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Resumo FEB Celso Furtado

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Resumo Formação Econômica do Brasil – Celso Furtado
Cap.1: Da expansão Comercial à empresa agrícola
Ocupação econômica das terras americanas => expansão comercial da Europa
Resultado do aumento do comércio interno europeu. Crescimento a partir do século XI e desenvolveu-se no século XV. No entanto, os turcos otomanos começaram a criar dificuldades para a expansão oriental do comércio => a expansão para as Américas foi uma forma de contornar esse bloqueio.
No princípio, o avanço para essas terras aparentava ser secundário, principalmente, para os portugueses.
Para os espanhóis foi mais frutífero, pela acumulação de outro, no México e nos países andinos.
Portanto, a primeira razão de ser da América para os europeus é a busca de metais preciosos.
Os avanços em sentido a América vão contrapor Espanha e Portugal às demais nações europeias. Sob essa perspectiva, além de fatores comerciais, outros de ordem política começam a exercer influência na expansão às Américas. 
Assistindo ao afluxo de ouro e prata à Espanha outros países tentarão avançar em terras americanas.
Para evitar a perda desses territórios, Espanha e Portugal avançam procuram fortalecer sua ocupação nas Américas. Neste contexto o Brasil é ocupado.
Pois havia o entendimento de que se a Espanha e Portugal não tinham ainda ocupado as terras, as outras nações poderiam ocupá-las.
O Brasil começa a chamar o interesse dos Franceses, que, por motivos religiosos, vieram estabelecer uma colônia de povoamento na costa setentrional do Brasil.
Durante o século XVI, Holanda, França e Inglaterra contestam o direito de Portugal e Espanha sobre as novas terras. 
Como muitas terras lhe pareciam inúteis, a Espanha concentra seus esforços nas terras que produz metais preciosos => México e Peru, e o sistema de defesa se estendia da Flórida ao Rio da Prata.
Mesmo assim, os franceses conseguem entrar nas Antilhas Espanholas.
Portugal então se vê obrigado a encontrar uma forma de utilização econômica das terras americanas, mesmo que não fosse a fácil extração de metais preciosos.
Inicia-se então o início da exploração agrícola das terras brasileiras. 
De simples empresa espoliativa e extrativa (como na África e nas Índias Orientais) a América passa a constituir parte integrante da economia reprodutiva europeia, cuja técnica e capitais nela se aplicam para criar de forma permanente um fluxo de bens destinados ao mercado europeu.
Na época, não havia consumo de grande escala de um produto agrícola específico no continente europeu, o que mostrava inviável a exploração econômica das terras americanas. O trigo que era a base do consumo deste território era produzido fartamente na Europa.
No entanto, os portugueses são bem sucedidos neste processo, isso impede que o Brasil se torne um ônus demasiado grande, permitindo que Portugal se torne uma potência colonial na América.
Cap. 2: Fatores do Êxito da Empresa Agrícola
Nas ilhas do atlântico, Açores e Cabo Verde, os portugueses tinham iniciado a plantação em grande escala de açúcar. 
Isso fomentou em Portugal o desenvolvimento da indústria de equipamentos açucareiros. Sem o relativo avanço técnico de Portugal neste setor, o êxito da empresa brasileira teria sido mais difícil e mais remoto.
O açúcar português já tinha entrado nas redes de comércio das cidades italianas. E rompido o monopólio produtivo de Veneza. No entanto, em fins do século XV, o preço do açúcar caiu consideravelmente o que indica um não acompanhamento da demanda em relação ao aumento da quantidade ofertada.
Deste modo, o governo português restringe o envio de produção para as redes de comércio às cidades italianas e passa a negociá-lo com os flamengos em Flandres.
A partir da metade do século XVI a empresa de açúcar portuguesa passa mais e mais a uma empresa comum com os flamengos, inicialmente representado pelos interesses da Antuérpia e em seguida por Amsterdã. Os flamengos recolhiam o produto em Lisboa, refinavam-no e faziam a distribuição por toda a Europa (Báltico, França e Inglaterra).
De modo que esta expansão foi imprescindível para o êxito da produção no Brasil.
Os flamengos, especialmente os holandeses, eram o único povo que dispunha organização suficiente para criar um mercado de dimensões para um produto praticamente novo, como o açúcar.
Além de oferecer expertise comercial, os holandeses ofereceram grande parte dos capitais requeridos pela empresa açucareira.
Além de financiar o refino e a comercialização, há indícios de que financiaram as instalações produtivas no Brasil, bem como a importação de mão de obra escrava. Aparenta que uma vez comprovada a viabilidade da empresa agrícola no Brasil não houve dificuldades em se conseguir financiamento.
No entanto ainda havia o problema de Mão de Obra, não havia atrativos suficientes para se atrair os colonos.
Havia ainda escassez de oferta de mão de obra que prevalecia ainda em Portugal. 
No entanto nesta época, os portugueses já eram senhores de um conhecimento do mercado africano de escravos.
As operações de guerra para a captura de negros pagões, iniciadas quase um século antes, tinham evoluído num bem organizado e lucrativo escambo que abastecia certas regiões da Europa com mão de obra Escrava.
Com recursos suficientes poderia se ampliar e transferir este negócio para a nova colônia.
Resumo:
Com o tempo oportuno resolveu-se todos os problemas abaixo supracitados, por meio de um conjunto de circunstâncias favoráveis:
- técnica de produção
- criação de mercado
- financiamento
- mão de obra
Cap. 3- Razões do Monopólio:
A experiência Brasileira abriu perspectiva atraente para o uso da colonização agrícola. No entanto os espanhóis continuaram concentrados em sua tarefa de extrair metais preciosos.
- Espanhóis reforçam o cordão de isolamento da América Espanhola. As terras espanholas eram densamente povoadas e os espanhóis tinham como objetivo a exploração dessa mão de obra. A Espanha não quis fomentar um comércio entre a colônia e metrópole, o que criava escassez de meios de transporte e causava fretes elevados.
A política espanhola era fazer que as colônias fossem autossuficientes, e produzir um excedente, na forma de metais preciosos que se transferiram a metrópole.
Este grande afluxo de metais fez que a o Estado Espanhol crescesse desmesuradamente. Cresceu muito o gasto Espanhol e passaram a ter inflação e déficit na balança comercial.
Em consequência os metais preciosos que a Espanha recebia da América, sob a forma de Transações Unilaterais, provocava um afluxo de importação o que estimulava as economias europeias. 
E cresceu um grupo de inativos da sociedade espanhola, por ser possível sobreviver dos recursos do Estado.
A decadência da Espanha prejudicou as colônias. Em 3 séculos de exploração não se desenvolveu uma economia agrícola.
O abastecimento de manufaturas era feito pelo artesanato local, o que retardou a transformação das economias de subsistência da região.
A decadência espanhola impediu que houvesse uma transformações nas estruturas produtivas arcaicas indígenas e que as relações econômicas entre a Espanha e suas colônias se tornassem mais complexas.
As colônias espanholas eram mais próximas da Europa; havia abundância de terra fértil; a mão de obra era mais barata e os indígenas já tinham a habilidade em trabalhar na agricultura; 
Sem a competição espanhola foi mais fácil para a empresa portuguesa superar seus obstáculos. Admite-se, portanto, que o sucesso da colônia agrícola portuguesa foi em parte por causa da decadência espanhola, que se deveu principalmente pela descoberta precoce de metais preciosos.
Cap. 4 - Desarticulação do Sistema Colonial
-1580 – 1640 => Espanha absorve Portugal
	- Alteração do quadro político econômico no qual se desenvolveu a colônia
	- Guerra entre Espanha e Holanda
	- Os holandeses controlavam o comércio europeu via mar e não queriam perder o negócio na colônia portuguesa
	- Há uma luta pelo controle do açúcar => Os holandeses ocupam as terras brasileiras produtoras de açúcar
	- Durantea permanência no Brasil, adquiriram o conhecimento técnico e organizacional da indústria açucareira.
	- Implementam uma indústria concorrente no Caribe
	- Portugal perde o monopólio do açúcar
	- Ocorre uma queda significativa (metade) do preço do açúcar, em fins do século XVII e ficam neste preço durante o século XVIII.
	- Este era o fim do auge da rentabilidade da indústria açucareira
	- Cai o volume exportado, pela metade
	- A renda gerada pelo açúcar torna-se ¼ daquilo que foi durante o século XVI
	- Crise no BP de Portugal => depreciação da moeda portuguesa 
	- A desvalorização da moeda portuguesa beneficia as colônias que compravam os produtos manufaturados de Portugal e permitia que a indústria do açúcar continuasse operando. 
Cap. 5 - As Colônias de Povoamento no Hemisfério Norte
	- Surgimento de concorrentes de produtos tropicais
	- Enfraquecimento bélico da Espanha => ascensão das potências: Holanda, França e Inglaterra.
	- França e Inglaterra avançam nas ilhas do Caribe em busca de metais preciosos ou de rotas de acesso a esses metais
	- Franceses e ingleses concentram nas Antilhas núcleos de população europeia
	- Fornecimento de pequenas propriedades aos colonos
	- As Antilhas inglesas se povoam com maior rapidez que as francesas. Parte da emigração dos ingleses se deve a intolerância religiosa e política enfrentada na ilha britânica.
	- Neste contexto, também se enquadra as colônias de povoamento da América
	- Diferentemente da Espanha e Portugal, havia na Inglaterra um grande excedente populacional causado pelas mudanças na agricultura deste país durante o século XVI.
	- No contrato para se dirigir a colônia, os ingleses se comprometiam a trabalhar de 5 a 7 anos, em regime de servidão, e após este período teriam direito a uma pequena propriedade.
	- Inicialmente as colônias na América do Norte dão prejuízo => não se encontrava um produto que pudesse ser produzido e gerar lucros, como o açúcar, em pequenas propriedades. O que se podia produzir na Nova Inglaterra era exatamente o mesmo que se podia produzir na Europa.
	- Também havia o alto custo de transporte
	- Já nas Antilhas, produzia-se o algodão, anil, café e fumo, que tinham mais entrada nos mercados Europeus. Esses produtos eram compatíveis com pequena propriedade agrícola.
	- A população europeia nas Antilhas cresceu vertiginosamente.
Cap. 6 - Consequência da Penetração do Açúcar nas Antilhas
- Conforme o êxito comercial aumentava nas Antilhas, aumentava-se a necessidade de mão de obra.
- A solução natural seria a introdução de mão de obra escrava.
- Em colônias em que a terra não estava dividida em pequena propriedade, como a Virgínia, a formação de grandes unidades agrícolas foi mais rápida.
- Concorrência no mercado de produtos tropicais entre regiões de pequena propriedade e população europeia e grandes unidades produtivas e mão de obra escrava.
- O negócio que demonstra ser o mais vantajoso é o da grande propriedade com mão de obra escravista.
- Muda-se o curso da colonização antilhana
- Na metade do século XVII os holandeses já tinham sido expulsos do nordeste brasileiro e se empenham em criar fora do Brasil um importante núcleo de cultivo do açúcar.
- Vão colaborar com os colonos das Antilhas francesas e Inglesas nesse cultivo.
- Além da ajuda técnica propiciaram crédito fácil para a compra de equipamentos, escravos e terra.
- nas Antilhas, foram implementados equipamentos novos e se encontravam em posição geográfica mais favorável. Em menos de dez anos, a indústria açucareira nas Antilhas já era bastante próspera.
- A valorização das terras provocadas pela introdução do açúcar agiu inexoravelmente, destruindo em pouco tempo esse prematura ensaio de colonização de povoamento das regiões tropicais da América. Houve uma saída da população branca.
- O lucro dos ingleses nessas colônias cobriu as perdas com as colônias da América do Norte. A qual rapidamente tornou-se autossuficiente. Mas se desenvolvia lentamente.
- Nas Antilhas, a produção do açúcar desorganizou o cultivo de subsistência, passaram a se importadoras de alimentos das colônias do norte.
- também as colônias inglesas do norte exportam para as colônias tropicais animais que eram usados como fonte de energia; madeira. O comércio entre as colônias inglesas se aprofundou, no período.
- O transporte feito por navio, fomentou a indústria naval na Nova Inglaterra.
- Desenvolveu-se também a indústria de destilação de bebidas alcoólicas.
- As colônias do norte se desenvolveram entre a metade do século XVII e metade do século XVIII, como parte integrante de um sistema maior dentro do qual o elemento dinâmico são as regiões antilhanas produtoras de artigos tropicais.
- Iniciava-se a terceira etapa na ocupação econômica nas Américas
Primeira: exploração de mão de obra preexistente – excedente por meio dos metais preciosos
Segunda: produção de artigos agrícolas tropicais por meio de grandes empresas – mão de obra escrava 
Terceira: economia agrícola não especializada em produtos tropicais
- Nesta terceira etapa => economia de dentro para fora, produzia para o mercado interno e exportava o excedente.
- Este tipo de economia era contraditória com os princípios coloniais, a qual pode surgir graças a um conjunto de fatores que agiram favoravelmente => Inglaterra esteve em guerra civil durante o século XVII; a política protecionista naval permitiu que a indústria colonial progredisse sem a concorrência com a Holanda; guerra entre França e Inglaterra impediu que esses países abastecessem as colônias com produtos de subsistência.
- A Inglaterra tenta impedir o comércio das colônias do norte com as Antilhas e taxá-los o que aumenta a tensão entre colônia e metrópole, na segunda metade do século XVIII.
- A migração para pequena propriedades atrai emigrações por serem menos arriscadas e mais fácil de pagá-las após um período de servidão temporária. O comércio com as Antilhas também os atraía.
- Nessas terras havia uma menor concentração de renda e eram menos sujeitas a bruscas flutuações econômicas.
- A produtividade por habitante nessas colônias era menor, em relação às tropicais, mas o consumo era distribuído de forma mais regular.
Essas diferenças na estrutura econômica correspondem às grandes disparidades do comportamento de grupos sociais nas colônias.
Nas Antilhas, os grupos estavam alinhados aos grupos financeiros da Metrópole. Já nas colônias do norte, havia-se um conflito entre os interesses da colônia e da metrópole. Ou seja, nessas havia uma defesa dos interesses da colônia e não refletiam apenas os interesses do centro econômico dominante.
Cap. 7 - ENCERRAMENTO DA ETAPA COLONIAL
- A união com a Espanha foi bastante prejudicial a Portugal: Perdeu seus entrepostos orientais, a colônia americana ficou ocupada pelos holandeses. A posição de Portugal foi debilitada e sofria ameaça da Espanha que não reconhecia a separação.
- neste contexto, Portugal se vê obrigado a se aliar com a Inglaterra e alienar parte de sua soberania sobre a colônia brasileira.
- Em troca do apoio inglês, concederam-se privilégios aos comerciantes ingleses. Os tratados tinham sempre o mesmo espírito: Portugal fazia concessões econômicas e a Inglaterra pagava com promessas ou garantias políticas. Prometendo defender as possessões portuguesas. Para compreender a aliança entre Portugal e Inglaterra é necessário compreender o contexto histórico e político: A Espanha não reconhecia a separação de Portugal e Portugal estava negociando a paz com a Holanda.
- Em fins do século XVII, visando enfrentar a crise econômica e desvalorização da moeda pela qual passava, Portugal procurou fomentar a indústria interna de produtos manufatureiros, uma vez que a economia da colônia também não ia bem. Esta política chegou a dar alguns frutos durante vinte anos, mas a descoberta de ouro no Brasil, no início do século XVII impediu a continuidade desta política.
- Em 1703, o Brasil celebra com a Inglaterra um acordo comercial no qual abra mão das manufaturaso que implica a transferência do ouro encontrado no Brasil para a Inglaterra.
- No entanto, Portugal conseguiu resolver seus problemas políticos com França e Espanha consolidando seu poder sobre o território brasileiro.
Sob uma perspectiva ampla, a economia luso-brasileira se articulava com a economia inglesa, a qual se expandia mais rapidamente.
No ciclo do ouro, Portugal teve uma posição secundária, de entreposto.
Ao Brasil => o ouro trouxe a expansão demográfica, o povo de origem europeia passou a ser maioria e de origem escrava minoria.
À Inglaterra => estímulo ao desenvolvimento manufatureiro, flexibilidade para importar e acúmulos de reserva para o sistema financeiro inglês.
Portugal => o ouro proporcionou uma riqueza fictícia. Apesar de reconhecer a dependência política da Inglaterra, Portugal não conseguia contornar a situação.
No último quartel do século XVII, com a decadência do ciclo do ouro no Brasil, e a Revolução Industrial Inglesa, a Inglaterra precisa abrir mercados e colocar fim aos seus tratados protecionistas. Dentre eles o acordo de Methuen. A Inglaterra queria abrir seus mercados à França, e em 1786 finaliza o acordo exclusivo com Portugal.
A independência do Brasil teve consequências fundamentais no seu subsequente desenvolvimento. Com a transferência da corte para o Brasil, os privilégios da Inglaterra com Portugal se transferiram para cá.
 
Após a independência do Brasil em 1822, o Brasil precisou de algumas décadas para se liberar da tutela inglesa.
Acordos de 1810 => transferem para o Brasil todos os privilégios dos quais gozavam os ingleses em Portugal.
- A independência do Brasil foi feita principalmente de forma diplomática do que bélica. Como Portugal buscava apoio inglês para evitar este processo, a Inglaterra pôde negociar o reconhecimento da independência com o governo brasileiro.
- Tratado de 1827 => Reconhece a Inglaterra como potência privilegiada, autolimitando sua própria soberania no campo econômico.
- Isso trouxe problemas econômicos ao Brasil.
- Conforme avança a produção de café o Brasil se aliará aos EUA. Em 1842, quando expira o tratado de 1827, o Brasil consegue resistir a pressão do governo inglês para firmar outro documento com este estilo.
- O passivo colonial seria liquidado. No entanto, a estrutura econômica da colônia tinha se mantido imutável e havia atraso na industrialização.
A expansão cafeeira da segunda metade do século XIX altera as bases do sistema econômico brasileiro. Esta fase pode ser considerada de transição econômica, enquanto a anterior fora de transição política.
Das tensões do sistema cafeeiro que surgem os elementos de um sistema econômico autônomo, que possa gerar seu crescimento e dinâmica, a qual vai concluir a etapa colonial brasileira.
Capítulo VIII => Colonização e nível de renda na colônia açucareira
- O esforço do governo português foi no setor açucareiro
- Favores a quem se instalasse no engenho de açúcar: isenções de tributos, garantia contra a penhora dos instrumentos de produção, horárias e títulos, etc.
Problema: Escassez da mão de obra: falta de escala para o trabalho indígena;
A escravidão demonstrou ser uma condição de sobrevivência para o colono europeu na nova terra. Para que os colonos subsistissem sem trabalho escravo era necessário que produzissem para o autoconsumo, algo que não era possível devido a forma como a imigração foi organizada para a colônia.
Primeira atividade econômica estável: captura e comércio de indígenas 
A colonização do século XVI vinculava-se estreitamente com a economia açucareira, mesmo aonde o a produção de açúcar falhou e a capitania conseguiu subsistir – Caso de São Vicente, isso se deve pela ligação do comércio local, escravo de indígenas com o comércio de açúcar.
No inicio da empresa açucareira, a mão de obra indígena foi vital. A mão de obra africana chega quando a empresa já estava instalada; e a rentabilidade do negócio já estava assegurada.
Superado os problemas iniciais a empresa se desenvolveu rapidamente; principalmente no último quartel do século XVI.
Em números
- 120 engenhos; 15.000 libras por engenho; investimento de 1.800.000,00 libras; 
- 20.000 escravos africanos; 25 libras por escravo; investimento em torno de 375.000 libras
- Valor total exportado estimado: 2,5 milhões de libra por ano
- Renda líquida: 60% deste monte
- População europeia => 30.000,00
- Colônia excepcionalmente rica
A renda se concentrava nas mãos dos donos de engenho, cerca de 90% da renda gerada. Torno de 5%; era utilizada fora do engenho para transportes e armazenamentos.
- Havia assalariados nos engenhos: homens de vários ofícios e supervisores do trabalho escravo. Que correspondiam no máximo a 2% da renda gerada no setor açucareiro;
- Engenho comprava gado (para tração) e lenha (para as fornalhas)
Utilização da renda gerada pelos donos de engenho:
- produtos importados, bens de luxo, como vinhos
No entanto os gastos correspondiam a menos de 50% da renda gerada, o que permitia a recapitalização do investimento.
- A indústria era capaz de duplicar de tamanho a cada dois anos.
- Isso foi possível graças a habilidade de comercializar o produto para exportação; evitando a tendência a superprodução;
Cap. IX - Fluxo de renda e crescimento
Etapa inicial => Instalação de engenhos de grande escala, importação de maquinário e de mão de obra especializada e o uso de mão de obra indígena.
Introdução de mão de obra africana => apenas veio substituir um trabalho menos eficiente
Segunda Etapa; indústria instalada => importação de equipamentos e de mão de obra escrava. A mão de obra especializada era treinada no próprio engenho. No entanto, nunca houve reprodução da mão de obra escrava que sempre precisava ser reposta.
Investimento => se realizava sem a formação de fluxo de renda monetário: Os escravos produziam seus próprios alimentos, na instalação; nas tarefas agrícolas e industriais do engenho.
Forma totalmente distinta entre o fluxo de renda em uma economia industrial e uma economia escravista.
Economia Industrial => Há fluxo de renda
Economia escravista => pagamentos feito ao exterior; Não se remunera o produto do trabalho ele é acumulado como lucro do senhor de engenho, o que não gera renda.
Os escravos são custos fixos (e não custos variáveis como seria o caso de trabalhadores assalariados).
Gasto com consumo => vazava para o exterior. Prestação de serviços pessoais dos escravos para os seus donos também não gerava renda.
A quase totalidade da renda monetária gerada pelo engenho era dada pelas exportações, e como os fatores de produção pertenciam aos senhores de engenho, a renda concentrava-se nas mão deles.
O Fluxo de Renda ocorria entre as unidades produtivas e o exterior. No entanto, não se pode negar que a economia doméstica era essencialmente monetária uma vez que os custos e rendas são expressos monetariamente.
A Unidade Escravista é um caso extremo de especialização econômica que vive totalmente voltada para o mercado externo.
Como se deu o Crescimento e Evolução Estrutural do Sistema?
Enquanto o mercado externo absorvesse o açúcar, seria permitido ao sistema crescer.
De modo que o crescimento foi considerado e persistiu por um século.
No entanto ela crescia sem alterar a estrutura. Paralisações ou retrocesso na produção não causava tensões suficientes para alterar a estrutura.
O crescimento era extensivo, sem mudanças estruturais. Crescimento: Ocupação de novas terras e aumento de importações.
Não havia possibilidade que o crescimento com base no setor externo originasse um processo de desenvolvimento e autopropulsão. 
Não havia articulação entre produção e consumo, anulando o dinamismo da ocupação de novas áreas e crescimento demográfico.
Economia escravista => depende da demanda externa. Se caísse a demanda, havia atrofiamento do setor monetário. No entanto, não se conformava uma crise econômica. Era vantajoso para o empresário continuar operando independente do quanto fosse a queda do preço. Pois praticamente o valorexportado era o seu lucro.
Se caísse abaixo de um certo nível, a extinção da unidade exportadora era muito lenta, pois poder-se-ia utilizar a mão de obra escrava para que os senhores fossem abastecidos de serviços pessoais.
A economia açucareira no nordeste sobreviveu por mais de três séculos sem se alterar estruturalmente. Mesmo sofrendo prolongadas depressões. Sofreu letargia secular e sua estrutura se preservou intacta. 
Capítulo X – Projeção da economia açucareira: A pecuária
Economia Açucareira => mercado de grandes proporções; altamente especializado. 
A rentabilidade do açúcar impedia que os fatores de produção fossem desviados para quaisquer outros serviços.
O dinamismo gerado pelo setor açucareiro era principalmente destinado para fora. 
O pouco que poderia ser suprido internamente era a necessidade de animais de tração, o gado, que também era a base alimentar mesmo dos escravos e a lenha.
De forma que a parte da faixa litorânea nordestina, desenvolveu-se a atividade criatória, pecuária, totalmente dependente da produção canavieira.
- ocupação de gado de forma extensiva e por vezes itinerante; dada a disponibilidade de água para os animais.
- foi ela quem promoveu a interiorização da ocupação do nordeste brasileiro.
Renda => venda ao setor açucareiro e a exportação de couro; inicialmente era de baixa rentabilidade (era no máximo 5% da renda açucareira).
Densidade demográfica: baixa; mão de obra indígena (que se adaptava facilmente a esta tarefa).
Condição fundamental da existência e expansão da atividade criatória: disponibilidade de terras. A baixa qualidade dos pastos para gado fazia que fosse necessário a migração contínua para outras áreas. De forma que foi preenchendo todo o nordeste (Tocantins, Maranhão). 
Atraia mão de obra de colonos sem capital, pois após um período de trabalho (4 ou 5 anos) era permitido que ele recebesse uma fração do capital (da criação de vacas). Houve migração de São Vicente par ao nordeste.
Bloqueios ao crescimento da atividade criatória poderiam advir somente pelo lado da procura. (demanda efetuada pela atividade açucareira).
Como a entrada em terras interiores afasta-se das regiões litorâneas que demandam o gado, os custos são crescentes. Portanto, conforme ela crescia, a renda média caía.
A atividade criatória também correspondia a produção de subsistência da própria população que ela empregava. O gado era praticamente o único alimento produzido e o couro era utilizado para tudo. 
Essa importância relativa do setor de subsistência na pecuária será um fator fundamental das transformações estruturais por que passará a economia nordestina em sua longa etapa de decadência.
Cap XI => Formação do Complexo Econômico Nordestino
- Ambas as atividades criatória e açucareira mantinham suas estruturas conforme se expandiam
- Crescimento: Expansivo – Incorporação de terras e mão de obra.
- Mudanças estruturais alterando o custo de produção e produtividade não ocorriam
Atividade Criatória:
- Não exigia gastos monetários para a reposição do capital
- Havia alto crescimento vegetativo da população da força de trabalho
- A dinâmica do setor não se vinculava ao setor externo como no caso do açúcar. A expansão do sistema era um processo endógeno resultante do aumento vegetativo da produção de animal.
- A população que crescia era atendida pela população de animal que também crescia. Crescia em decorrência da economia de subsistência.
- Conforme a demanda da indústria açucareira diminuía a oferta de renda monetária também diminuía. Então os artigos que antes eram comprados no comércio de importação precisam agora ser produzidos. A produção, no entanto, se concentrava localmente.
Eram artesanatos a base do couro.
Do fim do século XVII ao início do século XIX a renda nordestina caiu continuamente.
A mão de obra não utilizada na indústria açucareira era continuamente deslocada para a indústria criatória. 
Com a decadência da economia açucareira a indústria criatória se fortalecia como economia de subsistência.
O século XVII é marcado por um período de involução econômica no nordeste: O setor de alta produtividade perde dinamismo e o setor de baixa produtividade absorve o excedente populacional expulso do setor mais importante se transforma em economia de subsistência.
Cap. XII - Contração econômica e expansão territorial
- Séc. XVII constitui a etapa de maiores dificuldades na vida política da colônia: Na Primeira metade do século o desenvolvimento foi interrompido pelas invasões holandesas; 
Os prejuízos foram maiores para Portugal, que teve altos gastos militares e perda do monopólio do açúcar.
Os holandeses mantinham parte das receitas na colônia, o que permitiu um desenvolvimento mais intenso da vida urbana. 
- Na época de maior prosperidade (séc. XVI), Portugal fomentou um movimento expansionista em direção ao norte visando defender o monopólio do açúcar. Era preciso ocupar as terras do nordeste até a linha ao sul da foz do Amazonas, pois eram potencialmente produtoras de açúcar.
- A ocupação foi feita seguida de decisões objetivando a criação de colônias permanentes. Para isso Portugal enviou trezentos açorianos para a região norte.
- As terras do Maranhão não eram férteis para a produção de açúcar;
- Apesar de ser criada pelo governo português com objetivos políticos, a região se vê abandonada à própria sorte, no período de decadência do açúcar. 
Na primeira metade do século XVII a região enfrenta o isolamento provocado pela ocupação de Pernambuco; 
Na segunda metade a maior dificuldade é a desorganização do mercado do açúcar, fumo e outros produtos tropicais, inviabilizando qualquer atividade que permitisse iniciar um processo de capitalização e desenvolvimento.
-A condição de sobrevivência na região depende da caça/subjugação de indígenas; Ao caçar os indígenas os colonos do norte adentraram as florestas e conseguiram explorar produtos florestais como cacau, baunilha, canela, cravo e resinas aromáticas.
- Os jesuítas se envolvem nesse processo para encontrar formas mais racionais de convivência entre colonos e indígenas e conseguem a exploração servil dessa mão-de-obra;
- No sul do país a colônia de São Vicente também lutava para manter seu precário sistema de vida. O comércio de couro enfrentava concorrência da região do Rio da Prata. A expansão adentro do Rio da Prata, culminou na fundação da colônia do Sacramento, que permitiu a Portugal reforçar os negócios de couro.
-Na medida em que cresciam os setores de subsistência no norte, no sul e no interior nordestino, tornava-se mais difícil para o governo português transferir para a metrópole o valor dos impostos que arrecadava. Com a queda das receitas a moeda portuguesa se desvalorizava.
- Isso prejudica Portugal e causa uma restrição de moeda na colônia, atrofiando a economia monetária.
Capítulo XIII – Povoamento e articulação das regiões meridionais
Intensa concorrência no mercado de produtos tropicais
A colônia se empobrecia e aumentava seus gastos
Única saída seria a descoberta de metais preciosos
Ajuda técnica para que os colonos achassem ouro
Rápido desenvolvimento da economia do ouro nos primeiros decênios do século XVIII
Causas: Estado de pobreza da metrópole lusa e de sua colônia
Grande emigração de recursos e mão de obra escrava para a área mineradora
Em Portugal se formou uma grande corrente migratória
A economia mineira oferecia possibilidades a pessoas de recursos limitados
A população colonial de origem européia decuplicou (x10) no decorrer do século da mineração
População
Os escravos em nenhum momento chegaram a constituir maioria da população
Diferentemente da economia do açúcar, na economia mineradora as possibilidades que tinha um homem livre com iniciativa eram maiores, pois o capital que imobilizava por escravo ou por unidade de produção era bem inferior
Possibilidade de ascensão social
Tipos
Grande escala: Lavras
Cem ou mais escravos
Pequena escala: Faiscador
Características
Capital fixo reduzido
IncertezaMobilidade da empresa
Possibilidade de concentrar na própria mineração todos os recursos disponíveis
Alta lucratividade
Correspondente especialização
Fome
A excessiva concentração de recursos nos trabalhos nas minas gerava dificuldade de abastecimento
A elevação dos preços dos alimentos e dos animais de transporte nas regiões vizinhas constituiu o mecanismo de irradiação dos benefícios econômicos da mineração
Irradiação da economia mineradora – Os benefícios que dela se irradiam para toda a região criatória do sul são substancialmente maiores do que recebeu o sertão nordestino
Pecuária
Ótimo habitat no Sul
Baixíssima rentabilidade
Subsistia graças às exportações do couro
Valorização do gado e aumento dos preços com o advento da mineração
Até mesmo a economia criatória do nordeste se volta para o abastecimento da área mineradora
Localização a grande distância do litoral, dispersa e em região montanhosa
Necessidade de um complexo sistema de transporte
Criação de um grande mercado para animais de carga
A economia mineradora permitiu que se articulassem as diferentes regiões do sul do país.
A pecuária preexistia à mineração no sul
Mas a mineração elevou a rentabilidade da atividade pecuária
Fez interdependentes as diferentes regiões pecuaristas
É um equívoco supor que foi a criação que uniu essas regiões
Quem as uniu foi a procura de gado que se irradiava do centro dinâmico pela economia mineira
Capítulo XIV – Fluxo de Renda
A base geográfica da economia mineira estava situada entre a Serra da Mantiqueira (MG) e a região de Cuiabá (MT), passando por Goiás
A renda média dessa economia, isto é, sua produtividade média, é algo que dificilmente se pode definir
A exportação de ouro cresceu em toda a 1.a metade do século e alcançou seu ponto máximo em torno de 1760, quando atingiu cerca de 2,5 milhões de libras
Crescimento e declínio rápido da economia mineradora
A renda média era substancialmente inferior à que conhecera a economia açucareira na etapa de grande prosperidade
O mercado da economia mineradora apresentava potencialidades muito maiores
As importações representavam menor proporção do dispêndio total
A renda estava muito menos concentrada, porquanto a proporção da população livre era muito maior
A busca por bens de consumo corrente era muito maior de que os bens de luxo
População reunida em grupos urbanos ou semi-urbanos
A grande distância existente entre a região mineira e os portos contribuiu para encarecer os artigos importados
Propício ao desenvolvimento de atividades ligadas ao mercado interno
Entretanto o desenvolvimento endógeno – com base em seu próprio mercado – foi quase nulo
Não houve um desenvolvimento de atividades manufatureiras
Causa
Política proibitiva do governo
Falta capacidade técnica dos colonos
Faltou ao Brasil transferência inicial de uma técnica que não conheciam os imigrantes
O ouro criou condições favoráveis ao desenvolvimento endógeno da colônia, mas dificultou o aproveitamento dessas condições ao entorpecer o desenvolvimento manufatureiro na Metrópole
Acordo de Methuen
Durante 20 anos, a partir de 1684, Portugal conseguiu praticamente abolir as importações de tecido
Reação interna portuguesa da forte classe dos produtores de vinho que se alinharam com os manufatureiros ingleses a fim de derrocar a política protecionista lusa
O ouro do Brasil começou a afluir exatamente quando entra em vigor o acordo
A procura crescente de manufaturas que vinha da colônia de transferia automaticamente para a Inglaterra sem nenhum efeito sobre a economia portuguesa que não fosse a renda criada por algumas comissões e impostos
A inexistência de um núcleo manufatureiro é que valeu a Portugal transformar-se numa dependência agrícola da Inglaterra
A Inglaterra foi o único país da Europa que seguiu sistematicamente uma política de fomento manufatureiro
A UK encontrou na economia luso-brasileira um mercado em rápida expansão e praticamente unilateral
Recebendo a maior parte do ouro produzido pelo mundo, os bancos ingleses reforçaram ainda mais sua posição
Permitiu uma substancial acumulação de reservas metálicas, sem as quais a UK dificilmente poderia haver atravessado as guerras napoleônicas
Capítulo XV – Regressão econômica e expansão da área de subsistência
Não se criou na economia mineira uma forma permanente de atividade econômica
Com o declínio da produção de ouro houve uma rápida e geral decadência (Lenta diminuição do capital aplicado)
A existência do regime de trabalho escravo impediu que o colapso da produção de ouro criasse fricções sociais de maior vulto
Na mineração a rentabilidade tendia a zero e a desagregação das empresas produtivas era total
Em poucos decênios foram suficiente para que se desarticulasse toda economia da mineração, decaindo os núcleos urbanos e dispensando-se grande parte de seus elementos numa economia de subsistência
A expansão demográfica, como no NE, se prolongará num processo de atrofiamento da economia monetária
Capítulo XVI – O Maranhão e a falsa euforia do fim da época colonial
O último quartel do século XVIII
O açúcar enfrenta novas dificuldades
As exportações de ouro já não era muito grande
A população havia subido a algo mais de 3 milhões de habitantes
O nível de renda mais baixo que haja conhecido o Brasil em todo o período colonial
Os três principais centros econômicos - a faixa açucareira a região mineira e o Maranhão se interligavam, se bem que de maneira fluida e imprecisa, através do extenso hinterland pecuário
Modificação no mercado mundial de produtos tropicais
Provocada pela guerra, de independência dos EUA 
Revolução Industrial inglesa
A atividade industrial na Inglaterra é intensa durante esses anos de guerra, e a procura de algodão cresce fortemente.
A Revolução Francesa e os subseqüentes transtornos nas suas colônias produtoras de artigos tropicais.
Em 1789 entrou em colapso a grande colônia açucareira francesa - que era Haiti.
A empresa açucareira brasileira se beneficiou
As guerras napoleônicas, o bloqueio e o contra-bloqueio da Europa, e a desarticulação do vasto império espanhol da América
O valor das exportações de açúcar, com efeito, mais que duplica
A empresa algodoeira do Maranhão se beneficiou
Praticamente todos os produtos da colônia se beneficiam de elevações temporárias de preços.
Entretanto, essa prosperidade era precária, fundando-se nas condições de anormalidade que prevaleciam no mercado mundial de produtos tropicais.
Capítulo XVII - Passivo colonial, crise financeira e Instabilidade política
A repercussão no Brasil dos acontecimentos políticos da Europa de fins do século XVII e começo do seguinte
Consequências
Acelerou a evolução política do país
Contribuiu para prolongar a etapa de dificuldades econômicas que se iniciara com a decadência do ouro
Ocupado o reino português pelas tropas francesas, desapareceu o entreposto que representava Lisboa para o comércio da colônia
Consequências
Baixa de preços nas mercadorias importadas
Maior abundância de suprimentos
Facilidades de crédito mais amplas e outras
Os tratados de 1810 que transformam a Inglaterra em potência privilegiada
Direitos de extraterritorialidade e tarifas preferenciais extremamente baixas
Eliminação do poder pessoal de Dom Pedro I, em 1831
Ascensão ao poder da classe colonial dominante
Os interesses regionais constituíam uma realidade muito mais palpável que a unidade nacional
Não existindo na colônia sequer uma classe comerciante de importância - o grande comércio era monopólio da Metrópole -, resultava que a única classe com expressão era a dos grandes senhores agrícolas.
A colônia estava intimamente integrada nas economias européias
Não constituía um sistema autônomo, sendo simples prolongamento de outros maiores.
Conflitos da primeira metade do século XIX entre os dirigentes da grande agricultura brasileira e a Inglaterra
Formou uma clara consciência da necessidade de lograr a plena independência política
Resultaram principalmente da falta de coerência comque os ingleses seguiam a ideologia liberal.
Aplicada unilateralmente, a ideologia liberal passou a criar sérias dificuldades à economia brasileira
Inglaterra impôs a eliminação da importação de escravos africanos
Cabe reconhecer que o privilégio aduaneiro concedido à Inglaterra e a posterior uniformização da tarifa em 15% ad valorem, numa etapa de estagnação do comércio exterior, criaram sérias dificuldades financeiras ao governo brasileiro
O governo central, que enfrenta extraordinária escassez de recursos financeiros, vê sua autoridade reduzir-se por todo o país, numa fase em que as dificuldades econômicas criavam um clima de insatisfação em praticamente todas as regiões.
O café começa a surgir como nova fonte de riqueza para o país.
O governo central não consegue arrecadar recursos, através do sistema fiscal
O financiamento do déficit se faz principalmente com emissão de moeda-papel
Dadas as pequenas dimensões da economia monetária, seu alto coeficiente de importação e a impossibilidade de elevar a tarifa aduaneira, os efeitos das emissões de moeda-papel se concentravam na taxa de câmbio
A inflação acarretou um empobrecimento das classes mais médias baixas da sociedade urbana
Capítulo XVIII - Confronto com o Desenvolvimento dos EUA
Dificuldades criadas indiretamente, ou agravadas, pelas limitações impostas ao governo brasileiro nos acordos comerciais com a Inglaterra firmados entre 1810 e 1827
A economia brasileira atravessou uma fase de fortes desequilíbrios
Causas
Baixa relativa dos preços das exportações
Tentativa do governo de aumentar sua participação no dispêndio nacional.
Exclusão do entreposto português e maiores facilidades de transporte e comercialização
Provocaram uma baixa relativa dos preços das importações e um rápido crescimento da procura de artigos importados
Criou-se, assim, uma forte pressão sobre a balança de pagamentos, que teria de repercutir na taxa de câmbio
Por que se industrializaram os EUA no século XIX, emparelhando-se com as nações européias, enquanto o Brasil evoluía no sentido de transformar-se no século XX numa vasta região subdesenvolvida?
O desenvolvimento dos EUA, em fins do século XVIII e primeira metade do XIX, constitui um capítulo integrante do desenvolvimento da própria economia européia, sendo em muito menor grau o resultado de medidas internas protecionistas adotadas por essa nação americana.
Enquanto no Brasil a classe dominante era o grupo dos grandes agricultores escravistas, nos EUA uma classe de pequenos agricultores e um grupo de grandes comerciantes urbanos dominava o país.
As linhas gerais da política inglesa passaram a ser as seguintes: fomentar nas colônias do norte aquelas indústrias que não competissem com as da Metrópole
Reduzir suas importações de outros países
As próprias colônias, que se defrontam com dificuldades para efetuar as importações de manufaturas de que necessitavam, desde cedo criaram consciência da conveniência de fomentar a produção interna.
O extraordinário avanço da indústria da construção naval
Já antes da independência as três quartas partes do comércio norte-americano se realizavam em seus próprios barcos
A guerra de independência criou um forte estímulo à produção interna, que já dispunha de base para expandir-se.
Foi como exportadores de uma matéria-prima - o algodão - que os EUA tomaram posição na vanguarda da Revolução Industrial
À semelhança do que ocorreu ao Brasil ao se abrirem os portos, a balança comercial dos EUA com a Inglaterra era via de regra deficitária nos primeiros decênios do século XIX
Efeitos
Brasil: pesou sobre o câmbio
EUA: tendia a transformar-se em dívidas de médio e longo prazos, invertendo-se em bônus dos governos central e estaduais.
Capítulo XIX - Declínio a longo prazo do nível de renda: Primeira metade do século XIX
A condição básica para o desenvolvimento da economia brasileira na primeira metade do século XIX
Expansão de suas exportações
O pequeno consumo do país estava em declínio com a decadência da mineração
A industrialização teria de começar por aqueles produtos que já dispunham de um mercado de certa magnitude, como a têxtil
A forte baixa dos preços dos tecidos ingleses dificultou
A instalação de uma indústria têxtil moderna encontraria sérias dificuldades, pois os ingleses impediam por todos os meios a seu alcance a exportação de máquinas
A causa principal do grande atraso relativo da economia brasileira na primeira metade do século XIX foi, portanto, o estancamento de suas exportações.
A renda real per capita declinou sensivelmente na primeira metade do século XIX
É provável que a renda per c apita por essa época haja sido mais baixa do que em qualquer período da colônia
Capítulo XX - Gestação da Economia Cafeeira
Fim do Século XIX e início do XX
Havia decorrido três quartos de século em que a característica dominante fora a estagnação ou a decadência
Ao rápido crescimento demográfico de base migratória dos três primeiros quartéis do século XVIII sucedera um crescimento vegetativo relativamente lento no período subsequente
As novas técnicas criadas pela Revolução Industrial escassamente haviam penetrado no país
Sob a forma de bens ou serviços de consumo sem afetar a estrutura do sistema produtivo
Quanto a força de trabalho: Estancara-se a tradicional fonte africana sem que se vislumbrasse uma solução alternativa
Estagnadas as exportações e impossibilitado o governo de aumentar o imposto das importações, o serviço da dívida externa teria de criar sérias dificuldades fiscais, as quais, por seu lado, contribuíram para reduzir o crédito público.
O mercado do açúcar tornara-se cada vez menos promissor
Concorrência com o açúcar europeu e cubano
O mercado inglês continuava a ser abastecido pelas colônias antilhanas
A situação do algodão, segundo produto das exportações brasileiras ainda era pior do que a do açúcar.
Produção norte-americana
 Integrada nos interesses do grande mercado importador inglês
Rápido crescimento da procura interna
Desfrutando de fretes relativamente baixos
Organizada no regime escravista com mão-de-obra relativamente abundante 
Grande oferta de terras de primeira qualidade
O fumo, os couros, o arroz e o cacau eram produtos menores, cujos mercados não admitiam grandes possibilidades de expansão.
O Brasil precisava encontrar algum produto que fosse intensivo em terra
O café
Fora introduzido no Brasil desde começo do século XVIII para fins de consumo local
Assume importância comercial no fim desse século, quando ocorre a alta de preços causada pela desorganização do grande produtor que era a colônia francesa do Haiti
O desenvolvimento de sua produção se concentrou na região montanhosa próxima da capital do país
Abundância de mão-de-obra, em conseqüência da desagregação da economia mineira
A proximidade do porto permitia solucionar o problema do transporte; utilizar-se-iam as mulas.
A primeira fase da expansão cafeeira se realiza com base num aproveitamento de recursos preexistentes e subutilizados.
A elevação dos preços, a partir do último decênio do século XVIII, determina a expansão da produção em várias partes da América e da Ásia
Essa expansão foi sucedida por um período de preços declinantes que se estende pelos anos trinta e quarenta
Não desencorajou os produtores brasileiros, que encontravam no café uma oportunidade para utilizar recursos produtivos semi-ociosos desde a decadência da mineração
A quantidade exportada aumenta consideravelmente
O segundo e terceiro quartel do século passado é a fase de gestação da economia cafeeira.
A empresa cafeeira permite a utilização intensiva da mão-de-obra escrava, e nisto e assemelha à açucareira
Apresenta um grau de capitalização muito mais baixo
Baseia-se mais amplamente na utilização do fator terra
Suas necessidades monetárias de reposição são muito menores, pois o equipamento é mais simples e quase sempre de fabricação local.
Como em sua primeira etapa a economia cafeeira dispôs do estoque de mão-de-obra escrava subutilizada da regiãoda antiga mineração, explica-se que seu desenvolvimento haja sido tão intenso, não obstante a tendência pouco favorável dos preços.
Há uma recuperação do preço do café no terceiro quartel do século XIX, enquanto o preço do açúcar permanece deprimido, havendo transferências de recursos de um cultivo a outro.
A etapa de gestação da economia cafeeira é também a de formação de uma nova classe empresária que desempenhará papel fundamental no desenvolvimento subsequente do país
Desde o começo, sua vanguarda esteve formada por homens com experiência comercial.
Os interesses da produção e do comércio estiveram entrelaçados
A cidade do Rio representava o principal mercado de consumo do país
O abastecimento desse mercado passou a constituir a principal atividade econômica dos núcleos de população rural que se haviam localizado no sul da província de Minas como reflexo da expansão da mineração.
A proximidade da capital do país constituía, evidentemente, uma grande vantagem para os dirigentes da economia cafeeira.
Essa tendência à subordinação do instrumento político aos interesses de um grupo econômico alcançará sua plenitude com a conquista da autonomia estadual, ao proclamar-se a República.
A descentralização do poder permitirá uma integração ainda mais completa dos grupos que dirigiam a empresa cafeeira com a maquinaria político-administrativa
Capítulo XXI- O Problema da Mão-de-obra
Força de trabalho da economia brasileira: 2 milhões de escravos na metade do século XIX
Inelasticidade da oferta de trabalho – Taxa de mortalidade era superior a de natalidade
É interessante observar a evolução diversa que teve o estoque de escravos nos dois principais países escravistas do continente: os EUA e o Brasil
Ambos os países começaram o século XIX com um estoque de aproximadamente 1 milhão de escravos.
As importações brasileiras, no correr do século, foram cerca de três vezes maiores do que as norte-americanas.
Entretanto, ao iniciar-se a Guerra de Secessão, os EUA tinham uma forca de trabalho escrava de cerca 4 milhões e o Brasil na mesma época algo como 1,5 milhão.
A explicação desse fenômeno está na elevada taxa de crescimento vegetativo da população escrava norte-americana
O fato de que a população escrava brasileira haja tido uma taxa de mortalidade bem superior à de natalidade indica que as condições de vida da mesma deveriam ser extremamente precárias.
Ao crescer a procura de escravo no sul para as plantações de café intensifica-se o tráfico interno em prejuízo das regiões que já estavam operando com rentabilidade reduzida.
Havia impedimentos em continuar importando escravos pela Inglaterra
O crescimento das economias européias, que se industrializaram no século XIX, consistiu fundamentalmente numa revolução tecnológica
Sendo essa desagregação muito rápida na primeira etapa, a oferta de mão-de-obra crescia suficientemente para alimentar o setor mecanizado em expansão e ainda exercer forte pressão sobre os salários.
O processo de urbanização, o que por sua vez facilitava a assistência médica e social e, destarte, acarretava uma intensificação no crescimento vegetativo da população
Na plantação extensiva do café havia necessidade de se aumentar a mão de obra
Mão de obra pela economia de subsistência:
A economia de subsistência de maneira geral estava de tal forma dispersa que o recrutamento de mão-de-obra dentro desta economia seria tarefa bastante difícil e exigiria grande mobilização de recursos
As dificuldades de adaptação dessa gente e, em grau menor, daqueles que vinham da agricultura rudimentar do sistema de subsistência contribuíram para formar a opinião de que a mão-de-obra livre do país não servia para a "grande lavoura".
Muito problema em se encontrar mão de obra no Brasil em fins do século XIX.
Capítulo XXII - O Problema da Mão-De-Obra II. A imigração europeia
Solução alternativa do problema da mão-de-obra: fomentar uma corrente de imigração européia
A questão fundamental era aumentar a oferta de força de trabalho disponível para a grande lavoura
A emigração européia para os EUA nada tinha que ver com a oferta de mão-de-obra para as grandes plantações.
Abaixa dos preços das passagens para os EUA que permitiu se avolumasse de tal forma a emigração espontânea da Europa para os EUA
Os colonos contavam com um mercado em expansão para vender os seus produtos, expansão que era em grande parte um reflexo do desenvolvimento das plantações do sul, à base de trabalho escravo.
As colônias criadas em distintas partes do Brasil pelo governo imperial careciam totalmente de fundamento econômico
A vida econômica das colônias era extremamente precária, pois, não havendo mercado para os excedentes de produção, o setor monetário logo se atrofiava, o sistema de divisão do trabalho involuía e a colônia regredia a um sistema econômico rudimentar de subsistência.
Como não se atraía imigrantes pelo dinamismo econômico brasileiro, era necessário atraí-los.
A própria classe cafeeira começou a contratar diretamente na Europa:
Conseguiu do Estado o financiamento de transporte
O Estado financiava a operação, o colono hipotecava o seu futuro e o de sua família, e o fazendeiro ficava com todas as vantagens.
Abusos
O fazendeiro: única fonte do poder político.
Houve reação na Europa na década de 1860.
Agrava-se o problema da mão de obra no Brasil
Melhora o sistema de pagamento ao colono, que tinha um salário fixo e outro variável, em função da colheita.
Problema: O pagamento da viagem
1870: o governo imperial passou a encarregar-se dos gastos do transporte dos imigrantes
Ao fazendeiro cabia cobrir os gastos do imigrante durante o seu primeiro ano de atividade
Essas medidas do fim do século XIX permitem o afluxo de mão de obra.
Capítulo XXIII - O Problema da Mão-De-Obra III. Transumância amazônica
Brasil conheceu no último quartel do século XIX e primeiro decênio do XX um outro grande movimento de população: da região nordestina para a amazônica.
Região Amazônica, durante o século XVIII: estado de letargia econômica
Obstáculo: a quase inexistência de população e a dificuldade de organizar a produção com base no escasso elemento indígena local.
Borracha
A evolução da economia mundial da borracha desdobrou se assim em duas etapas: durante a primeira encontrou-se uma solução de emergência para o problema da oferta do produto extrativo; a segunda se caracteriza pela produção organizada em bases racionais, permitindo que a oferta adquira a elasticidade requerida pela rápida expansão da procura mundial
ao introduzir-se a borracha oriental de modo regular no mercado, depois da Primeira Guerra Mundial, os preços do produto se reduziram de forma permanente
Durante o crescimento da exportação de borracha pelo Brasil, a população do Pará e Amazonas mais do que dobra entre 1872 e 1900.
Essa enorme transumância indica claramente que em fins do século XIX já existia no Brasil um reservatório substancial de mão-de-obra
Contrastes da imigração à Amazônia, população de origem nordestina, e para o complexo cafeeiro:
Imigrante Europeu: ajudado por seu governo, chegava à plantação de café com todos os gastos pagos, residência garantida, gastos de manutenção assegurados até a colheita.
Imigrante Nordestino para a Amazônia: começava sempre a trabalhar endividado, pois via de regra obrigavam-no a reembolsar os gastos com a totalidade ou parte da viagem, com os instrumentos de trabalho e outras despesas de instalação. Para alimentar-se dependia do suprimento que, em regime de estrito monopólio, realizava o mesmo empresário com o qual estava endividado e que lhe comprava o produto. As grandes distâncias e a precariedade de sua situação financeira reduziam-no a um regime de servidão. Entre as longas caminhadas na floresta e a solidão das cabanas rudimentares onde habitava, esgotava-se sua vida,
O grande movimento de população nordestina para a Amazônia consistiu basicamente em um enorme desgaste humano em uma etapa em que o problema fundamental da economia brasileira era aumentara oferta de mão-de-obra.
Capítulo XXIV - O Problema da Mão-De-Obra IV. Eliminação do trabalho escravo
Problema central da economia brasileira na segunda metade do Século XIX
Permanente expansão do setor de subsistência, a inadequada oferta de mão-de-obra
Problema foi resolvido nas duas regiões em rápida expansão econômica: o planalto paulista e a bacia amazônica.
Prevalecia então a idéia de que um escravo era uma "riqueza" e que a abolição da escravatura acarretaria o empobrecimento do setor da população que era responsável pela criação de riqueza no país.
Outros argumentavam que, pelo contrário, a abolição da escravatura traria a "liberação" de vultosos capitais
A abolição da escravatura, à semelhança do que ocorre numa “reforma agrária”, não constitui per se nem destruição, nem formação de riqueza.
Entretanto, tal fato constitui simplesmente uma redistribuição dá propriedade dentro de uma coletividade
A abolição da escravatura teria de acarretar modificações na forma de organização da produção e no grau de utilização dos fatores.
Havia duas possibilidades: transformação formal dos trabalhadores em assalariados, recebendo aquilo que antes era o gasto em sua subsistência e não promovendo reorganização da produção ou da renda; ou os escravos sairiam das plantações para formar economia de subsistência e com a escassez de mão de obra teria um grande aumento dos salários, provocando uma redistribuição da renda.
Na região nordestina as terras de utilização agrícola mais fácil já estavam ocupadas praticamente em sua totalidade, à época da abolição. Os escravos liberados que abandonaram os engenhos encontraram grandes dificuldades para sobreviver.
Nas regiões urbanas pesava já um excedente de população que desde o começo do século constituía um problema social.
Não foi difícil atrair e fixar uma parte substancial da antiga força de trabalho escravo, mediante um salário relativamente baixo.
Na região cafeeira as conseqüências da abolição foram diversas
A rápida destruição da fertilidade das terras ocupadas nessa primeira expansão cafeeira e a possibilidade de utilização de terras a maior distância com a introdução da estrada de ferro haviam colocado essa agricultura em situação desfavorável
As vantagens que apresentava o trabalhador europeu com respeito ao ex-escravo são demasiado óbvias
A relativa abundância dê terras tornava possível ao antigo escravo refugiar-se na economia de subsistência.
Na região do café a abolição provocou efetivamente uma redistribuição da renda em favor da mão-de-obra.
Uma das conseqüências diretas da abolição, nas regiões em mais rápido desenvolviment o, foi reduzir-se o grau de utilização da força de trabalho.
A abolição constitui uma medida de caráter mais político que econômico.
A escravidão tinha mais importância como base de um sistema regional de poder que como forma de organização da produção.
 Capítulo XXV - Nível de renda e ritmo de crescimento na segunda metade do século XIX
A economia brasileira em seu conjunto parece haver alcançado uma taxa relativamente alta de crescimento na segunda metade do século XIX
O comércio exterior é o setor dinâmico do sistema
Entre 1840 e 1890 as exportações cresceram 214% em volume físico que foi acompanhado de uma elevação nos preços médios dos produtos exportados de aproximadamente;
Observa-se uma redução no índice de preços dos produtos importados, de modo que houve melhora de 58% na relação entre os preços de troca.
Essas melhoras nos termos de troca significaram um incremento de 396% na renda real gerada pelo setor exportador.
O setor mais dinâmico da economia quintuplicou no período considerado.
O desenvolvimento da segunda metade do século XIX não se estendeu a todo o território do país
A exportação de açúcar e de algodão cresceu pouco durante o período considerado, a renda gerada por esses produtos aumentaram apenas 54% no período considerado. 
Convém dividir a economia brasileira em três setores principais e estados importantes
A economia do açúcar e do algodão e pela vasta zona de economia de subsistência a ela ligada
Faixa que se estende desde o Estado do Maranhão até Sergipe, exclui-se a Bahia por conta do cacau.
1/3 da população do país + Bahia => metade da população => crescimento populacional (1,2% a.a.) maior do que a renda gerada (80%)
Dividido em dois sistemas: o litorâneo principalmente exportador e o mediterrâneo principalmente de subsistência
A renda per capita do sistema de subsistência haja permanecido estável, já a queda da renda per capita do sistema exportador teria sido substancial
Transferência de população do sistema exportador para o de subsistência e que a renda per capita no setor de subsistência tenha sido mantido => queda da produtividade na região
A economia principalmente de subsistência do sul do país.
Beneficiou-se indiretamente com a expansão das exportações
Conseguia vender parte do excedente para a o mercado interno, aumentando suas transações monetárias.
Produção de erva mate; charque; vinho e banha de porco
População cresceu 3% a.a.
O aumento da renda per capita haja sido de alguma magnitude
A economia cafeeira
Os estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
População cresceu 2,2% a.a.
Grandes movimentos demográficos dentro da região. A taxa de crescimento populacional no Espírito Santo e em São Paulo foi de 3,6% a.a.
Transferência da população dos setores de baixa produtividade para o de alta produtividade.
Rápida expansão do mercado interno na região cafeeira teria de repercutir muito favoravelmente na produtividade do setor de subsistência, o qual se concentrava principalmente no Estado de Minas Gerais.
A renda cresceu 4,5% a.a.. Dado o crescimento da população a taxa de aumento anual per capita seria de 2,3%.
Bahia
13% da população do país
Produção de cacau
Uma alternativa para o uso dos recursos de terra e mão-de-obra de que não se beneficiaram os demais estados nordestinos
Fumo
Antes para escambo, encontra mercado crescente na Europa
Na Bahia o desenvolvimento foi entorpecido pela ação profunda de fatores similares aos que atuaram no Nordeste. 
A população cresceu mais do que a do nordeste 1,5% a.a., demonstrando que a renda real evoluiu menos desfavoravelmente.
Região amazônica
3% da população do país
A participação da borracha no valor total das exportações elevou-se de 0,4% nos anos 1840 para 15% nos anos 1890
Grande parte dessa renda não revertesse à região e que parte substancial da que revertia se liquidasse em importações
A região nordestina parece ser a única cuja renda per capita diminuiu
A renda real do Brasil teria sido multiplicada em 5,4, taxa de crescimento anual de 3,5% e taxa de crescimento per capita de 1,5%.
Brasil x EUA
Renda nos EUA se multiplicou em 5,7, o cresc. da população foi maior, portanto a renda per capita menor.
Os EUA na segunda metade do século XIX mantiveram um ritmo de crescimento que vinha do último quartel do século anterior, o Brasil iniciou uma etapa de crescimento após três quartos de século de estagnação e provavelmente de retrocesso em sua renda per capita.
Não conseguindo o Brasil integrar-se nas correntes em expansão do comércio mundial durante essa etapa de rápida transformação das estruturas econômicas dos países mais avançados, criaram-se profundas dessemelhanças entre seu sistema econômico e os daqueles países.
Capítulo XXVI - O Fluxo de Renda na Economia de Trabalho Assalariado
Último quartel do século XIX: aumento da importância relativa do setor assalariado. => Portanto ela apresenta uma dinâmica distinta em relação a economia escravista.
Similaridades da economia cafeeira com a escravista:
Constituída por uma multiplicidade de unidades produtoras que se ligam intimamente às correntes do comércio exterior.
No entanto há diferenças profundas. 
Dividindo-se a renda gerada entre os assalariados e o proprietários, nota-se que o comportamento de ambos no que concerne à utilização são distintos:
Os assalariados transformam atotalidade ou quase totalidade de sua renda em gastos de consumo.
A classe proprietária, cujo nível de consumo é muito superior, retém parte de sua renda para aumentar seu capital, fonte dessa mesma renda.
Portanto, a renda monetária criada dentro da economia é muito maior do que a renda gerada pelo setor exportador.
Efeitos do aumento do impulso externo:
Empresários: reinvestir os lucros expandindo as plantações
Por haver mão de obra internamente, além dos imigrantes, isso pressiona o salário médio.
Havia estabilidade do salário real médio no setor cafeeiro, mas não no conjunto da economia.
A massa de salários pagos no setor exportador vem a ser, por conseguinte, o núcleo de uma economia de mercado interno.
Havia um crescimento ainda maior do salário monetário
Capítulo XXVII - A Tendência ao Desequilíbrio Externo
Novo sistema econômico, baseado no trabalho assalariado:
série de problemas
impossibilidade de adaptar-se às regras do padrão-ouro
Fundamentos: cada país deveria dispor de uma reserva metálica grande para cobrir os déficits de sua balança de pagamentos.
reserva metálica
Investimento improdutivo
contribuição de cada país para o financiamento a curto prazo das trocas internacionais em função de sua participação no comércio internacional e da amplitude das flutuações de sua balança de pagamentos
Uma economia colonial, como a brasileira, dependia muito mais do comércio externo do que outra que não dependesse tão fortemente do setor exportador.
O problema que se apresentava a economia brasileira era o seguinte: a que preço as regras do padrão ouro poderiam aplicar-se a um sistema especializado na exportação de produtos primário e com elevado coeficiente de importação?
A teoria monetária do século XIX
Tinha o princípio de que se todos os países seguissem as regras do padrão-ouro
O ouro disponível tenderia a distribuir-se em função das necessidades do comércio interno de cada país e das do comércio internacional.
Se um país importava mais do que exportava - criando-se um desequilíbrio em sua balança de pagamentos -, esse país se veria obrigado a exportar ouro, reduzindo-se consequentemente o seu meio circulante.
acarretar uma baixa de preços estímulo às exportações desestímulo às importações correção do desequilíbrio
Em uma economia com um baixo coeficiente de importações um desequilíbrio externo pode ser financiado com emissão de numerário sem provocar grande redução no grau de liquidez do sistema.
economia de elevado coeficiente de importações
um brusco desequilíbrio na balança de pagamentos exigiria uma redução de grandes proporções no meio circulante, provocando verdadeira traumatização do sistema.
Brasil: país exportador de produtos primários
elevada participação relativa no comércio internacional
Sua economia estava sujeita a oscilações muito mais agudas
o coeficiente de importações era particularmente elevado
os desequilíbrios na balança de pagamentos eram relativamente muito mais amplos, pois refletiam as bruscas quedas de preços das matérias-primas no mercado mundial
o imposto das importações era a principal fonte de renda do governo central
Quando a demanda monetária tende a crescer mais do que as exportações que começa a surgir a possibilidade de desequilíbrios: esse desajustamento esta intimamente ligado a uma economia de trabalho assalariado.
Ao crescer a renda criada pelas exportações, cresce a massa total de pagamentos a fatores, realizados dentro da economia:
tende a multiplicar-se, primeiramente em termos monetários e finalmente em termos reais
O aumento da renda se realiza em duas etapas:
Pelo crescimento das exportações
Pelo efeito multiplicador interno.
Parte desse aumento da renda terá de ser satisfeito com importações
No momento em que deflagrava uma crise nos centros industriais, os preços dos produtos primários caíram bruscamente, reduzindo-se de imediato a entrada de divisas no país de economia dependente.
Durante um período de tempo a demanda por produtos importados continuava crescendo enquanto a oferta de divisas já tivera caído drasticamente.
Crise no país industrializado:
a crise vem acompanhada, para o país industrializado, de contração das importações, baixa de preços dos artigos importados e entrada de capitais.
como grande parte dos capitais exportados do século XIX eram empréstimos públicos, ou inversões no setor privado com garantia de juros, o serviço dos capitais constituía uma partida relativamente rígida na conta corrente da balança de pagamentos e contribuía para reforçar a posição internacional dos países exportadores de capital nas etapas de depressão.
Crise nas economias dependentes:
As economias dependentes estiveram sempre condenadas a desequilíbrios de balança de pagamentos e à inflação monetária.
Nas economias dependentes a crise se apresenta de forma totalmente distinta
queda no valor/quantidade das exportações
leva um tempo para que a queda nas exportações leve a uma queda nas importações o que agrava a Balança Comercial.
a queda dos preços das mercadorias importadas (produtos manufaturados) se faz mais lentamente e com menor intensidade que a dos produtos primários exportados, isto é, tem início uma piora na relação de preços de intercâmbio
Há uma rigidez dos serviços de capitais
é fácil prever as imensas reservas metálicas que exigiria o pleno funcionamento do padrão-ouro numa economia como a do apogeu do café no Brasil
A medida que a economia escravista-exportadora era substituída por um novo sistema, com base no trabalho assalariado, tornava-se mais difícil o funcionamento do padrão-ouro.
As doutrinas monetárias europeias aplicadas no Brasil não tinham fundamento na observação da realidade brasileira.
Capítulo XXVIII - A Defesa do Nível de Emprego e a Concentração da Renda
reserva de mão-de-obra dentro do país (reforçada pelo forte fluxo imigratório)
permitiu que a economia cafeeira se expandisse durante um longo período sem que os salários reais apresentassem tendência para a alta.
Elevava o salário médio por causa do aumento de produtividade: Deslocamento do setor de subsistência para o centro dinâmico.
Não havia pressão interna para o aumento de salários
Ao empresário não interessava substituir essa mão-de-obra por capital (aumentar a quantidade de capital por unidade de mão-de-obra)
quanto maior fosse a quantidade produzida por unidade de capital imobilizado (produção extensiva), mais vantajosa seria a situação do empresário
o empresário estava sempre interessado em aplicar seu capital novo na expansão das plantações, não se formando nenhum incentivo à melhora dos métodos dê cultivo.
Isso era possível graças a grande oferta de terras
Sempre que essa terra dava sinais de esgotamento, se justificava, do ponto de vista do empresário abandoná-la, transferindo-se o capital para solos novos de mais elevado rendimento.
As condições econômicas em que se desenvolvia a cultura do café não criavam, portanto, nenhum estímulo ao empresário para aumentar a produtividade física, seja da terra, seja da mão-de-obra por ele utilizadas.
As melhoras de produtividade obtidas na própria economia exportadora o empresário podia retê-las
Puramente econômica e refletiam modificações nos preços do café
se manifestavam por meio do ciclo econômico
As flutuações dos preços de exportação se traduziriam em contrações e expansões da margem de lucro do empresário 
Contração cíclica desequilíbrio na balança de pagamentos (desequilíbrio externo) correção: reajustamentos na taxa cambial
Crise: ocorria de fora para dentro
Mecanismo de ajuste do padrão-ouro: excesso de demanda por ouro => Déficit no BP => perda de ouro pelo país, redução da oferta de moeda internamente => queda dos preços internos => aumento das exportações e redução nas importações, o que eliminava o excesso de demanda por divisas.
Ocorreria uma brusca contração nos lucros do setor exportador tenderia a reduzir a procura de bens importados (encareciam)
O desequilíbrio externo era corrigido pela desvalorização cambial quetinha natureza totalmente distinta:
Ocorria uma brusca desvalorização da moeda => encareciam os produtos importados => quedada demanda interna => correção do desequilíbrio
No entanto, a redução do valor externo da moeda significava um prêmio aos exportadores.
O processo de correção do desequilíbrio externo significava, em última instância, uma transferência de renda daqueles que pagavam as importações para aqueles que vendiam as exportações
Como as importações eram pagas pela coletividade, os exportadores estavam socializando as perdas que os mecanismos econômicos tendiam a concentrar em seus lucros.
Parte dessa perda se fazia dentro da classe dos exportadores, por também serem consumidores, mas a coletividade exerceria um peso maior.
Produtos de importação: alta elasticidade-renda dado não ser essenciais (tecidos/alimentos)
Em suma: os aumentos de produtividade econômica eram retidos pelos empresários
Tendência a concentração de renda na época de prosperidade.
Os lucros cresciam mais do que os salários
Na depressão, os exportadores socializavam seus prejuízos com a população
O comportamento da economia e da economia industrializado em período de crises são completamente distintos. Naquela, os menos produtivos são inviabilizados de operar. Na economia dependente, a crise vem como um cataclismo de fora para dentro. Na economia dependente, os empresários e a coletividade defendia de qualquer maneira a exportação para manter o nível de emprego durante a depressão.
Capítulo XXIX - A Descentralização Republicana e a Formação de Novos Grupos de Pressão	
As transferências de renda assumiam várias formas, com a depreciação cambial:
havia transferências entre o setor de subsistência e o exportador, em benefício deste último, pois os preços dos produtos importados pelo setor de subsistência cresciam mais rapidamente do que o preço de venda dos artigos de subsistência aos exportadores.
havia importantes transferências dentro do próprio setor exportador
O consumo dos assalariados rurais também era de artigos importados / mas ganhavam parte do ordenado na forma de alimento.
Os mais prejudicados eram os assalariados urbanos
O efeito regressivo na distribuição da renda provocado pela depreciação cambial
O imposto às importações, base da receita do governo central, era cobrado a uma taxa fixa de câmbio
Ao depreciar-se a moeda, reduzia-se a importância do imposto ad valorem
A redução real do gravame era maior para os produtos que pagavam maior imposto (artigos para a classe de alta renda)
A redução relativa das receitas públicas obrigava o governo a emitir papel-moeda para financiar o déficit
criava uma pressão inflacionária
A redução do valor em outro da receita governamental era tanto mais grave quanto o governo tinha importantes compromissos a saldar em outro. Ao depreciar-se o câmbio o governo era obrigado a dedicar uma parte muito maior de sua receita em moeda nacional ao serviço da dívida externa => emitia moeda
Para "defender o câmbio" o governo contraía sucessivos e onerosos empréstimos externos
Havia intima conexão entre empréstimos externos => déficits orçamentários => emissões de papel moeda => desequilíbrios da conta corrente do BP, através de flutuações no câmbio.
A queda da carga fiscal era maior proporcionalmente ao setor exportador e as zonas urbanas sofriam mais, relativamente, com a inflação.
Na busca de conversibilidade, para se adequar ao padrão ouro, mantinha-se a economia com escassez de meios de pagamento. 
O sistema monetário de que dispunha o país demonstrava ser totalmente inadequado para uma economia baseada no trabalho assalariado
Apenas em 1888, aprova-se no parlamento mecanismos de automatismos monetários, o qual o governo imperial seria relutante em aprovar.
No fim do século XIX, as divergências entre as regiões do país começam a se aprofundar por cauda do trabalho assalariado.
Apenas com a proclamação da república em 1889, o governo passa a dar atenção a essas divergências.
No início da nova república, passa-se de uma situação de forte escassez de moeda para uma facilidade de créditos.
Isso leva a uma forte desvalorização cambial.
O setor industrial passa a se sentir prejudicado pela depreciação cambial.
Se, por um lado, a descentralização republicana deu maior flexibilidade político-administrativa ao governo no campo econômico, em benefício dos grandes interesses agrícola-exportadores, por outro lado a ascensão política de novos grupos sociais facilitada pelo regime republicano, cujas rendas não derivavam da propriedade, veio reduzir substancialmente o controle que antes exerciam aqueles grupos agrícolas – exportadores sobre o governo central.
Capítulo XXX – A crise da economia cafeeira
Década de 1890: situação à expansão da cultura do café no Brasil
Oferta não-brasileira em uma etapa de dificuldades
a produção asiática grandemente prejudicada por enfermidades
destruíram os cafezais da ilha de Ceilão
Com a descentralização republicana o problema da imigração passou às mãos dos estados
O efeito estimulante da grande inflação de crédito desse período beneficiou duplamente a classe de cafeicultores
proporcionou o crédito necessário para financiar a abertura de novas terras
elevou os preços do produto em moeda nacional com a depreciação cambial
A elasticidade da oferta de mão-de-obra e a abundância de terras, nessa época já havia 16 milhões de brasilieros.
constituíam clara indicação de que os preços desse artigo tenderiam a baixar a longo prazo
condições excepcionais que oferecia o Brasil para a cultura do café
era inevitável que a oferta de café tendesse a crescer, não em função do crescimento da procura, mas sim da disponibilidade de mão-de-obra e terras sub-ocupadas, e da vantagem relativa que apresentasse esse artigo de exportação.
oportunidade de controlar três quartas partes da oferta mundial desse produto
A partir da crise de 1893, que foi particularmente prolongada nos EUA, começaram a declinar os preços no mercado mundial.
A qual foi controlada pela desvalorização cambial;
Em 1897, ocorreram novas depressões
a situação de extrema pressão sobre a massa de consumidores urbanos tornou impraticável insistir em novas depreciações.
essa excessiva pressão levou a uma crescente intranqüilidade social e finalmente à adoção de uma política tendente à recuperação da taxa de câmbio
É nessa etapa em que se fazia impraticável apelar para o mecanismo cambial, a fim de defender a rentabilidade do setor cafeeiro, configura-se o problema da superprodução
Os estoques de café pesam sobre os preços
perda permanente de renda para os produtores e para o país
Ideia de retirar do mercado parte desses estoques
convênio de Taubaté: política de "valorização" do produto.
a) com o fim de restabelecer o equilíbrio entre oferta e procura de café, o governo interviria no mercado para comprar os excedentes;
b) o financiamento dessas compras se faria com empréstimos estrangeiros;
c) o serviço desses empréstimos seria coberto com um novo imposto cobrado em ouro sobre cada saca de café exportada;
d) a fim de solucionar o problema a mais longo prazo, os governos dos estados produtores deveriam desencorajar a expansão das plantações.
O primeiro esquema de valorização foi liderado por São Paulo e não teve participação do governo federal – tomando empréstimos diretamente no mercado internacional.
Mais tarde o governo federal apoiou a política
Como foi bem sucedido, os cafeicultores consolidaram o se poder por mais um quarto de século, até 1930.
Os lucros forçavam o empresário a continuar investindo na própria cultura, pressionando cada vez mais sobre a oferta. => circulo vicioso, uma vez que a oferta era retida de forma artificial.
a defesa dos preços proporcionava à cultura do café uma situação privilegiada entre os produtos primários que entravam no comércio internacional a qual não permitia uma diversificação da oferta.
A crise mundial em 1929 o encontrou, entretanto, em situação extremamente vulnerável.
A produção de café cresceu

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