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1
REDUÇÃO DE PERDAS ATRAVÉS DA
PESQUISA DE VAZAMENTOS NÃO VISÍVEIS :
CASO CAMPO GRANDE /MS
Marilúcia Pereira Sandim
Rua Euclides da Cunha, 975 – SANESUL S.A.
Tel. ( 067 ) 726-7878 / Fax ( 067 ) 726-0697
E-mail : gedeo@sanesul.com.br
Jardim dos Estados – Campo Grande – MS
CEP – 79.108-040
Palavras Chaves : Controle de Perdas Físicas, Pesquisa de Vazamentos,
Volume Recuperado
2
3
1. INTRODUÇÃO
Todo Sistema de Abastecimento de Água apresenta perdas, provenientes dos volumes
produzidos e não consumidos, e/ou não faturados. Essas perdas, quando ultrapassam um valor
aceitável, geralmente índice de 20% para pequenos sistemas e 30% para grandes, geram uma série de
deficiências no funcionamento do Sistema.
Quando o índice de perdas ultrapassa cerca de 60%, a situação do Sistema fica delicada,
pois grande parte dos recursos disponíveis será designada ao custeio de operação da Empresa.
Recursos para ampliações, modernizações, treinamentos e mesmo manutenção preventiva, ficam
paulatinamente comprometidos. A empresa entra num círculo vicioso, não controlando falhas no
atendimento, introduzindo manobras cada vez mais freqüentes, e deixando os operadores e seus
responsáveis desorientados, caminhando para o agravamento cada vez maior da situação financeira da
Companhia. Começam então, as dificuldades na obtenção de financiamentos, visto que o Índice de
Perdas é indicador fundamental para avaliação da eficiência operacional, bem como da lucratividade do
Sistema. Um Programa de Redução de Perdas visa romper o círculo vicioso. Com ações em todas as
áreas diretamente relacionadas com os fatores geradores das perdas, o Programa permite a ascensão
da Companhia.
As perdas provêm de diversos fatores, sejam eles : Perdas Físicas através de vazamentos,
extravasamentos e limpezas de reservatórios ou tubulações; e Perdas Não Físicas, como a carência de
micromedição, deficiência na hidrometração, fraudes e ineficiência no gerenciamento.
A Pesquisa de Vazamentos Não Visíveis foi realizada em diversos sistemas do Brasil, e
em outros países como França, Inglaterra, EUA e Argentina, pesquisas estas realizadas na grande
maioria por empresas privadas prestadoras de serviços e consultoras. Nesse caso, a empresa se
desloca até a região e procede a pesquisa, quase sempre sem acompanhar os reparos, retirando-se do
local para pesquisar outra região.
A SANESUL foi uma das primeiras empresas do Brasil a instituir a Pesquisa de
Vazamentos Não Visíveis como parte integrante das atividades da Companhia. Técnicos receberam o
treinamento, fazendo hoje parte de uma equipe de pesquisadores. Essa equipe além de pesquisar o
sistema constantemente, atende a chamadas de interrupção imprevisível no abastecimento de água.
Em Campo Grande a Pesquisa de Vazamentos Não Visíveis vem sendo realizada desde janeiro/97.
Uma vez combatidos os vazamentos não visíveis, e dando condições ao sistema de não
mais sofrer rupturas, grande parte do volume produzido e não faturado poderá ser arrecadado, reduzindo
assim o índice de perdas.
2. PERDAS NOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
As perdas dividem-se em Perdas Físicas e Perdas Não Físicas, conforme apresentado na
figura 2.1. :
2.1. Perdas Físicas
Trata-se de Perdas Físicas todo volume produzido e distribuído, porém não consumido.
São elas que determinam o aumento do custo de produção ( Fig. 2.2. ). Representam todas as águas
perdidas através de:
Fig. 2.1. - Perdas nos Sistemas de Abastecimento de Água
PERDAS FÍSICAS
VOLUME
PRODUZIDO E
FATURADO
PERDAS NÃO
FÍSICAS
4
Vazamentos Extravasamentos Consumos operacionais excessivos
Adutoras de água bruta
Estações elevatórias
Estações de tratamento
Caixas de passagem
Reservatórios
Adutoras de água tratada
Redes de distribuição
Ramais prediais
Estações de tratamento
Poços de sucção
Caixas de passagem
Reservatórios
Tanques de amortecimento
unidirecional
Lavagem de filtros e decantadores
Descarga automática de decantadores
Lavagem de filtros e decantadores
Descarga automática de decantadores
Descarga de adutoras
Limpeza e desinfecção de reservatórios
Limpeza e desinfecção de tubulações
Descarga na rede de distribuição
Reparos em tubulações
PERDAS
FÍSICAS
NÃO FÍSICAS
VAZAMENTOS
EXTRAVAZA-
MENTOS
CONSUMOS
OPERACIONAIS
FALHAS NA
MICRO-
MEDIÇÃO
CONSUMOS
CLANDESTINOS
MAU
CADASTRA-
MENTO
MAU
GERENCIA-
MENTO
FALHAS NA
MACRO-
MEDIÇÃO
VISÍVEIS
NÃO VISÍVEIS
VOLUME ELIMINADO
PELO SISTEMA
LIMPEZAS E
DESCARGAS
ERROS DE
MEDIÇÃO
FRAUDES
ERROS DE
CADASTRO
Fig. 2.2. - Fluxograma das perdas
Diversas são as causas das perdas físicas ( 5 ), podendo ter reflexo a longo, médio ou
curto prazo, sendo:
· Estações elevatórias
· Estações de tratamento
· Reservatórios, caixas de passagem, poços de sucção, tanques de amortecimento
· Adutoras de água bruta e água tratada, e redes de distribuição
· Ramais domiciliares
Os vazamentos nas adutoras são normalmente de grande porte, facilitando a sua
localização e reparo. Como são rapidamente solucionados, não adquirem representatividade na
composição final das perdas. Já os vazamentos em redes distribuidoras e ramais prediais são,
normalmente, mais representativos para a perda física do sistema ( 15 ).
O valor absoluto das perdas físicas deve ser determinado de acordo com cada caso. Uma
maneira fundamentada seria a pesquisa em locais chaves, que representem o universo do sistema.
5
2.2. Perdas Não Físicas
Perdas Não Físicas referem-se a todos os volumes produzidos, distribuídos e utilizados,
porém, não faturados. Engloba todo volume efetivamente entregue ao usuário e que, por algum motivo,
não foi faturado. Também estão incluídos nessa categoria de perdas os erros de macromedição, que
elevam, eventualmente, o volume produzido, aumentando o índice de perdas do sistema ( Figura 2.2.).
2.3. Como evitar as perdas
É admissível, em todo Sistema de Abastecimento de Água uma perda de 20% para
pequenos sistemas e até 30% para grandes. Porém toda Companhia deve estar voltada para o Controle
das perdas, efetuando medidas de tal forma a reduzir o índice atual ( 15 ).
Aparentemente evitar as perdas é muito simples, porém o surgimento de vazamentos ou
outros fatos geradores nem sempre está previsto, e por muitas vezes longe do controle da Companhia.
O crescimento de cidades ou regiões de uma localidade está sujeito a decisões políticas, econômicas,
administrativas ou sociais, sendo freqüente a implantação de redes de distribuição de maneira
desordenada, descaracterizando o sistema e provocando um envelhecimento precoce do mesmo, uma
vez que atingirá sua capacidade máxima de atendimento muito antes do previsto, quando projetado.
Todas as etapas para implantação de uma Sistema de Abastecimento de Água deverão ser
criteriosamente cumpridas ( 8 ), sendo :
1. Projeto
2. Especificação de materiais
3. Concorrência para contratação dos serviços
4. Recebimento, transporte e estocagem do material
5. Execução das obras, fiscalização e recebimento
Fig. 2.3. – Assentamento de Tubulações
6. Controle de operação e manutenção
2.4. Programa de Pesquisa de Vazamentos
Todo controle de perdas prevê a atuação intensiva de combate aos vazamentos, sejam eles
visíveis ou não. Estudos têm mostrado que na grande maioria das empresas, o percentual de
vazamentos nos ramais é maior que na rede de distribuição, obedecendo a ordem de 70% e 30% ,
respectivamente ( 6 ).
São diversos os fatores responsáveis pela existência dos vazamentos. Estes fatores,
quando combatidos, permitem a quase extinção dos mesmos, restando apenas aqueles ocasionados
pelo desgaste das tubulações, ou mesmo por fatores alheios aos sistema, e que ainda assim poderão
ser controlados. A seguir, os principais fatores ( 3 ).
2.4.1. Pressão alta
A pressão pode aumentar a quantidade das perdas de um sistema,interferindo em diversos
aspectos, descritos a seguir ( 13 ).
2.4.1.2. Freqüência de vazamentos
6
O aumento da pressão em algumas regiões, pode provocar o aumento de vazamentos,
num período relativamente pequeno de tempo. Da mesma forma, uma redução na pressão pode diminuir
a quantidade de rompimento nas tubulações, impedindo vazamentos futuros ( 14 ).
2.4.1.3. Localização dos vazamentos
Pressões mais elevadas aumentam o valor das perdas por vazamentos e facilitam o seu
aparecimento, ao passo que pressões menores permitem que o vazamento infiltre no solo não aflorando.
Enquanto não são localizados, os vazamentos não visíveis, além de causar prejuízo à companhia,
muitas vezes solapam o solo, prejudicando a estrutura do prédio do usuário.
Uma forma utilizada para redução da pressão é a instalação de válvulas redutoras de
pressão. Essas válvulas ( 1 ) podem ser reguladas de acordo com a pressão desejada, seja fixa ou
regulada por períodos conforme os horários de maior consumo. Não deixa de ser um método eficiente,
mas deverá ser observado cada caso, antes da instalação das mesmas.
Em regiões que apresentam grandes quantidades de vazamentos, visíveis e/ou não
visíveis, devem-se relacionar os locais de maior incidência dos mesmos, para que quando a válvula
estiver operando e os vazamentos não mais aparecerem, visto que a pressão caiu, os mesmos possam
ser combatidos. Para os vazamentos que já eram não visíveis a sua detecção fica mais comprometida.
Nesse caso devem-se observar as condições das tubulações; se precárias, a pesquisa deverá ser feita
antes da instalação das válvulas, uma vez que os vazamentos deverão ser muitos, e embora, com
menor intensidade, continuarão a existir.
2.4.1.4. Ondas de pressão
Ondas de pressão estão diretamente relacionadas com o item “Localização de
Vazamentos” exposto acima. Quando uma válvula é aberta ou fechada rapidamente, a tubulação sofre
uma pressão ou subpressão respectivamente, provocando rupturas e até movimento dessas tubulações.
Dependendo do esforço submetido, a tubulação pode romper, provocando grandes prejuízos à
operadora.
2.4.1.5. Fadiga
A fadiga ocorre quando a tubulação é submetida constantemente a alterações de pressão.
Essas alterações ocorrem sempre que um registro é desligado para manobras na rede, seja para
atender faltas d’água, seja para reparo de vazamentos. Embora a contribuição da movimentação dos
registros seja pequena, ao longo do tempo pode-se observar o desgaste das tubulações.
2.4.2. Movimentação do solo
Outro fator relevante no surgimento de vazamentos é a movimentação sofrida pelo solo.
Sempre que o solo sofre alguma movimentação, própria muitas vezes da natureza, a tubulação também
sofre. Os tubos são rígidos e dependendo do movimento submetido, irão romper.
2.4.3. Deterioração das tubulações
A corrosão interna geralmente é mais severa em águas suaves de regiões de planalto. As
tubulações metálicas são as que mais sofrem deterioração.
A corrosão externa pode surgir de uma variedade de causas, inclusive de diferença de
potenciais entre o solo e a tubulação, corrosão bimetálica, variações nas concentrações de sais
dissolvidos no solo e ação microbiana. Os efeitos da corrosão externa são semelhantes aos sofridos
pela corrosão interna.
2.4.4. Qualidade insatisfatória dos materiais
A qualidade dos materiais utilizados nos sistemas de abastecimento de água deve ser
observada com cuidado especial. Os materiais deverão obedecer a uma padronização estabelecida pela
empresa, bem como receber fiscalização permanente quando da sua utilização.
2.4.5. Característica do solo
Dependendo do tipo de solo os vazamentos tendem a aflorar mais rapidamente. Nos solos
rochosos, onde é comum a presença de valas subterrâneas, freqüentemente a água proveniente de
vazamentos encontra caminhos para o escoamento. Nesses casos é sempre conveniente uma pesquisa
de vazamentos não visíveis permanente no sistema.
7
2.4.6. Interferência do Tráfego
A vibração do solo provocada pelo tráfego pesado interfere no bom desempenho das
tubulações. Engenheiros especialistas afirmam que esse é o fator principal para o fracasso de oleodutos
enterrados. Para as tubulações de água, o que se tem observado é a quantidade de vazamentos nessas
áreas, comparadas com outras regiões nas mesmas condições de solo, materiais, assentamento e
pressão; nas regiões de tráfego pesado a perda física é maior.
2.4.7. Idade
Nas canalizações afetadas por quaisquer fatores antes expostos, o índice de vazamentos
tende a aumentar com o tempo, tendo em vista que quanto mais velha a tubulação, mais fragilizada está
para enfrentar intervenções na sua estrutura.
2.4.8. Mão-de-obra insatisfatória
De nada adianta um projeto bem elaborado, materiais de primeira linha, solo ideal para a
implantação de um sistema de abastecimento de água, sem interferência de tráfego pesado; se o
assentamento das tubulações não for bem feito.
3. O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE CAMPO GRANDE
Dados gerais do sistema existente ( Fonte : Sistema de Informações Básicas e
Operacionais – SIBO , da SANESUL , referência – junho/98 ) :
· População Urbana : 625.914 hab.
· Percentual de Atendimento : 100%
· Vazões Demandadas ( sem as perdas ) : 5.943.067 m3/mês
· Perda de produção : 54,97 %
· Índice de Hidrometração : 96,12 %
· Índice de Micromedição : 98,79 %
O Sistema de Abastecimento de Água de Campo Grande é o maior do Estado e o mais
importante operado pela SANESUL, correspondendo a 44 % do faturamento da Empresa. O sistema
explora tanto o manancial superficial como o subterrâneo, perfazendo a produção de 1970,46 l/s. Os
mananciais superficiais explorados são os córregos Guariroba, Lageado e Desbarrancado.
O sistema adutor é constituído de 124.000m de adutoras de FoFo, PVC, e DEFoFo de 150 à
600mm. O sistema distribuidor é composto por uma extensão de 2.493.191 m de rede, nos seguintes
materiais PVC, FoFo, CA e DEFoFo, com diâmetros variando entre 50 e 150mm.
Campo Grande apresenta uma perda de produção de 54,97 % e de faturamento de 50,81
%, valores estes elevados se considerarmos, que para um sistema com suas características esses
valores deveriam estar na ordem de 30 %. Assim, é vital a implantação de um sistema de controle de
perdas no sistema.
4. IMPLANTAÇÃO DA PESQUISA DE VAZAMENTOS NÃO VISÍVEIS EM CAMPO GRANDE
O programa foi instituído na SANESUL em novembro de 1995, com a aquisição de
equipamentos suficientes para formação de 6 equipes. A pesquisa propriamente dita, teve início em
Campo Grande em janeiro de 1997, com 3 equipes operando regularmente.
Foi estimado que cada equipe teria condições de pesquisar 2 km por dia. Para 3 equipes
seriam 6 km por dia . Em Campo Grande, seria possível a conclusão da pesquisa em torno de 1 ano e 4
meses, o que não ocorreu, visto que foram pesquisados até então 14 % da rede do sistema. O principal
fator que levou à não conclusão da pesquisa em tempo esperado foi o fato de que os pesquisadores são
freqüentemente solicitados para auxiliar equipes de manutenção e operação.
Como os aparelhos permitem localizar qualquer ruído de vazamento, as equipes são
freqüentemente solicitadas para auxiliar na descoberta de causas geradoras de paradas bruscas no
abastecimento. É comum Sistemas de Abastecimento de Água com tubulações antigas, mal
dimensionadas, e fadigadas, sofrerem interrupções em seus trechos, causadas muitas vezes, pela alta
pressão na rede, tendo seus fluxos direcionados para galerias ou caminhos subterrâneos, não aflorando.
Nesses casos os aparelhos têm auxiliado na detecção dessas fugas. Essas pesquisas levam tempo,
8
pois exigem técnica e paciência, além de serem executadas em horários com poucos ruídos externos,
o que ocorre geralmente à noite e finais de semana.
4.1. Materiais adquiridos
A SANESUL adquiriu equipamentos para formação de 6 equipes de Pesquisa de
Vazamentos Não Visíveis.
4.2.Pesquisadores
Cada equipe é formada por técnicos com o seguinte perfil :
· Disposição física para trabalho no campo;
· Disponibilidade para trabalhar à noite e finais de semana;
· Disponibilidade para viajar;
· Boa audição;
· 2° grau.
Essas exigências se dão uma vez que os técnicos além de pesquisar, precisam preencher
formulários e elaborar relatórios.
4.3. Plano de trabalho
Em Campo Grande o plano de trabalho foi elaborado em função das equipes disponíveis e
dados obtidos quando do treinamento do engenheiros responsáveis. Foram obedecidos os seguintes
critérios :
a) Regiões com alto índice de vazamentos visíveis.
 Em todo local onde há grande quantidade de vazamentos visíveis, e o solo é permeável, a
possibilidade de existirem vazamentos não visíveis é alta.
b) Regiões com pressões altas.
c) Regiões com pressões entre 15 e 50 m.c.a.
 Destacadas as regiões com pressões elevadas, as que apresentarem valores superiores a
50 m.c.a. são eliminadas, pelo menos até que se tomem providências. Essas providências
consistem na setorização e/ou instalação de válvulas redutoras de pressões.
 d) Regiões com falta d’água.
 Muitas vezes a falta d’água é provocada pela ruptura da tubulação responsável pelo
abastecimento da região. Nesses casos é efetuada a pesquisa.
e) Regiões com tubulações antigas.
 Embora o correto seria a substituição de toda tubulação, nem sempre isso é possível.
Nesses casos a pesquisa é feita caracterizando as regiões críticas, onde a substituição é
mais urgente.
f) Regiões onde a pavimentação asfáltica será recomposta.
 Sempre que a Prefeitura for recapear o asfalto de alguma área, a mesma deverá ser
investigada. Evitando assim rompimento do mesmo, quando da execução dos reparos.
g) Sistemas isolados.
 Pela facilidade da medição das mínimas noturnas, onde 100% da região será medida.
Separadas as regiões que atendiam alguns dos itens acima, procedeu-se a pesquisa de
acordo com a prioridade do momento. Foram levantadas as plantas de cadastro de rede de toda Campo
Grande, bem como separadas as prioritárias. Para os sistemas integrados, levantou-se horários de
manobras e regiões críticas.
4.4. Relação custo x benefício
Baseando-se nos dados obtidos com as pesquisas efetuadas durante o treinamento dos
engenheiros, levantou-se a performance atingida, extrapolando-a para toda Campo Grande. Os dados
obtidos estão apresentados na tabela 4.1.
9
Período
(dias)
Bairro Pres-
são
Média
(m.c.a
.)
Extensão
de rede
pesqui-
sada
( Km )
Km
pesqui-
sado/di
a
Vaza-
mentos
encon-
trados
( un )
Vazão
Recu-
pera-
da
(m3/h)
Vaza-
mento
/Km
Vazão
/
Km
(m³/h/
Km )
Vazão
/Vaza-
mento
06 à
21/12/95
15 dias
úteis
More-
ninha
III
15 15,2 1,01 41 7,0 2,70 0,46 0,17
15 à
30/01/96
15 dias
úteis
Estrela
do Sul
e Vila
Carva-
lho
18 20,6 1,37 37 30 1,80 1,46 0,81
Total
30 dias
úteis
35,8 1,19 78 37 2,17 1,03 0,47
Tabela 4.1. – Pesquisa realizada em Campo Grande na Transferência de Tecnologia
O valor de 30 m3/h recuperado nos Bairros Estrela do Sul e Vila Carvalho, se deve ao fato
de ter sido encontrado um grande vazamento na rede do Conjunto Estrela do Sul. A vazão estimada
para este vazamento foi de 20 m3/h.
No início de 1996 a estimativa foi a seguinte, para Campo Grande:
· Extensão de rede : 1.737 Km
· Extensão pesquisada : 35,8 Km
· Extensão restante : 1.701,20 Km
· Km pesquisado/equipe/dia : 2,5 Km/equipe/dia
· N° vazamento/Km : 2,17
· Vazão/Km pesquisado : 0,50 m³/h/Km
· Vazão/Vazamento : 0,24 m³/h/vaz
Embora a média da vazão recuperada tenha sido 1,03 m³/h/Km, consideramos 0,50
m³/h/Km, uma vez que os valores encontrados no conjunto Estrela do Sul e Vila Carvalho foram altos.
Da mesma forma a vazão por vazamentos adotada foi 0,24 m³/h.
A extensão pesquisada, durante o treinamento, teve uma média de 1,19 Km/dia , visto que,
em função do próprio treinamento a pesquisa é mais lenta. Na prática consideramos o valor de 2,5
Km/dia , por equipe, e como em Campo Grande seriam 3 equipes, estimou-se 7,5 Km/dia. Os técnicos
estarão em função deste trabalho, e com experiência suficiente para atingirem este valor.
Com base nos dados acima obteve-se:
· Vazamentos a serem localizados : 3.828
· Volume a recuperar : 918,72 m3/h
· Período para 3 equipes : 267 dias úteis
Na época o m3 era faturado por R$0,60. Assim totalizamos R$551,23 / hora, como valor a
ser recuperado ao longo de um ano. Após pesquisar todo o sistema de Campo Grande, o retorno seria
de R$8.047.987,00 , considerando que não haveriam novos vazamentos, pois se houvessem teríamos
novas perdas físicas e com isso menor retorno financeiro.
10
O gasto na aquisição dos equipamentos foi de R$ 774.002,78, conforme tabela 4.2.
Consultoria Equipamentos
· 1 quadrina eletrônica,
· 1 notebook,
· 1 haste de escuta de 1.500mm,
· 1 geofone eletrônico,
· 1 barra de perfuração.
· 6 veículos tipo van,
· 6 quadrinas eletrônicas,
· 6 notebooks,
· 12 hastes de escuta de 1.000 mm,
· 12 hastes de escuta de 1.500 mm,
· 6 barras de perfuração,
· 6 geofones eletrônicos,
· 6 locadores de massa metálica,
· 6 locadores de tubulações metálicas,
· 6 locadores de tubulações não metálicas,
· 6 correlacionadores de ruídos,
· 6 trenas eletrônicas,
12 registradores gráficos de pressão
R$ 93.650,00 R$ 680.352,78
Tabela 4.2. – Gastos com equipamentos e consultoria
Como em 267 dias úteis é possível recuperar R$ 8.047.987,00 , basta o trabalho de 22 dias
úteis, ou seja, menos de 1 mês, para que todo investimento seja recuperado. Investimento este,
revertido após um ano de faturamento.
É importante observar que o retorno acontece com 3 equipes pesquisando em Campo
Grande. Daí, a certeza do ótimo investimento.
5. MÉTODO UTILIZADO
São diversas as formas utilizadas para pesquisar vazamentos não visíveis, desde a simples
vistoria em galerias de águas pluviais até a varredura total do sistema. A SANESUL optou pelo último,
ou seja, percorrer cavalete por cavalete do Sistema de Abastecimento de Água , seguindo então, para o
geofonamento das redes de distribuição e adutoras.
A Pesquisa de Vazamentos Não Visíveis com aparelhos específicos consiste em detectar
ruídos de vazamentos provocados pela passagem da água pressurizada, através de danos nas
tubulações, sejam eles fissuras, fendas ou mesmo rupturas. Em se tratando de trabalho específico, é
de vital importância a obediência de pré requisitos, bem como do método empregado.
Definidas as áreas onde serão realizadas as pesquisas de vazamentos, inicia-se o
programa.
a) Medição das vazões e pressões máximas e mínimas
b) Preparação
c) Escuta de ruídos nos cavaletes
d) Confirmação
e) Localização das tubulações
f) Correlação de ruídos de vazamentos
g) Atividades de escritório
h) Acompanhamento de reparos
i) Relatórios
6. ÁREA PESQUISADA EM CAMPO GRANDE
Os dados foram consistidos, apresentando os seguintes resultados :
341,50 km de rede pesquisada
526 vazamentos não visíveis, onde 95% em ramais
264,72 m³/h de vazão recuperada
0,51 m³/h/vazamento
1,54 vazamento/quilômetro
529 fraudes
11
Admitindo o valor do m³ faturado pela SANESUL de R$ 0,82 , teremos R$ 156.302,50
recuperados por mês.
A Pesquisa em Campo Grande teve início em janeiro de 1997 . Desde o início à fevereiro
de 1998, observou-se diversos fatores que levaram ao não cumprimento da expectativa gerada, quando
houve o treinamento dos técnicos, dentre eles destacam-se :
· O suporte dado às equipes de operação e manutenção, em função da eficiência dos
aparelhos, principalmente do geofone eletrônico e dos locadores de tubulações, provocou o
desvio do foco da pesquisa;
· Atendimento às solicitações de pesquisa de vazamentos internos. Esse trabalho é lento e
requer maior habilidade que na rede de distribuição ,visto que a precisão deve ser maior para
reduzir o custo do reparo.· Não foram previstos os dias de chuvas. Nesses dias o trabalho de pesquisa é suspenso,
pois o barulho da água da chuva não permite a escuta. Cerca de ¼ do período teve chuva.
· Atendimento às atividades pitométricas. A equipe de pitometria da regional de Campo
Grande foi desmontada, parte dos técnicos foram para a pesquisa de vazamentos, parte para
o programa PCQO.
· Atendimento às regionais do interior. Os técnicos da pesquisa, eventualmente, dão suporte
ao setor de macromedição e pitometria da Sede Administrativa da SANESUL.
Todas essas demandas contribuíram para o não cumprimento do prazo previsto de 267
dias úteis, sendo 15 meses, para conclusão da pesquisa em Campo Grande, com as 3 equipes em
funcionamento. Foi pesquisada apenas 14% da extensão total da rede, que hoje é de 2.486.827 m.
Mesmo não atingindo as expectativas, o investimento já foi recuperado. Os técnicos estão
especializados, com capacidade de atingir altos índices de quilômetro pesquisado por dia, e alto índice
de acerto, chegando a 95%.
Outros benefícios indiretos trazidos com a implantação do programa foram os auxílios
prestados às equipes de operação e manutenção, agilizando a solução de problemas e eliminando
grandes perdas no sistema.
A pesquisa em Campo Grande vem sendo feita desde janeiro de 1997, totalizando cerca de
350 dias úteis. Foram pesquisados 341,50 Km de rede obtendo-se 0,97 Km/dia/3equipes, onde para
cada equipe tem-se 0,33 Km/dia/equipe. Este índice é comprovadamente baixo.
Com isto, pode-se concluir que algumas atitudes deverão ser tomadas antes da
implantação do programa, como :
1. Certificar-se do desempenho das equipes de pitometria disponíveis, pois uma área não
poderá ser criada, com o desfalque de outra;
2. Preparar equipe específica para auxiliar às áreas de operação e manutenção;
3. Se não for instituída na empresa a pesquisa interna, eliminar esta atividade dos
pesquisadores, impedindo o desvio do foco;
4. Prever períodos de chuvas, fazendo programação específica, como pesquisas e
levantamentos das áreas pesquisadas e a serem pesquisadas, reavaliação da metodologia e
reciclagem das atividades;
5. Vincular as equipes ao setor de manutenção;
6. Igualar salários dos pesquisadores, pois as funções são as mesmas.
O acompanhamento dos reparos, por ser de suma importância para levantamento dos
benefícios proporcionados com a pesquisa, está sendo feito por uma equipe de pesquisadores. São
técnicos treinados e em condições de estarem pesquisando. Esta atividade deve ser eliminada, ficando
a responsabilidade do acompanhamento às próprias equipes de reparo de vazamentos.
Assim, é de extrema importância o remanejamento de uma equipe de reparo, devidamente
equipada e treinada. Esta equipe deverá receber treinamento específico, além de tratamento
diferenciado das demais equipes, por exigir maior eficiência de seus técnicos.
O acompanhamento somente poderá ser eliminado se existir setorização na região
pesquisada, podendo medir a vazão recuperada com o auxílio da quadrina eletrônica. Isto, depois de se
ter um perfil das condições da rede e ramais, bem como as principais causas dos vazamentos.
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7. PROJETO IDEAL
Em vista do que foi apresentado, podemos agora elaborar um modelo ideal para a
execução do trabalho de Pesquisa de Vazamentos Não Visíveis. Esse modelo nada mais é que o
complemento do utilizado pela SANESUL, uma vez que o resultado foi positivo.
7.1. Objeto
Trata-se da caracterização do projeto. Pode ser a pesquisa única e exclusivamente, ou,
além da pesquisa, disponibilizar suporte às equipes de operação e manutenção.
7.2. Componentes
Os componentes são : Coordenador e Pesquisadores.
Os técnicos designados para o trabalho deverão atender os pré requisitos :
· Disposição física para trabalhar no campo.
· Idade entre 18 e 40 anos, uma vez que o tempo ideal para domínio dos equipamentos é de 1
ano. Tempo este, longo para preparar novos técnicos, caso saia algum durante o projeto.
· Disponibilidade para viajar, caso esteja previsto o suporte técnico de pesquisa em outras
localidades,
· Boa audição.
· 2° grau completo.
· Conhecimento em pitometria, caso sejam designados a atenderem às áreas de manutenção
e operação do sistema.
Os demais conhecimentos, como hidráulica e pitometria, poderão ser adquiridos durante o
treinamento, e mesmo com o tempo na atividade, caso o último tópico não esteja previsto.
Cabe ao coordenador :
· Coordenar o trabalho das equipes, direcionando o foco, para atingir as metas pré
estabelecidas;
· Coordenar o preenchimento dos formulários;
· Consolidar os dados coletados em relatórios específicos;
· Não deixar faltar equipe de manutenção;
· Providenciar suporte técnico sempre que necessário;
Cabe ao pesquisador :
· Pesquisar as áreas a ele designadas;
· Preencher corretamente os formulários;
· Zelar pelos equipamentos;
· Solicitar suporte técnico sempre que necessário;
· Comunicar ao coordenador qualquer irregularidade na pesquisa;
· Orientar os usuários, caso esteja ao seu alcance, com educação e atenção;
· Nunca retrucar ofensas eventualmente recebidas durante o trabalho no campo.
7.3. Plano de trabalho
7.3.1. Análise do Sistema de Abastecimento de Água
Essa é a principal fase do projeto, uma vez que será nesta fase a determinação das áreas
a serem pesquisadas. Para tanto faz-se necessário levantar:
a) A perda na distribuição;
b) Dados cadastrais e operacionais do sistema;
c) Áreas críticas :
· perda elevada;
· materiais de baixa resistência;
· redes antigas;
· pressões elevadas;
· alto índice de vazamentos visíveis.
d) Horários de manobras;
e) Levantamento das pressões, medidas através de registradores gráficos.
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Para os casos onde as pressões são elevadas e torna-se necessário a instalação de
válvulas redutoras de pressão, alguns cuidados deverão ser tomados. Uma vez instalada a válvula, a
pressão diminui, diminuindo também a incidência dos vazamentos visíveis e não visíveis. Ocorrerá
então, o surgimento de novos vazamentos não visíveis, uma vez que os visíveis, com pressões menores,
não mais irão aflorar. Para evitar esses fatos, é necessário o levantamento das áreas onde há grande
incidência de vazamentos visíveis, catalogando a localização dos mesmos. Com isso, quando a válvula
estiver instalada, esses pontos serão vistoriados com atenção especial.
7.3.2. Diagnóstico do Sistema de Abastecimento de Água
Levantados todos os dados necessários para análise do sistema, elabora-se o diagnóstico
do mesmo, onde serão destacadas as localidades que deverão ser pesquisadas, bem como as
recomendações do método e procedimentos a serem implantados.
É nesta etapa que deverá ser elaborada a relação benefício x custo do projeto. Essa
relação será obtida baseando-se na pressão local, volume fornecido e micromedido, material da rede,
tipo de solo e extensão a ser pesquisada; confrontada com os custos de reparo dos vazamentos e da
equipe de pesquisadores.
7.3.3. Projeto
7.3.3.1. Priorização das áreas
Destacadas as regiões que serão pesquisadas, o próximo passo será a priorização das
mesmas.
a) Pressão entre 40 e 50 m.c.a.
b) Tubulações antigas.
c) Alto índice de vazamentos visíveis.
d) Maior relação benefício x custo, projetada.
7.3.3.2. Identificação dos processos
Definida a área, faz-se o levantamento dos dados e informações necessárias, como:
· Localização de registros;
· Localização dos poços e reservatórios;
· Localização das adutoras;
· Identificação dos mapas da região.
7.3.3.3. Estratégia de controle
Nesta fase deve-se levantar informações extras, as dos relatórios usuais, de acordo com o
objetivo da pesquisa e anseio da diretoria.
7.3.3.4. Sistema de informações
Consiste na elaboração dos relatórios específicos, e dos usuais. Nesse caso o
coordenador do projeto, deverá consolidar os dados dos relatórios, facilitando o andamento das
atividades.
Os relatóriosrotineiros são :
a) Relatório de vazamentos para equipes de reparos;
b) Imóveis onde a pesquisa não pode ser efetuada;
c) Ligações irregulares;
d) Locais suspeitos de fraudes;
e) Registros vazando;
f) Relatórios de reparos de vazamentos;
g) Consolidado mensal;
h) Consolidado acumulado.
Os relatórios específicos podem ser :
a) Performance do pesquisador;
b) Causas dos vazamentos;
c) Reação dos usuários;
d) Períodos de chuvas;
e) Horários de maior rendimento do trabalho, por região da cidade;
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7.3.3.5. Manutenção
O coordenador deverá elaborar proposta de execução dos reparos, trocas de registros, e
outras atividades conforme dados dos relatórios gerados.
Deverão estar à disposição das equipes de pesquisa, uma equipe de reparo de vazamentos
e uma retro escavadeira. Essa equipe deverá ser permanente, e composta pelos mesmos integrantes,
assim poderão receber o treinamento de coleta de dados, dos próprios pesquisadores. Desta forma, o
quilômetro pesquisado por equipe, atingirá índices satisfatórios.
7.3.4. Implantação do projeto
7.3.4.1. Definição das metas
Para cada região deverão ser estabelecidas as metas de acordo com as condições
observadas, quando do diagnóstico da mesma. As metas mais importantes são:
· tempo para conclusão da pesquisa,
· número de vazamentos por quilômetro,
· vazão à ser recuperada.
7.3.4.2. Sistema de informações
Uma vez definidos os relatórios, os mesmos deverão ser entregues às equipes, que por
sua vez os preencherão de acordo com orientações recebidas do coordenador.
7.3.4.3. Elaboração dos relatórios e consolidados
Preenchidos, os relatórios, esses irão se transformar em consolidados. Os mesmos
deverão ser elaborados conforme as áreas de origem.
Os relatórios consolidados devem conter informações sobre:
· vazão recuperada,
· extensão pesquisada,
· número de vazamentos por quilômetro,
· e outras de acordo com interesse da companhia.
É nesta fase que os resultados são observados.
7.4. Relação benefício x custo obtida
Baseando-se nos dados coletados, elabora-se a relação benefício x custo da pesquisa
efetuada. Essa relação deverá ser confrontada com a relação benefício x custo projetada, quando da
escolha da área, observando-se então a eficácia do projeto.
8. CONCLUSÃO
O Projeto de Pesquisa de Vazamentos Não Visíveis, como demonstrado no itens
anteriores, é benéfico a qualquer Sistema de Abastecimento de Água. Apesar disso, algumas
considerações devem ser observadas para que o mesmo produza o efeito desejado.
As equipes de pesquisa deverão estar subordinadas apenas ao Gerente Regional, e
coordenados pelo Engenheiro responsável pelo projeto. É comum as equipes estarem subordinadas à
área operacional, o que facilita o desvio do foco estabelecido para o projeto.
Sempre que as equipes estiverem subordinadas à área operacional ou a de manutenção,
estarão sujeitas a atender demandas emergenciais do sistema. Isso provoca dispersão das atividades
de pesquisa, embora estejam atendendo graves problemas da Empresa.
Essas atividades, quando não controladas, podem provocar desvio de metas, prejudicando
o sucesso do programa.
O ideal é que as equipes designadas às pesquisa de vazamentos, não sejam solicitadas
para nenhum outro trabalho, até que os seus estejam concluídos. Deverão sim, serem montadas
equipes próprias para atenderem essas demandas.
Essas equipes deverão ser compostas por Técnicos em Pitometria, que receberão o
mesmo treinamento dos pesquisadores, e atenderão as solicitações operacionais e da manutenção,
sempre que necessário.
Os pesquisadores deverão receber ao longo do projeto, conhecimento em pitometria,
tornando-se técnicos nessa área; podendo ser remanejados no futuro, para o setor de pitometria. Assim,
poderão ser feitos revezamentos entre os técnicos, para realização da pesquisa, e atendimento das
demandas extras.
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Outro aspecto de suma importância é a medição da perda recuperada, bem como o
levantamento da situação das redes e causas da existência dos vazamentos, por região. É comum que
o acompanhamento seja feito pelos próprios pesquisadores, porém o ideal é que a própria equipe de
reparo receba o treinamento devido e preencha corretamente o relatório de acompanhamento de reparo.
Desta forma os pesquisadores poderão se dedicar exclusivamente à pesquisa
Se durante o levantamento de informações sobre as perdas e a situação do Sistema de
Abastecimento de Água, forem observadas causas que poderão ser as principais causadoras do
resultado colhido, como o índice de perda evidenciado pela baixa hidrometração, o projeto deverá ser
imediatamente paralisado.
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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
( 1 ) ANAIS, 17° Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Tema central –
Saneamento Ambiental, Ação de Saúde Pública. “ Redução de Perdas em Redes de
Abastecimento – Avaliação Metodológica”, pág. 3. Natal, setembro/1993.
( 2 ) ANAIS, Seminário Internacional CIB W 62. Instalações hidráulicas e saneamento para regiões
em desenvolvimento. São Paulo, setembro/1987.
( 3 ) BÁGGIO, Mário Augusto. Metodologia para Controle de Perdas em Sistemas de Distribuição de
Água, através de “Relatório Explodido”. SANEPAR – Londrina – Paraná, agosto/1989.
( 4 ) COELHO, Adalberto Cavalcanti. Apostila do Curso – Medição de Águas e Controle de Perdas.
ABES Rio de Janeiro, 1983.
( 5 ) DIB, Mario Edmundo Miguel. Apostila do Curso – Redução e Controle de Vazamentos. São
Paulo , 1983.
( 6 ) FILHO, Bento G. César. Apostila do Curso – Controle de Perdas. Campo Grande, abril/1995.
( 7 ) GUIAS DE TRABAJO. Philip Jeffcoate y Arumukham Saravanapavan. La reducción y el control
del água no contabilizada. Documento Técnico del Banco Mundial, número 725. Série
administracion de operaciones de abastecimento de água.
( 8 ) REVISTA DAE, Ano XLI, n° 126. 11° Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental.
“Pesquisa e Controle de Perdas em Sistemas de Abastecimento de Água, pág. 50. Fortaleza,
setembro/1981.
( 9 ) SANESUL, BBL – Bureau Brasileiro s/c Ltda. Apostila do Curso – Transferência de Tecnologia
de Detecção de Vazamentos Não Visíveis, Medição de Vazão e Pressão. Fevereiro/1996.
( 10 ) SANESUL, LYSA ( Lyonnaise Des Euax Services Associes ), Grupo ETEP, Construtora
Passarelli Ltda. Programa de Desenvolvimento Operacional – Proposta Técnica. Campo Grande,
1995.
( 11 ) SABESP, LYSA ( Lyonnaise Des Euax Services Associes ). Programa de redução de Águas
Não Faturadas. São Paulo, outubro/1993.
( 12 ) SIMPOSIUM. Sociedad General de Águas de Barcelona, S.A. The water economy. Barcelona,
Espanha – 26 à 28 mayo, 1993.
( 13 ) WATER AUTHORITIES ASSOCIATION. Leakage Control Policy and Pratice. Agosto/1985.
( 14 ) WATER AUTHORITIES ASSOCIATION & WATER RESEARCH CENTRE. Leakage Control
Policy and Pratice. Agosto/1995.
( 15 ) WATER RESEARCH CENTRE. A guide to short term flow surveys of sewer systems. Frankland
Road, Swindon, 1987.
17
10. GLOSSÁRIO
ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária
AWWA American Water Work Association - Associação Americana dos Trabalhadores
da área de saneamento
C.A. Cimento Amianto
Datta Logger Armazenador eletrônico de dados
DEF°F° Diâmetro Equivalente a Ferro Fundido
E.E.A.B Estação Elevatória de Água Bruta
E.E.A.T Estação Elevatória de Água Tratada
ENERSUL Empresa Energética de Mato Grosso do Sul
E.T.A. Estação de Tratamento de Água
F°F° Ferro Fundido
F°G° Ferro Galvanizado
Golpe de Aríete Elevação ou redução súbita da pressão interna da tubulação, em virtude do
rápido fechamento, ou abertura, de válvulas e registros
Kit Conjunto de peças, que compõem parte de um equipamento
M.c.a. Metro Coluna de Água ( unidade de pressão )
Macromedição Medição feita com equipamentos específicos denominados macromedidores em
tubulações nos Sistemas de Abastecimento de Água
Micromedição Medição feita com equipamentosespecíficos denominados hidrômetros em
cavaletes localizados entre o ramal predial nos Sistemas de Abastecimento de
Água e o ramal interno dos imóveis abastecidos
P.C.Q.O. Planejamento e Controle da Qualidade da Operação
P.V.C. Cloreto de Polivinila
Quadrina Eletrônica Equipamento Eletrônico que efetua leitura de vazão e pressão de uma tubulação
em carga
S.A.A. Sistema de Abastecimento de Água
SANESUL Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul
SIBO Sistema de Informações Básicas e Operacionais da SANESUL
TAP Peça utilizada na tubulação, para permitir a instalação de equipamento de
medição
TQC Total Qualit Control - Controle da Qualidade Total
Ventosa Equipamento utilizado para expulsar o ar das tubulações

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