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Trabalho de Concreto de Alto Desempenho CAD -

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3 
 
Lista de Ilustrações 
 
Figura 1 – Tabelas das classes de resistência do concreto; ....................................... 6 
Figura 2 - E-Tower, prédio da cidade de São Paulo construído com CAD; ................. 8 
Figura 3 - Desempenho do CAD nos arranha-céus dos EUA. .................................... 9 
 
 
Lista de Tabelas 
 
Tabela 1 - Classes diferentes de Concreto de Alto Desempenho. ............................ 13 
Tabela 2 - Resistência à compressão do concreto de alto desempenho em função da 
relação água/cimento. ............................................................................................... 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Sumário 
1. Introdução .............................................................................................. 5 
2. Definição do Concreto de Alto Desempenho (CAD) ........................... 6 
3. Histórico ................................................................................................. 7 
4. Materiais Componentes ........................................................................ 9 
4.1. Água .................................................................................................. 9 
4.2. Cimento Portland ............................................................................ 10 
4.3. Superplastificantes .......................................................................... 10 
4.4. Sílica Ativa ...................................................................................... 11 
4.5. Escória de Alto-forno ....................................................................... 11 
4.6. Cinza Volante .................................................................................. 11 
4.7. Considerações de alguns componentes ......................................... 11 
4.8. Agregados ....................................................................................... 12 
5. Propriedades do Concreto de Alto Desempenho (CAD) .................. 13 
5.1. Estado Fresco ................................................................................. 13 
5.2. Estado endurecido .......................................................................... 13 
5.2.1. Resistência a compressão ........................................................ 13 
5.2.2. Fatores que alteram a resistência a compressão ...................... 14 
5.3. Módulo de deformação ................................................................... 15 
5.4. Durabilidade .................................................................................... 15 
6. Processamento do Concreto de Alto Desempenho (CAD) .............. 16 
7. Reciclagem e Sustentabilidade .......................................................... 17 
8. Benefícios e Vantagens ...................................................................... 17 
9. Custo entre o concreto comum em relação ao concreto de alto 
desempenho (CAD) ................................................................................................. 19 
10. Conclusão ......................................................................................... 20 
11. Referências Bibliográficas .............................................................. 21 
 
 
 
 
 
5 
 
1. Introdução 
 
As tecnologias no ramo da construção civil atualmente vêm crescendo 
rapidamente juntamente com as novas descobertas através das mais diversas 
pesquisas, visando melhorar a qualidade de nossos produtos, equipamentos, 
materiais empregados na execução de uma obra, seja ela no início, até o ultimo 
acabamento. 
Em virtude disto, para acompanhar a evolução tecnológica do nosso 
principal material empregado em uma obra, o Concreto Armado, busca-se uma 
pesquisa do atual Concreto de Alto Desempenho (CAD), onde o foco principal é a 
apresentação da evolução ao longo dos anos, os principais materiais empregados, 
resistências mecânicas, vantagens e desvantagens da utilização desse concreto que 
vem cada dia mais sendo empregado em nosso meio, com a finalidade de aumentar 
os espações livres, reduzir quantidade de materiais entre outros fatores que a seguir 
serão apresentados e especificados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2. Definição do Concreto de Alto Desempenho (CAD) 
 
Para definir o concreto de alto desempenho (CAD) ou high performance 
concrete, conhecido internacionalmente como HPC, deve ser feita uma definição de 
concreto de alta resistência, pois o CAD não é apenas um concreto com uma 
resistência mecânica elevada. 
Definem-se os concretos de alta resistência àqueles que apresentam médias 
de resistência a compressão uniaxial acima das usuais em um local ou época. (DAL 
MOLIN et alli,1997) 
Conforme a NBR 8953/1992, os concretos são classificados em dois grupos 
por classe de resistência, conforme a tabela abaixo: 
 
Figura 1 – Tabelas das classes de resistência do concreto; 
 
Fonte: NBR 8953 /1992. 
 
Diniz, destaca que costuma distinguir a diferença de concreto de alto 
desempenho e concreto de alta resistência, sendo alto desempenho relacionado 
principalmente a durabilidade do concreto e que alguns concretos atingem um bom 
desempenho a partir de uma resistência de compressão aos 28 dias a 35 MPa e os 
concretos de alta resistência são considerados acima de 55 MPa de resistência a 
compressão. 
Atualmente aplica-se o conceito ampliado de concreto de alto desempenho 
(CAD), além do aumento da resistência mecânica contempla também a maior 
durabilidade. 
7 
 
A redução na quantidade de água, isto é, a redução da relação água/cimento 
(A/C), aumenta a resistência do concreto, mas reduz a trabalhabilidade do concreto 
fresco. Por isso os concretos de alto desempenho são produzidos com aditivos que 
permitem reduzir a quantidade de água mantendo e até melhorando a 
trabalhabilidade. 
A adição de sílica ativa e outros fillers preenchem vazios da zona de 
transição do aglomerante/agregado, proporcionando uma estrutura mais compacta. 
Assim, pode-se dizer que o CAD é sinônimo de concreto de sílica ativa, pois 
esta, como regra geral, é a única forma de obter-se qualidades requeridas dentro do 
enfoque custo-benefício. (AMARAL FILHO, 1998) 
 
3. Histórico 
 
O concreto de alto desempenho, inicialmente, surgiu em meados dos anos 
60, na cidade de Chicago nos Estados Unidos (EUA). Desde aquela época, até 
alguns anos atrás, o CAD era chamado de concreto de alta resistência, pois sua 
produção só visava aumentar a resistência à compreensão. No entanto, essa 
denominação deixou de ser usada, pois o CAD além de aumentar a resistência do 
concreto, contribui com outras propriedades que são agregadas a ele, tais como a 
durabilidade, baixa porosidade, entre outros. 
Na cidade de Chicago, um grupo de projetistas e produtores de concreto 
propôs lançar o concreto de alta resistência. Naquela época o concreto comumente 
usado pela indústria da construção tinha uma resistência à compressão de apenas 
15 MPa a 30 MPa. Nesse período os produtores de concreto contavam apenas com 
aditivos redutores de água baseados em lignossulfonatos (que variavam em 
composição e pureza) e de adições tipo cinza volante, os quais eram utilizados na 
dosagem do CAD. Apesar desses inconvenientes de não dispor de materiais 
inovadores para a dosagem do CAD, esses tinham ganhos de resistência que 
variavam de 10 MPa a 15 MPa (AÏTCIN, 2000). 
Nos últimos 20 anos, estudos intensivos sobre CAD têm sido realizados em 
diversos países, com o intuito de fornecer aos engenheiros as informações 
necessárias sobresuas propriedades, bem como dar subsídios para adaptação das 
8 
 
normas de concreto às características diferenciadas desse novo material (MENDES, 
2002). 
Aos poucos o CAD vem se tornando uma linha de pesquisa vasta na área de 
materiais, atualmente a bibliografia sobre o tema é bastante ampla. Vários 
congressos, seminários, encontros têm sido promovidos em vários países para 
divulgação e discussão de trabalhos de diversos pesquisadores sobre o CAD. 
No Brasil um dos principais prédios construídos com o CAD é o E-Tower, 
com fck de projeto de 80 MPa, sendo que alguns pilares obtiveram uma resistência 
de 125 MPa. Fica localizado na cidade de São Paulo. 
 
Figura 2 - E-Tower, prédio da cidade de São Paulo 
construído com CAD; 
 
Fonte: ABCP, 2011. 
 
Atrelado ao aumento da resistência, o CAD incorporou vantagens no seu 
uso, reduzindo os custos em termos de diminuição das peças concretadas e 
consequentemente o ganho de espaço nas edificações. Na mesma cidade de 
Chicago, a resistência à compressão do concreto usado em edifícios, cresceu 
progressivamente durante um período de 10 anos, passando de 15 MPa a 30 MPa 
para 45 MPa a 60 MPa (AÏTCIN, 2000). A Figura abaixo, mostra a altura de edifícios 
nos EUA construídos com CAD. 
 
 
9 
 
Figura 3 - Desempenho do CAD nos arranha-céus dos EUA. 
 
Fonte: Aïtcin (2000) 
 
 
4. Materiais Componentes 
 
O controle na escolha dos materiais deve seguir rigorosamente o melhor 
método, ter um maior controle destes materiais, pois os cimentos e os agregados 
disponíveis apresentam grande variedade de composição e propriedades, e não 
existe uma sistemática clara que permita escolher facilmente os materiais 
constituintes, além da diversidade de aditivos químicos e adições minerais 
disponíveis no mercado. (Aïtcin, 2000). 
 
4.1. Água 
 
A água potável é internacionalmente convencionada como adequada para a 
produção do concreto e o seu aspecto quantitativo é fator fundamental para a 
produção do CAD. 
10 
 
A dosagem da água depende de diversos fatores, como, a natureza e a 
dosagem do cimento, características quanto à forma, tamanho densidade e 
absorção dos agregados além de temperatura e a trabalhabilidade do concreto. 
 
4.2. Cimento Portland 
 
Para atingir um concreto com resistência a compressão de 50 a 75 MPa 
pode se usar a maioria dos cimentos disponíveis atualmente, porém o desempenho 
do cimento em termos de reologia, ou seja, das propriedades físicas que influenciam 
o transporte de quantidade de movimento do fluido, e de resistência torna-se um 
fator crítico a medida que a resistência a compressão almejada aumenta. 
Alguns tipos de cimentos não podem ser usados para fazer um concreto de 
alto desempenho com resistência entre 75 e 100 MPa. Poucos tipos de cimentos 
podem ser usados quando se deseja atingir resistências superiores a 100 MPa. 
Os fatores mais importantes relacionados a esse material são: a natureza, a 
uniformidade e a dosagem. 
Alguns têm bom desempenho quanto á resistência final, mas é muito difícil 
manter a trabalhabilidade desses concretos por tempo suficiente para lançá-los na 
obra de forma econômica, com alto grau de uniformidade e confiabilidade. Para 
outros a perda de abatimento nas duas primeiras horas é mínima, ou pode ser 
facilmente resolvida com o uso de superplastificantes na obra. 
A pequena quantidade de referências bibliográficas relativas à qualidade do 
cimento empregado na fabricação do CAD indica que este material tem sido 
fabricado com os cimentos comuns, cujas especificações são abrangidas pela 
normatização corrente. 
 
4.3. Superplastificantes 
 
Os superplastificantes são aditivos que têm fundamental importância para 
fazer a dispersão das partículas de cimento na mistura, no controle de um traço com 
relação água/aglomerante muito baixa e para reduzir a quantidade de água na 
mistura. 
 
11 
 
4.4. Sílica Ativa 
 
A Sílica Ativa é um subproduto da fabricação do silício metálico, das ligas de 
ferro-silício e de outras ligas de silício. 
Os efeitos benéficos da sílica ativa na microestrutura nas propriedades 
mecânicas do concreto são devidos à rápida reação pozolânica, mas também ao 
efeito físico das partículas da sílica ativa, o qual é conhecido como “efeito fíller” 
(Sellevold,1987; Rosembergg and Gaids, 1989; Khayat, 1996 apud Aitcin,1998). 
As finas partículas de sílica preenchem os vazios entre as partículas maiores 
de cimento e também reduzem a exsudação. O efeito fíller é responsável pelo 
aumento da fluidez dos concretos com relação água aglomerante muito baixa. 
 
4.5. Escória de Alto-forno 
 
Como próprio nome diz a escória de alto-forno é o subproduto da 
manufatura do ferro-gusa num alto-forno. Se resfriada rapidamente quando sai do 
alto-forno, ela se solidifica numa forma vítrea e pode então desenvolver 
propriedades cimentícias quando devidamente moída. 
 
4.6. Cinza Volante 
 
São partículas pequenas coletadas pelo sistema antipó das usinas de 
energia que queimam carvão. Algumas são autocimentícias, a maioria possui 
propriedades pozolânicas enquanto que outras não. 
 
4.7. Considerações de alguns componentes 
 
O uso de materiais cimentícios suplementares deve ser priorizado sempre 
que haja disponibilidade e preços competitivos, pois uma vez que substituem parte 
do cimento Portland na composição do concreto de alto desempenho, reduzem o 
seu custo, melhoram algumas características tecnológicas, além de resolver 
problemas ambientais. 
12 
 
O uso de dois materiais combinados como cinza volante e sílica ativa ou 
escória e sílica ativa, é benéfico, pois a reatividade da sílica ativa pode compensar a 
reatividade mais lenta da escória ou cinza volante. 
Há algumas limitações possíveis no uso de escórias de alto-forno e de cinza 
volante no concreto de alto desempenho. Elas não são tão reativas como o Cimento 
Portland. Sendo assim, a resistência à compressão do concreto de alto desempenho 
ao qual foram incorporados estes materiais, após 24 horas, é sempre mais baixa do 
que quando somente o cimento Portland é usado, ou apenas em combinação com a 
sílica ativa. Portanto isso deve ser considerado caso haja a necessidade de alta 
resistência inicial. 
 
4.8. Agregados 
 
É necessário um controle mais rigoroso da qualidade do agregado com 
relação à granulometria e ao tamanho máximo, pois à medida que a resistência do 
concreto aumenta os agregados podem sofrer ruptura sob alta tensão. 
O uso de uma areia grossa leva a pequeno decréscimo na quantidade da 
água de mistura necessária para uma dada trabalhabilidade, o que é importante 
para a resistência e vantajoso economicamente. 
A seleção do agregado graúdo torna-se mais importante à medida que a 
resistência á compressão do concreto aumenta, as rochas duras como o calcário e a 
dolomita e as ígneas como granito, caibro e diábase tem sido usada com sucesso. 
A forma também interfere na reologia do concreto, partículas lamelares são 
fracas e podem ser quebradas com os dedos, produzindo misturas ásperas que 
exigem água adicional ou superplastificantes para atingir a trabalhabilidade 
desejada. 
O tamanho máximo do agregado tem efeitos consideráveis em relação à 
perda de resistência. As partículas menores dos agregados graúdos são geralmente 
mais resistentes do que as partículas grandes. Isso porque o processo de redução 
do tamanho frequentemente elimina os defeitos internos do agregado, tais como 
poros grandes, microfissuras e inclusões de minerais moles. Na ausência de 
qualquer ensaio de otimização é mais seguro usar o agregado graúdo de tamanho 
13 
 
máximo de 10 a12 mm, porém não significa que um agregado de 20 ou 25 mm não 
possa ser usado ou afete a trabalhabilidade e a resistência do concreto. 
 
5. Propriedades do Concreto de Alto Desempenho (CAD) 
 
5.1. Estado Fresco 
 
No CAD, é normal a produção de elevada trabalhabilidade, slump de 20 cm 
são comuns. Em relação ao adensamento, verificou-se que muitas vezes os CAD’s 
possuem maiores dificuldades de se adensarem do que os concretos convencionais. 
O teor cimentício é alto (cerca de 500 kg/m³), o calor de hidratação também 
será elevado. Mas, quando o calor de hidratação aumenta, a resistência é reduzida, 
por isso é necessário ter um cuidado especial quanto aos efeitos térmicos. 
 
5.2. Estado endurecido 
 
5.2.1. Resistência a compressão 
 
A resistência à compressão do CAD pode demorar mais a desenvolver-se do 
que nos concretos convencionais devido ao tempo de início da reação de hidratação 
do cimento, que é um pouco mais demorada devido ao uso de superplastificantes. 
 
Tabela 1 - Classes diferentes de Concreto de Alto Desempenho. 
Classe do Concreto Resistência à compressão (Mpa) 
Classe I 50 - 75 Mpa 
Classe II 75 - 100 Mpa 
Classe III 100 - 125 Mpa 
Classe IV 125 - 150 Mpa 
Classe V Maior que 150 MPa 
FONTE: Aïtcin, 2000. 
 
A principal característica do CAD é sua elevada resistência a compressão, 
além disto, outra característica é que o ganho de resistência após os 28 dias é 
normalmente pequena. 
14 
 
A determinação da resistência do CAD segue o mesmo padrão do concreto 
armado convencional, no qual são determinados através do ensaio de moldagem e 
ruptura, através de copos de prova cilíndricos 15x30 cm ou 10x20 cm, especificados 
conforme as normas: 
 Moldagem segundo a NBR 5738/2003; 
 Rompimento segundo a NBR 5739/1994. 
 
5.2.2. Fatores que alteram a resistência a compressão 
 
 Relação água/cimento 
 
Para o CAD, a consideração referente a relação água/cimento é a mesma 
que para os concretos armados convencionais, quanto menor a relação a/c, maior a 
resistência do concreto. 
 
Tabela 2 - Resistência à compressão do concreto de alto desempenho em função da relação 
água/cimento. 
Relação a/c 
Faixa de resistência à compressão 
máxima MPa 
0,40 - 0,35 50 - 75 
0,35 - 0,30 75 - 100 
0,30 - 0,25 100 - 125 
0,25 - 0,20 >125 
FONTE: UEFS, 2010. 
 
 Ar incorporado 
 
A quantidade de ar incorporada no concreto pode reduzir ou aumentar 
consideravelmente a resistência. O CAD tem cerca de 0,5% a 2,5% de ar 
aprisionado. 
 
 Tipo de cimento 
 
Dependendo do tipo de cimento usado, pode haver alteração na resistência 
principalmente nos primeiros dias, pois alguns cimentos tem uma resistência inicial 
maior e outros menores. 
15 
 
 Agregados 
 
A resistência, forma e o tamanho dos agregados devem ter um alto controle 
de uniformidade, pois no caso do CAD, isso interfere diretamente na sua resistência. 
 
 Água de amassamento e aditivos 
 
Excesso de impurezas na agua podem provocar problemas na resistência, 
da mesma forma que o uso inadequado de aditivos. 
 
 Condições de Cura 
 
Deve-se ter um cuidado especial no momento da cura do CAD, pois como o 
calor de hidratação é maior, em temperaturas mais altas, o efeito de retração é 
maior, então, o controle da temperatura ambiente no momento do lançamento deste 
concreto necessita ser definida com cuidado. 
 
5.3. Módulo de deformação 
 
Constitui uma das propriedades mais importantes, devido à necessidade das 
deformações dos elementos estruturais existentes no projeto. Isso, somente é 
possível com uma avaliação da rigidez, indicada pelo módulo de deformação. 
O modulo de elasticidade/deformação varia conforme a resistência do 
concreto, ou seja, quanto maior a resistência do concreto, menos deformável ele 
será, e maior será seu módulo de elasticidade. 
 
5.4. Durabilidade 
 
A durabilidade segue o mesmo princípio da resistência, ambos dependem 
muito da porosidade do concreto. É a capacidade do concreto de resistir a ações do 
intemperismo, como ataques físicos, químicos e qualquer ouro processo de 
deterioração durante sua vida útil. 
16 
 
Para se ter uma melhor durabilidade do concreto, é necessário reduzir a 
permeabilidade, e se torna mais resistente a ambientes agressivos. 
 
6. Processamento do Concreto de Alto Desempenho (CAD) 
 
Até hoje, poucas estruturas com concreto de alto desempenho foram 
construídas, e cada estrutura envolve materiais específicos e especialmente 
selecionados, em virtude disto, ainda não foi desenvolvido um procedimento 
sistematizado de aplicação geral à dosagem. 
A produção do CAD exige condições de produção e execução rigorosos, 
condições estas que deveriam também ser utilizadas para concretos convencionais. 
Deve-se conhecer as características de aditivos e adições, para que não haja erro 
na produção do CAD. O excesso de impurezas na água, como sabemos, pode 
causar problemas na resistência do concreto, o uso inadequado de aditivos também 
pode ocorrer isto. 
O traço do CAD varia conforme as especificações, da resistência, do tipo de 
armadura, dimensão dos agregados, entre outros fatores. 
Quando as qualidades do cimento e do superplastificantes estão sob 
controle, os demais parâmetros que deve se ter cuidado são a granulometria e a 
forma do agregado graúdo, assim como a granulometria e umidade da areia. 
Para o concreto de alto desempenho, normalmente é necessário a 
resistência após os 28 dias, isso deve ser considerado na adoção do critério da 
resistência. Como nesse tipo de concreto é necessário um elevado módulo de 
deformação, é de extrema importância a utilização de um agregado com alto módulo 
de deformação, e a escolha de um material cimentício que resulte uma aderência 
boa entre as partículas de agregado graúdo e a matriz. 
Como o controle dos agregados e demais materiais componentes devem ter 
um controle rigoroso, é recomendado que o CAD seja produzido em centrais de 
concreto. 
Para uma boa dosagem do CAD é necessário manter uma consistente e 
baixa relação a/c juntamente com uma mistura eficaz. O controle rigoroso de todas 
as fontes de água na mistura é crítico. Estes incluem: 
 Água adicionada a mistura; 
17 
 
 Partículas de sílica em suspensão na água da mistura; 
 Umidade dos agregados, pois interferem na relação a/c; 
 Outras fontes de água (transporte). 
 
7. Reciclagem e Sustentabilidade 
 
 O concreto de alto desempenho (CAD) é utilizado por arquitetos e 
engenheiros que buscam avançar no conceito de sustentabilidade da construção 
civil, priorizar o aumento significativo da área útil das edificações, reduzindo o 
consumo de materiais como o aço, assim aumentado a durabilidade, reduzindo o 
consumo de energia e atingindo alto desempenho. 
A utilização de determinados rejeitos industriais, com propriedades 
pozolânicas, reduzem a quantidade de energia consumida na produção do concreto 
contribuindo para a preservação ambiental. 
 
8. Benefícios e Vantagens 
 
 Redução das seções de peças comprimidas, aumento da área útil de 
estacionamentos ou aumento de vãos; 
 Redução do peso próprio da estrutura; 
 Redução do volume de concreto; 
 Redução da área de fôrmas; 
 Redução das fundações e aumento da vida útil; 
 Redução do consumo de aço; 
 Melhores características mecânicas: compressão, desgaste e módulo 
de elasticidade; menor deformação; 
 Baixa permeabilidade; 
 Boa trabalhabilidade; 
 Ausência de exsudação (e florescência de água durante o lançamento 
e adensamento do concreto); 
 Ótima aderência sobre concreto pré-existente; Alta resistência à abrasão; 
 Ausência de segregação; 
18 
 
 Aumento da durabilidade das estruturas, devido a sua baixa 
porosidade e permeabilidade e maior resistência aos agentes 
agressivos do ambiente; 
 Alta resistência à ação de agentes químicos, como cloretos e sulfatos; 
 Maior rapidez na deforma, aumentando a velocidade de execução da 
obra. 
 
As vantagens econômicas são: 
 Estruturas duráveis com baixo custo de manutenção; 
 Elementos estruturais de menores dimensões; 
 Economia nas fundações, em fôrmas de pilares e vigas e em 
armaduras; 
 Redução do número e dimensão dos pilares; 
 Maior resistência para a mesma dimensão de fundação, o que 
possibilita aumento do número de pavimentos; 
 Prazos curtos de desforma; 
 A resistência a flexão limita a acentuada esbeltez das estruturas 
horizontais (vigas), exceto em estruturas protendidas onde o uso do 
CAD é recomendado; 
 Quando se compara o preço da peça pronta, o CAD pode ser mais 
econômico em pilares. Em lajes e vigas a economia fica dentro de 
certos limites; 
 Pode ser econômico quando o peso próprio da peça é significativo 
frente à sobrecarga aplicada; 
 A utilização de vigas e lajes deve passar por uma verificação 
econômica e técnica criteriosa, pois o aproveitamento total das 
características de resistência à compressão é limitado pela resistência 
à tração, tipo de solicitação de grande importância nesse tipo de 
estrutura. 
Outra vantagem destacada é em relação ao meio ambiente, pois sempre 
que o CAD é usado no lugar do concreto convencional, fica demonstrado que o 
poder aglomerante do cimento Portland é mais eficiente. O concreto usual tem um 
consumo de água mais elevado, resultando numa microestrutura fraca e porosa. O 
19 
 
concreto usual demanda muita energia para a produção, sendo que pode ser 
considerado um desperdício parcial, pois comparando os materiais necessários para 
suportar uma carga em uma determinada estrutura com concreto usual e com CAD, 
o concreto de alto desempenho usa menos cimentos e menos agregados. 
 
9. Custo entre o concreto comum em relação ao concreto de alto 
desempenho (CAD) 
 
Quando comparado a um concreto convencional, o custo inicial do m³ do 
concreto de alto desempenho é mais elevado, cerca de 30 a 40%. O que não 
significa, porém, que a solução como um todo seja mais cara, pois quando é feita 
uma especificação adequada durante as fases de projeto, aumentar a resistência do 
concreto pode trazer ganhos técnicos e econômicos. 
Há uma diminuição na utilização de armaduras, item que tem peso 
considerável nos orçamentos. 
Exemplo: Em uma situação de um pilar com seção de 40 x 40 cm, uma 
mudança de fck de 25 para 35 pode gerar uma redução de armaduras de até 45% 
sem qualquer alteração de seção. 
A ideia consiste na introdução de grandes esforços na estrutura que visam 
compensar os esforços externos, ou seja, o concreto recebe tensões muito mais 
altas. Por esse motivo o aumento da resistência à compressão característica se 
mostra adequado em estruturas pretendidas, o que justifica a importância do 
concreto ter bom desempenho. 
Mesmo diante do custo inicial maior, concretos de resistência superiores a 
40 MPa estão sendo aproveitados principalmente nos primeiros pavimentos e no 
subsolo de edificações altas. Objetivando evitar o aumento das seções garantindo 
uma melhor distribuição das cargas dos pilares nos andares mais exigidos, como 
garagem e áreas comuns, que demandam amplos vãos livres. 
 
 
 
 
 
20 
 
10. Conclusão 
 
O principal fator que interfere na resistência do concreto de alto desempenho 
(CAD) é a relação a/c, ou seja, se a relação a/c for mais baixa do que o 
normalmente utilizado, facilmente você chegará a um concreto com resistências 
mais elevadas. Além da baixa relação a/c, é utilizado compostos químicos em sua 
dosagem, superplastificantes, entre outros. 
Para se tornar viável o emprego do CAD na execução de algumas 
estruturas, deve ser seguido rigorosamente os padrões de qualidade para emprego 
dos agregados, cimento e os compostos químicos, além disso, deve ser elaborado 
um bom projeto estrutural dividindo bem os carregamentos e aproveitando grandes 
vãos e dimensionando seções que reduzam o volume e a taxa de aço, resultando 
em uma área útil maior da edificação, se for o caso. 
No decorrer dos anos, a obtenção de maiores resistências nos concretos 
tem sido objetivo intenso de pesquisas, inovações dos métodos e novas dosagens 
com diferentes compostos. Hoje, já temos tecnologias para chegar a concretos com 
resistência maiores que 150 MPa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
11. Referências Bibliográficas 
 
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a elevadas temperaturas. Exame de qualificação de dissertação (mestrado) – Escola 
Politécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo: PCC/EPUSP, 2008. 75 p; 
 
AITCIN, Pierre-Claude. Concreto de Alto Desempenho. Trad. Geraldo G. Serra. São 
Paulo: Pini, 2000; 
 
MENDES, S. E. S. Estudo experimental de concreto de alto desempenho utilizando 
agregados graúdos disponíveis na região metropolitana de Curitiba. Curitiba, 2002. 
146 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Curso de Pós-Graduação em 
Construção Civil. Universidade Federal do Paraná; 
 
DA SILVA, Alexandre Leandro. Concreto de Alto Desempenho – CAD, Estudo de 
Caso: Edifício e-Tower. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Anhembi 
Morumbi, São Paulo, 2003. Disponível em: http://engenharia.anhembi.br/tcc-03/civil-
08.pdf. 
 
SILVA, Renilton do Nascimento. Um Estudo Sobre o Concreto de Alto Desempenho. 
Trabalho de Conclusão de Curso, Departamento de Tecnologia da Universidade 
Estadual de Feira de Santana – UEFS, Bahia. 2010. Disponível em: 
http://civil.uefs.br/DOCUMENTOS/RENILTON%20DO%20NASCIMENTO%20SILVA.
pdf. 
 
MIGUEL, Eduardo Rebello. Concreto de Alto Desempenho. Trabalho de Conclusão 
de Curso, Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2003. Disponível em: 
http://engenharia.anhembi.br/tcc-03/civil-06.pdf. 
 
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Concreto para fins estruturais – Classificação por grupos de resistência, Rio de 
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22 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRAS DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738/2003 –
Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova, Rio de Janeiro, 2003; 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRAS DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739/1994 – Ensaio 
de compressão de corpos de prova cilíndricos, Rio de Janeiro, 1994. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND - ABCP. Edifício e-Tower: 
mais uma vez à frente nas pesquisas de CAD no país. Disponível em: 
http://www.abcp.org.br/conteudo/imprensa/edificio-e-tower-mais-uma-vez-a-frente-
nas-pesquisas-de-cad-no-pais#.VGpP0vnF8_x. 
 
BENTZ, P.; GARBOCZ, E. J. Percolation of phases in a three-dimensional cement 
paste micro structural model. Cement and Concrete Research, v.21, n.2/3, p.325, 
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