da parte alterada inicia-se da nova publicação (art. 1º, § 3º, da LINDB). 8. (FCC - Juiz de Direito - TJ/PE) No caso de publicação para corrigir texto de lei publicado com incorreção, a) deverá, necessariamente, ser estabelecido um prazo para sua nova entrada em vigor, além de disciplinar as relações jurídicas estabelecidas antes da nova publicação. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 23 b) deve o conflito entre os textos ser resolvido pelo juiz por equidade, porque a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro não regula os efeitos da nova publicação de texto de lei. c) não haverá novo prazo de vacatio legis depois da nova publicação, se ocorrer antes de a lei ter entrado em vigor. d) tratando-se de lei já em vigor, as correções consideram-se lei nova. e) não se considerarão lei nova as correções, tenha ou não já entrado em vigor o texto incorreto. Resposta: a) Errado, não há qualquer obrigatoriedade de estabelecer prazo definido ou disciplinar as relações estabelecidas. b) Errado, vimos que a LINDB regula essas situações. Além do mais, no caso de lei que já estiver em vigor, seria o caso de uma lei posterior que revogaria a anterior. Assim, um hipotético conflito seria resolvido pelo critério cronológico. c) Errado, terá sim novo prazo contado na nova publicação. d) Certo, redação do §4º do art. 1ª da LINDB. e) Errado, contrário do item anterior. 9. (FCC - Juiz Federal Substituto - TRF 5ª) A regra do artigo 1o, caput, da Lei de Introdução ao Código Civil, que estabelece a vacatio legis de quarenta e cinco dias, salvo disposição contrária, a) aplica-se, apenas, às leis ordinárias federais. b) não se aplica aos decretos. c) não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988. d) aplica-se, também, nos Estados estrangeiros, quando admitida a obrigatoriedade da lei brasileira. e) foi revogada tacitamente por lei superveniente. Resposta: Caso os decretos e regulamentos administrativos não prevejam a data em que entram em vigor, eles são obrigatórios desde sua publicação. Portanto, não se aplica a vacatio legis do art. 1º da LINDB. Correto item B. 10. (FCC - Analista de Direito - MP/SE) Considere as afirmativas: (...) Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 24 II. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. Certo ou errado? Resposta: Essa é a redação do art. 2º da LINDB. As leis são, em regra, permanentes, vigorando até que outra lei disponha o contrário. Portanto, o item está correto. 11. (CESPE - Analista Judiciário - Administrativa - TRE/MS) Assinale a opção correta de acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - Decreto-Lei n.° 4.657/1942. (...) e) Ab-rogação e derrogação designam, respectivamente, a revogação parcial e a revogação total de uma norma. Certo ou errado? Resposta: O item está errado, as definições foram invertidas. 12. (CESPE - Juiz de Direito Substituto - TJ/RN) Consoante a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a opção correta. a) A lei posterior somente revoga a anterior quando expressamente o declare, podendo a revogação ser total (abrogação) ou parcial (derrogação). (...) Resposta: O item está errado, porque além de expressa, a revogação pode ocorrer tacitamente. 13. (UFPR – Defensor Público/PR) Acerca da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, considere as seguintes afirmativas: 2. De acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, o efeito repristinatório da lei revogadora de outra lei revogadora é automático e imediato sobre a velha norma abolida, prescindindo de declaração expressa de lei nova que a restabeleça. 3. A revogação de uma norma por outra posterior tem por espécies a ab- rogação e a derrogação, e pode ser expressa ou tácita, sendo que, neste último caso, é obrigatório conter, na lei nova, a expressão “revogam-se as disposições em contrário”. Resposta: Ambos os itens estão errados: Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 25 (2) Lembre-se que o Brasil não adota a tese de repristinação tácita da lei. Assim, caso haja revogação de uma lei que revogou outra lei, essa lei não volta a vigorar, salvo se houver disposição expressa. Assim prevê o art. 2º. § 3º: “Salvo disposição em sentido contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”. (3) A revogação tácita ocorre quando a lei revogadora for “incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior” (art. 2º, §1º). Não há exigência de que a lei contenha a expressão “revogam-se as disposições em contrário”. 14. (NUCEPE - Delegado de Polícia do Piauí) No caso em que a lei X revogue a lei Y por serem incompatíveis e, posteriormente, a lei Z revogue a lei X e guarde compatibilidade com a lei Y, que volta a vigorar, se aplica o princípio da: a) Revogação. b) Repristinação. c) Revalidação temporal. d) Legalidade. e) Equidade. Resposta: o enunciado define o fenômeno da repristinação. Correto o item B. 15. (FGV - Juiz de Direito - TJ/AM) O fenômeno da repristinação consiste: a) na revogação parcial de uma lei. b) na restauração da vigência de uma lei revogada, por ter a lei revogadora perdido a vigência, e somente ocorre em virtude de disposição expressa que a preveja. c) na restauração da vigência de uma lei revogada, por ter a lei revogadora perdido a vigência, e ocorre independentemente de disposição expressa que a preveja. d) na extinção da obrigatoriedade de lei temporária. e) na revogação de uma lei por outra que regule inteiramente a matéria de que tratava a anterior. Resposta: Item B. Outra questão que exige a definição de repristinação. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 26 16. (VUNESP - Procurador do Município de São Paulo) É correto afirmar que: a) antinomia é um conflito de normas. b) derrogação é uma revogação total. c) revogação é espécie de ab-rogação. d) a revogação é expressa e a derrogação é tácita. e) ab-rogação é uma revogação parcial. Resposta: correta letra. A antinomia ocorre quando dois ou mais dispositivos preveem soluções incompatíveis para uma mesma situação. Vamos ver os erros das outras: (b) derrogação é a revogação parcial, não total. (c) ab-rogaçãoque é espécie de revogação, não o contrário. (d) derrogação é espécie de revogação, e pode ser expressa ou tácita. (e) ab-rogação é revogação total (ab=absoluta). 17. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária - TRT 17ª) Julgue os seguintes itens, referentes à vigência e à aplicação da lei no tempo e no espaço: 102. Na aplicação da norma jurídica, a existência de uma antinomia jurídica real será resolvida pelos critérios normativos, ou seja, o hierárquico, o cronológico e o da especialidade. Comentários: Esses são os critérios utilizados para solucionar a antinomia aparente, a real ocorre quando não existem critérios aplicáveis. Assim, o item está errado. 18. (CESPE - Promotor de Justiça Substituto - MP/TO) Considerando a importância das leis para a manutenção da ordem jurídica, assinale a opção correta. (...) e) Em caso de conflito de norma especial anterior e norma geral posterior, prevalecerá, pelo critério hierárquico, a primeira norma. Comentários: Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 27 Esse item foi considerado incorreto, porque não há hierarquia entre as duas normas citadas. No caso, o critério da especialidade que prevaleceu sobre o cronológico. Nesse caso, ocorreu uma antinomia de segundo grau, quando há conflito entre os critérios. Importante gravar a ordem de preferência: 19. (FCC - Analista Judiciário - Área Administrativa - TRE/RN) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, a) modifica a lei anterior, apenas. b) revoga a lei anterior, apenas. c) não revoga nem modifica a lei anterior. d) derroga a lei anterior. e) revoga ou modifica a lei anterior. Resposta: As normas que não sejam incompatíveis entre si não se revogam: “A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior” (art. 2º. § 2º). Correta letra C. 20. (FEPESE - Auditor Fiscal de Santa Catarina) Assinale a alternativa incorreta. a) Ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece. (...) Certo ou errado? Resposta: Coreto. Assim determina o art. 3º. 21. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária - TRT 5ª) Luís Caetano, Juiz de Direito de Vitória da Conquista, deixa de julgar um processo que lhe Critério cronológico Critério da especialidade Critério da hierarquia Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 28 foi atribuído, alegando que as provas dos autos são boas para ambos os lados e que, ademais, não há lei prevendo a hipótese em julgamento. De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, Luís Caetano agiu a) bem, pois embora a ausência de lei não impedisse o julgamento, por haver outros meios para supri-la, as provas boas para ambos os lados impedem a formação da convicção judicial. b) mal, pois ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece, como era o caso. c) mal, pois na aplicação da lei o juiz atenderá às regras de sua interpretação e ao bom-senso jurídico. d) bem, pois a ausência de lei impede o julgamento, por falta de parâmetros para tanto. e) mal, pois sendo a lei omissa, deveria ter decidido o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito, valorando as provas de acordo com os ditames legais, já que o provimento jurisdicional é imperativo. Comentários O juiz não pode deixar de julgar um caso alegando que a lei é omissa, devendo aplicar a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito para corrigir o sistema (art. 4º da LINDB). Gabarito: letra E. 22. (FADEMS - Promotor de Justiça - MP/MS) Segundo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB, é correto afirmar: (...) d) quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes, a equidade e os princípios gerais de direito. (...) Certo ou errado? Esse item foi considerado incorreto. A equidade é um recurso auxiliar para aplicação da lei, por isso não está prevista na LINDB como uma ferramenta para suprimento de lacunas. 23. (CETRO - Analista Administrativo - Área 3 - ANVISA) Com relação à analogia, aplicada quando uma norma jurídica é omissa para um dado Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 29 caso concreto, marque V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. ( ) Analogia legal ou legis, doutrinariamente, é a aplicação de apenas uma norma próxima. ( ) Analogia jurídica ou iuris, doutrinariamente, é a aplicação de um conjunto de normas próximas, extraindo elementos que possibilitem a analogia. (...) Resposta: Os dois item definem corretamente as espécies de analogia. Relembrando, a analogia legal (legis) ocorre quando o juiz busca a aplicação de uma norma existente, destinada a reger hipótese semelhante ao previsto. Já na analogia jurídica (juris), é utilizado um conjunto de normas para extrair a solução do caso não previsto. 24. (CESPE - Analista do Seguro Social - Direito - INSS - Adaptada) Julgue os itens que se seguem, relativos à analogia, interpretação e aplicação da lei no tempo e no espaço. 115. A analogia, que é um dos instrumentos de integração da norma jurídica, consiste na prática uniforme, constante, pública e geral de determinado ato com a convicção de sua necessidade jurídica. Resposta: Esse item está errado, o conceito é de costume, e não de analogia. 25. (ESAF - Auditor Fiscal - Receita Federal) Assinale a opção falsa. (...) c) O costume praeter legem, previsto no art. 4o da Lei de Introdução ao Código Civil, por revestir-se de caráter supletivo, supre a lei nos casos omissos. (...) Certo ou errado? Resposta: Esse item está correto. Assim prevê o art. 4º: 26. (CESPE - Técnico Judiciário - TJ/AC) No tocante à lei de introdução ao direito brasileiro, julgue os itens a seguir. [52] Se a lei for omissa, o juiz poderá usar a equidade para decidir o caso concreto. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 30 Comentários: Esse item está incorreto, a equidade não pode ser usada para suprir lacunas da lei, apenas a analogia, os costumes e os princípios gerais do Direito, conforme o art. 4º da LINDB. 27. (CESPE - Procurador do BACEN) A interpretação segundo a qual o juiz procura alcançar o sentido da lei em consonância com as demais normas que inspiram determinado ramo de direito é denominada: a) histórica. b) lógica. c) sistemática. d) teleológica. e) analógica. Resposta: A interpretação sistemática é aquela que procura contextualizar a norma em consonância com as demais, busca seu sentido dentro do sistema. Está certo o item C. 28. (ESAF - Analista de Controle Externo - TCU) Quando o aplicador da norma vier a reconduzi-la ao campo de aplicação que corresponde ao fim que pretende obter, porque foi formulada de modo amplo, ter-se-á uma: a) interpretação declarativa. b) interpretação teleológica. c) interpretação restritiva. d) interpretação sistemática. e) interpretação extensiva. Resposta: Item C. Nessa questão, o interprete percebeu que a norma possui um sentido mais amplo do que deveria. Assim, para restringir seu alcance, deverá utilizar um interpretação restritiva.29. (TRT 9ª - Juiz do Trabalho Substituto - TRT 9ª) Considere as seguintes proposições: (...) II. Por analogia estende-se a um caso não previsto aquilo que o legislador previu para um caso semelhante, em igualdade de razões, preenchendo uma lacuna na lei, enquanto na interpretação extensiva supõe-se que a Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 31 norma existe, sendo passível de aplicação ao caso concreto, desde que sua abrangência seja estendida além do que usualmente se faz. Quando se afirma a existência de uma lacuna legal e se nega a aplicação de norma por analogia ao caso concreto, o operador jurídico ainda pode utilizar os princípios gerais de direito para a solução do conflito. (...) Resposta: O enunciado conceitua corretamente a analogia. 30. (IESES - Serviço de Notas e de Registros - TJ/MA) Assinale a alternativa correta: a) O processo de criação da lei passa por duas fases: da elaboração e da publicação. b) Não conhecendo a lei estrangeira, não poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. c) São consideradas fontes formais do direito somente a lei e a analogia. d) A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Conseguiu identificar a correta? Vamos analisar todas: (a) errado, a criação da lei passa por 3 fases: a introdutória, momento em que há a iniciativa do projeto; a constitutiva, quando ocorre a discussão, votação, aprovação e a sanção ou veto; e a complementar que compreende a promulgação e a publicação. (b) errado, “não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência” (art. 14 da LINDB). O juiz pode ainda determinar a prova do teor e da vigência do direito municipal, estadual e consuetudinário, conforme art. 376 do CPC (2015). (c) errado, são fontes formais do direito a lei, a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito. (d) certo, é a redação do art. 6º da LINDB. 31. (FCC - Analista Judiciário - Execução de Mandados - TRF 2ª) Considere as seguintes assertivas a respeito da Lei de Introdução às normas do Direito brasileiro: (...) Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 32 IV. Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Resposta: Esse item está correto. 32. (FEPESE - Defensor Público de Santa Catarina) Sobre a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, é correto afirmar: (...) e) Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. Resposta: Correto. O direito adquirido é aquele que já se incorporou ao patrimônio da pessoa, seja porque já possam exerce-los, seja porque tenha início já fixado ou condição pré-estabelecida inalterável. 33. (FCC - Técnico Judiciário - Administrativo - TRT 20ª) De acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil brasileiro (Decreto-Lei no 4.657, de 04/09/1942 e modificações posteriores): a) o penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa em cuja posse se encontre a coisa apenhada. (...) d) chama-se coisa julgada a pretensão constante de ação judicial já julgada por sentença passível de recurso. (...) Comentários: O item A está correto, "o penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada" (art. 8º, § 2º, da LINDB). O item B está errado, porque a coisa julgada ocorre quando a sentença não cabe mais recurso. 34. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária - TRE/BA) Considerando a Lei de Introdução ao Código Civil (LICC) - Decreto-Lei n.º 4.657/1942 - e a vigência das leis no tempo e no espaço, julgue os itens a seguir. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 33 77. A noção de coisa julgada prevista na LICC refere-se à imutabilidade da decisão judicial somente quando ultrapassado o prazo decadencial para a propositura da ação rescisória. Comentários: O item está errado. A ação rescisória não é um recurso, razão pela qual ocorrerá coisa julgada mesmo antes do termino do prazo decadencial para sua propositura. 35. (TRT 21ª - Juiz do Trabalho Substituto - TRT 21ª) Leia as assertivas seguintes e aponte a resposta correta, considerando o ordenamento jurídico brasileiro, com a vigência do novo Código Civil de 2002: (...) III - equiparou o conceito de direito adquirido ao de expectativa de direito, no âmbito das relações contratuais personalíssimas; (...) Resposta: O item está incorreto, não há equiparação nos conceitos. 36. (ESAF - Analista Jurídico - SEFAZ/CE) Aponte a opção falsa. a) Ter-se-á interpretação declarativa ou especificadora, apenas quando houver correspondência entre a expressão linguístico-legal e a voluntas legis, sem que haja necessidade de dar ao comando normativo um alcance ou sentido mais amplo ou mais restrito. b) A analogia juris estriba-se em um conjunto de normas para extrair elementos que possibilitem sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas similar ao previsto. c) É retroativa a norma que atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o império da norma revogada. d) O princípio da territorialidade é, no Brasil, aplicado de modo absoluto. e) A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral. Resposta: Item "d". A assertiva está falsa, porque no Brasil é adotado o princípio da territorialidade moderada, e não absoluta. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 34 37. (FCC - Consultor Legislativo - ALE/PB) De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, é INCORRETO afirmar que a lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre a) a qualificação dos bens e as relações a eles concernentes. b) o começo e o fim da personalidade. c) o nome. d) a capacidade. e) os direitos de família. Resposta: Segundo a regra do estatuto pessoal, o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família de uma pessoa, são regidas pela ei do local do seu domicílio do titular. Essa é a previsão do art. 7º da LINDB: “A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família”. Portanto, está errado o item A. 38. (ESAF - Analista de Finanças e Controle - CGU) Analise os itens a seguir: (...) II. o penhor regula-se pela lei do país em que se contraiu o contrato de penhor. (...) Resposta: o item está errado, como vimos, "o penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada" (art. 8º, § 2º, da LINDB). 39. (VUNESP - Promotor de Justiça Substituto - MP/ES) Assinale a alternativa correta, de acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. a) O começo e o fim da personalidade, o nome e a capacidade são regidos pelas leis do país onde nasceu a pessoa. b) Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileiraquanto aos impedimentos dirimentes e quanto às formalidades de celebração. c) Para ser executada no Brasil, a sentença estrangeira deve ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 35 d) A sucessão de bens estrangeiros situados no Brasil será regulada pela lei brasileira, desconsiderando-se eventual lei pessoal do de cujus. e) Sendo um dos nubentes brasileiro, o regime de bens obedece à lei brasileira. Comentários: (a) errado, a eles se aplicam a lei do domicílio da pessoa. (b) correto, assim determina expressamente o art. 7º, § 1º, da LINDB. (c) errado, a homologação é feita pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme art. 105, I, i, da Constituição Federal (o art. 15 da LINDB não foi recepcionado pela EC nº 45/2004). (e) errado, o regime de bens obedecerá a lei brasileira se ambos os nubentes residirem no Brasil, ou, caso diferentes, se aqui for o primeiro domicílio do casal. Assim prevê o art. 7º, §4º: “O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal”. 40. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária - TRT 2ª) Considere: (...) IV. O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. Resposta: o item está correto, conforme art. 7º, §2º. 41. (CESPE - Auxiliar Judiciário - TJ/AL) Assinale a opção correta a respeito da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. (...) b) O regime de bens convencional obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. (...) Certo ou errado: Resposta: O item está correto. 42. (FCC - Assessor Jurídico - TJ/PI) De acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil brasileiro, o divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil, Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 36 obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país, a) depois de um ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato. b) com a prolação da sentença, momento em que seus efeitos ocorrerão de imediato, independentemente de anterior separação judicial. c) depois de um ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por no mínimo seis meses, caso em que a homologação produzirá efeito imediato. d) depois de dois anos da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial pelo prazo de um ano, caso em que a homologação produzirá efeito imediato. e) depois de seis meses da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato. Resposta: correta a letra A. Assim determina o art. 7º, § 6º: “O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país (...)”. 43. (CESPE - Juiz Leigo - TJ/PB) No que se refere ao que dispõe a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, assinale a opção correta. (...) d) A sucessão por morte obedece à lei do país em que tenha falecido o de cujus. (...) Certo ou errado? Resposta: Esse item está errado, vez que será aplicada a legislação do local onde o falecido era domiciliado. 44. (CESPE - Juiz Federal Substituto - TRF 3ª) De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, a capacidade para suceder é regulada pela lei Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 37 a) de nacionalidade do herdeiro ou legatário. b) de domicílio do herdeiro ou legatário. c) em que se encontra o herdeiro ou legatário. d) de nacionalidade do de cujus. e) do último domicílio do de cujus. Resposta: Segundo art. 10, § 2º: “A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder”. Correto item B. 45. (FCC - Analista Judiciário - Área Administrativa - TRF2) Maurice, francês, casou-se com Jeanne, espanhola. Morou algum tempo no Brasil, onde adquiriu bens imóveis. Dessa união nasceu um filho brasileiro, José. Posteriormente, Maurice faleceu na França, onde era domiciliado. Nesse caso, de acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil brasileiro, a sucessão dos bens que Maurice adquiriu em vida no Brasil será regulada pela lei a) brasileira, se a lei francesa não for mais favorável a José. b) brasileira, seja ou não mais favorável a José. c) francesa, seja ou não mais favorável a José. d) espanhola, se for mais favorável a José. e) espanhola, seja ou não mais favorável a José. Resposta: com relação à sucessão dos bens que estão no Brasil se aplica a lei brasileira apenas se a lei de domicílio do falecido não for mais favorável ao cônjuge ou filho brasileiro (art. 10, § 1º, da LINDB). 4. DICA DE OURO Agora que acabamos o conteúdo da apostila, é ESSENCIAL que você vá até este capítulo no sistema Nota11 de fichas interativas e pratique! As fichas são neurologicamente formuladas para que esses pontos nunca mais saiam da sua cabeça... Esse será o grande diferencial para que você consiga estar pronto para gabaritar a prova em um tempo até 10X mais rápido que nos materiais e métodos disponíveis no mercado. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 38 5. Lista das questões que resolvemos. 1. (CESPE - Auxiliar Judiciário - TJ/AC) Com base na Lei de Introdução às Normas Brasileiras, julgue os itens a seguir. 53. A Lei de Introdução às Normas Brasileiras revogou a Lei de Introdução ao Código Civil. 2. (TRT 9ª - Juiz do Trabalho - TRT 9ª) Considere as seguintes proposições: V. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. 3. (MP/SP - Promotor de Justiça Substituto - MP/SP) No que tange às normas do Direito Brasileiro [Modificada – julgue o item]: I. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país trinta dias depois de oficialmente publicada. 4. (FCC - Analista Judiciário - Execução de Mandados - TRT 15ª) Denomina-se vacatio legis: a) o período de tramitação da lei no Congresso Nacional. b) o instituto de direito não regulamentado por lei. c) o período de vigência da lei temporária. d) o intervalo entre a data da publicação da lei e a da sua entrada em vigor. e) a situação jurídica dos fatos regulamentados por lei revogada. 5. (FCC - Promotor de Justiça Substituto - MP/CE) A elaboração de texto legal deve observar regras técnicas estabelecidas na Lei Complementar no 95, de 26/02/1998, entre as quais a indicação de sua vigência, "de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula'entra em vigor na data de sua publicação' para as leis de pequena repercussão", Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 39 a) contudo, nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia sempre 90 (noventa) dias depois de oficialmente publicada. b) por isto não mais vigoram as disposições da Lei de Introdução ao Código Civil, a respeito da vacatio legis. c) entretanto, salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 (quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada. d) logo, ao Juiz caberá estabelecer o momento em que a lei entrará em vigor, caso não estabelecido prazo razoável de vacatio legis. e) por este motivo, são inconstitucionais as leis ordinárias que não estabelecem prazo de vacatio ou não determinem a entrada em vigor na data de sua publicação. 6. (ESAF - Analista de Comércio Exterior - MDIC) A propósito do início da vigência da lei, todas as afirmativas abaixo são verdadeiras, exceto [Modificada – julgue o item]. e) Nos estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, inicia-se três meses depois de oficialmente publicada. 7. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária - TRT 21ª) Com base na Lei de Introdução ao Código Civil, julgue os itens que se seguem: [88] Quando determinada lei, antes mesmo de entrar em vigor, tem seu texto corrigido, por meio de nova publicação oficial, considera-se que o prazo de vacatio legis começará a correr a partir da primeira publicação. 8. (FCC - Juiz de Direito - TJ/PE) No caso de publicação para corrigir texto de lei publicado com incorreção, a) deverá, necessariamente, ser estabelecido um prazo para sua nova entrada em vigor, além de disciplinar as relações jurídicas estabelecidas antes da nova publicação. b) deve o conflito entre os textos ser resolvido pelo juiz por equidade, porque a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro não regula os efeitos da nova publicação de texto de lei. c) não haverá novo prazo de vacatio legis depois da nova publicação, se ocorrer antes de a lei ter entrado em vigor. d) tratando-se de lei já em vigor, as correções consideram- se lei nova. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 40 e) não se considerarão lei nova as correções, tenha ou não já entrado em vigor o texto incorreto. 9. (FCC - Juiz Federal Substituto - TRF 5ª) A regra do artigo 1o, caput, da Lei de Introdução ao Código Civil, que estabelece a vacatio legis de quarenta e cinco dias, salvo disposição contrária, a) aplica-se, apenas, às leis ordinárias federais. b) não se aplica aos decretos. c) não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988. d) aplica-se, também, nos Estados estrangeiros, quando admitida a obrigatoriedade da lei brasileira. e) foi revogada tacitamente por lei superveniente. 10. (FCC - Analista de Direito - MP/SE) Considere as afirmativas: II. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 11. (CESPE - Analista Judiciário - Administrativa - TRE/MS) Assinale a opção correta de acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - Decreto-Lei n.° 4.657/1942 [Modificada – julgue o item]. e) Ab-rogação e derrogação designam, respectivamente, a revogação parcial e a revogação total de uma norma. 12. (CESPE - Juiz de Direito Substituto - TJ/RN) Consoante a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a opção correta [Modificada – julgue o item]. a) A lei posterior somente revoga a anterior quando expressamente o declare, podendo a revogação ser total (abrogação) ou parcial (derrogação). 13. (UFPR – Defensor Público/PR) Acerca da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, considere as seguintes afirmativas: 2. De acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, o efeito repristinatório da lei revogadora de outra lei revogadora é automático e imediato sobre a Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 41 velha norma abolida, prescindindo de declaração expressa de lei nova que a restabeleça. 3. A revogação de uma norma por outra posterior tem por espécies a ab- rogação e a derrogação, e pode ser expressa ou tácita, sendo que, neste último caso, é obrigatório conter, na lei nova, a expressão “revogam-se as disposições em contrário”. 14. (NUCEPE - Delegado de Polícia do Piauí) No caso em que a lei X revogue a lei Y por serem incompatíveis e, posteriormente, a lei Z revogue a lei X e guarde compatibilidade com a lei Y, que volta a vigorar, se aplica o princípio da: a) Revogação. b) Repristinação. c) Revalidação temporal. d) Legalidade. e) Equidade. 15. (FGV - Juiz de Direito - TJ/AM) O fenômeno da repristinação consiste: a) na revogação parcial de uma lei. b) na restauração da vigência de uma lei revogada, por ter a lei revogadora perdido a vigência, e somente ocorre em virtude de disposição expressa que a preveja. c) na restauração da vigência de uma lei revogada, por ter a lei revogadora perdido a vigência, e ocorre independentemente de disposição expressa que a preveja. d) na extinção da obrigatoriedade de lei temporária. e) na revogação de uma lei por outra que regule inteiramente a matéria de que tratava a anterior. 16. (VUNESP - Procurador do Município de São Paulo) É correto afirmar que: a) antinomia é um conflito de normas. b) derrogação é uma revogação total. c) revogação é espécie de ab-rogação. Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br 42 d) a revogação é expressa e a derrogação é tácita. e) ab-rogação é uma revogação parcial. 17. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária - TRT 17ª) Julgue os seguintes itens, referentes à vigência e à aplicação da lei no tempo e no espaço: 102. Na aplicação da norma jurídica, a existência de uma antinomia jurídica real será resolvida pelos critérios normativos, ou seja, o hierárquico, o cronológico e o da especialidade. 18. (CESPE - Promotor de Justiça Substituto - MP/TO) Considerando a importância das leis para a manutenção da ordem jurídica, assinale a opção correta [Modificada – julgue o item]. e) Em caso de conflito de norma especial anterior e norma geral posterior, prevalecerá, pelo critério hierárquico, a primeira norma. 19. (FCC - Analista Judiciário - Área Administrativa - TRE/RN) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, a) modifica a lei anterior, apenas. b) revoga a lei anterior, apenas. c) não revoga nem modifica a lei anterior. d) derroga a lei anterior. e) revoga ou modifica a lei anterior. 20. (FEPESE - Auditor Fiscal de Santa Catarina) Assinale a alternativa incorreta [Modificada – julgue o item]. a) Ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece. 21. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária - TRT 5ª) Luís Caetano, Juiz de Direito de Vitória da Conquista, deixa de julgar um processo que lhe foi atribuído, alegando que as provas dos autos são boas para ambos os lados e que, ademais, não há lei prevendo a hipótese em julgamento. De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, Luís Caetano agiu Prof. Fabrício Andrade www.nota11.com.br
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