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Lista I - Economia Brasileira e Contemporânea (1.2012)

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1 
 
UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro 
Faculdade de Ciências Econômicas – FCE 
Departamento de Evolução Econômica – DEE 
1ª Lista de Economia Brasileira e Contemporânea – 1º semestre de 2012 
Prof.: Tiago Sayão 
 
1) A literatura sobre economia brasileira conheceu, a 
partir de meados da década de 1960, importante 
controvérsia sobre a origem da indústria no Brasil, 
fazendo uma revisão crítica das teses defendidas por 
Celso Furtado em seu clássico Formação Econômica do 
Brasil. Sobre as principais teses e análises envolvidas 
nessa controvérsia pode-se afirmar: 
 
(a) “teoria dos choques adversos” assenta-se proposição 
de que os saldos positivos no balanço de pagamentos 
gerados pela economia cafeeira e seu efeito riqueza 
pelo conjunto da economia são aspectos essenciais para 
explicar a origem da indústria. 
(b) As análises de Pelaez evidenciam que nos períodos 
de mil-réis valorizados crescia a capacidade produtiva 
da indústria, enquanto as teses de Furtado geralmente 
enfocam o crescimento da produção industrial 
verificado em períodos de desvalorização da moeda 
nacional. 
(c) As análises de Furtado e dos economistas cepalinos 
geralmente interpretam o crescimento da indústria 
como decorrente de política econômica governamental 
conscientemente voltada a este objetivo, enquanto para 
Pelaez o mesmo deveu-se mais a estímulos do mercado, 
já que não há evidências, nas primeiras décadas do 
século 20, de políticas monetárias e fiscais 
deliberadamente implementadas para favorecer o setor 
industrial. 
(d) A “teoria dos choques adversos”, ao enfatizar a 
origem do capital industrial, centra-se no grande 
crescimento da capacidade produtiva da indústria 
verificado durante as crises do setor exportador e que 
ensejou a adoção de políticas governamentais que, sem 
terem este objetivo, tiveram como conseqüência o 
início do processo de industrialização do Brasil já nas 
primeiras décadas do século 20. 
(e) As análises dos principais autores envolvidos na 
controvérsia, embora divirjam em aspectos essenciais, 
convergem quanto à importância do protecionismo 
alfandegário e das políticas monetárias expansionistas 
como fatores essenciais para a explicação da origem da 
indústria no Brasil. 
 
2) Pode-se afirmar, de acordo com clássica 
interpretação, que a economia brasileira, no período 
que abrange de 1930 até aproximadamente o fim da 
década de 1970, orientou-se por um modelo de 
desenvolvimento conhecido como processo de 
substituição de importações. Sobre a dinâmica e as 
linhas definidoras deste modelo pode-se afirmar: 
(a) O estrangulamento externo serve de impulso inicial 
ao processo, mas é superado à medida em que o mesmo 
avança, em decorrência do crescimento gradual das 
atividades exportadoras. 
(b) O estrangulamento externo pode ser considerado 
“absoluto” quando decorrente de condições estruturais 
e de longo prazo da economia e pode se manifestar com 
capacidade de importar crescente, embora em ritmo 
inferior ao do crescimento do PIB. 
(c) O modelo pode ser considerado “parcial”, pois se 
restringe aos bens de consumo de mais baixo valor 
agregado e tecnologia mais rudimentar, sem alcançar os 
ramos mais dinâmicos e que poderiam reverter o 
estrangulamento externo. 
(d) O modelo não visa diminuir o quantum de 
importação global e, pelo menos em suas primeiras 
décadas, preservou uma base exportadora sem 
dinamismo, praticamente concentrando as 
transformações da estrutura produtiva no setor 
industrial e atividades conexas. 
(e) O setor primário é praticamente excluído do 
modelo, o que repõe o dualismo da economia e 
 
2 
 
inviabiliza politicamente alianças políticas entre este 
setor e o empresariado industrial. 
 
3) Em relação aos efeitos da crise de 1929 sobre a 
economia brasileira, Celso Furtado, em sua obra 
clássica, afirma que: 
“(...) a política de defesa do setor cafeeiro nos anos de 
grande depressão concretiza-se num verdadeiro 
programa de fomento da renda nacional.” 
(Furtado) 
Em síntese, esta política consistia no(a): 
 
(a) estímulo ao emprego. 
(b) valorização do preço do café estabelecida pelo 
Convênio de Taubaté. 
(c) conversão das dívidas do setor cafeeiro em títulos 
do governo. 
(d) compra e destruição do café pelo governo. 
(e) compra e formação de estoque, pelo governo, de 
café que foi exportado posteriormente. 
 
4) Sobre a “Revolução de 1930” (= R30) e seus 
desdobramentos na economia e na sociedade brasileiras 
pode-se afirmar que: 
 
(a) A R30 teve como principal força deflagradora a 
burguesia industrial, descontente com o agrarismo e 
com a primazia ao setor exportador do período anterior 
a 1930. 
(b) A R30 pode ser interpretada como um movimento 
modernizador que, embora não fosse nitidamente 
industrializante, articulou-se sob a liderança dos 
segmentos médios urbanos, desde sua origem 
centrando-se programaticamente contra as oligarquias 
agrárias regionais. 
(c) Na década de 1930, o Governo Federal criou no 
Banco do Brasil uma carteira de crédito para financiar a 
agricultura e a indústria e, atendendo reivindicação dos 
próprios industriais, proibiu por vários anos a 
importação de máquinas e equipamentos. 
(d) O crescimento industrial da década de 1930, em 
taxas anuais médias superiores a 10%, restringiu-se aos 
ramos de bens de consumo popular, como têxteis, 
alimentos e calçados, não apresentando taxas 
expressivas de crescimento em setores como papel e 
papelão, química, metalurgia e minerais não metálicos. 
(e) Quanto à política econômica, pode-se afirmar que 
um dos principais pontos de ruptura da R30 com 
relação à República Velha foi abandonar a 
desvalorização da moeda como medida de política 
cambial para enfrentar as crises do balanço de 
pagamentos, a qual foi considerada como responsável 
pela super-oferta de café. 
 
5) Considere o trecho abaixo, relativo à política de 
proteção do café nos anos da grande depressão que se 
seguiu à crise de 1929. 
“Ao garantir preços mínimos de compra, […], estava-
se na realidade mantendo o nível de emprego na 
economia exportadora e, indiretamente, nos setores 
produtores ligados ao mercado interno”. 
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 
SP: Companhia Editora Nacional, 1975, p. 190 
Este trecho faz parte da proposição clássica de Celso 
Furtado, de que 
 
(a) os preços mínimos eram garantidos através de uma 
melhor colocação dos produtos no mercado 
internacional. 
(b) o preço do café foi fixado para os consumidores do 
mercado interno. 
(c) a política de proteção do café era de inspiração 
keynesiana. 
(d) a política do café desempenhou, involuntariamente, 
um papel anticíclico. 
(e) a economia brasileira não foi atingida pela grande 
depressão. 
 
6) O período da Segunda Guerra Mundial, bem como 
os primeiros anos do pós-guerra, foram de especial 
importância para a economia e para a sociedade 
brasileiras. Apenas uma das afirmações sobre este 
período NÃO está correta: 
 
(a) Durante a guerra o saldo do balanço de transações 
correntes foi em geral positivo, o que se deve, entre 
 
3 
 
outros motivos, ao aumento das exportações e à 
recuperação do preço do café no mercado internacional. 
(b) Durante a guerra foi adotado um regime de câmbio 
relativamente liberal, embora limitado na prática pela 
dificuldade de importações e pela obrigatoriedade de 
parte das dividas dever ser repassada ao Banco do 
Brasil à taxa oficial de câmbio. 
(c) O ritmo de crescimento tanto do PIB como da 
produção industrial foi mais baixo, nos primeirosanos 
da guerra, que o verificado na segunda metade da 
década de 1930. 
(d) A valorização real do cruzeiro no pós-guerra 
beneficiou a indústria nacional seja por favorecer a 
importação de bens de capital e matérias primas 
importados a preços relativos compensadores, seja por 
limitar as importações de bens de consumo, o que 
equivale a um efeito protecionista. 
(e) No pós-guerra, em consonância ao pactuado no 
Acordo de Bretton Woods, o Brasil passou a adotar um 
sistema de taxas cambiais flexíveis, o qual teve de ser 
abandonado devido a rápida queima de divisas que 
proporcionou. 
 
7) O nacional-desenvolvimentismo, como projeto de 
desenvolvimento que teria tido lugar no Brasil na 
década de 1950, foi objeto de intenso debate entre 
economistas e cientistas sociais. Tendo-se como 
expressão deste projeto o Segundo Governo Vargas 
(1951-1954), pode-se afirmar que o mesmo: 
 
(a) expressou os anseios do empresariado industrial 
nacionalista e que propunha um desenvolvimento 
autônomo, sem a presença do capital estrangeiro, como 
demonstra a criação da PETROBRAS e do BNDE neste 
período. 
(b) era sustentado politicamente pelos partidos 
governistas, PSD e PTB, não excluía o capital 
estrangeiro e incluía parte significativa dos 
proprietários agrários. 
(c) recorreu a uma retórica nacionalista radical para 
defender seus objetivos, embora se tratasse em essência 
de um projeto liberal e perfeitamente sintonizado como 
os interesses norte-americanos no Brasil 
(d) vinculou-se politicamente ao populismo, propondo 
uma aliança com as massas urbanas e rurais 
emergentes, atendendo parcialmente suas 
reivindicações salariais mas impedindo sua 
sindicalização e as excluindo da política partidária. 
(e) defendeu reformas de base visando melhorar a 
distribuição de renda e os indicadores sociais do país, 
como na estrutura da terra e na área educacional, 
expressando como meta de longo prazo o socialismo. 
 
8) Uma das principais características do Segundo 
Governo Vargas (1951-1954) expressa-se na seguinte 
afirmativa: 
“Essa intervenção do Estado no domínio econômico, 
sempre que possível plástica e não rígida, impõe-se 
como um dever ao governo todas as vezes que é 
necessário suprir as deficiências da iniciativa privada 
...” 
VARGAS, Getúlio. Mensagem ao Congresso 
Nacional. 1952 
 
De fato, o Governo Vargas utilizou vários instrumentos 
e órgãos para executar esta estratégia de política 
econômica. NÃO se inclui entre as medidas adotadas 
neste período a: 
 
(a) aproximação com a CEPAL em função das 
concepções comuns sobre o desenvolvimento 
econômico. 
(b) adoção de programas de investimento em infra-
estrutura básica nos setores de siderurgia e energia, 
com destaque para a área de petróleo. 
(c) utilização de instrumentos de planejamento 
econômico, tendo como exemplo o Plano Nacional de 
Eletrificação. 
(d) criação de órgãos para estudar e executar políticas 
econômicas, destacando-se o BNDE e a Assessoria 
Econômica da Presidência. 
(e) formulação do Plano SALTE, que contemplava o 
desenvolvimento dos setores de saúde, alimentação, 
transporte e energia. 
 
 
4 
 
9) A substituição de importações, como processo de 
industrialização do Brasil 
 
(a) iniciou já na República Velha, quando a capacidade 
produtiva da indústria, conforme tradicional análise de 
Celso Furtado, crescia em períodos de crise da 
agroexportação, com a desvalorização da moeda 
nacional . 
(b) iniciou na década de 1930, em conseqüência da 
crise internacional e, de acordo com tradicional análise 
de Celso Furtado, contou com a ação decisiva do 
Governo Federal que, conscientemente, implementou 
medidas em defesa do setor industrial. 
(c) teve forte impulso na década de 1930, 
principalmente nas indústrias de bens de consumo 
popular, como alimentos e têxteis, mas, nesta mesma 
década, chegou a setores não tradicionais como os 
produtores de papel, produtos químicos, metalúrgicos e 
minerais não metálicos. 
(d) foi impulsionado sob liderança política da burguesia 
industrial, que conquistou o poder com a “Revolução 
de 30”, e teve como principais opositores as oligarquias 
agrárias e o capital estrangeiro. 
(e) pode ser interpretado como uma resposta da 
economia ao estrangulamento externo, já que quanto 
maior este for mais novas indústrias deverão ser criadas 
para substituir importações. 
 
10) “Centro-periferia é o conceito fundamental na 
Teoria da Cepal. É empregado para descrever o 
processo de difusão do progresso técnico na economia 
mundial e para explicar a distribuição dos seus 
ganhos”. 
 BIELCHOVSKY, R. Pensamento Econômico 
Brasileiro. RJ: Contraponto,1988, p.16. 
 
A passagem acima explicita o ponto de partida da 
Teoria do Subdesenvolvimento da CEPAL, centrada na 
tese da deterioração das relações de troca entre países 
centrais e periféricos,desde as primeiras etapas da 
industrialização capitalista. Essa tese se OPÕE 
diretamente à teoria 
(a) do desenvolvimento desequilibrado, elaborada por 
A. Hirschman. 
(b) da proteção às indústrias nascentes, elaborada por 
Hamilton e List. 
(c) da concorrência imperfeita, elaborada por Joan 
Robinson. 
(d) da demanda efetiva, elaborada por Keynes. 
(e) das vantagens comparativas, elaborada por Ricardo. 
 
11) A criação da PETROBRAS ocorreu 
 
(a) no Segundo Governo Vargas, na década de 1950, e 
não representou vitória dos segmentos mais radicais, 
que pretendiam o monopólio não só da lavra e da 
prospecção, mas da comercialização do petróleo e de 
seus derivados. 
(b) durante o Estado Novo e representou vitória 
significativa de Vargas e seus aliados, pois a campanha 
por sua criação mobilizou a opinião pública e contava 
com forte oposição da União Democrática Nacional – a 
UDN. 
(c) na década de 1930 e representou vitória dos novos 
grupos e classes emergentes com a “Revolução de 
1930”, podendo ser considerado como um marco 
simbólico do fim do modelo agroexportador vigente na 
República Velha. 
(d) no Segundo Governo Vargas, na década de 1950, e 
foi resultado de ampla campanha liderada pelo governo 
que, no mesmo período, tomou importantes decisões 
para a industrialização brasileira, como a criação da 
Companhia Siderúrgica Nacional e a Consolidação das 
Leis do Trabalho. 
(e) durante o Estado Novo, e representou a vitória dos 
grupos nacionalistas que, aliados aos integralistas, 
propunham uma industrialização acelerada sob a égide 
do Estado e sem a participação do capital estrangeiro. 
 
12) “Como as importações eram pagas pela 
coletividade em seu conjunto, os empresários 
exportadores estavam na realidade logrando socializar 
as perdas que os mecanismos econômicos tendiam a 
concentrar em seus lucros.” 
 
5 
 
 FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 
SP: Companhia Editora Nacional, 1970, p. 165. 
 
A socialização de perdas a que se refere Furtado tinha 
como principal elemento: 
 
(a) maior taxação dos bens de consumo não duráveis a 
fim de financiar os esquemas de retenção de safra. 
(b) elevação das receitas, em mil-réis, dos exportadores 
de café, decorrente da desvalorização cambial. 
(c) queda da arrecadação dos impostos de importação 
do tipo ad valorem. 
(d) barateamento do preço dos bens de capital através 
de subsídios governamentais. 
(e) política monetária pró-cíclica, em detrimento das 
camadas urbanas emergentes. 
 
13) Analisando-se a economia e a política econômica 
do Brasil nas três primeiras décadas do século 20, pode-
se afirmar que, nessas décadas, houve 
 
(a)crescimento da importação de bens de capital, 
especialmente em períodos de mil-réis valorizados, ao 
mesmo tempo em que se registrou aumento da 
urbanização e da produção industrial. 
(b) descentralização relativa da política tributária, o que 
permite denominar o período como de “federalismo 
fiscal”, legalmente assentado na exclusividade dos 
Estados em estabelecer tributos sobre importação, 
enquanto cabia ao governo federal os impostos de 
exportação. 
(c) dominância do liberalismo econômico na gestão das 
finanças públicas e na condução da política econômica, 
não se registrando iniciativas oficiais com relação a 
instrumentos de sustentação de preços de setores 
produtivos. 
(d) aumento dos investimentos no setor industrial, 
principalmente nas fases do ciclo em que havia crise do 
setor exportador, tendo iniciado, nesse período, 
segundo clássica análise de Celso Furtado, o processo 
de substituição de importações. 
(e) dominância quase total da economia cafeeira, em 
torno da qual se formulava a política econômica, o que 
acabou por inviabilizar o crescimento de atividades 
exportadoras em outras regiões do país, bem como por, 
praticamente, ter impedido o aparecimento de 
indústrias. 
 
14) A primeira metade da década de 1930 é 
fundamental para o estudo da industrialização 
brasileira, pois foi nesse período que a economia, após 
o impacto da Grande Depressão, reverteu a crise e 
iniciou um novo estilo de crescimento rumo à liderança 
do setor industrial. Quanto à política econômica desse 
período, assinale a afirmativa correta. 
 
(a) Embora o orçamento federal apresentasse, em sua 
execução, déficit orçamentário ao longo desse período, 
em alguns anos, a proposta de orçamento previa 
superávit, o que evidencia certa influência ortodoxa na 
formulação da política fiscal. 
(b) Há um contraste entre a execução orçamentária, 
muitas vezes superavitária, e as propostas de orçamento 
sistematicamente com déficit ao longo desse período, o 
que ajuda a confirmar a tese de que o governo federal 
teria conscientemente executado uma política 
econômica anticíclica, de tipo keynesiano, mesmo antes 
da publicação da “Teoria Geral” de Keynes. 
(c) Tanto a proposta de orçamento como a execução 
orçamentária, ao longo desse período, evidenciam que 
o governo adotava à risca a regra de equilíbrio 
orçamentário, em consonância com a ortodoxia 
econômica vigente à época. 
(d) Tanto a proposta de orçamento como a execução 
orçamentária apresentaram déficits nos anos abrangidos 
por esse período, confirmando a tese de Celso Furtado 
de que o governo federal teria conscientemente 
implementado uma política econômica anticíclica, com 
base em teorias de demanda efetiva. 
(e) Embora o orçamento previsse superávit ao longo 
dos anos desse período, o governo federal inovou com 
relação à política econômica da República Velha ao não 
mais recorrer a desvalorizações cambiais para sustentar 
o nível de renda do setor cafeicultor. 
 
 
 
6 
 
15) A introdução do salário mínimo no Brasil 
 
(a) deu-se com valor unificado nacionalmente em seus 
primeiros anos e excluía o setor público e os 
trabalhadores do campo. 
(b) foi uma das primeiras medidas adotadas pelo 
Governo Provisório após a “Revolução de 1930” e 
serviu como símbolo dos compromissos do novo grupo 
dirigente com as classes trabalhadoras urbanas. 
(c) entrou em vigência no Segundo Governo Vargas, na 
primeira metade da década de 1950, e tinha como 
propósito elevar o nível de demanda da indústria 
nacional nascente, em sustentação ao “pacto populista” 
vigente. 
(d) deu-se com valores diferenciados regionalmente, 
prevendo-se reajustes anuais em índices fixados pelo 
governo, os quais deveriam levar em consideração os 
gastos de um trabalhador com alimentação, vestuário, 
habitação, transporte, higiene, educação e lazer. 
(e) ocorreu no Estado Novo, possuía valores 
diferenciados regionalmente e excluía os trabalhadores 
do campo. 
 
16) Um dos fatos que marcaram a política econômica 
brasileira nos primeiros anos após a segunda Guerra 
Mundial foi 
 
(a) o rompimento oficial do governo brasileiro com o 
acordo de Bretton Woods ao optar por uma política de 
taxas de câmbio flexíveis. 
(b) a adoção de um regime de taxa de câmbio fixa, o 
que contribuiu para a sobrevalorização do cruzeiro. 
(c) a recorrência a políticas de desvalorização do mil-
réis como forma de manter a paridade real com o dólar 
americano e com o propósito de não prejudicar o setor 
exportador. 
(d) a suspensão, pelo governo Dutra, do sistema de 
“operações vinculadas” que garantia estímulo ao setor 
importador de bens de capital. 
(e) o aumento da inflação e do estrangulamento 
externo, o que forçou o governo a adotar um sistema de 
leilões de câmbio para equilibrar o balanço de 
pagamentos. 
17) Acompanhando-se a economia, a política e a 
política econômica brasileira na primeira metade da 
década de 1950, pode-se concluir que 
 
(a) o governo, logo após assumir, em 1951, formou um 
ministério nitidamente nacionalista, com maioria do 
PTB, evidenciando, desde logo, que não seria um 
governo alinhado aos Estados Unidos, o que contribuiu 
para a radicalização da oposição udenista. 
(b) uma política nitidamente desenvolvimentista foi 
tentada inicialmente, a qual teve de ser abandonada 
devido à substituição do superávit nas transações 
correntes que havia no início do período 
governamental, por déficits crescentes. 
(c) a “fórmula Campos Sales – Rodrigues Alves”, 
proposta pelo ministro Lafer, lembra a importância da 
estabilidade econômica para que a economia possa 
crescer. 
(d) a substituição do presidente Eisenhower por 
Truman, nos Estados Unidos, contribuiu para a 
concretização dos esforços de financiamento da 
Comissão Mista Brasil – Estados Unidos. 
(e) o aumento da inflação e do déficit nas transações 
correntes forçou o governo a abandonar as promessas 
desenvolvimentistas, passando a adotar uma política 
econômica ortodoxa, que resultou em taxas de 
crescimento do PIB negativas. 
 
18) Uma das interpretações consagradas sobre a 
formação econômica e social do Brasil afirma que, a 
partir de 1930, teve início um novo modelo de 
desenvolvimento no país, o qual perduraria por várias 
décadas seguintes, marcando um período que ficou 
conhecido como o do “processo de substituição de 
importações”. Dentre as várias teses que economistas e 
cientistas sociais desenvolveram para explicar esse 
período e as linhas básicas desse modelo de 
desenvolvimento, pode-se citar a seguinte: 
 
(a) a sustentação política desse modelo, nas primeiras 
três décadas, deu-se através de ampla aliança, que 
abrangia parte significativa do empresariado industrial, 
dos proprietários de terra e do operariado urbano. 
 
7 
 
(b) os “choques adversos” causados pelo 
estrangulamento externo foram os principais 
responsáveis pelo estímulo inicial ao processo, pois, 
somente nos períodos de crises internacionais, abria-se 
espaço para as economias periféricas, como a do Brasil, 
importarem bens de capital. 
(c) o crescimento industrial, nas primeiras duas 
décadas, deu-se exclusivamente nos bens de consumo 
popular, só alcançando os bens intermediários e de 
capital nas décadas seguintes. 
(d) o setor primário não passou por mudanças 
significativas na primeira década após a crise de 1929, 
tendo-se tornado um ponto de estrangulamento para o 
crescimento industrial acelerado, o qual só seria 
superado na década seguinte quando se registraram 
profundas alterações na estrutura agrária, com aumentoda produtividade, a que muitos autores chegaram a 
denominar de “revolução verde”. 
(e) a economia começou a dar sinais de estagnação ao 
final da terceira década após o início do novo modelo, 
dentre outros motivos, devido a ter diminuído 
sensivelmente a magnitude do estrangulamento externo, 
o qual tinha servido de impulso inicial ao processo. 
 
19) A extensa literatura que trata das origens da 
industrialização no Brasil – refletida nas contribuições 
de, dentre outros, Dean,Furtado, Fishlow, Suzigan e 
Versiani – permite afirmar que 
 
(a) a especulação na Bolsa associada ao fenômeno do 
Encilhamento não teve qualquer impacto positivo sobre 
o crescimento industrial. 
(b) o “choque adverso” representado pela 1ª Guerra 
Mundial contribuiu para a expansão da capacidade 
produtiva da indústria. 
(c) o crescimento da produção manufatureira tendeu a 
coincidir com períodos de retração das exportações 
brasileiras. 
(d) o processo de diversificação do parque industrial 
brasileiro sofreu com os controles cambiais adotados na 
Primeira República. 
(e) os interesses do café e da indústria nem sempre 
eram antagônicos, sendo freqüente a presença de 
cafeicultores donos de fábricas. 
 
20) As bases para o desenvolvimento do capitalismo 
moderno e oligopolista no Brasil foram criadas pelo 
Presidente Getúlio Vargas. Que instrumentos de 
política econômica foram adotados a fim de criar essas 
bases ? 
 
(a) Política monetária e fiscal de fundo ortodoxo. 
(b) Política agressiva e sistemática de estímulo às 
exportações. 
(c) Política industrial executada pelo BNDE e voltada 
para os setores de bens de consumo duráveis. 
(d) Desenvolvimento de um sistema financeiro sólido e 
diversificado. 
(e) Planejamento econômico e criação de empresas 
estatais. 
 
21) A produção de tecidos de algodão por processos 
manuais e equipamentos pré-industriais já se havia 
instalado no Brasil no século XVIII. No entanto, apenas 
após a década de 40 do século seguinte é possível 
identificar o início da instalação de unidades desta 
indústria. Qual dos fatores abaixo encorajou tal 
instalação ? 
 
(a) A redução de preços industriais na Europa, ligados à 
melhoria técnica da produção. 
(b) A valorização do mil-réis. 
(c) A imposição de tarifas sobre as importações. 
(d) O tratado comercial de 1810 com a Grã-Bretanha. 
(e) O declínio da produção indiana de tecidos. 
 
22) Sobre o processo de industrialização por 
substituição de importações, leia o texto abaixo e 
marque a alternativa que contém apenas 
características deste processo: 
 
“Substituição das Importações pode ser entendido 
como um processo de desenvolvimento parcial e 
fechado que, respondendo às restrições do comércio 
 
8 
 
exterior, procurou repetir aceleradamente, em 
condições históricas distintas, a experiência de 
industrialização dos países desenvolvidos”. (Maria da 
Conceição Tavares in Da Substituição de Importações 
ao Capitalismo Financeiro). 
 
(a) Restrição externa, liberalismo econômico e 
produção voltada para exportação. 
(b) Industrialização acelerada, protecionismo 
econômico e abertura comercial. 
(c) Política fiscal restritiva, investimentos públicos e 
produção voltada para o mercado nacional. 
(d) Restrição externa, protecionismo econômico, 
intervenção estatal na economia e produção voltada 
para o mercado interno. 
(e) Industrialização gradual, populismo econômico e 
abertura comercial. 
 
23) O Plano de Metas implementado pelo Governo 
Kubitschek foi fundamental para o processo de 
desenvolvimento econômico brasileiro. Na sua 
elaboração, utilizou-se o conceito de pontos de 
estrangulamento. Os setores que foram identificados 
como pontos de estrangulamento da economia 
brasileira são: 
 
(a) indústria de bens de consumo duráveis e não 
duráveis. 
(b) indústrias de construção civil e siderúrgica. 
(c) educação e saúde. 
(d) energia, transporte e alimentação. 
(e) exportadores de produtos manufaturados. 
 
24) Que afirmativa abaixo NÃO se enquadra como 
caracterização do ambiente da industrialização 
brasileira na década de 50? 
 
(a) As exportações brasileiras demonstravam tendência 
de fraco desempenho a longo prazo, verificável através 
de baixas elasticidades-renda de importações desses 
bens pelos países industrialmente desenvolvidos. 
(b) A política de manutenção de preços elevados no 
mercado internacional do café estimulou a produção do 
produto por outros países, com reflexos perenes sobre 
as exportações brasileiras deste produto. 
(c) As dificuldades no balanço de pagamentos no pós-
guerra foram responsáveis pela introdução de controles 
de câmbio, que se desenvolveram progressivamente no 
sentido de beneficiar o investimento industrial e 
proteger a capacidade industrial já instalada. 
(d) Os mercados financeiros internacionais 
apresentavam grande liquidez associada aos superávits 
comerciais dos países exportadores de petróleo, com 
facilidade de acesso a empréstimos a taxas de juros 
reduzidos. 
(e) O desenvolvimento industrial se fez com 
mecanismos de financiamento inflacionários, o que 
comprometeu o desempenho da economia no período 
subseqüente. 
 
25) O Plano de Metas do período JK: 
 
(a) centrou-se numa proposta de crescimento acelerado, 
com metas setoriais voltadas a melhorar a distribuição 
regional e funcional da renda. 
(b) deve seu êxito fundamentalmente a variáveis 
externas, como o ingresso de capital estrangeiro, já que 
algumas políticas governamentais, como a cambial, são 
inconsistentes com as metas propostas de crescimento 
industrial acelerado. 
(c) pode ser considerada como a experiência de 
planejamento mais exitosa implementada no Brasil até 
então, prevendo metas de investimentos e dos recursos 
para viabilizá-los, inclusive acompanhando-as ao longo 
de sua execução. 
(d) proporcionou, em vários ramos da produção, um 
crescimento da capacidade produtiva além da demanda 
corrente, embora não tenha alcançado as metas 
previstas em setores definidos como pontos de 
estrangulamento pelo próprio plano, como alimentos e 
energia. 
(e) representou uma reorientação da indústria brasileira 
ao substituir a prioridade dos bens de consumo pelos 
bens de capital e ao proporcionar a economias 
regionais, como a gaúcha, taxas de crescimento 
superiores à média nacional. 
 
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26) “Tornou-se moda durante os anos 60 especular 
sobre as conseqüências da industrialização com vistas à 
substituição de importações (ISI) nos países em 
desenvolvimento e a maioria das análises era 
pessimista”. 
Nesse contexto, emergiram análises sobre a economia 
brasileira que atribuíam a estagnação à falta de mercado 
consumidor, e por isso são chamadas subconsumistas. 
Essas análises: 
 
(a) recorrem via de regra ao modelo tridepartamental de 
Kalecki para explicar como a estreiteza da demanda de 
consumo afeta as taxas de crescimento de curto prazo. 
(b) atribuíam à concentração de renda, à incapacidade 
de as tecnologias intensivas em capital gerarem 
empregos suficientes e ao atraso do setor primário as 
causas da estagnação. 
(c) atribuíam a falta de mercado consumidor aos altos 
preços decorrentes da estrutura industrial ineficiente, e 
passaram a defender uma abertura gradual da economia 
brasileira ao exterior. 
(d) evidenciam que a concentração de renda é funcional 
ao crescimento, já que é capaz de elevar a taxa de 
poupança per capita. 
(e) não tiveram penetração entre os economistas de 
tradição estruturalista cepalina, que, inspirados em 
Keynes,atribuíam as razões das baixas taxas de 
crescimento mais ao investimento que ao consumo 
agregado. 
 
27) Sobre o Governo JK e o seu Plano de Metas, NÃO 
é válido afirmar que 
 
(a) o conjunto ambicioso de metas de crescimento 
contrasta, na formulação do Plano, com a pouca 
importância dada aos mecanismos de financiamento 
para viabilizá-lo. 
(b) a formação da Comissão Mista Brasil – Estados 
Unidos e a criação do BNDE, nesse período 
governamental, foram medidas que contribuíram para a 
captação de recursos externos e para a atração de 
investimentos estrangeiros. 
(c) parte do financiamento do Plano se deu através de 
emissão monetária, apesar do significativo ingresso de 
capitais externos. 
(d) a reforma cambial de 1957 beneficiou a indústria de 
bens de capital e estabeleceu duas categorias para 
importação, a geral e a especial, além de outra categoria 
não sujeita a leilão de câmbio. 
(e) o fim da Guerra da Coréia e da reconstrução 
europeia e japonesa contribuíram para o êxito da 
política governamental de atrair capital estrangeiro. 
 
28) O Plano de Metas (1956-1961) marcou uma 
importante transformação produtiva brasileira, visando 
a maior integração da estrutura industrial no País. Para 
sua montagem, foi fundamental a identificação de 
pontos de estrangulamento que representavam setores: 
 
(a) cuja oferta não era capaz de responder rapidamente 
a uma elevação de demanda. 
(b) cuja expansão era inviável e que deveriam ter 
prioridade nas importações. 
(c) periféricos da indústria e com baixa capacidade de 
geração de emprego. 
(d) capazes de gerar grande demanda para outras 
atividades produtivas. 
(E) compostos por empresas de baixos níveis de 
produtividade e sofisticação tecnológica. 
 
29) As proposições abaixo dizem respeito ao Plano de 
Metas (1956-1961). 
I - Entre as técnicas de planejamento utilizadas no 
Plano de Metas destacaram-se a identificação de pontos 
de estrangulamento e pontos de germinação. 
II - A elevação da produção de petróleo no País foi um 
fator essencial para o sucesso do Plano de Metas. 
III - A política de valorização do café foi um dos 
pontos mais importantes para viabilizar a 
implementação do Plano de Metas. 
É(São) correta(s) apenas a(s) proposição(ões): 
 
(a) I. 
(b) II. 
(c) III. 
 
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(d) I e II. 
(e) I e III. 
 
30) Em 1956, com a chegada de Juscelino Kubitschek à 
Presidência da República, o Brasil busca estabelecer 
um Plano de Metas cujo objetivo era “crescer cinquenta 
anos em cinco “, privilegiando 5 setores da economia 
brasileira: energia, transporte, indústrias de base, 
alimentação e educação. No Plano de Metas não se 
contemplava: 
 
a) criação de mercados oligopolizados. 
b) financiamento do gasto público, via expansão dos 
meios de pagamentos e empréstimos externos. 
c) crescimento do departamento I e da indústria 
produtora de bens de consumo durável. 
d) desestímulo ao programa de industrialização por 
substituição das importações em favor das empresas 
exportadoras. 
e) presença de empresas estatais e multinacionais na 
economia.

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