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Hannah Arendt - Anotações da aula e exercícios

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Hannah Arendt
	Procura entender os motivos que possibilitaram a criação dos regimes políticos mais terríveis: ditadura e totalitarismo. 
** Totalitarismo x Ditadura
	Totalitarismo (visa o controle do espaço público pela destruição do espaço da vida privada, levando a pessoa a viver no espaço público; é o regime político mais temido pela sociedade; destrói a vida privada, trazendo tudo a público.) x Ditadura (visa o controle do espaço público).
Após o fim do totalitarismo, surge uma nova forma de compreensão de poder, a qual mostra a compreensão de que as coisas podem ser diferentes.
Democracia: surge no Império Romano para resolver uma característica específica; as decisões no serviço público devem ser tomadas gradativamente por um grupo/em conjunto e não por uma só pessoa, diante disso, foi criado o ditador, uma pessoa que poderia decidir sozinho e com rapidez sobre as decisões do serviço público, como no Estado de Emergência, onde as decisões devem ser rápidas para solucionar os problemas. O ditador surgiu para atuar durante um prazo de emergência e depois as decisões voltavam a ser de todos, tem-se aí a origem da ditadura, um regime de exceção que se tornou regra.
A Condição Humana
	“Quais as condições sobre as quais a vida humana é possível?” – questionamento principal da autora no primeiro capítulo.
	Se há possibilidade de existência de vida em outro planeta, aquilo que sabemos sobre nós não servirá mais para os outros seres.
	Somos seres condicionados porque ao mesmo tempo em que temos características que são naturais como a fala, pensamento... Essas características também podem ser desenvolvidas. Reconfiguramos/redefinimos um espaço, alterando as condições naturais e construímos o mundo. “Os homens são seres condicionados: tudo aquilo com o qual eles entram em contato torna-se imediatamente uma condição de sua existência”, ou seja, nos condiciona, mas não nos determina.
Condição x Determinismo:
	Condição Humana: há liberdade, sempre resta uma possibilidade de ação, constituindo a riqueza humana.
	Determinismo: aquilo que está “destinado/determinado”, quando pensamos em destino, não há liberdade.
Marx: fim (finalidade) da história: realização da sociedade sem classes – mostra o determinismo de Marx – não importa o que o homem faça, o mundo continua caminhando para construção de uma sociedade sem classes.
A condição humana é vida ativa
	Vida Ativa: é designada por três atividades humanas fundamentais - labor, trabalho e ação. Para um homem viver com dignidade, deve laborar, trabalhar e agir.
Labor: atividade que corresponde ao metabolismo do organismo humano (processo biológico). São as atividades realizadas para suprir as nossas necessidades básicas, visando produzir e preparar o nosso próprio alimento. A condição humana do labor é estar vivo.
	Características do Labor: visa a satisfação de necessidades básicas; repetição (atividades necessárias para que possamos comer são repetidas várias vezes durante o dia) do sofrimento (aquilo que não foi feito e poderia ter sido feito) não gera um produto durável, apenas produtos perecíveis (tem validade); o produto do labor se destina ao consumo (consumimos para nos mantermos vivos).
Trabalho: atividade que corresponde ao artificialismo da existência humana. A condição humana do trabalho é estar no mundo (mundanidade) (exige que criemos condições de estarmos vivos, precisamos de proteção contra chuva – casas/não podemos ingerir alimentos como eles vêm, nós temos que prepara-los antes; é necessário intervir na natureza para tornar possível a vida humana.
	Características: O produto é um bem durável; não consumimos, nós usamos (ex.: casa, roupa, calçado, mesa); por ser um bem durável, cria condições para a história (não faz história, apenas cria condições para isso – ex.: objetos em um museu expressam o modo como as antigas gerações viviam).
Mundo x Natureza:
	Natureza: aquilo que existe independente da nossa vontade e da nossa ação/intervenção.
	Mundo: é criado pelo homem por meio de um processo de trabalho (artificialismo) um espaço para podermos viver.
	Marx: coloca o trabalho como uma atividade que proporciona a realização humana. Para ele, é no processo de transformação da matéria da natureza (trabalho) que o homem se descobre, descobre a própria liberdade e a própria consciência (descobre que ele dá forma à madeira, que molda ela). Descobre que esse trabalhou tornou-se alienado e que o homem passou a produzir para satisfazer suas necessidades financeiras na propriedade privada. Objetivos antes: realização das atividades vitais e suprir as necessidades básicas; perde a primeira característica com a propriedade privada. Hoje temos uma sociedade de consumidores.
Ação: mesma coisa que praxis; é uma atividade que se exerce a partir do momento em que as pessoas estão juntas, acontece no entre os homens, atividade que interessa a todos. É a única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem mediação das coisas ou da matéria e corresponde a condição humana da pluralidade humana (estar entre os homens) (não é o Homem, mas são os homens que vivem na Terra e habitam o mundo; não é um homem, são todos, são muitos, portanto, é nessa relação com todos que se abre a ação. Os muitos marcam a pluralidade, a qual é marcada pela igualdade – todos os homens são iguais, tem os mesmo direitos e nada justifica que um se imponha sobre outro, somos iguais porque somos humanos e porque somos iguais podemos nos entender e usar a voz - e diferenças – somos diferentes porque não somos idênticos, temos valores/culturas/desejos... diferentes; se não fossemos diferentes a linguagem/palavra não seria necessária porque é por ela que expressamos nossa visão de mundo, nos mostramos para o outro e para nós mesmos.). É a condição necessária para a vida política: Não há possibilidade de política se não há a possibilidade da ação, que considera que são os homens que vivem na Terra e habitam o mundo – todos nós somos responsáveis pela política e, as decisões devem ser tomadas por todos e não por um só.
A igualdade torna a linguagem possível e as diferenças tornam a linguagem necessária. – discurso. / a pluralidade torna os seres humanos singulares, únicos.
Imprevisibilidade (aquele que inicia perde o controle daquilo que iniciou; não se sabe como vai acabar; uma das formas de lidar com isso é a promessa ou, no caso da esfera pública, a Constituição); Irreversibilidade (não tem volta porque acontece em relação a outras pessoas, não tem como apagar; a alternativa para a irreversibilidade é o perdão); pode produzir as instituições políticas, a história (a ação é a condição para a história). 
Aristóteles:
Fabricação: trabalhando visando criar um objeto e a perfeição do objeto criado.
Ação: visa a perfeição do sujeito, fazer com que os homens sejam melhores. Na Praxis: política, ética, economia.
Atividades relacionadas ao texto
 A que Arendt se refere com o termo vida ativa? Caracterize as atividades de labor e trabalho.
O termo Vida Ativa, Arendt divide em três atividades fundamentais para a condição humana, são elas: labor, trabalho e ação. Sendo que o labor é a atividade que corresponde ao metabolismo do organismo humano (processo biológico humano), o produto do labor é destinado ao consumo e sua condição de existência é estar vivo; trabalho é atividade que corresponde ao artificialismo da existência humana, o produto dele é um bem durável e a sua condição de existência é a mundanidade, ou seja, estar no mundo; a ação é uma atividade realizada quando as pessoas estão juntas, ou seja, executada entre homens que possuem um mesmo objetivo; a condição humana da ação é a pluralidade humana (estar entre os homens) e o produto da ação, por lidar com pessoas, é imprevisível e irreversível.
De que forma Arendt compreende a ação?
Como uma atividade que se exerce ao partir do momento em que as pessoas estão juntas, acontece entre homens e corresponde a condição humana de pluralidade.
Por que, para Arendt, a ação é a condição necessária de toda a vidapolítica?
Para Arendt, não há possibilidade de política se não houver possibilidade de ação. Tal ação considera que são os homens que vivem na Terra e habitam o mundo, e são eles os responsáveis pelas decisões políticas, as quais devem ser tomadas por todos e não por um só.
O que caracterizava, para os antigos gregos, a esfera da vida privada e a esfera da vida pública? 
Elas diferenciam-se em função da existência das esferas da família e da política como entidades diferentes e separadas. Sendo que na esfera da vida privada o homem não podia participar dos negócios do mundo porque não tinha nele lugar algum que lhe pertencesse. É fundamental que as pessoas se mantenham nas duas esferas, não ficando em apenas um delas, pois se nos mantivermos apenas na vida pública, ela não terá sentido e será facilmente manipulada por um grupo e, se nos mantivermos apenas na vida privada, não teremos a devida compreensão de mundo. 
Esfera da Vida Privada: espaço da casa, família, marcado pelas necessidades e carências, é onde suprimos nossas necessidades e, para isso, uma série de atividades de labor precisa ser realizada. Pelo fato de haver um chefe da família, o qual tem como função satisfazer as necessidades de todos, há relação de desigualdade entre os membros de uma família. É o espaço da violência (quando obriga o outro a fazer algo, no caso, o chefe da família tinha o poder, a autoridade de mandar em todos da família, podendo usar a violência física para obrigá-los). Espaço da realização das vontades; da busca da satisfação dos interesses particulares. 
** Há características que hoje são da vida pública que antes, para os antigos gregos, eram pertencentes a vida privada, como a educação, que era obrigação da família. A violência é uma característica que hoje está presente também na vida pública.
Esfera da Vida Pública: espaço da política, da polis; surge a partir da esfera da vida privada (família, lar); há igualdade (enquanto cidadãos temos os mesmos direitos e deveres, somos iguais; a igualdade é construída abstratamente, porque as nossas desigualdades se manifestam do ponto de vista de nossas compreensões); é o espaço da liberdade, significava “livre das necessidades”, pois estava livre da preocupação de satisfazer necessidades e carências; espaço marcado pela lei, pois tudo é decidido com base nela; satisfação dos interesses públicos ou bem comum/público (decisões não podem ser norteadas pelos interesses particulares, mas, de acordo com a lei, devem visar os interesses públicos).
** Surge a esfera social e, com isso, ocorre uma migração de atividades da esfera privada e pública para a esfera social. Atividades como a educação passam a ser responsabilidade da esfera social e da esfera pública, ao invés de continuar pertencendo à esfera privada.
Para Arendt, qual o duplo aspecto do termo público? Explique.
Há um lado subjetivos e um lado objetivo, sendo que o lado subjetivo caracteriza o espaço público como aquilo que todos podem ver e ouvir e, o lado objetivo caracteriza o espaço público como algo comum a todos e que depende do ponto de vista de cada um.
De acordo com o texto explique a frase: “O mundo comum acaba quando é visto somente sob um aspecto e só lhe permite uma perspectiva”?
O mundo acaba quando os seres se tornam inteiramente privados, como ocorre no caso da tirania, onde os homens são completamente privados de ver e ouvir os outros e privados de serem vistos e ouvidos por outros homens, de modo que tudo passa a ser visto sob apenas um aspecto. Não há uma verdade única e inquestionável, cada um tem uma percepção diferente e as diferentes percepções de diferentes pessoas enriquecem as concepções umas das outras.
Segundo a autora, como se constitui o espaço público?
O espaço ou esfera pública, enquanto mundo comum une os homens uns com os outros e, simultaneamente, evita que eles colidam entre si.
PROVA 02: Maquiavel, Kant, Hannah Arendt.

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