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DISCIPLINA: SEGURANÇA DO TRABALHO AUTORIA: ALLAN COSTA JARDIM Multivix-Vitória Rua José Alves, 301, Goiabeiras, Vitória-ES Cep 29075-080 – Telefone: (27) 3335-5666 Credenciada pela Portaria MEC nº 259 de 11 de fevereiro de 1999. Multivix-Nova Venécia Rua Jacobina, 165, Bairro São Francisco, Nova Venécia-ES Cep 29830-000 - Telefone: 27 3752-4500 Credenciada pela portaria MEC nº 1.299 de 26 de agosto de 1999 Multivix-São Mateus Rod. Othovarino Duarte Santos, 844, Resid. Parque Washington, São Mateus-ES Cep 29938-015 – Telefone (27) 3313.9700 Credenciada pela Portaria MEC nº 1.236 de 09 de outubro de 2008. Multivix-Serra R. Barão do Rio Branco, 120, Colina de Laranjeiras, Serra-ES Cep 29167-172 – Telefone: (27) 3041.7070 Credenciada pela Portaria MEC nº 248 de 07 de julho de 2011. Multivix- Cachoeiro de Itapemirim R. Moreira, 23 - Bairro Independência - Cachoeiro de Itapemirim/ES Cep 29306-320 – Telefone: (28) 3522-5253 Credenciada pela Portaria MEC nº 84 de 16 de Janeiro de 2002. Multivix-Castelo Av. Nicanor Marques, 245, Centro - Castelo – ES Cep 29360-000 – Telefone: (28) 3542-2253 Credenciada pela Portaria MEC nº 236 de 11 de Fevereiro de 1999. Vitória, 2014 1 Segurança do Trabalho Diretor Executivo: Tadeu Antonio de Oliveira Penina Diretora Acadêmica: Eliene Maria Gava Ferrão Diretor Administrativo Financeiro: Fernando Bom Costalonga NEAD – Núcleo de Educação à Distância GESTÃO ACADÊMICA - Coord. Didático Pedagógico GESTÃO ACADÊMICA - Coord. Didático Semipresencial GESTÃO DE MATERIAIS PEDAGÓGICOS E METODOLOGIA Coord. Geral de EAD (Dados de publicação na fonte) J373 Jardim, Allan Costa. Segurança do trabalho / Allan Costa Jardim. – Vitória : Multivix, 2014. 111 f. : il. ; 30 cm Inclui referências. 1. Segurança do trabalho. 2. Ambiente de Trabalho. 3. Planejamento urbano. I. Rembiski, Fabricia Delfino. II. Faculdade Multivix. III. Título. CDD: 658.38 2 Segurança do Trabalho Disciplina: ENGENHARIA E SEGURANÇA DO TRABALHO Autoria: ALLAN COSTA JARDIM Primeira edição: 2014 Todos os direitos desta edição reservados à FACULDADE BRASILEIRA – MULTIVIX VITÓRIA FACULDADE CAPIXABA DE NOVA VENÉCIA – MULTIVIX NOVA VENÉCIA FACULDADE NORTE CAPIXABA DE SÃO MATEUS – MULTIVIX SÃO MATEUS FACULDADE CAPIXABA DA SERRA – MULTIVIX SERRA FACULDADE DO ESPÍRITO SANTO – MULTIVIX CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM FACULDADE DE CASTELO – MULTIVIX CASTELO http://www.multivix.edu.br 3 Segurança do Trabalho SUMÁRIO 1º BIMESTRE.................................................................................................. 9 1 INTRODUÇÃO................................................................................ 10 1.1 CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO................................. 11 2 LEGISLAÇÃO E NORMAS REGULAMENTADORAS..... 12 2.1 NORMAS REGULAMENTADORAS – SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO......................................................................................... 12 2.1.1 NR 1 DISPOSIÇÕES GERAIS.................................................................... 16 2.1.2 NR 2 INSPEÇÃO PRÉVIA......................................................................... 16 2.1.3 NR 3 EMBARGO OU INTERDIÇÃO............................................................. 16 2.1.4 NR 4 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO – SESMT........................................................ 16 2.1.5 NR 5 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES....................... 14 2.1.6 NR 6 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL....................................... 14 2.1.7 NR 7 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL......... 15 2.1.8 NR 8 EDIFICAÇÕES................................................................................ 15 2.1.9 NR 9 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS....................... 15 2.1.10 NR10 SERVIÇOS EM ELETRICIDADE........................................................ 15 2.1.11 NR 11 TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS............................................................................................ 15 2.1.12 NR 12 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS....................................................... 16 2.1.13 NR 13 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO................................................ 16 2.1.14 NR 14 FORNOS..................................................................................... 16 2.1.15 NR 15 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES....................................... 16 2.1.16 NR 16 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS......................................... 16 2.1.17 NR 17 ERGONOMIA............................................................................... 17 2.1.18 NR 18 CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA 17 4 Segurança do Trabalho CONSTRUÇÃO........................................................................................ 2.1.19 NR 19 EXPLOSIVOS............................................................................... 17 2.1.20 NR 20 LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS...................................... 17 2.1.21 NR 21 TRABALHOS A CÉU ABERTO......................................................... 17 2.1.22 NR 22 SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO.................... 18 2.1.23 NR 23 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS.................................................... 18 2.1.24 NR 24 CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO............................................................................................ 18 2.1.25 NR 25 RESÍDUOS INDUSTRIAIS............................................................... 18 2.1.26 NR 26 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA...................................................... 18 2.1.27 NR 27 REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO................................................ 19 2.1.28 NR 28 FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES.................................................... 19 2.1.29 NR 29 NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO.......................................................................... 19 2.1.30 NR 30 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO...................... 19 2.1.31 NR 31 NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA, PECUÁRIA SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA.................................................................. 20 2.1.32 NR 32 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE.................................................................................................. 20 2.1.33 NR 33 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS......................................................................................... 21 2.1.35 NR 34 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL....................................................... 21 2.2 NORMAS DE SEGURANÇA MECÂNICA........................................... 23 3 EPI – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - NR 6................................................................................................... 24 4 SEGURANÇA COM ELETRICIDADE......................................29 4.1 RISCOS ELÉTRICOS......................................................................... 30 5 Segurança do Trabalho 4.2 PRÁTICAS SEGURAS........................................................................ 30 5 PRIMEIROS SOCORROS........................................................... 32 5.1 SINAIS VITAIS.................................................................................... 32 5.2 ETAPAS BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS............................ 32 5.2.1 AVALIAÇÃO DO LOCAL DO ACIDENTE....................................................... 32 5.2.2 AVALIAÇÃO E EXAME DO ESTADO GERAL DO ACIDENTADO........................ 33 5.3 PARA O BOM ATENDIMENTO É IMPRESCINDÍVEL....................... 36 6 ERGONOMIA.................................................................................. 38 6.1 HISTÓRICO E FASES DA ERGONOMIA........................................... 38 6.2 A ERGONOMIA E O SISTEMA HOMEM-MÁQUINA E MEIO AMBIENTE.......................................................................................... 41 6.3 ERGONOMIA E SISTEMA DA QUALIDADE...................................... 42 6.4 A ERGONOMIA E A PREVENÇÃO DE ACIDENTES......................... 42 6.5 OS FATORES BIOMECÂNICOS LIGADOS AO TRABALHO............. 43 6.5.1 A FORÇA............................................................................................... 44 6.5.2 A REPETITIVIDADE................................................................................. 45 6.5.3 POSTURAS............................................................................................ 46 2º BIMESTRE.................................................................................................. 48 7 HIGIENE E MEDICINA DO TRABALHO................................. 49 7.1 RISCOS AMBIENTAIS........................................................................ 49 7.1.1 AGENTES FÍSICOS.................................................................................. 50 7.1.2 AGENTES QUÍMICOS............................................................................... 50 7.1.3 AGENTES BIOLÓGICOS........................................................................... 50 7.2 LIMITE DE TOLERÂNCIA................................................................... 51 7.2.1 TEMPO DE EXPOSIÇÃO........................................................................... 51 7.2.2 CONCENTRAÇÃO OU INTENSIDADE DOS AGENTES AMBIENTAIS.................. 52 7.3 CARACTERÍSTICAS DOS AGENTES AMBIENTAIS......................... 52 7.4 SUSCETIBILIDADE INDIVIDUAL....................................................... 52 7.4.1 TIPO DE SERVIÇO................................................................................... 53 6 Segurança do Trabalho 8 PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO” .......................... 54 8.1 CALOR” ............................................................................................. 54 8.1.1 EFEITOS DO CALOR................................................................................ 55 8.1.2 ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA................................................................ 56 8.1.3 AUMENTO DE VOLUME............................................................................ 56 8.1.4 MUDANÇA DO ESTADO FÍSICO DA MATÉRIA.............................................. 57 8.1.5 MUDANÇA DO ESTADO QUÍMICO DA MATÉRIA........................................... 58 8.1.6 EFEITOS FISIOLÓGICOS DO CALOR.......................................................... 58 8.2 PROPAGAÇÃO DO CALOR............................................................... 58 8.2.1 CONVECÇÃO......................................................................................... 59 8.2.2 CONDUÇÃO........................................................................................... 59 8.2.3 IRRADIAÇÃO.......................................................................................... 60 8.3 PONTOS DE TEMPERATURA........................................................... 60 8.4 COMBUSTÍVEL................................................................................... 61 8.4.1 COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS........................................................................ 61 8.4.2 COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS........................................................................ 62 8.4.3 COMBUSTÍVEIS GASOSOS....................................................................... 62 8.5 PROCESSOS DE QUEIMA................................................................ 63 8.6 COMBURENTE................................................................................... 64 8.7 REAÇÃO EM CADEIA........................................................................ 65 8.8 FASES DO FOGO............................................................................... 65 8.8.1 FASE INICIAL......................................................................................... 65 8.8.2 QUEIMA LIVRE....................................................................................... 66 8.8.3 QUEIMA LENTA...................................................................................... 67 8.9 FORMAS DE COMBUSTÃO” ............................................................ 69 8.9.1 COMBUSTÃO COMPLETA” ...................................................................... 70 8.9.2 COMBUSTÃO INCOMPLETA..................................................................... 70 8.9.3 COMBUSTÃO ESPONTÂNEA.................................................................... 70 8.9.4 EXPLOSÃO” ......................................................................................... 70 8.10 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO............................................... 71 8.10.1 RETIRADA DO MATERIAL........................................................................ 71 8.10.2 RESFRIAMENTO..................................................................................... 71 7 Segurança do Trabalho 8.10.3 ABAFAMENTO........................................................................................ 72 8.10.4 QUEBRA DA REAÇÃO EM CADEIA............................................................. 72 8.11 CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS E MÉTODOS DE EXTINÇÃO.. 72 8.11.1 INCÊNDIO CLASSE “A”........................................................................... 73 8.11.2 INCÊNDIO CLASSE “B”........................................................................... 73 8.11.3 INCÊNDIO CLASSE “C”........................................................................... 74 8.11.4 INCÊNDIO CLASSE “D”........................................................................... 74 8.12 EXTINTORES DE INCÊNDIO............................................................. 75 8.12.1 AGENTES EXTINTORES........................................................................... 75 8.12.1.1 ÁGUA.................................................................................................... 75 8.12.1.2 ESPUMA ............................................................................................... 76 8.12.1.3 PÓ QUÍMICO SECO ................................................................................ 76 8.12.1.4 GÁS CARBÔNICO (CO2) ........................................................................ 76 8.12.1.5 COMPOSTOS HALOGENADOS (HALON) .................................................... 77 8.12.2 EXTINTORES PORTÁTEIS ........................................................................ 77 8.12.3 EXTINTORES OBSOLETOS ...................................................................... 81 8.12.4 MANUTENÇÃO EINSPEÇÃO .....................................................................82 9 ANÁLISE DE RISCOS.................................................................. 83 9.1 PREVENÇÃO DE RISCOS NAS OFICINAS MECÂNICAS................ 84 9.2 ACIDENTE DO TRABALHO............................................................... 87 9.3 BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS.................................................... 91 10 DIREITOS E DEVERES NA RELAÇÃO DE EMPREGO.. 100 10.1 LEGISLAÇÃO CONSTITUCIONAL TRABALHISTA........................... 100 10.2 DIREITOS DO TRABALHADOR......................................................... 100 10.3 DEVERES DO TRABALHADOR......................................................... 105 10.4 FÉRIAS............................................................................................... 105 10.4.1 ALTERAÇÃO NAS FÉRIAS........................................................................ 107 10.4.2 CÁLCULO DE FÉRIAS.............................................................................. 107 10.5 DEVERES DO TRABALHADOR......................................................... 108 8 Segurança do Trabalho 11 REFERÊNCIAS.............................................................................. 110 QUADRO QUADRO 1 - RELAÇÃO DE EPI DE ACORDO COM AS ATIVIDADES DA EMPRESA.................................................................................. 25 TABELA TABELA 1 - DOS RISCOS AMBIENTAIS...................................................... 50 9 Segurança do Trabalho 1º Bimestre 10 Segurança do Trabalho 1 INTRODUÇÃO Em campanha vinculada pela TST (Tribunal Superior do Trabalho), em 2011, informa que ocorrem 723 mil acidentes de trabalho por ano, 2496 mortes por ano, 7 trabalhadores por dia. A campanha alerta que onde eles mais fazem falta não é o trabalho, é o lar onde residem. http://www.tst.jus.br/prevencao/campanha.html. É um bom começo para valorizar o conhecimento a ser apresentado na apostila. A Segurança do Trabalho, durante algum tempo, passava a ideia apenas, de uso de capacetes, botas, cintos de segurança e uma série de outros equipamentos de proteção individual como proteção contra acidente, no entanto a evolução tecnológica se fez acompanhar de novos ambientes de trabalho e de riscos profissionais a eles associados. Muitos desses novos riscos são pouco ou nada conhecidos e demandam pesquisas cujos resultados só se apresentam após a exposição prolongada dos trabalhadores a ambientes nocivos à sua saúde e integridade física. Nos dias atuais a área de segurança e saúde no trabalho é multidisciplinar e tem como objetivo principal a prevenção dos riscos profissionais. O conceito de acidente é compreendido por um maior número de pessoas que já identificam as doenças profissionais como consequências de acidentes do trabalho. A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra no período de 1760 a 1830, deu grande impulso às indústrias, mas gerou transformações na relação do trabalho. Nos dias atuais não há como separar a atividade profissional de conceitos de Segurança. Portanto torna-se fundamental que na formação do profissional ele adquira conhecimentos e formação suficiente para prepará-lo a entender que não há trabalho eficiente sem que seja realizado aliado aos parâmetros adequados de segurança e saúde. Atualmente as empresas estão comprometidas com a melhoria da segurança e saúde de todos os empregados no trabalho, assim como, a proteção à sociedade, ao meio ambiente e à propriedade contra qualquer efeito adverso resultante das 11 Segurança do Trabalho operações. Além disso, lideram e obtém o compromisso de seu pessoal na melhoria contínua da qualidade dos produtos e serviços, visando alcançar a excelência com foco no cliente. O objetivo desse material é fornecer os conhecimentos básicos para que o profissional ao ser inserido no contexto trabalhista tenha formação para melhor desempenho de suas atividades com consciência prevencionista. 1.1 CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Entre os vários conceitos da vasta literatura destacamos: Segurança do trabalho é o conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. De acordo com a NR-4 – SESMT, da Portaria 3214/78 do MTE, o quadro de funcionários de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Técnico de Enfermagem do Trabalho. Estes profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Atuando, também na prevenção, prevê a NR-5 – CIPA, da Portaria 3214/78 do MTE que empregados constituam a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se atualmente de Normas Regulamentadoras, e outras leis complementares, como portarias e decretos e também as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil. 12 Segurança do Trabalho 2 LEGISLAÇÃO E NORMAS REGULAMENTADORAS No Brasil as estatísticas sobre doenças profissionais e sobre acidentes do trabalho eram tão alarmantes que o Governo Federal baixou a Portaria 3.237, de 17 de julho de 1972, que tornou obrigatória a existência de Serviços de Medicina do Trabalho e Engenharia de Segurança do Trabalho em todas as empresas com mais de cem trabalhadores. A Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977 alterou a CLT inserindo conceitos de Segurança e Saúde no seu Titulo II, Capitulo V. Também foram inseridas as normas regulamentadoras, inicialmente, aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978 dão continuidade à legislação de proteção ao trabalhador brasileiro. Hoje já existem outras Portarias do Ministério do Trabalho e Emprego – TEM (http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras- 1.htm), que aprovaram novas NR. A legislação é dinâmica e deve sempre ser acompanhada para evitar a desatualização. Apesar de tal esforço, a quantidade de acidentes de trabalho no Brasil ainda é muito alta, vide Estatísticas publicadas no portal do Ministério do Trabalho. 2.1 NORMAS REGULAMENTADORAS – SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. O embasamento jurídico é o Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. As primeiras normas foram aprovadas pela PORTARIA N.° 3.214, 08 DE JUNHO DE 1978. Atualmente outras Portarias aprovaram novas NR. O não-cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregadora aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente. 13 Segurança do Trabalho Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento de suas obrigações com a segurança do trabalho. São as seguintes as Normas Regulamentadoras, com um resumo de seu conteúdo: 2.1.1 NR 1 DISPOSIÇÕES GERAIS As Normas Regulamentadoras (NRs) são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos de administração direta e indireta, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - (CLT). Estabelece a importância, funções e competência da Delegacia Regional do Trabalho. 2.1.2 NR 2 INSPEÇÃO PRÉVIA Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão do Ministério do Trabalho. 2.1.3 NR 3 EMBARGO OU INTERDIÇÃO A Delegacia Regional do Trabalho, à vista de laudo técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar a obra. (CLT Artigo 161 inciso 3.6|3.4|3.7|3.8|3.9|3.10) 2.1.4 NR 4 SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO – SESMT A NR 4 diz respeito aos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e tem como finalidade promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador em seu local de trabalho. Para oferecer proteção ao trabalhador o SESMT deve ter os seguintes profissionais: médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro, técnico de segurança no trabalho, 14 Segurança do Trabalho auxiliar de enfermagem, tem por atividade dar segurança aos trabalhadores através do ambiente de trabalho que inclui máquinas e equipamentos, reduzindo os riscos a saúde do trabalhador, verificando o uso dos EPIs, orientando para que os mesmos cumpram a NR, e fazendo assim com que diminuam os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais. O SESMT tem por finalidade promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no seu ambiente de trabalho, portanto, torna-se um trabalho que tem por objetivo a prevenção de acidentes tanto de doenças ocupacionais. Trata-se de trabalho preventivo e de competência dos profissionais citados acima, com aplicação de conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina no ambiente de trabalho para reduzir ou eliminar os riscos à saúde dos trabalhadores. Cabe ao SESMT orientar os trabalhadores quanto ao uso dos equipamentos de proteção individual e conscientizá-los da importância de prevenir os acidentes e das formas de conservar a saúde no trabalho. É também de responsabilidade do SESMT o registro dos acidentes. (CLT - Artigo 162 inciso 4.1|4.2|4.8.9|4.10) 2.1.5 NR 5 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES As empresas privadas, públicas e órgãos governamentais que possuam empregados regidos pela CLT ficam obrigados a organizar e manter em funcionamento uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CLT Artigo 164 Inciso 5.6|5.6.1|5.6.2|5.7|5.11 e Artigo 165 inciso 5.8) A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. 2.1.6 NR 6 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Para os fins de aplicação desta NR, considera-se EPI todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados gratuitamente. (CLT - artigo 166 inciso 6.3 subitem A - Artigo 167 inciso 6.2) 15 Segurança do Trabalho 2.1.7 NR 7 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, cujo objetivo é promover e preservar a saúde do conjunto dos seus trabalhadores. 2.1.8 NR 8 EDIFICAÇÕES Esta NR estabelece requisitos técnicos mínimos que devam ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. 2.1.9 NR 9 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS Esta NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho. 2.1.10 NR10 SERVIÇOS EM ELETRICIDADE Esta NR fixa as condições mínimas exigidas para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas etapas, incluindo projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação e ainda, a segurança de usuários e terceiros. 2.1.11 NR 11 TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS Esta NR estabelece normas de segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. O armazenamento de materiais deverá obedecer aos requisitos de segurança para cada tipo de material. 16 Segurança do Trabalho 2.1.12 NR 12 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios nos locais destinados a máquinas e equipamentos, como piso, áreas de circulação, dispositivos de partida e parada, normas sobre proteção de máquinas e equipamentos, bem como manutenção e operação. 2.1.13 NR 13 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios nos locais onde se situam as caldeiras de qualquer fonte de energia, projeto, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação profissional vigente no país. 2.1.14 NR 14 FORNOS Esta NR estabelece os procedimentos mínimos, fixando construção sólida, revestida com material refratário, de forma que o calor radiante não ultrapasse os limites de tolerância, oferecendo o máximo de segurança e conforto aos trabalhadores. 2.1.115 NR 15 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES Esta NR estabelece os procedimentos obrigatórios, nas atividades ou operações insalubres que são executadas acima dos limites de tolerância previstos na Legislação, comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho. Agentes agressivos: ruído, calor, radiações, pressões, frio, umidade, agentes químicos. 2.1.16 NR 16 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS Esta NR estabelece os procedimentos nas atividades exercidas pelos trabalhadores que manuseiam e/ou transportam explosivos ou produtos químicos, classificados como inflamáveis, substâncias radioativas e serviços de operação e manutenção. 17 Segurança do Trabalho 2.1.17 NR 17 ERGONOMIA Esta NR visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. 2.1.18 NR 18 CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO Esta NR estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementaçãode medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção. 2.1.19 NR 19 EXPLOSIVOS Esta NR estabelece o fiel cumprimento do procedimento em manusear, transportar e armazenar explosivos de uma forma segura, evitando assim riscos e acidentes. 2.1.20 NR 20 LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS Esta NR estabelece a definição para líquidos combustíveis, líquidos inflamáveis e Gás de petróleo liquefeito, parâmetros para armazenar, como transportar e como devem ser manuseados pelos trabalhadores. 2.1.21 NR 21 TRABALHOS A CÉU ABERTO Esta NR estabelece os critérios mínimos para os serviços realizados a céu aberto, sendo obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos com boa estrutura, capazes de proteger os trabalhadores contra intempéries. 18 Segurança do Trabalho 2.1.22 NR 22 SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO Esta NR estabelece sobre procedimentos de Segurança e Medicina do Trabalho em minas, determinando que a empresa adotará métodos e manterá locais de trabalho que proporcionem a seus empregados condições satisfatórias de Segurança e Medicina do Trabalho. 2.1.23 NR 23 PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS Esta NR estabelece os procedimentos que todas as empresas devam possuir, no tocante à proteção contra incêndio, saídas de emergência para os trabalhadores, equipamentos suficientes para combater o fogo e pessoal treinado no uso correto. 2.1.24 NR 24 CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO Esta NR estabelece critérios mínimos, para fins de aplicação de aparelhos sanitários, gabinete sanitário, banheiro, cujas instalações deverão ser separadas por sexo, vestiários, refeitórios, cozinhas e alojamentos.. 2.1.25 NR 25 RESÍDUOS INDUSTRIAIS Esta NR estabelece os critérios que deverão ser eliminados dos locais de trabalho, através de métodos, equipamentos ou medidas adequadas, de forma a evitar riscos à saúde e à segurança do trabalhador. 2.1.26 NR 26 SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA Esta NR tem por objetivos fixar as cores que devam ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando, delimitando e advertindo contra riscos. 19 Segurança do Trabalho 2.1.27 NR 27 REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO Esta NR estabelece que o exercício da profissão depende de registro no Ministério do Trabalho, efetuado pela SSST, com processo iniciado através das DRT. Esta NR foi revogada de acordo com a PORTARIA Nº 262 DE 29 DE MAIO DE 2008 (DOU de 30 de maio de 2008 – Seção 1 – Pág. 118). De acordo com o Art. 2º da supracitada DOU, o registro profissional será efetivado pelo Setor de Identificação e Registro Profissional das Unidades Descentralizadas do Ministério do Trabalho e Emprego, mediante requerimento do interessado, que poderá ser encaminhado pelo sindicato da categoria. O lançamento do registro será diretamente na Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS. 2.1.28 NR 28 FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES Esta NR estabelece que Fiscalização, Embargo, Interdição e Penalidades, no cumprimento das disposições legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador, serão efetuados obedecendo ao disposto nos decretos leis. 2.1.29 NR 29 NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO Esta NR regulariza a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, alcançando as melhores condições possíveis de segurança e saúde dos trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado. 2.1.30 NR 30 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO Esta norma aplica-se aos trabalhadores das embarcações comerciais, de bandeira nacional, bem como às de bandeiras estrangeiras, no limite do disposto na 20 Segurança do Trabalho Convenção da OIT n.º 147 - Normas Mínimas para Marinha Mercante, utilizados no transporte de mercadorias ou de passageiros, inclusive naquelas utilizadas na prestação de serviços, seja na navegação marítima de longo curso, na de cabotagem, na navegação interior, de apoio marítimo e portuário, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em deslocamento. 2.1.31 NR 31 NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA, PECUÁRIA SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA Esta NR tem por objetivo estabelecer os preceitos a serem obervados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planjamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aqüicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. Para fins de aplicação desta NR considera-se atividade agro-econômica, aquelas que operando na transformação do produto agrário, não altere a sua natureza, retirando-lhe a condição de matéria prima. 2.1.32 NR 32 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE Esta Norma Regulamentadora tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. Para fins de aplicação desta NR, entende-se como serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. A responsabilidade é solidária entre contratante e contratado quanto ao cumprimento da NR 32. A conscientização e colaboração de todos é muito importante para prevenção de acidentes na área da saúde. 21 Segurança do Trabalho As atividades relacionadas aos serviços de saúde são aquelas que, no entendimento do legislador, apresentam maior risco devido à possibilidade de contato com microorganismos encontrados nos ambientes e equipamentos utilizados no exercício do trabalho, com potencial de provocar doenças nos trabalhadores. Os trabalhadores diretamente envolvidos com este agentes são: médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, atendentes de ambulatórios e hospitais, dentistas,limpeza e manutenção de equipamentos hospitalar, motoristas de ambulância, entre outros envolvidos em serviços de saúde. 2.1.33 NR 33 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS Esta NR tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores e que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio. 2.1.35 NR 34 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL Esta NR trata de nove procedimentos de trabalhos executados em estaleiros: trabalho a quente; montagem e desmontagem de andaimes; pintura; jateamento e hidrojateamento; movimentação de cargas; instalações elétricas provisórias; trabalhosem altura; utilização de radionuclídeos e gamagrafia; e máquinas portáteis rotativas. NR 01 - Disposições Gerais NR 02 - Inspeção Prévia NR 03 - Embargo ou Interdição 22 Segurança do Trabalho NR 04 - Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI NR 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional NR 08 - Edificações NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais NR 12 - Máquinas e Equipamentos NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão NR 14 - Fornos NR 15 - Atividades e Operações Insalubres NR 16 - Atividades e Operações Perigosas NR 17 - Ergonomia NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção NR 19 - Explosivos NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis NR 21 - Trabalho a Céu Aberto NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração NR 23 - Proteção Contra Incêndios NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho NR 25 - Resíduos Industriais NR 26 - Sinalização de Segurança NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB (Revogada pela Portaria GM n.º 262/2008) NR 28 - Fiscalização e Penalidades NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário NR 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário NR 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados 23 Segurança do Trabalho NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval Como histórico registra-se o fato de já terem existido as chamadas Normas Regulamentadoras Rurais. Hoje trabalhadas na NR 31. NRR 1 - Disposições Gerais (Revogada pela Portaria MTE 191/2008) NRR 2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (Revogada pela Portaria MTE 191/2008) NRR 3 - Comissão Interna De Prevenção De Acidentes Do Trabalho Rural (Revogada pela Portaria MTE 191/2008) NRR 4 - Equipamento De Proteção Individual - EPI(Revogada pela Portaria MTE 191/2008) NRR 5 - Produtos Químicos (Revogada pela Portaria MTE 191/2008) 2.2 NORMAS DE SEGURANÇA MECÂNICA Enfatizamos que as máquinas e equipamentos a serem expostos deverão oferecer condições de segurança e saúde em conformidade com a seguinte regulamentação normativa compulsória vigente: CLT – Consolidação das Leis do Trabalho: Art. 184 – As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida e parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes de trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental. § 1º - É proibida a fabricação, a importação, a venda, a locação e o uso de máquinas e equipamentos que não atendam ao disposto neste artigo. NORMA REGULAMENTADORA NR 12 – Máquinas e Equipamentos. 24 Segurança do Trabalho 3 EPI – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - NR 6 Todas as empresas estão obrigadas a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, assim está disciplinado na NR 6, da Portaria nº 3.214/78. Em qualquer circunstância, o uso do EPI será tanto mais útil e trará melhores resultados, quanto mais correta for a sua indicação. Essa indicação não é difícil, mas requer certo cuidado nos seguintes aspectos: Identificação do risco: verificar a existência ou inexistência de elementos das operações, de produtos, de condições do ambiente, que sejam ou que possam vir a ser agressivos ao trabalhador; Avaliação do risco existente: determinar a intensidade e extensão do risco, quanto às possíveis conseqüências para o trabalhador; verificar com que freqüência ele se expõe ao risco e quantos trabalhadores estão sujeitos aos mesmos perigos; Indicação do EPI apropriado: escolher, entre vários EPI, o mais adequado para solucionar o problema que se tem pela frente, contando, para isto a assistência dos fabricantes e com instruções apropriadas e claras. Observação: a) Todos os EPI, de acordo com o art. 167 da CLT, devem ser adquiridos pelos fornecedores idôneos, que possuam Certificado de Aprovação da Secretaria Nacional do Trabalho. A aquisição dos EPI sem a aprovação da SNT, não atende os requisitos exigidos pela Portaria nº 3.214/78, daí sujeito a multas pela Fiscalização do Trabalho. As empresas fabricantes de EPI respiratória com filtros químicos ou combinados, segundo a Portaria nº 3, de 03/06/91, do Departamento de Segurança do Trabalhador deverão requerer os respectivos Certificados de 25 Segurança do Trabalho Aprovação mediante apresentação: Memorial descritivo; Relatório de ensaio, Termo de Responsabilidade e Cópia do ao alvará de funcionamento e localização; b) De acordo com a Portaria nº 06, de 19/08/92, DOU de 19/08/92, da Diretoria do Depto. Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador, os EPI de fabricação estrangeira, devem ser aprovados pelo Ministério do Trabalho e comprovar o Certificado de Aprovação - CA. A empresa fica obrigada a comunicar ao Ministério do Trabalho, qualquer irregularidade apresentada no EPI. QUADRO 1 - RELAÇÃO DE EPI DE ACORDO COM AS ATIVIDADES DA EMPRESA FINALIDADE RISCO EPI INDICADO (continua) Proteção para crânio. Impactos, perfurações, choque elétrico, cabelos arrancados. Capacete de segurança. Proteção visual e facial Impactos de partículas sólidas quentes ou frias, de substâncias nocivas (poeiras, líquidos, vapores e gases irritantes), de radiações (infravermelho, ultravioleta e calor). Óculos de segurança (para soldadores, torneiros, esmeriladores, operadores de politriz e outros). Protetores faciais (contra a ação de borrifos, impacto e calor radiante). Máscaras e escudos para soldadores. Proteção respiratória. Deficiência de oxigênio, contaminantes tóxicos (gasosos e partículas). Respiradores com filtro mecânico (oferecem proteção contra partículas suspensas no ar, incluindo poeiras, neblinas, vapores metálicos e fumos). Respiradores com filtros químicos (dão proteção contra concentrações leves, até 0,2% por volume, de certos gases ácidos e alcalinos, de vapores orgânicos e vapores de mercúrio). Respiradores com filtros combinados (são usados em trabalhos tais como pintura a pistola e aplicação de inseticidas). Equipamentos de provisão de ar (ou linhas de ar). Equipamentos portáteis autônomos (de oxigênio e de ar comprimido). 26 Segurança do Trabalho Proteção auricular O ruído é um elemento de ataque individual que se acumula, produzindo efeitos psicológicos e, posteriormente, fisiológicos, na sua maioria irreversível. Por isso, quando a intensidade de ruído pode ser prejudicial, deve-se fazer o possível para eliminá-lo ou reduzi-lo por meio de um controle da fonte ou do meio. Quando todos os métodos de controle falharam, o último dos recursos é dotar o indivíduo exposto de um equipamento de proteção auricular. Protetores de inserção, que podem ser: descartáveisou não- descartáveis (ambos moldados ou moldáveis). Protetores externos (circum- auriculares), também conhecidos como orelheiras ou tipo-concha. Proteção de tronco Projeção de partículas; golpes ligeiros; calor radiante, chamas; respingos de ácidos, abrasão; substâncias que penetram na pele, umidade excessiva. Aventais de couro - Vaqueta e Raspa (para trabalhos de soldagem elétrica, oxiacetilênica e corte a quente, e, também são indicados para o manuseio de chapas com rebarbas). Aventais de PVC (para trabalhos pesados, onde haja manuseio de peças úmidas ou risco de respingos de produtos químicos). Aventais de amianto (para trabalhos onde o calor é excessivo). Jaquetas (para trabalhos de soldagem em particular, soldagens em altas temperaturas, trabalhos em fornos, combate a incêndios). Proteção de membros superiores Golpes, cortes, abrasão, substâncias químicas, choque elétrico, radiações ionizantes. Luvas de couro - Vaqueta e Raspa (para serviços gerais de fundição, cerâmicas e funilarias, usinagem mecânica, montagem de motores, usinagem a frio, manuseio de materiais quentes até 60ºC, carga e descarga de materiais, manuseio e transporte de chapas). Luvas de borracha (para eletricistas e para trabalho com produtos químicos em geral, 27 Segurança do Trabalho exceto solventes e óleos, serviços de galvanoplastia, serviços úmidos em geral). Luvas de neoprene (empregadas em serviços que envolvem uso de óleo, graxas, gorduras, solventes, petróleo e derivados, inspeções em tanques contendo ácidos, serviços de galvanoplastia). Luvas de PVC (para trabalhos com líquidos ou produtos químicos que exijam melhor aderência no manuseio, lavagem de peças em corrosivos, manuseio de ácidos, óleos e graxas/gorduras, serviços de galvanoplastia). Luvas de hexanol (empregadas em serviço com solventes, manuseio de peças molhadas - hexanol - corrugado, em serviços que envolvem uso do petróleo e derivados). Luvas de tecidos (de lona, de lona flanelada, de grafatex, de feltro, de lã, de amianto, de malha metálica). Proteção dos membros inferiores. Cortes por superfícies cortantes e abrasivas, substâncias químicas, cinzas quentes, frio, gelo, perigos elétricos, impacto de objetos pesados, superfícies quentes, umidade. Sapatos (com biqueira de aço; condutores; anti-fagulhas; isolantes; para fundição). Guarda-pés (são recomendados para trabalhos em fundições, forjas, fábricas de papel, serralherias, fábricas de gelo). Botas de borracha (e outros materiais similares). Perneiras (de raspa de couro, são usadas pelos soldadores e fundidores, sendo as mais longas, são utilizadas em trabalhos com produtos químicos, líquidos ou corrosivos). Proteção coletiva. Equipamentos de proteção coletiva são aqueles que neutralizam a fonte do risco no lugar em que ele se manifesta, dispensando o trabalhador do uso de equipamento de proteção Os protetores dos pontos de operação em serras, em furadeiras, em prensas, os sistemas de isolamento de operações ruidosas, os exaustores de poeiras, vapores e gases nocivos, os dispositivos de 28 Segurança do Trabalho individual. proteção em escadas, em corredores, em guindastes, em esteiras transportadoras são exemplos de proteções coletivas que devem ser mantidas nas condições que as técnicas de segurança estabelecem e que devem ser reparadas sempre que apresentarem uma deficiência qualquer. A observação dos equipamentos de segurança, sejam individuais ou coletivos, tem grande importância nas inspeções de segurança. A eficiência desses equipamentos é comprovada pela experiência e, se obedecidas às regras de uso, a maior parte dos acidentes estará sendo evitada. 29 Segurança do Trabalho 4 SEGURANÇA COM ELETRICIDADE O trabalho envolvendo eletricidade implica em conhecimento e aplicação de princípios básicos, práticas de trabalho seguras e procedimentos de emergência corretos. Há previsão na NR-10 - Eletricidade: “Esta Norma Regulamentadora – NR -10 estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.” Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem possuir treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas, de acordo com o estabelecido no Anexo II desta NR. Como todas as instalações possuem sistemas elétricos deve-se avaliar qual o nível de envolvimento do trabalhador e treiná-lo conforme estabelecido na NR-10. Perigos elétricos incluem: choque elétrico; explosão elétrica; e queimaduras por eletricidade. Isto pode resultar em lesões graves ou morte. 30 Segurança do Trabalho 4.1 RISCOS ELÉTRICOS - Fios e partes metálicas sob tensão, desprotegidas que podem ser trocados acidentalmente ou sem conhecimento que estejam energizados. - Desligamentos de chaves tipo faca, com aparelhos ligados, poderão fazer com que haja a formação de arco voltaico (formação de faísca), o que pode ser muito perigoso. - Acidentes com pendentes inadequados podem determinar a energização de equipamentos ocasionando mortes de trabalhadores. (Pendentes de 110 ou 220 V). - Por falhas na construção ou por acidentes que constantemente permitem fugas de correntes para a carcaça do equipamento. - Máquinas equipamentos e ferramentas que estejam com suas carcaças energizadas, devido a falta de isolamento interno de sua fiação, poderão causar choques elétricos quando não aterradas eletricamente e quando a mão do operador estiver úmida ou ele estiver sobre um piso úmido sem calçados apropriados. 4.2 PRÁTICAS SEGURAS - Antes de iniciar o trabalho: - Desenergizar, travar, etiquetar e testar todos os circuitos de 50 volts ou mais; - Desenergizar todas as fontes de energia; - Desconectar todas as fontes de energia (dispositivos de controle de circuitos): botões de partida, chave seletora, intertravamento de segurança. - Usar, estocar e manter os EPI‟s de proteção contra eletricidade em condições seguras após o uso; - Usar capacete não-condutivo onde quer que haja um risco de ferimento de cabeça por choque elétrico ou queimaduras devido a contato com partes energizadas; - Usar EPI para os olhos e face onde haja risco de ferimento aos olhos e face devido a arcos elétricos, fagulhas ou partículas volantes resultantes de explosão elétrica. 31 Segurança do Trabalho - EPI‟s de proteção elétrica com buraco, rasgo, bolha, mancha por ação de químicos, furo ou corte, rachaduras, sinais de queimadura, afinamento de superfícies, trincas ou descostura não devem ser usados; - Usar ferramentas isolantes e equipamentos de manuseio isolantes quando trabalhar próximo de elementos de circuitos e/ou condutores energizados expostos de painéis se for impossível o trabalho com circuito desenergizado; - Usarsaca fusível isolantes para remover ou instalar fusíveis onde os terminais de fusíveis estiverem energizados. - Cordas e outros elementos usados próximo a elementos energizados precisam ser não-condutivos; - Não trabalhar com elementos elétricos energizados sem iluminação adequada; - Não trabalhar em circuito energizado sem autorização. 32 Segurança do Trabalho 5 PRIMEIROS SOCORROS Não há pretensão de abordagem profissional sobre o assunto. Havendo curso específico deve-se adotar as orientações da especialidade. Entende-se como primeiros socorros os procedimentos de emergência devem ser aplicados à uma pessoa em risco de morte, visando manter os sinais vitais e evitando o agravamento, até que ela receba assistência definitiva. 5.1 SINAIS VITAIS Sinais vitais são aqueles que indicam a existência de vida. São reflexos ou indícios que permitem concluir sobre o estado geral de uma pessoa. Os sinais sobre o funcionamento do corpo humano que devem ser compreendidos e conhecidos são: temperatura; pulso; respiração; e pressão arterial. Os sinais vitais são sinais que podem ser facilmente percebidos, deduzindo-se assim, que na ausência deles, existem alterações nas funções vitais do corpo. 5.2 ETAPAS BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS O atendimento de primeiros socorros pode ser dividido em etapas básicas que permitem a maior organização no atendimento e, portanto, resultados mais eficazes. 5.2.1 AVALIAÇÃO DO LOCAL DO ACIDENTE Esta é a primeira etapa básica na prestação de primeiros socorros. Ao chegar ao local de um acidente, ou onde se encontra um acidentado, deve-se assumir o controle da situação e proceder a uma rápida e segura avaliação da ocorrência. Deve-se tentar obter o máximo de informações possíveis sobre o ocorrido. Dependendo das circunstâncias de cada acidente, é importante também: 33 Segurança do Trabalho a) Evitar o pânico e procurar a colaboração de outras pessoas, dando ordens breves, claras, objetivas e concisas; b) Manter afastados os curiosos, para evitar confusão e para ter espaço em que se possa trabalhar da melhor maneira possível. 5.2.2 AVALIAÇÃO E EXAME DO ESTADO GERAL DO ACIDENTADO A avaliação e exame do estado geral de um acidentado de emergência clínica ou traumática é a segunda etapa básica na prestação dos primeiros socorros. Ela deve ser realizada simultaneamente ou imediatamente à "avaliação do acidente e proteção do acidentado". O exame deve ser rápido e sistemático, observando as seguintes prioridades: - Estado de consciência: avaliação de respostas lógicas (nome, idade, etc). - Respiração: movimentos torácicos e abdominais com entrada e saída de ar normalmente pelas narinas ou boca. - Hemorragia: avaliar a quantidade, o volume e a qualidade do sangue que se perde. Se é arterial ou venoso. - Pupilas: verificar o estado de dilatação e simetria (igualdade entre as pupilas). - Temperatura do corpo: observação e sensação de tato na face e extremidades. Deve-se ter sempre uma idéia bem clara do que se vai fazer, para não expor desnecessariamente o acidentado, verificando se há ferimento com o cuidado de não movimentá-lo excessivamente. Em seguida proceder a um exame rápido das diversas partes do corpo. Se o acidentado está consciente, perguntar por áreas dolorosas no corpo e incapacidade funcionais de mobilização. Pedir para apontar onde é a dor, pedir para movimentar as mãos, braços, etc. 34 Segurança do Trabalho Cabeça e Pescoço Sempre verificando o estado de consciência e a respiração do acidentado, apalpar, com cuidado, o crânio a procura de fratura, hemorragia ou depressão óssea. Proceder da mesma forma para o pescoço, procurando verificar o pulso na artéria carótida, observando freqüência, ritmo e amplitude, correr os dedos pela coluna cervical, desde a base do crânio até os ombros, procurando alguma irregularidade. Solicitar que o acidentado movimente lentamente o pescoço, verificar se há dor nessa região. Movimentar lenta e suavemente o pescoço, movendo-o de um lado para o outro. Em caso de dor pare qualquer mobilização desnecessária. Perguntar a natureza do acidente, sobre a sensibilidade e a capacidade de movimentação dos membros visando confirmar suspeita de fratura na coluna cervical. Coluna Dorsal Perguntar ao acidentado se sente dor. Na coluna dorsal correr a mão pela espinha do acidentado desde a nuca até o sacro. A presença de dor pode indicar lesão da coluna dorsal. Tórax e Membros Verificar se há lesão no tórax, se há dor quando respira ou se há dor quando o tórax é levemente comprimido. Solicitar ao acidentado que movimente de leve os braços e verificar a existência de dor ou incapacidade funcional. Localizar o local da dor e procurar deformação, edema e marcas de injeções. Verificar se há dor no abdome e procurar todo tipo de ferimento, mesmo pequeno. Muitas vezes um ferimento de bala é pequeno, não sangra e é profundo, com conseqüências graves. 35 Segurança do Trabalho Apertar cuidadosamente ambos os lados da bacia para verificar se há lesões. Solicitar à vítima que tente mover as pernas e verificar se há dor ou incapacidade funcional. Não permitir que o acidentado de choque elétrico ou traumatismo violento tente levantar-se prontamente, achando que nada sofreu. Ele deve ser mantido imóvel, pelo menos para um rápido exame nas áreas que sofreram alguma lesão. O acidentado deve ficar deitado de costas ou na posição que mais conforto lhe ofereça. Exame do acidentado Inconsciente O acidentado inconsciente é uma preocupação, pois além de se ter poucas informações sobre o seu estado podem surgir, complicações devido à inconsciência. O primeiro cuidado é manter as vias respiratórias superiores desimpedidas fazendo a extensão da cabeça, ou mantê-la em posição lateral para evitar aspiração de vômito. Limpar a cavidade bucal. O exame do acidentado inconsciente deve ser igual ao do acidentado consciente, só que com cuidados redobrados, pois os parâmetros de força e capacidade funcional não poderão ser verificados. O mesmo ocorrendo com respostas a estímulos dolorosos. É importante ter ciência que nos primeiros cuidados ao acidentado inconsciente a deverá ser mínima. A observação das seguintes alterações deve ter prioridade acima de qualquer outra iniciativa. Ela pode salvar uma vida: - Falta de respiração; - Falta de circulação (pulso ausente); - Hemorragia abundante; - Perda dos sentidos (ausência de consciência); 36 Segurança do Trabalho - Envenenamento. 5.3 PARA O BOM ATENDIMENTO É IMPRESCINDÍVEL 1. Manter a calma. Evitar pânico e assumir a situação. 2. Antes de qualquer procedimento, avaliar a cena do acidente e observar se ela pode oferecer riscos, para o acidentado e para você. EM HIPÓTESE NENHUMA PONHA SUA PRÓPRIA VIDA EM RISCO. 3. Os circunstantes devem ser afastados do acidentado, com calma e educação. O acidentado deve ser mantido afastado dos olhares de curiosos, preservando a sua integridade física e moral. 4. Saiba que qualquer ferimento ou doença súbita dará origem a uma grande mudança no ritmo da vida do acidentado, pois o coloca repentinamente em uma situação para a qual não está preparado e que foge a seu controle. Suas reações e comportamentos são diferentes do normal, não permitindo que ele possa avaliaras próprias condições de saúde e as conseqüências do acidente. Necessita de alguém que o ajude. Atue de maneira tranqüila e hábil, o acidentado sentirá que está sendo bem cuidado e não entrará em pânico. Isto é muito importante, pois a intranqüilidade pode piorar muito o seu estado. 5. Em caso de óbito serão necessárias testemunhas do ocorrido. Obter a colaboração de outras pessoas dando ordens claras e concisas. Identificar pessoas que se encarreguem de desviar o trânsito ou construir uma proteção provisória. Uma ótima dica é dar tarefas como, por exemplo: contatar o atendimento de emergência, buscar material para auxiliar no atendimento, como talas e gaze, avisar a polícia se necessário, etc. 6. JAMAIS SE EXPONHA A RISCOS. Utilizar luvas descartáveis e evitar o contato direto com sangue, secreções, excreções ou outros líquidos. Existem várias doenças que são transmitidas através deste contato. 37 Segurança do Trabalho 7. Tranqüilizar o acidentado. Em todo atendimento ao acidentado consciente, comunicar o que será feito antes de executar para transmitir confiança, evitando o medo e a ansiedade. 8. Quando a causa de lesão for um choque violento, deve-se pressupor a existência de lesão interna. As vítimas de trauma requerem técnicas específicas de manipulação, pois qualquer movimento errado pode piorar o seu estado. Recomendamos que as vítimas de traumas não sejam manuseadas até a chegada do atendimento emergencial. Acidentados presos em ferragens só devem ser retirados pela equipe de atendimento emergencial. 9. No caso do acidentado ter sede, não ofereça líquidos para beber, apenas molhe sua boca com gaze ou algodão umedecido. 10. Cobrir o acidentado para conservar o corpo quente e protegê-lo do frio, chuva, etc. 11. Em locais onde não haja ambulância, o acidentado só poderá ser transportado após ser avaliado, estabilizado e imobilizado adequadamente. Evite movimentos desnecessários. 12. Só retire o acidentado do local do acidente se esse local causar risco de vida para ele ou para o socorrista. Ex: risco de explosão, estrada perigosa onde não haja como sinalizar, etc. 38 Segurança do Trabalho 6 ERGONOMIA 6.1 HISTÓRICO E FASES DA ERGONOMIA Desde os tempos do Homem das Cavernas, a Ergonomia já existia e era aplicada. Quando se descobriu que uma pedra poderia ser afiada até ficar pontiaguda e transformar-se numa lança ou num machado, ali estava se aplicando a Ergonomia. A Ergonomia é a ciência aplicada a facilitar o trabalho executado pelo homem, sendo que se interpreta aqui a palavra “trabalho” como algo muito abrangente, em todos os ramos e áreas de atuação. O nome Ergonomia deriva-se de duas palavras gregas: ERGOS (trabalho) e NOMOS (leis, normas e regras). É, portanto uma ciência que pesquisa, estuda, desenvolve e aplica regras e normas a fim de organizar o trabalho, tornando este último compatível com as características físicas e psíquicas do ser humano. Para que isto seja possível, uma infinidade de outras ciências é usada pela Ergonomia, para que o profissional que desenvolve projetos Ergonômicos obtenha os conhecimentos necessários e suficientes e resolva uma série de problemas identificados num ambiente de trabalho, ou no modo como o trabalho é organizado e executado. Exemplos: fisiologia e anatomia, antropometria e biomecânica, higiene do trabalho e toxicologia, doenças ocupacionais. Oficialmente, a Ergonomia nasceu em 1949, derivada da época da 2ª Guerra Mundial. Durante a guerra, centenas de aviões, tanques, submarinos e armas foram rapidamente desenvolvidas, bem como sistemas de comunicação mais avançados e radares. Ocorre que muitos destes equipamentos não estavam adaptados às 39 Segurança do Trabalho características perceptivas daqueles que os operavam, provocando erros, acidentes e mortes. Como cada soldado ou piloto morto representava problemas sérios para as Forças Armadas, estudos e pesquisas foram iniciados por Engenheiros, Médicos e Cientistas, a fim de que projetos fossem desenvolvidos para modificar comandos (alavancas, botões, pedais, etc.) e painéis, além do campo visual das máquinas de guerra. Iniciava-se, assim, a adaptação de tais equipamentos aos soldados que tinham que utilizá-los em condições críticas, ou seja, em combate. Após a guerra, diversos profissionais envolvidos em tais projetos reuniram-se na Inglaterra, para trocar idéias sobre o assunto. Na mesma época, a Marinha e a Força Aérea dos Estados Unidos montam laboratórios de pesquisa de Ergonomia (lá conhecida por Human Factors, ou Fatores Humanos), com os mesmos objetivos. Posteriormente, com o Programa de Corrida Espacial e a Guerra Fria entre URSS e os EUA, a Ergonomia ganha impressionante avanço junto à NASA. Com o enorme desenvolvimento tecnológico divulgado por esta, a Ergonomia rapidamente se disseminou pelas indústrias de toda a América do Norte e Europa. Assim, percebe-se uma Primeira Fase da Ergonomia, referente às dimensões de objetos, ferramentas, painéis de controle dos postos de trabalho usados por operários. O objetivo dos cientistas, nesta fase, concentrava-se mais ao redimensionamento dos postos de trabalho, possibilitando um melhor alcance motor e visual aos trabalhadores. Numa Segunda Fase, a Ergonomia passa a ampliar sua área de atuação, confundindo-se com outras ciências, eis que fazendo uso destas. Assim, passa o Ergonomista a projetar postos de trabalho que isolam os trabalhadores do ambiente industrial agressivo, seja por agentes físicos (calor, frio, ruído, etc.), seja pela intoxicação por agentes químicos (vapores, gases, particulado sólido, etc.) uma interface com higiene ocupacional. O que se percebe é uma abrangência maior do 40 Segurança do Trabalho Ergonomista nesta fase, adequando o ambiente e as dimensões do trabalho ao homem. Em uma fase mais recente (Terceira Fase), à época da década de 80, a Ergonomia passa a atuar em outro ramo científico, mais relacionado com o processo COGNITIVO do ser humano, ou seja, estudando e elaborando sistemas de transmissão de informações mais adequadas às capacidades mentais do homem, muito comuns junto à informática e ao controle automático de processos industriais, através de SDCD‟s (Sistema Digital de Controle de Dados – automação, informática, etc.). Tal fase intensificou sua atuação mais na região da Europa, disseminando-se a seguir pelo resto do mundo. Por fim, na atualidade, pesquisas mais recente estão se desenvolvendo em relação à PSICOPATOLOGIA DO TRABALHO (Estado mental patológico caracterizado por desvios, sobretudo caracterológicos, que acarretam comportamentos anti-sociais) e na ANÁLISE COLETIVA DO TRABALHO. Especificamente a Escola Francesa de Ergonomia interessou-se por tais ciências e as vem divulgando pelo mundo, inclusive no Brasil. A primeira estuda as reações PSICOSSOMÁTICAS (perturbações ou lesões orgânicas produzidas por influências psíquicas (emoções, desejos, medo), dos trabalhadores e seu sofrimento frente a situações problemáticas da rotina do trabalho, principalmente levando em consideração que muitas destas situações não são previstas pela empresa, e muito menos aceitas por estas. Já a Análise Coletiva do Trabalho estabeleceu um importante diálogo entre o Ergonomista e grupos de trabalhadores, que passam a explicar livremente suas críticas, idéias e sugestões relacionadas aos problemas que os fazem sofrer em seu trabalho, sem sofrer pressões por parte das chefias, o que é essencial.A ergonomia nasceu de uma necessidade do ser humano cada vez mais querer aplicar menos esforço físico e mental em suas atividades diárias. 41 Segurança do Trabalho = 6.2 A ERGONOMIA E O SISTEMA HOMEM-MÁQUINA E MEIO AMBIENTE A ergonomia é a qualidade da adaptação de um dispositivo a seu operador e à tarefa que ele realiza. A usabilidade se revela quando os usuários empregam o sistema para alcançar seus objetivos em um determinado contexto de operação (Cybis, Betiol & Faust, 2007). Pode-se dizer que a ergonomia está na origem da usabilidade, pois quanto mais adaptado for o sistema interativo, maiores serão os níveis de eficácia, eficiência e satisfação alcançado pelo usuário durante o uso do sistema. De fato, a norma ISO 9241, em sua parte 11, define usabilidade a partir destas três medidas de base: - Eficácia: a capacidade que os sistemas conferem a diferentes tipos de usuários para alcançar seus objetivos em número e com a qualidade necessária. - Eficiência: a quantidade de recursos (por exemplo, tempo, esforço físico e cognitivo) que os sistemas solicitam aos usuários para a obtenção de seus objetivos com o sistema. - Satisfação: a emoção que os sistemas proporcionam aos usuários em face dos resultados obtidos e dos recursos necessários para alcançar tais objetivos. Por outro lado, um problema de ergonomia é identificado quando um aspecto da interface está em desacordo com as características dos usuários e da maneira pela qual ele realiza sua tarefa. Já um problema de usabilidade é observado em determinadas circunstâncias, quando uma característica do sistema interativo (problema de ergonomia) ocasiona a perda de tempo, compromete a qualidade da tarefa ou mesmo inviabiliza sua realização. Como consequência, ele estará Ergonomia Menos esforço físico e 42 Segurança do Trabalho aborrecendo, constrangendo ou até traumatizando a pessoa que utiliza o sistema interativo. 6.3 ERGONOMIA E SISTEMA DA QUALIDADE A ergonomia aplica-se ao desenvolvimento de ferramentas de ações sistematizadas em virtude uma política da qualidade e a critérios de averiguação de sua aplicação, como na assimilação da cultura do bem fazer por bem estar e compreender, nas chamadas auditorias ou análises de qualificação e mapeamentos de processos, e atinge a segmentos diversos quando margeia a confiança aos métodos de interpretação e a introdução de novos aplicativos, artefatos e até de gerenciamento de pessoas inerentes ou inseridas a um grupo. Os sistemas de qualidade em disseminação, quando de sua possibilidade em humanizar os processos volta-se a racionalizar o homem ao sistema e a interface da pessoa com o método. 6.4 A ERGONOMIA E A PREVENÇÃO DE ACIDENTES A ergonomia apresenta três níveis de desafios na indústria: o nível das condições de trabalho, dos sistemas técnicos e dos sistemas de produção. Nas condições de trabalho, a segurança é o desafio principal. Como a ergonomia tem o foco na atividade, os acidentes de trabalho são estudados por ela. Na teoria vigente em nosso país no campo da segurança do trabalho, os acidentes têm como causa os atos inseguros (90%) e as condições inseguras (10%). A ergonomia estuda os erros humanos para melhorar o contexto dos sistemas produtivos. Na revisão teórica procurou-se ver o trabalhador como ser humano, visto sob a ótica da psicopatologia do trabalho; a segurança do trabalho em uma leitura interpretativa de suas teorias e; o erro humano/ato inseguro quando relacionado com acidentes do trabalho. Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, aplicando conhecimentos de outras ciências na solução dos problemas surgidos desse relacionamento. 43 Segurança do Trabalho Um dos problemas graves entre o homem e seu trabalho são os acidentes que lhe causam doenças, lesões, amputações e até a morte de muitos trabalhadores. No contexto da atividade, para atuar sobre os acidentes de trabalho, a Ergonomia deve olhar o trabalhador como ser humano, a quem o trabalho deve ser adaptado; precisa alcançar a segurança do trabalho e sua defasagem entre a normalização e a realidade e necessita olhar os erros humanos (estudado pela ergonomia) e os atos inseguros (estudado pela segurança do trabalho). A figura abaixo apresenta a visão da ergonomia sobre os acidentes e o inter-relacionamento entre os fatores. Além disso, as organizações revelam desordens em seus interiores não importando se elas estão predispostas a um acidente ou não. Quando se fala em erros humanos, geralmente isto se refere a uma desatenção ou negligência do trabalhador. Para que essa desatenção ou negligência resulte em acidente, houve uma série de decisões que criaram as condições para que isto acontecesse. Se essas decisões tivessem sido diferentes, essa mesma desatenção ou negligência poderia não ter resultado em acidente. A abordagem do erro humano tem sofrido mudanças na medida em que se compreende melhor o comportamento do homem. 6.5 OS FATORES BIOMECÂNICOS LIGADOS AO TRABALHO Biomecânica é o estudo do movimento e do efeito das forças internas e externas de um corpo baseado em análises quantitativas e qualitativas, utilizando parâmetros como: velocidade, direção, quantidade de força, etc. As características e descrição do movimento fazem parte da cinesiologia (ciência que tem como enfoque a análise dos movimentos), que complementa a abordagem descritiva da origem do 44 Segurança do Trabalho deslocamento, e a fisiologia, por sua vez, estuda o funcionamento da articulação através da nutrição, irrigação, inervação das estruturas envolvidas, etc. A articulação é formada pela coaptação de dois ossos com o auxílio de músculos esqueléticos, ligamentos e cápsula articular. Para uma melhor compreensão é necessário ressaltar algumas considerações distintas sobre o sistema músculo- esquelético. O sistema esquelético determina nossa estrutura (tamanho e forma do corpo humano) em conjunto com hábitos alimentares, nível de atividade física e postura. Suas principais funções são: formação de alavancas para o aumento de forças e/ou velocidade dos movimentos, suporte, proteção, armazenamento de gordura e minerais, e formação de células sangüíneas. O sistema músculo-esquelético tem como funções principais: produção de movimentos, auxílio na estabilidade articular, manutenção da postura e posicionamento corporal, e suporte. O músculo se insere no osso diretamente ou por meio de tendões e/ou aponeuroses (faixas achatadas tendão), que suportam altas forças de tensão produzidas pelos músculos, absorvendo ou aumentando a tensão no sistema. As ações musculares estabilizam e maximizam a armazenagem de energia e desempenho muscular. Após o conhecimento anatômico e fisiológico das articulações, podemos distinguir os tipos de movimentos realizados, tais como flexão, extensão, rotação, abdução, etc., e associá-los aos planos e eixos ocorridos em relação a um sistema de referência, especificando a posição de um corpo ou segmento no espaço e às características de sua movimentação. 6.5.1 A FORÇA A força é um conceito fácil de definir, mas um parâmetro difícil de estimar. Resumindo, pode-se dizer que existem dois enfoques de estimação importante: 45 Segurança do Trabalho a) A força vista como fator de risco: a carga externa, os pesos manipulados; b) A força vista como uma conseqüência: seu impacto nas estruturas corporais. É importante fazer a distinção entre o peso do
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