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TRABALHO EMBRIOLOGIA - GAMETOGÊNESE E CICLOS REPRODUTIVOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
CAMPUS PALOTINA
GAMETOGENÊSE E CICLO REPRODUTIVO
PALOTINA-PR
NOVEMBRO/2014
 Gametogênese
A fecundação é a primeira etapa de reprodução, nela ocorre a fusão de dois gametas um masculino (espermatozoide) e um feminino (ovócito), estes possuem metade dos cromossomos das células somáticas, para que na fecundação seja restaurado o numero normal de cromossomos presentes nos pais.
Este número de cromossomos reduzido (23 cromossomos) provem de um tipo especial de divisão celular, a meiose, esta divisão ocorre durante a Gametogênese.
No sexo masculino, a gametogênese é denominada Espermatogênese, a qual ocorre no testículo (gônada masculina), produzindo os espermatozoides, já no sexo feminino o processo é a Ovulogênese/ Oogênese, que ocorre nos ovários (gônadas femininas) gerando o óvulo.
 
 Figura 1: Gametas masculino e feminino (células germinativas)
Espermatogênese
Os testículos são constituidos por túbulos seminíferos, nas paredes destes túbulos estão presentes as células de Sertoli, que realizam a espermatogênese.
Tudo inicia com uma célula primordial, que dá origem as espermatogônias, células diploides formadas através de uma mitose, que ficam inativas até o momento da puberdade. Após este momento, as espermatogônias crescem e gradualmente sofrem modificações que as transformam em espermatócitos primários, estes sofrem uma divisão reducional (primeira divisão meiótica) formando espermatócitos secundários (haploides). Esses em seguida sofrem uma segunda divisão meiótica, formando espermátides haploides, que serão gradualmente transformadas em espermatozoides maduros através do processo de espermiogênese.
 É possível considerar quatro etapas para a espermatogênese:
Período germinativo: caracterizado pelas divisões celulares das espermatogônias por mitose; nesse período todas as células são diploides (2n).
Período de crescimento: caracterizado pela diferenciação de espermatogônias em espermatócitos I sem haver divisão celular, apenas crescimento da célula; os espermatócitos I são, portanto, diploides.
Período de maturação: caracterizado pela divisão meiótica dos espermatócitos I, formando, ao final da meiose I, os espermatócitos II e, ao final da meiose II, as espermátides. De cada espermatócito I forma-se, ao final do processo, quatro espermátides, que são haploides (n).
Período de diferenciação ou espermiogênese: caracterizado pela diferenciação de espermatides em espermatozoides, sem divisão celular e com modificações profundas na célula. 
A duração da espermatogênese a partir do início do período de crescimento é de aproximadamente 16 dias. (LOPES & ROSSO, 2010, p.13).
O esquema abaixo resume as etapas da espermatogênese: 
Figura 2: Etapas da espermatogênese.
Em destaque a espermiogênese (figura 3), fase em que ocorre a metamorfose da espermátide até espermatozóide que se dá pela condensação do núcleo, formação do acrossomo e perda do citoplasma. Após a completa espermiogênese, os espermatozóides são transportados para a cauda do epidídimo onde são armazenados e maturados.
Figura 3: Espermiogênese.
 
 Ovulogênese
A Ovulogênese é um processo que ocorre nos ovários, ele tem início na fase de desenvolvimento embrionário, onde a partir da segunda semana após a fecundação começam a desenvolver células germinativas primordiais (2n), estas darão origem por divisão mitótica as ovogônias. A partir do sétimo mês gestacional, o feto diminui a produção de ovogônias e as produzidas sofre divisão mitótica para formar o ovócito primário. Este, sofre a primeira divisão meiótica (durante puberdade) e dá origem ao ovócito secundário e ao primeiro corpo polar, nesta fase o ovócito secundário é liberado do ovário e completa a segunda divisão meiótica no momento em que entra em contato com um espermatozoide, finalizando a ovulogênese e permitindo a fusão dos pró-núcleos. Os corpos polares são degenerados após a fecundação. 
A Ovulogênese pode ser dividida em três etapas:
Figura 4: Etapas da Ovulogênese.
 	Comparando os gametas femininos e masculinos, o ovócito é uma célula grande e imóvel enquanto o espermatozoide é uma célula pequena e altamente móvel. Segundo Moore & Persaud (2008) em relação a constituição dos cromossomos sexuais, existem dois tipos de espermatozoides normais: 22 autossomos e um cromossomo sexual X e 22 autossomos e um cromossomo sexual Y. Existe apenas um tipo de ovócito secundário normal: 22 autossomos e um cromossomo sexual X. 
Além dessas características, são observadas outras diferenças entre a espermatogênese e a Ovulogênese, conforme tabela abaixo:
 
 Ciclo Reprodutivo – Bovinos
 O ciclo reprodutivo tem como função preparar o sistema reprodutor feminino para a prenhez, desde o nascimento, as ondas de folículos se desenvolvem e migram para a superfície do ovário. No entanto, o ciclo reprodutivo se inicia na puberdade através da estimulação do IGF I e IGF II (fatores de crescimento semelhantes à insulina) que estimulam a proliferação de pequenos folículos e a insulina facilita a produção de estradiol nos folículos que poderiam ovular, essa situação é análoga a retomada dos ciclos após o parto. 
 “A vaca é um animal poliéstrico, por isso, uma vez que é estabelecido os ciclos estrais eles continuam indefinidamente, a não ser que sejam interrompidas pela gestação. 
 Na vaca prenha, a ovulação ocorre a cada 21 dias. Um curto período de tempo antes da ovulação, a vaca apresenta comportamento de estro, chamado receptividade sexual, ou seja, período que aceita as atenções do touro.”
O ciclo estral é dividido em quatro etapas:
-Estro: período de receptividade sexual (dia 0)
-Metaestro: período pós-ovulação (dias 1 a 4)
-Diestro: quando um corpo lúteo está presente (dias 5 a 18)
-Proestro: período imediatamente antes do estro (dias 18 a 20)
 O IGF I e II estimulam a produção de folículos, a presença destes deixa o eixo hipotálamo-hipófise e ovários prontos para a produção de FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante). 
 O FSH é responsável pelo desenvolvimento dos folículos ovarianos necessários para a produção de estrogênio, já o LH atua como disparador da ovulação, estimulando o desenvolvimento de células foliculares e o corpo lúteo, causando um aumento nos níveis de progesterona.
 O estrogênio é responsável pela preparação do útero além do desenvolvimento de características secundárias, e a progesterona é importante para a receptividade embrional, ou seja, para a nidação do embrião na parede do endométrio e para a continuidade da prenhez.
 
Figura 5. Hormônios, local de produção e função.
 
 Figura 6. Ciclo estral em bovinos.
 
 Figura 7. Níveis hormonais durante o ciclo estral.
 O ciclo estral da vaca é dividido em 4 etapas, a primeira (estro), é logo após a ovulação, na qual o óvulo acaba de ser liberado, o que gera o aumento dos níveis de estrógeno e progesterona que irão permitir a nidação do embrião e o desenvolvimento do endométrio.
 Se a fecundação não ocorrer, durante o metaestro, o óvulo será reabsorvido e ocorrerá a descamação do endométrio, neste caso ocorre uma retração do corpo lúteo e os níveis de estrogênio e progesterona voltarão a cair.
 Na fase luteal e de proestro os níveis de FSH irão aumentar, o que gerará o desenvolvimento do folículo que futuramente irá produzir progesterona e estrogênio.
 No final do proestro, e início do estro ocorrerá um súbito aumento do LH e então novamente a ovulação.
 Se neste caso o óvulo for fecundado, serão mantidos os níveis de progesteronae no ovário estará presente o corpo lúteo até o final da gestação, que termina com a diminuição dos níveis de progesterona e o aumento dos níveis de estrogênio.
	
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BALL, P.J.H.; PETERS, A.R. Ciclo Ovariano. In_. Reprodução em Bovinos. 3. Ed. São Paulo: Rocca, 2006. p. 42-50.
LOPES, S.; ROSSO, S. Reprodução Humana. In_. Bio: Volume 2. 1. Ed São Paulo: Saraiva, 2010. p. 11-15. 
MOORE, K.L. ; PERSUAD, T.V.N. Reprodução Humana. In_. Embriologia Básica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elservier, 2008. p.12-17.

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