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INTRODUCAO A MACROECONOMIA Economia II 2 semestre 2015

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INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA – ECONOMIA II
O objetivo principal da teoria econômica é o de analisar como são determinados os preços e as quantidades dos bens produzidos e dos fatores de produção existentes na economia. A partir da segunda metade do século XIX, os economistas estruturaram um método de análise que iria consagrar-se posteriormente, denominados escola neoclássica. O princípio básico dessa escola era o da racionalidade dos agentes econômicos, ou seja, perante uma série de opções, os indivíduos, livremente, escolheriam aquela opção que considerasse mais vantajosa.
A fim de verificar como se determinavam os preços e as quantidades produzidas, esses economistas criaram duas entidades básicas: o consumidor e a firma. O consumidor seria uma entidade abstrata que teria por objetivo maximizar alguma função (tradicionalmente, coloca-se como objetivo básico a maximização da satisfação ou utilidade), enquanto as firmas, ao decidirem aspectos relativos aos preços a serem cobrados ou às quantidades a serem produzidas, tomariam tais decisões procurando maximizar também algumas funções objetiva. Nesse caso, tem sido tradicional colocar os lucros como variável a ser maximizada.
Com o objetivo de analisar o processo de determinação de preços e quantidades, a teoria microeconômica preserva, em sua análise, as características individuais de cada bem e de cada fator de produção. Cada produto é visto com suas características específicas, ou seja, laranjas distinguem-se na análise dos demais bens, como abacates, automóveis e outros. Em relação aos diversos fatores de produção, também são preservados os vários tipos de fatores, bem como, dentro de cada fator, suas diferentes características.
Na tentativa de determinar como os preços e as quantidades são estabelecidos, desenvolveram-se dois métodos de análise básicos: a chamada abordagem de equilíbrio parcial e a de equilíbrio geral.
A abordagem de equilíbrio parcial analisa determinado mercado sem considerar os efeitos que esse mercado pode provocar sobre os demais existentes na economia. Admite-se que os outros mercados afetem o mercado analisado, mas julga-se que esse mercado não afeta os demais. Já na abordagem do equilíbrio geral, acredita-se que tudo depende de tudo, e assim, se quiséssemos determinar como são formados os preços dos bens, deveríamos, inicialmente, listar todos os bens que são produzidos pela economia e todos os tipos de insumos que são utilizados, e considerar que, nas demandas e ofertas de cada um dos bens, todos os preços dos demais bens são importantes.
Evidentemente, a preservação de todas as características específicas de cada bem, na análise, impede que algumas considerações mais gerais a respeito da evolução da economia possam ser efetuadas. Imaginemos que estivéssemos interessados em saber como os preços de uma economia têm-se comportado ao longo dos últimos meses. A resposta que a microeconomia daria seria individualizar cada um dos bens produzidos, respondendo: o preço relativo do bem x está aumentando; o do bem y, diminuindo, e assim sucessivamente. Caso estivéssemos interessados em avaliar como tem se comportado a produção dos bens na economia, a microeconomia também forneceria respostas específicas para cada um dos bens produzidos.
Ainda que a observação de como o preço e a produção de cada bem, individualmente, seja extremamente elucidativa, pode-se perceber, de antemão, a necessidade de obtermos respostas um pouco mais rápidas e abrangentes.
Gostaríamos de saber coisas como: de que forma tem se comportado o nível de produção da economia ao longo dos últimos anos, como tem evoluído o nível de emprego, entre outras.
Dessa forma, percebe-se a necessidade de darmos tratamento mais agressivo e empírico à análise econômica. E aqui surge o espaço para a macroeconomia, que tem por objetivo fundamental analisar como são determinadas as variáveis econômicas de maneira agregada. Estamos interessados em saber se o nível de atividades tem crescido ou diminuído, se os preços têm aumentado, por exemplo, de forma agregada. É claro que a microeconomia também analisa variáveis agregadas, como o mercado de automóveis, que inclui uma série de tipos de automóveis fabricados. Entretanto, a macroeconomia faz agregações absolutas, pois reúne todos os tipos de bens produzidos.
Se considerarmos uma economia fechada, ou seja, uma economia que não mantém relações com outros países, a macroeconomia observa-a como se ela fosse constituída por quatro mercados: o mercado de bens e serviços; o mercado de trabalho; o mercado monetário e de títulos; e o mercado cambial.
A diferença entre a Microeconomia e Macroeconomia se destaca nesse enfoque, todavia, numa visão imediatista, dá a impressão que existe um conflito entre as duas áreas, porém, o que se verifica é que o conjunto da economia é a soma de seus mercados individuais.
A teoria macroeconômica relaciona como problemas de curto prazo, o desemprego e a inflação, enquadrados nas questões conjunturais; e os problemas de longo prazo, o desenvolvimento e o crescimento econômico, são vistos como questões estruturais.
No mercado de bens e serviços, para tentar responder sobre o modo como se tem comportado o nível de atividades, efetua-se a agregação de todos os bens produzidos pela economia durante certo período de tempo e define-se o chamado produto nacional. Esse produto representa a agregação de todos os bens produzidos pela economia. O preço desse produto, que traduz a média de todos os preços e o produto nacional expressam entidades abstratas criadas pelos economistas. A demanda agregada depende fundamentalmente da evolução da demanda dos quatro grandes setores ou agentes macroeconômicos: consumidores, empresas, governo e setor externo.
Por outro lado, a oferta ou produção agregada dependa da evolução do nível de emprego e da capacidade instalada na economia. A condição de equilíbrio do mercado é dada por:
Oferta agregada de bens e serviços = Demanda agregada de bens e serviços.
As variáveis determinadas nesse mercado são as seguintes:
- nível de renda e produto nacional
- nível de preços
- consumo agregado
- poupança agregada
- investimentos agregados
- exportações totais
- importações totais.
De maneira semelhante, o mercado de trabalho também representa a agregação de todos os tipos de trabalho existentes na economia. Nesse mercado, determinamos como se estabelecem a taxa salarial e o nível de emprego.
A demanda ou procura de mão de obra depende de dois fatores básicos: da taxa de salário real ( ou custo efetivo da mão-de-obra para as empresas) e do nível de produção desejado pelas empresas. A oferta de mão-de-obra depende do salário real (custo efetivo da cesta básica de consumo para os trabalhadores) e da evolução da população economicamente ativa. A condição de equilíbrio nesse mercado é dada por:
Oferta de mão-de-obra = Demanda de mão-de-obra
As variáveis determinadas são
- nível de emprego
- taxa de salários monetários
Em conjunto com o mercado de bens e serviços, que determina a taxa de inflação, o mercado de trabalho determina também o salário real, isto é, o salário monetário, descontado a inflação.
Pode-se observar que, por meio dessa agregação, a teoria macroeconômica esquece as características individuais de cada produto, bem como de cada tipo de trabalho. Evidentemente, caso se queira efetuar alguma desagregação, isso é possível. Poderíamos, assim, destacar a produção dos chamados bens agrícolas dos bens industriais. Entretanto, a discussão da economia, em termos básicos, é a natureza básica da macroeconomia.
Adicionalmente, discute-se o mercado monetário, pois a análise será desenvolvida em uma economia cujas trocas são efetuadas utilizando-se sempre um elemento comum. Esse elemento comum é o que se conhece por moeda. É intuitivo perceber que, se as trocas utilizam sempre a moeda, esta deve ter alguma importância na determinação dos preços e das quantidades produzidas.
A demanda e a oferta de moeda determinam a taxa de juros.
A condição de equilíbrioé dada por:
Oferta de moeda = Demanda de moeda
As variáveis determinadas nesse mercado são:
- taxa de juros
- estoque de moeda (meios de pagamentos).
Nas economias, existem agentes econômicos superavitários e agentes deficitários. Agentes superavitários são os que possuem nível de renda superior aos seus gastos, e deficitários, os que possuem nível de gastos superiores ao de renda. Idealiza-se um mercado no qual os agentes superavitários emprestam para os deficitários, que é o mercado de títulos. Em qualquer economia, existe uma série de títulos que fazem essa função (títulos do governo, ações, debêntures, duplicatas, entre outros). Entretanto, a macroeconomia, mais uma vez, agrega todos esses títulos e define um título (tradicionalmente, é representado por algum título do governo), e nesse mercado procura-se determinar o preço e a quantidade de títulos.
A condição de equilíbrio nesse mercado é dada por:
Oferta de títulos = Demanda de títulos
A variável determinada nesse mercado é o preço dos títulos.
Normalmente os mercados monetários e de títulos são analisados conjuntamente, que podem genericamente ser chamados de mercado financeiro, dada sua grande interdependência. Na verdade,a taxa de juros é determinada por esses dois mercados.
Como a economia mantém transações com o resto do mundo, existe o mercado cambial, ou de divisas, envolvendo moeda estrangeira. A oferta de divisas depende das exportações e da entrada de capitais financeiros, enquanto a demanda por divisas é determinada pelo volume de importações e pelas saídas de capital financeiro. A variável determinada nesse mercado é a taxa de câmbio, que é o preço da divisa, em termos da moeda nacional.
A condição de equilíbrio nesse mercado é dada por:
Oferta de divisas = Demanda de divisas
A variável determinada nesse mercado é a taxa de câmbio.
Assim, podemos resumir os objetivos da análise macroeconômica como sendo o de estudar o modo como se determinam as seguintes variáveis agregadas: nível geral de preços, nível de produto, taxa de salários, nível de emprego, taxa de juros, quantidade de moeda, preço e quantidades de títulos, taxa de câmbio e quantidade de divisas.
A teoria neoclássica, admitindo flexibilidade de preços e salários e mercados competitivos, mostrava, por um lado, que o sistema de mercado tinha a virtude de levar a economia ao pleno emprego dos fatores de produção, bem como o nível de produto ao seu máximo, ou seja, o produto de pleno emprego. Por outro lado, indicava que o nível de produto e emprego seria independente das flutuações da demanda agregada, cuja função primordial seria a de determinar o nível de preços e as demais variáveis nominais do sistema.
Essa ideia, essencial até hoje para os economistas de tradição neoclássica, parte de um princípio muito razoável para o senso comum, o de que o nível de produto que representa o volume dos diferentes bens que serão colocados à disposição do mercado e o nível de emprego depende das condições reais da economia, isto é, do conhecimento tecnológico, disponibilidade de fatores de produção etc., e não do volume da demanda agregada. Como tradicionalmente é dito, se o nível de produto e emprego dependesse da demanda agregada, seria muito fácil para os responsáveis pela política econômica resolverem os problemas de produção e emprego, bastando elevar a demanda, o que seria uma tarefa fácil para quem tem o controle do estoque de moeda.
Apesar desse resultado teórico, a evidência empírica mostrava aspectos totalmente diversos. De maneira recorrente, observa-se, nas economias capitalistas, grande número de trabalhadores que buscam desesperadamente emprego, aceitando as condições salariais existentes nos mercados, sem, contudo, encontrar trabalho. Evidentemente, essa situação não pode ser caracterizada pelo pleno emprego dos fatores de produção. Pode-se perceber o grau de insatisfação que existia naquele momento com tais resultados que a macroeconomia oferecia, ou seja, a existência de uma tendência automática ao pleno emprego e, consequentemente, a inexistência de desemprego dos trabalhadores. Isso porque a evidência empírica mostrava pessoas buscando constantemente emprego sem alcançarem sucesso.
A questão do alto nível de emprego tem como ponto, a crise desencadeada a partir de 1930, gerando um aprofundamento da análise da macroeconomia pelos estudos da “Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda”, elaborado por Keynes, destituindo o pensamento liberal, em que acreditava nas forças de mercados, sem interferência do Estado. O novo paradigma se firmava na transformação de uma economia moderna, com a teoria macroeconômica apoiada na intervenção do Estado, agindo na economia de mercado.
Assim, abria-se a oportunidade para a ação governamental, pelos seus instrumentos clássicos de política econômica, para direcionar a economia rumo à utilização total dos recursos. Enquanto para os economistas neoclássicos a ação governamental deveria restringir-se à produção dos chamados bens públicos (por exemplo, segurança, educação, entre outros), depois de Keynes, o governo tinha não apenas a oportunidade, mas também a necessidade, de orientar sua política econômica no sentido de promover a utilização plena dos recursos disponíveis na economia.
Instrumentos de política macroeconômica
 Envolve a atuação do governo sobre a capacidade produtiva ( oferta agregada) e as despesas planejadas (demanda agregada), levando a economia a operar em pleno emprego, com baixas taxas de inflação, com distribuição de renda justa, e que cresça de forma contínua e sustentável.
Principais instrumentos:
Política fiscal – instrumentos que o governo dispõe para arrecadar tributos (política tributária) e controlar suas despesas (política de gastos).
Se o objetivo da política econômica for reduzir a taxa de inflação, as medidas fiscais normalmente adotadas são a diminuição de gastos públicos e/ou aumento da carga tributária (que inibe o consumo). Logo, essas medidas visam diminuir os gastos da coletividade.
Política monetária – atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos públicos existentes na economia.
Se o objetivo da política econômica for controlar a inflação, a medida apropriada de política monetária é diminuir o estoque monetário da economia (por exemplo, aumento da taxa de juros, aumento das reservas compulsórias, ou venda de títulos no open market).
As políticas monetárias e fiscais são meios alternativos, diferentes para as mesmas finalidades.
Política fiscal apresenta mais eficácia, quando o objetivo é uma melhoria na distribuição de renda, com taxações das rendas mais elevadas dado o aumento dos gastos do governo, para serem distribuídos a setores mais carentes.
A política monetária sobre a fiscal é mais fácil de ser aplicada porque depende, somente, de decisões diretas das autoridades monetárias, enquanto, o processo de implementação de política fiscal é muito lento, pois depende de votação no Congresso.
Política cambial – atuação do governo sobre a taxa de câmbio. O câmbio pode ser fixo ( o Governo, por meio do Bacen, pode fixar a taxa de câmbio) ou flutuante (determinado pelo mercado de divisas).
Política comercial – instrumentos de incentivos às exportações e/ou estímulo e desestímulo às importações.
Política de renda – intervenção direta do governo na formação de renda (salários, aluguéis), com o controle e congelamento de preços.
Portanto: Macroeconomia se preocupa com:
. o comportamento da economia em períodos de prosperidade e recessão;
. a produção total de bens e serviços e crescimento desse produto;
. os fatores que levam ao pleno emprego e desemprego;
. as causas da inflação;
. o papel das políticas fiscais, monetárias e cambiais e comerciais.
Questões para revisão:
Conceitue e aponte as principais diferenças entre os enfoques da Macroeconomia e da Microeconomia.
Sintetize os objetivos de política econômica.
Políticas de estabilização da inflação não são compatíveis com melhoria no grau de distribuição de renda. Você concorda?Justifique sua resposta.
Comente a questão da compatibilidade (ou não) entre as metas de melhoria no grau de distribuição de renda e a busca do crescimento econômico, à luz da experiência brasileira no período do “milagre econômico”.
Resuma os instrumentos de política econômica.
Qual é a condição de equilíbrio e quais são as variáveis macroeconômicas determinadas:
No mercado de bens e serviços
No mercado monetário
No mercado de títulos
No mercado de trabalho
No mercado de divisas.

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