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Aula 08 Economia e Finanças Públicas p/ SEFAZ/PE Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 72 AULA 08: O déficit público e seu financiamento; financiamento das atividades públicas. Tópico de Finanças Públicas: 3. Conceito de déficit público: a dívida pública no Brasil (causas, consequências e evolução recente). SUMÁRIO RESUMIDO PÁGINA Déficit e dívida pública 01 Critérios acima e abaixo da linha 05 NFSP acima da linha 06 NFSP abaixo da linha 10 Regime de contabilização 13 Conceitos Adicionais 16 Inflação e arrecadação fiscal 20 Evolução e sustentabilidade do endividamento público 22 Resumão da Aula 30 Exercícios comentados 31 Lista de questões apresentadas na aula 59 Gabarito 72 Olá caros(as) amigos(as), Hoje, veremos os conceitos atinentes à forma que é feita a conceituação do déficit público no Brasil. Também veremos as relações envolvendo a inflação e a carga/arrecadação fiscal, sustentabilidade da dívida e evolução da mesma a partir da década de 1980. E aí, todos prontos? Então, aos estudos! DÉFICIT E DÍVIDA PÚBLICA A arrecadação total de impostos no país corresponde à chamada carga tributária bruta. A diferença entre a carga tributária bruta e as transferências governamentais1 é a carga tributária líquida do governo. É com base nesta carga tributária líquida que o governo pode financiar seus gastos correntes2 (o chamado consumo do governo). A diferença 1 Dentro destas transferências governamentais, estão enquadrados os gastos com programas de transferência de renda, subsídios, assistência e previdência social e os juros da dívida interna. 2 Existem dois tipos de gastos ou despesas: as correntes e as de capital. Os gastos correntes são aqueles gastos de custeio com as atividades corriqueiras do governo (compra de materiais de escritório, aluguéis, pagamento de servidores públicos, pagamento de juros da dívida pública, etc). 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 72 entre a carga tributária líquida e os gastos correntes determina a poupança do governo em conta corrente. Carga tributária bruta (CTB) = Total de impostos arrecadados Carga tributária líquida (CTL)=(CTB) ± Transferências do governo Poupança do governo = (CTL) ± Gastos correntes A poupança do governo não é o resultado do orçamento público, nem se constitui em uma medida do déficit público, pois não considera as despesas de capital. O que ela mostra é a capacidade de investimento do governo, sem pressionar outras fontes de financiamento. Deixe-nos explicar um pouco melhor: quando o governo apresenta poupança positiva (excesso de carga tributária líquida sobre os gastos correntes) é sinal que sobrou um dinheiro que poderá ser usado para as despesas de capital, que são os investimentos públicos3 (construção de escolas, estradas, portos, etc). A diferença entre a poupança do governo (ou poupança pública) e o investimento público fornece o valor do déficit ou superávit público. Se a poupança do governo for maior que o investimento público, haverá superávit público. Se o investimento for maior que a poupança, haverá déficit público. Note que a diferença entre poupança do governo e investimento público significa a diferença entre a arrecadação total e o gasto total. Assim: Déficit/superávit público=Poupança do governo± gastos de capital ou Déficit público/superávit público = poupança do governo ± investimentos do governo Ou Os gastos de capital referem-se ao conceito de investimento do setor governamental, são despesas orçamentárias realizadas com a intenção de adquirir ou construir bens de capital que irão contribuir para a produção de novos bens ou serviços e que, ao contrário dos gastos correntes, geram aumento patrimonial. Temos como exemplo de gastos de capital: construção de estradas, pontes, edifícios, hospitais, escolas, amortização da dívida pública, etc. Vale destacar em relação à dívida pública que o pagamento de juros é considerado gasto corrente, enquanto a amortização da dívida é considerada gasto de capital. Quando falamos em dívida pública, falamos tanto da dívida interna (os credores fazem parte do mercado interno) como da dívida externa (os credores fazem parte do resto do mundo). 3 Despesas de capital do governo = investimento público. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 72 Déficit/superávit público = Total de impostos ± Transferências do governo ± Gastos correntes ± gastos de capital (investimentos) Quando há superávit público, isto significa que o governo está arrecadando mais do que está gastando, logo, está fazendo política fiscal contracionista (restringindo a demanda agregada). Quando há déficit público, isto significa que o governo está gastando mais do que está arrecadando, logo, está fazendo política fiscal expansiva (aumentando a demanda agregada). Devemos nos concentrar agora na situação em que há déficit público (os investimentos superam a poupança, ou os gastos totais superam a arrecadação total). Caso o governo incorra em déficit, o gasto que supera a receita deverá ser financiado de alguma maneira, ou seja, o JRYHUQR� GHYHUi�� RX� ³WLUDU´� GLQKHLUR� GH� DOJXP� OXJDU� SDUD� FREULU� HVWH� GpILFLW��RX�DLQGD��SRGHUi�³IDEULFDU´�GLQKHLUo. 2� DWR� GH� ³IDEULFDU´� GLQKHLUR� FRQVLVWH� QD� HPLVVmR� GH� PRHGD� SHOR� %DQFR�&HQWUDO��2�DWR�GH�³WLUDU´�GLQKHLUR�GH�DOJXP�OXJDU�FRQVLVWH�QD�YHQGD� de títulos públicos ao setor privado (interno e externo). Funciona dessa maneira: o governo, prometendo uma determinada remuneração (juros), vende títulos ao setor privado. Assim, ocorre uma troca: o setor privado entrega dinheiro ao governo, que, por sua vez, entrega o título (público) ao setor privado. Esta operação consiste em uma transferência de poupança do setor privado para o setor público4. Resumimos assim as duas principais maneiras de se obter recursos para financiamento do déficit público: x Emitir moeda5: o Banco Central (instituição emissora de moeda) emite moeda e a entrega ao Tesouro Nacional (União); x Venda de títulos públicos ao setor privado (interno e externo). 4 O setor privado utiliza o seu excedente (poupança) para comprar os títulos do governo. Assim, o setor privado entrega a sua poupança ao setor público. 5 Esta operação também pode ser conceituada como uma venda de títulos públicos ao Banco Central. Assim, o BACEN recebe títulos (emitidos pelo Tesouro Nacional) e entrega moeda ao Tesouro Nacional, e esteutiliza esta moeda para financiar o seu déficit (pagar os credores) elevando a base monetária da economia. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 72 A primeira forma de financiamento do déficit (emissão de moeda) tem a inconveniente consequência de provocar inflação, conforme apregoa a teoria quantitativa da moeda, sendo que, neste caso, a emissão de moeda representaria política monetária expansiva. Entretanto, ela tem a vantagem de não implicar endividamento do governo��SRLV�HOH�VLPSOHVPHQWH�³LPSULPH´�R�GLQKHLUR�GH�TXH�QHFHVVLWD� A segunda forma tem a inconveniente consequência de aumentar o endividamento público. Este, por sua vez, traz uma nova categoria de gastos que é a rolagem e o pagamento dos serviços (juros, custas, emolumentos, etc) dessa dívida. Entretanto, ela tem a vantagem de não provocar pressões inflacionárias adicionais, além daquelas que foram provocadas em momento anterior pelo excesso de gastos públicos, uma vez que, vendendo títulos, o governo não estará criando mais moeda para satisfazer o seu déficit. Ainda não comentamos sobre isso, mas achamos importante ressaltar que os conceitos de déficit e dívida pública não se confundem. Déficit é o excesso de gastos sobre a arrecadação, enquanto dívida é o acumulado de déficits, ou seja, é uma espécie de passivo do Estado. Dizemos que R� GpILFLW� p� XPD� YDULiYHO� ³IOX[R´� H� D� GtYLGD� p� XPD� YDULiYHO�³HVWRTXH6´. Este método de apuração do déficit público explicado acima é o método tradicional, no entanto, ele apresenta algumas incorreções, porquanto considera o conceito de governo levando em conta apenas a administração direta (União, Estados, Municípios e DF). Todavia, sabemos que existem outras instituições públicas não enquadradas na administração direta que auferem receitas e realizam gastos. Temos, por exemplo, as empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista), as autarquias e as fundações públicas. A fim de solucionar este problema, o Brasil passou a utilizar a partir do início da década de 1980 um método mais abrangente utilizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Este método é o de Necessidade 6 Variável fluxo é uma variável econômica medida por unidade de tempo (ano, semestre, mês, etc). Por exemplo, o déficit público no ano X foi equivalente a R$ Y reais. Variável estoque é uma variável medida em um determinado ponto do tempo (instante do tempo). Por exemplo, a dívida pública do Brasil hoje é equivalente a R$ X reais. São exemplos de variáveis à?fluxoà?: produto interno bruto de um país, os gastos públicos, as exportações e as importações, etc. São exemplos de variáveis à?estoqueà?: a taxa de câmbio, o nível de reservas internacionais, o estoque de moeda em circulação, etc. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 72 de Financiamento do Setor Público Não Financeiro7 (NFSP). Não se assuste com o nome, pois ele próprio sugere o seu significado: necessidade de financiamento (ou seja, é igual a déficit, pois quando há déficit, há também a necessidade de financiá-OR��GDt�R�QRPH�³QHFHVVLGDGH� GH� ILQDQFLDPHQWR���´��� 1R� HQWDQWR�� DQWHV� GH� GHILQLU� DV� 1)63�� GHYHPRV� sabHU�R�TXH�D�GLIHUHQoD�HQWUH�RV�FULWpULRV�³DFLPD´�H�³DEDL[R´�GD�OLQKD� ���0HGLomR�³DFLPD�GD�OLQKD´�YHUVXV�³DEDL[R�GD�OLQKD´ 9HULILTXH��DSHQDV�FRPR�H[HPSOR��D�HVWUXWXUD�GH�JDVWRV�GH�³-RVp´�QR� mês de Janeiro de 2014: Despesas Receitas Aluguel 700 Salário 2300 Luz, água, NET 300 Alimentação 600 Outros 1000 Total 2600 Total 2300 Acima da linha ј Abaixo da linha љ Necessidade de Financiamento do José : 2600 ± 2300 = 300 Fazendo um paralelo entre o orçamento de José, representado acima, e o orçamento do governo, temos o seguinte acerca dos métodos de mensuração do déficit público: x Acima da linha: ocorre quando se mede o déficit com base na execução orçamentária das entidades que o geram, isto é, diretamente das receitas e das despesas. No caso de José, pelo método acima da linha, mediríamos o déficit por meio da medição do que foi auferido como receita e do que foi gasto como despesa (pela verificação dos dados que estão acima da linha, como o próprio nome sugere). No caso do governo, verificamos quais foram os gastos com, por exemplo, educação, saúde, custeio, etc. (enfim, todos os gastos das entidades) e quais foram as receitas, para, então, verificarmos o déficit ou superávit público. x Abaixo da linha: por este método, mede-se o tamanho do déficit pelo lado do financiamento. Em vez de se preocupar com as receitas e gastos, simplesmente, faz-se a seguinte pergunta: quanto eu tenho que pagar (quanto eu tenho que financiar)? A 7 K� ƚĞƌŵŽ� à?não financeiroà?� ŝŶĚŝĐĂ� ƋƵĞ� ƋƵĂŶĚŽ� ĨĂůĂŵŽƐ� Ğŵ� à?ƐĞƚŽƌ� ƉƷďůŝĐŽà?à?� ŶĞƐƚĞ� ĐĂƐŽà?� ĞƐƚĂŵŽƐ� excluindo os bancos públicos, como o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, etc. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 72 resposta será o próprio déficit público8. No caso de José, pelo método abaixo da linha, mediríamos o seu déficit pela quantia que ele precisa financiar para fechar as contas do mês (ele precisa financiar 300, logo, 300 é o seu déficit ou sua necessidade de financiamento). Os dados oficiais das necessidades de financiamento do Brasil são gerados pelo Banco Central e o método utilizado é o ³DEDL[R� GD� OLQKD´, ou seja, a partir das alterações no valor da necessidade de financiamento (ou na variação do endividamento). A razão da escolha desse critério é que, se a conferência de receitas e despesas é diferente da variação do endividamento, o mais provável é que os dados acima da linha, muito mais trabalhosos e complicados de contabilizar, estejam errados (algum item talvez não tenha sido corretamente apurado, gerando, porém, na prática, uma variação na necessidade de financiamento). Conquanto os dados oficiais sejam mensurados por meio do método ³DEDL[R� GD� OLQKD´, outras entidades governamentais (geralmente as unidades orçamentárias de menor escalão) fazem levantamentoV� ³acima da linha´��SRLV��DSHVDU�GH�PDLV�LPSUHFLVRV��HOHV�SHUPLWHP�VDEHU�GH�IRUPD� mais apropriada o que exatamente se passa com a receita e a despesa das unidades orçamentárias (com o que está se gastando mais, por exemplo). Assim, perceba que nós podemos conceituar as NFSP utilizando qualquer um dos dois critérios, ainda que o cálculo oficial realizado pelo BACEN utilize somente o critério abaixo da linha. Assim, se você vir uma TXHVWmR� GH� SURYD� FRP� HVWH� IRUPDWR�� ³SHOR� FULWpULR� DFLPD� GD� OLQKD�� conceituam-VH� DV�1)63���´�� QmR� HVWUDQKH�� SRLV� R� FULWpULR� DFLPD�GD� OLQKD� está sendo usado apenas como meio de conceituação e isto não significaque o BACEN utilize o critério acima da linha para apurar as NFSP. Agora, nós veremos os diversos conceitos das NFSP, pelos dois critérios: ���$V�1)63�VHJXQGR�R�FULWpULR�³DFLPD´�GD�OLQKD Neste ponto, devemos distinguir três conceitos de necessidade de financiamento do setor público (NFSP): x Déficit nominal ou total (Necessidade de Financiamento do Setor Público ± Conceito nominal): engloba qualquer 8 Ou ainda, caso as receitas superem as despesas, pelo método abaixo da linha, pergunta-se: quanto sobrou de dinheiro? Neste caso, não há déficit, mas sim superávit. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 72 necessidade de novos financiamentos para fazer frente a qualquer despesa. Podemos então concluir que o déficit nominal significa: gastos totais menos receitas totais. x Déficit primário ou fiscal (Necessidade de Financiamento do Setor Público ± Conceito primário): é medido pelo déficit total, excluindo a correção monetária e cambial da dívida e os pagamentos de juros de dívidas contraídas anteriormente. De fato, é a diferença entre os gastos públicos (despesas correntes e de capital) e a arrecadação tributária no exercício, independente de juros e correções da dívida passada. Podemos então concluir que o déficit primário significa: gastos não financeiros menos receitas não financeiras. x Déficit operacional (Necessidade de Financiamento do Setor Público ± Conceito operacional): é medido pelo déficit primário acrescido dos pagamentos de juros da dívida passada. Em outras palavras, é o déficit nominal, excluindo a correção monetária e cambial. Este é o conceito considerado mais adequado para refletir as necessidades reais de financiamento do setor público, uma vez que o conceito nominal apresenta-se inconveniente, já que é muito suscetível às variações nas taxas de inflação (elas causam correção monetária) e às variações na taxa de câmbio (causam correção cambial). Assim, as cláusulas de correção monetária (devido à inflação) fazem com que qualquer aumento da inflação eleve as NFSP, sem que isso signifique maiores gastos. Nos períodos de inflação elevada, era o conceito para se medir o déficit público. Podemos, então, concluir que o déficit operacional significa: déficit operacional = déficit primário + pagamentos de juros reais. Hoje, no entanto, com a inflação e câmbio estáveis, o déficit nominal é o mais adequado, pois é o mais amplo (receitas totais ± gastos totais). Juros nominais X Juros reais A taxa de juros nominal corresponde ao ganho monetário obtido por determinada aplicação, independente do comportamento do valor da moeda (independente da inflação). Por exemplo, se eu aplico hoje R$ 100,00 e resgato daqui a 01 mês R$ 130,00, a taxa de juros nominal foi de 30% a.m., ou seja, os R$ 30,00 que eu ganhei em relação aos R$ 100,00 que apliquei. Se eu tivesse resgatasse R$ 300,00, a taxa de juros nominal teria sido de 200% a.m. A taxa de juros real corresponde ao ganho que se obtém em termos de poder de compra. Ou seja, ela corresponde à taxa de juros nominal recebida, descontada a perda de valor da moeda, isto é, descontada a 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 72 inflação no período da aplicação. Ou seja, a taxa de juros real é igual à taxa de juros nominal menos a taxa de inflação. Suponha que eu tenha aplicado R$ 100,00 e resgatado R$ 130,00; mas a inflação no período tenha sido de 30%. Neste caso, percebemos claramente que os 30% que eu ganhei nominalmente foram totalmente corroídos pela inflação. Do ponto de vista real, descontada a inflação, o ganho da aplicação foi de 0%. Assim, podemos definir que a taxa de juros nominal corresponde à soma entre a taxa de juros real e a taxa de inflação: juros reais = juros nominais - inflação ou juros nominais = juros reais + inflação Veja que o conceito de juros nominais é bem mais amplo, e inclui a inflação (correção dos preços). Esta correção dos preços pode ser resumida nas correções monetária e cambial, pois tais correções são decorrentes de variações no valor da moeda (correção monetária e cambial). Assim, quando somamos os juros nominais ao déficit primário, estamos somando não somente as taxas de juros sobre a dívida, mas também a correção monetária e cambial. Por isso: déficit nominal = déficit primário + juros nominais. Os juros reais não incluem a correção de preços (correção monetária e cambial). Por isso: déficit operacional = déficit primário + juros reais Desta forma, observe que o deficit operacional analisa o deficit do ponto de vista ³UHDO´��GHVFRQWDQGR�D�LQIODomR���)ique atento quando a questão fala em juros nominais ou reais. Neste caso, apenas se a questão fizer esta distinção entre "nominais" e "reais", os conceitos que você deve decorar são os que estão acima. Esta diferenciação é importante, pois muita gente não entende porque o déficit nominal é igual ao déficit primário (e não o déficit operacional) mais os juros nominais. A chave está no entendimento da diferença entre juros nominais e juros reais. 6H� IRU� IDODGR� DSHQDV� ³MXURV´�� VHP� HVSHFLILFDU� VH� VmR� ³QRPLQDLV´� RX� ³UHDLV´��YRFr�SRGH�DGRWDU�R�VHJXLQWH� 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 72 Juros Resultado déficit nominal = déficit primário + juros + correção monetária e/ou cambial déficit operacional = déficit primário + juros Nota: quando se fala em NFSP, sem especificar se é o conceito nominal, operacional ou primário, a intenção é tratar do conceito nominal, que é o mais amplo dos três (receitas totais ± gastos totais). O quadro a seguir resume as principais diferenças entre os conceitos de déficit público: Os mesmos conceitos se aplicam quando falamos de superávits, assim, temos: x Superávit primário: excesso de arrecadação sobre os gastos totais, excluindo os gastos (ou receitas) com pagamentos de juros sobre a dívida e correção monetária e cambial. x Superávit operacional: resultado primário levando-se em conta, adicionalmente, os gastos (ou receitas) com pagamentos de juros reais. x Superávit nominal: resultado operacional levando-se em conta, adicionalmente, os gastos (ou receitas) com correção monetária e cambial da dívida passada. Pode ser também igual ao superávit primário mais os pagamentos de juros nominais. Ressaltamos também que, quando temos superávits, em qualquer conceito, não temos Necessidades de Financiamento, ou podemos dizer também que as Necessidades de Financiamento, neste caso, são negativas. Quando as NFSP são positivas, há déficit (uma vez que há ³QHFHVVLGDGH´�GH�ILQDQFLDPHQWR�� O conceito que apresenta maior destaque na mídia é o conceito primário, poisé ele que mostra efetivamente como está a condução da política fiscal do governo (apesar do conceito primário ser o mais ³EDGDODGR´��HOH�QmR�p�R�PDLV�UHOHYDQWH��R�PDLV�LPSRUWDQWH�H�UHOHYDQWH�p�R� conceito nominal, que é o mais amplo), ao apurar somente a arrecadação de impostos e os gastos correntes e de investimento, independentes da dívida pública (que provoca gastos/receitas com pagamentos de juros e Resultado nominal Correção monetária e/ou cambial Juros reais Resultado primário 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 72 correção monetária). A relevância desse conceito está no fato de separar o esforço fiscal do impacto das variações nas taxas de juros, o que, dependendo do tamanho da dívida pública, tem grande influência sobre as necessidades de financiamento do governo. Receitas não financeiras e despesas não financeiras PS: item retirado do livro Gestão de Finanças Públicas (Feijó, Medeiros e Albuquerque), 2ª. Edição, página 73. As receitas não financeiras correspondem ao total que o governo arrecada, com exceção dos seguintes itens abaixo, que, obviamente, não entram no cálculo do resultado primário: x Ganhos obtidos em aplicações financeiras; x Receitas decorrentes de operações de crédito; x Recebimentos de empréstimos concedidos pelo governo; x Receitas decorrentes de alienações do patrimônio público (como as privatizações); x Recursos arrecadados em exercício anterior; x Anulação de restos a pagar, quando reconhecida como receitas; x Receitas provenientes de transferências entre os entes federados (de forma a evitar a dupla contagem). Já as despesas não financeiras correspondem ao total que o governo gasta, com exceção dos seguintes itens abaixo, que não entram no cálculo do resultado primário: x Amortização, juros e outros encargos da dívida interna e/ou externa; x Aquisição de títulos de capital; x Concessão de empréstimos; x Transferências entre os entes federados. Em relação às despesas não financeiras, não confundir a aquisição de títulos de capital com as despesas de capital (investimentos do governo). As despesas de capital são despesas não financeiras. Elas integram, portanto, o cálculo do resultado primário. Já a aquisição de títulos de capital são despesas financeiras, não integrando o resultado primário. ���$V�1)63�VHJXQGR�R�FULWpULR�³DEDL[R´�GD� OLQKD��H�QR�0DQXDO�GH� Finanças Públicas do BACEN) Em primeiro lugar, veja que, seguindo o método abaixo da linha, nós temos que a NFSP será igual à variação da dívida em um determinado 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 72 período. Por exemplo, suponha que José (aquele mesmo do quadro que montamos no início da aula), antes do mês de Janeiro de 2014, não tenha qualquer dívida com quem quer que seja (ou seja, dívida de José antes de Janeiro igual a 0). Em Fevereiro, entretanto, José teve NFSP de 300 (déficit de 300). A variação de sua dívida, portanto, foi no valor de 300. Você observa que a dívida variou exatamente no valor da necessidade de financiamento (NFSP). Por este exemplo, é fácil constatar, de um modo geral, que a NFSP será sempre igual à variação da dívida. Com o governo, ocorre o mesmo: a NFSP corresponde à variação da dívida pública. Se o governo, em um período, apresentar necessidade de financiamento, digamos, no valor de 100, então, isso é sinal que a sua dívida aumentou em 100 (NFSP=variação da dívida). A partir desta ideia, podemos verificar mais a fundo como conceituamos as NFSP por meio do critério abaixo da linha. Ressaltamos que este é o critério utilizado pelo BACEN, e que consta no seu Manual de Finanças Públicas. Seguem os conceitos que foram retirados quase que literalmente do Manual do BACEN. Portanto, fique atento (inclusive aos conceitos das QRWDV� GH� URGDSp��� SRLV� R� H[DPLQDGRU� SRGH� ID]HU� XP� ³FRSLDU´�´FRODU´�� apenas mudando palavras para te confundir: ¾ Resultado nominal sem desvalorização cambial: corresponde à variação nominal dos saldos da dívida líquida (DLSP9), deduzidos os ³ajustes patrimoniais10´� HIHWXDGRV� QR� SHUtRGR� �UHFHLWDV� GH� privatizações e os reconhecimentos de dívida). Exclui, ainda, o impacto da variação cambial sobre a dívida externa e sobre a dívida mobiliária11 interna indexada à moeda estrangeira (este ajuste levando-se em conta a indexação à moeda estrangeira é chamado GH�³ajuste metodológico´���$EUDQJH�R�FRPSRQHQWH�GH�DWXDOL]DomR� monetária da dívida, os juros reais e o resultado fiscal primário. 9 A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) é dada pela soma das dívidas interna e externa do setor público (governo central, Estados e municípios e empresas estatais) junto ao setor privado, incluindo a base monetária e excluindo-se ativos do setor público, tais como reservas internacionais, créditos com o setor privado e os valores das privatizações. Ou seja, estes últimos (os ativos), por serem excluídos, reduzem a dívida líquida do setor público. 10 Ajuste patrimonial corresponde a variações nos saldos da dívida líquida não consideradas no cálculo do déficit público. Inclui as receitas de privatização e a incorporação de passivos contingentes (esqueletos), que correspondem a dívidas juridicamente reconhecidas pelo governo, de valor certo, e representativas de déficits passados não contabilizados (o efeito econômico já ocorreu no passado). 11 A dívida mobiliária interna consiste na dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central, Estados e Municípios. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 72 ¾ Resultado nominal com desvalorização cambial: corresponde à variação nominal dos saldos da dívida líquida, deduzidos os ajustes patrimoniais efetuados no período (privatizações e reconhecimento de dívidas). Exclui, ainda, o impacto da variação cambial sobre a dívida externa (ajuste metodológico). Abrange o componente de atualização monetária da dívida, os juros reais, a apropriação da variação cambial sobre a dívida mobiliária interna e o resultado fiscal primário. Nota 1�� YHMD� TXH�� PHVPR� FRQVLGHUDQGR� ³FRP� GHVYDORUL]DomR� FDPELDO´�� não se considera (é excluído) o impacto da variação cambial sobre a dívida externa. Para a dívida interna, contudo, considera-se a variação cambial. Nota 2: Segundo Fernando Rezende, ainda podemos conceituar a NFSP nominal como: a variação da dívida fiscal líquida (DFL12) entre dois períodos de tempo. ¾ Resultado primário: os juros incidentes sobre a dívida líquida dependem do nível de taxa de juros nominal e do estoque de dívida, que, por sua vez, é determinado pelo acúmulo de déficits nominais passados. Assim, a inclusão dos juros no cálculo do déficit dificulta a mensuração do efeito da política fiscalexecutada pelo governo, motivo pelo qual se calcula o resultado primário do setor público, que corresponde ao déficit nominal (NFSP) menos os juros nominais apropriados por competência, incidentes sobre a dívida pública. A parcela dos juros externos e incidentes sobre a dívida mobiliária vinculada à moeda estrangeira é convertida pela taxa média de câmbio de compra. Nota 3�� R� 0DQXDO� GR� %$&(1� UHDOPHQWH� ³SXOD´� R� FRQFHLWR� GH� UHVXOWDGR� operacional. Isto se deve à atual conjuntura econômica do Brasil, onde, em virtude dos baixos índices inflacionários, o déficit operacional perdeu sua relevância. A própria LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), em diversas passagens, faz referência somente aos resultados nominal e primário, ignorando o resultado operacional. No entanto, para provas de concursos, é claro, você deve saber os três conceitos. Dos conceitos acima, extraídos principalmente do Manual de Finanças Públicas do BACEN, pode-se depreender, de forma esquematizada, que: 12 A Dívida Fiscal Líquida (DFL) é dada pela diferença entre a DLSP e o ajuste patrimonial. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 72 Resultado nominal s/ desvalorização cambial = variação da DLSP ± Ajustes patrimoniais ± impacto da variação cambial sobre as dívidas interna e externa Resultado nominal c/ desvalorização cambial = variação da DLSP ± Ajustes patrimoniais ± impacto da variação cambial sobre a dívida externa Resultado nominal = variação da DFL entre dois períodos ( ver nota 2) Resultado operacional = variação da DFL ± correção monetária da dívida13 Resultado primário = variação da DFL ± correção monetária da dívida ± Juros reais 4. Regime de contabilização Existem dois tipos de regimes para contabilização do déficit público: x Regime de competência: os fatos contábeis são registrados de acordo com o período em que ocorreu o fato gerador (despesa ou receita). Por exemplo, imagine que o governo brasileiro faça a compra de 10 aviões caça Rafale da França, no valor de US$ 150 bilhões. No regime de competência, a despesa será contabilizada no momento do fato gerador (momento da compra) e não no momento em que o governo brasileiro efetua o pagamento ao governo francês. x Regime de caixa: os fatos são registrados no momento em que se dá o pagamento ou o recebimento. No exemplo acima, segundo o regime de caixa, a compra dos aviões só seria contabilizada no momento em que houvesse o pagamento ao governo francês. De acordo com o regime utilizado, pode-se chegar a diferentes valores de déficit/superávit. No Brasil, os resultados primários são contabilizados pelo regime de caixa. Já as despesas financeiras líquidas (juros nominais pagos e recebidos) são apuradas pelo Banco Central pelo regime de competência, e com isso as NFSP no conceito nominal, formadas pela soma do resultado primário e dos juros nominais (despesas financeiras líquidas), são computadas de forma híbrida. Assim, temos o seguinte: 13 Esta correção monetáƌŝĂ� ƚĂŵďĠŵ� Ġ� ĐŚĂŵĂĚĂ� ĚĞ� à?ŝŵƉŽƐƚŽ� ŝŶĨůĂĐŝŽŶĄƌŝŽà?à?� ƚĞŶĚŽ� Ğŵ� ǀŝƐƚĂ� representar exatamente o impacto negativo que a inflação tem sobre a moeda. Assim, Resultado operacional = variação da DFL ʹ imposto inflacionário. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 72 x Resultado primário: regime de caixa x Resultado nominal: regime híbrido (pois os juros são contabilizados pelo regime de competência, enquanto as receitas e despesas não financeiras são contabilizadas pelo regime de caixa). PS: o resultado operacional também será contabilizado em um regime híbrido, devido ao fato de os juros serem contabilizados pelo regime de competência. 6HJXHP� GXDV� ³ERDV´� TXHVW}HV� SDUD� WUHLQDUPRV� �GDTXL� D� SRXFR�� comentaremos da FCC): EXERCÍCIOS COMENTADOS: (ECONOMISTA ± COFECON ± 2010) - Seja a restrição orçamentária do governo expressa por Bt - Bt-1 = rBt-1 + (Gt - Tt) , onde Bt é a dívida do JRYHUQR�QR�ILQDO�GR�DQR�³W¶��³U´�é a taxa real de juros, Gt VmR�RV�JDVWRV�GR�JRYHUQR�QR�DQR�³W´��H�Tt é a receita GR� JRYHUQR� PHQRV� DV� WUDQVIHUrQFLDV� QR� DQR� ³W´�� Todas as variáveis estão expressas em termos reais. A respeito do setor governo, defict orçamentário, dívida pública, assinale a alternativa correta. (A) O deficit é uma variável de estoque, enquanto a dívida é uma variável de fluxo. (B) A restrição orçamentária do governo acima indica que, caso o governo deseje estabilizar a dívida a partir GR�DQR�³W´��HQWmR�WHUi�GH�WHU� um superavit primário igual ao pagamento de juros reais sobre a dívida existente. (C) O deficit operacional é a soma do deficit primário com os juros nominais do estoque da dívida pública. (D) Deficit nominal é igual ao deficit operacional menos a correção monetária e cambial do estoque da dívida pública. (E) O deficit primário é a diferença entre a despesa do governo, incluindo o pagamento de juros real sobre a dívida, menos a receita total. COMENTÁRIOS: À primeira vista, a expressão do enunciado pode assustar, mas isso não precisa acontecer. Basta ter calma e analisar. A expressão nos mostra que o déficit público é igual ao pagamento dos juros reais sobre a dívida do ano anterior, mais o excesso de gastos públicos sobre as receitas líquidas das transferências. Vamos ver por quê: Bt é a dívida pública em t. Bt±1 é a dívida no período t-1. A diferença entre as dívidas de dois períodos expressa exatamente o déficit público. Por exemplo, se a dívida de um país em um ano é igual a 100 e, no ano 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 72 seguinte, é igual a 110, nós temos a certeza absoluta que o déficit ocorrido foi igual a 10, donde concluímos que o déficit representa a variação da dívida. Daí, podemos concluir que (Bt - Bt-1) representa o déficit público no período t. Quanto o governo possui um estoque de dívida, ele deve pagar os juros sobre essa dívida. Esses juros entram somando, ou aumentando o déficit. Por isso, o termo rBt-1 (juros multiplicados pela dívida) está na fórmula do déficit, fazendo-o aumentar. Neste caso, no período t, o governo pagará os juros referentes à dívida acumulada em t-1. Complementando a expressão do déficit, nós temos os gastos do governo em t, Gt, fazendo o déficit aumentar. A receita do governo menos as transferências, Tt, faz o déficit diminuir, então, ela é colocada na fórmula com sinal negativo. Veja então que a fórmula não é nenhum bicho de sete cabeças. Ali, não há nada que não tenhamos apendido. Agora, vamos à análise das alternativas: a) Incorreta. É exatamente o contrário, o déficit é uma variável fluxo, enquanto a dívida é uma variável estoque. b) Correta. Para que a dívidafique estável (não aumente, nem diminua), o déficit tem que ser igual a zero. Para isso, o termo (Gt - Tt) tem que igualar, com sinal contrário, o termo rBt-1. Se multiplicarmos (Gt - Tt) por -1, teremos (Tt - Gt), que representa o superávit primário (receitas de tributos menos transferências e menos gastos do governo). Assim, se superávit primário, que é igual a -(Gt - Tt)=(Tt - Gt), igualar rBt-1, então, o déficit (Bt - Bt-1) será igual a zero, e a dívida será estabilizada. c) Incorreta. O deficit operacional NOMINAL é a soma do deficit primário com os juros nominais do estoque da dívida pública. d) Incorreta. Deficit nominal é igual ao deficit operacional menos MAIS a correção monetária e cambial do estoque da dívida pública. e) Incorreta. O deficit primário NOMINAL é a diferença entre a despesa do governo, incluindo o pagamento de juros real NOMINAIS sobre a dívida, menos a receita total. GABARITO: B (FUNIVERSA ± AFC ± SEPLAG/DF ± 2009) - O cálculo da Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP) tem como objetivo medir a pressão que os gastos públicos geram sobre os recursos financeiros da economia. A NFSP é definida como a diferença entre as receitas e despesas totais do governo. Pelo FULWpULR� ³DEDL[R� GD� OLQKD´�� R� UHsultado operacional pode ser 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 72 definido como (A) a variação total da dívida líquida no período. (B) o resultado nominal, excluída a parcela referente à atualização monetária da dívida líquida. (C) o resultado nominal, excluída a parcela referente aos juros nominais sobre a dívida líquida. (D) o resultado primário menos a amortização da dívida pública. (E) a variação monetária da dívida, corrigida pela variação cambial do período. COMENTÁRIOS: A única correta é a alternativa B. A alternativa A trata do resultado nominal (variação total) da dívida. A alternativa C trata do resultado primário (resultado primário = resultado nominal ± juros nominais). A alternativa D não trata de nenhum dos resultados, pois a amortização da dívida não serve para diferenciar nenhum dos conceitos (o que diferencia é o pagamento de juros, e não a amortização). A alternativa E trata do resultado nominal. GABARITO: B 5. CONCEITOS ADICIONAIS Neste item, colocamos alguns conceitos adicionais retirados das publicações da Diretoria de Política Econômica do BACEN, especialmente as Normas Relacionadas à Política Econômica-Financeira, extraídas do Manual de Finanças Públicas daquela entidade. As bancas, às vezes, gostam de cobrar estes conceitos de forma literal, exatamente como eles constam nas publicações do BACEN. Assim, sugerimos a leitura (e memorização) do que está abaixo. Além da transcrição literal dos conceitos, também procuramos sistematizar o texto original, a fim de facilitar o entendimento. Conceito de setor público e governo geral O conceito de setor público utilizado para mensuração da dívida pública da dívida pública e do déficit público é o do setor público não- financeiro mais Banco Central. Consideram setor público não- financeiro as administrações diretas federal, estaduais e municipais, 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 72 as administrações indiretas, o sistema público de previdência social e as empresas estatais não-financeiras federais, estaduais e municipais. PS: nesta relação de empresas estatais não financeiras, devemos excluir a Petrobrás. Apesar de ela ser uma empresa estatal não financeira, seu resultado não é levado em conta na mensuração da dívida pública e do déficit público (em virtude do decreto 6.867/2009). Incluem-se também no conceito de setor público não-financeiro os fundos públicos que não possuem característica de intermediários financeiros, isto é, aqueles cuja fonte de recursos é constituída de contribuições fiscais e parafiscais. Assim, você deve guardar os integrantes do setor público não- financeiro: x Administrações diretas federal, estaduais e municipais; x Administrações indiretas; x Sistema público de previdência social; x Empresas estatais não-financeiras federais, estaduais e municipais (excluindo a Petrobrás); x Fundos públicos cuja fonte de recursos é constituída de contribuições fiscais e parafiscais. Como a mensuração da dívida pública líquida e do déficit público HQJORED�R�³VHWRU�S~EOLFR�QmR�ILQDQFHLUR�PDLV�%DQFR�&HQWUDO´��HQWmR��HVWD� mensuração vai englobar todo o pessoal aí de cima (setor público não- financeiro) mais o Banco Central. Fique ligado! Veja que o BACEN não faz parte do setor público não- financeiro. Apenas afirmamos que a mensuração da dívida líquida e do déficit leva em conta o setor público não-financeiro mais o BACEN. Ou seja, repetindo: não estamos dizendo que o BACEN faz parte do setor público não-financeiro, mas apenas que seu resultado faz parte da mensuração da dívida e do déficit. O BACEN é incluído na apuração da dívida líquida pois o seu resultado é transferido imediatamente para o Tesouro Nacional (para o ³FDL[D´�GR�JRYHUQR14). Assim, qualquer operação do BACEN que implique lucro ou prejuízo impactará imediatamente as disponibilidades em caixa do Tesouro Nacional, o que impactará, por conseguinte, a dívida pública. 14 K�à?ĐĂŝdžĂà?�ĚŽ�ŐŽǀĞƌŶŽ�Ġ�Ž�ƋƵĞ�ĞƐƚĄ�ĚĞƉŽƐŝƚĂĚŽ�ŶŽ�dĞƐŽƵƌŽ�EĂĐŝŽŶĂůà?�Ğ�ŶĆŽ�Ž�ƋƵĞ�ƚĞŵŽƐ�ŶŽ�����Eà?� No Brasil, o caixa do BACEN é sempre igual a zero. Assim, todos os recursos disponíveis para o governo gastar estão no Tesouro Nacional, e não no BACEN, como muitos pensam. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 72 Por exemplo, suponha que o BACEN tenha feito algumas operações de open market (compra e venda de títulos públicos) e tenha auferido alguma receita decorrente de tais operações. Esta receita irá imediatamente para o Tesouro Nacional. Neste caso, a dívida líquida do governo será diminuída. Então, veja que, realmente, as operações do BACEN devem fazer parte do cômputo da variação da dívida líquida do governo. Ademais, segundo o manual de Finanças Públicas do BACEN, outro motivo que leva este a ser incluído na mensuração da dívida líquida e do déficit é o fato de que o BACEN é o agente arrecadador do imposto inflacionário. Este se refere à perda de valor da moeda decorrente das emissões monetárias realizadas pela autoridade monetária. Quando o BACEN emite moeda15, surge a inflação e a perda de valor da moeda. Assim, os agentes possuidores de moeda têm sua riqueza diminuída, mas o BACEN tem sua riqueza aumentada, pois ele emitiu a moeda que fez os agentes perderem riqueza16. Essa moeda emitida segue para o Tesouro Nacional, devendo, portanto, impactar a dívida pública líquida. Assim, veja que o fato de o BACEN ser oarrecadador do imposto inflacionário também faz com que ele seja considerado no cômputo da variação da dívida pública líquida e do déficit público. Ainda em relação ao BACEN, deve-se notar que o conceito de dívida líquida leva em conta os ativos e passivos financeiros do BACEN, incluindo, dessa forma, a base monetária17. 3RU�ILP��GHYHPRV�FRQFHLWXDU�³governo geral´ (ou governo central): abrange as administrações diretas federal, estaduais, municipais, bem como o sistema público de previdência social. Esta conceituação de governo geral tem o objetivo de aproximar os indicadores brasileiros dos padrões internacionais adotados. Vejamos agora a diferenciação entre dívida líquida e pública: Dívida líquida do setor público 15 É plenamente aceito em teoria econômica que a emissão monetária causa inflação (perda de valor da moeda). 16 �ŽŵŽ�ŚĄ�ƚƌĂŶƐĨĞƌġŶĐŝĂ�ĚĞ�ƌĞŶĚĂ�ĚŽƐ�ĂŐĞŶƚĞƐ�ƉĂƌĂ�Ž�ŐŽǀĞƌŶŽà?�ƚĞŵŽƐ�ĞƐƐĂ�ŶŽŵĞŶĐůĂƚƵƌĂ�à?ŝŵƉŽƐƚŽ� ŝŶĨůĂĐŝŽŶĄƌŝŽà?à? 17 Decore o seguinte: a base monetária faz parte do passivo financeiro do BACEN. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 72 Corresponde ao saldo líquido do endividamento do setor público não-financeiro e do BACEN frente ao sistema financeiro (público e privado), ao setor privado não-financeiro e ao resto do mundo. Ou seja, é o que setor público não-ILQDQFHLUR� ³GHYH´� �GpELWRV� RX� dívidas) em contrapartida ao que ele tem de crédito (créditos). Enfim, a dívida líquida é o balanceamento entre dívidas e créditos. Estes créditos de que trata o conceito são créditos financeiros do setor público não financeiro e do BACEN. Assim, não entram como fatores de desconto para o cálculo da dívida líquida do setor público ativos reais como imóveis, ações de empresas, etc. De forma mais simplificada, pode-se entender que a dívida líquida corresponde à dívida pública descontados os ativos financeiros do governo. Dívida pública do governo geral A dívida bruta do governo geral abrange o total dos débitos de responsabilidade do governo federal, estaduais e municipais, junto ao setor privado, ao setor público financeiro, ao BACEN e ao resto do mundo. Os débitos de responsabilidade das empresas estatais das três esferas de governo não são abrangidos pelo conceito. Os débitos são considerados pelos valores brutos, sendo as obrigações vinculadas à área externa convertidas para reais pela taxa de câmbio de final de período (compra). Os valores da dívida mobiliária do Governo Federal (que abrange dívidas securitizadas e carteira de títulos públicos federais no BACEN) são calculados com base na posição de carteira, que não leva em consideração as operações compromissadas18 pelo BACEN. São deduzidos da dívida bruta do governo federal os créditos representados por títulos públicos que se encontram em poder de seus órgãos da administração direta e indireta, de fundos públicos federais, dos estados e dos 18 �Ɛ�ŽƉĞƌĂĕƁĞƐ�ĚĞŶŽŵŝŶĂĚĂƐ�à?ĐŽŵƉƌŽŵŝƐƐĂĚĂƐà?�ŶŽ�ƐŝƐƚĞŵĂ�ĨŝŶĂŶĐĞŝƌŽ�ƐĆŽ�ĂƐƐŝŵ�ĐŚamadas quando há, por uma das partes, o compromisso de realizar uma operação contrária àquela que realizou. Isto é, se o banco vendeu, ele se compromete a comprar de volta e, se comprou, ele se compromete a vender. Traduzindo: vamos supor que o banco tenha um título (um documento que represente uma dívida). Pode ser um título público, um certificado de depósito bancário ou uma debênture. Recapitulando, o banco tem este título. Aí, ele propõe vender para você com o compromisso de recomprá-lo em 30 dias, por exemplo. Nesse caso, o banco está agindo como se estivesse pedindo dinheiro emprestado a você e dando como garantia de que irá pagar, este título. Veja que ele não ƋƵĞƌ�ƐĞ�à?ĚĞƐĨĂnjĞƌà?�ĚŽ�ƚşƚƵůŽ�ŽƵà?�ƉŽƌ�ŽƵƚƌŽ�ůĂĚŽà?�ǀŽĐġ�ŶĆŽ�ƋƵĞƌ�à?ĂĚƋƵŝƌŝƌà?�ĞƐƐĞ�ƚşƚƵůŽà?��ĂƐŽ�ĐŽŶƚƌĄƌŝŽ, Ă�ŶĞŐŽĐŝĂĕĆŽ�ƐĞƌŝĂ�à?ĚĞĨŝŶŝƚŝǀĂà?�à?ĞůĞ�ǀĞŶĚĞ, você compra, e pronto). 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 72 municípios, a saber: aplicações da previdência social em títulos públicos, aplicações do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e outros fundos em títulos públicos e aplicações dos estados em títulos públicos federais. Analogamente, são deduzidas da dívida dos governos estaduais e dos municipais as parcelas correspondentes aos títulos em tesouraria. 6. INFLAÇÃO e ARRECADAÇÃO FISCAL Este tópico ficaria mais bem encaixado em uma aula de Macroeconomia. No entanto, temos a obrigação de abordar o tema neste curso, pois ajuda a entender muitas questões de prova. Um dos efeitos maléficos da inflação são os distúrbios sobre a distribuição de renda, uma vez que, com a inflação, a média dos preços está subindo. No entanto, os preços dos produtos sobem mais rapidamente que os salários. Assim, a inflação provoca uma redistribuição de renda em favor do setor produtivo, em detrimento da classe assalariada. Vale a penar citar uma frase do ex-presidente José Sarney, responsável por meia dúzia de planos de combate à inflação que não deram certo: "A inflação é o pior inimigo da sociedade. Ela castiga os mais pobres, os que não têm instrumento de defesa contra seus terríveis efeitos. Ela não confisca apenas o salário: confisca o pão." Então, este é o principal ponto que se deve ter em mente quando relacionamos inflação com distribuição de renda. Ela certamente prejudica ou piora a distribuição de renda na economia. O governo também perde poder aquisitivo com a inflação, pois esta corrói o valor da arrecadação fiscal pela defasagem entre o fato gerador dos impostos, o recolhimento dos mesmos e a efetiva utilização da receita fiscal pelo governo. Este fenômeno é conhecido como efeito Oliveira-Tanzi. Ao mesmo tempo, o governo tem dificuldades para obter financiamento, já que os agentes do mercado, em ambientes inflacionários, fogem do mercado financeiro19, preferindo ativos reais. Ainda em relação à arrecadação do governo, destacamos o efeito inverso ao destacado por Oliveira e Tanzi. A contração de despesas em um momento e o seu pagamento em momento posterior provoca uma relevante redução real dos gastos públicos. Esse é o efeito Patinkin, ou efeito Tanzi de despesa, ou ainda Efeito Bacha. 19 Os agentes, de uma forma geral, não comprarão títulos da dívida pública em virtude da possibilidade de os juros desses papéis serem inferiores à taxa de inflação do período. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 72 A inflação funciona também como um imposto sobre as pessoas que detêm moeda, reduzindo o poder aquisitivo das pessoas e aumentando a arrecadação do governo. Deixe-nos explicar melhor: em regimes inflacionários, o governo deve a todoo momento emitir mais moeda (senhoriagem20) a fim de que os agentes possam realizar as suas transações. Imagine uma situação em que a inflação mensal de um país tenha sido, por exemplo, de 30% ao mês. Se a autoridade monetária deste país não emitir mais moeda, com certeza, faltará dinheiro na economia, devido ao fato de que os mesmos bens e serviços exigem, para o seu consumo, 30% a mais de moeda. Acontece que, quando o governo emite moeda, tal emissão, por si só, provoca inflação21. Por sua vez, TXDQGR� R� JRYHUQR� HPLWH� D� PRHGD�� R� GLQKHLUR� ³IDEULFDGR´�� REYLDPHQWH�� não é distribuído aos cidadãos, ele fica sob a posse do governo para ele gastar com o quiser (receita de senhoriagem). Desta forma, nós temos o seguinte: em virtude da inflação, o governo emite moeda, e tal emissão de moeda provoca duas coisas: perda de poder aquisitivo da população (via aumento da inflação) e aumento de recursos à disposição do governo (em virtude da emissão monetária). A esse mecanismo de transferência de renda da população para o governo, os economistas dão o nome de imposto inflacionário. Milton Friedman, o principal estudioso do ³PRQHWDULVPR´�� SUrPLR� 1REHO� GH� (FRQRPLD� HP� ������ GLVVH� GH� IRUma bastante apropriada: "Inflação é a única forma de taxação que pode ser imposta sem legislação". Veja que, sob o ponto de vista das contas públicas, a inflação, por um lado, corrói o poder aquisitivo do Estado via efeito Oliveira-Tanzi; por outro lado, aumento o poder aquisitivo via imposto inflacionário e, por fim, reduz os gastos públicos via efeito Patinkin. Alguns estudos empíricos DILUPDP� TXH� SHUtRGRV� LQIODFLRQiULRV� WRUQDP� PDLV� IiFHLV� R� ³IHFKDPHQWR´� das contas públicas. Isto tem o lado negativo de incentivar o desajuste das contas públicas, pois o governo se acostuma a gastar um dinheiro que só é gerado graças às distorções provocadas pela inflação. Assim, percebemos que a inflação serve como um incentivo ao descontrole das contas públicas. Por fim, depois dessa análise, não é difícil perceber por que é tão difícil encerrar longos períodos de regimes inflacionários. Para que qualquer plano de controle da inflação dê certo, o governo deve se acostumar rapidamente a gastar muito menos recursos. Do ponto de vista institucional, isto é bastante complicado de ser operacionalizado em regimes democráticos. 20 É a receita do governo auferida por meio da emissão de moeda. O termo tem origem na idade média, onde o senhor feudal tinha o direito exclusivo de cunhar moeda no âmbito de seu feudo. 21 Doutrinariamente, é aceito que o crescimento da quantidade de moeda na economia causa inflação. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 72 Adendo: as NFSP e a variação da base monetária Nós vimos que a inflação faz com que o governo tenha que emitir moeda a fim de recompor a quantidade de moeda suficiente para que os agentes econômicos consigam realizar suas transações econômicas. Esta emissão de moeda gera o imposto inflacionário e faz com que a base monetária da economia seja aumentada. Ou seja, o aumento da base monetária da economia gera o imposto inflacionário (receita de senhoriagem) e isto faz parte do cálculo das NFSP. Afinal, a emissão de moeda aumentará a receita do governo, alterando as necessidades de financiamento do setor público. Ao mesmo tempo, já sabemos que as NFSP correspondem à variação das dívida (interna e externa). Seguindo estes entendimentos, podemos também conceituar as NFSP da seguinte maneira: 1)63� �Ʃ%0���Ʃ�GtYLGD�LQWHUQD���H[WHUQD� Isto é, as necessidades de financiamento do setor público22 equivalem à variação da base monetária com as variações das dívidas interna e externa. A única novidade para nós é a inclusão da variação da base monetária. Decidimos colocar esta conceituação apenas agora, pois seria necessário algum conhecimento sobre a questão do imposto inflacionário SDUD�TXH�YRFrV�FRQVHJXLVVHP�SHJDU�D�³LGHLD´�GD�H[SUHVVmR�DFLPD�� É uma expressão mais difícil de aparecer em prova quando a questão é sobre NFSP. No entanto, é bom estar ligado! 7. Evolução e sustentabilidade do endividamento público Neste tópico, vamos falar da evolução do endividamento público a partir dos anos 1980 e também da sustentabilidade do endividamento. Vamos começar falando um pouco de sustentabilidade do endividamento público. De um modo geral, a noção que devemos ter se uma dívida é grande ou não vai depender muito do devedor de que estamos tratando. Por exemplo, suponha que uma empresa de pequeno porte (uma loja) deva uns R$ 300.000 a um banco. Se a empresa é pequena, e fatura 22 Lembre-se de que, quando não se fala qual é o conceito de NFSP tratado, estamos falando do conceito nominal, que é o mais amplo e relevante. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 72 pouco, isto representa uma grande dívida. A empresa pode até decretar falência por causa disso. Agora, por outro lado, se um conglomerado financeiro ou industrial tem uma dívida de R$ 300.000, isto não representa NADA. É troco de pão! Isto porque o faturamento do conglomerado é altíssimo, de tal forma que essa dívida não impacta as atividades do conglomerado. Quando vamos fazer um financiamento em um banco (vamos assumir uma dívida), o primeiro item levado em conta é a nossa renda. Dependendo da renda que comprovamos possuir, podemos assumir grandes dívidas. No entanto, se nossa renda é baixa, o banco não nos emprestará uma quantia razoável (não nos deixará assumir uma dívida grande). Com um país (em vez de uma empresa ou pessoa), a situação é semelhante em alguns aspectos. A diferença está no fato de que um país QmR� SUHFLVD� GH� ³DXWRUL]DomR´� SDUD� VH� HQGLYLGDU�� %DVWD� HOH� HPLWLU� �H� vender) títulos no mercado e, pronto, a dívida aumenta. Nesta situação, é diferente de uma pessoa normal, para a qual é necessária um agente credor (um banco, geralmente) interessado em emprestar algum dinheiro. A semelhança acontece no que se refere à análise se uma dívida vai ser grande ou não. O item levado em conta para avaliarmos se uma GtYLGD�p�JUDQGH�RX�QmR�p�D�UHODomR�GD�GtYLGD�FRP�R�³IDWXUDPHQWR´ ou a ³UHQGD´ do país. Só que um país não possui faturamento, mas sim um ³3,%´�� $VVLP�� nós avaliamos a sustentabilidade do endividamento público a partir da relação dívida/PIB. Se esta relação for baixa, o endividamento é sustentável. Na medida em que a relação aumenta, o endividamento perde sustentabilidade. Assim, uma dívida pública de R$ 1,5 trilhão para o Brasil não é tão grave, uma vez que o PIB é de mais de R$ 4,5 trilhões. Ou seja, a relação dívida/PIB do Brasil é de aproximadamente 35%, o que é considerado uma relação muito boa. Dívida sustentável. Já a mesma dívida do Brasil (R$ 1,5 bilhão) para um país com PIB bem menor (por exemplo, a Argentina, que possui um PIB de R$ 1,5 bilhão... aproximadamente) seria mais grave. Apenas a título de comparação, vários dos países em crise na Europa possuem relação dívida/PIB maior que 01 unidade.Ou seja, a dívida supera o PIB. Veja alguns números de alguns países (dados de 2012, referentes, portanto, ao consolidado de 2011): 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 72 País Relação dívida/PIB (aproximado) Brasil 35% EUA 107% Irlanda 109% Japão > 200% Itália 121% Grécia 165% Portugal 106% Ainda em relação ao endividamento público, apresento abaixo alguns conceitos que podem cair em prova (retirado do trabalho ³Sustentabilidade e limites de endividamento público: o caso brasileiro´�� publicado no site do Tesouro Nacional): x Solvência; x Liquidez; x Sustentabilidade; e x Vulnerabilidade Um primeiro conceito relacionado à discussão da dinâmica da dívida pública é o de solvência. Uma entidade qualquer é dita solvente se o valor presente descontado de seus gastos primários (isto é, exclusive encargos financeiros) correntes e futuros não é maior que o valor presente descontado de sua renda corrente e futura, líquida de qualquer endividamento inicial. Ou seja, na análise da dívida pública, de modo simplificado, podemos entender que a condição de solvência requer que a previsão de receitas (presentes e futuras) seja maior que a previsão de despesas (presentes e futuras). Outro conceito é o de liquidez. Uma entidade é dita líquida se seus ativos líquidos e o financiamento disponibilizado pelo mercado são suficientes para honrar o pagamento e/ou a rolagem do serviço e das amortizações de suas dívidas. O terceiro conceito é o de sustentabilidade. A posição de endividamento de uma entidade é dita sustentável se ela satisfaz a condição de solvência sem que sejam necessárias maiores correções em suas receitas e/ou gastos dados os custos de financiamento que ela encara no mercado. Portanto, o conceito de sustentabilidade engloba conjuntamente os conceitos de solvência e liquidez, sem fazer uma delimitação clara entre eles. Dentro desta ideia de sustentabilidade, existem (existiram) vários estudos sobre o que seria uma dívida sustentável. Conforme dissemos, hoje, pelo menos para fins de prova, o que interessa é nós focarmos na 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 72 relação dívida/PIB. No entanto, ainda vale a pena expor aqui na aula o argumento de Bohn (o mais relevante, para concursos): Î Caso o resultado primário responda positivamente a acréscimos na dívida pública, então, esta pode ser vista como sustentável (mesmo em uma ambiente de incerteza econômica). Por fim, o conceito de vulnerabilidade é simplesmente o risco de que as condições de solvência e/ou liquidez sejam violadas e a entidade devedora entre em crise. .... Agora que vimos a sustentabilidade do endividamento, vamos falar da evolução da dívida a partir dos anos 1980. No início dos anos 1980, as projeções sobre o endividamento brasileiro não eram nada boas. Quem, à época, fizesse qualquer projeção sobre o que aconteceria naquela década em relação à dívida/déficit diria que o déficit público brasileiro seria alto durante a década de 1980 e que a relação dívida/PIB iria aumentar. No entanto, não foi o que aconteceu. A relação dívida/PIB de meados dos anos 1990 era muito similar à do início dos anos 1980. Isto aconteceu devido à receita da senhoriagem. Ou seja, uma inflação alta gera a necessidade de emissões monetárias (que tendem a realimentar a inflação). Ao mesmo tempo, a emissão monetária é dinheiro que fica com o governo. Ou seja, a emissão monetária significa propriamente o governo imprimindo dinheiro para si mesmo. Só que essa emissão realimenta a inflação. O fato é que, nos regimes inflacionários da década de 1980, a receita de senhoriagem se constituiu em uma forma de financiamento do déficit público, impedindo que a relação dívida/PIB se elevasse. Durante os anos 1980, essa relação dívida/PIB manteve-se relativamente estável (especialmente, na segunda metade da década). Na fase seguinte à implantação do Real, com a inflação controlada, e sem a receita de senhoriagem, a relação dívida/PIB cresceu bastante entre 1994 e 2003 (chegou a 60% do PIB!). Para sistematizar nosso estudo, e ficar mais fácil para vocês estudarem, vamos dividir a trajetória da dívida pública em alguns períodos (Giambiagi e Além, Finanças Públicas: teoria e prática no Brasil, 3ª.edição, página 221): o 1981/1984; o 1985/1989; o 1990/1994; o 1995/1998; 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 72 o 1999/2002; o 2003/2006. Entre 1981 e 1984, houve elevação da dívida/PIB em um contexto de fortes recessão econômica e déficit fiscal. Este período foi o único da década de 1980 onde houve elevação da relação dívida/PIB. Isto aconteceu devido aos elevados déficits fiscais e à desvalorização cambial ocorrida em 1983 (elevando consideravelmente o componente externo da dívida). Entre 1985/1989, houve um déficit fiscal igualmente forte, porém com uma ligeira redução da relação dívida/PIB. Nestes anos, o crescimento do PIB (denominador da fração) ajudou a reduzir a relação. Houve também um aumento significativo da receita de senhoriagem (emissão de moeda). Finalmente, a aceleração inflacionária provocou uma subindexação da dívida passada (ou seja, parte da dívida herdada do passada perdia valor real frente ao aumento de preços... e isto fazia com que a dívida caísse). Entre 1990/1994, o PIB cresceu muito pouco, mas a relação dívida/PIB continuou caindo (devido ao imposto inflacionário ou receita de senhoriagem). Também, em 1994, o Brasil selou um acordo da dívida externa, que implicou cancelamento de parte do seu valor. Isto fez com que a dívida total (interna e externa) perdesse força. Neste momento, em 1994, a relação dívida/PIB era de aproximadamente 30% do PIB. Entre 1995/1998, iniciou-se um processo de inflexão. A relação dívida/PIB começou a aumentar. Houve déficits fiscais elevados e redução da receita de senhoriagem (em virtude da inflação baixa). A combinação de redução de receitas de senhoriagem com os elevados déficits públicos fez com que a relação dívida/PIB aumentasse. As taxas de juros elevadas também contribuíram para elevar os gastos públicos, na medida em que o pagamento com juros aumentou. Neste momento, em 1998, a relação dívida/PIB chegou a quase 40%. A partir de 1999 (entre 1999/2003), o Brasil empreende um esforço no alcance de metas de superávits primários, mas a dívida ainda aumenta por alguns anos, por conta dos ajustes patrimoniais (como o reconhecimento de dívidas passadas ou esqueletos), provocados principalmente pelo impacto das desvalorizações cambiais (fazendo o componente externa da dívida aumentar). Vale ressaltar que estes ajustes patrimoniais mais que superaram as receitas com as 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDFEditor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 72 privatizações. No inicio de 2003, a relação dívida/PIB chegou a mais23 de 60%! A partir de 2003 (entre 2003 e 2006), Governo Lula, finalmente, a relação dívida/PIB volta diminuir. Neste período, o superávit primário aumenta e o câmbio é apreciado (reduzindo o componente externo da dívida). No caso do governo Lula, os ajustes patrimoniais (neste caso, provocado pela apreciação cambial) foram favoráveis, reduzindo a dívida pública. Depois de 2006, a relação dívida/PIB continuou caindo. Isto aconteceu devido aos superávits primários, à redução da taxa de juros (diminuindo o serviço da dívida) e o crescimento da economia brasileira (aumento do denominador da fração: o PIB). De 2006 para cá, tivemos apenas um período em que a relação dívida/PIB voltou a crescer. Aconteceu no ano de 2009, devido24 à apreciação cambial provocada logo após a fase inicial da crise financeira internacional. Abaixo segue um gráfico (fonte: Banco Central) com a evolução recente da dívida como proporção do PIB: 23 Mesmo com uma relação dívida/PIB alta, no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, a relação dívida/PIB ďƌĂƐŝůĞŝƌĂ� ĞƌĂ� ŝŶĨĞƌŝŽƌ� ă� ĚĞ�ŵƵŝƚŽƐ� ƉĂşƐĞƐ� ĚĞƐĞŶǀŽůǀŝĚŽƐà?�K� ƉƌŽďůĞŵĂà?� ĞŶƚƌĞƚĂŶƚŽà?� ƌĞƐŝĚŝĂ� ŶĂ� à?ƋƵĂůŝĚĂĚĞà?� ĚĂ� dívida brasileira. O prazo de vencimento dos títulos emitidos pelo governo brasileira eram mais curtos; e as taxas de juros eram mais elevadas. 24 Durante o ano de 2008, houve forte depreciação do R$ (devido à fuga de capitais decorrente da crise financeira internacional). A taxa de câmbio ultrapassou US$ 1,00 = R$ 2,30. Neste período, o Brasil era (e ainda é) credor do resto do mundo. Assim, nesta situação, a depreciação cambial lhe favorece, aumentando o que ele tem a receber em R$ do resto do mundo e, portanto, diminuindo o componente externo da dívida. Observe, no gráfico, que, durante 2008, houve forte queda da relação dívida/PIB. No entanto, em 2009, o câmbio voltou a ser apreciado (a taxa de câmbio voltou para patamares inferiores a US$ 1,00 = R$ 2,00). Esta apreciação é ruim para o credor, uma vez que o Brasil tem menos R$ a receber dos devedores internacionais. Por isso, conforme podemos observar no gráfico, ocorre um aumento abrupto da relação dívida/PIB no ano de 2009. 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 72 Agora, para finalizar segue um quadro esquemático sobre os períodos de referência que utilizamos para avaliar a evolução da dívida pública: 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 72 Período Dívida/PIB Motivos 1981/1984 Cresce x Elevados déficits fiscais (+); x Desvalorização cambial (+). 1985/1989 Ligeira redução (quase estável) x Elevados déficits fiscais (+); x Receita de senhoriagem (-); x Crescimento do PIB (-). 1990/1994 Ligeira redução (quase estável) x Redução da dívida externa (por acordo firmado) (-); x Continuam os altos déficits (+) e a receita de senhoriagem (-). 1995/1998 Cresce x Déficits fiscais elevados (+); x Não há mais receita de senhoriagem relevante (+); x Taxas de juros elevadas (+). 1999/2002 Cresce x Superávit primário (-); x Receitas com privatizações (-); x Ajustes patrimoniais (esqueletos e desvalorização cambial faz o componente externo da dívida aumentar) (+). 2003/2006 Diminui x Superávits primários (-); x Crescimento do PIB (-); x Redução das taxas de juros (-). 2006/hoje Diminui x Superávits primários (-); x Crescimento do PIB (-); x Redução das taxas de juros (-). PS: na coluna ³motivos´, o que está com sinal de (-) reduz a relação dívida/PIB. O que está com sinal de (+) aumenta a relação dívida/PIB. ..... Bem pessoal, por hoje, é só! Aula curta, porém complicada! Agora, vamos a alguns exercícios comentados. Colocamos as questões da FCC por último, ok? É que não encontramos questões recentes da FCC sobre o tema. Mas a lista de exercícios está bem completa e com certeza você conseguirá fixar os conhecimentos. Abraços e bons estudos! Heber Carvalho e Jetro Coutinho 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 72 Juros nominais Resultado operacional RESUMÃO DA AULA Formas de financiamento do Déficit Público ¾ Emitir moeda: o Banco Central (instituição emissora de moeda) emite moeda e a entrega ao Tesouro Nacional (União); ¾ Venda de títulos públicos ao setor privado (interno e externo). Critérios de apuração do resultado fiscal ¾ Acima da linha: Medido pela STN, é o resultado do confronto entre receitas e despesas. ¾ Abaixo da linha: Medido pelo BACEN, é o resultado da variação da NFSP entre dois períodos. Conceitos do Resultado Fiscal Conceito Nominal: Gastos Totais ± Receitas Totais Conceito Primário: Déficit nominal ± pagamento de juros nominais (Representa o esforço fiscal) Conceito Operacional: Déficit nominal ± correção monetária e cambial (Relevante em países com alta inflação). De outra forma: Resultado operacional = Resultado Primário + juros REAIS. Regime de Contabilização ¾ Resultado Primário: Contabilizado pelo Regime de caixa (Efetivo pagamento) ¾ Resultado Nominal: Regime Híbrido (Juros por competência e demais receitas/despesas pelo regime de caixa). Dívida Líquida do Setor Público ¾ Soma das dívidas interna e externa do setor público (governo central, Estados e municípios e empresas estatais) junto ao setor privado, incluindo a base monetária e excluindo-se ativos do setor público, tais como reservas internacionais, créditos com o setor privado e os valores das privatizações. Dívida Fiscal Líquida ¾ Diferença entre a DLSP e o ajuste patrimonial. Sob a ótica da DFL, temos que o Resultado Nominal é a variação da DFL entre dois períodos. Resultado nominal Correção monetária e/ou cambial Juros reais Resultado primário 83395105172 . Edited with the trial version of Foxit Advanced PDF Editor To remove this notice, visit: www.foxitsoftware.com/shopping Economia e Finanças Públicas para ICMS/PE Teoria e exercícios comentados Profs. Heber Carvalho e Jetro Coutinho ʹ Aula 08 Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 72 QUESTÕES COMENTADAS 01. (FCC ± Analista Júnior ± METRO/SP ± 2014) Um estudo divulgado pela Receita Federal do Brasil informou que a Carga Tributária Bruta brasileira
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