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Aula 02 Contabilidade de Custos p/ SEFAZ/PE Professores: Gabriel Rabelo, Luciano Rosa Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 77 SUMÁRIO 0. Vamos continuar? ........................................................................................... 2 1. Custeio e controle dos materiais diretos. ..................................................... 3 1.1. Definição ................................................................................................... 3 1.2. Materiais diretos ± custo de aquisição ........................................................... 6 1.2.1. Regra geral .............................................................................................. 6 1.2.2. Descontos comerciais e abatimentos ............................................................ 7 1.3. Critérios de avaliação ................................................................................... 8 1.3.1. Estoque de matéria prima .......................................................................... 8 1.3.2. Tratamento dos gastos de fretes e armazenagem .......................................... 9 1.3.3. Impostos recuperáveis .............................................................................. 10 1.3.3.1. Compra de matéria prima ....................................................................... 13 1.3.3.2. Compra de mercadoria por empresa comercial (aquisição de indústria) ........ 14 1.3.3.3. Compra de mercadoria por empresa comercial (aquisição de empresa comercial) ........................................................................................................ 14 1.4. Tratamento das perdas ................................................................................ 15 2. Mão de obra direta e indireta ...................................................................... 16 2.1 ± definição .................................................................................................. 16 2.2 ± custo da mão de obra ................................................................................ 16 2.2.1. Encargos sociais ....................................................................................... 17 2.2.2 provisão para pagamento de férias .............................................................. 18 2.2.3 provisão para pagamento de 13º salário ...................................................... 19 3. Custos indiretos ......................................................................................... 20 3.1 definição e critérios de rateio ......................................................................... 20 3.1.1. Esquema básico da contabilidade de custos ................................................. 20 3.2. Critérios de rateio dos custos indiretos .......................................................... 22 3.3. Departamentalização ................................................................................... 23 3.4. Aplicação dos custos indiretos de produção .................................................... 24 4.2. Sistemas de acumulação de custos: por ordem e por processo. .............. 25 4.2.1 ± formas de produção ................................................................................ 25 4.2.1.1 ± produção por ordem ............................................................................. 25 4.2.1.1.1 ± tratamento contábil ........................................................................... 25 4.2.1.1.2 ± encomendas de longo prazo de execução ............................................. 26 4.2.1.1.3 - tratamento do custo de empréstimos destinados a financiar estoque na produção por ordem. ......................................................................................... 27 4.2.1.2 - produção contínua ................................................................................ 31 4.2.1.2.1 ± tratamento contábil ........................................................................... 31 5 - questões comentadas .................................................................................... 32 6. Questões comentadas nesta aula ..................................................................... 63 7. Gabarito das questões comentadas nesta aula ................................................... 77 AULA 02: 3. Custeio e controle dos materiais diretos. 4. Custeio, controle, tratamento contábil da mão de obra direta e indireta. 5. Custeio, tratamento contábil e custos indiretos de fabricação. 6. Critérios de rateio. 7. Custeio por ordem e por processo. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 77 0. VAMOS CONTINUAR? Olá, meus amigos. Como estão?! Esperamos que estejam gostando das aulas. Vamos tentar antecipar um pouco as próximas aulas, para que o curso termine com folga até a data da prova. Estamos à disposição para sanar as dúvidas que surjam no decorrer do curso. Pedimos para usar preferencialmente o fórum de dúvidas do site Estratégia Concursos. Nossos emails são: gabrielrabelo@estrategiaconcursos.com.br lucianorosa@estrategiaconcursos.com.br Forte abraço! GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 77 1. CUSTEIO E CONTROLE DOS MATERIAIS DIRETOS. 1.1. DEFINIÇÃO Já mencionamos, na aula anterior, a definição de custo direto e custo indireto: Custos diretos são aqueles que podem ser diretamente apropriados aos produtos. Exemplo: matéria-prima, mão de obra direta, embalagens, etc. Custos Indiretos são aqueles que não podem ser diretamente apropriados aos produtos. A sua alocação é feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária. Exemplo: Aluguel da fábrica, supervisão, chefia, etc. (Eliseu Martins, ³&RQWDELOLGDGH�GH &XVWRV´�� Vamos expandir um pouco esses conceitos. A primeira coisa que devemos ter em mente é que custo direto não é o mesmo que custo variável; e custo indireto não é sinônimo de custo fixo. A classificação custo direto ou custo indireto refere-se á identificação do custo com o produto elaborado. Os custos que podem ser atribuídos diretamente a um produto são os custos diretos. Já aqueles que necessitam de um critério de rateio para serem alocados aos produtos são os custos indiretos. A classificação entre custos fixos e variáveis refere-se à variação dos custos em relação à variação da quantidade produzida. Assim, um custo fixo pode ser direto ou indireto. O mesmo ocorre com os custos variáveis. São duas classificações separadas, com finalidades distintas, e não há relação entre elas. Ou seja, embora os custos fixos sejam em sua maioria custo indiretos, pode haver custo fixo direto. Com os custos variáveis ocorre o mesmo. Repetimos, são classificações separadas. Para tornar mais clara a distinção entre custo direto e indireto, vamos UHSURGX]LU�XP�H[HPSOR�TXH�FRQVWD�QR�OLYUR�³&RQWDELOLGDGH�GH�&XVWRV´��GR�3URI�� Eliseu Martins: ³6XSRQKDPRV� TXH� RV� VHJXLQWHV� &XVWRV� GH� 3URGXomR� GH� GHWHUPLQDGR� SHUtRGR� precisem ser alocados aos quatro diferentes produtos elaborados pela empresa: Matéria-prima 2.500.000 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícioscomentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 77 Embalagens 600.000 Material de consumo 100.000 Mão-de-obra 1.000.000 Salário da Supervisão 400.000 Depreciação das Máquinas 300.000 Energia Elétrica 500.000 Aluguel do Prédio 200.000 Total 5.600.000 O responsável por Custos faz os levantamentos e análises necessárias e verificou o seguinte: Matéria-prima e Embalagens: podem ser apropriadas perfeita e diretamente aos quatro produtos, já que foi possível identificar quanto cada um consumiu. Material de Consumo: Alguns são lubrificantes de máquinas, e não há como associá-los a cada produto diretamente, e outros são de tão pequeno valor que ninguém se preocupou em associá-los a cada produto. Mão-de-obra: é possível associar parte dela diretamente com cada produto, pois o processo não é muito automatizado e houve uma medição de quanto cada operário trabalhou em cada um e quanto custa cada operário para a empresa. Mas parte dela refere-se aos chefes de equipe de produção, e não há possibilidade de se verificar quanto atribuir diretamente aos produtos ($200.000 dos $1.000.000). Salários da Supervisão: muito mais difícil de ainda de se alocar por meio de uma verificação direta e objetiva do que a mão-de-obra dos chefes de equipe de produção, já que essa supervisão é a geral da produção. Representa esse custo o gasto da supervisão dos chefes de equipes e, por isso mesmo, muito mais difícil é a alocação aos produtos. Depreciação das máquinas: a empresa deprecia linearmente em valores iguais por período, e não por produto. Haveria possibilidade de apropriar diretamente a cada produto se a depreciação fosse contabilizada de outra forma. Energia Elétrica: parte dela é possível alocar a três dos quatro produtos, já que a máquina que mais consome força possui um medidor próprio, e a empresa faz verificações de quanto consome cada item elaborado. Porém , o resto da energia só é medido globalmente, e não há forma direta de alocação ($350.000 são alocáveis e $150.000 não). Aluguel do prédio: impossível de se medir diretamente quanto pertence a FDGD�SURGXWR�´ �(OLVHX�0DUWLQV��³&RQWDELOLGDGH�GH�&XVWRV´� 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 77 Verificamos que alguns custos podem ser diretamente apropriados aos produtos. São os Custos Diretos com relação aos produtos. Em outros casos, não há uma medida objetiva, e a alocação tem que ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária. São os Custos Indiretos com relação aos produtos. É importante ressaltar que a classificação entre custos diretos e indiretos relacionada acima vale para as condições descritas. Ou seja, para uma empresa a depreciação pode ser um custo indireto e para outra pode ser um custo direto. Há que se verificar o que diz a questão. Alguns custos são irrelevantes e, embora pudessem ser apropriados diretamente (como no caso de Material de consumo, neste exemplo), recebem XP� WUDWDPHQWR�GH� FXVWR� LQGLUHWR��$� UHODomR� ³FXVWR-EHQHItFLR´� QmR� MXVWLILFD�XP� tratamento mais detalhado para custos irrelevantes. Lembramos que não há um valor objetivo para que um custo seja considerado relevante ou irrelevante. Segundo o CPC 00 ± Procedimento Conceitual Básico, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários. Alguns custos, como a depreciação, poderiam ser apropriados de forma direta, mas, pela própria natureza do custo, muitas vezes não é considerado útil esse procedimento. E, finalmente, alguns custos, como a Energia Elétrica, embora possam ser relevantes, não são tratados como diretos, já que seria necessário um sistema de mensuração da quantidade aplicada em cada produto. Devido ao custo desse sistema, ou por ser de difícil aplicação, ou ainda por não ser muito diferente o valor assim obtido daquele que se calcularia com base na potência de cada máquina e no volume de sua utilização, prefere-se fazer a apropriação de forma indireta. Sempre que é necessário utilizar qualquer fator de rateio para a apropriação ou quando há o uso de estimativas ao invés de medição direta, fica caracterizado o custo indireto. Assim, o rol dos Custos Indiretos inclui Custos Indiretos propriamente ditos e Custos Diretos (por natureza), mas que são tratados como indiretos em função de sua irrelevância ou da dificuldade de sua medição. Com respeito especificamente à mão-de-obra, o Prof. Eliseu Martins ressalta que a mão de obra direta é aquela que diz respeito ao gasto com pessoal que trabalha e atua diretamente sobre o produto que está sendo elaborado; a mão de obra indireta é a relativa ao pessoal de chefia, supervisão ou outras 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 77 atividades que, apesar de vinculadas à produção, não tem aplicação direta sobre o produto: manutenção, programação e controle da produção, etc. 1.2. MATERIAIS DIRETOS ± CUSTO DE AQUISIÇÃO 1.2.1. REGRA GERAL Regra geral: todos os gastos incorridos para a colocação do ativo em condições de uso (equipamentos, matérias-primas, ferramentas, etc) ou em condições de venda (mercadoria, etc) incorporam o valor desse mesmo ativo. (Eliseu Martins, op cit.) Texto do Pronunciamento CPC 16 (R1) ± Estoques: CUSTOS DO ESTOQUE 10. O VALOR DE CUSTO DO ESTOQUE DEVE INCLUIR TODOS OS CUSTOS DE AQUISIÇÃO E DE TRANSFORMAÇÃO, BEM COMO OUTROS CUSTOS INCORRIDOS PARA TRAZER OS ESTOQUES À SUA CONDIÇÃO E LOCALIZAÇÃO ATUAIS. CUSTOS DE AQUISIÇÃO 11. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. (NR) (Nova Redação dada pela Revisão CPC nº. 1, de 8/01/2010) Assim, o custo de aquisição dos estoques compreende: 1) Preço de compra 2) Impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis). Os tributos recuperáveis são: a) Matéria prima: IPI, ICMS, PIS e Cofins (os dois últimos na modalidade não cumulativa) b) Mercadorias para revenda: ICMS, PIS e Cofins (os dois últimos na modalidade não cumulativa) 3) Custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição. Os descontos comerciais e os abatimentos devem ser deduzidos do custo de aquisição, como veremos a seguir. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 77 1.2.2. DESCONTOS COMERCIAIS E ABATIMENTOS Descontos comerciais ou incondicionais são aqueles que são negociados no momento da compra, sem nenhuma condição. Exemplo: determinada mercadoria custa 100 reais a unidade, mas, na negociação, acaba saindo por 95 reais. O vendedor concede um desconto de 5 reais, para realizar a venda. Esse tipo de desconto deve ser deduzido do custo do produto. Já quefalamos em descontos, vamos mencionar também o desconto financeiro ou condicional. Ocorre quando o vendedor oferece um desconto para antecipar o pagamento. Por exemplo, numa determinada venda, com vencimento em 30 dias, o vendedor pode oferecer um desconto de 2% para pagamento em 15 dias. Esse tipo de desconto é contabilizado como Receita Financeira, para o comprador, e não afeta o custo do estoque. O abatimento ocorre num momento posterior à compra. Por exemplo, uma loja fecha um pedido de cadeiras por 100 reais a unidade e, quando recebe a mercadoria, a cor está diferente do que foi pedido. Nesse caso, o vendedor pode conceder um abatimento para que a mercadoria não seja devolvida. Digamos, um abatimento de 3 reais por unidade. Nesse caso, a Nota Fiscal é emitida por 100 reais a unidade, mas deverá entrar para o estoque apenas 97 reais (sem considerar impostos ou outros custos). A lei das S.A.s (Lei 6.404/76) estabelece o seguinte, sobre esse assunto: CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO ATIVO Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: (...) II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; Estas são as determinações gerais sobre avaliação de estoque. Veremos agora alguns pontos específicos. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 77 1.3. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 1.3.1. ESTOQUE DE MATÉRIA PRIMA É registrado pelo valor original, e deve incluir todos os custos de aquisição, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. Assim, o custo dos estoques de matéria-prima compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos, bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente relacionados com a aquisição dos materiais. No caso de venda a prazo, os juros e despesas financeiras não devem integrar o custo do estoque. Devem ser apropriados como despesas financeiras proporcionalmente ao prazo, exceto no caso de financiamento de ativos qualificáveis. Descontos comerciais e abatimentos não integram o custo. No caso de estoques importados, a variação cambial incorrida até a data da entrada da matéria prima no estabelecimento do comprador será integrada ao custo; a partir daí, será apropriada como despesa financeira. Segundo a Lei das S.A.s (lei 6404/76): Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; § 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado; Os estoques de matérias-primas, via de regra, não se destinam a ser vendidos. Serão usados na fabricação de produtos acabados. É por isso que o preço de reposição é considerado o valor justo; é o preço pelo qual o fornecedor das matérias-primas irá vendê-la. Há ainda outro ponto na avaliação das matérias-primas. Conforme o CPC 16 ± Estoques: 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 77 32. Os materiais e os outros bens de consumo mantidos para uso na produção de estoques ou na prestação de serviços não serão reduzidos abaixo do custo se for previsível que os produtos acabados em que eles devem ser incorporados ou os serviços em que serão utilizados sejam vendidos pelo custo ou acima do custo. Porém, quando a diminuição no preço dos produtos acabados ou no preço dos serviços prestados indicar que o custo de elaboração desses produtos ou serviços excederá seu valor realizável líquido, os materiais e os outros bens de consumo devem ser reduzidos ao valor realizável líquido. Em tais circunstâncias, o custo de reposição dos materiais pode ser a melhor medida disponível do seu valor realizável líquido. Os produtos acabados e as mercadorias destinam-se, apenas, à venda. A empresa só pode ganhar dinheiro com tais estoques através da venda. Assim, quando o valor realizável líquido fica abaixo do custo, o estoque deve ser ajustado, reconhecendo-se uma perda. No caso das matérias-primas, além de comparar o custo com o preço de reposição, devemos também verificar se os produtos acabados nos quais eles serão incorporado possui preço igual ou superior ao custo. Nesse caso, não ajustamos o estoque de matérias-primas, eis que seu valor será recuperado pelo uso nos produtos acabados. 1.3.2. TRATAMENTO DOS GASTOS DE FRETES E ARMAZENAGEM Fretes: Já mencionamos que o frete integra o custo da matéria prima. Mas vale ressaltar o seguinte ponto: o frete sobre as vendas da empresa (ou seja, o valor gasto para enviar os produtos acabados aos clientes) deve ser tratado como despesa. Frete sobre compras (matéria prima, mercadoria)Æ CUSTO Frete sobre venda Æ DESPESA Armazenagem: Com relação à armazenagem, ocorre a mesma distinção. Quando a empresa compra matéria prima, pode ser necessário armazená-la por algum tempo, antes de utilizá-la na produção. Tais gastos com armazenagem são incluídos no custo da produção. Mas, quando uma empresa adquire mercadoria, os gastos com armazenagem são considerados despesas. Pois a mercadoria já está pronta, já foi produzida. Lembra-se da regra geral? 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 77 Todos os gastos incorridos para a colocação do ativo em condições de uso (equipamentos, matérias-primas, ferramentas, etc) ou em condições de venda (mercadoria, etc) incorporam o valor desse mesmo ativo. (Eliseu Martins, op.cit.) As mercadorias adquiridas já estão em condição de venda, quando chegam à empresa. O tempo de estocagem não ocorre para colocá-las em condições de venda. Portanto, tais gastos vão para a despesa. O mesmo ocorre com os produtos acabados. Sua armazenagem é despesa, e não custo. Armazenagem de matéria prima Æ CUSTO Armazenagem de mercadorias ou produtos acabados Æ DESPESA Vamos falar sobre os impostos recuperáveis? 1.3.3. IMPOSTOS RECUPERÁVEIS São os impostos não cumulativos, ou seja, a empresa pode se creditar do imposto cobrado nas operações anteriores. Compreendem o IPI, o ICMS, o PIS e o COFINS. IPI ± ,PSRVWR�VREUH�3URGXWRV�,QGXVWULDOL]DGRV��e�XP�LPSRVWR�³SRU�IRUD´��R�TXH� significa que não está incluído no preço do produto . Portanto, deve ser acrescentado ao preço. Normalmente, a questão informa qual a alíquota que deve ser considerada ou o valor do IPI. ICMS ± Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços: è um imposto ³SRU� GHQWUR´�� RX� VHMD�� Mi� HVWi� LQFOXtGR� QR� SUHoR� GD� PHUFDGRULD� RX� SURGXWR�� Possui várias alíquotas,sendo que normalmente a questão informa qual deve ser utilizada. PIS ± 3URJUDPD� GH� ,QWHJUDomR� 6RFLDO�� e� XP� WULEXWR� ³SRU� GHQWUR´�� ([LVWH� QDV� modalidades cumulativas e não-cumulativas. As alíquotas são: Cumulativa: 0,65 % Não-cumulativa: 1,65 % COFINS ± &RQWULEXLomR�SDUD� D�6HJXULGDGH�6RFLDO�� e� XP� WULEXWR� ³SRU� GHQWUR´�� Existe nas modalidades cumulativas e não-cumulativas. As alíquotas são: Cumulativa: 3,0 % Não-cumulativa: 7,6 % Observação: como estamos interessados nos aspectos contábeis, não entraremos em maiores detalhes sobre os tributos, os quais podem ser estudados na disciplina Direito Tributário. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 77 ,PSRVWRV�³SRU�GHQWUR´�H�³SRU�IRUD´. Vamos detalhar a forma de cálculo do IPI (por fora) e do ICMS (por dentro). Normalmente, as questões informDP�R� ³SUHoR�GD�PHUFDGRULD´�RX�R� ³SUHoR�GD� FRPSUD´�� 2� SUHoR� LQFOXL� R� ,&06� �LPSRVWR� ³SRU� GHQWUR´��� PDV� QmR� LQFOXL� R� ,3,� �LPSRVWR�³SRU�IRUD´��� Exemplo: A empresa KLS adquiriu matéria-prima a prazo, ao preço de $1.000 reais, com incidência de ICMS de 18% e IPI de 10%. Indique a contabilização. Cálculo do imposto: IPI: 1.000 x 10% = 100. Como o IPI não está incluído no preço, deve ser somado. Valor da Nota Fiscal: 1.000 + IPI 100 = $ 1.100 ICMS: 1.000 x 18% = 180 Contabilização (considerando que os dois impostos são recuperáveis): D ± Estoque matéria prima 820 D ± ICMS a recuperar 180 D ± IPI a recuperar 100 C ± Fornecedores 1.100 Já foi cobrado: (ESAF/MPOG/APO/2008) A empresa comercial Armazém Popular S.A. utiliza o controle permanente de estoques para contabilizar suas mercadorias. Em junho de 2007, a empresa adquiriu uma partida de raquetes de tênis para revender, tendo praticado a seguinte composição de custos: Preço de compra: R$ 200.000,00; IPI incidente sobre a compra: R$ 10.000,00; ICMS incidente sobre a compra: R$ 18.000,00. Ao contabilizar essa operação de compra, a empresa deverá fazer o seguinte lançamento (...) Resolução: O preço inclui o ICMS (por dentro), mas não inclui o IPI (por fora). Assim, o valor total pago será $ 200.000 + IPI $ 10.000 = $210.000. Trata-se de mercadorias para revender, portanto o ICMS será recuperado e o IPI não. Valor do estoque: $ 210.000 ± ICMS $ 18.000 = $ 192.000 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 77 Contabilização: D ± Estoque de mercadorias 192.000 D ± ICMS a Recuperar 18.000 C ± Fornecedores 210.000 Obs: a questão não menciona que a compra foi a prazo, mas todas as alternativas creditavam fornecedores. Já mencionamos que o preço da mercadoria inclui o ICMS, mas não o IPI. Mas devemos atentar para a seguiQWH�³SHJDGLQKD´��VH�D�TXHVWmR�PHQFLRQDU�R�³YDORU� GD�1RWD�)LVFDO´�RX�R�³YDORU�SDJR´��HVWH�Mi�LQFOXL�R�,3,��([SOLFDQGR�PHOKRU� 1) Empresa comprou 10 unidades de uma determinada mercadoria ao PREÇO TOTAL de R$ 1.000, com ICMS de 18% e IPI de 10%. Qual foi o valor total da Nota fiscal? R: O preço inclui o ICMS (que é "por dentro") e não inclui o IPI ("por fora"). Assim, o total da NF será: 1.000 + 10% de IPI = 1100 2) Empresa comprou 10 unidades de uma determinada mercadoria PAGANDO O TOTAL de 1000, com ICMS de 18% e IPI de 10%. Qual foi o valor total da Nota fiscal? R: Se o comprador pagou 1000, este é o valor total da NF., já com 10% de ipi incluso. (VVD�³SHJDGLQKD´�Mi�FDLX�HP�SURYD? Já, sim: (ESAF/ MDIC/Analista de Comércio Exterior/2002) A empresa Três Ramos de Trevo realizou apenas duas vendas em agosto. Uma de 300 unidades, no dia 15; e outra de 480 unidades, no dia 25. O valor apurado foi o mesmo em cada operação, sendo a primeira a prazo e a segunda a vista. O valor total cobrado foi de R$ 5.280,00, correspondente ao preço de venda com incidência de ICMS de 17% e de IPI de 10%. Exclusivamente com base nas informações acima, podemos dizer que o preço unitário de venda alcançado na operação do dia a) 25 de agosto foi de R$ 5,00. b) 25 de agosto foi de R$ 5,50. c) 15 de agosto foi de R$ 6,64. d) 15 de agosto foi de R$ 7,92. e) 15 de agosto foi de R$ 8,80. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 77 Resolução: O valor apurado foi o mesmo em cada operação, e o valor total foi de $ 5.280,00. Assim, o valor apurado em cada operação foi de $ 5.280 / 2 = $ 2.640. Esse foi o valor cobrado, que inclui o IPI de 10%. Para calcular o preço de venda unitário, devemos excluir o IPI (o preço inclui o ICMS, mas não o IPI). $ 2.640 / 1,1 = $ 2.400 Preço unitário da venda do dia 15: $ 2.400 / 300 unid. = $ 8,00 Preço unitário da venda do dia 25: $ 2.400 / 480 unid. = $ 5,00 Gabarito Æ A 1.3.3.1. COMPRA DE MATÉRIA PRIMA A empresa KLS adquiriu matéria-prima a prazo, com preço de $ 100.000,00, com IPI de 10%, ICMS de 18%, PIS de 1,65% e COFINS de 7,6%. Determine a contabilização. IPI (100.000 x 10%) 10.000 Preço da Matéria Prima (sem IPI e com ICMS) 100.000 ICMS (100.000 x 18%) 18.000 PIS (100.000 x 1,65%) 1.650 COFINS (100.000 x 7,6 %) 7.600 OBS: Usaremos sempre esse formato de cálculo. A partir do preço da mercadoria (segunda linha na tabela), o IPI irá aumentar o valor da nota fiscal �p�³SRU�IRUD´��OHPEUD"���3RU�LVVR��FRORFDPRV�R�FiOFXOR�GR�,3,�DFLPD�GR�SUHoR�GD� PHUFDGRULD�� -i� R� ,&06�� R� 3,6� H� D� &2),16� HVWmR� ³GHQWUR´� GR� SUHoR� GD� mercadoria, assim não afetam o valor total da nota fiscal. Valor da Nota Fiscal: 100.000 + IPI 10.000 = 110.000 Nesse caso, o IPI é recuperável. O valor do estoque é: 110.000 ± 10.000(IPI) ± 18.000 ± 1.650 -7.600 = 72.750 Assim, a contabilização é a seguinte: D ± Estoque 72.750 D ± IPI a recuperar 10.000 D ± ICMS a recuperar 18.000 D ± PIS a recuperar 1.650 D ± COFINS a recuperar 7.600 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 77 C ± Fornecedores 110.000 1.3.3.2. COMPRA DE MERCADORIA POR EMPRESA COMERCIAL (AQUISIÇÃO DE INDÚSTRIA) A empresa KLS adquiriu mercadoria a prazo, diretamente do fabricante, com preço de $ 100.000,00, com IPI de 10%, ICMS de 18%, PIS de 1,65% e COFINS de 7,6%. Determine a contabilização. Neste caso, o IPI não é recuperável. Como se trata de mercadoria destinada à comercialização, o IPI não entra na base de cálculo do ICMS. Mas, como será incorporado ao custo do estoque, o IPI entra na base de cálculo do PIS e do COFINS. Chamamos a atenção para esse caso, em particular. A base de cálculo do ICMS será diferente da base de cálculo do PIS e COFINS. Vamos aos cálculos: IPI (100.000 x 10%) 10.000 Preço da Matéria Prima (sem ipi e com icms) 100.000 ICMS (100.000 x 18%) 18.000 PIS (110.000 x 1,65%) 1.815 COFINS (110.000 x 7,6 %) 8.360 Valor da Nota Fiscal: 100.000 + IPI 10.000 = 110.000 Nesse caso, o IPI não é recuperável. O valor do estoque é: 110.000± 18.000 ± 1.815 -8.360 = 81.825 Assim, a contabilização é a seguinte: D ± Estoque 81.825 D ± ICMS a recuperar 18.000 D ± PIS a recuperar 1.815 D ± COFINS a recuperar 8.360 C ± Fornecedores 110.000 1.3.3.3. COMPRA DE MERCADORIA POR EMPRESA COMERCIAL (AQUISIÇÃO DE EMPRESA COMERCIAL) A empresa LKS adquiriu mercadoria a prazo, de uma empresa comercial, com preço de $ 100.000,00, ICMS de 18%, PIS de 1,65% e Cofins de 7,6%. Determine a contabilização. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 77 Este é o caso mais fácil, por isso deixamos para o final. Como a empresa vendedora é uma empresa comercial, não há IPI. Os cálculos ficam assim: Preço da Matéria Prima (sem ipi e com icms) 100.000 ICMS (100.000 x 18%) 18.000 PIS (100.000 x 1,65%) 1.650 COFINS (100.000 x 7,6 %) 7.600 Valor da Nota Fiscal: 100.000 Nesse caso, não há IPI. O valor do estoque é: 100.000 ± 18.000 ± 1.650 -7.600 = 72.750 Assim, a contabilização é a seguinte: D ± Estoque 72.750 D ± ICMS a recuperar 18.000 D ± PIS a recuperar 1.650 D ± COFINS a recuperar 7.600 C ± Fornecedores 100.000 1.4. TRATAMENTO DAS PERDAS Já vimos esse assunto na aula anterior, mas não custa recordar: as perdas de material direto na produção podem ser normais, decorrentes do processo produtivo, ou perdas anormais, decorrentes de algum fato excepcional. O tratamento contábil é o seguinte: a) As perdas normais são apropriadas ao custo do produto. Por exemplo, se uma empresa usa 1.000 kgs de uma determinada matéria prima e ocorre uma perda de 5% no processo de produção, o custo dos 1000 kgs será considerado normalmente. b) As perdas anormais são tratadas como despesa do período, não afetando o custo da produção. Por exemplo, se ocorre um incêndio e a empresa perde 5.000 kgs do estoque de matéria prima, não deve incluir o valor desse estoque como custo da produção, e sim como despesa. Muito bem. Basta de materiais diretos. Vamos ver agora a mão de obra. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 77 2. MÃO DE OBRA DIRETA E INDIRETA 2.1 ± DEFINIÇÃO Mão de obra direta: É aquela que pode ser apropriada diretamente ao produto. Mão de obra indireta: Ocorre quando o custo da mão de obra necessita de algum tipo de rateio ou estimativa, para ser atribuído aos produtos. Alguns exemplos mais comuns de Mão de obra Direta são: torneiro, prensista, soldador, cortador, pintor, etc. E de Mão de obra indireta: supervisor, encarregado de setor, pessoal da manutenção, ajudante, etc. A legislação trabalhista brasileira garante um mínimo de 220 horas por mês, mesmo aos operários contratados por hora. Assim, considerando o total do mês, a folha de pagamento é um gasto fixo (pelo menos quando não excede as 220 horas, do contrário teremos gastos com horas extras). Mas o custo da Mão de obra Direta não é um gasto fixo. Isso ocorre porque só é considerara Mão de obra Direta a parte relativa ao tempo realmente utilizado no processo de produção. O tempo que algum operário deixou de trabalhar diretamente no produto deixa de ser classificado como Mão de obra Direta. Se houver um nível normal de ociosidade, devido a fatores como falta de material, de energia, quebra de máquinas, etc, esse tempo não utilizado será transformado em custo indireto para rateio à produção. Se, por outro lado, ocorrer uma ociosidade anormal, excepcional, será considerada como perda do período (como no caso de uma grave prolongada). 2.2 ± CUSTO DA MÃO DE OBRA Apuração do custo da mão de obra O custo da mão de obra deve incluir todos os encargos sociais, a provisão de férias e a provisão de décimo terceiro salário. Mas, naturalmente, para concursos, a questão pode indicar apenas alguns encargos. Devemos sempre seguir as instruções da questão. Vamos ver rapidamente o cálculo das provisões de férias e décimo terceiro, e dos encargos sociais. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 77 2.2.1. ENCARGOS SOCIAIS Os principais encargos são o INSS e o FGTS. INSS: Há dois tipos de recolhimentos que as empresas realizam, para o INSS: 1) INSS retido do funcionário: as empresas descontam dos funcionários a contribuição previdenciária sobre o salário recebido, e posteriormente repassa o valor para o INSS. Não é despesa da empresa. Essa parcela do recolhimento ao INSS é devido pelo empregado. A empresa apenas desconta e repassa. O percentual de desconto varia de 8% a 11%, conforme a faixa salarial do funcionário. Este valor não é incluído na provisão para férias, pois não é encargo da empresa. Vamos ver como ficaria a contabilização do pagamento de salário no valor de R$ 1.000,00, com retenção do INSS de 9%: D ± Despesa de salário 1.000 C ± INSS retido a recolher (Passivo) 90 C ± Salários a pagar (Passivo) 910 Pelo pagamento do salário: D ± Salário a pagar 910 C ± Caixa 910 Pelo recolhimento do INSS: D ± INSS retido a recolher 90 C ± Caixa 90 Como se observa, o INSS dos funcionários não é despesa para a empresa; e também não afeta o valor das despesas de salários ( a empresa apenas desconta e repassa, nada mais). 2) INSS patronal: Constitui um encargo da empresa, que deve recolher 20% do valor da folha salarial ao INSS. FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) : Também é encargo da empresa. Corresponde a 8% do valor do salário. O FGTS fica depositado numa conta, em nome do funcionário, e pode ser retirado quando o funcionário é demitido, ou em certos casos: compra de imóvel, doença, etc. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 77 Há ainda outra contribuições, como o Seguro de Acidentes de Trabalho, Sebrae, Sesc, Senai, etc. Algumas são variáveis, como o SAT (seguro de acidente do trabalho), cuja alíquota depende do grau de risco da atividade. Mas normalmente as questões informam o percentual de encargos sociais que deve ser considerado. 2.2.2 PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE FÉRIAS Entre os direitos dos funcionários, encontra-se o direito às férias, após trabalhar um ano. Mas, contabilmente, deve ser reconhecido 1/12 por mês, para observar o Princípio da Competência. A legislação estabelece que o funcionário tem direito às férias, após um ano de trabalho; se for demitido antes de um ano, a empresa deve pagar férias proporcionais. Ou seja, o funcionário demitido após 9 meses de trabalho tem direito a 9/12 do salário, referente às férias proporcionais. A provisão de férias é dedutível para efeito de Imposto de Renda, e deve ser calculada individualmente para cada funcionário. A contagem de dias de férias a que o funcionário tem direito na data do enceramento das demonstrações financeiras será efetuada da seguinte forma: 1) Nos casos de períodos completos, após 12 meses de trabalho, o funcionário terá direitoa férias na seguinte proporção: Até 5 faltas Æ 30 dias corridos De 6 a 14 faltas Æ 24 dias corridos De 15 a 23 faltas Æ 18 dias corridos De 24 a 32 faltas Æ 12 dias corridos Acima de 32 faltas Æ Perde o direito às férias. 2) Período incompleto: deverá ser constituída provisão para pagamento das férias proporcionais, com base em 1/12 avos do salário mais encargos por mês ou fração superior a 14 dias. Além do salário, devem ser também provisionados os encargos e o adicional de férias (um terço). Abono de férias: Ao sair de férias, o funcionário tem direito ao Abono de férias, no valor de 1/3 do salário. O abono deve ser somado ao salário, para calculo dos encargos sociais. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 77 Exemplo: Vamos considerar um funcionário com salário de R$ 1.000 reais e com direito a 10/12 avos de férias. A provisão de férias, com abono e encargos, ficaria assim (Obs: vamos calcular apenas o INSS patronal, de 20%, e o FGTS, de 8%, como encargos). Salário 1.000,00 Base para provisão (10/12 avos) 833,00 Abono de férias (1/3) 277,67 Subtotal 1.110,67 INSS (20%) 222,13 FGTS (8%) 88,85 Total Provisão férias 1.421,65 Esse cálculo deve ser feito para todos os funcionários, um a um. A contabilização, para os funcionários da produção, entra como custo de mão-de- obra; para os outros funcionários, como despesa: Funcionários da produção: D ± Custo de Mão de obra ± provisão de férias 1.421,65 C ± Provisão de Férias (passivo circulante) 1.421,65 Outros funcionários (escritório) D ± Despesa admin. ± provisão de férias (resultado) 1.421,65 C ± Provisão de Férias (passivo circulante) 1.421,65 Observação: A empresa pode contabilizar separadamente cada parcela da provisão de férias (férias, abono, INSS a Recolher, FGTS a recolher) ou pode contabilizar um valor total e manter um controle à parte, extra contábil. 2.2.3 PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE 13º SALÁRIO É semelhante à provisão para férias. Deve ser apropriado 1/12 avos do salário por mês, mais encargos. A fração igual ou superior a 15 dias de trabalho será considerada como mês integral. A provisão para 13º é contabilizada como custo, para os funcionários da produção; e como despesa, para os outros funcionários. Os encargos (INSS e FGTS) também devem ser provisionados. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 77 3. CUSTOS INDIRETOS. 3.1 DEFINIÇÃO E CRITÉRIOS DE RATEIO Já definimos Custos Indiretos como aqueles que não podem ser atribuídos diretamente aos produtos, necessitando de algum critério de rateio. È o que vamos agora estudar: os critérios de rateio. Mas, primeiro, vamos ver o Esquema básico da Contabilidade de Custos, para uma visão geral do processo de custo. (obs: baseado em exemplo do livro ³&RQWDELOLGDGH�GH�&XVWRV´��GH�(OLVHX�0DUWLQV�� 3.1.1. ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS 1) A separação entre Custo e Despesas. Vamos supor que estes sejam os gastos de determinado período da Empresa X: Comissões de Vendedores 56.000 Salários de Fábrica 84.000 Matéria prima consumida 240.000 Salários da Administração 90.000 Depreciação na fábrica 42.000 Seguros da fábrica 8.000 Despesas Financeiras 35.000 Honorários da Diretoria 28.000 Materiais diversos - fábrica 10.000 Energia elétrica - fábrica 60.000 Manutenção - fábrica 50.000 Despesas de entrega 30.000 Correios, telefone, telex 3.000 Material de consumo - Escritório 4.000 Total gastos/abril 740.000 Iniciamos com a separação entre custos e despesas, da seguinte forma: Custos de Produção Salários de Fábrica 84.000 Matéria-prima consumida 240.000 Depreciação na fábrica 42.000 Seguros da fábrica 8.000 Materiais diversos - fábrica 10.000 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 77 Energia elétrica - fábrica 60.000 Manutenção - fábrica 50.000 Total gastos/abril 494.000 Estes gastos integrarão o Custo dos produtos. Despesas Comissões de Vendedores 56.000 Salários da Administração 90.000 Despesas Financeiras 35.000 Honorários da Diretoria 28.000 Despesas de entrega 30.000 Correios, telefone, telex 3.000 Material de consumo - Escritório 4.000 Total de despesas 246.000 As despesas, que não entraram no custo da produção e totalizaram R$246.000,00, serão contabilizadas diretamente no Resultado do Período, sem serem alocadas aos produtos. 2) A apropriação dos Custos Diretos. Digamos que essa empresa elabore dois produtos diferentes, A e B. O próximo passo consiste em apropriar os custos diretos aos produtos. Vamos supor que, além da matéria prima, sejam também custos diretos 50% da mão-de-obra e 60% da energia elétrica. Através de controles e apontamentos, a empresa identifica os seguintes valores para o custo direto dos produtos: Custos de Produção Produto A Produto B TOTAL Salários de Fábrica 30.000 12.000 42.000 Matéria prima consumida 150.000 90.000 240.000 Energia elétrica - fábrica 20.000 16.000 36.000 TOTAL 200.000 118.000 318.000 3) A apropriação dos Custos Indiretos. Agora, sobraram os custos indiretos: Custos Indiretos Salários de Fábrica - indiretos 42.000 Depreciação na fábrica 42.000 Seguros da fábrica 8.000 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 77 Materiais diversos - fábrica 10.000 Energia elétrica - fábrica - indir. 24.000 Manutenção - fábrica 50.000 Total gastos/abril 176.000 Quando os custos diretos são maiores que os custos indiretos, uma forma simplista de rateio é atribuir os custos indiretos proporcionalmente ao que cada produto já recebeu de custos diretos. Esse critério é usado principalmente quando os custos indiretos são bem menores que os custos diretos. Mas há outros critérios, mais sofisticados: 3.2. CRITÉRIOS DE RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS Salários de Fabrica ± indireto: pode ser rateado pelo número de funcionários diretos que trabalham em cada produto. Manutenção ± fábrica: pelo número de horas/máquinas usadas na produção de cada produto. Depreciação: pela quantidade de horas/máquinas usadas por cada produto. Aluguel da fábrica: rateado pela área ocupada na produção de cada produto (obs: nesse exemplo, não incluímos aluguel da fábrica). Para concursos, a questão deve informar claramente qual será o critério de rateio. Apenas para finalizar o exemplo, vamos apresentar o quadro completode apropriação de custos aos produtos, supondo que as bases de rateio já tenham sido calculadas: Custos Diretos Produto A Produto B TOTAL Salários de Fábrica 30.000 12.000 42.000 Matéria-prima consumida 150.000 90.000 240.000 Energia elétrica - fábrica 20.000 16.000 36.000 Subtotal custos diretos 200.000 118.000 318.000 Custos Indiretos Salários de Fábrica - indiretos 25.000 17.000 42.000 Depreciação na fábrica 30.000 12.000 42.000 Seguros da fábrica 5.000 3.000 8.000 Materiais diversos - fábrica 5.000 5.000 10.000 Energia elétrica - fábrica - indir. 15.000 9.000 24.000 Manutenção - fábrica 35.000 15.000 50.000 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 77 Subtotal custos indiretos 115.000 61.000 176.000 Total dos custos 315.000 179.000 494.000 Portanto, o esquema básico é: 1) Separar custos de despesas 2) Apropriar os custos diretos 3) Apropriar os custos indiretos, através dos critérios de rateio. Com relação aos critérios de rateio dos custos indiretos, para concursos, fica bem simples. A banca deve dizer exatamente qual o critério a ser utilizado. Devemos apenas seguir o que a questão indicar. 3.3. DEPARTAMENTALIZAÇÃO Departamento é uma unidade administrativa, representada por pessoas e máquinas que desenvolvem determinada atividade. O Departamento é um centro de custos, ou seja, os custos indiretos são acumulados no Departamento, e depois são atribuídos aos produtos. Os Departamentos podem ser classificados de duas formas: a) Departamentos de produção, nos quais ocorre a atividade produtiva propriamente dita: corte, montagem, acabamento, pintura, forjaria, ou seja, são os departamentos que atuam diretamente na produção; b) Departamentos de serviços, que prestam serviços aos departamentos de produção. Exemplo: manutenção, almoxarifado, Administração Geral da produção, etc. Normalmente, os custos acumulados nos departamentos de serviços são apropriados aos departamentos de produção. Assim, com a utilização dos departamentos, o esquema básico de custos fica assim: a) Separação entre Custos e Despesas; b) Apropriação dos Custos Diretos aos produtos; c) Apropriação dos Custos Indiretos aos Departamentos; d) Rateio dos Custos Acumulados nos Departamentos de Serviços aos Departamentos de Produção; e) Atribuição dos Custos Indiretos dos departamentos de Produção aos produtos. Os custos dos departamentos de serviços podem ser atribuídos aos departamentos produtivos através de três métodos: O método direto consiste em atribuir o custo dos departamentos de serviços diretamente aos departamentos produtivos, ou seja, departamento de serviço 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 77 não envia custo para outro departamento de serviço. Só distribui custo aos departamentos produtivos. Há, também, o método recíproco (os custos recíprocos entre os departamentos são distribuídos). Método trabalhoso, geralmente só resolvido com processamento de dados. E há também o sequencial (no qual se escolhe uma ordem para os departamentos e se distribui os custos naquela ordem). No método sequencial, se começarmos, por exemplo, com o departamento de Controle de Qualidade, este distribui seus custos para os outros departamentos até zerar os custos de Controle de Qualidade e não recebe mais nada de transferência de outros departamentos. Ficará mais claro com uma questão resolvida, ao final da aula. 3.4. APLICAÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO Quando há necessidade de se conhecer o custo de um produto ou de uma ordem durante a sua execução, deve ser usada a técnica de Custos Indiretos Aplicados. Por essa técnica, ao invés de esperar pelo encerramento do período para ratear os Custos Indiretos realmente incorridos, a empresa utiliza uma previsão dos Custos Indiretos, os quais são aplicados segundo uma Taxa de Aplicação pré determinada. A diferença entre a Taxa estimada e a real deve ser ajustada contabilmente, no fim de cada período, mediante distribuição aos produtos, aumentando ou diminuindo os seus custos, levando-os aos valores reais. Vejamos uma questão: (FCC/ICMS SP/ Fiscal de Rendas/2006) A Cia. Capricórnio tem planejado para o exercício de 2007 os seguintes dados na área de produção: horas maquinas projetadas anual 240.000,00, MOD unitária de 22,00, GIF anual projetado 3.600.000,00, GIF unitário projetado de 10,00. A empresa aplica GIF baseados nas horas maquinas. A taxa de aplicação de GIF para o exercício de 2007 será: a) 22,00 b) 21,50 c) 19,00 d) 17,00 e) 15,00 Comentários 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 77 O valor dos Gastos Indiretos de Fabricação projetado para o ano é de R$3.600.000,00. Este valor será aplicado com base nas horas máquinas, que são projetadas em 240.000 horas anuais. Taxa de aplicação: R$ 3.600.000 / 240.000 h/m = R$ 15,00 Gabarito Æ E 4.2. SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS: POR ORDEM E POR PROCESSO. 4.2.1 ± FORMAS DE PRODUÇÃO 4.2.1.1 ± PRODUÇÃO POR ORDEM Ocorre quando a empresa produz atendendo a encomendas dos clientes ou, então, produz também para venda posterior, mas de acordo com determinações internas especiais, não de forma contínua. Exemplo: Indústrias pesadas, fabricantes de equipamentos especiais, algumas indústrias de móveis, empresas de construção civil, gráficas (quando produz especificamente para determinado cliente). 4.2.1.1.1 ± TRATAMENTO CONTÁBIL Na produção por ordem, os custos de cada ordem ou encomenda ficam acumulados numa conta específica. Essa conta só termina de receber custos quando ocorrer o encerramento da ordem. Ao término do período contábil, se o produto ainda estiver em processamento, não há encerramento, permanecendo os custos até então incorridos na forma de bens em elaboração, no ativo; apenas quando a ordem for encerrada, os custos serão transferidos para estoque de produtos acabados ou para Custos dos Produtos Vendidos, conforme a situação. Danificações de Materiais: No caso de perdas normais, há dois procedimentos que podem ser utilizados: 1) Apropriação à ordem que está sendo elaborada. A alocação direta à ordem é útil para se conhecer o efetivo resultado de cada uma delas, desde que seja viável a apropriação direta. Isto ocorre provavelmente na maioria dos casos. 2) Alocação da perda aos custos indiretos, para rateio à produção toda do período. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 77 Caso as danificações nas matérias-primas ocorram, por exemplo, no armazém de estocagem ou almoxarifado, antes de sua utilização na produção de determinada ordem, então deverá ser apropriada a todos os produtos do período.No caso de danificação de ordens inteiras, o procedimento mais correto é a baixa direta para perdas do período, sem acumulação dos novos custos de re- elaboração da ordem, para atender ao princípio da prudência. 4.2.1.1.2 ± ENCOMENDAS DE LONGO PRAZO DE EXECUÇÃO A regra geral é que os custos fiquem acumulados numa conta, ocorrendo sua transferência ao resultado apenas por ocasião da entrega, quando a receita também é reconhecida. Este procedimento deve ser observado, sempre que possível. Mas, quando uma empresa trabalha com ordens ou encomendas de longa duração (mais de um ano), pode ser necessária uma alteração. Por exemplo, se a empresa fabrica turbinas para geração de energia elétrica, ou plataformas para exploração de petróleo, que podem levar vários anos para a sua produção, e executa poucas por vez, pode não ter entregado nenhuma de suas encomendas, num determinado exercício. Seu resultado então seria muito distorcido, pois iria apresentar apenas despesas, sem nenhuma receita. Na situação descrita acima, a apropriação do resultado deve ser reconhecida proporcionalmente à produção executada. Ou seja, uma parte da receita é reconhecida em cada período, com a respectiva apropriação dos custos, ainda que a ordem não esteja concluída. Exemplo: Uma empresa tem uma estimativa de custo total de $ 100.000 para uma encomenda, e a contrata por $ 120.000. No primeiro ano, incorre num custo total de $ 10.000, o que a faz apropriar $12.000 de receita. Se tiver recebido mais de $ 12.000 de seu cliente, terá o excedente contabilizado como Passivo Circulante (Adiantamentos de Clientes, Serviços a Executar, ou outra conta); se tiver recebido menos, a diferença aparecerá no Ativo Circulante (Contas a Receber, Clientes, Serviços executados a Faturar, etc.). No segundo período, procede da mesma forma, apropriando sempre 20% a mais de receita do que tiver sido o custo incorrido. (Senado Federal/Analista Legislativo/Contabilidade/FGV/2008) Um estaleiro assina um contrato de longo prazo para a construção de um navio. O preço total é $ 520.000 e o custo estimado da obra é de $ 380.000. No primeiro ano, o estaleiro incorre em custos de $ 90.000 diretamente vinculados à produção 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 77 do navio. O valor do lucro bruto a ser apresentado pelo estaleiro no primeiro ano, considerando as Normas Brasileiras de Contabilidade, é de: a) $ 430.000. b) $ 140.000. c) zero. d) $ 283.800. e) $ 33.158. Comentários A receita deve ser apropriada proporcionalmente ao custo. Portanto, temos: Custo incorrido: 90.000 / custo total 380.000 = 0,23684 Receita total: 520.000 x 0,23684 = $ 123.158 Receita 123.158 (-) Custo 90.000 (=) Lucro Bruto 33.158 Gabarito Æ E 4.2.1.1.3 - TRATAMENTO DO CUSTO DE EMPRÉSTIMOS DESTINADOS A FINANCIAR ESTOQUE NA PRODUÇÃO POR ORDEM. Trata-se de uma alteração na contabilidade que afeta Custos. Este assunto é tratado no Pronunciamento CPC 20 ± Custo de Empréstimos. Conforme o Pronunciamento CPC 20: Custos de empréstimos são juros e outros custos em que a entidade incorre em conexão com o empréstimo de recursos. Ativo qualificável é um ativo que, necessariamente, demanda um período de tempo substancial para ficar pronto para seu uso ou venda pretendidos. 7. Dependendo das circunstâncias, um ou mais dos seguintes ativos podem ser considerados ativos qualificáveis: (a) estoque; (b) planta para manufatura; (c) usina de geração de energia; (d) ativo intangível; e (e) propriedade para investimento 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 77 8. A entidade deve capitalizar os custos de empréstimo que são diretamente atribuíveis à aquisição, à construção ou à produção de ativo qualificável como parte do custo do ativo. A entidade deve reconhecer os outros custos de empréstimos como despesa no período em que são incorridos. Portanto, estoque pode ser considerado um Ativo Qualificável. Um ativo qualificável (traGXomR� GH� ³4XDOLI\LQJ� $VVHWV´�� p� XP� DWLYR� TXH�� necessariamente, demanda um período de tempo substancial para ficar pronto para seu uso ou venda pretendidos. As normas internacionais de contabilidade admitiam anteriormente dois tratamentos para os custos de empréstimos destinados à construção de ativos qualificáveis: os custos poderiam ser reconhecidos imediatamente como despesa OU serem capitalizados (somados ao custo de produção do ativo qualificável) à medida que o ativo fosse desenvolvido. Mas a possibilidade de dois critérios diferentes atingia uma importante característica das demonstrações contábeis: a Comparabilidade. De fato, se uma empresa capitalizava os custos dos empréstimos e outra lançava como despesa do exercício, não havia uniformidade de critérios para permitir a comparação das suas demonstrações financeiras. Assim, a norma internacional (IAS 23) foi alterada a partir de janeiro de 2009, eliminando a possibilidade de contabilização como despesa e determinando que os custos de empréstimos obtidos, diretamente destinados a financiar a construção, produção ou aquisição de ativos qualificáveis, sejam contabilizados como parte do custo desses ativos. Todos os outros custos de empréstimos deverão ser reconhecidos como despesa. O argumento técnico para esse procedimento é que os custos dos empréstimos são iguais a quaisquer outros custos que a empresa incorre para a construção do ativo qualificado, e que lançar esses custos para resultado distorce a escolha entre comprar ou construir o ativo. Com a capitalização dos custos dos empréstimos, o ativo qualificado é contabilizado por valor mais próximo ao valor de mercado do ativo. Por outro lado, tal procedimento tem recebido críticas, pois quando os mesmos ativos são construídos com recursos próprios, não há nenhum acréscimo a título de juros sobre o capital utilizado. Dessa forma, o mesmo ativo fica contabilizado por valores diferentes, conforme tenha sido construído com o uso de empréstimos ou com o uso de capital próprio. (O texto acima foi baseado no ³0DQXDO� GH� 1RUPDV� ,QWHUQDFLRQDLV� GH� &RQWDELOLGDGH´�� (UQVW� � Young e FIPECAFI, Editora Atlas, 2009). 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 77 Vejamos como isso pode ser cobrado: (Inédita) A empresa KLS passou um tempo substancial desenvolvendo e construindo uma nova máquina, tendo incorrido nos seguintes gastos: - Peças e materiais 190.000 - Mão de obra 80.000 Para financiar parte da construção da nova máquina, a empresa contratou um empréstimo no valor de $ 250.000,00, incorrendo em juros no valor de $ 36.000,00. A máquina será depreciada em 10 anos, sem valor residual, e entrou em funcionamento no dia 1 de agosto de X1. No primeiro mês, a produção foi de 100 peças. Considerando as seguintes informações, calcule o custo unitário de cada peça, pelo custeio por absorção. - Matéria prima: $ 2.000 - Mão de obra direta: $ 1.200 - Custos indiretos: $ 800 Falta incluir a depreciação da nova máquina. a) 63,50 b) 64,50 c) 65,50 d) 66,50 e) 67,50 Comentários Custo da nova máquina:Peças e materiais 190.000 Mão de obra 80.000 Juros (construção de ativo qualificado) 36.000 Total 306.000 Depreciação mensal: 306.000 / 10 = 30.600 / 12 = 2.550 Custo da produção total: Matéria prima: $ 2.000 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 77 Mão de obra direta: $ 1.200 Custos indiretos: $ 800 Depreciação da nova máquina; $ 2.550 Total custo de produção do mês: $ 6.550 Custo unitário = 6.550 / 100 = $ 65,50 por unidade Gabarito Æ C. Observação: As pequenas e médias empresas seguem um procedimento diferente, contabilizando os custos de empréstimos como despesa, ainda que se refira a ativo qualificado. Vejamos mais uma questão... (Conselho Federal de Contabilidade/Exame de Qualificação Técnica/2010) De acordo com a NBC T 19.41 ± Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, o custo de empréstimos são juros e outros custos que a entidade incorre em conexão com o empréstimo de recursos. Quanto ao reconhecimento desses recursos, assinale a opção correta. a) A entidade deve reconhecer todos os custos de empréstimos como despesa no resultado no período em que são incorridos. b) A entidade deve capitalizar os custos de empréstimo que são diretamente atribuíveis à aquisição, à construção ou à produção de ativo qualificável como parte do custo do ativo. A entidade deve reconhecer os outros custos de empréstimos como despesa no período em que são incorridos. c) A entidade deve capitalizar os custos de empréstimo que são diretamente atribuíveis à aquisição, à construção ou à produção de ativos em geral. d) Os custos de empréstimos somente devem ser capitalizados se comprovado que resultarão em benefícios econômicos futuros para a entidade e que tais custos possam ser mensurados com segurança. Comentários Conforme o Pronunciamento Técnico PME ± Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, do CPC: 25.1 Esta seção especifica a contabilização para os custos de empréstimos. Custo de empréstimos são juros e outros custos que a entidade incorre em conexão com o empréstimo de recursos. Os custos de empréstimos incluem: (a) despesa de juros calculada por meio da utilização do método da taxa efetiva de juros conforme descrito na Seção 11 Instrumentos Financeiros Básicos; 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 77 (b) encargos financeiros relativos aos arrendamentos mercantis financeiros reconhecidos em conformidade com a Seção 20 Operações de Arrendamento Mercantil; (c) variações cambiais provenientes de empréstimos em moeda estrangeira na extensão em que elas são consideradas como ajustes nos custos dos juros. Reconhecimento 25.2 A entidade deve reconhecer todos os custos de empréstimos como despesa no resultado no período em que são incorridos. Observação: Aplica-se apenas para pequenas e médias empresas. Gabarito Æ A. 4.2.1.2 - PRODUÇÃO CONTÍNUA Ocorre quando a empresa fabrica produtos iguais de forma contínua. Exemplo: Produção de refrigerantes, sabão em pó, margarina, etc. 4.2.1.2.1 ± TRATAMENTO CONTÁBIL Na produção contínua, os custos são acumulados em contas representativas das diversas linhas de produção. Tais contas são encerradas sempre no fim de cada período (mês, semana, trimestre ou ano, conforme o período mínimo contábil de custos da empresa). Vamos estudar a produção contínua na próxima aula. Bem, acabamos a teoria desta aula. Agora, passemos às questões comentadas desta aula. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 77 5 - QUESTÕES COMENTADAS 01. (FCC/TRT 18º/Analista Contabilidade/2013) A Cia. Vende Água adquiriu mercadorias para serem revendidas, à vista, por R$ 80.000,00. Neste valor estavam inclusos os tributos recuperáveis de R$ 13.000,00 e os tributos não recuperáveis de R$ 8.000,00. Adicionalmente, a Cia. Vende Água pagou seguro no valor de R$ 6.000,00 referente à aquisição dessas mercadorias. Com base nestas informações, o valor reconhecido no estoque de mercadorias referente a esta compra foi (A) R$ 59.000,00. (B) R$ 80.000,00. (C) R$ 67.000,00. (D) R$ 73.000,00. (E) R$ 65.000,00. Comentários: Vale lembrar que os impostos recuperáveis não entram no custo da mercadoria; os impostos não recuperáveis e o seguro da aquisição entram. Custo da mercadoria: 80.000 ± impostos recuperáveis 13.000 + seguro 6.000 Custo: 80.000 ± 13.000 + 6.000 = $73.000,00 Gabarito Æ D 02. (FCC/TRT 18º/Analista Contabilidade/2013) No final do primeiro trimestre de 2013, o Balancete da Cia. Água & Água apresentava as seguintes contas com os respectivos saldos: Receita Bruta de Vendas R$ 55.000,00; Devolução de Vendas R$ 2.500,00; Impostos Sobre as Vendas R$ 9.500,00; Despesas Financeiras R$ 2.500,00; Comissões dos Vendedores R$ 3.000,00. Sabendo que o valor das compras reconhecidas como Estoque de mercadorias durante o primeiro trimestre de 2013 foi R$ 20.000,00 e que o estoque inicial e final de mercadorias para comercialização, no primeiro trimestre de 2013, eram, respectivamente, R$ 15.000,00 e R$ 14.000,00, o Lucro Bruto apurado pela Cia. Água & Água no primeiro trimestre de 2013 foi (A) R$ 31.000,00. (B) R$ 34.000,00. (C) R$ 24.500,00. (D) R$ 22.000,00. (E) R$ 19.000,00. Comentários: 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 77 Vamos calcular inicialmente o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), usando a conhecida fórmula: Saldo inicial + entradas ± saídas = saldo final Para a conta Estoques, podemos reescrever a fórmula assim: Estoque inicial + compras ± CMV = Estoque Final 15.000 + 20.000 ± CMV = 14.000 Resolvendo, temos CMV = 21.000 Vamos esboçar a Demonstração do Resultado, até o Lucro Bruto: Receita Bruta de Vendas 55.000 Devolução de Vendas - 2.500 Impostos Sobre as Vendas - 9.500 Receita líquida 43.000 Custo da Mercadoria Vendida - 21.000 Lucro Bruto 22.000 As Despesas Financeiras e a Comissão dos Vendedores entram como Despesas, para calcular o Lucro Líquido, portanto não são usadas nesta questão. Gabarito Æ D 03. (FCC/Bahiagás/Contabilidade/2010) Gastos com operários de fabrica relativos à SENAI, SESI, Salário Educação, Incra, Sebrae, Férias, Adicional de Férias e gratificação natalina são custos apropriáveis como a) Serviços de Terceiros. b) Matéria-Prima. c) Custos Indiretos de Fabricação. d) Mão de Obra Direta. e) Mão de Obra Indireta. Comentários: Os encargos acompanham a classificação da mão de obra. Como são operários de fábrica, a classificação é como custo direto (ou, como consta na questão, mão de obra direta) Gabarito ÆD 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 77 04. (FCC/ALESP/Agente Técnico Legislativo/2010) A empresa Uirapuru S.A. contabiliza a depreciação de seus ativos, registrando 50% nos custos dos produtos e 50% para a conta de despesa de depreciação no resultado. A depreciação é absorvida nos produtos proporcionalmente. Considerando que o Estoque Inicial dos Produtos Acabados em 2008 era zero; no final do ano de 2008 só existiam Produtos Acabados e que as vendas foram de 40% dos estoques, é correto afirmar que a) 20% da depreciação registrada na formação dos estoques estão contabilizadas. b) 20% da depreciação total do período estão registradas nos Custos dos Produtos Vendidos. c) 25% da depreciação total estão registradas nos Estoques de Produtos Acabados. d) Somente os 50% registrados na conta de despesa de depreciação estão afetando o resultado. e) 80% da depreciação total estão consideradas no resultado. Comentários: 50% da depreciação é atribuída aos produtos. Nessa questão, o estoque inicial era zero e as vendas foram de 40% dos estoques. Portanto, o percentual de gasto com depreciação que foi lançado ao resultado foi de 50% x 40% = 20%. Gabarito Æ B 05. (FCC/TRE-AM/Contabilidade/2010) A empresa Baratear adquiriu uma máquina para uso, exclusivo, na produção do produto A. A vida útil estimada da máquina é de 10 anos e a empresa utiliza o método das cotas constantes para depreciá-la. Em relação ao produto A, a depreciação da máquina é classificada como custo: a) fixo e primário. b) fixo e indireto. c) variável e direto. d) variável e indireto. e) fixo e direto. Comentários: Vamos classificar a depreciação. Com relação ao volume de produção, é um custo fixo. O uso do método das cotas constantes (veremos futuramente) produz o mesmo valor mensal. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 77 E, com relação à apropriação ao produto, é um custo direto. A máquina é usada na produção exclusiva de do produto A. Portanto, não há necessidade de rateios para atribuir o custo da depreciação aos produtos. Portanto, o custo da depreciação da máquina é um custo fixo e um custo direto. Gabarito Æ E 06. (FCC/Copergás/Técnico Administrativo/2011) A empresa VivaGás adquiriu na Papelbrás Ltda. materiais de papelaria para uso no escritório no valor de R$ 430,00 ( quatrocentos e trinta reais ). Adquiriu também, na Embalex Ltda., R$ 2.070,00 (dois mil e setenta reais) de caixas para embalagens de seus produtos. Tratando-se de custos, a empresa VivaGás contabilizará I. os valores de R$ 430,00 e R$ 2.070,00 como despesa e custo, respectivamente. II. o valor de R$ 2.070,00 como custo. III. apenas o valor de R$ 2.070,00 como despesa. IV. o valor de R$ 2.500,00 como custo. Está correto o que consta APENAS em A) III. B) II e IV. C) IV. D) I e III. E) I e II. Comentários: Vamos classificar: . materiais de papelaria para uso no escritório no valor de R$ 430,00 Æ Despesa. . caixas para embalagens de seus produtos no valor de R$ 2.070,00 Æ Custo. Vejamos as assertivas: I. os valores de R$ 430,00 e R$ 2.070,00 como despesa e custo, respectivamente. Certo. II. o valor de R$ 2.070,00 como custo. Certo. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 77 III. apenas o valor de R$ 2.070,00 como despesa. Errado, esse valor é custo. IV. o valor de R$ 2.500,00 como custo. Errado, apenas o valor de 2070,00 é custo. Gabarito Æ E 07. (FCC/TCE GO/Analista - Contabilidade/2010) Durante o mês de agosto, a empresa J&J produziu 2.000 unidades de seu único produto para revenda. Nesse período, a empresa incorreu nos seguintes gastos: matéria-prima: R$ 30.000,00; mão de obra direta: R$ 6.000,00; energia elétrica (fábrica: R$ 15.000,00; mão de obra (administração): R$ 10.000,00; seguros (50% setor industrial): R$ 20.000,00; depreciação (40% setor industrial): R$ 10.000,00; salários dos vendedores: R$ 8.000,00; encargos financeiros referentes a empréstimos: R$ 5.000,00. Sabendo que não havia estoques iniciais de produtos acabados, toda produção foi iniciada e acabada durante o mês de agosto, e que a empresa nada vendeu nesse período, o valor do estoque final de produtos acabados, pelo custeio por absorção, é A) R$ 65.000,00 B) R$ 71.000,00 C) R$ 73.000,00 D) R$ 78.000,00 E) R$ 88.000,00 Comentários: Vejamos a classificação: matéria-prima: 30.000 Custo mão de obra direta: 6.000 Custo energia elétrica (fábrica: 15.000 Custo mão de obra (administração): 10.000 Despesa seguros (50% setor industrial): 20.000 50% Custos e 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 77 50% despesas depreciação (40% setor industrial): 10.000 40% Custos e 60% Despesas salários dos vendedores: 8.000 Despesa encargos financeiros referentes a empréstimos: 5.000 Despesa Agora, só precisamos somar os custos: Gastos Total Custos matéria-prima: 30.000 30.000 mão de obra direta: 6.000 6.000 energia elétrica (fábrica: 15.000 15.000 mão de obra (administração): 10.000 seguros (50% setor industrial): 20.000 10.000 depreciação (40% setor industrial): 10.000 4.000 salários dos vendedores: 8.000 encargos financeiros referentes a empréstimos: 5.000 TOTAL 65.000 Gabarito Æ A 08. (FCC/CVM/Analista /2006) Os estoques de produtos fungíveis são avaliados pelo A) custo histórico de aquisição atualizado monetariamente. B) valor de mercado. C) custo padrão, sem inclusão das variações do padrão. D) custo padrão, com a inclusão das variações do padrão. E) valor histórico de formação menos fator de obsolescência. Comentários: Estudamos esse assunto na aula 1, item 3.2 ± Mercadorias Fungíveis (pg. 16). Conforme a Lei 6404/76: Art. 183, § 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil. 83395105172 Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 77 As mercadorias fungíveis são as commodities, ou seja, soja, suco de laranja, café, etc. As commodities possuem cotação na bolsa de mercadoria. Portanto, normalmente ficam registradas na contabilidade
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