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SEFAZ PE XEST contabcustos gabrieleluciano Aula 02

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Aula 02
Contabilidade de Custos p/ SEFAZ/PE
Professores: Gabriel Rabelo, Luciano Rosa
Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 
 
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SUMÁRIO 
0. Vamos continuar? ........................................................................................... 2 
1. Custeio e controle dos materiais diretos. ..................................................... 3 
1.1. Definição ................................................................................................... 3 
1.2. Materiais diretos ± custo de aquisição ........................................................... 6 
1.2.1. Regra geral .............................................................................................. 6 
1.2.2. Descontos comerciais e abatimentos ............................................................ 7 
1.3. Critérios de avaliação ................................................................................... 8 
1.3.1. Estoque de matéria prima .......................................................................... 8 
1.3.2. Tratamento dos gastos de fretes e armazenagem .......................................... 9 
1.3.3. Impostos recuperáveis .............................................................................. 10 
1.3.3.1. Compra de matéria prima ....................................................................... 13 
1.3.3.2. Compra de mercadoria por empresa comercial (aquisição de indústria) ........ 14 
1.3.3.3. Compra de mercadoria por empresa comercial (aquisição de empresa 
comercial) ........................................................................................................ 14 
1.4. Tratamento das perdas ................................................................................ 15 
2. Mão de obra direta e indireta ...................................................................... 16 
2.1 ± definição .................................................................................................. 16 
2.2 ± custo da mão de obra ................................................................................ 16 
2.2.1. Encargos sociais ....................................................................................... 17 
2.2.2 provisão para pagamento de férias .............................................................. 18 
2.2.3 provisão para pagamento de 13º salário ...................................................... 19 
3. Custos indiretos ......................................................................................... 20 
3.1 definição e critérios de rateio ......................................................................... 20 
3.1.1. Esquema básico da contabilidade de custos ................................................. 20 
3.2. Critérios de rateio dos custos indiretos .......................................................... 22 
3.3. Departamentalização ................................................................................... 23 
3.4. Aplicação dos custos indiretos de produção .................................................... 24 
4.2. Sistemas de acumulação de custos: por ordem e por processo. .............. 25 
4.2.1 ± formas de produção ................................................................................ 25 
4.2.1.1 ± produção por ordem ............................................................................. 25 
4.2.1.1.1 ± tratamento contábil ........................................................................... 25 
4.2.1.1.2 ± encomendas de longo prazo de execução ............................................. 26 
4.2.1.1.3 - tratamento do custo de empréstimos destinados a financiar estoque na 
produção por ordem. ......................................................................................... 27 
4.2.1.2 - produção contínua ................................................................................ 31 
4.2.1.2.1 ± tratamento contábil ........................................................................... 31 
5 - questões comentadas .................................................................................... 32 
6. Questões comentadas nesta aula ..................................................................... 63 
7. Gabarito das questões comentadas nesta aula ................................................... 77 
 
 
AULA 02: 3. Custeio e controle dos materiais diretos. 4. 
Custeio, controle, tratamento contábil da mão de obra direta 
e indireta. 5. Custeio, tratamento contábil e custos indiretos 
de fabricação. 6. Critérios de rateio. 7. Custeio por ordem e 
por processo. 
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Contabilidade de custos para o ICMS PE - 2014 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 02 
 
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0. VAMOS CONTINUAR? 
 
Olá, meus amigos. Como estão?! 
 
Esperamos que estejam gostando das aulas. Vamos tentar antecipar um pouco 
as próximas aulas, para que o curso termine com folga até a data da prova. 
 
Estamos à disposição para sanar as dúvidas que surjam no decorrer do curso. 
 
Pedimos para usar preferencialmente o fórum de dúvidas do site Estratégia 
Concursos. 
 
Nossos emails são: 
 
gabrielrabelo@estrategiaconcursos.com.br 
lucianorosa@estrategiaconcursos.com.br 
 
 
Forte abraço! 
 
GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA. 
 
 
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Teoria e exercícios comentados 
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1. CUSTEIO E CONTROLE DOS MATERIAIS DIRETOS. 
 
1.1. DEFINIÇÃO 
 
Já mencionamos, na aula anterior, a definição de custo direto e custo indireto: 
 
Custos diretos são aqueles que podem ser diretamente apropriados aos 
produtos. Exemplo: matéria-prima, mão de obra direta, embalagens, etc. 
 
Custos Indiretos são aqueles que não podem ser diretamente apropriados aos 
produtos. A sua alocação é feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária. 
Exemplo: Aluguel da fábrica, supervisão, chefia, etc. (Eliseu Martins, 
³&RQWDELOLGDGH�GH &XVWRV´�� 
 
Vamos expandir um pouco esses conceitos. 
 
A primeira coisa que devemos ter em mente é que custo direto não é o mesmo 
que custo variável; e custo indireto não é sinônimo de custo fixo. 
 
A classificação custo direto ou custo indireto refere-se á identificação do custo 
com o produto elaborado. Os custos que podem ser atribuídos diretamente a 
um produto são os custos diretos. 
 
Já aqueles que necessitam de um critério de rateio para serem alocados aos 
produtos são os custos indiretos. 
 
A classificação entre custos fixos e variáveis refere-se à variação dos custos em 
relação à variação da quantidade produzida. 
 
Assim, um custo fixo pode ser direto ou indireto. O mesmo ocorre com os 
custos variáveis. São duas classificações separadas, com finalidades distintas, e 
não há relação entre elas. Ou seja, embora os custos fixos sejam em sua 
maioria custo indiretos, pode haver custo fixo direto. 
 
Com os custos variáveis ocorre o mesmo. Repetimos, são classificações 
separadas. 
 
Para tornar mais clara a distinção entre custo direto e indireto, vamos 
UHSURGX]LU�XP�H[HPSOR�TXH�FRQVWD�QR�OLYUR�³&RQWDELOLGDGH�GH�&XVWRV´��GR�3URI��
Eliseu Martins: 
 
³6XSRQKDPRV� TXH� RV� VHJXLQWHV� &XVWRV� GH� 3URGXomR� GH� GHWHUPLQDGR� SHUtRGR�
precisem ser alocados aos quatro diferentes produtos elaborados pela empresa: 
 
 
Matéria-prima 2.500.000 
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Embalagens 600.000 
Material de consumo 100.000 
Mão-de-obra 1.000.000 
Salário da Supervisão 400.000 
Depreciação das Máquinas 300.000 
Energia Elétrica 500.000 
Aluguel do Prédio 200.000 
Total 5.600.000 
 
O responsável por Custos faz os levantamentos e análises necessárias e 
verificou o seguinte: 
 
Matéria-prima e Embalagens: podem ser apropriadas perfeita e diretamente 
aos quatro produtos, já que foi possível identificar quanto cada um consumiu. 
 
Material de Consumo: Alguns são lubrificantes de máquinas, e não há como 
associá-los a cada produto diretamente, e outros são de tão pequeno valor que 
ninguém se preocupou em associá-los a cada produto. 
 
Mão-de-obra: é possível associar parte dela diretamente com cada produto, 
pois o processo não é muito automatizado e houve uma medição de quanto 
cada operário trabalhou em cada um e quanto custa cada operário para a 
empresa. Mas parte dela refere-se aos chefes de equipe de produção, e não há 
possibilidade de se verificar quanto atribuir diretamente aos produtos 
($200.000 dos $1.000.000). 
 
Salários da Supervisão: muito mais difícil de ainda de se alocar por meio de 
uma verificação direta e objetiva do que a mão-de-obra dos chefes de equipe 
de produção, já que essa supervisão é a geral da produção. Representa esse 
custo o gasto da supervisão dos chefes de equipes e, por isso mesmo, muito 
mais difícil é a alocação aos produtos. 
 
Depreciação das máquinas: a empresa deprecia linearmente em valores 
iguais por período, e não por produto. Haveria possibilidade de apropriar 
diretamente a cada produto se a depreciação fosse contabilizada de outra 
forma. 
 
Energia Elétrica: parte dela é possível alocar a três dos quatro produtos, já 
que a máquina que mais consome força possui um medidor próprio, e a 
empresa faz verificações de quanto consome cada item elaborado. Porém , o 
resto da energia só é medido globalmente, e não há forma direta de alocação 
($350.000 são alocáveis e $150.000 não). 
 
Aluguel do prédio: impossível de se medir diretamente quanto pertence a 
FDGD�SURGXWR�´ �(OLVHX�0DUWLQV��³&RQWDELOLGDGH�GH�&XVWRV´� 
 
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Verificamos que alguns custos podem ser diretamente apropriados aos 
produtos. São os Custos Diretos com relação aos produtos. 
 
Em outros casos, não há uma medida objetiva, e a alocação tem que ser feita 
de maneira estimada e muitas vezes arbitrária. São os Custos Indiretos com 
relação aos produtos. 
 
É importante ressaltar que a classificação entre custos diretos e indiretos 
relacionada acima vale para as condições descritas. Ou seja, para uma empresa 
a depreciação pode ser um custo indireto e para outra pode ser um custo 
direto. Há que se verificar o que diz a questão. 
 
Alguns custos são irrelevantes e, embora pudessem ser apropriados 
diretamente (como no caso de Material de consumo, neste exemplo), recebem 
XP� WUDWDPHQWR�GH� FXVWR� LQGLUHWR��$� UHODomR� ³FXVWR-EHQHItFLR´� QmR� MXVWLILFD�XP�
tratamento mais detalhado para custos irrelevantes. 
 
Lembramos que não há um valor objetivo para que um custo seja considerado 
relevante ou irrelevante. Segundo o CPC 00 ± Procedimento Conceitual Básico, 
do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, informação contábil-financeira 
relevante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam 
ser tomadas pelos usuários. 
 
Alguns custos, como a depreciação, poderiam ser apropriados de forma direta, 
mas, pela própria natureza do custo, muitas vezes não é considerado útil esse 
procedimento. 
 
E, finalmente, alguns custos, como a Energia Elétrica, embora possam ser 
relevantes, não são tratados como diretos, já que seria necessário um sistema 
de mensuração da quantidade aplicada em cada produto. Devido ao custo desse 
sistema, ou por ser de difícil aplicação, ou ainda por não ser muito diferente o 
valor assim obtido daquele que se calcularia com base na potência de cada 
máquina e no volume de sua utilização, prefere-se fazer a apropriação de forma 
indireta. 
 
Sempre que é necessário utilizar qualquer fator de rateio para a apropriação ou 
quando há o uso de estimativas ao invés de medição direta, fica caracterizado o 
custo indireto. 
 
Assim, o rol dos Custos Indiretos inclui Custos Indiretos propriamente ditos e 
Custos Diretos (por natureza), mas que são tratados como indiretos em função 
de sua irrelevância ou da dificuldade de sua medição. 
 
Com respeito especificamente à mão-de-obra, o Prof. Eliseu Martins ressalta 
que a mão de obra direta é aquela que diz respeito ao gasto com pessoal que 
trabalha e atua diretamente sobre o produto que está sendo elaborado; a mão 
de obra indireta é a relativa ao pessoal de chefia, supervisão ou outras 
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atividades que, apesar de vinculadas à produção, não tem aplicação direta 
sobre o produto: manutenção, programação e controle da produção, etc. 
 
1.2. MATERIAIS DIRETOS ± CUSTO DE AQUISIÇÃO 
 
1.2.1. REGRA GERAL 
 
Regra geral: todos os gastos incorridos para a colocação do ativo em 
condições de uso (equipamentos, matérias-primas, ferramentas, etc) 
ou em condições de venda (mercadoria, etc) incorporam o valor desse 
mesmo ativo. (Eliseu Martins, op cit.) 
 
Texto do Pronunciamento CPC 16 (R1) ± Estoques: 
 
CUSTOS DO ESTOQUE 
 
10. O VALOR DE CUSTO DO ESTOQUE DEVE INCLUIR TODOS OS CUSTOS 
DE AQUISIÇÃO E DE TRANSFORMAÇÃO, BEM COMO OUTROS CUSTOS 
INCORRIDOS PARA TRAZER OS ESTOQUES À SUA CONDIÇÃO E 
LOCALIZAÇÃO ATUAIS. 
 
CUSTOS DE AQUISIÇÃO 
 
11. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os 
impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao 
fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros 
diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. 
Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser 
deduzidos na determinação do custo de aquisição. (NR) (Nova Redação dada 
pela Revisão CPC nº. 1, de 8/01/2010) 
 
Assim, o custo de aquisição dos estoques compreende: 
 
1) Preço de compra 
2) Impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis). Os 
tributos recuperáveis são: 
a) Matéria prima: IPI, ICMS, PIS e Cofins (os dois últimos na modalidade 
não cumulativa) 
b) Mercadorias para revenda: ICMS, PIS e Cofins (os dois últimos na 
modalidade não cumulativa) 
3) Custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis 
à aquisição. 
 
Os descontos comerciais e os abatimentos devem ser deduzidos do custo de 
aquisição, como veremos a seguir. 
 
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1.2.2. DESCONTOS COMERCIAIS E ABATIMENTOS 
 
Descontos comerciais ou incondicionais são aqueles que são negociados no 
momento da compra, sem nenhuma condição. Exemplo: determinada 
mercadoria custa 100 reais a unidade, mas, na negociação, acaba saindo por 95 
reais. O vendedor concede um desconto de 5 reais, para realizar a venda. Esse 
tipo de desconto deve ser deduzido do custo do produto. 
 
Já quefalamos em descontos, vamos mencionar também o desconto 
financeiro ou condicional. Ocorre quando o vendedor oferece um desconto 
para antecipar o pagamento. Por exemplo, numa determinada venda, com 
vencimento em 30 dias, o vendedor pode oferecer um desconto de 2% para 
pagamento em 15 dias. 
 
Esse tipo de desconto é contabilizado como Receita Financeira, para o 
comprador, e não afeta o custo do estoque. 
 
O abatimento ocorre num momento posterior à compra. Por exemplo, uma 
loja fecha um pedido de cadeiras por 100 reais a unidade e, quando recebe a 
mercadoria, a cor está diferente do que foi pedido. Nesse caso, o vendedor 
pode conceder um abatimento para que a mercadoria não seja devolvida. 
Digamos, um abatimento de 3 reais por unidade. Nesse caso, a Nota Fiscal é 
emitida por 100 reais a unidade, mas deverá entrar para o estoque apenas 97 
reais (sem considerar impostos ou outros custos). 
 
A lei das S.A.s (Lei 6.404/76) estabelece o seguinte, sobre esse assunto: 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO ATIVO 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os 
seguintes critérios: 
(...) 
II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da 
companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em 
almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para 
ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; 
 
Estas são as determinações gerais sobre avaliação de estoque. Veremos agora 
alguns pontos específicos. 
 
 
 
 
 
 
 
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1.3. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 
 
1.3.1. ESTOQUE DE MATÉRIA PRIMA 
 
É registrado pelo valor original, e deve incluir todos os custos de aquisição, bem 
como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e 
localização atuais. 
 
Assim, o custo dos estoques de matéria-prima compreende o preço de compra, 
os impostos de importação e outros tributos, bem como os custos de 
transporte, seguro, manuseio e outros diretamente relacionados com a 
aquisição dos materiais. 
 
No caso de venda a prazo, os juros e despesas financeiras não devem integrar 
o custo do estoque. Devem ser apropriados como despesas financeiras 
proporcionalmente ao prazo, exceto no caso de financiamento de ativos 
qualificáveis. 
 
Descontos comerciais e abatimentos não integram o custo. 
 
No caso de estoques importados, a variação cambial incorrida até a data da 
entrada da matéria prima no estabelecimento do comprador será integrada ao 
custo; a partir daí, será apropriada como despesa financeira. 
 
Segundo a Lei das S.A.s (lei 6404/76): 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os 
seguintes critérios: 
II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da 
companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em 
almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para 
ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; 
§ 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: (Redação 
dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam 
ser repostos, mediante compra no mercado; 
Os estoques de matérias-primas, via de regra, não se destinam a ser vendidos. 
Serão usados na fabricação de produtos acabados. É por isso que o preço de 
reposição é considerado o valor justo; é o preço pelo qual o fornecedor das 
matérias-primas irá vendê-la. 
 
Há ainda outro ponto na avaliação das matérias-primas. Conforme o CPC 16 ± 
Estoques: 
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32. Os materiais e os outros bens de consumo mantidos para uso na produção 
de estoques ou na prestação de serviços não serão reduzidos abaixo do custo 
se for previsível que os produtos acabados em que eles devem ser incorporados 
ou os serviços em que serão utilizados sejam vendidos pelo custo ou acima do 
custo. Porém, quando a diminuição no preço dos produtos acabados ou no 
preço dos serviços prestados indicar que o custo de elaboração desses produtos 
ou serviços excederá seu valor realizável líquido, os materiais e os outros bens 
de consumo devem ser reduzidos ao valor realizável líquido. Em tais 
circunstâncias, o custo de reposição dos materiais pode ser a melhor medida 
disponível do seu valor realizável líquido. 
 
Os produtos acabados e as mercadorias destinam-se, apenas, à venda. A 
empresa só pode ganhar dinheiro com tais estoques através da venda. Assim, 
quando o valor realizável líquido fica abaixo do custo, o estoque deve ser 
ajustado, reconhecendo-se uma perda. 
 
No caso das matérias-primas, além de comparar o custo com o preço de 
reposição, devemos também verificar se os produtos acabados nos quais eles 
serão incorporado possui preço igual ou superior ao custo. Nesse caso, não 
ajustamos o estoque de matérias-primas, eis que seu valor será recuperado 
pelo uso nos produtos acabados. 
 
1.3.2. TRATAMENTO DOS GASTOS DE FRETES E ARMAZENAGEM 
 
Fretes: Já mencionamos que o frete integra o custo da matéria prima. 
 
Mas vale ressaltar o seguinte ponto: o frete sobre as vendas da empresa (ou 
seja, o valor gasto para enviar os produtos acabados aos clientes) deve ser 
tratado como despesa. 
 
Frete sobre compras (matéria prima, mercadoria)Æ CUSTO 
 
Frete sobre venda Æ DESPESA 
 
Armazenagem: Com relação à armazenagem, ocorre a mesma distinção. 
Quando a empresa compra matéria prima, pode ser necessário armazená-la por 
algum tempo, antes de utilizá-la na produção. 
 
Tais gastos com armazenagem são incluídos no custo da produção. 
 
Mas, quando uma empresa adquire mercadoria, os gastos com armazenagem 
são considerados despesas. Pois a mercadoria já está pronta, já foi produzida. 
 
Lembra-se da regra geral? 
 
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Todos os gastos incorridos para a colocação do ativo em condições de 
uso (equipamentos, matérias-primas, ferramentas, etc) ou em 
condições de venda (mercadoria, etc) incorporam o valor desse mesmo 
ativo. (Eliseu Martins, op.cit.) 
 
As mercadorias adquiridas já estão em condição de venda, quando chegam à 
empresa. O tempo de estocagem não ocorre para colocá-las em condições de 
venda. Portanto, tais gastos vão para a despesa. O mesmo ocorre com os 
produtos acabados. Sua armazenagem é despesa, e não custo. 
 
Armazenagem de matéria prima Æ CUSTO 
Armazenagem de mercadorias ou produtos acabados Æ DESPESA 
 
Vamos falar sobre os impostos recuperáveis? 
 
1.3.3. IMPOSTOS RECUPERÁVEIS 
 
São os impostos não cumulativos, ou seja, a empresa pode se creditar do 
imposto cobrado nas operações anteriores. Compreendem o IPI, o ICMS, o PIS 
e o COFINS. 
 
IPI ± ,PSRVWR�VREUH�3URGXWRV�,QGXVWULDOL]DGRV��e�XP�LPSRVWR�³SRU�IRUD´��R�TXH�
significa que não está incluído no preço do produto . Portanto, deve ser 
acrescentado ao preço. Normalmente, a questão informa qual a alíquota que 
deve ser considerada ou o valor do IPI. 
 
ICMS ± Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços: è um imposto 
³SRU� GHQWUR´�� RX� VHMD�� Mi� HVWi� LQFOXtGR� QR� SUHoR� GD� PHUFDGRULD� RX� SURGXWR��
Possui várias alíquotas,sendo que normalmente a questão informa qual deve 
ser utilizada. 
 
PIS ± 3URJUDPD� GH� ,QWHJUDomR� 6RFLDO�� e� XP� WULEXWR� ³SRU� GHQWUR´�� ([LVWH� QDV�
modalidades cumulativas e não-cumulativas. As alíquotas são: 
 
Cumulativa: 0,65 % 
Não-cumulativa: 1,65 % 
 
COFINS ± &RQWULEXLomR�SDUD� D�6HJXULGDGH�6RFLDO�� e� XP� WULEXWR� ³SRU� GHQWUR´��
Existe nas modalidades cumulativas e não-cumulativas. As alíquotas são: 
 
Cumulativa: 3,0 % 
Não-cumulativa: 7,6 % 
 
Observação: como estamos interessados nos aspectos contábeis, não 
entraremos em maiores detalhes sobre os tributos, os quais podem ser 
estudados na disciplina Direito Tributário. 
 
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,PSRVWRV�³SRU�GHQWUR´�H�³SRU�IRUD´. Vamos detalhar a forma de cálculo do 
IPI (por fora) e do ICMS (por dentro). 
 
Normalmente, as questões informDP�R� ³SUHoR�GD�PHUFDGRULD´�RX�R� ³SUHoR�GD�
FRPSUD´�� 2� SUHoR� LQFOXL� R� ,&06� �LPSRVWR� ³SRU� GHQWUR´��� PDV� QmR� LQFOXL� R� ,3,�
�LPSRVWR�³SRU�IRUD´��� 
 
Exemplo: A empresa KLS adquiriu matéria-prima a prazo, ao preço de $1.000 
reais, com incidência de ICMS de 18% e IPI de 10%. Indique a contabilização. 
Cálculo do imposto: 
 
IPI: 1.000 x 10% = 100. Como o IPI não está incluído no preço, deve ser 
somado. 
 
Valor da Nota Fiscal: 1.000 + IPI 100 = $ 1.100 
 
ICMS: 1.000 x 18% = 180 
 
Contabilização (considerando que os dois impostos são recuperáveis): 
 
D ± Estoque matéria prima 820 
D ± ICMS a recuperar 180 
D ± IPI a recuperar 100 
C ± Fornecedores 1.100 
 
Já foi cobrado: 
 
(ESAF/MPOG/APO/2008) A empresa comercial Armazém Popular S.A. utiliza o 
controle permanente de estoques para contabilizar suas mercadorias. Em junho 
de 2007, a empresa adquiriu uma partida de raquetes de tênis para revender, 
tendo praticado a seguinte composição de custos: 
 
Preço de compra: R$ 200.000,00; 
IPI incidente sobre a compra: R$ 10.000,00; 
ICMS incidente sobre a compra: R$ 18.000,00. 
 
Ao contabilizar essa operação de compra, a empresa deverá fazer o seguinte 
lançamento (...) 
 
Resolução: 
 
O preço inclui o ICMS (por dentro), mas não inclui o IPI (por fora). Assim, o 
valor total pago será $ 200.000 + IPI $ 10.000 = $210.000. Trata-se de 
mercadorias para revender, portanto o ICMS será recuperado e o IPI não. 
 
Valor do estoque: $ 210.000 ± ICMS $ 18.000 = $ 192.000 
 
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Contabilização: 
 
D ± Estoque de mercadorias 192.000 
D ± ICMS a Recuperar 18.000 
C ± Fornecedores 210.000 
 
Obs: a questão não menciona que a compra foi a prazo, mas todas as 
alternativas creditavam fornecedores. 
 
Já mencionamos que o preço da mercadoria inclui o ICMS, mas não o IPI. Mas 
devemos atentar para a seguiQWH�³SHJDGLQKD´��VH�D�TXHVWmR�PHQFLRQDU�R�³YDORU�
GD�1RWD�)LVFDO´�RX�R�³YDORU�SDJR´��HVWH�Mi�LQFOXL�R�,3,��([SOLFDQGR�PHOKRU� 
 
1) Empresa comprou 10 unidades de uma determinada mercadoria ao PREÇO 
TOTAL de R$ 1.000, com ICMS de 18% e IPI de 10%. Qual foi o valor total da 
Nota fiscal? 
 
R: O preço inclui o ICMS (que é "por dentro") e não inclui o IPI ("por fora"). 
Assim, o total da NF será: 
 
1.000 + 10% de IPI = 1100 
 
2) Empresa comprou 10 unidades de uma determinada mercadoria PAGANDO O 
TOTAL de 1000, com ICMS de 18% e IPI de 10%. Qual foi o valor total da Nota 
fiscal? 
R: Se o comprador pagou 1000, este é o valor total da NF., já com 10% de ipi 
incluso. 
 
(VVD�³SHJDGLQKD´�Mi�FDLX�HP�SURYD? Já, sim: 
 
(ESAF/ MDIC/Analista de Comércio Exterior/2002) A empresa Três Ramos de 
Trevo realizou apenas duas vendas em agosto. Uma de 300 unidades, no dia 
15; e outra de 480 unidades, no dia 25. 
 
O valor apurado foi o mesmo em cada operação, sendo a primeira a prazo e a 
segunda a vista. O valor total cobrado foi de R$ 5.280,00, correspondente ao 
preço de venda com incidência de ICMS de 17% e de IPI de 10%. 
 
Exclusivamente com base nas informações acima, podemos dizer que o preço 
unitário de venda alcançado na operação do dia 
 
a) 25 de agosto foi de R$ 5,00. 
b) 25 de agosto foi de R$ 5,50. 
c) 15 de agosto foi de R$ 6,64. 
d) 15 de agosto foi de R$ 7,92. 
e) 15 de agosto foi de R$ 8,80. 
 
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Resolução: 
 
O valor apurado foi o mesmo em cada operação, e o valor total foi de $ 
5.280,00. Assim, o valor apurado em cada operação foi de $ 5.280 / 2 = $ 
2.640. 
 
Esse foi o valor cobrado, que inclui o IPI de 10%. Para calcular o preço de 
venda unitário, devemos excluir o IPI (o preço inclui o ICMS, mas não o IPI). 
$ 2.640 / 1,1 = $ 2.400 
 
Preço unitário da venda do dia 15: $ 2.400 / 300 unid. = $ 8,00 
Preço unitário da venda do dia 25: $ 2.400 / 480 unid. = $ 5,00 
 
Gabarito Æ A 
 
1.3.3.1. COMPRA DE MATÉRIA PRIMA 
 
A empresa KLS adquiriu matéria-prima a prazo, com preço de $ 100.000,00, 
com IPI de 10%, ICMS de 18%, PIS de 1,65% e COFINS de 7,6%. 
 
Determine a contabilização. 
 
IPI (100.000 x 10%) 10.000 
Preço da Matéria Prima (sem IPI e com ICMS) 100.000 
ICMS (100.000 x 18%) 18.000 
PIS (100.000 x 1,65%) 1.650 
COFINS (100.000 x 7,6 %) 7.600 
 
OBS: Usaremos sempre esse formato de cálculo. A partir do preço da 
mercadoria (segunda linha na tabela), o IPI irá aumentar o valor da nota fiscal 
�p�³SRU�IRUD´��OHPEUD"���3RU�LVVR��FRORFDPRV�R�FiOFXOR�GR�,3,�DFLPD�GR�SUHoR�GD�
PHUFDGRULD�� -i� R� ,&06�� R� 3,6� H� D� &2),16� HVWmR� ³GHQWUR´� GR� SUHoR� GD�
mercadoria, assim não afetam o valor total da nota fiscal. 
 
Valor da Nota Fiscal: 100.000 + IPI 10.000 = 110.000 
 
Nesse caso, o IPI é recuperável. O valor do estoque é: 
 
110.000 ± 10.000(IPI) ± 18.000 ± 1.650 -7.600 = 72.750 
 
Assim, a contabilização é a seguinte: 
 
D ± Estoque 72.750 
D ± IPI a recuperar 10.000 
D ± ICMS a recuperar 18.000 
D ± PIS a recuperar 1.650 
D ± COFINS a recuperar 7.600 
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C ± Fornecedores 110.000 
 
1.3.3.2. COMPRA DE MERCADORIA POR EMPRESA COMERCIAL 
(AQUISIÇÃO DE INDÚSTRIA) 
 
A empresa KLS adquiriu mercadoria a prazo, diretamente do fabricante, com 
preço de $ 100.000,00, com IPI de 10%, ICMS de 18%, PIS de 1,65% e 
COFINS de 7,6%. 
 
Determine a contabilização. 
 
Neste caso, o IPI não é recuperável. Como se trata de mercadoria destinada à 
comercialização, o IPI não entra na base de cálculo do ICMS. 
 
Mas, como será incorporado ao custo do estoque, o IPI entra na base de cálculo 
do PIS e do COFINS. Chamamos a atenção para esse caso, em particular. A 
base de cálculo do ICMS será diferente da base de cálculo do PIS e COFINS. 
 
Vamos aos cálculos: 
 
IPI (100.000 x 10%) 10.000 
Preço da Matéria Prima (sem ipi e com icms) 100.000 
ICMS (100.000 x 18%) 18.000 
PIS (110.000 x 1,65%) 1.815 
COFINS (110.000 x 7,6 %) 8.360 
 
Valor da Nota Fiscal: 100.000 + IPI 10.000 = 110.000 
 
Nesse caso, o IPI não é recuperável. O valor do estoque é: 
 
110.000± 18.000 ± 1.815 -8.360 = 81.825 
 
Assim, a contabilização é a seguinte: 
 
D ± Estoque 81.825 
D ± ICMS a recuperar 18.000 
D ± PIS a recuperar 1.815 
D ± COFINS a recuperar 8.360 
C ± Fornecedores 110.000 
 
1.3.3.3. COMPRA DE MERCADORIA POR EMPRESA COMERCIAL 
(AQUISIÇÃO DE EMPRESA COMERCIAL) 
 
A empresa LKS adquiriu mercadoria a prazo, de uma empresa comercial, com 
preço de $ 100.000,00, ICMS de 18%, PIS de 1,65% e Cofins de 7,6%. 
 
Determine a contabilização. 
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Este é o caso mais fácil, por isso deixamos para o final. Como a empresa 
vendedora é uma empresa comercial, não há IPI. Os cálculos ficam assim: 
 
Preço da Matéria Prima (sem ipi e com icms) 100.000 
ICMS (100.000 x 18%) 18.000 
PIS (100.000 x 1,65%) 1.650 
COFINS (100.000 x 7,6 %) 7.600 
 
Valor da Nota Fiscal: 100.000 
 
Nesse caso, não há IPI. O valor do estoque é: 
 
100.000 ± 18.000 ± 1.650 -7.600 = 72.750 
 
Assim, a contabilização é a seguinte: 
 
D ± Estoque 72.750 
D ± ICMS a recuperar 18.000 
D ± PIS a recuperar 1.650 
D ± COFINS a recuperar 7.600 
C ± Fornecedores 100.000 
 
1.4. TRATAMENTO DAS PERDAS 
 
Já vimos esse assunto na aula anterior, mas não custa recordar: as perdas de 
material direto na produção podem ser normais, decorrentes do processo 
produtivo, ou perdas anormais, decorrentes de algum fato excepcional. 
 
O tratamento contábil é o seguinte: 
 
a) As perdas normais são apropriadas ao custo do produto. Por exemplo, se 
uma empresa usa 1.000 kgs de uma determinada matéria prima e ocorre 
uma perda de 5% no processo de produção, o custo dos 1000 kgs será 
considerado normalmente. 
b) As perdas anormais são tratadas como despesa do período, não afetando 
o custo da produção. Por exemplo, se ocorre um incêndio e a empresa 
perde 5.000 kgs do estoque de matéria prima, não deve incluir o valor 
desse estoque como custo da produção, e sim como despesa. 
 
Muito bem. Basta de materiais diretos. Vamos ver agora a mão de obra. 
 
 
 
 
 
 
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2. MÃO DE OBRA DIRETA E INDIRETA 
 
2.1 ± DEFINIÇÃO 
 
Mão de obra direta: É aquela que pode ser apropriada diretamente ao 
produto. 
 
Mão de obra indireta: Ocorre quando o custo da mão de obra necessita de 
algum tipo de rateio ou estimativa, para ser atribuído aos produtos. 
 
Alguns exemplos mais comuns de Mão de obra Direta são: torneiro, prensista, 
soldador, cortador, pintor, etc. E de Mão de obra indireta: supervisor, 
encarregado de setor, pessoal da manutenção, ajudante, etc. 
 
A legislação trabalhista brasileira garante um mínimo de 220 horas por mês, 
mesmo aos operários contratados por hora. Assim, considerando o total do 
mês, a folha de pagamento é um gasto fixo (pelo menos quando não excede as 
220 horas, do contrário teremos gastos com horas extras). 
 
Mas o custo da Mão de obra Direta não é um gasto fixo. 
 
Isso ocorre porque só é considerara Mão de obra Direta a parte relativa ao 
tempo realmente utilizado no processo de produção. O tempo que algum 
operário deixou de trabalhar diretamente no produto deixa de ser classificado 
como Mão de obra Direta. Se houver um nível normal de ociosidade, devido a 
fatores como falta de material, de energia, quebra de máquinas, etc, esse 
tempo não utilizado será transformado em custo indireto para rateio à 
produção. 
 
Se, por outro lado, ocorrer uma ociosidade anormal, excepcional, será 
considerada como perda do período (como no caso de uma grave prolongada). 
 
2.2 ± CUSTO DA MÃO DE OBRA 
 
Apuração do custo da mão de obra 
 
O custo da mão de obra deve incluir todos os encargos sociais, a provisão de 
férias e a provisão de décimo terceiro salário. Mas, naturalmente, para 
concursos, a questão pode indicar apenas alguns encargos. Devemos sempre 
seguir as instruções da questão. 
 
Vamos ver rapidamente o cálculo das provisões de férias e décimo terceiro, e 
dos encargos sociais. 
 
 
 
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2.2.1. ENCARGOS SOCIAIS 
 
Os principais encargos são o INSS e o FGTS. 
 
INSS: Há dois tipos de recolhimentos que as empresas realizam, para o INSS: 
 
1) INSS retido do funcionário: as empresas descontam dos funcionários a 
contribuição previdenciária sobre o salário recebido, e posteriormente repassa o 
valor para o INSS. Não é despesa da empresa. Essa parcela do recolhimento 
ao INSS é devido pelo empregado. A empresa apenas desconta e repassa. O 
percentual de desconto varia de 8% a 11%, conforme a faixa salarial do 
funcionário. 
 
Este valor não é incluído na provisão para férias, pois não é encargo da 
empresa. 
 
Vamos ver como ficaria a contabilização do pagamento de salário no valor de 
R$ 1.000,00, com retenção do INSS de 9%: 
 
D ± Despesa de salário 1.000 
C ± INSS retido a recolher (Passivo) 90 
C ± Salários a pagar (Passivo) 910 
 
Pelo pagamento do salário: 
 
D ± Salário a pagar 910 
C ± Caixa 910 
 
Pelo recolhimento do INSS: 
 
D ± INSS retido a recolher 90 
C ± Caixa 90 
 
Como se observa, o INSS dos funcionários não é despesa para a empresa; e 
também não afeta o valor das despesas de salários ( a empresa apenas 
desconta e repassa, nada mais). 
 
2) INSS patronal: Constitui um encargo da empresa, que deve recolher 20% 
do valor da folha salarial ao INSS. 
 
FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) : Também é encargo da 
empresa. Corresponde a 8% do valor do salário. O FGTS fica depositado numa 
conta, em nome do funcionário, e pode ser retirado quando o funcionário é 
demitido, ou em certos casos: compra de imóvel, doença, etc. 
 
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Há ainda outra contribuições, como o Seguro de Acidentes de Trabalho, Sebrae, 
Sesc, Senai, etc. Algumas são variáveis, como o SAT (seguro de acidente do 
trabalho), cuja alíquota depende do grau de risco da atividade. 
 
Mas normalmente as questões informam o percentual de encargos sociais que 
deve ser considerado. 
 
2.2.2 PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE FÉRIAS 
 
Entre os direitos dos funcionários, encontra-se o direito às férias, após trabalhar 
um ano. 
 
Mas, contabilmente, deve ser reconhecido 1/12 por mês, para observar o 
Princípio da Competência. 
 
A legislação estabelece que o funcionário tem direito às férias, após um ano de 
trabalho; se for demitido antes de um ano, a empresa deve pagar férias 
proporcionais. Ou seja, o funcionário demitido após 9 meses de trabalho tem 
direito a 9/12 do salário, referente às férias proporcionais. 
 
A provisão de férias é dedutível para efeito de Imposto de Renda, e deve ser 
calculada individualmente para cada funcionário. 
 
A contagem de dias de férias a que o funcionário tem direito na data do 
enceramento das demonstrações financeiras será efetuada da seguinte forma: 
 
1) Nos casos de períodos completos, após 12 meses de trabalho, o funcionário 
terá direitoa férias na seguinte proporção: 
 
Até 5 faltas Æ 30 dias corridos 
De 6 a 14 faltas Æ 24 dias corridos 
De 15 a 23 faltas Æ 18 dias corridos 
De 24 a 32 faltas Æ 12 dias corridos 
Acima de 32 faltas Æ Perde o direito às férias. 
 
2) Período incompleto: deverá ser constituída provisão para pagamento das 
férias proporcionais, com base em 1/12 avos do salário mais encargos por mês 
ou fração superior a 14 dias. 
 
Além do salário, devem ser também provisionados os encargos e o adicional de 
férias (um terço). 
 
Abono de férias: Ao sair de férias, o funcionário tem direito ao Abono de 
férias, no valor de 1/3 do salário. O abono deve ser somado ao salário, para 
calculo dos encargos sociais. 
 
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Exemplo: Vamos considerar um funcionário com salário de R$ 1.000 reais e 
com direito a 10/12 avos de férias. A provisão de férias, com abono e encargos, 
ficaria assim (Obs: vamos calcular apenas o INSS patronal, de 20%, e o FGTS, 
de 8%, como encargos). 
 
Salário 1.000,00 
Base para provisão (10/12 avos) 833,00 
Abono de férias (1/3) 277,67 
Subtotal 1.110,67 
INSS (20%) 222,13 
FGTS (8%) 88,85 
Total Provisão férias 1.421,65 
 
Esse cálculo deve ser feito para todos os funcionários, um a um. A 
contabilização, para os funcionários da produção, entra como custo de mão-de-
obra; para os outros funcionários, como despesa: 
 
Funcionários da produção: 
 
D ± Custo de Mão de obra ± provisão de férias 1.421,65 
C ± Provisão de Férias (passivo circulante) 1.421,65 
 
Outros funcionários (escritório) 
 
D ± Despesa admin. ± provisão de férias (resultado) 1.421,65 
C ± Provisão de Férias (passivo circulante) 1.421,65 
 
Observação: A empresa pode contabilizar separadamente cada parcela da 
provisão de férias (férias, abono, INSS a Recolher, FGTS a recolher) ou pode 
contabilizar um valor total e manter um controle à parte, extra contábil. 
 
2.2.3 PROVISÃO PARA PAGAMENTO DE 13º SALÁRIO 
 
É semelhante à provisão para férias. Deve ser apropriado 1/12 avos do salário 
por mês, mais encargos. 
 
A fração igual ou superior a 15 dias de trabalho será considerada como mês 
integral. 
 
A provisão para 13º é contabilizada como custo, para os funcionários da 
produção; e como despesa, para os outros funcionários. 
 
Os encargos (INSS e FGTS) também devem ser provisionados. 
 
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3. CUSTOS INDIRETOS. 
 
3.1 DEFINIÇÃO E CRITÉRIOS DE RATEIO 
 
Já definimos Custos Indiretos como aqueles que não podem ser atribuídos 
diretamente aos produtos, necessitando de algum critério de rateio. 
 
È o que vamos agora estudar: os critérios de rateio. 
 
Mas, primeiro, vamos ver o Esquema básico da Contabilidade de Custos, para 
uma visão geral do processo de custo. (obs: baseado em exemplo do livro 
³&RQWDELOLGDGH�GH�&XVWRV´��GH�(OLVHX�0DUWLQV�� 
 
3.1.1. ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS 
 
1) A separação entre Custo e Despesas. 
 
Vamos supor que estes sejam os gastos de determinado período da Empresa X: 
 
Comissões de Vendedores 56.000 
Salários de Fábrica 84.000 
Matéria prima consumida 240.000 
Salários da Administração 90.000 
Depreciação na fábrica 42.000 
Seguros da fábrica 8.000 
Despesas Financeiras 35.000 
Honorários da Diretoria 28.000 
Materiais diversos - fábrica 10.000 
Energia elétrica - fábrica 60.000 
Manutenção - fábrica 50.000 
Despesas de entrega 30.000 
Correios, telefone, telex 3.000 
Material de consumo - Escritório 4.000 
Total gastos/abril 740.000 
 
Iniciamos com a separação entre custos e despesas, da seguinte forma: 
 
Custos de Produção 
 Salários de Fábrica 84.000 
Matéria-prima consumida 240.000 
Depreciação na fábrica 42.000 
Seguros da fábrica 8.000 
Materiais diversos - fábrica 10.000 
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Energia elétrica - fábrica 60.000 
Manutenção - fábrica 50.000 
Total gastos/abril 494.000 
 
Estes gastos integrarão o Custo dos produtos. 
 
Despesas 
 Comissões de Vendedores 56.000 
Salários da Administração 90.000 
Despesas Financeiras 35.000 
Honorários da Diretoria 28.000 
Despesas de entrega 30.000 
Correios, telefone, telex 3.000 
Material de consumo - Escritório 4.000 
 Total de despesas 246.000 
 
As despesas, que não entraram no custo da produção e totalizaram 
R$246.000,00, serão contabilizadas diretamente no Resultado do Período, sem 
serem alocadas aos produtos. 
 
2) A apropriação dos Custos Diretos. 
 
Digamos que essa empresa elabore dois produtos diferentes, A e B. O próximo 
passo consiste em apropriar os custos diretos aos produtos. Vamos supor que, 
além da matéria prima, sejam também custos diretos 50% da mão-de-obra e 
60% da energia elétrica. 
 
Através de controles e apontamentos, a empresa identifica os seguintes valores 
para o custo direto dos produtos: 
 
Custos de Produção Produto A Produto B TOTAL 
Salários de Fábrica 30.000 12.000 42.000 
Matéria prima consumida 150.000 90.000 240.000 
Energia elétrica - fábrica 20.000 16.000 36.000 
TOTAL 200.000 118.000 318.000 
 
 
3) A apropriação dos Custos Indiretos. 
 
Agora, sobraram os custos indiretos: 
 
Custos Indiretos 
 Salários de Fábrica - indiretos 42.000 
Depreciação na fábrica 42.000 
Seguros da fábrica 8.000 
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Materiais diversos - fábrica 10.000 
Energia elétrica - fábrica - indir. 24.000 
Manutenção - fábrica 50.000 
Total gastos/abril 176.000 
 
Quando os custos diretos são maiores que os custos indiretos, uma forma 
simplista de rateio é atribuir os custos indiretos proporcionalmente ao que cada 
produto já recebeu de custos diretos. 
 
Esse critério é usado principalmente quando os custos indiretos são bem 
menores que os custos diretos. 
 
Mas há outros critérios, mais sofisticados: 
 
3.2. CRITÉRIOS DE RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS 
 
Salários de Fabrica ± indireto: pode ser rateado pelo número de funcionários 
diretos que trabalham em cada produto. 
 
Manutenção ± fábrica: pelo número de horas/máquinas usadas na produção 
de cada produto. 
 
Depreciação: pela quantidade de horas/máquinas usadas por cada produto. 
 
Aluguel da fábrica: rateado pela área ocupada na produção de cada produto 
(obs: nesse exemplo, não incluímos aluguel da fábrica). 
Para concursos, a questão deve informar claramente qual será o 
critério de rateio. 
 
Apenas para finalizar o exemplo, vamos apresentar o quadro completode 
apropriação de custos aos produtos, supondo que as bases de rateio já tenham 
sido calculadas: 
 
Custos Diretos Produto A Produto B TOTAL 
Salários de Fábrica 30.000 12.000 42.000 
Matéria-prima consumida 150.000 90.000 240.000 
Energia elétrica - fábrica 20.000 16.000 36.000 
Subtotal custos diretos 200.000 118.000 318.000 
Custos Indiretos 
 Salários de Fábrica - indiretos 25.000 17.000 42.000 
Depreciação na fábrica 30.000 12.000 42.000 
Seguros da fábrica 5.000 3.000 8.000 
Materiais diversos - fábrica 5.000 5.000 10.000 
Energia elétrica - fábrica - 
indir. 15.000 9.000 24.000 
Manutenção - fábrica 35.000 15.000 50.000 
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Subtotal custos indiretos 115.000 61.000 176.000 
Total dos custos 315.000 179.000 494.000 
 
Portanto, o esquema básico é: 
 
1) Separar custos de despesas 
2) Apropriar os custos diretos 
3) Apropriar os custos indiretos, através dos critérios de rateio. 
 
Com relação aos critérios de rateio dos custos indiretos, para concursos, fica 
bem simples. A banca deve dizer exatamente qual o critério a ser utilizado. 
Devemos apenas seguir o que a questão indicar. 
 
3.3. DEPARTAMENTALIZAÇÃO 
 
Departamento é uma unidade administrativa, representada por pessoas e 
máquinas que desenvolvem determinada atividade. O Departamento é um 
centro de custos, ou seja, os custos indiretos são acumulados no 
Departamento, e depois são atribuídos aos produtos. 
 
Os Departamentos podem ser classificados de duas formas: 
 
a) Departamentos de produção, nos quais ocorre a atividade produtiva 
propriamente dita: corte, montagem, acabamento, pintura, forjaria, ou 
seja, são os departamentos que atuam diretamente na produção; 
b) Departamentos de serviços, que prestam serviços aos departamentos de 
produção. Exemplo: manutenção, almoxarifado, Administração Geral da 
produção, etc. 
 
 
Normalmente, os custos acumulados nos departamentos de serviços são 
apropriados aos departamentos de produção. Assim, com a utilização dos 
departamentos, o esquema básico de custos fica assim: 
 
a) Separação entre Custos e Despesas; 
b) Apropriação dos Custos Diretos aos produtos; 
c) Apropriação dos Custos Indiretos aos Departamentos; 
d) Rateio dos Custos Acumulados nos Departamentos de Serviços aos 
Departamentos de Produção; 
e) Atribuição dos Custos Indiretos dos departamentos de Produção aos 
produtos. 
 
Os custos dos departamentos de serviços podem ser atribuídos aos 
departamentos produtivos através de três métodos: 
 
O método direto consiste em atribuir o custo dos departamentos de serviços 
diretamente aos departamentos produtivos, ou seja, departamento de serviço 
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não envia custo para outro departamento de serviço. Só distribui custo aos 
departamentos produtivos. 
 
Há, também, o método recíproco (os custos recíprocos entre os 
departamentos são distribuídos). Método trabalhoso, geralmente só resolvido 
com processamento de dados. 
 
E há também o sequencial (no qual se escolhe uma ordem para os 
departamentos e se distribui os custos naquela ordem). No método sequencial, 
se começarmos, por exemplo, com o departamento de Controle de Qualidade, 
este distribui seus custos para os outros departamentos até zerar os custos de 
Controle de Qualidade e não recebe mais nada de transferência de outros 
departamentos. 
 
Ficará mais claro com uma questão resolvida, ao final da aula. 
 
3.4. APLICAÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO 
 
Quando há necessidade de se conhecer o custo de um produto ou de uma 
ordem durante a sua execução, deve ser usada a técnica de Custos Indiretos 
Aplicados. Por essa técnica, ao invés de esperar pelo encerramento do período 
para ratear os Custos Indiretos realmente incorridos, a empresa utiliza uma 
previsão dos Custos Indiretos, os quais são aplicados segundo uma Taxa de 
Aplicação pré determinada. 
 
A diferença entre a Taxa estimada e a real deve ser ajustada contabilmente, no 
fim de cada período, mediante distribuição aos produtos, aumentando ou 
diminuindo os seus custos, levando-os aos valores reais. 
 
Vejamos uma questão: 
 
(FCC/ICMS SP/ Fiscal de Rendas/2006) A Cia. Capricórnio tem planejado para o 
exercício de 2007 os seguintes dados na área de produção: horas maquinas 
projetadas anual 240.000,00, MOD unitária de 22,00, GIF anual projetado 
3.600.000,00, GIF unitário projetado de 10,00. A empresa aplica GIF baseados 
nas horas maquinas. A taxa de aplicação de GIF para o exercício de 2007 será: 
 
a) 22,00 
b) 21,50 
c) 19,00 
d) 17,00 
e) 15,00 
 
Comentários 
 
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O valor dos Gastos Indiretos de Fabricação projetado para o ano é de 
R$3.600.000,00. Este valor será aplicado com base nas horas máquinas, que 
são projetadas em 240.000 horas anuais. 
 
Taxa de aplicação: R$ 3.600.000 / 240.000 h/m = R$ 15,00 
 
Gabarito Æ E 
 
4.2. SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS: POR ORDEM E POR 
PROCESSO. 
 
4.2.1 ± FORMAS DE PRODUÇÃO 
 
4.2.1.1 ± PRODUÇÃO POR ORDEM 
 
Ocorre quando a empresa produz atendendo a encomendas dos clientes ou, 
então, produz também para venda posterior, mas de acordo com determinações 
internas especiais, não de forma contínua. 
 
Exemplo: Indústrias pesadas, fabricantes de equipamentos especiais, algumas 
indústrias de móveis, empresas de construção civil, gráficas (quando produz 
especificamente para determinado cliente). 
 
4.2.1.1.1 ± TRATAMENTO CONTÁBIL 
 
Na produção por ordem, os custos de cada ordem ou encomenda ficam 
acumulados numa conta específica. 
 
Essa conta só termina de receber custos quando ocorrer o encerramento da 
ordem. Ao término do período contábil, se o produto ainda estiver em 
processamento, não há encerramento, permanecendo os custos até então 
incorridos na forma de bens em elaboração, no ativo; apenas quando a ordem 
for encerrada, os custos serão transferidos para estoque de produtos acabados 
ou para Custos dos Produtos Vendidos, conforme a situação. 
 
Danificações de Materiais: No caso de perdas normais, há dois 
procedimentos que podem ser utilizados: 
 
1) Apropriação à ordem que está sendo elaborada. 
 
A alocação direta à ordem é útil para se conhecer o efetivo resultado de cada 
uma delas, desde que seja viável a apropriação direta. Isto ocorre 
provavelmente na maioria dos casos. 
 
2) Alocação da perda aos custos indiretos, para rateio à produção toda 
do período. 
 
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Caso as danificações nas matérias-primas ocorram, por exemplo, no armazém 
de estocagem ou almoxarifado, antes de sua utilização na produção de 
determinada ordem, então deverá ser apropriada a todos os produtos do 
período.No caso de danificação de ordens inteiras, o procedimento mais correto é a 
baixa direta para perdas do período, sem acumulação dos novos custos de re-
elaboração da ordem, para atender ao princípio da prudência. 
 
4.2.1.1.2 ± ENCOMENDAS DE LONGO PRAZO DE EXECUÇÃO 
 
A regra geral é que os custos fiquem acumulados numa conta, ocorrendo sua 
transferência ao resultado apenas por ocasião da entrega, quando a receita 
também é reconhecida. Este procedimento deve ser observado, sempre que 
possível. 
 
Mas, quando uma empresa trabalha com ordens ou encomendas de longa 
duração (mais de um ano), pode ser necessária uma alteração. Por exemplo, se 
a empresa fabrica turbinas para geração de energia elétrica, ou plataformas 
para exploração de petróleo, que podem levar vários anos para a sua produção, 
e executa poucas por vez, pode não ter entregado nenhuma de suas 
encomendas, num determinado exercício. Seu resultado então seria muito 
distorcido, pois iria apresentar apenas despesas, sem nenhuma receita. 
 
Na situação descrita acima, a apropriação do resultado deve ser reconhecida 
proporcionalmente à produção executada. Ou seja, uma parte da receita é 
reconhecida em cada período, com a respectiva apropriação dos custos, ainda 
que a ordem não esteja concluída. 
 
Exemplo: Uma empresa tem uma estimativa de custo total de $ 100.000 para 
uma encomenda, e a contrata por $ 120.000. No primeiro ano, incorre num 
custo total de $ 10.000, o que a faz apropriar $12.000 de receita. 
 
Se tiver recebido mais de $ 12.000 de seu cliente, terá o excedente 
contabilizado como Passivo Circulante (Adiantamentos de Clientes, Serviços a 
Executar, ou outra conta); se tiver recebido menos, a diferença aparecerá no 
Ativo Circulante (Contas a Receber, Clientes, Serviços executados a Faturar, 
etc.). 
 
No segundo período, procede da mesma forma, apropriando sempre 20% a 
mais de receita do que tiver sido o custo incorrido. 
 
(Senado Federal/Analista Legislativo/Contabilidade/FGV/2008) Um estaleiro 
assina um contrato de longo prazo para a construção de um navio. O preço 
total é $ 520.000 e o custo estimado da obra é de $ 380.000. No primeiro ano, 
o estaleiro incorre em custos de $ 90.000 diretamente vinculados à produção 
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do navio. O valor do lucro bruto a ser apresentado pelo estaleiro no primeiro 
ano, considerando as Normas Brasileiras de Contabilidade, é de: 
 
a) $ 430.000. 
b) $ 140.000. 
c) zero. 
d) $ 283.800. 
e) $ 33.158. 
 
Comentários 
 
A receita deve ser apropriada proporcionalmente ao custo. Portanto, temos: 
 
Custo incorrido: 90.000 / custo total 380.000 = 0,23684 
Receita total: 520.000 x 0,23684 = $ 123.158 
 
Receita 123.158 
(-) Custo 90.000 
(=) Lucro Bruto 33.158 
 
Gabarito Æ E 
 
 
4.2.1.1.3 - TRATAMENTO DO CUSTO DE EMPRÉSTIMOS DESTINADOS A 
FINANCIAR ESTOQUE NA PRODUÇÃO POR ORDEM. 
 
Trata-se de uma alteração na contabilidade que afeta Custos. Este assunto é 
tratado no Pronunciamento CPC 20 ± Custo de Empréstimos. 
 
Conforme o Pronunciamento CPC 20: 
 
Custos de empréstimos são juros e outros custos em que a entidade incorre 
em conexão com o empréstimo de recursos. 
 
 Ativo qualificável é um ativo que, necessariamente, demanda um período de 
tempo substancial para ficar pronto para seu uso ou venda pretendidos. 
 
7. Dependendo das circunstâncias, um ou mais dos seguintes ativos podem ser 
considerados ativos qualificáveis: 
 
(a) estoque; 
(b) planta para manufatura; 
(c) usina de geração de energia; 
(d) ativo intangível; e 
(e) propriedade para investimento 
 
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8. A entidade deve capitalizar os custos de empréstimo que são diretamente 
atribuíveis à aquisição, à construção ou à produção de ativo qualificável como 
parte do custo do ativo. A entidade deve reconhecer os outros custos de 
empréstimos como despesa no período em que são incorridos. 
 
Portanto, estoque pode ser considerado um Ativo Qualificável. 
 
Um ativo qualificável (traGXomR� GH� ³4XDOLI\LQJ� $VVHWV´�� p� XP� DWLYR� TXH��
necessariamente, demanda um período de tempo substancial para ficar pronto 
para seu uso ou venda pretendidos. 
 
As normas internacionais de contabilidade admitiam anteriormente dois 
tratamentos para os custos de empréstimos destinados à construção de ativos 
qualificáveis: os custos poderiam ser reconhecidos imediatamente como 
despesa OU serem capitalizados (somados ao custo de produção do ativo 
qualificável) à medida que o ativo fosse desenvolvido. 
 
Mas a possibilidade de dois critérios diferentes atingia uma importante 
característica das demonstrações contábeis: a Comparabilidade. 
 
De fato, se uma empresa capitalizava os custos dos empréstimos e outra 
lançava como despesa do exercício, não havia uniformidade de critérios para 
permitir a comparação das suas demonstrações financeiras. 
 
Assim, a norma internacional (IAS 23) foi alterada a partir de janeiro de 2009, 
eliminando a possibilidade de contabilização como despesa e determinando que 
os custos de empréstimos obtidos, diretamente destinados a financiar a 
construção, produção ou aquisição de ativos qualificáveis, sejam contabilizados 
como parte do custo desses ativos. 
 
Todos os outros custos de empréstimos deverão ser reconhecidos como 
despesa. 
 
O argumento técnico para esse procedimento é que os custos dos empréstimos 
são iguais a quaisquer outros custos que a empresa incorre para a construção 
do ativo qualificado, e que lançar esses custos para resultado distorce a escolha 
entre comprar ou construir o ativo. Com a capitalização dos custos dos 
empréstimos, o ativo qualificado é contabilizado por valor mais próximo ao 
valor de mercado do ativo. 
 
Por outro lado, tal procedimento tem recebido críticas, pois quando os mesmos 
ativos são construídos com recursos próprios, não há nenhum acréscimo a título 
de juros sobre o capital utilizado. Dessa forma, o mesmo ativo fica contabilizado 
por valores diferentes, conforme tenha sido construído com o uso de 
empréstimos ou com o uso de capital próprio. (O texto acima foi baseado no 
³0DQXDO� GH� 1RUPDV� ,QWHUQDFLRQDLV� GH� &RQWDELOLGDGH´�� (UQVW� 	� Young e 
FIPECAFI, Editora Atlas, 2009). 
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Vejamos como isso pode ser cobrado: 
 
(Inédita) A empresa KLS passou um tempo substancial desenvolvendo e 
construindo uma nova máquina, tendo incorrido nos seguintes gastos: 
 
- Peças e materiais 190.000 
- Mão de obra 80.000 
 
Para financiar parte da construção da nova máquina, a empresa contratou um 
empréstimo no valor de $ 250.000,00, incorrendo em juros no valor de $ 
36.000,00. 
 
A máquina será depreciada em 10 anos, sem valor residual, e entrou em 
funcionamento no dia 1 de agosto de X1. 
 
No primeiro mês, a produção foi de 100 peças. 
 
Considerando as seguintes informações, calcule o custo unitário de cada peça, 
pelo custeio por absorção. 
 
- Matéria prima: $ 2.000 
- Mão de obra direta: $ 1.200 
- Custos indiretos: $ 800 
 
Falta incluir a depreciação da nova máquina. 
 
a) 63,50 
b) 64,50 
c) 65,50 
d) 66,50 
e) 67,50 
 
Comentários 
 
Custo da nova máquina:Peças e materiais 190.000 
Mão de obra 80.000 
Juros (construção de ativo qualificado) 36.000 
Total 306.000 
 
Depreciação mensal: 306.000 / 10 = 30.600 / 12 = 2.550 
 
Custo da produção total: 
 
Matéria prima: $ 2.000 
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Mão de obra direta: $ 1.200 
Custos indiretos: $ 800 
Depreciação da nova máquina; $ 2.550 
Total custo de produção do mês: $ 6.550 
 
Custo unitário = 6.550 / 100 = $ 65,50 por unidade 
 
Gabarito Æ C. 
 
Observação: 
 
As pequenas e médias empresas seguem um procedimento diferente, 
contabilizando os custos de empréstimos como despesa, ainda que se refira a 
ativo qualificado. 
 
Vejamos mais uma questão... 
 
(Conselho Federal de Contabilidade/Exame de Qualificação Técnica/2010) De 
acordo com a NBC T 19.41 ± Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, 
o custo de empréstimos são juros e outros custos que a entidade incorre em 
conexão com o empréstimo de recursos. Quanto ao reconhecimento desses 
recursos, assinale a opção correta. 
 
a) A entidade deve reconhecer todos os custos de empréstimos como despesa 
no resultado no período em que são incorridos. 
b) A entidade deve capitalizar os custos de empréstimo que são diretamente 
atribuíveis à aquisição, à construção ou à produção de ativo qualificável como 
parte do custo do ativo. A entidade deve reconhecer os outros custos de 
empréstimos como despesa no período em que são incorridos. 
c) A entidade deve capitalizar os custos de empréstimo que são diretamente 
atribuíveis à aquisição, à construção ou à produção de ativos em geral. 
d) Os custos de empréstimos somente devem ser capitalizados se comprovado 
que resultarão em benefícios econômicos futuros para a entidade e que tais 
custos possam ser mensurados com segurança. 
 
Comentários 
 
Conforme o Pronunciamento Técnico PME ± Contabilidade para Pequenas e 
Médias Empresas, do CPC: 
 
25.1 Esta seção especifica a contabilização para os custos de empréstimos. 
Custo de empréstimos são juros e outros custos que a entidade incorre em 
conexão com o empréstimo de recursos. Os custos de empréstimos incluem: 
(a) despesa de juros calculada por meio da utilização do método da taxa 
efetiva de juros conforme descrito na Seção 11 Instrumentos Financeiros 
Básicos; 
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(b) encargos financeiros relativos aos arrendamentos mercantis 
financeiros reconhecidos em conformidade com a Seção 20 Operações de 
Arrendamento Mercantil; 
(c) variações cambiais provenientes de empréstimos em moeda estrangeira 
na extensão em que elas são consideradas como ajustes nos custos dos juros. 
 
Reconhecimento 
 
25.2 A entidade deve reconhecer todos os custos de empréstimos como 
despesa no resultado no período em que são incorridos. 
 
Observação: 
 
Aplica-se apenas para pequenas e médias empresas. 
 
Gabarito Æ A. 
 
 
 
4.2.1.2 - PRODUÇÃO CONTÍNUA 
 
Ocorre quando a empresa fabrica produtos iguais de forma contínua. 
 
Exemplo: Produção de refrigerantes, sabão em pó, margarina, etc. 
 
4.2.1.2.1 ± TRATAMENTO CONTÁBIL 
 
Na produção contínua, os custos são acumulados em contas representativas das 
diversas linhas de produção. Tais contas são encerradas sempre no fim de cada 
período (mês, semana, trimestre ou ano, conforme o período mínimo contábil 
de custos da empresa). 
 
Vamos estudar a produção contínua na próxima aula. 
 
Bem, acabamos a teoria desta aula. Agora, passemos às questões comentadas 
desta aula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 - QUESTÕES COMENTADAS 
 
01. (FCC/TRT 18º/Analista Contabilidade/2013) A Cia. Vende Água adquiriu 
mercadorias para serem revendidas, à vista, por R$ 80.000,00. Neste valor 
estavam inclusos os tributos recuperáveis de R$ 13.000,00 e os tributos não 
recuperáveis de R$ 8.000,00. 
 
Adicionalmente, a Cia. Vende Água pagou seguro no valor de R$ 6.000,00 
referente à aquisição dessas mercadorias. Com base nestas informações, o 
valor reconhecido no estoque de mercadorias referente a esta compra foi 
 
(A) R$ 59.000,00. 
(B) R$ 80.000,00. 
(C) R$ 67.000,00. 
(D) R$ 73.000,00. 
(E) R$ 65.000,00. 
 
Comentários: 
 
Vale lembrar que os impostos recuperáveis não entram no custo da 
mercadoria; os impostos não recuperáveis e o seguro da aquisição entram. 
 
Custo da mercadoria: 80.000 ± impostos recuperáveis 13.000 + seguro 6.000 
 
Custo: 80.000 ± 13.000 + 6.000 = $73.000,00 
 
Gabarito Æ D 
 
02. (FCC/TRT 18º/Analista Contabilidade/2013) No final do primeiro trimestre 
de 2013, o Balancete da Cia. Água & Água apresentava as seguintes contas 
com os respectivos saldos: Receita Bruta de Vendas R$ 55.000,00; Devolução 
de Vendas R$ 2.500,00; Impostos Sobre as Vendas R$ 9.500,00; Despesas 
Financeiras R$ 2.500,00; Comissões dos Vendedores R$ 3.000,00. 
 
Sabendo que o valor das compras reconhecidas como Estoque de mercadorias 
durante o primeiro trimestre de 2013 foi R$ 20.000,00 e que o estoque inicial e 
final de mercadorias para comercialização, no primeiro trimestre de 2013, 
eram, respectivamente, R$ 15.000,00 e R$ 14.000,00, o Lucro Bruto apurado 
pela Cia. Água & Água no primeiro trimestre de 2013 foi 
 
(A) R$ 31.000,00. 
(B) R$ 34.000,00. 
(C) R$ 24.500,00. 
(D) R$ 22.000,00. 
(E) R$ 19.000,00. 
 
Comentários: 
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Vamos calcular inicialmente o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), usando a 
conhecida fórmula: 
 
Saldo inicial + entradas ± saídas = saldo final 
 
Para a conta Estoques, podemos reescrever a fórmula assim: 
 
Estoque inicial + compras ± CMV = Estoque Final 
 
15.000 + 20.000 ± CMV = 14.000 
 
Resolvendo, temos CMV = 21.000 
 
Vamos esboçar a Demonstração do Resultado, até o Lucro Bruto: 
 
Receita Bruta de Vendas 55.000 
Devolução de Vendas - 2.500 
Impostos Sobre as Vendas - 9.500 
Receita líquida 43.000 
Custo da Mercadoria Vendida - 21.000 
Lucro Bruto 22.000 
 
As Despesas Financeiras e a Comissão dos Vendedores entram como Despesas, 
para calcular o Lucro Líquido, portanto não são usadas nesta questão. 
 
Gabarito Æ D 
 
03. (FCC/Bahiagás/Contabilidade/2010) Gastos com operários de fabrica 
relativos à SENAI, SESI, Salário Educação, Incra, Sebrae, Férias, Adicional de 
Férias e gratificação natalina são custos apropriáveis como 
 
a) Serviços de Terceiros. 
b) Matéria-Prima. 
c) Custos Indiretos de Fabricação. 
d) Mão de Obra Direta. 
e) Mão de Obra Indireta. 
 
Comentários: 
 
Os encargos acompanham a classificação da mão de obra. Como são operários 
de fábrica, a classificação é como custo direto (ou, como consta na questão, 
mão de obra direta) 
 
Gabarito ÆD 
 
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04. (FCC/ALESP/Agente Técnico Legislativo/2010) A empresa Uirapuru S.A. 
contabiliza a depreciação de seus ativos, registrando 50% nos custos dos 
produtos e 50% para a conta de despesa de depreciação no resultado. A 
depreciação é absorvida nos produtos proporcionalmente. 
 
Considerando que o Estoque Inicial dos Produtos Acabados em 2008 era zero; 
no final do ano de 2008 só existiam Produtos Acabados e que as vendas foram 
de 40% dos estoques, é correto afirmar que 
 
a) 20% da depreciação registrada na formação dos estoques estão 
contabilizadas. 
b) 20% da depreciação total do período estão registradas nos Custos dos 
Produtos Vendidos. 
c) 25% da depreciação total estão registradas nos Estoques de Produtos 
Acabados. 
d) Somente os 50% registrados na conta de despesa de depreciação estão 
afetando o resultado. 
e) 80% da depreciação total estão consideradas no resultado. 
 
Comentários: 
 
50% da depreciação é atribuída aos produtos. 
 
Nessa questão, o estoque inicial era zero e as vendas foram de 40% dos 
estoques. Portanto, o percentual de gasto com depreciação que foi lançado ao 
resultado foi de 50% x 40% = 20%. 
 
Gabarito Æ B 
 
05. (FCC/TRE-AM/Contabilidade/2010) A empresa Baratear adquiriu uma 
máquina para uso, exclusivo, na produção do produto A. A vida útil estimada da 
máquina é de 10 anos e a empresa utiliza o método das cotas constantes para 
depreciá-la. Em relação ao produto A, a depreciação da máquina é classificada 
como custo: 
 
a) fixo e primário. 
b) fixo e indireto. 
c) variável e direto. 
d) variável e indireto. 
e) fixo e direto. 
 
Comentários: 
 
Vamos classificar a depreciação. Com relação ao volume de produção, é um 
custo fixo. O uso do método das cotas constantes (veremos futuramente) 
produz o mesmo valor mensal. 
 
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E, com relação à apropriação ao produto, é um custo direto. A máquina é usada 
na produção exclusiva de do produto A. Portanto, não há necessidade de rateios 
para atribuir o custo da depreciação aos produtos. 
 
Portanto, o custo da depreciação da máquina é um custo fixo e um custo direto. 
 
Gabarito Æ E 
 
06. (FCC/Copergás/Técnico Administrativo/2011) A empresa VivaGás adquiriu 
na Papelbrás Ltda. materiais de papelaria para uso no escritório no valor de R$ 
430,00 ( quatrocentos e trinta reais ). Adquiriu também, na Embalex Ltda., R$ 
2.070,00 (dois mil e setenta reais) de caixas para embalagens de seus 
produtos. Tratando-se de custos, a empresa VivaGás contabilizará 
 
I. os valores de R$ 430,00 e R$ 2.070,00 como despesa e custo, 
respectivamente. 
II. o valor de R$ 2.070,00 como custo. 
III. apenas o valor de R$ 2.070,00 como despesa. 
IV. o valor de R$ 2.500,00 como custo. 
 
Está correto o que consta APENAS em 
 
 
A) III. 
 
B) II e IV. 
 
C) IV. 
 
D) I e III. 
 
E) I e II. 
 
Comentários: 
 
Vamos classificar: 
 
. materiais de papelaria para uso no escritório no valor de R$ 430,00 Æ 
Despesa. 
 
. caixas para embalagens de seus produtos no valor de R$ 2.070,00 Æ Custo. 
Vejamos as assertivas: 
 
I. os valores de R$ 430,00 e R$ 2.070,00 como despesa e custo, 
respectivamente. Certo. 
 
II. o valor de R$ 2.070,00 como custo. Certo. 
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III. apenas o valor de R$ 2.070,00 como despesa. 
Errado, esse valor é custo. 
 
IV. o valor de R$ 2.500,00 como custo. 
Errado, apenas o valor de 2070,00 é custo. 
 
Gabarito Æ E 
 
 
07. (FCC/TCE GO/Analista - Contabilidade/2010) Durante o mês de agosto, a 
empresa J&J produziu 2.000 unidades de seu único produto para revenda. 
Nesse período, a empresa incorreu nos seguintes gastos: 
 
matéria-prima: R$ 30.000,00; 
mão de obra direta: R$ 6.000,00; 
energia elétrica (fábrica: R$ 15.000,00; 
mão de obra (administração): R$ 10.000,00; 
seguros (50% setor industrial): R$ 20.000,00; 
depreciação (40% setor industrial): R$ 10.000,00; 
salários dos vendedores: R$ 8.000,00; 
encargos financeiros referentes a empréstimos: R$ 5.000,00. 
 
Sabendo que não havia estoques iniciais de produtos acabados, toda produção 
foi iniciada e acabada durante o mês de agosto, e que a empresa nada vendeu 
nesse período, o valor do estoque final de produtos acabados, pelo custeio por 
absorção, é 
 
A) R$ 65.000,00 
 
B) R$ 71.000,00 
 
C) R$ 73.000,00 
 
D) R$ 78.000,00 
 
E) R$ 88.000,00 
 
Comentários: 
 
Vejamos a classificação: 
 
matéria-prima: 30.000 Custo 
mão de obra direta: 6.000 Custo 
energia elétrica (fábrica: 15.000 Custo 
mão de obra (administração): 10.000 Despesa 
seguros (50% setor industrial): 20.000 50% Custos e 
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50% despesas 
depreciação (40% setor industrial): 10.000 40% Custos e 
60% Despesas 
salários dos vendedores: 8.000 Despesa 
encargos financeiros referentes a 
empréstimos: 
 5.000 
Despesa 
 
Agora, só precisamos somar os custos: 
 
Gastos Total Custos 
matéria-prima: 30.000 30.000 
mão de obra direta: 6.000 6.000 
energia elétrica (fábrica: 15.000 15.000 
mão de obra (administração): 10.000 
seguros (50% setor industrial): 20.000 10.000 
depreciação (40% setor industrial): 10.000 4.000 
salários dos vendedores: 8.000 
 
encargos financeiros referentes a 
empréstimos: 
 5.000 
 
TOTAL 
 
 65.000 
 
Gabarito Æ A 
 
08. (FCC/CVM/Analista /2006) Os estoques de produtos fungíveis são avaliados 
pelo 
 
A) custo histórico de aquisição atualizado monetariamente. 
 
B) valor de mercado. 
 
C) custo padrão, sem inclusão das variações do padrão. 
 
D) custo padrão, com a inclusão das variações do padrão. 
 
E) valor histórico de formação menos fator de obsolescência. 
 
Comentários: 
 
Estudamos esse assunto na aula 1, item 3.2 ± Mercadorias Fungíveis (pg. 16). 
 
Conforme a Lei 6404/76: 
 
Art. 183, § 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda 
poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume 
mercantil aceito pela técnica contábil. 
 
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As mercadorias fungíveis são as commodities, ou seja, soja, suco de laranja, 
café, etc. 
 
As commodities possuem cotação na bolsa de mercadoria. Portanto, 
normalmente ficam registradas na contabilidade

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