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Crimes Hediondos

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Resumo Direito Penal V – 5º sem. Direito/2015
Crimes Hediondos – Lei 8072/90
1.1 - Conceito e Critérios
Art. 5º, XLIII da CF - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
╘>Classificação das infrações penais: 
a) Infrações de lesividade insignificante: atipicidade. 
b) Infrações de ínfimo potencial ofensivo (infrações sui generis) – art. 28 da Lei n. 11.343/2006. 
c) Infrações de menor potencial ofensivo: Lei nº 9.099/95, pena até 2 anos e todas as contravenções penais (conciliação, transação e suspensão do processo) .
d) Infrações de médio potencial ofensivo: superior a 2 anos, sem violência ou grave ameaça à pessoa (normalmente será possível a substituição do art. 44, do CP). Pode-se incluir algumas com pena mínima de inferior ou igual a 1 ano, que comporta suspensão do processo do art. 89 da Lei n. 9099/95 (ex. estelionato pena de 1 a cinco anos, art. 171 do CP). Além disso, vale mencionar que a Lei n. 12.403/2011, alterou o CPP, dispondo que crimes com pena máxima até 04 anos de prisão cabe a aplicação da fiança na esfera policial, pelo Delegado de Polícia (art. 322 CPP).
 e) Infrações de grande potencial ofensivo: crimes graves, normalmente com violência ou grave ameaça à pessoa, e que não são definidos como hediondos ou equiparados. (roubo, homicídio simples). 
f) Infrações hediondas: Lei nº 8,072/90. Fernando Capez ensina três sistemas em relação à hediondez dos crimes: legal (a lei é define os crimes hediondos), judicial (o juiz é que decidirá pela hediondez do delito) e o misto (a lei prevê, mas deixa ao juiz a discricionariedade em definir). O Brasil adotou o legal.
1.2 – Análise do texto LEI Nº 8.072/90
Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências. 
Redação original: Art. 1º São considerados hediondos os crimes de latrocínio (art. 157, § 3º, in fine), extorsão qualificada pela morte, (art. 158, § 2º), extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º), estupro (art. 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único), atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único), epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º), envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal, qualificado pela morte (art. 270, combinado com o art. 285), todos do Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940), e de genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956), tentados ou consumados. 
╘>Obs.: Muitos concursos ainda cobram o crime de envenenamento de água potável como hediondo. Preste atenção! Este crime não foi reproduzido na lista do artigo 1º na alteração desta lei, veja: 
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: 
• O ROL de crimes previsto neste artigo é TAXATIVO. 
• Os crimes militares não são alcançados pela Lei nº 8.072/90. 
• A tortura, o tráfico de drogas e o terrorismo, não são crimes hediondos, pois não estão elencados no art. 1º, entretanto são equiparados, por força do art. 2º desta Lei. 
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o , I, II, III, IV e V); 
• Homicídio simples pode ser hediondo!!! Somente se praticado em atividade típica de grupo de extermínio (2 ou mais pessoas do art. 288 do CP). Ex.: massacre do vigário geral. 
• Atividade típica de grupo de extermínio não está no rol de quesitos do Tribunal do Júri (art. 483, CPP) 
• Homicídio qualificado (apenas qualificado) sempre será hediondo.
• Homicídio privilegiado (e o privilegiado-qualificado) nunca será hediondo. Natureza subjetiva prepondera. Ex.: pai mata estuprador da filha por asfixia. 
II - latrocínio (art. 157, § 3o , in fine); 
• Subtração + Morte - Somente o roubo seguido de morte. 
• STF - SÚMULA Nº 610 - Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima. 
╘>Segundo Capez: 
• Subtração + morte tentada = Latrocínio tentado => art. 157 §3º, 2º parte, c/c art. 14, II, todos do CP. 
• Subtração tentada + morte tentada = Latrocínio tentado => art. 157 §3º, 2º parte, c/c art. 14, II, todos do CP. 
• Súmula 603 do STF: a competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do tribunal do júri. 
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º); 
“CP - Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. 
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. 
§ 3º - Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o , respectivamente.”
╘>Seqüestro relâmpago seguido de morte (art. 158, § 3º, CP) É Hediondo??? 
Guilherme de Souza Nucci já se manifestou, lecionando que o descuido do legislador não permite considerar o "sequestro relâmpago" como crime hediondo, em nenhuma de suas formas. O novo delito do sequestro relâmpago, com resultado lesão grave ou morte da vítima, tem penas compatíveis com a gravidade do fato, mas não ingressa no contexto da Lei 8.072 /90."
 Luiz Flávio Gomes e Rogério Sanches, entendem que é o sequestro relâmpago com resultado morte é hediondo: Disse o legislador (na lei dos crimes hediondos , art. 1º - Lei 8.072 /1990) que a extorsão com morte é crime hediondo. Ora, não importa a forma de execução do delito (com privação ou sem privação ou restrição da liberdade da vítima). Toda extorsão com morte (por vontade do legislador) é crime hediondo. O § 3º do art. 158 apenas detalhou uma forma de execução do delito (com privação ou restrição da liberdade da vítima). O que vale para a extorsão (simples) com morte, vale também para a extorsão (específica) com morte. Note-se: em nada se alterou o substractum do delito (do injusto penal). O conteúdo do injusto é o mesmo. 
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lº, 2º e 3º); 
Cuidado! Geralmente se faz confusão com os tipos seqüestro e cárcere privado (art 148), extorsão (art. 158) e extorsão mediante seqüestro (art. 159) 
“Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Pena - reclusão, de oito a quinze anos. 
§ 1º - Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Pena - reclusão, de doze a vinte anos. 
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. 
§ 3º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.”
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); 
Redação original: V- estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994) 
VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994) 
╘> “Art. 213. Constranger alguém,mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1º - Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. § 2º - Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.”
 Obs.: A alteração da redação do art. 213 do CP, acaba com discussão que havia quanto a questão do concurso entre o crime de estupro e atentado violento ao pudor, ou seja, antes havia discussão se seria crime continuado ou concurso material de crimes, prevalecia esta última. 
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); 
Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
“Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
§ 1º - Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
§ 2º - (VETADO) 
§ 3º - Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. § 4o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). 
╘> “Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos: Pena - reclusão, de dez a quinze anos. 
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.” 
Obs.: Basta que ocorra a morte de uma só pessoa para que se caracterize crime hediondo. Crime preterdoloso (dolo no caput e culpa no § 1º). 
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 20.8.1998) 
╘> “Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais: (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. 
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. 
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos (relacionado à beleza), os saneantes (desinfecção, higienização) e os de uso em diagnóstico. 
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: 
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; 
II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; 
III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; 
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; 
V - de procedência ignorada; 
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente.”
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado. 
╘> O crime de genocídio É hediondo (Lei nº 2.889/56), na modalidade tentada e consumada. 
“Art. 1º - Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:
a) matar membros do grupo; (OBS. IMPORTANTE: Julgado no tribunal do júri!!!) 
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo; 
c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial; 
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; 
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo; Será punido: Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra “a”; Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra “b”; Com as penas do art. 270, no caso da letra “c”; Com as penas do art. 125, no caso da letra “d”; Com as penas do art. 148, no caso da letra “e”; (norma penal incompleta!!! Diferente de norma penal em branco. Neste caso o preceito primário está completo e o secundário remete para outro artigo ou legislação).” 
“Art. 2º - Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para prática dos crimes mencionados no artigo anterior: Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos.” 
“Art. 3º - Incitar, direta e publicamente alguém a cometer qualquer dos crimes de que trata o art. 1º: Pena: Metade das penas ali cominadas. 
§ 1º - A pena pelo crime de incitação será a mesma de crime incitado, se este se consumar. 
§ 2º - A pena será aumentada de 1/3 (um terço), quando a incitação for cometida pela imprensa.” 
Obs.: O crime de genocídio previsto no art. 208 do CPM não é hediondo. 
Quando se trata de crime de genocídio, deve-se atentar para o art. 109, V-A, da Constituição Federal, que autoriza o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de DH, suscitar perante o STJ, em qualquer fase do inquérito ou processo, o INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA para a Justiça Federal. (existe duas ADIns: AMB e ANAMAGES). 
Além disso, o § 4º do art. 5º da CF, que estabelece “O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão”. Instituição permanente (Estatuto de Roma) 17/07/1998, aprovado pelo Decreto 112/2002. Jurisdição Internacional é Residual. Os crimes elencados no Estatuto de Roma são imprescritíveis, dentre eles o genocídio. 
1.3 - Crimes Equiparados
Art. 2º - Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: 
•Tortura (9.455/97), tráfico ilícito de entorpecentes (Lei nº 11.343/06) e terrorismo não são hediondos, mas são EQUIPARADOS a hediondo. 
•Terrorismo (art. 20, da Lei n. 7.170/83). Há divergência, alguns entendem que não existe tipificação do crime de terrorismo. 
I - anistia, graça e indulto; 
“CF – Art. 5º, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;”
O constituinte ao utilizar a palavra “graça” o fez de forma genérica, o entendimento majoritário é que “graça” compreende indulto coletivo e indulto individual (graça). No art. 84, inc. XII utilizou a expressão indulto, abrangendo a graça (indulto individual). Além disso, a Constituição não proíbe que norma infraconstitucional estabeleça vedações à concessão de indulto. 
A anistia, a graça e o indulto são causas de extinção de punibilidade previstas no art. 109 do Código Penal.
Anistia: É lei penal de efeito retroativo que retira as conseqüências de alguns crimes já praticados, promovendo o seu esquecimento jurídico. Refere-se a fatos e não a pessoas, e por isso, atinge todos que tenham praticado delitos de certa natureza. Pode ocorrer antes ou depois da sentença penal condenatória (anistia própria ou imprópria). 
É lei Federal, de competência exclusiva (não delegável) da União (CF, art. 21, XVII) e privativa do Congresso Nacional (art. 48, VIII da CF), com sanção do Presidente da República. Retira todos os efeitos penais, principais e secundários, mas não os efeitos extrapenais. Dessa forma, mesmo com a concessão da anistia, a sentença penal condenatória poderá ser executada no cível. Se ocorrer a anistia, o réu não será considerado reincidentecaso cometa um novo delito. 
Graça: É um benefício individual concedido mediante provocação da parte interessada, enquanto o indulto é de caráter coletivo e concedido espontaneamente. Ambos os institutos são concedidos pelo Presidente da República (art. 84, XII da CF), que poderão ser delegados aos ministros de Estado ou ao Procurador-geral da República e Advogado-Geral da União (Art. 84, par. único., CF). Só ocorrem na fase da execução penal. 
II - fiança. 
A Lei na sua redação original previa a vedação à fiança e a liberdade provisória. Para alguns a alteração excluindo a vedação da liberdade provisória foi mera adequação da norma, pois entende que a vedação da fiança, automaticamente, está vedada a liberdade provisória, o que justificaria a manutenção da Sumula 697 do STF: “a proibição da liberdade provisória nos processo pro crimes hediondos não veda o relaxamento de prisão processual por excesso de prazo.” 
No entanto o CPP fala em Liberdade Provisória com ou sem fiança.
§ 1º - A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado.
╘> Obs.: Não se aplica a regra do art. 33 e seguintes do CP. Assim, qualquer que seja o quantum a pena, o regime prisional será sempre o FECHADO. 
§ 2º - A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. 
EMENTA: PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PROGRESSÃO DE REGIME. LEI 11.464/07. IRRETROATIVIDADE DE LEI PENAL MAIS GRAVOSA. CONTAGEM DE PRAZO PARA O BENEFÍCIO. ART. 112 DA LEP. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. I - Em matéria de progressão de regime em delito considerado como hediondo, cometido anteriormente à entrada em vigor da Lei 11.464/07, deve prevalecer o entendimento da inconstitucionalidade do então vigente art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/90, conforme precedente desta Corte. II - Para evitar-se a retroatividade da lei mais gravosa, o prazo a ser considerado é o do art. 112, original da LEP. III - Determinação ao Juízo da Vara das Execuções para que aprecie a possibilidade de concessão da progressão pleiteada, à vista dos requisitos objetivos e subjetivos. IV - Ordem concedida de ofício. (HC 93669, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 22/04/2008, DJe-088 DIVULG 15-05-2008 PUBLIC 16-05-2008 EMENT VOL-02319-05 PP- 00923). 
STF - Súmula Vinculante nº 26 - para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2o da lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico. 
STJ - Súmula: 471 - Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional. 
╘> PODE HAVER SUBSTITUIÇÃO POR RESTRITIVA DE DIREITOS (crimes hediondos e delitos assemelhados)!!!
O STJ tem se posicionado pelo cabimento da substituição da pena corporal em restritiva de direitos no caso de condenado por tráfico ilícito de substância entorpecente (HC 118.098-RS, DJe 9/12/2008, HC 128.256-SP, DJe 26/10/2009 e HC 120.353-SP, DJe 9/2/2010). No mesmo sentido o STF, no HC 97.256/RS, posicionou-se para conceder parcialmente a ordem e declarar incidentalmente a inconstitucionalidade da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos”, constante do § 4º, do art. 33, da Lei 11.343/2006, e da expressão “vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos”, contida no também aludido art. 44, do mesmo diploma legal. (HC 97256, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 01/09/2010, DJe- 247 DIVULG 15-12-2010 PUBLIC 16-12-2010 EMENT VOL-02452-01 PP- 00113 RT v. 100, n. 909, 2011, p. 279-333) 
§ 3º - Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.
PRISÃO PREVENTIVA - EXCEÇÃO. Consubstanciando a prisão preventiva exceção ao princípio da não-culpabilidade, deve-se reservá-la a casos extremos, presente o disposto no artigo 312 do Código de Processo Penal. PRISÃO PREVENTIVA - GRAVIDADE DA IMPUTAÇÃO. A gravidade da imputação, consideradas as qualificadoras do tipo penal, não serve à prisão preventiva, havendo de ser elucidada na sentença relativa à culpa. PRISÃO PREVENTIVA - CRIME HEDIONDO - AFASTAMENTO. Se a própria lei prevê que, em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade, forçoso é concluir que o enquadramento do crime como hediondo não revela, por si só, base para a prisão preventiva. (HC 92299, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 24/06/2008, DJe-177 DIVULG 18-09-2008 PUBLIC 19-09-2008 EMENT VOL- 02333-02 PP-00303) 
STJ - RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. PRISÃO EM FLAGRANTE. CONDENAÇÃO. NEGATIVA DO DIREITO DE APELAR EM LIBERDADE. RÉU QUE PERMANECEU PRESO DURANTE TODA A INSTRUÇÃO CRIMINAL. EFEITO DA CONDENAÇÃO. 1. Na linha do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, a vedação contida no artigo 2.º, inciso II, da Lei n.º 8.072/90 é constitucional e suficiente, por si só, para impedir a concessão da liberdade provisória ao réu preso em flagrante e condenado por crime hediondo. 2. Acrescente-se, ainda, que em relação ao crime de tráfico ilícito de entorpecentes existe expressa vedação legal à concessão do benefício (artigo 44 da Lei n.º 11.343/06), o que é suficiente para negar ao Paciente o direito à liberdade provisória. 3. A despeito do princípio da presunção de inocência, não tem direito de recorrer em liberdade o acusado que permaneceu justificadamente preso durante toda a instrução criminal. 4. Recurso desprovido. (RHC 23319/MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 12/08/2008, DJe 08/09/2008) 
§ 4º - A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. 
Art. 3º - A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública. 
Art. 4º - (VETADO) 
Art. 5º - Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso: "Art. 83. V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza." 
Art. 6º - Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação: 
Art. 7º - Ao art. 159 (extorsão mediante seqüestro) do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo: § 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços." (ver comentários ao parágrafo único do próximo artigo). 
Art. 8º - Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. 
╘>Código Penal: Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes: Pena - reclusão, de um a três anos. Parágrafo único - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado. 
╘>Lei 2.889/56 - Genocídio: Art. 2º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para prática dos crimes mencionadosno artigo anterior: Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos.
╘>Lei n. 11.343/2006 – Lei de Drogas: Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o , e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei. 
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços. 
╘>DELAÇÃO PREMIADA – Além da previsão na Lei 8.072/90, encontramos a delação premiada nas Leis n. 9.034/95 (crime organizado), Lei n. 9.807/99 (Lei de proteção a Testemunhas e réus colaboradores) e art. 41 da Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas).
Lei n. 9.807/99: Lei de proteção a Testemunhas e réus colaboradores [...] “Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a conseqüente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado: 
I - a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa; 
II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada; 
III - a recuperação total ou parcial do produto do crime. Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará em conta a personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso.”
“Art. 14. - O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime, na localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um a dois terços.”
 
Art. 9º - As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
 ╘> Obs.: A revogação dos arts. 223 e 224 do CP tornou inaplicável a causa de aumento de pena do art. 9º da Lei 8.072/90.
Exercícios de Fixação:
O crime de envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal qualificado com resultado morte é considerado hediondo.
O condenado por crime hediondo que denunciar à autoridade a quadrilha por ele integrada, possibilitando seu desmantelamento e deve ter reconhecida em seu favor uma causa de diminuição de pena.
São equiparados aos crimes hediondos, por disposição da Lei 8.072/90 o Terrorismo, Tortura e Tráfico Ilícito de Entorpecentes.
Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo serão insuscetíveis de graça, anistia, fiança e perdão judicial.
A lesão corporal seguida de morte é hediondo, já a epidemia com resultado morte não é considerado um crime hediondo.
Para a configuração do crime de genocídio, previsto no parágrafo único do art. 1º da Lei 8072/90, é necessário que o crime seja cometido por chefes políticos e militares.
O crime de extorsão mediante sequestro será considerado hediondo apenas se ocorrer a morte da vítima.
A conduta do agente que expõe à venda e tem em depósito para vender produto, destinado a fins terapêuticos, falsificado ou alterado, na condição de ausência das características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização ou com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade, é considerada crime de natureza hedionda.
O tráfico internacional de entorpecentes, por ser um crime inafiançável, é considerado um crime hediondo.
A tentativa de estupro é considera crime hediondo, previsto na Lei 8072/90, art. 1º, inc. V.
Gabarito dos Exercícios de Fixação:
Errada. O crime de envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal qualificado com resultado morte foi excluído do rol dos crimes hediondos, operando-se a novatio legis in mellius. Assim, ao condenado por tal delito não se aplicam as regras da Lei 8.072/90.
Certa. Segundo o artigo 8º, parágrafo único, da Lei 8.072/90, "o participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços".
Certa. Segundo art. 2º, da Lei 8.072/90, equiparam-se aos crimes hediondos a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo.
Errada. Prevê o artigo 2º, da Lei 8.072/90, que "os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
I - anistia, graça e indulto;
II – fiança. "
Errada. A lesão corporal seguida de morte é crime preterdoloso, por isso não é crime hediondo, além disso não consta do rol do artigo 1º da Lei de crimes hediondos; contrário a epidemia com resultado morte prevista no rol taxativo do art. 1º da Lei, inc. VII, por sua vez, considerado hediondo.
Errada. No crime de genocídio, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Se o crime for cometido por governante ou funcionário público a pena é aumentada de um terço.
Errada. Ao contrário da extorsão (art. 158/CP), que é considerada crime hediondo apenas na forma qualificada pela morte, a extorsão mediante sequestro será crime hediondo mesmo em sua forma simples.
Certa. Segundo art. 1º, VII-B da Lei 8072/90 “falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.”
Errada. Não é por ser inafiançável que ele é considerado hediondo, mas sim por estar tipificado na lei 8072/90 - Crimes Hediondos da legislação especial; assim sendo, crimes hediondos são aqueles apenas tipificados no rol dessa lei. 
Certa.  São considerados hediondos todos os crimes descritos na Lei Lei 8.072/90, consumados ou tentados (diz art. 1º da Lei, parte final).

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