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Trabalho OBRIGAÇÕES_27 setembro 2013_IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO

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FICHA PARA ANÁLISE DE CASO PRÁTICO
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
CURSO DE DIREITO
ACADÊMICA: ALINE LANGENDOLFF 
Análise de julgado de imputação do Pagamento
​Nº do processo: Processo 001/1.11.0209438-3 (inicial)
Espécie de Ação: Ação de anulação de negócio de compra e venda c/c indenização por danos morais. 	
Comarca/Instância de origem: 4ª Vara Cível do Foro Central : 2 / 1 (Foro Central), comarca da cidade de Porto Alegre – RS.
Qualificação dos autores: LEO VICENTE FREDERES FILHO, brasileiro, estado civil, inscrito no CPF nº..., residente domiciliado na rua ..., cidade de Porto Alegre - RS. PRISCILA MENEGHETTI EGER, brasileira, estado civil, inscrita no CPF nº..., residente e domiciliada na rua..., na cidade de Porto Alegre – RS.
Qualificação dos réus: NOBLESSE CONSULTORIA IMOBILIÁRIA LTDA, pessoa jurídica regida pelo registro nº..., com sede na rua..., na cidade de Porto Alegre – RS. PROJETO IMOBILIÁRIO RESIDENCIAL VIVER TERESÓPOLIS SPE 63 LTDA, pessoa jurídica regida pelo registro nº..., na cidade de Porto Alegre – RS. PROTESTO COBRANÇA E GESTÃO DE ATIVOS LTDA- ME, pessoa jurídica regida pelo registro nº..., na cidade de Porto Alegre – RS.
 
Dos Fatos e da Pretensão das partes: 
Os autores adquiriram em 13.12.2010, através de Instrumento Particular de Compromisso de Compra e Venda, a unidade nº 515, do empreendimento Veríssimo, localizado na Av. Arnaldo Bohrer, na cidade de Porto Alegre - RS. Pactuaram com os réus que pagariam R$ 9.000,00, sendo que deste valor, R$ 2.246,25 seria o sinal e a diferença considerada como corretagem pela realização do negócio, em favor da PROJETO IMOBILIÁRIO RESIDENCIAL VIVER TERESÓPOLIS SPE 63 LTDA. No dia 15.12.2010, realizaram o depósito de R$ 9.00,00 na conta corrente do terceiro réu PROTESTO COBRANÇA E GESTÃO DE ATIVOS LTDA- ME. Ocorre que, passados alguns dias, começaram as ligações da Central de Relacionamento cobrando o valor referente ao pacto realizado entre eles, pois este não havia sido identificado.
 A partir de então surgiram as informações imprecisas e as promessas de resolução dos problemas, referente a tal cobrança. Os autores juntaram como provas os e-mails enviados por busca de esclarecimentos das cobranças. Reuniões foram realizadas com os réus e os autores, promessas foram feitas e o problema não foi resolvido. Aduzem os autores que a cláusula quarta do Instrumento firmado, viola expressamente o que determina o CDC. 
Os Autores afirmam que o repasse do pagamento ocorreu 67 dias após a assinatura do contrato. Discorrem sobre o dano moral, aduzindo que este foi ocasionado pelo segundo e o terceiro réu. 
Por fim os requerentes requerem a procedência da ação para condenar a NOBLESSE CONSULTORIA IMOBILIÁRIA LTDA a restituir o valor de R$ 2.246,25 a título de sinal. Postulam pela condenação dos outros réus PROJETO IMOBILIÁRIO RESIDENCIAL VIVER TERESÓPOLIS SPE 63 LTDA e PROTESTO COBRANÇA E GESTÃO DE ATIVOS LTDA- ME a devolução do valor referente à corretagem, na quantia de R$ 6.735,75; a repetição do indébito referente ao sinal; e ao pagamento de indenização por danos morais. Requerem também que seja declarado rescindido o Instrumento Particular de Compra e Venda de Unidade Autônoma e Outras Avenças.
Citada, a requerida Projeto Imobiliário Residencial Viver Teresópolis SPE 63 Ltda, que diz primeiramente que não se opõe à rescisão do contrato, desde que seja operado nos termos contratuais que foram livremente aceitos e assinados pelos autores. 
Informa a impossibilidade de devolução dos valores pagos, alegando que os autores se submeteram às penalidades contratuais previstas nas cláusulas do contrato assinado.
Nega as alegações dos autores por existências de clausulas abusivas, não havendo qualquer ofensa ao sistema de proteção ao consumidor ou ameça ao equilíbrio contratual. Ainda postula pela improcedência da ação.
Também citadas, as rés NOBLESSE CONSULTORIA IMOBILIÁRIA LTDA e PROTESTO COBRANÇA E GESTÃO DE ATIVOS LTDA- ME, que, arguem a ilegitimidade passiva para figurarem no polo passivo da ação. Relatam ainda, que os autores deixaram de informar que o referido pagamento de R$9.000,00 deveria ser subdividido em três pagamentos distintos, uma vez que a quantia de R$ 2.246,25 era devida à vendedora Projeto Imobiliário a título de sinal e princípio de pagamento; R$ 3.677,42 era devido à própria imobiliária Noblesse e R$3.076,33 à Presto Cobrança, responsável por repassar o referido valor aos corretores de imóveis que atuaram na venda. 
Menciona que os autores, a fim de evitar o pagamento de tarifas bancárias relativas a três transferências distintas, optaram por realizar um único pagamento, este direcionado à Presto. Afirmam que de posse da quantia depositada a ré Presto tentou de todas as maneiras possíveis realizar o repasse dos valores aos seus respectivos credores. Ocorre que ao enviar um cheque no valor de R$ 2.246,25 à empresa Projeto, foi informado que não aceitaria cheque de terceiro, estranho ao contrato de compra e venda, tampouco transferência bancária, apontando que a solução seria a emissão de boleto bancário na data do vencimento 21.02.2011. 
Ressaltam que não podem ser responsabilizadas por qualquer atraso no repasse de valores. 
Refutam o pedido dos danos material e moral. Frisam que prestaram todo o auxílio e sempre estiveram à disposição dos autores no intuito de mediar a situação assim tendo cumprindo com sua função de corretora. Requerem a improcedência da ação. 
Apresentação dos fatos: 
Da Imputação ao pagamento artigo 354
Pessoa obrigada por dois ou mais débitos de mesma natureza, a um só credor, tem o direito de escolher a qual deles irá oferecer o pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. A identidade do credor, devedor ou dois ou mais débitos de mesma natureza. O efeito é instiguir o débito para o qual é dirigido. Se o devedor não fizer qualquer declaração transfere-se o direito ao credor. Se nenhum deles se manifestar adota os critérios estabelecidos em lei; havendo capital e juros o pagamento será imputado nos juros vencidos e depois no capital. 
A imputação se fara nas dividas liquidas que venceram primeiro (dividas mais antigas). Se todas as dividas forem liquidas e vencidas ao mesmo tempo, será feita a imputação da ais onerosa. 
Como bem podemos ver que o código civil brasileiro traz sobre a imputação 
do pagamento CAPÍTULO IV
Da Imputação do Pagamento
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.
Do dano moral
Considera-se dano moral quando uma pessoa se acha afetada em seu ânimo psíquico, moral e intelectual, seja por ofensa à sua honra, na sua privacidade, intimidade, imagem, nome ou em seu próprio corpo físico, e poderá estender-se ao dano patrimonial se a ofensa de alguma forma impedir ou dificultar atividade profissional da vítima.
O dano moral corresponderia às lesões sofridas pela pessoa humana, consistindo em violações de natureza não econômica. É quando um bem de ordem moral, como a honra, é maculado.
Como a parte autora teve diversas vezes tentativas frustradas de contato com os réus para solucionar o problemas debatido para que ocorressem cobrançasindevidas como ocorreu assim tendo gerado constrangimento por estarem sido cobrados indevidamente, uma vez que. Efetuaram o pagamento como combinado. Como bem podemos fundamentar aos conceitos de Maria Helena Diniz, ao discorrer sobre dano moral, refere que:
“Na avaliação do dano moral, o órgão judicante deverá estabelecer uma reparação eqüitativa, baseada na culpa do agente, na extensão do prejuízo causado e na capacidade econômica do responsável.
Na reparação do dano moral, o magistrado determina, por eqüidade levando em conta as circunstâncias de cada caso, o quantum da indenização devida, que deverá corresponder à lesão e não ser equivalente por ser impossível tal equivalência. (Indenização por Dano Moral. A problemática jurídica da fixação do quantum, Revista Consulex, março, 1997, p.29-32)
Da repetição do indébito
Aplicação do CDC
Entre as partes: sendo os réus pessoas jurídicas modalidade de empreendedores, tal fato não descaracteriza a relação de consumo existente entre os réus o os autores, pois os autores firmaram contrato com promessa de compra e venda assim tendo firmado pagamento como forma de garantia do bem a ser adquirido, caracterizando-se assim como consumidores e, de outro lado, o réus que efetuaram a suposta venda do imóvel, tanto que, foi firmado contrato de promessa e compra e venda de um imóvel, fato que o caracteriza como vendedores, fornecedores.
Portanto, estando de um lado o fornecedores de imóveis, e de outro os consumidores do produto como destino final, impõe-se a relação de consumo entre eles estabelecida.
Da resposta da Jurisdição 
A decisão proferida na sentença primordial, vem trazer a PARCIAL PROCEDENCIA aos pedidos da parte Autora.
Primeiramente é afastado à preliminar de ilegitimidade passiva suscitada pelos réus PROJETO IMOBILIÁRIO RESIDENCIAL VIVER TERESÓPOLIS SPE 63 LTDA e PROTESTO COBRANÇA E GESTÃO DE ATIVOS LTDA- ME estas consideradas como partes legítimas para responderem a presente demanda.
O magistrado ainda em suas considerações iniciais de mérito vem tratar a parte ré como pessoa jurídica que desenvolve atividades imobiliárias, assim adequando-se perfeitamente ao conceito de fornecedor do art. 3º da Lei 8.078/90, enquanto que os autores, nos moldes do art. 2ª da referida lei, são consumidores, uma vez que destinatário final da venda do imóvel realizada pelo fornecedor.
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
 § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
 § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Salienta que entre as parte á uma relação obrigacional, assim dividindo seu posicionamento e decisão para cada uma dos réus.
Projeto Imobiliário Residencial Viver Teresópolis SPE 63 Ltda, que os pedidos inicial dos autores se resume à devolução do valor pago a título de sinal, no valor de R$ 2.246,53.
A avença firmada traz à cláusula 4.2.3 a devolução de 70% do valor apurado, a título de reembolso, que será efetuada em 12 parcelas mensais iguais e sucessivas. E, por isto, saliento, desde já, que a convenção é abusiva, portanto, nula de pleno direito, contrariando o art. 53 do Código de Defesa do Consumidor , plenamente aplicável ao caso, já que a relação discutida é de consumo. 
Do art. 53 do CDC vigente;
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado.
 § 1° (Vetado).
 § 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.
  § 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda corrente nacional.
No que se refere à Noblesse Consultoria Imobiliária Ltda. e Presto Cobrança e Gestora de Ativos Ltda, que os autores pretendem a condenação destas ao pagamento 
a) da restituição do valor referente à comissão de corretagem no valor de R$ 6.753,75; 
b) da repetição do indébito da quantia referente ao pagamento do sinal de R$ 2.246,25; 
c) dos danos morais.
Partindo do principio que os réus supramencionados insurgem que a parte autora insurgiu em atraso do repasse dos valores, por estas que vem refutar a hipótese de devolução dos valores pagos a título da comissão de corretagem, bem como a indenização por danos morais pedida na primordial pelos autores.
Assim, como as alegações da parte ré as provas colacionadas aos autos não confortam as justificativas da parte ré, repousando na versão trazida pela autora.
Em que pese a discussão travada no feito a respeito da entrega da cópia do contrato - ou não - aos requerentes, antes do depósito realizado no dia 15 de dezembro de 2010, a fim de comprovar que estes tinham ciência do dever de efetuar individualmente os pagamentos, extrai-se da avença que não consta expressamente a determinação de depósito individual para quitação das rubricas supramencionadas. Aliás, sequer trata dos valores de comissão de corretagem imobiliária. Prevê efetivamente apenas o “Sinal e princípio de pagamento”, no valor de R$ 2.246,25, sem indicar a forma de pagamento.
Assim dando posicionamento;
Assim, tendo sido transferidos valores à requerida Presto, esta de posse destes, deveria, de pronto, ter adotado alguma atitude em tempo hábil à resolução do problema. Pelo contrário, ainda emitiu boleto para cobrança do valor referente ao ato, vencível no dia 21 de fevereiro de 2011 (fl. 74). Ora, não há dúvidas de que de imediato haveria de contatar os autores acerca de eventual equívoco cometido, se necessária fosse a exigência dos depósitos individuais, como alegam e não ter efetuado inúmeras cobranças tentando reaver valor já devidamente quitado.
Como decisão devendo os autores serem ressarcidos pelos prejuízos.
No caso, possível afirmar que a atitude perpetrada pela requerida frustou a expectativa dos autores de adquirem o imóvel pretendido, visto que a demora no repasse de valores, dificultou o normal andamento dos termos pactuados e resultou no abalo moral dos autores.
Com base no pedido de danos morais feito pelos autores.
Assim, no tocante aos danos morais, comprovada a conduta equivocada da segunda e terceira requeridas surge a necessidade da reparação, não havendo que se cogitar da prova do prejuízo, se presentes os pressupostos legais para que haja a responsabilidade civil do dano moral (nexo de causalidade e culpa).
(...)
Ainda, não restam dúvidas de que a não concretização do negócio vem causar prejuízos e transtornos às empresas rés, eis que lucrariam tão somente com a efetivação do contrato de compra e venda do imóvel referido na inicial, conforme previsão expressa do art. 725 do CC. Na verdade, este é risco do negócio.
Restando a ré condenada a restituir a “quantia de R$ 6.753,75 que deverá ser corrigida monetariamente pelo índice do IGP-M, desde a data do desembolso da parte autora, ou seja,15 de dezembro de 2010 e juros legais a contar da citação”.
Com vistas ao pedido de repetição do indébito, embora a conduta dos réus não tenha sido correta, não há razão para a repetição, eis que, já houve a determinação para que a primeira ré devolva a quantia aos autores. 
Por fim, vem JULGAR PARCIALMENTE PROCEDENTE a ação anulatória de negócio de compra e venda c/c indenização por danos morais ajuizada por LEO VICENTE FREDERES FILHO E PRISCILA MENEGUETTI EGER. Restando declarado rescindido o contrato firmado entre as partes. 
Condenando a ré PROJETO IMOBILIÁRIO RESIDENCIAL VIVER TERESÓPOLIS SPE 63 LTDA. à restituição do valor de R$ 2.246,25, corrigido monetariamente pelo IGP-M desde a data do desembolso e acrescidos de juros legais desde a citação. Ainda, condenados os réus NOBLESSE CONSULTORIA IMOBILIÁRIA LTDA. E PRESTO COBRANÇA E GESTÃO DE ATIVOS LTDA. ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 8.000,00 a ser corrigido pelo IGP-M desde esta data e acrescidos de juros legais desde o pedido formal de rompimento do contrato de compra e venda pactuado entre as partes, assim como à restituição dos valores pagos a título de comissão de corretagem, na quantia de R$ 6.753,75, a qual deverá ser corrigido monetariamente pelo índice do IGP-M, também desde a data do desembolso e juros legais a contar da citação.
Bem como condenados a pagar custas processuais e honorários advocatícios em favor do advogados da parte autora, estes fixados em 10% sobre o valor da condenação.
Da resposta da jurisdição de 2º grau.
Preliminarmente Argúem as recorrentes (réus NOBLESSE CONSULTORIA IMOBILIÁRIA LTDA. E PRESTO COBRANÇA E GESTÃO DE ATIVOS LTDA), ilegitimidade passiva, sob o argumento de que não seriam as proprietárias do imóvel negociado com os autores ora requeridos, sendo responsável apenas empresa PROJETO IMOBILIÁRIO RESIDENCIAL VIVER TERESÓPOLIS SPE 63 LTDA. 
 Com vistas a estas alegações o colegiado vem ratificar a primordial assim refutando as alegações primordiais dos requerentes.
Em análise de mérito, tratando-se de ação de rescisão de contrato, sob o argumento de que os autores, realizaram o depósito de R$ 9.000,00 na conta corrente das rés (sendo que, deste montante, R$ 2.246,25 corresponderia ao sinal e o restante à corretagem de corretagem), foram insistentemente instados ao pagamento, justamente dos valores já quitados, motivando, em face disso, o descontentamento dos promitentes compradores com o negócio e o consequente rompimento do contrato.
Trazem como fundamento de suas alegações que a “imobiliária Noblesse, no momento da compra, solicitou aos autores o pagamento de R$ 9.000,00, referente à entrada do imóvel, sem que lhes informasse qual o destino do montante pago, bem como que o valor deveria ter sido efetuado em três depósitos”. Valor este acordado e firmemente depositado pela parte autora a ora ré.
As rés, buscam “imputar aos autores a responsabilidade pelo desfazimento do negócio, alegando, para tanto, que eles teriam deixado de informar que o pagamento de R$ 9.000,00 deveria ser subdividido em três outros pagamentos distintos, ou seja, a quantia de R$ 2.246,25 referente à vendedora Projeto Imobiliário, a título de sinal e princípio de pagamento, o valor de R$ 3.677,42 devido à própria imobiliária Noblesse e os restantes R$ 3.076,33 à codemandada Presto Cobrança, responsável por repassar o referido valor aos corretores. Assim, imputam aos autores a responsabilidade pelo desacerto, afirmando que os demandantes efetuaram o pagamento conjunto, quando deveriam tê-lo feito de forma separada, gerando a confusão quanto ao destino do valor de R$ 9.000,00, depositado em sua conta corrente”.
Por estas afirmações supra lançadas o colegiado entende que.
Nenhum reparo merece a sentença, pois que, de fato, o instrumento contratual não especificou, em nenhum momento, que o pagamento inicial deveria ter sido individualizado, apenas fazendo referência ao sinal, no montante de R$ 2.246,25.
Ratificando a decisão primordial, vem acolher e reconhecer o procedimento tomado pelos autores na realização do pagamento em montante de R$ 9.000,00 aos réus como pagamento inicial. Vindo o colegiado manifestar-se sobre a subdivisão dos valore.
Desimporta, outrossim, o fato de os recibos conterem a correta subdivisão dos valores, pois que emitidos após os pagamentos, de modo que tal fato não conduz à conclusão de que os autores tinham prévia ciência de que os valores deveriam ser pagos em separado.
Com base ao recebimento dos valores os réus ao receberem o valor dos autores era nítido que o montante de R$ 9.000,00, presumia-se que o valor estava englobando todas as obrigações lançadas no contrato de promessa de compra e venda, até por vias que até o presente momento havia apenas um único valor a ser pago pelos autores.
Dessa forma, absolutamente irregular as cobranças posteriores, porquanto já devidamente pago o valor.
Em que pese, alegam as recorrentes que buscaram, em “tempo hábil”, dar uma solução ao problema, mediante o envio de cheque à proprietária do empreendimento. 
Contudo, não se afigura “tempo hábil” o alegado envio de um cheque à proprietária do empreendimento mais de um mês após o depósito levado a efeito pelos autores (que acabou por não ser recebido pela co-ré). Quero com isso significar que a tentativa de solução, pelas rés, somente ocorreu mais de um mês após o recebimento dos valores, o que, sob hipótese alguma, desvela alguma presteza ou agilidade na busca de uma solução.
Outrossim, os autores encaminharam correspondências eletronicas, que comprovam os inúmeros contatos promovidos tentando rever uma solução. Entretanto, as cobranças continuaram, ante o descaso das rés.
Neste passo, mostra-se irrelevante o argumento das apelantes, para quem igualmente teriam enviado e-mails. 
Ora, ainda que identificado que os réus entraram em contato com os autores, de fácil conclusão que as rés não apontaram qualquer solução para a solução do problema, assim não restando outra solução para os autores a não ser, a formalização do pedido de distrato.
Restando claro que, as rés ora apelantes, deram causa ao rompimento do contrato, pois que foram as beneficiárias diretas dos valores depositados pelos autores, a elas cumprindo o encargo de promover a divisão interna do montante entre as correspondentes beneficiárias, para, assim, evitar cobranças indevidas. 
Ainda que, não só não promoveram a necessária divisão, como, também, permaneceram inertes durante largo período de tempo, sem tomar qualquer providência destinada a informar a proprietária de que os valores foram devidamente pagos, e que não tivessem sido efetuadas as cobraças, que se estenderam por vários meses, não obstante a absoluta inexistência de débito.
Com vistas ao comprovado, fica claro que as ora apelantes são culpadas pelo desfazimento do negócio é de mister.
No que tange aos danos morais, é entendido e necessário o reconhecimento o dever de indenizar, pois presentes os requisitos da responsabilidade civil causado pelos réus. 
Com efeito, não obstante a ausência de publicidade aos fatos, o que, segundo entendo, retira a natureza in re ipsa do dano (mas, por si, não afasta a pretensão indenizatória), a circunstância de as rés terem dado azo a que os autores fossem insistentemente instados a pagar por débito inexistente (pois pagamento existiu e nos exatos termos do contrato), sem que qualquer solução fosse dada, não obstante inúmeras tentativas e contatos, numa situação que se prolongou por vários meses e que somente veio a ter solução de continuidade quando os promitentes compradores, como única saída que as eles se projetava, se determinaram a promover o distrato contratual, extrapolou o limite do razoável, adentrando na esfera do ilícito, gerando aos demandantes significativos transtornos, incômodos expressivos e sofrimento continuado.
Portanto, é devidamente evidente o dever de indenizar, razão pela qual nenhum reparomerece a sentença primordial.
Melhor sorte assiste às rés, ora apelantes, no que refere ao quantum indenizatório, arbitrado na sentença em R$ 8.000,00, por se afigurar montante que não se encontra em consonância com os precedentes desta Corte para casos análogos, afastando-se da razoabilidade e da necessária adequação para atender os fins da condenação.
Assim, é entendido que a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) já atende perfeitamente a estes critérios, reparando o dano sofrido sem acarretar, por outro lado, a possibilidade de enriquecimento sem causa.
ISSO POSTO, voto no sentido de rejeitar a preliminar e dar parcial provimento ao recurso de apelação, em ordem de reduzir o quantum indenizatório para o montante certo de R$ 5.000,00. Mantida a sentença em seu restante, inclusive no que se refere à distribuição da sucumbência.
Com o posicionamento adotado pelo Eminente Relator apenas no que tange ao pedido de afastamento da indenização por danos morais. 
É compreendido que configurados prejuízos imateriais aos autores, em decorrência das reiteradas cobranças de valores que já tinham sido pagos à empresa PRESTO COBRANÇA DE GESTÃO ATIVOS LTDA. ME, mas não foram repassados por esta às co-demandadas. 
Com efeito, a condenação ao ressarcimento por “danos morais” deve se restringir àquelas situações em que os sentimentos de dor, sofrimento e angústia são experimentados pelo indivíduo de tal modo e intensidade que possam causar verdadeiro abalo psicológico. 
Do contrário, corre-se o risco de desvirtuar a natureza compensatória reservada ao instituto e fomentar um instrumento para o enriquecimento sem causa.
Dano moral é intrínseco, voltado para dentro, que pressupõe a presença de dor, emoção, vergonha, humilhação, afetação nos sentimentos, que não se mostram presentes no caso concreto, mas tão somente, perturbação, incômodo, desconforto, que não estão a merecer reparação por prejuízo extrapatrimonial.
Assim, é pedido ao relator DAR PARCIAL PROVIMENTO AO APELO DAS RÉS em maior extensão para afastar a condenação destas ao pagamento de indenização por danos morais.
Em face da alteração do julgado, à redistribuição dos ônus sucumbenciais. Os autores, vencidos no pleito indenizatório por danos morais arcarão com 30% das custas processuais e honorários aos advogados das rés Noblesse Consultoria Imobiliária e Ltda. e Presto Cobrança e Gestão de Ativos Ltda., no valor de R$700,00.
Caberá às três demandadas o pagamento de 70% das custas processuais e honorários ao patrono da autora que fixo em R$ 1.500,00, com base no artigo 20, § 4º, do CPC, admitida a compensação. A exigibilidade do ônus sucumbenciais em relação aos autores resta suspensa, pois beneficiários da gratuidade da justiça.

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