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Os juridiquês e a linguagem Jurídica. Resenha.

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Da Silva Ramos Andrade, Valdeciliana. O juridiquês e a linguagem jurídica: o certo e o errado no discurso.
Resenhado por: Lucas Ramonn
Valdeciliana da Silva Ramos de Andrade é graduada em Letras (Português e Inglês) pela Fundação Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí-PR (FAPIPA), mestrado em Linguística e Filologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e doutorado em Língua Portuguesa pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atua na área de linguagem jurídica e de metodologia de pesquisa. Desenvolve estudos e pesquisas na área do discurso jurídico, de produção de texto científico e de oratória. É professora da Faculdade de Direito de Vitória (FDV) e atua, principalmente, nos seguintes temas: análise semiolinguística do discurso jurídico, análise crítica do discurso, linguagem jurídica, argumentação, causalidade, língua portuguesa, redação forense, acesso à justiça, oratória e metodologia de pesquisa.
 O texto de Valdeciliana da Silva Ramos de Andrade, O juridiquês e a linguagem jurídica, nos leva a refletir sobre os entraves que são causados pelo mal uso da linguagem que é peculiar ao Direito, entraves estes que dificultam o acesso do cidadão à justiça. A autora critica veementemente o uso de preciosismos e latinismos na linguagem jurídica, afirmando que estes seriam umas das matrizes que originam os juridiquês, que, para ela, só contribui para distanciar o cidadão da lei. 
Para Valdeciliana, a linguagem técnica do Direito não se confunde com os juridiquês propriamente dito, não obstante, é preciso haver uma descodificação dos termos técnicos sempre que a linguagem jurídica for dirigida àqueles que são leigos quanto à esta, visando no entanto, uma maior compreensão e entendimento por parte do público alheio à linguagem forense. 
Decerto, o uso da linguagem rebuscada, dotada de preciosismos e latinismos, não concorre para unir o cidadão aos seus direitos fundamentais que se encontram arraigados na lei, pelo contrário, toda essa “burocracia linguística” contribui apenas para tornar a justiça ainda mais morosa e burocrática, retardando seu objeto finalístico. É lastimável o fato de muitos juristas terem em mente a ideia de que quanto mais preciosismos, mais latinismos, melhor será a demonstração de conhecimento na atividade jurídica concernente a cada âmbito desta. O uso demasiado de todos esses aspectos que constituem os juridiquês, denota apenas falta de conhecimento e ausência de assertividade no que concerne à elucidação dos direitos fundamentais do indivíduo a este próprio, para efeito, afirma Valdeciliana (2009, p.2)
	
[...] há profissionais do âmbito jurídico que acreditam que escrever bem é escrever difícil – ISSO NÃO É VERDADE! Um bom texto não é medido pela quantidade de palavras latinas, arcaicas ou rebuscadas que se utiliza. Além disso, parece que o uso de um vernáculo mais elitizado demonstra cultura – ledo engano, isso hoje é burrice.
		
O texto escrito por Valdeciliana, alude à falta de objetividade nos textos jurídicos em que constam expressões latinas de difícil entendimento, ratificando que nem todos os que fazem uso destas as conhecem. Muitos não levam em conta a grafia correta dos termos em latim, tampouco os prejuízos gramaticais acarretados pelo errôneo uso de tais termos, especificamente em uma construção frasal ou produção de um texto jurídico por exemplo. A respeito da alusão referida neste parágrafo, a autora do texto afirma: 
	
Ainda é muito comum vermos termos ou expressões em latim no Direito, isso ocorre em virtude de alguns tentarem demonstrar que sabem latim. Aqui convém um pequeno esclarecimento – praticamente a maioria dos que empregam constantemente latinismos em seus textos não sabem latim de fato. Decoram expressões ou brocardos e passam a utilizá-los indistintamente. (VALDECILIANA, 2009, p. 6).
		
Por fim, o texto redigido por Valdeciliana se encerra sugerindo uma abstenção de todo qualquer termo que venha a se configurar em um juridiquê, visto que este distancia o cidadão do acesso à justiça, além de se afastar da objetividade no que tange à explicitação dos direitos inerente a cada individuo, seja em sua individualidade ou coletividade. Paralelo a esses argumentos, conclui Valdeciliana (2009, p. 13):
Na verdade, o emprego do juridiquês é uma forma de afastar o cidadão da comunicação de seus direitos e de seus deveres, este recurso visa tornar o processo mais moroso e, em consequência, a justiça mais lenta. Decididamente, empregar juridiquês é estar na contra mão da história e é ir de encontro com a evolução real e natural da língua. Por isso, ABAIXO O JURIDIQUÊS e VIVA A LINGUAGEM JURÍDICA, clara, correta e concisa!
			
REFERÊNCIAS
 ANDRADE, Valdeciliana. O Juridiquês e a Linguagem Jurídica: o certo e o errado no discurso. 2009. Disponível em: < http://www.amatra17.org.br>. Acesso em 25 de agosto de 2016

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