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APOSTILA 04

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Economia
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83Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
Teoria da Produção e dos 
Custos e o Estudo das 
Estruturas de Mercado
Unidade 4
Wiliam Rangel
Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
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Sumário
Introdução ........................................................................................................ 85
Objetivos .......................................................................................................... 86
Estrutura da Unidade ...................................................................................... 86
Unidade 4: Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas
de Mercado
Tópico 1: Conceitos .......................................................................................... 87
Tópico 2: Classificação dos Custos ................................................................. 88
Tópico 3: Custos no Curto Prazo e no Longo Prazo ........................................ 90
Tópico 4: Estruturas de Mercado de Bens e Serviços e de Fatores de ]
 Produção ........................................................................................ 93
Resumo ............................................................................................................ 102
Leitura Complementar .................................................................................... 103
Referências Bibliográficas ............................................................................. 104
Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
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85Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
 Olá, seja bem-vindo (a) à Quarta Unidade de Aprendizagem de Economia! Nas três 
primeiras unidades você viu o mercado pela ótica do consumidor (demanda) e pela ótica 
do fornecedor (oferta). Voltando ao nosso modelo simplificado do fluxo circular da renda 
(tema da Unidade 1), você viu como esses dois agentes econômicos se encontram no 
mercado: as famílias, como consumidoras, e as empresas, como fornecedoras, e o que 
representa o equilíbrio entre oferta e demanda por bens e serviços.
 Agora, nesta quarta unidade, você vai conhecer mais sobre como a empresa organiza 
e controla os seus custos de produção e como ela se comporta no mercado em função 
do grau de concorrência existente. Você acha que uma empresa, sozinha, tem o poder de 
decidir que preço vai cobrar por seus produtos? Como esses preços são definidos? De 
que maneira os custos influenciam na definição de preços e como esses preços, por sua 
vez, influenciam na competitividade da empresa? Você vai conhecer a teoria dos custos, 
a forma como a empresa os administra e o equilíbrio das estruturas de mercados quanto 
à concorrência entre as empresas.
Bons estudos!
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Estrutura da Unidade
Objetivo
s
Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
 Ao final desta unidade, esperamos que você 
seja capaz de:
1. Conhecer a teoria da produção;
2. Reconhecer o conceito e a classificação 
dos tipos de custos da produção sob a ótica 
econômica, tanto para o curto prazo quanto 
para o longo prazo; 
3. Caracterizar o ambiente concorrencial 
e as diferentes formas de composição dos 
mercados;
4. Identificar as estruturas de mercado com 
as informações pertinentes à caracterização 
dos setores econômicos.
 As noções básicas sobre a administração de 
custos em uma empresa e como ela se situa nos 
mercados em relação aos demais competidores 
serão apresentados através do seguinte conteúdo:
•	Os custos de produção;
•	Classificação econômica dos custos de curto 
e de longo prazos;
•	Mercado e competitividade;
•	Estruturas de mercado competitivo.
 
 Para melhor compreensão das questões que 
envolvem este tema, esta unidade está dividida 
nos seguintes tópicos:
1. Conceitos;
2. Classificação dos custos;
3. Custos no curto prazo e no longo prazo;
4. Estruturas de mercado de bens e serviços 
e de fatores de produção.
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87Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
1. Conceitos
 A produção de bens e serviços pelas empresas implica em custos de produção, 
que, no estudo econômico, são analisados na chamada teoria da firma. O estudo dessa 
teoria abrange a relação tecnológica entre a quantidade física de produtos e os fatores 
de produção, e também a relação da quantidade física de produtos com os preços dos 
fatores de produção.
Os custos de produção
19O Teorema de Hecksher-Ollin (dois economistas suecos, ganhadores do prêmio Nobel de economia) diz, em 
resumo, que é a escassez (ou a abundância) de fatores de produção que determinam os custos, que, por sua vez, 
determinam os preços, que finalmente vão refletir o grau de competitividade de uma empresa.
 A teoria dos custos de 
produção envolve, portanto, 
a maximização da eficiência 
na combinação dos fatores de 
produção, tendo em conta os preços 
dos insumos.
 É importante que você tenha 
em mente que, quando falamos em 
custo, não estamos nos referindo 
somente aos valores gastos na 
produção de bens ou serviços, pois 
devem ser considerados, também, 
os custos de manutenção da 
estrutura da empresa. 
Além dessa diferenciação entre os custos ligados ao processo produtivo e os custos de 
manutenção, existem despesas que são consideradas custos sob a ótica da Economia, 
e a soma de todos esses custos são determinantes para as decisões de produção e 
determinação de preços19. 
 A otimização dos custos por parte da empresa, além de ser de fundamental importância 
para a formação dos seus preços, garante maior competitividade, proporciona maior 
propensão à maximização do lucro, menor dependência financeira e maiores possibilidades 
de expansão e investimento em novos produtos. 
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88Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
 Já vimos que o objetivo de uma empresa é maximizar a função lucro, enquanto que 
o objetivo do consumidor é maximizar a função utilidade dos bens e serviços que adquire 
no mercado.
 Todo o montante de dinheiro que uma empresa 
arrecada com a venda de seus produtos e serviços é 
chamado de Receita Total (RT).
 Entende-se por custo a soma de todos os valores agregados aos bens ou serviços 
produzidos por uma empresa. Assim, o montante que a empresa paga pelos insumos 
(matéria-prima, salários, aluguéis, máquinas, juros sobre empréstimos etc.) é chamado 
de Custo Total (CT). O lucro da empresa é dado pela diferença entre a Receita Total e o 
Custo Total:
LUCRO = RT - CT
2.	Classificação	dos	Custos
 Vejamos, agora, alguns tipos de classificação de custos empresariais e sua forma de 
apropriação contábil20.
 Em uma empresa, os custos são apropriados contabilmente, e essas contas são 
agrupadas em centros de custos para fins de controle e apuração de resultados, que 
indicam o peso desses custos na composição do custo final de cada produto. Lembre 
que isso ajuda a definir o preço de venda dos produtos e, assim, você deve estar atento à 
vinculação desses custos aos níveis de produção. Podemos ter dois tipos de custo:
20Apropriação: é o ato de atribuir, alocar, contabilizar valores ao resultado de um período de apuração.
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89Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
Primárias básicas 
ou biológicas 
CV – Custos
Variáveis, ou
custos diretos
CF – Custos 
Fixos, ou custos 
indiretos
 Veja as definições: 
 CV – Custos Variáveis, ou custos diretos: são aqueles que podem ser apropriadosdiretamente aos produtos fabricados porque há uma medida objetiva de seu consumo. 
Eles dependem das quantidades de bens produzidas. Assim, quanto mais produtos forem 
fabricados, mais a empresa gasta com a aquisição desses insumos. Como exemplo, 
considere os custos com a aquisição de matéria-prima, o pagamento da mão de obra 
direta, a compra de material de embalagem e acondicionamento, e até energia elétrica 
utilizada na fábrica. 
 CF – Custos Fixos, ou custos indiretos: são aqueles que não possuem relação direta 
com a quantidade de produtos fabricados e não há como medi-los de forma objetiva. A 
apropriação destes custos aos diferentes produtos fabricados depende de estimativas ou 
rateios. Como exemplo, pense na depreciação contábil dos ativos, no aluguel da fábrica, 
nos gastos com vigilância, manutenção e limpeza ou a energia elétrica que não pode ser 
associada diretamente à produção. Note que, nesse caso, a empresa incorre mensalmente 
nestes custos, esteja ela produzindo ou não.
 
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90Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
 Se você consegue identificar corretamente um custo e definir se ele é fixo ou variável, 
fica fácil apurar o custo total de produção. O custo total de produção consiste na soma das 
despesas fixas e variáveis de uma empresa, destinadas a uma combinação eficiente do 
uso dos fatores de produção que origina uma determinada quantidade do produto. Então, 
o custo total é igual à soma dos custos fixos totais com os custos variáveis totais: 
CT = CF + CV
3. Custos no Curto Prazo e no Longo Prazo
Os custos no curto prazo
 Para muitas empresas, esta divisão dos custos entre custos fixos e variáveis só faz 
sentido se o horizonte de tempo for considerado. Imagine uma montadora de automóveis: 
se trata de um empreendimento de grande porte, com muitas atividades robotizadas, de 
alta complexidade. 
 Se houver a possibilidade ou a necessidade de aumento significativo no número de 
veículos produzidos no prazo de apenas alguns meses para atender a um choque de 
demanda (expansão), por exemplo, o máximo que a empresa poderá fazer será ajustar a 
quantidade de trabalhadores para usar nas instalações que já estão disponíveis21. 
 Ela estará alterando o fator de produção trabalho, mas o fator de produção capital 
(instalações, máquinas, equipamentos) não será alterado no curto prazo22.
21Saiba mais: acesse o link economia.uol.com.br/noticias/redacao/2011/11/25/entenda-como-funciona-uma-fabrica-
de-carros.htm#fotoNav=27 e assista ao slide show com 29 telas autoexplicativas. Leia, também, o pequeno artigo 
que fala das três fases da montagem de um automóvel. No mesmo endereço, assista ao vídeo que fala sobre o uso 
dos robôs na linha de montagem de uma fábrica da General Motors. Acessado em 9/01/2014 às 17:15min.
22Fábricas de automóveis: conforme se lê na mídia, a partir dos anúncios mais recentes sobre a construção de novas 
fábricas no Brasil, o que se conclui é que, entre o início da obra e o início de produção das primeiras unidades, o 
prazo de entrega de uma nova unidade varia entre 20 e 30 meses.
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91Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
 Em resumo: no curto prazo, 
o fator de produção capital é um 
custo fixo, e o fator de produção 
trabalho é um custo variável. E o 
custo total será a soma dos dois: 
CT = CF + CV.
 Mas há outras medidas de custos no curto prazo, que podem ser apuradas para cada 
unidade produzida. Se você tomar a expressão CT = CF + CV, e dividir cada um dos 
membros pela quantidade total produzida (q), você obterá três informações importantes, 
a saber: 
 Custo Médio (CMe): representa o custo total unitário, ou seja, o custo total atribuído a 
cada unidade produzida. É dado pela divisão entre o custo total (CT) e a quantidade total 
produzida (q):
CMe Ct
q
=
 Custo Fixo Médio (CFMe): representa o custo fixo atribuído a cada unidade produzida. 
É dado pela divisão entre o custo fixo total (CFT) e a quantidade total produzida (q):
CFMe CFt
q=
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92Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
 Custo Variável Médio (CVMe): representa o custo variável atribuído a cada unidade 
produzida. É dado pela divisão entre custo variável total (CVt) e quantidade total produzida 
(q):
CVMe CVt
q=
 Custo Marginal (CMg): muitas vezes o empresário se pergunta se vale a pena aumentar 
a produção em uma unidade ou comprar mais um caminhão ou, ainda, transportar mais 
um passageiro, acolher mais um aluno na escola, contratar mais um funcionário etc. Ele 
precisará saber como isso vai afetar o custo total da empresa caso decida aumentar a 
produção em uma unidade. A isto chamamos de custo marginal. O custo marginal é dado 
pela variação do custo total (de quanto aumentou o custo total) dividida pela variação 
da quantidade produzida (q), e indica o custo de se acrescentar uma unidade a mais à 
produção:
CMg ∆ Ct
∆ q (Acréscimo de uma unidade na produção)=
Os custos no longo prazo
 Agora, pense no longo prazo: a montadora não poderá dar respostas rápidas ao 
mercado no curto prazo devido à limitação do fator de produção capital, como visto no item 
anterior. Mas, no longo prazo, ela poderá construir outra fábrica ou ampliar as instalações 
existentes. Então, basta montar um projeto de investimento e avaliar a viabilidade das 
alternativas, considerando-se os riscos e os retornos projetados para o capital a ser 
investido. Esses são os combustíveis para a tomada de decisão e, dependendo da 
escolha, ao fim de alguns poucos anos, essa montadora estará com a sua capacidade de 
produção ampliada. 
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93Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
4. Estruturas de Mercado de Bens e Serviços 
e de Fatores de Produção
Mercado e competitividade
 Até aqui, você entendeu a forma como as empresas administram e controlam os seus 
custos, seja no curto, seja no longo prazo. Como vimos anteriormente, a gestão desses 
custos é importante porque vai influenciar na determinação dos preços, e esses preços vão 
ter impacto direto no grau de competitividade da empresa. Agora, então, precisamos ver 
como a empresa tende a se comportar na medida em que olha para os seus competidores 
e define a forma ética e sustentável para enfrentá-los.
 O mercado é dividido em diferentes segmentos, onde podemos encontrar diferentes 
quantidades de empresas e maneiras distintas de elas agirem no mercado, dependendo 
da forma como ela influi ou é influenciada no ambiente concorrencial. O nível de 
concorrência entre as empresas está diretamente relacionado ao tipo de estrutura de 
mercado em que elas estão inseridas, à política de formação de preços existente e, 
ainda, ao grau de dependência e ação dos consumidores. Quando você observa esse 
ambiente concorrencial, encontra características básicas, intrínsecas de cada estrutura e, 
então, será possível identificar qual é a estrutura de mercado em que estão inseridas as 
empresas, como elas se comportam e como se relacionam com os consumidores.
 Assim, chamamos de estruturas de mercado às diferentes maneiras como as empresas 
de um mesmo setor ou segmento se organizam para disputar a atenção e a preferência 
dos consumidores. Num dado segmento, pode haver uma única empresa atuando, ou 
poucas, ou várias empresas concorrendo entre si.
 Com base nessas características, podemos dividir as estruturas de mercado em duas 
grandes categorias: 
As estruturas de mercado de bens e serviços
Que são a concorrência perfeita, o monopólio, o oligopólio e a concorrência monopolística.
As estruturas de mercado dos fatores de produção (capital, terra, recursos humanos, recursos 
naturais e tecnologia)
Que são a concorrência perfeita,o oligopsônio e o monopsônio.
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94Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
 Você já percebeu que a estrutura de mercado da indústria automobilística, por 
exemplo, é diferente da estrutura de mercado da indústria de biscoitos, que, por sua 
vez, é diferente da estrutura do mercado de telefonia, porque esses diversos mercados 
possuem diferentes características. 
 Existem três características básicas e fundamentais nas estruturas de mercado que 
são utilizadas para identificá-las e classificá-las. São elas:
 Número de empresas participantes no mercado: é preciso observar se 
são muitas ou poucas em comparação ao número de consumidores do setor;
 Tipo de produto: se os produtos são homogêneos (aqueles que são 
perfeitos substitutos entre si) ou não, se os produtos são iguais, diferentes, ou 
se há política de diferenciação dos produtos;
 Se existem barreiras à entrada de novas empresas no setor, como controle 
de matérias-primas, concessões, necessidade de investimento inicial elevado, 
ou restrições governamentais etc.
 Tipo de produto: se os produtos são homogêneos (aqueles que são 
perfeitos substitutos entre si) ou não, se os produtos são iguais, diferentes, ou 
se há política de diferenciação dos produtos;
Estruturas de mercado de bens e serviços 
 Você verá, agora, as diferentes estruturas de mercado e as implicações para as 
empresas e para os consumidores.
 Número de empresas participantes no mercado: é preciso observar se 
são muitas ou poucas em comparação ao número de consumidores do setor;
 Se existem barreiras à entrada de novas empresas no setor, como controle 
de matérias-primas, concessões, necessidade de investimento inicial elevado, 
ou restrições governamentais etc.
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95Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
 Concorrência pura ou perfeita: neste tipo de segmento23 existe um número muito 
grande de vendedores. Nenhum deles, sozinho, interfere na quantidade ofertada no 
mercado nem no preço. Diz-se que é um mercado “atomizado” por ser composto por 
muitas empresas. Quanto às características analisadas, na concorrência perfeita observa-
se que:
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O produto é homogêneo (são perfeitos substitutos 
entre si, e os consumidores são indiferentes quanto 
à firma da qual eles irão adquirir o produto);
É grande o número de empresas 
no setor;
Não existem barreiras 
à entrada de novas 
empresas.
 Além disso, na concorrência perfeita o mercado é transparente, ou seja, todos os 
concorrentes conhecem seus custos, preços e até lucros. Entretanto, cabe registrar que 
não existe um exemplo real perfeito de mercado tipicamente de concorrência perfeita. 
Os exemplos mais próximos são o mercado de produtos hortifrutigranjeiros e as feiras, 
que reúnem características muito semelhantes às inerentes ao mercado de concorrência 
perfeita.
23 Um segmento do mercado é um setor da economia, uma indústria, com: o segmento de alimentos, o segmento de 
vestuário etc.
O produto é homogêneo (são perfeitos substitutos 
entre si, e os consumidores são indiferentes quanto 
à firma da qual eles irão adquirir o produto);
É grande o número de empresas 
no setor;
Não existem barreiras 
à entrada de novas 
empresas.
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96Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
 Monopólio: no mercado monopolista existe apenas um único vendedor dominando 
a oferta e atendendo a todos os consumidores. Logo, não existe concorrência entre 
empresas nem produto substituto. Então, na estrutura monopolista:
•	Há apenas uma empresa;
•	O produto é único e não há substitutos próximos;
•	Existe várias barreiras à entrada de novas empresas, 
como o elevado capital necessário à implantação 
de empresas em alguns setores, a inviabilidade 
de se ter mais de uma empresa no mesmo setor 
(pelos rendimentos decrescentes) e o monopólio da 
matéria-prima. 
 Existem condições que garantem o poder de monopólio para uma empresa ou que 
impedem a entrada de novas empresas no setor. Veja estes exemplos:
•	Existência de monopólio puro ou natural: ocorre quando a instalação de uma empresa 
precisa ser feita em grandes plantas industriais. Nesses casos, os preços cobrados 
são relativamente baixos e a entrada de outra concorrente inviabilizaria o ganho das 
duas, como na distribuição de energia elétrica;
•	Necessidade de elevado volume de capital: uma empresa que quiser entrar num 
mercado pode necessitar de muito capital e alta capacitação tecnológica. Pode-
se citar a mineração e a siderurgia, no início dessas atividades no Brasil, ou o 
mercado de gases industriais e medicinais, dominado por poucas empresas, que 
são verdadeiros gigantes transnacionais;
•	Necessidade de registro de patentes: imagine uma empresa que é a única que 
detém a tecnologia ou o processo produtivo e também o registro das patentes, a 
exemplo de alguns medicamentos: somente ela pode produzir, ou ela autoriza outras 
empresas a fazê-lo, mediante o pagamento de royalties;
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97Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
•	Propriedade de matérias-primas: ocorre quando a empresa é a única que pode 
explorar determinada matéria-prima utilizada na produção de algum bem. Quase que 
a totalidade das minas do gás Hélio, um gás raro e em processo de esgotamento de 
reservas, pertence a uma única empresa americana!
•	Monopólios estatais: ocorre com as empresas públicas que são as únicas a atuarem 
em determinado segmento. Como exemplo, citamos o monopólio sobre a extração e 
a produção de petróleo, que foi monopólio da Petrobras até 1995. 
 Oligopólio: muitos dos produtos e serviços que você usa diariamente são fornecidos 
por segmentos econômicos altamente oligopolizados: companhias aéreas, serviços 
de telefonia, Tv´s a cabo, gases industriais e medicinais, redes de supermercados, 
automóveis, dentre outros. 
 O oligopólio é caracterizado por um pequeno número de empresas que dominam 
o mercado e os meios de produção. Também pode se apresentar em segmentos que 
possuem várias empresas, porém, com poucas dominando o mercado, ou seja: há um 
alto grau de concentração do mercado nas mãos de poucas empresas.
 No oligopólio: 
•	 Existem, geralmente, poucas empresas. Quando há muitas, apenas algumas 
dominam o mercado;
•	 Os produtos podem ser homogêneos (são perfeitos substitutos entre si, e os 
consumidores são indiferentes quanto à firma da qual eles irão adquirir o produto) 
ou diferenciados (cada produtor procura diferenciar o seu produto, a fim de torná-lo 
único24);
•	 Existe barreiras à entrada de novas empresas.
24 Diferenciação de produtos: caracteriza a maioria dos mercados existentes. Se você pensar nos perfumes, aparelhos de 
TV, restaurantes ou cremes dentais, por exemplo, vai perceber que não existem produtos homogêneos. A diferenciação 
é buscada através da composição química, dos acessórios tecnológicos, dos serviços ou especialidades, e essas 
características são exaustivamente trabalhadas pelo marketing e pela propaganda para criar em sua mente a ideia de 
diferenciação, de exclusividade.
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98Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
 No oligopólio, as quantidades ofertadas e os preços são fortemente influenciados 
pelas empresas que dividem o mercado ou que lideram o mercado25. Como são poucas, 
exercem certo poder sobre os consumidores, que são apenas tomadores de preço e não 
conseguem influenciar essa variável.
 Ainda existe, no oligopólio, a tentação à formação de acordos informais (e ilegais) 
entre as empresas, que derivam para o cartel. O cartel é uma organização (formal ou 
informal) de produtores dentro de um segmentoque determina a política de preços para 
todas as empresas que a ele pertencem ou estabelecem uma manipulação sobre as cotas 
de produção, visando pressionar o mercado por aumentos de preço26. 
25 Quando várias empresas participam de um setor oligopolizado, existe, geralmente, uma empresa líder, que fixa o 
preço, e as demais são empresas satélites, que seguem as regras ditadas pelas líderes.
26 Cartel: cabe registrar que, no Brasil, a formação de cartel é um crime contra a ordem econômica, previsto no Artigo 4º 
da Lei nº 8.137 de 27/12/1990. 
 Concorrência monopolística: pense na enorme disponibilidade de marcas de 
shampoo, de biscoitos, de produtos de limpeza que você tem ao seu dispor... Isso 
deve levar você a pensar que a concorrência monopolística é bastante semelhante à 
concorrência perfeita, porém, neste tipo de estrutura, as inúmeras empresas que 
compõem um setor monopolístico tentam adquirir certo poder concorrencial através da 
diferenciação de produto (embalagens, características físicas, serviços etc.). Elas vendem 
produtos similares, diferenciados em pequenos detalhes e, por isso, esses bens não são 
idênticos. Essa diferenciação, às vezes, proporciona um pequeno poder de monopólio 
para a empresa, mesmo o mercado sendo competitivo. Características da concorrência 
monopolística:
•	Grande número de empresas;
•	Os produtos são diferenciados (cada produtor busca diferenciar o seu produto, a fim 
de torná-lo único);
•	Não há barreiras à entrada de novas empresas; 
•	Outro exemplo típico está na indústria de sabão em pó: muitos fabricantes tentam 
diferenciar seus produtos investindo em embalagens atraentes e formulações que 
prometem mais do que limpeza das roupas.
 O quadro abaixo resume as quatro principais estruturas de mercado e indica as 
principais características de cada estrutura:
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99Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
ESTRUTURA
DE MERCADO
NÚMERO DE 
EMPRESAS
DIFERENCIAÇÃO 
DO PRODUTO
CONDIÇÃO 
P/ ENTRADA 
E SAÍDA
INFLUÊNCIA 
SOBRE O 
PREÇO
EXEMPLOS
Concorrêcia 
Perfeita
Monopólio
Concorrêcia 
Monopolística
Oligopólio
Muitas
Muitas
Uma
Poucas
Produto
homogêneo
Produto 
diferenciado
Produto único, 
sem substituto 
próximo
Homogêneo ou 
diferenciado 
Fácil
Difícil
Fácil
Difícil
Nenhuma
(são tomadoras 
de preço)
Forte
Leve
Considerável
Produtos
agrícolas
Serviços 
telefônicos*
Comércio
varejista, 
restaurantes
Homogêneo: 
alumínio. 
Diferenciado: 
automóveis
Nota: (*) Imagine um país muito pequeno e pobre, ou uma cidade do interior, nos quais uma única empresa 
de telefonia esteja atuando. Como é baixo o número de usuários, muito provavelmente outra empresa não 
veria incentivos econômicos para instalar a estrutura necessária à operação. 
Estruturas de mercado de fatores de produção
 Já vimos que os fatores de produção são o capital, a terra, os recursos naturais, os 
recursos humanos e a tecnologia. O mercado de fatores de produção apresenta estruturas 
que são opostas ao mercado de bens e serviços. Quando você pensa em monopólio, por 
exemplo, você, imediatamente, imagina um setor com uma única empresa ou vendedor 
para vários compradores. Se for oligopólio, você logo associa que há poucas empresas 
para muitos compradores. Já no mercado de fatores de produção, pensa-se no número 
de compradores que existe para os vendedores que estão operando no mercado. Temos 
três possibilidades:
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100Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
Monopsônio: é uma estrutura na qual há somente um comprador para 
muitos vendedores de serviços e de insumos. Pode-se pensar no exemplo 
de uma empresa montadora de carros que se instala em uma pequena 
cidade de um país periférico. Por ser a única grande empresa, ela acaba 
sendo a demandante exclusiva da mão de obra da região ou das autopeças 
produzidas por empresas que ali se instalarem.
Concorrência perfeita no mercado de fatores: estamos falando de um 
mercado onde existe uma oferta abundante de um fator de produção, 
tornando o preço desse fator constante. Como o número de fornecedores 
é grande, não existe a possibilidade de eles conseguirem melhores preços 
por seus serviços. Um exemplo pode ser a oferta de mão de obra não 
qualificada: há um número enorme de pessoas não qualificadas ou com 
baixa qualificação que se oferecem ao mercado de trabalho.
Oligopsônio: é um mercado 
onde existe poucos compradores 
que dominam um segmento 
que possui muitos vendedores. 
Existem exemplos no setor de 
laticínios, no setor de autopeças 
e na indústria do fumo, onde se 
encontram muitos vendedores 
(como os inúmeros produtores 
de leite) e poucos compradores 
(poucos laticínios existentes).
MERCADO DE 
FATORES DE 
PRODUÇÃO
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101Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
 Finalizando esta unidade, vejamos o caso do chamado monopólio bilateral. Ele ocorre 
sempre que há um único ofertante monopolista e um único demandante monopsonista 
que adquire os bens produzidos pela ofertante monopolista. Esta estrutura se manifesta 
em atividades que demandam trabalho especializado e exclusivo ou cooperação mútua e, 
nesse caso, os preços de mercado serão formados apenas pelos dois agentes. 
 Veja estes dois exemplos:
•	 Um fabricante de peças especiais ou de software bélico, que oferta a um único 
comprador: uma empresa do setor aeroespacial, como a americana NASA;
•	 Um fabricante de lã de aço, dessas que você usa para lavar louças, desenvolve, 
com uma siderúrgica, um processo fabril exclusivo para produzir o aço com uma 
liga especial, adequada aos fins a que a lã de aço se destina. Esse fabricante e a 
siderúrgica provavelmente terão um relacionamento comercial duradouro e cativo, 
como monopólio bilateral muito bem caracterizado. 
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102Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
 Nesta unidade você estudou os custos de produção e identificou a importância desses 
custos para a competitividade empresarial. Viu que em economia os custos podem ser fixos 
ou variáveis, a depender da vinculação deles custos ao volume de unidades produzidas. 
 Para muitas empresas, o horizonte de tempo tem conotação especial e, por isso se 
faz necessário identificar e classificar os custos como de curto ou de longo prazo. No 
curto prazo, a empresa incorre em custos fixos e variáveis, mas, no longo prazo, só existe 
custos variáveis. 
 Tal como no fluxo circular da renda, a estrutura dos mercados competitivos se divide em 
mercado de bens e serviços (concorrência perfeita, monopólio, oligopólio e concorrência 
monopolística) e em mercado de fatores de produção (concorrência perfeita, monopsônio 
e oligopsônio). Ao encontro de um monopolista com um monopsonista se dá o nome de 
monopólio bilateral.
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103Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
 Transnacionais: confira o “Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras”, editado 
pela Fundação Dom Cabral, e disponível em <www.fdc.org.br/imprensa/paginas/noticias.
aspx?noticia=19> Acessado em 9/01/2014 às 17:10. 
 A edição completa pode ser baixada no formato PDF. A FDC acompanha anualmente 
o desempenho das grandes multinacionais brasileiras que têm destacada atuação em 
mercados no exterior, apurando o quanto do resultado destas empresas vem de operações 
em solo brasileiro, e quanto provém de operações internacionais. São corporações 
com necessidade de manter a eficiência global, mas com autonomia e capacidade de 
dar respostas às necessidades locais, onde quer que esteja instalada uma unidade de 
produção.Acesse o link <www.economia.uol.com.br/noticias/redacao/2011/11/25/entenda-
como-funciona-uma-fabrica-de-carros.htm#fotoNav=27> e assista ao slide show com 
29 telas autoexplicativas. Leia, também, o pequeno artigo que fala das três fases da 
montagem de um automóvel. No mesmo endereço, assista ao vídeo que fala sobre o 
uso dos robôs na linha de montagem de uma fábrica da General Motors. Acessado em 
9/01/2014 às 17:15.
Economia
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104Teoria da Produção e dos Custos e o Estudo das Estruturas de Mercado
MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. Tradução da 5ª Edição norte-americana. 
São Paulo: Cengage Learning, 2009.
PINHO, Diva Benevides e VASCONCELLOS. Marco A. S. de (org.) Manual de Economia. 
Equipe de professores da USP. 5ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2004.
VASCONCELLOS, Marco A. S. de e GARCIA, Manuel E. Fundamentos de Economia. 3ª 
Edição. São Paulo: Saraiva, 2008.
PASSOS, Carlos Roberto Martins e NOGAMI, Otto. Princípios de Economia. 5ª Edição. 
São Paulo: Cengage Learning, 2008.
ROSSETI, José Paschoal. Introdução à Economia. 20ª Edição. São Paulo: Atlas, 2010.
VASCONCELLOS, Marco A. S. de. Economia: micro e macro. 4ª Edição. São Paulo: 
Atlas, 2009.

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