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3 Lista de Ilustrações Figura 1 – Tabelas das classes de resistência do concreto; ....................................... 6 Figura 2 - E-Tower, prédio da cidade de São Paulo construído com CAD; ................. 8 Figura 3 - Desempenho do CAD nos arranha-céus dos EUA. .................................... 9 Lista de Tabelas Tabela 1 - Classes diferentes de Concreto de Alto Desempenho. ............................ 13 Tabela 2 - Resistência à compressão do concreto de alto desempenho em função da relação água/cimento. ............................................................................................... 14 4 Sumário 1. Introdução .............................................................................................. 5 2. Definição do Concreto de Alto Desempenho (CAD) ........................... 6 3. Histórico ................................................................................................. 7 4. Materiais Componentes ........................................................................ 9 4.1. Água .................................................................................................. 9 4.2. Cimento Portland ............................................................................ 10 4.3. Superplastificantes .......................................................................... 10 4.4. Sílica Ativa ...................................................................................... 11 4.5. Escória de Alto-forno ....................................................................... 11 4.6. Cinza Volante .................................................................................. 11 4.7. Considerações de alguns componentes ......................................... 11 4.8. Agregados ....................................................................................... 12 5. Propriedades do Concreto de Alto Desempenho (CAD) .................. 13 5.1. Estado Fresco ................................................................................. 13 5.2. Estado endurecido .......................................................................... 13 5.2.1. Resistência a compressão ........................................................ 13 5.2.2. Fatores que alteram a resistência a compressão ...................... 14 5.3. Módulo de deformação ................................................................... 15 5.4. Durabilidade .................................................................................... 15 6. Processamento do Concreto de Alto Desempenho (CAD) .............. 16 7. Reciclagem e Sustentabilidade .......................................................... 17 8. Benefícios e Vantagens ...................................................................... 17 9. Custo entre o concreto comum em relação ao concreto de alto desempenho (CAD) ................................................................................................. 19 10. Conclusão ......................................................................................... 20 11. Referências Bibliográficas .............................................................. 21 5 1. Introdução As tecnologias no ramo da construção civil atualmente vêm crescendo rapidamente juntamente com as novas descobertas através das mais diversas pesquisas, visando melhorar a qualidade de nossos produtos, equipamentos, materiais empregados na execução de uma obra, seja ela no início, até o ultimo acabamento. Em virtude disto, para acompanhar a evolução tecnológica do nosso principal material empregado em uma obra, o Concreto Armado, busca-se uma pesquisa do atual Concreto de Alto Desempenho (CAD), onde o foco principal é a apresentação da evolução ao longo dos anos, os principais materiais empregados, resistências mecânicas, vantagens e desvantagens da utilização desse concreto que vem cada dia mais sendo empregado em nosso meio, com a finalidade de aumentar os espações livres, reduzir quantidade de materiais entre outros fatores que a seguir serão apresentados e especificados. 6 2. Definição do Concreto de Alto Desempenho (CAD) Para definir o concreto de alto desempenho (CAD) ou high performance concrete, conhecido internacionalmente como HPC, deve ser feita uma definição de concreto de alta resistência, pois o CAD não é apenas um concreto com uma resistência mecânica elevada. Definem-se os concretos de alta resistência àqueles que apresentam médias de resistência a compressão uniaxial acima das usuais em um local ou época. (DAL MOLIN et alli,1997) Conforme a NBR 8953/1992, os concretos são classificados em dois grupos por classe de resistência, conforme a tabela abaixo: Figura 1 – Tabelas das classes de resistência do concreto; Fonte: NBR 8953 /1992. Diniz, destaca que costuma distinguir a diferença de concreto de alto desempenho e concreto de alta resistência, sendo alto desempenho relacionado principalmente a durabilidade do concreto e que alguns concretos atingem um bom desempenho a partir de uma resistência de compressão aos 28 dias a 35 MPa e os concretos de alta resistência são considerados acima de 55 MPa de resistência a compressão. Atualmente aplica-se o conceito ampliado de concreto de alto desempenho (CAD), além do aumento da resistência mecânica contempla também a maior durabilidade. 7 A redução na quantidade de água, isto é, a redução da relação água/cimento (A/C), aumenta a resistência do concreto, mas reduz a trabalhabilidade do concreto fresco. Por isso os concretos de alto desempenho são produzidos com aditivos que permitem reduzir a quantidade de água mantendo e até melhorando a trabalhabilidade. A adição de sílica ativa e outros fillers preenchem vazios da zona de transição do aglomerante/agregado, proporcionando uma estrutura mais compacta. Assim, pode-se dizer que o CAD é sinônimo de concreto de sílica ativa, pois esta, como regra geral, é a única forma de obter-se qualidades requeridas dentro do enfoque custo-benefício. (AMARAL FILHO, 1998) 3. Histórico O concreto de alto desempenho, inicialmente, surgiu em meados dos anos 60, na cidade de Chicago nos Estados Unidos (EUA). Desde aquela época, até alguns anos atrás, o CAD era chamado de concreto de alta resistência, pois sua produção só visava aumentar a resistência à compreensão. No entanto, essa denominação deixou de ser usada, pois o CAD além de aumentar a resistência do concreto, contribui com outras propriedades que são agregadas a ele, tais como a durabilidade, baixa porosidade, entre outros. Na cidade de Chicago, um grupo de projetistas e produtores de concreto propôs lançar o concreto de alta resistência. Naquela época o concreto comumente usado pela indústria da construção tinha uma resistência à compressão de apenas 15 MPa a 30 MPa. Nesse período os produtores de concreto contavam apenas com aditivos redutores de água baseados em lignossulfonatos (que variavam em composição e pureza) e de adições tipo cinza volante, os quais eram utilizados na dosagem do CAD. Apesar desses inconvenientes de não dispor de materiais inovadores para a dosagem do CAD, esses tinham ganhos de resistência que variavam de 10 MPa a 15 MPa (AÏTCIN, 2000). Nos últimos 20 anos, estudos intensivos sobre CAD têm sido realizados em diversos países, com o intuito de fornecer aos engenheiros as informações necessárias sobresuas propriedades, bem como dar subsídios para adaptação das 8 normas de concreto às características diferenciadas desse novo material (MENDES, 2002). Aos poucos o CAD vem se tornando uma linha de pesquisa vasta na área de materiais, atualmente a bibliografia sobre o tema é bastante ampla. Vários congressos, seminários, encontros têm sido promovidos em vários países para divulgação e discussão de trabalhos de diversos pesquisadores sobre o CAD. No Brasil um dos principais prédios construídos com o CAD é o E-Tower, com fck de projeto de 80 MPa, sendo que alguns pilares obtiveram uma resistência de 125 MPa. Fica localizado na cidade de São Paulo. Figura 2 - E-Tower, prédio da cidade de São Paulo construído com CAD; Fonte: ABCP, 2011. Atrelado ao aumento da resistência, o CAD incorporou vantagens no seu uso, reduzindo os custos em termos de diminuição das peças concretadas e consequentemente o ganho de espaço nas edificações. Na mesma cidade de Chicago, a resistência à compressão do concreto usado em edifícios, cresceu progressivamente durante um período de 10 anos, passando de 15 MPa a 30 MPa para 45 MPa a 60 MPa (AÏTCIN, 2000). A Figura abaixo, mostra a altura de edifícios nos EUA construídos com CAD. 9 Figura 3 - Desempenho do CAD nos arranha-céus dos EUA. Fonte: Aïtcin (2000) 4. Materiais Componentes O controle na escolha dos materiais deve seguir rigorosamente o melhor método, ter um maior controle destes materiais, pois os cimentos e os agregados disponíveis apresentam grande variedade de composição e propriedades, e não existe uma sistemática clara que permita escolher facilmente os materiais constituintes, além da diversidade de aditivos químicos e adições minerais disponíveis no mercado. (Aïtcin, 2000). 4.1. Água A água potável é internacionalmente convencionada como adequada para a produção do concreto e o seu aspecto quantitativo é fator fundamental para a produção do CAD. 10 A dosagem da água depende de diversos fatores, como, a natureza e a dosagem do cimento, características quanto à forma, tamanho densidade e absorção dos agregados além de temperatura e a trabalhabilidade do concreto. 4.2. Cimento Portland Para atingir um concreto com resistência a compressão de 50 a 75 MPa pode se usar a maioria dos cimentos disponíveis atualmente, porém o desempenho do cimento em termos de reologia, ou seja, das propriedades físicas que influenciam o transporte de quantidade de movimento do fluido, e de resistência torna-se um fator crítico a medida que a resistência a compressão almejada aumenta. Alguns tipos de cimentos não podem ser usados para fazer um concreto de alto desempenho com resistência entre 75 e 100 MPa. Poucos tipos de cimentos podem ser usados quando se deseja atingir resistências superiores a 100 MPa. Os fatores mais importantes relacionados a esse material são: a natureza, a uniformidade e a dosagem. Alguns têm bom desempenho quanto á resistência final, mas é muito difícil manter a trabalhabilidade desses concretos por tempo suficiente para lançá-los na obra de forma econômica, com alto grau de uniformidade e confiabilidade. Para outros a perda de abatimento nas duas primeiras horas é mínima, ou pode ser facilmente resolvida com o uso de superplastificantes na obra. A pequena quantidade de referências bibliográficas relativas à qualidade do cimento empregado na fabricação do CAD indica que este material tem sido fabricado com os cimentos comuns, cujas especificações são abrangidas pela normatização corrente. 4.3. Superplastificantes Os superplastificantes são aditivos que têm fundamental importância para fazer a dispersão das partículas de cimento na mistura, no controle de um traço com relação água/aglomerante muito baixa e para reduzir a quantidade de água na mistura. 11 4.4. Sílica Ativa A Sílica Ativa é um subproduto da fabricação do silício metálico, das ligas de ferro-silício e de outras ligas de silício. Os efeitos benéficos da sílica ativa na microestrutura nas propriedades mecânicas do concreto são devidos à rápida reação pozolânica, mas também ao efeito físico das partículas da sílica ativa, o qual é conhecido como “efeito fíller” (Sellevold,1987; Rosembergg and Gaids, 1989; Khayat, 1996 apud Aitcin,1998). As finas partículas de sílica preenchem os vazios entre as partículas maiores de cimento e também reduzem a exsudação. O efeito fíller é responsável pelo aumento da fluidez dos concretos com relação água aglomerante muito baixa. 4.5. Escória de Alto-forno Como próprio nome diz a escória de alto-forno é o subproduto da manufatura do ferro-gusa num alto-forno. Se resfriada rapidamente quando sai do alto-forno, ela se solidifica numa forma vítrea e pode então desenvolver propriedades cimentícias quando devidamente moída. 4.6. Cinza Volante São partículas pequenas coletadas pelo sistema antipó das usinas de energia que queimam carvão. Algumas são autocimentícias, a maioria possui propriedades pozolânicas enquanto que outras não. 4.7. Considerações de alguns componentes O uso de materiais cimentícios suplementares deve ser priorizado sempre que haja disponibilidade e preços competitivos, pois uma vez que substituem parte do cimento Portland na composição do concreto de alto desempenho, reduzem o seu custo, melhoram algumas características tecnológicas, além de resolver problemas ambientais. 12 O uso de dois materiais combinados como cinza volante e sílica ativa ou escória e sílica ativa, é benéfico, pois a reatividade da sílica ativa pode compensar a reatividade mais lenta da escória ou cinza volante. Há algumas limitações possíveis no uso de escórias de alto-forno e de cinza volante no concreto de alto desempenho. Elas não são tão reativas como o Cimento Portland. Sendo assim, a resistência à compressão do concreto de alto desempenho ao qual foram incorporados estes materiais, após 24 horas, é sempre mais baixa do que quando somente o cimento Portland é usado, ou apenas em combinação com a sílica ativa. Portanto isso deve ser considerado caso haja a necessidade de alta resistência inicial. 4.8. Agregados É necessário um controle mais rigoroso da qualidade do agregado com relação à granulometria e ao tamanho máximo, pois à medida que a resistência do concreto aumenta os agregados podem sofrer ruptura sob alta tensão. O uso de uma areia grossa leva a pequeno decréscimo na quantidade da água de mistura necessária para uma dada trabalhabilidade, o que é importante para a resistência e vantajoso economicamente. A seleção do agregado graúdo torna-se mais importante à medida que a resistência á compressão do concreto aumenta, as rochas duras como o calcário e a dolomita e as ígneas como granito, caibro e diábase tem sido usada com sucesso. A forma também interfere na reologia do concreto, partículas lamelares são fracas e podem ser quebradas com os dedos, produzindo misturas ásperas que exigem água adicional ou superplastificantes para atingir a trabalhabilidade desejada. O tamanho máximo do agregado tem efeitos consideráveis em relação à perda de resistência. As partículas menores dos agregados graúdos são geralmente mais resistentes do que as partículas grandes. Isso porque o processo de redução do tamanho frequentemente elimina os defeitos internos do agregado, tais como poros grandes, microfissuras e inclusões de minerais moles. Na ausência de qualquer ensaio de otimização é mais seguro usar o agregado graúdo de tamanho 13 máximo de 10 a12 mm, porém não significa que um agregado de 20 ou 25 mm não possa ser usado ou afete a trabalhabilidade e a resistência do concreto. 5. Propriedades do Concreto de Alto Desempenho (CAD) 5.1. Estado Fresco No CAD, é normal a produção de elevada trabalhabilidade, slump de 20 cm são comuns. Em relação ao adensamento, verificou-se que muitas vezes os CAD’s possuem maiores dificuldades de se adensarem do que os concretos convencionais. O teor cimentício é alto (cerca de 500 kg/m³), o calor de hidratação também será elevado. Mas, quando o calor de hidratação aumenta, a resistência é reduzida, por isso é necessário ter um cuidado especial quanto aos efeitos térmicos. 5.2. Estado endurecido 5.2.1. Resistência a compressão A resistência à compressão do CAD pode demorar mais a desenvolver-se do que nos concretos convencionais devido ao tempo de início da reação de hidratação do cimento, que é um pouco mais demorada devido ao uso de superplastificantes. Tabela 1 - Classes diferentes de Concreto de Alto Desempenho. Classe do Concreto Resistência à compressão (Mpa) Classe I 50 - 75 Mpa Classe II 75 - 100 Mpa Classe III 100 - 125 Mpa Classe IV 125 - 150 Mpa Classe V Maior que 150 MPa FONTE: Aïtcin, 2000. A principal característica do CAD é sua elevada resistência a compressão, além disto, outra característica é que o ganho de resistência após os 28 dias é normalmente pequena. 14 A determinação da resistência do CAD segue o mesmo padrão do concreto armado convencional, no qual são determinados através do ensaio de moldagem e ruptura, através de copos de prova cilíndricos 15x30 cm ou 10x20 cm, especificados conforme as normas: Moldagem segundo a NBR 5738/2003; Rompimento segundo a NBR 5739/1994. 5.2.2. Fatores que alteram a resistência a compressão Relação água/cimento Para o CAD, a consideração referente a relação água/cimento é a mesma que para os concretos armados convencionais, quanto menor a relação a/c, maior a resistência do concreto. Tabela 2 - Resistência à compressão do concreto de alto desempenho em função da relação água/cimento. Relação a/c Faixa de resistência à compressão máxima MPa 0,40 - 0,35 50 - 75 0,35 - 0,30 75 - 100 0,30 - 0,25 100 - 125 0,25 - 0,20 >125 FONTE: UEFS, 2010. Ar incorporado A quantidade de ar incorporada no concreto pode reduzir ou aumentar consideravelmente a resistência. O CAD tem cerca de 0,5% a 2,5% de ar aprisionado. Tipo de cimento Dependendo do tipo de cimento usado, pode haver alteração na resistência principalmente nos primeiros dias, pois alguns cimentos tem uma resistência inicial maior e outros menores. 15 Agregados A resistência, forma e o tamanho dos agregados devem ter um alto controle de uniformidade, pois no caso do CAD, isso interfere diretamente na sua resistência. Água de amassamento e aditivos Excesso de impurezas na agua podem provocar problemas na resistência, da mesma forma que o uso inadequado de aditivos. Condições de Cura Deve-se ter um cuidado especial no momento da cura do CAD, pois como o calor de hidratação é maior, em temperaturas mais altas, o efeito de retração é maior, então, o controle da temperatura ambiente no momento do lançamento deste concreto necessita ser definida com cuidado. 5.3. Módulo de deformação Constitui uma das propriedades mais importantes, devido à necessidade das deformações dos elementos estruturais existentes no projeto. Isso, somente é possível com uma avaliação da rigidez, indicada pelo módulo de deformação. O modulo de elasticidade/deformação varia conforme a resistência do concreto, ou seja, quanto maior a resistência do concreto, menos deformável ele será, e maior será seu módulo de elasticidade. 5.4. Durabilidade A durabilidade segue o mesmo princípio da resistência, ambos dependem muito da porosidade do concreto. É a capacidade do concreto de resistir a ações do intemperismo, como ataques físicos, químicos e qualquer ouro processo de deterioração durante sua vida útil. 16 Para se ter uma melhor durabilidade do concreto, é necessário reduzir a permeabilidade, e se torna mais resistente a ambientes agressivos. 6. Processamento do Concreto de Alto Desempenho (CAD) Até hoje, poucas estruturas com concreto de alto desempenho foram construídas, e cada estrutura envolve materiais específicos e especialmente selecionados, em virtude disto, ainda não foi desenvolvido um procedimento sistematizado de aplicação geral à dosagem. A produção do CAD exige condições de produção e execução rigorosos, condições estas que deveriam também ser utilizadas para concretos convencionais. Deve-se conhecer as características de aditivos e adições, para que não haja erro na produção do CAD. O excesso de impurezas na água, como sabemos, pode causar problemas na resistência do concreto, o uso inadequado de aditivos também pode ocorrer isto. O traço do CAD varia conforme as especificações, da resistência, do tipo de armadura, dimensão dos agregados, entre outros fatores. Quando as qualidades do cimento e do superplastificantes estão sob controle, os demais parâmetros que deve se ter cuidado são a granulometria e a forma do agregado graúdo, assim como a granulometria e umidade da areia. Para o concreto de alto desempenho, normalmente é necessário a resistência após os 28 dias, isso deve ser considerado na adoção do critério da resistência. Como nesse tipo de concreto é necessário um elevado módulo de deformação, é de extrema importância a utilização de um agregado com alto módulo de deformação, e a escolha de um material cimentício que resulte uma aderência boa entre as partículas de agregado graúdo e a matriz. Como o controle dos agregados e demais materiais componentes devem ter um controle rigoroso, é recomendado que o CAD seja produzido em centrais de concreto. Para uma boa dosagem do CAD é necessário manter uma consistente e baixa relação a/c juntamente com uma mistura eficaz. O controle rigoroso de todas as fontes de água na mistura é crítico. Estes incluem: Água adicionada a mistura; 17 Partículas de sílica em suspensão na água da mistura; Umidade dos agregados, pois interferem na relação a/c; Outras fontes de água (transporte). 7. Reciclagem e Sustentabilidade O concreto de alto desempenho (CAD) é utilizado por arquitetos e engenheiros que buscam avançar no conceito de sustentabilidade da construção civil, priorizar o aumento significativo da área útil das edificações, reduzindo o consumo de materiais como o aço, assim aumentado a durabilidade, reduzindo o consumo de energia e atingindo alto desempenho. A utilização de determinados rejeitos industriais, com propriedades pozolânicas, reduzem a quantidade de energia consumida na produção do concreto contribuindo para a preservação ambiental. 8. Benefícios e Vantagens Redução das seções de peças comprimidas, aumento da área útil de estacionamentos ou aumento de vãos; Redução do peso próprio da estrutura; Redução do volume de concreto; Redução da área de fôrmas; Redução das fundações e aumento da vida útil; Redução do consumo de aço; Melhores características mecânicas: compressão, desgaste e módulo de elasticidade; menor deformação; Baixa permeabilidade; Boa trabalhabilidade; Ausência de exsudação (e florescência de água durante o lançamento e adensamento do concreto); Ótima aderência sobre concreto pré-existente; Alta resistência à abrasão; Ausência de segregação; 18 Aumento da durabilidade das estruturas, devido a sua baixa porosidade e permeabilidade e maior resistência aos agentes agressivos do ambiente; Alta resistência à ação de agentes químicos, como cloretos e sulfatos; Maior rapidez na deforma, aumentando a velocidade de execução da obra. As vantagens econômicas são: Estruturas duráveis com baixo custo de manutenção; Elementos estruturais de menores dimensões; Economia nas fundações, em fôrmas de pilares e vigas e em armaduras; Redução do número e dimensão dos pilares; Maior resistência para a mesma dimensão de fundação, o que possibilita aumento do número de pavimentos; Prazos curtos de desforma; A resistência a flexão limita a acentuada esbeltez das estruturas horizontais (vigas), exceto em estruturas protendidas onde o uso do CAD é recomendado; Quando se compara o preço da peça pronta, o CAD pode ser mais econômico em pilares. Em lajes e vigas a economia fica dentro de certos limites; Pode ser econômico quando o peso próprio da peça é significativo frente à sobrecarga aplicada; A utilização de vigas e lajes deve passar por uma verificação econômica e técnica criteriosa, pois o aproveitamento total das características de resistência à compressão é limitado pela resistência à tração, tipo de solicitação de grande importância nesse tipo de estrutura. Outra vantagem destacada é em relação ao meio ambiente, pois sempre que o CAD é usado no lugar do concreto convencional, fica demonstrado que o poder aglomerante do cimento Portland é mais eficiente. O concreto usual tem um consumo de água mais elevado, resultando numa microestrutura fraca e porosa. O 19 concreto usual demanda muita energia para a produção, sendo que pode ser considerado um desperdício parcial, pois comparando os materiais necessários para suportar uma carga em uma determinada estrutura com concreto usual e com CAD, o concreto de alto desempenho usa menos cimentos e menos agregados. 9. Custo entre o concreto comum em relação ao concreto de alto desempenho (CAD) Quando comparado a um concreto convencional, o custo inicial do m³ do concreto de alto desempenho é mais elevado, cerca de 30 a 40%. O que não significa, porém, que a solução como um todo seja mais cara, pois quando é feita uma especificação adequada durante as fases de projeto, aumentar a resistência do concreto pode trazer ganhos técnicos e econômicos. Há uma diminuição na utilização de armaduras, item que tem peso considerável nos orçamentos. Exemplo: Em uma situação de um pilar com seção de 40 x 40 cm, uma mudança de fck de 25 para 35 pode gerar uma redução de armaduras de até 45% sem qualquer alteração de seção. A ideia consiste na introdução de grandes esforços na estrutura que visam compensar os esforços externos, ou seja, o concreto recebe tensões muito mais altas. Por esse motivo o aumento da resistência à compressão característica se mostra adequado em estruturas pretendidas, o que justifica a importância do concreto ter bom desempenho. Mesmo diante do custo inicial maior, concretos de resistência superiores a 40 MPa estão sendo aproveitados principalmente nos primeiros pavimentos e no subsolo de edificações altas. Objetivando evitar o aumento das seções garantindo uma melhor distribuição das cargas dos pilares nos andares mais exigidos, como garagem e áreas comuns, que demandam amplos vãos livres. 20 10. Conclusão O principal fator que interfere na resistência do concreto de alto desempenho (CAD) é a relação a/c, ou seja, se a relação a/c for mais baixa do que o normalmente utilizado, facilmente você chegará a um concreto com resistências mais elevadas. Além da baixa relação a/c, é utilizado compostos químicos em sua dosagem, superplastificantes, entre outros. Para se tornar viável o emprego do CAD na execução de algumas estruturas, deve ser seguido rigorosamente os padrões de qualidade para emprego dos agregados, cimento e os compostos químicos, além disso, deve ser elaborado um bom projeto estrutural dividindo bem os carregamentos e aproveitando grandes vãos e dimensionando seções que reduzam o volume e a taxa de aço, resultando em uma área útil maior da edificação, se for o caso. No decorrer dos anos, a obtenção de maiores resistências nos concretos tem sido objetivo intenso de pesquisas, inovações dos métodos e novas dosagens com diferentes compostos. Hoje, já temos tecnologias para chegar a concretos com resistência maiores que 150 MPa. 21 11. Referências Bibliográficas BRITEZ, C. Avaliação de pilares de concreto armado de alta resistência, submetidos a elevadas temperaturas. Exame de qualificação de dissertação (mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo: PCC/EPUSP, 2008. 75 p; AITCIN, Pierre-Claude. Concreto de Alto Desempenho. Trad. Geraldo G. Serra. São Paulo: Pini, 2000; MENDES, S. E. S. Estudo experimental de concreto de alto desempenho utilizando agregados graúdos disponíveis na região metropolitana de Curitiba. Curitiba, 2002. 146 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Curso de Pós-Graduação em Construção Civil. Universidade Federal do Paraná; DA SILVA, Alexandre Leandro. Concreto de Alto Desempenho – CAD, Estudo de Caso: Edifício e-Tower. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2003. Disponível em: http://engenharia.anhembi.br/tcc-03/civil- 08.pdf. SILVA, Renilton do Nascimento. Um Estudo Sobre o Concreto de Alto Desempenho. Trabalho de Conclusão de Curso, Departamento de Tecnologia da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, Bahia. 2010. Disponível em: http://civil.uefs.br/DOCUMENTOS/RENILTON%20DO%20NASCIMENTO%20SILVA. pdf. MIGUEL, Eduardo Rebello. Concreto de Alto Desempenho. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2003. Disponível em: http://engenharia.anhembi.br/tcc-03/civil-06.pdf. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRAS DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8953/1992 – Concreto para fins estruturais – Classificação por grupos de resistência, Rio de Janeiro, 1992; 22 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRAS DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738/2003 – Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova, Rio de Janeiro, 2003; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRAS DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739/1994 – Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos, Rio de Janeiro, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND - ABCP. Edifício e-Tower: mais uma vez à frente nas pesquisas de CAD no país. Disponível em: http://www.abcp.org.br/conteudo/imprensa/edificio-e-tower-mais-uma-vez-a-frente- nas-pesquisas-de-cad-no-pais#.VGpP0vnF8_x. BENTZ, P.; GARBOCZ, E. J. Percolation of phases in a three-dimensional cement paste micro structural model. Cement and Concrete Research, v.21, n.2/3, p.325, 1991.
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