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1 Curso de Fisioterapia Raquel Santos de Freitas CONSIDERAÇÕES ERGONÔMICAS NO PERÍODO GRAVÍDICO E PUERPERAL Rio de Janeiro 2008 2 RAQUEL SANTOS DE FREITAS CONSIDERAÇÕES ERGONÔMICAS NO PERÍODO GRAVÍDICO E PUERPERAL Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de Fisioterapia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito para obtenção do título de Fisioterapeuta. Orientador: Profª Ivone Brauns. Rio de janeiro 2008 3 RAQUEL SANTOS DE FREITAS CONSIDERAÇÕES ERGONÔMICAS NO PERÍODO GRAVÍDICO E PUERPERAL Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de Fisioterapia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito para obtenção do título de Fisioterapeuta. Aprovada em: ____/____/2008. BANCA EXAMINADORA Prof. Universidade Veiga de Almeida - Presidente da Banca Examinadora. Prof. Universidade Veiga de Almeida - Membro da Banca Examinadora. Prof. Universidade Veiga de Almeida - Membro da Banca Examinadora. 4 Dedico aos meus pais, que tiveram extrema importância na realização e conclusão deste trabalho, por não permitirem que eu desistisse do curso, por me apoiarem e terem me dado forças em todos os meus momentos de fragilidade. Dedico ainda às minhas irmãs, a todos os outros familiares e aos meus amigos pelo companheirismo durante nossa jornada. Dedico principalmente a Deus, pois dele recebi o dom da vida para com todas essas pessoas maravilhosas eu poder compartilhar esse momento de imensa alegria e realização! 5 À minha querida orientadora, Professora Ivone Brauns, pelos conselhos sempre úteis e precisos com que, sabiamente, conduziu este trabalho. 6 “A vida é para nós o que concebemos dela. Para o rústico cujo campo lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império ainda lhe é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida”. Fernando Pessoa 7 RESUMO Todas as modificações anatômicas e fisiológicas trazem desconforto à mulher gestante, contudo são consideradas normais na gravidez sadia. Quando estes desconfortos se somam a algumas atividades de trabalho ou não adaptação ao mesmo, pelo uso inadequado dos equipamentos, utensílios e mobiliários utilizados, pode acarretar riscos que comprometem a saúde da trabalhadora gestante. Este fato pode prorrogar-se além da gravidez, afastando a trabalhadora de suas atividades, não apenas no período gestacional, mas após o parto ou até mesmo invalidando-a para atividades produtivas. A Ergonomia e a Obstetrícia, embora, sejam disciplinas científicas diferenciadas, estão ajudando na construção desta fundamentação, pois ambas trabalham com o mecanismo fisiológico do corpo humano e a maneira que é utilizado para o desenvolvimento das atividades, ou seja, visando a promoção da saúde e prevenção de agravos que possam ser desencadeados na relação entre trabalho e gravidez. Palavras-chave: Ergonomia, gravidez, trabalho, atividades laborais. ABSTRACT All anatomical and physiological changes bring discomfort to the pregnant woman, but are considered normal in healthy pregnancy. When these are added to some discomfort at work or activities not adapt to it, by misuse of equipment, utensils and furniture used, could pose risks that threaten the health of the pregnant woman. This fact can extend itself beyond the pregnancy, a woman away from their activities, not only during pregnancy but after childbirth or even disabling it to productive activities. The Ergonomics and Obstetrics, though, are different scientific disciplines, are helping in the construction of this reasoning, because both work with the physiological mechanism of the human body and how it is used for the development of activities that is aimed at health promotion and prevention of disorders that can be triggered in the relationship between work and pregnancy. Keywords: Ergonomics, pregnancy, work, work activities 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO..................................................................................................................09 CAPÍTULO 1 MUDANÇAS FÍSICAS E FISIOLÓGICAS NA GRAVIDEZ .............10 1.1 Modificações Gerais .....................................................................................................11 1.1.1 Sistema Endócrino.......................................................................................................12 1.1.2 Progesterona, Relaxina, Prolactina, Ocitocina ............................................................12 1.2 Sídromes Dolorosas da Gestação ................................................................................15 1.2.1 Postura e Gravidez ......................................................................................................16 CAPÍTULO 2 PUERPÉRIO .............................................................................................17 2.1 Posicionamento Durante a Amamentação .................................................................21 2.1.1 A Fisioterapia no Período Puerperal Atuando na Diástase dos Retos Abdominais ...23 2.1.2 Exercícios Corretivos para Correção da Diástase dos Retos Abdominais ..................25 2.2 Ergonomia.....................................................................................................................27 2.2.1 Gravidez e sua Relação com Aspectos Ergonômicos e Laborais................................29 2.2.2 Fatores de Riscos Ocupacionais e sua Relação com o Processo Gestacional.............31 CAPÍTULO 3 ORIENTAÇÕES POSTURAIS BÁSICAS PARA GESTANTES........35 3.1 Considerações Ergonômicas do Período Gravídico e Puerperal .............................36 3.1.1 Ginástica Laboral ........................................................................................................37 3.1.2 Cuidados ao Dirigir .....................................................................................................41 3.2 Auto-cuidados...............................................................................................................43 3.2.1 Idumentária (Com Ênfase na Qualidade do Conforto)................................................44 3.2.2 Atividades Domésticas................................................................................................47 CONCLUSÃO ....................................................................................................................50 REFERÊNCIAS .................................................................................................................51 9 INTRODUÇÃO Acredita-se que o homem, adaptando-se à postura ereta vai buscar um equilíbrio funcional ideal, uma melhorpostura para executar suas atividades de vida diária, tanto domiciliar quanto profissional. Diversos fatores interferem na postura. Os fatores mecânicos, no que diz respeito à alteração da força e resistência muscular, quando há fraqueza muscular e o baixo nível de reserva de energia fazem com que o indivíduo adote uma postura de descanso a fim de conservar energia, assim alterando sua condição postural. Fatores traumáticos derivam de uma lesão direta ou indireta do aparelho locomotor. Os hábitos, ou seja, a repetição de determinados movimentos, podem resultar no encurtamento, alongamento ou diminuição da força dos músculos. O costume de utilizar determinados objetos pode desencadear uma alteração postural secundária. Podemos citar o uso de bolsas à tiracolo, mochilas, malas pesadas e sapatos com salto exageradamente altos (CHAFFIM, 2001). Conhecer o próprio corpo pode ser um fator que altera e colabora na regulação da postura e isto está ligado ao fator emocional. O quadro emocional se reflete no padrão postural do indivíduo. Em geral indivíduos confiantes, positivos, apresentam um padrão postural adequado, ocorrendo o contrário com indivíduos deprimidos e insatisfeitos. O trabalho emocional está diretamente relacionado com as funções musculares e fisiológicas (BRICOT, 2001). A gravidez é o início de uma modificação corporal onde o útero inicia um processo de expansão que ocasiona aumento das curvaturas ósseas, principalmente, a curvatura lombar e o complexo ósseo do quadril. A coluna e a sua função de eixo de sustentação vão sofrer o impacto do peso anterior desenvolvido pelo abdome em expansão e isto leva uma desarmonia das cadeias musculares. A cadeia muscular anterior vai sofrer um processo de estiramento enquanto que, a cadeia posterior ficará sob estresse de tensão muscular constante. Isto pode determinar lassidão dos ligamentos vertebrais bem como, rotação das vértebras e, por conseguinte, imobilizar os nervos (DE CONTI, 2003). A circulação sangüínea também é outro problema presente, principalmente, do ponto de vista venoso. O retorno sangüíneo vai sendo prejudicado progressivamente ao longo dos noves meses, o peso do abdome faz com que os vasos sejam comprimidos, dificultando o retorno e propiciando edemas distais e assim, formação de varizes devido a estase venosa formada (SOUZA, 2002). 10 CAPÍTULO I - MUDANÇAS FÍSICAS E FISIOLÓGICAS NA GRAVIDEZ São várias as modificações anatômicas que ocorrem durante o período gestacional, modificações estas que devemos levar em conta para efetuarmos qualquer atividade física na gestante. A parede abdominal é a primeira a sentir as modificações: o útero tem seu eixo vertical e exige dela uma sustentação total, deslocando o centro de gravidade da mulher, o que resulta em uma rotação pélvica e uma progressiva lordose lombar. A estabilidade acontece através de um trabalho maior da musculatura e ligamentos da coluna vertebral. À medida que o volume do abdome aumenta, mais a postura da gestante se modifica. Com o abdome aumentado, para não cair para frente, ela força o glúteo para trás, o que ocasiona dores e desconfortos nas costas e na região lombar. Em algumas gestantes, existe uma separação nos músculos do abdome, indo metade para cada lado, formando um "vergão" ou linha no meio do abdome. Esses "vergões" podem ter coloração que varia do vermelho ao azulado, dependendo de cada tipo de pele (REZENDE, 2002). A cintura pélvica tem sua mobilidade articular aumentada em aproximadamente 60%, pois seus ossos, unidos por fibrocartilagens, sofrem diretamente a ação da relaxina (hormônio produzido para afrouxar os ligamentos pélvicos). O quadril aumenta seu tamanho para ampliar o espaço e abrigar o bebê e a gestante para andar tem que voltar os pés para fora – Marcha Anserina. O diafragma fica pressionado pelo aumento uterino, dificultando a respiração da gestante. O aumento da barriga dificulta a respiração e a própria natureza se encarrega de acertar isso, passando a gestante a respirar mais no peito do que no abdome, no final da gestação. A respiração abdominal deve ser treinada para se ter os músculos do abdome fortalecidos, oxigenando também o bebê e realizando o trabalho de relaxamento. O estômago tem seu eixo alterado de vertical para horizontal, tornando o processo digestivo alterado e mantendo por mais tempo a presença de enzimas digestivas. Durante a gravidez, o estômago desloca-se para cima e para trás, para poder dar espaço para o bebê; isso ocasiona bastante mal- estar às gestantes, e para que sintam algum alívio devem comer pouco e várias vezes ao dia, além de evitar alimentos ácidos, fortes e condimentados, que possam dificultar ou tornar a digestão mais demorada (SOUZA, 2002). As glândulas mamárias têm seu volume aumentado, ocasionando uma maior solicitação dos músculos dorsais e peitorais, além de uma flexão anterior da coluna cervical aumentada. Com os seios aumentados pela presença do leite, além de mudanças 11 na postura, existe um desconforto em manter posições por muito tempo. Por exemplo, ficar muito tempo em pé ou sentada causa grande desconforto algumas vezes. Para que isso seja aliviado, devem-se alternar posturas e sempre que possível alongar-se ou simplesmente espreguiçar-se (SPERANDIO, 2003). Modificações Gerais A gestação normal está associada a ajustes fisiológicos e anatômicos que acarretam acentuadas mudanças no organismo materno necessárias ao perfeito crescimento e desenvolvimento fetal. Desde o início da gravidez, estas mudanças afetam o funcionamento habitual dos sistemas circulatório, respiratório, digestivo, urinário, músculo-esquelético, entre outros, sendo este um processo de transformações e adaptações que em algumas mulheres trazem conseqüências que podem resultar em dor e limitações em suas atividades diárias (ALMEIDA e SOUZA, 2002). No período gestacional, o aumento de cada célula acontece em função do acúmulo de líquidos, sais minerais e muitas outras substâncias. O aumento líquido ocorre no tecido e os vasos sangüíneos e linfáticos também tem uma considerável alteração de volume (edemas constantes). Os tecido cutâneo e subcutâneo distendem-se alterando consideravelmente a silhueta feminina. A musculatura, impregnada de líquido, tem seus ligamentos e tendões afrouxados, os quais se tornam incapazes de funcionar como sustentadores. Todos os movimentos devem ser cuidadosos, pois existe um risco maior de lesões nas articulações (ROMEM, 1999). Os tecidos cartilaginosos e ósseos sofrem também modificações, mais acentuadas, na cartilagem da sínfise púbica, nas articulações sacro-ilíacas e nos discos intervertebrais, que recebem carga aumentada durante todo o processo gravídico. Os ossos estão bem mais frágeis e com seus ligamentos mais frouxos, por isso, não se deve trabalhar com carga exagerada nos exercícios, para não aumentar os riscos de lesões. O aparelho locomotor apresenta dificuldades devido à diminuição da rigidez do aparelho ligamentoso, o andar da gestante é modificado – marcha anserina – e ao ficar parada passa a empurrar o abdome para frente, alterando assim sua postura e fazendo com que sinta dores e desconfortos (SPERANDIO, 2003). 12 Sistema Endócrino O sistema endócrino está envolvido em mudanças significativas na gravidez. Essas alterações são moduladas, em parte, pelos ovários e unidade fetoplacentária e pelas glândulas endócrinas da mãe. A placenta pode ser considerada como o principal órgão endócrino da gravidez, isoladamente ou em conjunto com o feto, modula a homeostase da mãe e do feto (ROMEM, 1999). Progesterona A progesterona é produzidaprimeiro pelo corpo lúteo, depois pela placenta, utilizando-se do colesterol materno como fonte primária. No corpo lúteo são produzidos cerca de 30 mg por dia até a 10ª semana de gestação, depois disto declina. A placenta começa um aumento da produção de progesterona em aproximadamente 10 semanas, o que de início suplementa aquela do corpo lúteo e depois assume completamente o papel. A quantidade produzida cresce abruptamente de aproximadamente 75 mg por dia em 20 semanas para 250- 300 mg por dia em 40 semanas (POLDEN, 2000). Os efeitos mais profundos da progesterona incluem a conversão do endométrio proliferativo em endométrio secretor e em seguida para decídua, redução da tonicidade da musculatura lisa em órgãos maternos, levando a alterações no estômago, cólon, bexiga, ureteres, vasos sangüíneos, entre outros, aumento da temperatura corpórea, depósito de gordura, estímulo da natriurese, e por sua vez, produção aumentada de aldosterona, desenvolvimento das células alveolar e glandular produtoras de leite e estimula o centro respiratório, aumentando a freqüência e a amplitude respiratórias. A progesterona talvez participe do equilíbrio da secreção de HCG e contribua ao metabolismo ósseo em interação com receptores de glicocorticóides (REZENDE e LINHARES, 2002). 13 Relaxina É um hormônio somente observado em mulheres grávidas. É produzido nos primeiros estágios da gravidez pelo corpo lúteo e a partir da 12ª semana em diante, pela placenta. A relaxina está presente no organismo materno desde a segunda semana de gestação, sendo produzida em grandes quantidades durante o primeiro trimestre, depois reduz em cerca de 20%, continuando a ser produzido até o nascimento. A finalidade da relaxina é proporcionar a substituição gradual do colágeno em tecidos alvo (articulações pélvicas, cápsulas articulares, cérvix) com uma forma remodelada e modificada que tem uma maior extensibilidade e flexibilidade, inibir a atividade miotrial durante a gravidez, e ainda pode ter um papel na marcante habilidade do útero em distender-se, na produção do tecido conjuntivo de suporte adicional necessário para o crescimento das fibras musculares, no amadurecimento cervical e no crescimento mamário. A produção da relaxina cessa depois do parto, visto que a placenta é o principal responsável pela sua produção. Entretanto, os efeitos da relaxina sobre o colágeno podem persistir por até cinco meses depois do parto, embora se reduzam bastante durante esse período (POLDEN, 2000). Prolactina Esse hormônio é secretado pela hipófise anterior da mãe, e sua concentração sangüínea aumenta uniformemente desde a quinta semana de gestação até o nascimento da criança, quando apresenta elevação de 10 a 20 vezes em relação ao nível normal não- gravídico. A prolactina é responsável pelo crescimento da glândula mamária na gravidez e ocupa um papel importante no metabolismo hidrossalino, no metabolismo lipídico, na função renal e no metabolismo da glicose, influenciando na cinética de reações enzimáticas importantes. Além disso, é provável que a ação da prolactina na mediação da síntese de lactalbumina seja inibida durante o curso da gravidez pelo hormônio esteróide-progesterona que após o parto, com a remoção da influência inibitória da progesterona, pode prosseguir a lactação. Durante o início da lactação existem surtos pulsáteis de secreção de prolactina, em resposta à sucção. A hipófise fetal produz prolactina e no termo a concentração média na veia umbilical é superior à do sangue materno. Não é conhecido o papel fisiológico da prolactina fetal, tendo sido 14 sugerida uma participação na maturação pulmonar. A prolactina também se encontra no líquido amniótico, sendo o nível muito maior do que no sangue materno ou fetal. Tudo indica que esta prolactina produzida localmente participa da regulação osmótica do volume de líquido amniótico (GUYTON e HALL, 2002). . Ocitocina A ocitocina é produzida pelos núcleos paraventricular e supra-ótico do hipotálamo e armazenada no lobo posterior. Os níveis de ocitocina são altos no sangue arterial do cordão umbilical e máximos no parto vaginal e menores antes do início do parto. Como atravessa facilmente a barreira placentária, uma de suas funções é atingir o miométrio para produzir contrações e determinar o parto. Também produz contrações nas células mioepiteliais da mama, que promovem a ejeção do leite dos alvéolos para os ductos mamários. Durante a gestação, a placenta produz uma enzima a ocitocinase que aumenta progressivamente e inativa a ocitocina no plasma. (GUYTON e HALL, 2002). 15 Síndromes Dolorosas na Gestação Para a grande maioria das gestantes, a gravidez é a primeira vez em suas vidas em que elas sentem tantas dores diferentes. Pode ser também a primeira que elas terão que lidar com médicos em um ambiente hospitalar e, eventualmente, novamente pela primeira vez, que se tornarão pacientes internas. Talvez seja devido a esses fatores, que os chamados males menores da gravidez podem assumir uma grande importância, em geral, fora de toda a proporção de seu significado. Freqüentemente, basta uma explicação clara e conseqüente compreensão dos motivos por detrás desses problemas para ajudar a futura mãe a enfrentá-los (POLDEN, 2000). O bem-estar físico relaciona-se à ausência ou a mínimos graus de doença, incapacidade ou desconfortos, relacionados principalmente, ao sistema músculo- esquelético. O desconforto músculo-esquelético é, mais comumente, definido por um fenômeno de percepção física desagradável relacionado a fadiga aguda e sobrecarga física. Sua identificação pode ser feita através de relatos objetivos, como questionários específicos, a partir de avaliações da ocorrência (presença ou ausência) e das características dos sintomas, tais como: o local, o tipo, a intensidade, a freqüência e a duração do desconforto. Mais intensos e freqüentes no final da gestação, os desconfortos músculo-esqueléticos podem se manifestar por sensações de peso ou “repuxos” (DE CONTI, 2003). Claramente, portanto, as alterações que ocorrem durante a gestação podem afetar significativamente o sistema músculo-esquelético e limitar a capacidade da gestante em participar de suas atividades anteriores. Os distúrbios e doenças ocupacionais acometem, com maior freqüência, as categorias profissionais menos qualificadas. Além disso, o trabalho doméstico e cuidados com a criança, ainda lhe são atribuídos, contribuindo, assim, para maior desgaste físico e psíquico, devido ao acúmulo de funções (FERREIRA, 2001). 16 Postura e Gravidez Muitas mulheres ao engravidarem desconhecem o funcionamento interno do seu corpo. É importante a consciência do efeito das mudanças e suas alterações sobre a postura. Nesta fase uma postura correta deve ser dinâmica e vital, variando sempre com suas necessidades. A gravidez envolve extensas modificações em todo o corpo, inclusive nos músculos, nas articulações e nos ossos. À medida que o útero aumenta de tamanho, o centro da gravidade da mulher tende a alterar-se, forçando-a a adaptar-se. Muitas adotam posturas incorretas, impondo à coluna vertebral e às articulações um esforço desnecessário. Nesta fase, além de tomar consciência do próprio corpo e reeducar sua postura, a gestante deverá fazer exercícios regularmente, integrando-os à sua vida diária. Assim estará desenvolvendo autoconfiança - tanto emocional quanto física - suportando as dores ou mal-estares, e assim estará preparada tanto para o partoquanto para o puerpério (MARTINS, 2002). O puerpério é um período de grandes modificações corporais e psíquicas, predominando um catabolismo intenso sem conseqüências patológicas, na maioria das vezes. Como tem sido demonstrado e salientado na literatura, é necessário que a puérpera seja assistida por uma equipe multidisciplinar, a fim de proporcionar-lhe segurança e conforto no puerpério imediato (ARTAL, 1999). Figura 1 - Representação da gestação em fase inicial e avançada. Fonte: Artal, R.; Wiswell, R.; Drinkwater, B.; 1999, p. 230. 17 CAPITULO II – PUERPÉRIO Segundo Machado (2000), o puerpério é o período que segue ao término da gestação, iniciando-se no parto e pode durar cerca de 6 semanas, em que ocorre a recuperação do organismo dos traumas do parto ou da cesariana, quando se processam fenômenos involutivos da gravidez. O puerpério apresenta duas funções: a involução e a recuperação da musculatura uterina e da mucosa vaginal e é dividido de acordo com seu tempo de duração normal que vai de 6 a 8 semanas sucedentes ao parto, com os seguintes estágios: - Pós-parto imediato: do 1° ao 10° dia após a parturição; - Pós-parto tardio: do 10° ao 45° dia; - Pós-parto remoto: além do 45° dias. O puerpério inicia-se 2 horas após a saída da placenta e tem seu término imprevisto, pois enquanto a mulher amamentar estará sofrendo transformações da gestação. O puerpério ocorre rapidamente à involução das mudanças que se processaram de forma lenta durante a gestação. É um período de grande transformação tanto orgânica quanto emocional. As alterações anatômicas e fisiológicas do puerpério consideram que no pós-parto imediato predomina a involução da musculatura uterina e vaginal, através de fenômenos catabólicos e involutivos das estruturas hipertróficas e hiperplasiadas da gestação, notoriamente das que abrigavam o concepto, juntamente com alterações gerais e, sobretudo endócrinas. (REZENDE, 2000). As alterações biomecânicas observadas no puerpério são decorrentes das modificações físicas pertinentes à gravidez. Após o parto, inicia-se um processo lento de reversão, que dura em média seis semanas, podendo se arrastar até três meses após o parto. Assim, percebe-se a necessidade de exercícios físicos no pós-parto desde que sejam supervisionados e direcionados por profissionais especializados, objetivando acelerar o processo de retorno às condições pré-gravídicas (KISNER; COLBY 2005). Durante a gestação, o estiramento da musculatura abdominal é indispensável para permitir o crescimento uterino, ocorrendo, portanto, uma separação dos feixes dos músculos retos abdominais. São considerados fatores predisponentes para diástase dos músculos retos abdominais, a obesidade, as gestações múltiplas, a multiparidade, a macrossomia fetal e a flacidez da musculatura abdominal pré-gravídica, por levar a uma 18 maior distensão abdominal durante a gravidez. Uma separação maior que dois (02) cm deve ser considerada. Essa condição não é exclusiva para mulheres grávidas, mas é vista com freqüência nessa população. Os autores colocam, ainda que, a diástase dos retos pode ocorrer acima, abaixo ou no nível da cicatriz umbilical, sendo que a considerada menos comum é abaixo da cicatriz umbilical. Parece ser menos comum em mulheres com bom tônus abdominal antes da gravidez (POLDEN, 2005). Segundo Kisner e Colby, a condição da diástase dos retos pode produzir queixas músculo-esqueléticas (dor lombar) possivelmente como resultado da diminuição na capacidade da musculatura abdominal em controlar a pelve e a coluna lombar. Segundo Polden e Mantle (2005), em separações graves, o segmento anterior da parede abdominal é composto somente por pele, fáscia, gordura subcutânea e peritônio. A falta de suporte abdominal dá uma menor proteção ao feto. Casos graves de diástase dos retos, conforme mostra a figura 3, figura 4 e figura 5, podem progredir para herniação das vísceras abdominais através da separação na parede abdominal. Figura 1 - Representação esquemática da diástase dos músculos retos abdominais.. Fonte: Kisner; Colby 2005) 19 Figura 2 - Puérpera multípara submetida a parto normal, com herniação das vísceras abdominais (vista lateral direita). Fonte: Acervo da autora. Figura 3 - Puérpera multípara submetida a parto normal, com herniação das víscerasabdominais (Trendelemburg, 45°). Fonte: Acervo da autora. 20 Figura 4 - Puérpera multípara submetida a parto normal, com herniação das vísceras abdominais(decúbito dorsal). Fonte: Acervo da autora. À medida que a gestação prossegue, os abdominais não suportam exercícios cansativos. Estes precisarão ser adaptados, para ir ao encontro das necessidades de cada gestante. Deve ser feita sempre uma verificação de diástase dos retos antes de iniciar um programa de exercícios afim de não provocar maior ruptura (POLDEN, 2005). Segundo Kisner e Colby (2005), nos testes de diástase dos retos, a posição do paciente é muito importante. Esta deve estar em decúbito dorsal, com joelhos fletidos e pés apoiados. A puérpera eleva lentamente sua cervical e os ombros acima do plano, tentando colocar os membros superiores nos joelhos, até que a espinha da escápula deixe o leito. O terapeuta coloca as falanges de uma mão horizontalmente através da linha média do abdome, na cicatriz umbilical, conforme apresentado na Figura 6. Se houver uma separação, as falanges irão afundar dentro da fenda. A diástase é medida pelo número de dedos que podem ser colocados entre os ventres musculares dos retos. Um tipo de diástase que acontece em menor número, relatada por Nahas et al (2004), é a chamada diástase recorrente dos retos abdominais. Este tipo de diástase dos retos abdominais acontece com a inserção lateral dos músculos retos abdominais. 21 Figura 5 - Teste de diástase dos retos abdominais. Fonte: Acervo da autora. Posicionamento durante a amamentação Promover o relaxamento e o posicionamento confortável, usando almofadas e travesseiros para acomodar o bebê próximo aos seios, utilizar um banquinho para apoiar o pé e trazer o joelho para cima, conforme demonstrado nas figuras 6 e 7. Figura 6 – Posicionamento durante a amamentação. Fonte: www.amigasdopeito.com.br 22 Figura 7 – Posicionamento durante amamentação. Fonte: www.amigasdopeito.com.br 23 A Fisioterapia no Período Puerperal Atuando na Diástase dos Músculos Retos Abdominais Um dos objetivos da fisioterapia aplicada a esta etapa é promover uma estimulação da musculatura, em particular abdominal e pélvica, para melhorar a sua tonicidade. Um programa de exercícios individuais e adaptados para cada paciente no período pós-parto tardio é importante para a recuperação da puérpera . No entanto, percebe-se que esse atendimento não é comumente encontrado na rotina hospitalar da maioria das maternidades (MESQUITA, 1999). Durante a gestação, o estiramento da musculatura abdominal é indispensável para permitir o crescimento uterino, ocorrendo, portanto, uma separação dos feixes dos músculos retos abdominais. Esta DMRA não provoca desconforto nem dor, apresentando incidência menor em mulheres com bom tônus abdominal antes da gravidez. A incidência, duração e complicação a curto e longo prazo da DMRA na gravidez não têm sido bem investigadas. São considerados fatores predisponentes para a DMRA: obesidade, gestações múltiplas, multiparidade,poliidrâmnio, macrossomia fetal e flacidez da musculatura abdominal pré-gravídica, por levar a uma maior distensão abdominal durante a gravidez. A incidência da DMRA é maior no terceiro trimestre da gestação e no pós-parto imediato. É percebida inicialmente no segundo trimestre da gestação, apresentando diminuição no pós-parto tardio, porém não desaparecendo completamente até um ano após o parto. A DMRA supra-umbilical é a mais significativa e a mais freqüente (VALADARES, 2002). Durante a gestação, há uma anteversão pélvica acompanhada ou não de uma hiperlordose lombar. Na maioria das gestantes há uma tendência de horizontalização do osso sacro. Essas alterações determinarão uma mudança do ângulo de inserção dos músculos abdominais e pélvicos, resultando numa distensão excessiva dos mesmos, com conseqüente prejuízo do vetor de força destes músculos, com uma diminuição na força de contração. Essas alterações biomecânicas observadas no puerpério são decorrentes das modificações físicas pertinentes à gravidez. Após o parto, inicia-se um processo lento de reversão, que dura em média seis semanas, podendo se arrastar até três meses pós-parto. Assim, percebe-se a necessidade de exercícios físicos no pós- parto, desde que sejam supervisionados e direcionados por profissionais especializados, objetivando acelerar o processo de retorno às condições pré-gravídicas (VALADARES, 2002). 24 Em estudos recentes observou-se a necessidade de um programa de exercícios para resolução mais breve da DMRA no pós-parto tardio e remoto, a partir da comparação entre um grupo que realizava atividades físicas controladas durante a gestação e pós-parto (grupo de tratamento) e outro grupo, controle. No grupo controle foi observada uma grande incidência de DMRA superior a 3 cm, havendo uma demora da resolução espontânea desta condição, com influência na biomecânica postural e déficit na função de sustentação dos órgãos pélvicos e abdominais (MESQUITA, 1999). A atuação da fisioterapia no pós-parto imediato visa melhorar a tonicidade dos músculos abdominais e pélvicos, conscientizar as puérperas sobre a importância da continuidade dos exercícios iniciados neste período e sobre o retorno para o atendimento no pós-parto tardio (GRABNER, 2000). Para Souza et al (1999), todas as mulheres logo após o parto, deveriam ser acompanhadas pelo fisioterapeuta obstetra para ter uma melhor recuperação. Infelizmente, a prática fisioterapêutica pós-parto é mantida em um número mínimo de maternidades. O trabalho do fisioterapeuta no puerpério consiste na prevenção e no tratamento de alterações do sistema músculo esquelético, respiratório e circulatório, englobando também orientações gerais. A atuação da fisioterapia no pós-parto imediato visa melhorar a tonicidade dos músculos abdominais e pélvicos e conscientizar a puérpera sobre a importância da continuidade dos exercícios iniciados neste período. Para Kisner e Colby (2005), o tratamento da diástase dos retos consiste em testar todas as mulheres grávidas quanto à presença de diástase dos retos antes de realizar exercícios abdominais e realizar exercícios corretivos para diástase dos retos sem outros exercícios abdominais até que a separação tenha diminuído para 02 cm ou menos. Quando isso ocorrer, os exercícios abdominais poderão ser retomados, mas a integridade da linha alba deverá ser monitorada para certificar-se que a separação continua a diminuir. Qualquer atividade física direcionada ao músculo abdominal, para gestantes, não poderá ser desenvolvido a partir do 3° trimestre, uma vez que se torna difícil para a gestante iniciar um treinamento neste período. Por isso a importância de uma prévia avaliação da gestante, quanto ao mês gestacional e a paridade é imprescindível (POLDEN, 2005). Numa gestante multípara, a proporção é maior de abertura dos retos, pois sua musculatura já foi testada, exigida com gestações anteriores. A atividade de propriocepção dos músculos abdominais deve ser iniciada no puerpério imediato. 25 Portanto, é relevante ressaltar a atuação preventiva no pós-parto imediato e tardio, principalmente para aquelas que relatam flacidez, fraqueza da musculatura do reto abdominal durante a gestação (SOUZA, 1999). Kisner e Colby (2005) citam alguns exemplos de exercícios corretivos para diástase dos retos abdominais vão do menos cansativo para o mais cansativo. Elevação da cabeça posicionando a mulher em decúbito dorsal com pés apoiados e joelhos fletidos, mãos cruzadas sobre a linha média da diástase para dar suporte à região é um dos exercícios que podem ser realizados pelos fisioterapeutas. À medida que ela expira, levanta apenas a cabeça do plano até o ponto anterior ao aparecimento de uma saliência. Suas mãos podem empurrar delicadamente os músculos retos em direção à linha média, fazendo a gestante abaixar sua cabeça lentamente e relaxar. Esse exercício enfatiza o músculo reto abdominal e minimiza os oblíquos (POLDEN, 2005). Exercícios Corretivos Para Diástase dos Músculos Retos Abdominais A elevação da cabeça com inclinação pélvica é um outro tipo de exercício que pode ser realizado durante a prática fisioterapêutica na correção da diástase de reto abdominal. A paciente fica em posição dorsal com joelhos fletidos e pés apoiados, os membros superiores são cruzados sobre a diástase e tracionados em direção à linha média, levantando lentamente sua cabeça do chão enquanto faz simultaneamente uma inclinação pélvica posterior, abaixando lentamente sua cabeça e relaxando (KISNER; COLBY, 2005). Todas as contrações abdominais devem ser feitas com expiração de modo a minimizar a pressão intra-abdominal. Somente os exercícios de elevação de cabeça e deslizamento das pernas do paciente posicionado em decúbito dorsal com joelhos fletidos e pés apoiados e pelve em inclinação posterior. A mulher mantém a inclinação pélvica à medida que desliza primeiro um pé pelo chão até que a posição ereta deva ser usada até que a separação seja corrigida para dois ou dois dedos de largura. À medida que a gestação prossegue, os músculos abdominais não suportam exercícios cansativos. Estes pecisarão ser adaptados, para ir ao encontro das necessidades de cada gestante. Deve ser feita sempre uma verificação da diástase dos retos abdominais antes de iniciar um programa de exercícios afim de não provocar maior ruptura (POLDEN, 2005). 26 Segundo Kisner e Colby (2005), ela deve parar de deslizar o pé no ponto que não conseguir manter a inclinação pélvica. Lentamente ela levanta os membros inferiores, a respiração deve ser coordenada com o exercício de modo que ocorra contração abdominal com expiração. Este exercício pode ser feito com os membros inferiores ao mesmo tempo se os músculos abdominais puderem manter a inclinação pélvica durante todo o exercício. Souza et al (1999), relatam o resultado da aplicação de um protocolo fisioterápico de 6 à 18 horas após o parto. Nessa experiência foram atendidas 50 puérperas no período de abril a setembro de 1998. Um instrumento de medida de precisão (paquímetro) foi utilizado para medir o grau de diástase antes e após a aplicação do protocolo. A pesquisa apontou uma redução na diástase de 12,5% nas pacientes submetidas ao tratamento. 27 Ergonomia Conceito De acordo com a Ergonomics Research Society (1949), “Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente e, particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na soluçãodos problemas surgidos desse relacionamento”. Já para Wisner (1987), “Ergonomia é o conjunto dos conhecimentos científicos relacionados ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência”. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. A análise ergonômica do trabalho é um processo construtivo e participativo para a resolução de um problema complexo que exige o conhecimento das tarefas, da atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades enfrentadas para se atingirem o desempenho e a produtividade exigidos (Manual de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17, 2002). Nos locais de trabalho as condições de conforto devem estar de acordo com a Norma Regulamentadora n° 17 do Ministério do Trabalho, no que diz respeito ao ruído, temperatura, umidade e iluminação. O posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para a posição, seja em pé ou sentada (Ministério do Trabalho e Emprego). Para sentar- se, a cadeira deverá ter encosto e braço de apoio, apoiando bem as costas, sentando-se sobre os glúteos, permitindo aos joelhos relaxar em ângulo reto, e aos pés, descansar no chão. Permanecendo muito tempo nesta posição, estimular a circulação realizando flexão plantar e dorsal dos pés alternadamente (bombeamento tíbio társico). Para trabalho manual sentada, os móveis devem propiciar à gestante condições de boa postura, visualização e operação e devem ter, no mínimo, altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura da cadeira. O espaço deve permitir posicionamento e movimentação dos seguimentos corporais (Manual de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17, 2002). As cadeiras utilizadas no posto de trabalho devem ter altura apropriada à estatura da grávida e à natureza da função exercida, com borda frontal arredondada, encosto com 28 forma levemente adaptada ao corpo para proteção da coluna lombar e suporte para os pés que se adapte ao comprimento da perna da mesma. Para as atividades em pé, a grávida poderá utilizar uma cadeira para descanso entre as pausas e outro apoio para elevar as pernas (Manual de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17, 2002). Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto, segundo a NR 17: � altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; � características de pouca ou nenhuma conformação na basedo assento; � borda frontal arredondada; � encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteçãoda região lombar. 29 Gravidez e sua Relação com os Aspectos Ergonômicos e Laborais Todas as modificações anatômicas e fisiológicas trazem desconforto à mulher gestante, contudo são consideradas normais na gravidez sadia. Quando estes desconfortos se somam a algumas atividades de trabalho ou não adaptação ao mesmo, pelo uso inadequado dos equipamentos, utensílios e mobiliários utilizados, pode acarretar riscos que comprometem a saúde da trabalhadora gestante. Este fato pode prorrogar-se além da gravidez, afastando a trabalhadora de suas atividades, não apenas no período gestacional, mas após o parto ou até mesmo invalidando-a para atividades produtivas (PINHEIRO e ESTARQUE, 2000). A gravidez exige adaptações que excedem ao controle da mulher, ela espera que mesmo grávida possa continuar a desenvolver todos os trabalhos que fazia anteriormente, porém as modificações corporais sejam de ordem mecânica ou hormonal, a impedem de exercer determinadas atividades, principalmente as que necessitam de rapidez, concentração, precisão, transporte de cargas, entre outras (BURROUGHS, 1995). A percepção da gestante dos transtornos desencadeados pela sua gravidez no ambiente de trabalho, na mudança de postura da empresa ou das colegas de trabalho em relação ao processo gestacional, cria outro núcleo de conflito, gerando estresse, seja pela eventual troca de atividade, substituição temporária ou permanente, redução da remuneração, ou mesmo pelo medo da possibilidade da perda do emprego. As reações do corpo em relação ao estresse são tanto psicológicas como fisiológicas, pois, o organismo reage de diferentes formas de acordo com o fator desencadeante. Por isso pode ocorrer um aumento da noradrenalina produzida nas glândulas supra-renais a qual acelera os batimentos cardíacos e provoca um aumento na pressão arterial, isso somado as alterações fisiológicas da gravidez pode desencadear agravos à saúde da gestante. Essa canalização de energia pode reduzir a resistência do organismo em relação às infecções, além de no período gestacional ser fator desencadeante de aborto espontâneo e no pós-parto dificultar a amamentação. Esses fatos fazem com que muitas trabalhadoras se afastem de suas atividades em decorrência destas patologias, as quais são decorrentes da própria gravidez, outras agravadas ou desencadeadas pela atividade desenvolvida durante o processo gestacional. (PINHEIRO e ESTARQUE, 2000). A Ergonomia e a Obstetrícia, embora, sejam disciplinas científicas diferenciadas, estão ajudando na construção desta fundamentação, pois ambas 30 trabalham com o mecanismo fisiológico do corpo humano e a maneira que é utilizado para o desenvolvimento das atividades, ou seja, visando a promoção da saúde e prevenção de agravos que possam ser desencadeados na relação entre trabalho e gravidez. A inter-relação dessas ciências pode se constituir em importante ferramenta para colaborar na busca de alternativas, à melhoria da atividade produtiva da mulher, em um momento cíclico e singular de sua vida, que voluntária ou involuntariamente, não envolvem apenas a trabalhadora e a empresa, mas também outro ser, que ainda não sobrevive, tão pouco decide sobre si mesmo, sem o auxílio do corpo materno (BURROUGHS, 1995). As recomendações ergonômicas e obstétricas abordam vários aspectos similares entre si, relacionados: posturas, movimentos, fatores ambientais, de relacionamentos inter-pessoais, de organização, enfim, todas as exigências específicas que envolvam a gestante em seu trabalho, onde o seu foco se volta não apenas para adaptação do trabalho, mas para a condição de saúde da mulher que está gestando, e que certamente irá continuar a desempenhar suas atividades laborais antes e após a parturição (BURROUGHS, 1995). A trabalhadora gestante está sujeita a algumas lesões ou riscos ergonômicos, quando adota postura forçada, levanta peso ou faz atividade com movimentos repetitivos. Se associarmos à idade gestacional (período em semanas de gestação contada à partir do primeiro dia da última menstruação), como um fator relevante, dependendo do trimestre gestacional (a gestação normal é dividida em três trimestres), poderá ter riscos gestacionais (próprios da gravidez) e riscos associado ao trabalho, que podem comprometer a saúde materna e fetal, os quais podem levar a abortos espontâneos ou partos prematuros segundo, a Ocupational Health Clinics For Ontário Workers Inc (1998). As algias posturais são sintomas que afetam o bem-estar de um número considerável de gestantes, despertando por isso muito interesse no meio científico, principalmente quando se referem àquelas que são prejudicadas no seu cotidiano domésticoe profissional (FERREIRA & NAKANO, 2000). O período de maior risco para desenvolver lesões, durante a gestação é o último trimestre (sétimo, oitavo e nono mês de gravidez), quando o volume de peso corpóreo é maior, seu abdome aumentado também dificulta a execução de determinadas tarefas, como erguer objetos, a gestante terá dificuldades de aproximação da carga. Este fato aumenta a tensão muscular, a abertura da musculatura abdominal (diástase), provocada 31 pela separação dos músculos retro-abdominais, comuns na gestação, produz redução da força muscular, isso pode ser um risco de acidente no transporte de carga (BURROUGHS, 1995). Fatores de Riscos Ocupacionais e sua Relação com o Processo Gestacional A questão dos riscos em geral é tratada pelas normas NR5 (CIPA), NR7 (PCMSO) e NR9 (PPRA). Na NR5, fica estabelecido que cabe à CIPA identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT (Manual de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17, 2002). A idade gestacional constitui um fator de risco na gestação, pois, dependendo da atividade desenvolvida pela mulher, como esforço físico penoso, levantamento de peso e longas horas de trabalho podem desencadear parto prematuro e baixo peso do bebê ao nascer, segundo a Occupational Health Clinics For Ontário Workers Inc (1998). O Ministério da Saúde (2000) após extensivas investigações de óbito materno e infantil tem reforçado sua atenção aos cuidados do pré-natal, parto e puerpério, como forma de minimizar estes agravos. Os fatores de riscos na avaliação da gestante, segundo o Ministério de Saúde (BRASIL, 2000) estão vinculados à história pregressa de saúde da mesma e de seus familiares, às condições sociais, biológicas, genéticas, obstétricas e clínicas, ou seja, no atendimento às gestantes, devem ser investigados todos estes ítens. Os dados relacionados ao trabalho estão vinculados à condição social, contudo, a ênfase dada a este tópico tem sido pouca, isso pode ser observado nos trabalhos indexados nas bases de dados nacionais e internacionais. Uma lesão muito comum entre as gestantes trabalhadoras é a síndrome do túnel do carpo que é agravado neste caso pelo aumento de peso da mulher, edema e pelo número e aumento dos vasos sanguíneos, seus sintomas freqüentes são o formigamento, dor e redução da força da mão segundo a Ocupational Health Clinics For Ontário Workers Inc (1998). Os trabalhos repetitivos por si só podem desenvolver essa síndrome, isto somado à gestação é um fator de risco elevado, contudo como essas lesões são diferentes de percepção visual (diferente de uma outra doença que possa ser vista), os fatos são muitas vezes ignorados, e a reversão por vezes é quase nula, somente 32 sendo observado alguns resultados positivos após o ato cirúrgico (BURROUGHS, 1995). Muitos trabalhos são desenvolvidos na postura estática em pé ou sentada por longos períodos, sem que haja uma rotatividade, o que gera uma sobrecarga circulatória e dores nos membros inferiores. Na gestante há um agravante, pois há dificuldade de retorno venoso causado pelo aumento de peso, edema e pelo número de vasos e tamanho do calibre aumentado dos mesmos, além do volume de sangue que se altera de aproximadamente 1.5 ml a mais, o que pode acarretar além de desconforto, dores e varizes nos membros inferiores e congestão pélvica provocando também varizes na região vulvar a qual pode dificultar o parto normal (RESENDE, 1998). Outro fator que é necessário considerar é que na maioria dos trabalhos se utiliza mais o membro superior, cabeça e tronco. Assim, a inclinação do corpo, para o desenvolvimento de determinadas tarefas poderá sobrecarregar os músculos, tendões e articulações para o desenvolvimento das tarefas, em se tratando da trabalhadora ser gestante deve-se considerar esse fator além do peso extra, adquirido em função da gravidez. A gestante para inclinar ou curvar seu tronco encontrará dificuldade pelo volume do abdome, provocando, ou melhor, dificultando sua respiração além da tensão muscular, ela terá uma sobrecarga muscular e respiratória o que poderá provocar dor ou início de uma lesão, principalmente se levar em conta que há um aumento, considerado normal, até o final da gestação de aproximadamente 9 à 12 kg no organismo materno. Esse aumento é devido à alteração dos vasos do volume sanguíneo, do aumento do útero, do líquido amniótico, o peso do feto, a placenta, o volume das mamas, além, das reservas nutricionais armazenadas para amamentação após o parto (BURROUGHS, 1995). Essa mudança na estrutura corporal da mulher, na gravidez, acarreta dores principalmente nas costas, devido à alteração da postura, dor no baixo ventre, devido ao aumento do útero e dores nos membros inferiores, ocasionados pelo edema, dificuldade de retorno venoso e aparecimento de varizes. Considerando que tanto o trabalho em pé ou sentado também desencadeia desconfortos semelhantes e quando associados à gravidez compromete a saúde da trabalhadora levando a afastamentos ou uso de medicamentos para alívio dos sintomas. A medicina por mais que tenha evoluído na obstetrícia em termos de desconfortos tem dificuldade em realizar uma investigação aprofundada, ou quando é feita, pouco pode intervir, a não ser recomendando troca de funções ou fornecendo atestados de repouso (PINHEIRO e ESTARQUE, 2000). 33 A trabalhadora muitas vezes não menciona seu local de trabalho ao seu obstetra, como também não relata as queixas de desconfortos, pois, tem medo das orientações médicas para troca de função, principalmente pela possível perda de seu emprego, caso apresente atestados ou recomendações médicas ao seu empregador. O fator social diante a gravidez é na maioria das vezes o motivo de muitos agravos de saúde das trabalhadoras, mesmo que lhe seja garantido por lei, alguns direitos por um determinado tempo, a mulher esconde muitos sinais e sintomas de sua saúde para proteger o seu vínculo empregatício que lhe garantirá o sustento familiar (BURROUGHS, 1995). As trabalhadoras gestantes, muitas vezes, continuam a exercer suas atividades, após se descobrirem grávidas, da mesma maneira com que vinham desenvolvendo anteriormente, mesmo após a comunicação à chefia. Muitas atividades requerem um trabalho mais árduo, em uma posição estática, sem intervalos regulares, isso eleva os riscos obstétricos, os quais podem desencadear patologias como: a hipertensão arterial e a infecção urinária. Essas patologias podem ser associadas a pouca ingestão hídrica, por comprometimento no esvaziamento vesical, por trabalhar em uma posição que aumente o débito cardíaco ou atividade que exige esforço, entre outros fatos, são riscos desencadeantes de partos prematuros (PINHEIRO e ESTARQUE, 2000). Todas estas alterações de ajuste do corpo feminino para a gravidez, somada a postura adotada para desenvolvimento das atividades no trabalho, podem sobrecarregar a estrutura corporal, aumentando os riscos de lesão, ou levando ao afastamento temporário da trabalhadora, ou ainda, desencadear algumas morbidades para a mesma, como problemas cardíacos - pela dificuldade de retorno venoso, o qual já se acentua com a gravidez pelo aumento do volume sanguíneo e pela posição adotada na atividade, que aumenta o débito cardíaco e diminui a oxigenação dos tecidos (RESENDE, 1998). A gestante deve ser afastada de suas atividades laborativas no mínimo 04 (quatro) semanas antes da data prevista para o parto, tendo direito a 120 (cento e vinte) dias de afastamento, de acordo com a Constituição do Brasil, promulgada em 05.10.1988,no Capítulo II, dos Direitos Sociais, item XVIII, art. 7º, “a gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, faz jus a uma licença de 120 dias” (Ministério do Trabalho e Emprego). Os riscos da gravidez ligados ao trabalho, segundo a Occupational Health Clinics For Ontário Workers Inc (1998) são: 34 1. Ficar de pé por mais de 3 horas por dia 2. Trabalhar em alguma máquina industrial, principalmente se ela vibra muito ou que seu funcionamento exija um grande esforço; 3. Executar tarefas difíceis, como levantar pesos, empurrar ou puxar objetos grandes ou grandes trabalhos de limpeza; 4. Executar tarefas repetitivas, como as que são realizadas em linhas de produção: 5. Estar sujeita a fatores ambientais, como níveis de ruídos elevados ou altas temperaturas; 6. Trabalhar em jornadas longas; 7. Estar exposta a doenças transmissíveis ou infecciosas; 8. Estar exposta a substâncias químicas ou tóxicas. 35 CAPÍTULO III - ORIENTAÇÕES POSTURAIS BÁSICAS PARA GESTANTES NAS ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA Os objetos que construímos e as coisas que fazemos, fornecem uma ponte entre a nossa realidade interna e o mundo externo. Nas nossas atividades no dia-a-dia, mostramos nosso cuidado sobre como sobreviver, estar confortável, ter prazer, solucionar problemas, expressar nossa relação com os outros e o mundo mais amplo da sociedade (HAYES, 2002). O fisioterapeuta, através de orientações posturais e exercícios, tem como objetivo evitar e prevenir lesões musculares, pois conta com atividades que propiciam à gestante pensar e viver o corpo em modificação, propondo-se a modificar as regras que inibem a consciência corporal através da reeducação postural. Para conseguir uma postura correta durante a gestação, sugerem-se algumas orientações posturais básicas para que a gestante tenha um máximo de conforto, segurança e desempenho eficientes nas suas atividades de vida diária (FERREIRA & NAKANO, 2000). O período de gestação gera importantes repercussões na postura corporal, na marcha e no retorno venoso, além de desencadear dores lombares e desconforto respiratório. Em virtude dessas alterações, o fisioterapeuta deve atuar em grupos de gestantes, orientando quanto às posturas corporais, exercícios de alongamento, relaxamento e auxílio ao retorno venoso, orientações sobre exercícios respiratórios, além de incentivo ao aleitamento materno e orientações sobre cuidados com o bebê. Deve-se destacar a importância do desenvolvimento de atividades em grupo, que além da realização das atividades anteriormente descritas, possibilita um espaço de partilha de medos, inseguranças, expectativas e experiências (DE CONTI, 2002). O fisioterapeuta, após análise da atividade, pode atuar na facilitação do envolvimento da grávida, através de um ambiente terapêutico adequado, a reflexão das suas situações de vida diária e desenvolve habilidades no desempenho das tarefas essenciais aos papéis que exerce na vida. Acredita-se que, através destas orientações, a fisioterapia pode prevenir e tratar complicações relacionadas ao ambiente de trabalho, bem como nas atividades da vida diária durante a gestação. Estas orientações devem ser seguidas e entendidas pelas gestantes de forma adaptável e gradual, modulando tempo e força às condições individuais no decorrer do período gravídico e puerperal (LANCMAN, 2004). 36 Considerações Ergonômicas no Período Gravídico e Puerperal Sabendo-se das modificações que a gestação causa, este estudo, através destas orientações, busca prevenir acidentes domésticos e laborais, manter as habilidades da gestante, para que possa fazer os movimentos necessários no dia-a-dia com segurança, facilitando o seu desempenho. O estudo da influência da atividade física e da permanência na postura ereta durante a gestação vem merecendo destaque na literatura, dada a sua importância em saúde pública, entre outros aspectos por serem fatores potencialmente modificáveis. Tais estudos focalizaram inicialmente a atividade física ocupacional e, posteriormente, atividades físicas cotidianas e exercícios físicos (BARROS, 2002). Segundo a NR 17, para sentar-se, a cadeira deverá ter encosto e braço de apoio, apoiando bem as costas, sentando-se sobre os glúteos, permitindo aos joelhos relaxar em ângulo reto, e aos pés, descansar no chão. Permanecendo muito tempo nesta posição, estimular a circulação realizando flexão plantar e dorsal dos pés alternadamente (bombeamento tíbio társico). Para trabalho manual sentada, os móveis devem propiciar à gestante condições de boa postura, visualização e operação e devem ter, no mínimo, altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura da cadeira. O espaço deve permitir posicionamento e movimentação dos seguimentos corporais. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto (Manual de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17, 2002): � altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; � características de pouca ou nenhuma conformação na basedo assento; � borda frontal arredondada; � encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteçãoda região lombar. Trabalhar regularmente em pé pode causar pés doridos, edemas em membros inferiores, varizes, fadiga muscular geral, dores na região lombar, rigidez cervical e nos ombros, bem como outros problemas de saúde. Durante a gravidez, o volume total de sangue de uma mulher pode aumentar 30-40% e a atividade do coração aumenta também. O sangue tem tendência para se concentrar nas veias mais profundas das pernas, o que pode trazer um risco de tromboses e varizes bem como desmaios (se a 37 funcionária passar longos períodos em pé, especialmente num ambiente quente). O risco de dar à luz uma criança pequena (peso natal 10 vezes inferior ao percentil para a idade e peso gestacionais) é maior entre as mulheres que trabalham pelo menos 6 horas por dia em pé (BARROS, 2002). As funcionárias grávidas ficam mais afastadas das bancadas e mesas de trabalho em relação aos outros funcionários, as ancas estão posicionadas mais para trás, e de modo a realizar as suas tarefas, estas funcionárias aumentam a flexão do tronco, aumentam a anti-inflexão dos antebraços e estendem mais os braços. Sempre que for possível, a altura das superfícies de trabalho deverá ser ajustada (BURROUGHS, 1995). Ginástica Laboral A Ginástica Laboral para Gestantes se traduz em melhora significativa na diminuição de queixas, afastamento do trabalho, faltas e diminuição de sintomas como lombalgias, dorsalgias, ansiedade / depressão, dores de cabeça, aumentando o bem estar, a melhoria no relacionamento interpessoal e maior conhecimento sobre as mudanças físicas e psicológicas no período gestacional (PINHEIRO e ESTARQUE, 2000). Entre todos os aspectos que envolvem as Lesões por Esforços Repetitivos/ Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT), destaca-se a discussão das medidas de enfrentamento da problemática. Mais do que a atuação sobre os fatores de risco ou a ênfase sobre a manifestação somática, considera-se que as medidas e atitudes preventivas devem guiar as principais ações nesta área. Certamente, a análise aprofundada de todas as condicionantes psicossociais, organizacionais, ambientais e as características individuais de quem trabalha devem trilhar os caminhos da prevenção (CHAFFIN, 2001). Para KRUISE (1992), aatenção pré-natal promove a interação entre gestante e equipe multiprofissional de saúde, onde há a possibilidade de se diagnosticar fatores de risco e realizar ações preventivas. Afirma ainda que a proteção à maternidade deveria iniciar pela melhor informação das gestantes objetivando uma visão clara da vida familiar, responsabilidades e cuidados no início, durante e após a gestação. Existe ainda a necessidade em levar estes conhecimentos às gestantes na própria empresa com o intuito de diminuir as complicações durante a gestação e promover uma gestação saudável e tranqüila para funcionária. Com isso a funcionária gestante passa a ter outra 38 posição dentro do quadro funcional da empresa. A prática da ginástica laboral, lhes assegura um trabalho com segurança, conforto e confiança, fazendo com que a gestante tenha mais motivação e disposição para a sua performance no trabalho. Segundo Hanlon (1999), os exercícios durante a gravidez já foram considerados um tabu. As mulheres eram aconselhadas a ficar em pé o mínimo possível; uma vida sedentária era incentivada. Este tabu foi superado através das palestras preliminares, com isso as funcionárias aprenderam a importância da atividade física em todos as fases da vida feminina e que durante a gravidez os benefícios dos exercícios são imprescindíveis, não só para a mulher, mas também para o desenvolvimento do feto. A Ginástica Laboral é praticada com intervalos de cinco a dez minutos diários. O seu objetivo é proporcionar ao funcionário uma melhor utilização de sua capacidade funcional através de exercícios de alongamento, de prevenção de lesões ocupacionais e dinâmicas de recreação. Existem dois tipos de Ginástica Laboral: a Preparatória e a Compensatória, segundo Chaffin, 2001. ⇒⇒⇒⇒ Ginástica Preparatória: É realizada antes ou logo nas primeiras horas do início do trabalho. Na maioria das vezes não é possível implantar em todos os setores antes de iniciar a jornada, mas logo no seu início e isso não descaracteriza como preparatória. Ela é constituída de aquecimentos e ou alongamentos específicos para determinadas estruturas exigidas. O objetivo é aumentar a circulação sanguínea, lubrificar e aumentar a viscosidade das articulações e tendões. Geralmente tem duração de 5 a 10 minutos. ⇒⇒⇒⇒ Ginástica Compensatória: É realizada no meio da jornada de trabalho, como uma pausa ativa para executar exercícios específicos de compensação. Praticada junto às máquinas, mesas do escritório e eventualmente no refeitório ou em espaço livre, utilizando exercícios de descontração muscular e relaxamento, visando diminuir a fadiga e prevenir as enfermidades profissionais crônicas. Nas figuras 8 e 9, são observadas alguns posicionamentos durante a ginástica laboral. 39 Figura 8: Ginástica laboral Fonte: www.movimentoesaude.com.br Figura 9: Ginástica Laboral Fonte: www.movimentoesaude.com.br 40 Sentada, com as mãos apoiadas no assento. Realizar movimentos com os pés em todas as direções: Sentada com a coluna ereta e os pés para baixo, estender e flexionar os joelhos, alternadamente, com os pés em dorsiflexão. Sentada de pernas cruzadas, inclinar a cabeça para o lado, mantendo por 30 segundos, sem elevar os ombros. Alternar a posição. 41 � Dirigir O Código Brasileiro de Trânsito não proíbe que as grávidas conduzam, mas é preciso atentar para alguns cuidados para preservar a saúde da gestante e do bebê. De acordo com a Abramet, 2001 (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), a situação de cada gestante deve ser analisada de maneira diferente, pois uma gravidez de risco, por exemplo, torna desaconselhável a direção. Alguns cuidados devem ser observados, como evitar estresse físico e mental, ficar longos períodos na direção e trafegar em vias mal conservadas. Após muitas horas em frente ao volante, os membros inferiores das gestantes tendem a apresentar edemas prejudicando também o aparelho circulatório do concepto, sendo aconselhável a realização de pequenos intervalos, a fim de alongar-se. Outro aspecto importante é o uso do cinto de segurança de três pontos. A parte pélvica do cinto (faixa subabdominal) deve ser colocada abaixo da protuberância abdominal, ao longo dos quadris e na parte superior das coxas, conforme mostra a figura 7. A maioria dos estudos demonstra que os agentes de traumatismos abdominais, mais comuns, são os acidentes automobilísticos (ANDRADE, 2004). A gestante sempre deve usar o cinto de três pontos, seja na direção ou como passageira. Se o carro não possuir tal opção no banco traseiro, por exemplo, é preferível que ela se acomode no banco da frente (carona). Além disso, torna-se necessário ajustar a altura do banco e do volante para que seja respeitada a distância mínima de 15 centímetros entre a direção e o abdome. É indicado que o volante fique na posição mais elevada possível, deixando a direção afastada do abdome da gestante. Já o encosto do banco deve ficar perpendicular ao assento, formando um ângulo de 90 graus, o que lhe dará maior conforto e segurança (Denatran, 2001). Os médicos peritos examinadores, especialistas em Medicina de Tráfego, ao avaliarem uma gestante candidata à condução ou já condutora de veículo automotor, e mesmo na condição de ocupante não condutora do veículo, deverão alertá-la sobre os riscos de lesões traumáticas inerentes ao deslocamento dos veículos e orientá-la sobre a maneira de proteger a si própria e ao concepto que abriga em seu útero (ABRAMET, 2001). 42 Figura 7: Correta utilização do cinto de segurança durante a gestação. Fonte: Rev. Assoc. Med. Bras. vol.50 no. 1 São Paulo 2004 Na tentativa de diminuir a incidência de complicações do trauma abdominal fechado, pesquisas foram desenvolvidas acerca da eficácia do cinto de segurança em automóveis (FRAGA, 2005). A utilização adequada do cinto de segurança de três pontos impede a ejeção da gestante para fora do veículo. Por outro lado, a não utilização do cinto de segurança ou de forma incorreta aumenta em sete vezes a mortalidade materna e em quatro, a fetal. Portanto, os cintos de fixação abdominal ensejam maior risco de compressão uterina com possível DPP, conforme Departamento Nacional de Trânsito (Denatran, 2001). 43 Figura 8: Cinto de segurança de três pontos e seu correto posicionamento em relação ao abdome durante o período gravídico. Fonte: Acervo da autora. � Autocuidados - Escovar os dentes: aproximar-se ao máximo da pia, flexionar os dois joelhos com abertura lateral das coxas, evitando flexionar o corpo. Utilizar um banquinho de aproximadamente 20 cm para colocar um dos pés alternando-os; isto proporcionará uma postura adequada para realizar a tarefa, evitando sobrecargas na coluna (AMARAL, 2000). - Banho: Colocar alças de apoios no toalete e no chuveiro. Os produtos a serem utilizados durante o banho (shampoo, sabonetes, etc.), devem estar dispostos à altura dos ombros ou acima da linha da cintura. Evitando uma inclinação do tronco e compressão abdominal ao abaixar-se. Durante o banho recomenda-se a utilização de um banco no boxe sobre um tapete anti-derrapante. Para lavar os pés, sentar-se e cruzar uma perna sobre a outra. No final da gestação com o crescimento abdominal, a melhor forma 44 de fazê-lo será trazendo cadaperna de encontro ao corpo. Aproveitar o momento do banho para realizar massagens circulares nas mamas e mamilos. Para lavar as costas utilize uma toalha de rosto dobrada no sentido do comprimento e lavá-las na diagonal ou utilizar escova de cabo longo, trocando alternadamente de lado (AMARAL, 2000). - Maquiagem: Esta atividade deve ser realizada em um ambiente bem iluminado. O espelho deve estar na altura do rosto, para que a gestante não necessite curvar-se evitando uma sobrecarga na coluna vertebral. Se for realizada no banheiro, utilizar como auxílio o banquinho (AMARAL, 2000). Idumentária (Com ênfase na qualidade ergonômica do conforto) Vestuário - A indumentária de uma gestante também deve ser ergonomicamente correta, pois seu corpo passa por modificações todos os meses e suas roupas precisam acompanhar essas mudanças. A gravidez é dividida em três trimestres, do primeiro ao terceiro mês, do quarto ao sexto e do sétimo ao nono mês de gestação, o abdome da gestante cresce significativamente nestes três períodos, por isso existe a necessidade de uma roupa ergonomicamente correta para cada trimestre, que se ajuste ao corpo e seja confortável. Deve-se dar preferência para vestidos, pois são mais confortáveis e fáceis de vesti-los, não limitam os movimentos e mantêm a postura favorável à ação dos músculos perineais e permitem uma melhor ventilação (MARTINS, 2005). Roupas íntimas – As calças íntimas confeccionadas com tecido de algodão, são as mais indicadas, pois no período gravídico há maior sensibilidade e predisposição para infecções. Os soutiens mais indicados são os produzidos especificamente para gestantes, pois estes possuem as dimensões e ergonomia próprias para esta fase, em virtude de possuírem alças mais largas e mais firmes para a perfeita sustentação do peso dos seios, que deverão ficar bem próximos ao tronco, porém de maneira (GRAVE, 2004) 45 Figura 9: Roupas íntimas ideais pra uso no período gravídico e puerperal . Fonte: http://wwwzazoumodagestante.com.br Calças compridas – Devem ser evitados os elásticos apertados e que vinquem a pele, pois a pele do abdome encontra-se mais sensível e torna-se desconfortável (MARTINS, 2005). Figura 10: Calças compridas adequadas ao período gravídico.. Fonte: http://wwwzazoumodasgestante.com.br Blusas e vestidos - Devem ser mais largos na região abdominal e deverão ser mais compridos na parte anterior. Deverão ser evitados os que sejam muito justos na região dos seios, para não comprimi-los causando desconforto (MARTINS, 2005). 46 Figuras 11 e 12: Modelo de blusa e vestido para gestantes. Fonte: http://wwwzazoumodagestante.com.br Calçados - Os pés, que sofrem com a maior sobrecarga no período, merecem cuidado especial. O calçado deve ser confortável e com proteção no solado para evitar impacto nos pés com reflexo indireto para a coluna (MARTINS, 2005). Deve-se evitar ao máximo o uso de sapatos com saltos altos, devido às alterações de equilíbrio, provocado pela mudança do centro de gravidade da gestante. Os calçados devem ser confortáveis, adequados à estação e devem ter um salto discreto de 2 a 4 cm, e base larga. Deve-se evitar calçados rasteiros e chinelos. O salto é aconselhável até 4 cm, para melhorar a circulação venosa dos membros inferiores e facilitar a deambulação. Por motivos óbvios deve-se evitar sapatos com saltos acima de 5 cm ou muito finos. Além de causarem desconforto e dor eles podem representar um risco maior de quedas e entorses. A atenção deve ser redobrada já que na gestação as articulações se tornam mais frouxas devido à ação da relaxina. (MARTINS, 2005). 47 Figuras 13 e 14: Calçados adequados para uso durante a gestação. Fonte: http://wwwzazoumodagestante.com.br � Atividades domésticas A atividade doméstica engloba os mesmos grupos de exposição e risco que as atividades profissionais. Os acidentes domésticos são importantes causadores de morbimortalidade em todo o mundo, o que os torna um sério problema de Saúde Pública. Existe a exposição a agentes químicos (solventes, tintas, produtos de limpeza e tinturas); agentes físicos (calor, microondas); biológicos; atividades físicas; e questões ergonômicas. Sugere-se que a gestante altere seu ambiente físico, a fim de evitar quedas e escorregões acidentais: não utilizar tapetes soltos, usar guarnições nos carpetes para fixá-los; retirar móveis baixos e pequenos (banquetas, mesas de centro, etc) a fim de não machucar-se; retirar cordões, arames e fios de telefones quando estes encontrarem-se em locais de passagem. Nos assoalhos: Evitar escadas sem corrimão; evitar transitar em pisos encerados; não sentar-se em cadeiras e sofás baixos e camas muito altas, pois haverá um esforço físico inadequado para levantar-se. Colocar iluminação adequada para noite (principalmente no caminho para o banheiro).Executar trabalhos intensos de limpeza são atividades físicas que sobrecarregam o organismo gravídico, especialmente, entre o segundo e o terceiro trimestre conforme apontado por Amaral e Passini (2000). - Varrer: Procurar vassouras e rodos de cabos mais longos para não curvar-se durante a limpeza. Evitar torcer o tronco, empurrando o lixo para a frente do corpo. Estofar e engrossar o cabo facilitando a preensão 48 - Limpezas em geral: Manter a postura e fazer movimentos laterais e verticais amplos com os braços; associando a respiração, fortalecendo, desta maneira, a musculatura dos membros superiores e peitoral, que sustenta as mamas. Ao realizar tarefas domésticas em pé (lavar louça, cozinhar, lavar roupa, passar roupa, etc), a gestante deve colocar um dos pés sobre um banquinho de aproximadamente 20 cm de altura, alternando-os; aproximar-se do móvel onde estiver realizando a tarefa. Tarefas em quatro apoios (lavar o chão, passar cera, limpar carpete, etc.), contrair o abdome, retificando a coluna e observar o relaxamento da musculatura perineal. Ao ajoelhar-se, colocar um pedaço de espuma sob os joelhos para protegê-los. Para limpeza no solo, realizar movimentos amplos com os braços e tente trabalhar alternando-os (AMARAL & PASSINI, 2000). - Erguer objetos: A movimentação manual de cargas é a maior causa de lesões músculoesqueléticos no local de trabalho e no ambiente doméstico, nomeadamente problemas nos ombros e costas. As tarefas que envolvam levantar, baixar, empurrar, puxar ou segurar uma carga podem resultar em problemas graves para a saúde. Sempre que uma tarefa requeira flexão prolongada do tronco (principalmente quando a carga é baixa) existe um risco de lesão nas costas mesmo quando a carga é pequena ou pouco pesada, porque o tronco e a parte superior do corpo por si só já constituem também um peso. A gravidez aumenta a carga suportada pela gestante e por isso os riscos de movimentação manual de cargas são maiores, devendo ser evitadas estas situações. Para uma gestante erguer algum objeto, com maior segurança, é necessário fletir os joelhos, abrir as pernas, encaixar a barriga entre elas. A força deve incidir sobre os músculos das pernas e não sobrecarregando a musculatura da coluna lombar (FERREIRA & NAKANO, 2000). - Dormir, despertar e mudanças de decúbito: Ao deitar-se, a gestante deverá sentar-se na beira da cama, apoiar o tronco sobre o cotovelo, girando de costas, colocando as pernas sobre a cama. Para levantar, utilizar o processo inverso. Utilizar travesseiro que preencha o espaço entre a cabeça e os ombrose outro entre as pernas. Preferencialmente assumindo o decúbito lateral esquerdo, pois esta posição permite um relaxamento dos músculos posteriores do tronco, diminuindo a compressão dos discos intervertebrais e facilita a circulação sangüínea, principalmente a útero-placentária. Ao despertar, antes de levantar-se da cama, mexer as mãos e pés com movimentos circulares para lubrificar estas articulações, preparando-as para o movimento. Assumir o decúbito lateral e apoiar o tronco sobre o cotovelo, levando as 49 pernas para fora da cama. Evitar levantar-se flexionando o tronco para frente, pois esta posição promove um afastamento dos músculos reto abdominais, prejudicando assim a função de sustentação dos órgãos abdominais e sua ação durante o período expulsivo. Sempre que possível, é importante que a gestante tenha períodos de repouso, especialmente para as que apresentem gravidez de risco (AMARAL & PASSINI, 2000). - Assumir a posição ortostática: Ao ficar em pé, a grávida deve deslocar o peso do corpo para a parte anterior dos pés, evitando sobrecarregar os calcanhares; para posicionar-se desta forma, basta fletir ligeiramente os joelhos, contraindo a região glútea (FERREIRA & NAKANO, 2000). - Deambular: Para realizar esta atividade a grávida deverá usando sapatos adequados: confortáveis, de salto baixo e nivelados. Manter a cabeça erguida e balançar os braços, alternando-os (FERREIRA & NAKANO, 2000). - Posições de Relaxamento: Em decúbito dorsal, com a cabeça apoiada em um travesseiro. Pôr almofadas sob as pernas até que se forme um ângulo de aproximadamente 90 graus. 50 CONCLUSÃO A Ergonomia e a Obstetrícia, embora sejam disciplinas científicas diferenciadas, estão ajudando na construção desta fundamentação, pois ambas trabalham com o mecanismo fisiológico do corpo humano e a maneira que é utilizado para o desenvolvimento das atividades, ou seja, visando a promoção da saúde e prevenção de agravos que possam ser desencadeados na relação entre trabalho e gravidez. A inter- relação dessas ciências pode se constituir em importante ferramenta para colaborar na busca de alternativas, à melhoria da atividade produtiva da mulher, em um momento cíclico e singular de sua vida, que voluntária ou involuntariamente, não envolvem apenas a trabalhadora e a empresa, mas também outro ser, que ainda não sobrevive, tão pouco decide sobre si mesmo, sem o auxílio do corpo materno. O estudo da influência da atividade física e da permanência na postura ereta durante a gestação vem merecendo destaque na literatura dada a sua importância em saúde pública, entre outros aspectos por serem fatores potencialmente modificáveis. Tais estudos focalizaram inicialmente a atividade física ocupacional e, posteriormente, atividades físicas cotidianas e exercícios físicos. As orientações sobre a atividade física devem ser enfatizadas durante a assistência pré-natal, principalmente nas mulheres que não têm ajuda no trabalho doméstico e/ou permaneçam na postura em pé parada por tempo prolongado. Sabendo-se das modificações que a gestação causa, este estudo, através destas orientações, busca prevenir acidentes domésticos e laborais, manter as habilidades da gestante, para que possa fazer os movimentos necessários no dia-a-dia com segurança, facilitando o seu desempenho e, conseqüentemente, promovendo seu bem estar físico e mental. 51 REFERÊNCIAS 1. ALMEIDA, L.; SOUZA, E. 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