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Entrevista com Psicóloga

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE MEDICINA
CURSO DE PSICOLOGIA
 
Seminário Integrador I
Entrevista com a Psicóloga
Alessandra Antunes
Lauren Luiza Cassol Prestes
Renice Eisfeld
Suelen Lemons Clasen
Pelotas, 29 de novembro de 2013.
O que é psicodrama?
 
 É uma terapia baseada na ação, onde através dela são feitas as análises sobre o paciente. O psicodrama foi criado por Jacob Levy Moreno, e por ser bastante interativa obtém resultados satisfatórios. A prática desta terapia consiste em duas modalidades, a grupal ou individual, e é muito utilizada em escolas, empresas e comunidades. Aos poucos está abrindo mais espaço para suas técnicas serem desenvolvidas.
Quais os métodos usados?
 O trabalho da psicóloga é aplicado em crianças e adultos. Nas primeiras consultas, é criado um vínculo com o paciente, deixando-o mais à vontade para perder suas resistências, e por regra é feito a anamnese. Logo é utilizado o método do psicodrama com teatro de fantoches, jogos e alguns improvisos, de acordo com cada paciente e o teste HTPF, se apropriando de uma linguagem de fácil entendimento para a criança. Nos adultos é utilizado o método de inversão de papéis.
De que maneira se dá a aplicação do método? 
Primeiramente se faz a Anamnese (história de vida do paciente, com todos os dados, inclusive a nota que se recebe quando nasce, encontrada no prontuário hospitalar que mostra se há algum problema neurológico ou não. Informações desde a concepção até os dias atuais) seguida de 4 encontros com a intenção de levantar dados e avaliar o paciente para formar o diagnóstico.
A psicóloga designa tarefas e cobra a execução destas, para haver mudanças de pensamentos e depois de comportamento (grande objetivo da Terapia Cognitiva Comportamental). Para algumas patologias é fantástico esse tipo de linha, e o psicodrama geralmente é mais procurado para crianças pela manipulação de brinquedos (foram nos apresentados os brinquedos, incluindo o banco imobiliário, com seu cartão magnético, investimentos caros, mas que valem a pena segundo a psicóloga). De modo que essas atividades trabalhem raciocínio, paciência, e enquanto se faz essa interação já se pode observar como o paciente funciona, se ele é gastador, moderado ou econômico, se tolera frustrações, se sabe perder ou não.
Com os adultos e adolescentes o processo é diferente, pois não envolve jogos. Mas o processo de conquistar a confiança do paciente é o mesmo, porém com mais diálogo, ouvindo-o e tentando fazê-lo ver onde estão seus verdadeiros problemas. A inversão de papéis nesse caso é de suma importância, pois ela mostra ao paciente suas atitudes sem o condenar, de forma que ele se sinta mais à vontade para analisar criticamente suas atitudes.
E então temos que passar segurança para a o paciente, dar alternativas. Ajudar ele a lidar com as frustrações, pois elas são normais, passamos por isso a todo o momento e cabe a nós aprender a superá-las ou nos desesperar toda vez que as coisas não saírem como o planejado.
Exemplo de um paciente infantil pela fácil ilustração e compreensão do método:
Em um caso onde o menino de aproximadamente sete anos de idade dormia apenas no quarto dos pais, a profissional passou a investigar os medos dele, descoberto que ele tinha medo que houvesse bicho em baixo da cama, ela então questiona as características desse bicho e pede para o paciente desenhá-lo para desvendar o medo e consequentemente desmanchá-lo. Até ele se dar por conta que esse medo é uma fantasia, cabendo então ao psicólogo junto com o paciente entender a razão pela qual ele criou esse medo.
Descobriu-se então que a criança queria estar no quarto dos pais porque estes brigavam muito e ele queria estar presente para defender a mãe, pois o pai agredia a esposa verbalmente e ela chorava. Então a criança não quer se afastar dali com medo do que possa ocorrer algo além das discussões.
Aqui podemos ver que mesmo o tratamento sendo inicialmente infantil, tem que chegar até os pais e de certa forma tratá-los também, questionar como se comporta o casal, como é a dinâmica da família, como a criança se comporta, de que maneira a mãe age perante esse medo, assim perguntando sobre o medo e porque os pais acreditam que o filho o desenvolveu.
A psicóloga faz uso do teste HTPF (House, Tree, Persona, Family).Que é um teste onde se pede para que a criança desenhe esse quatro itens: 2 pessoas, uma de cada gênero; 2 famílias, uma real e a desejada (onde pode-se perceber como ele está inserido nessa família); Uma casa e Uma árvore que ilustra como é a personalidade dele (nesse item os nós que são desenhados na árvore representam os traumas e a idade que a criança dá para ela é exatamente a idade na qual a criança obteve seu trauma).
A forma correta seria posteriormente aplicar outra bateria de desenhos em lápis de cor, porém pela praticidade e agilidade, ela prefere perguntar as cores que a criança usaria caso fosse colorir. Tudo tem seu significado, desde o lado predominante onde está o localizado o desenho e se o desenho tem margem ou não, sempre levando em consideração a idade do paciente.
Neste caso o menino tem uma irmã que já é casada, essa irmã iniciou a adolescência e começou a sair, sendo a família de uma religião muito “castradora”, o pai começou a brigar, inclusive fisicamente. E essas brigas continuaram, então a criança se intitulou como o que iria apartar essas brigas. Por isso ele desenvolveu o medo pra ficar no quarto e conter esse pai, em consequência disso ele não dormia direito, se agitava muito, desenvolveu uma ansiedade muito grande, e em dias de prova tinha um péssimo rendimento, pois não tinha dormido direito, não se concentrava. Portanto ele estava tendo prejuízos, e esse é o principal indicativo de que se deve procurar ajuda, quando a pessoa está tendo prejuízos.
“Quando se faz a conversa com os pais eles se encabulam, achando que eu vou apontar, mas não, a gente não pode fazer isso, tem que se fazer toda uma conversa, se colocar no lugar dele, dizer que eu também sou mãe, que às vezes os filhos nem sempre fazem o que a gente gostaria, mas que temos que ter paciência, porque a nossa época também queríamos apontar. Daí a timidez vai sumindo até a pessoa se sentir a vontade.
A questão é que muitas vezes o paciente não quer melhorar, pois se ela se curar do medo dela, quem vai cuidar dos meus pais?
Então tem que se fazer toda uma conversa, explicar que ele já está grande, não precisa se preocupar, que os pais são adultos, que todo o casal discute, mas que eles vão se entender, não vão se agredir, que se alguma coisa acontecer, a criança estará ali do lado e não na esquina. Tu precisa curtir teu quarto (cria um cenário atrativo no quarto, um desenho na parede, um abajur pra não ficar totalmente escuro) a mãe pode dormir um pouquinho contigo no teu quarto, mas o lugar dela é junto com teu pai, no quarto deles, então não se tira o medo imediatamente, tem que ser algo bem construído... E assim vai se delineando os espaços de cada um, sempre com uma conversa, passando uma tranquilidade para a criança e 
isso já é uma característica particular minha.”, finaliza a psicóloga.
Como é escolhido o método para cada paciente?
O método usado é normalmente o mesmo, uma união de Psicodrama com a Teoria Cognitiva Comportamental e só varia a abordagem conforme a idade do paciente, suas necessidades individuais. Mas no geral sua linha de trabalho permite que ela tenha um papel bem ativo, o que permite que ela trate os mais diversos tipos de pessoas. Relata também que existem pacientes que tem um nível de negação muito alto sobre a sua realidade e seria muito difícil que eles visualizassem sozinhos os seus erros, é necessário que alguém mostre para eles de uma forma clara, mas sem acusações. Outros carecem de algo mais sutil. O método de fato é o mesmo, mas a abordagem é singular, cada um tem suas necessidades,seus bloqueios e cabe ao psicólogo notar isso e trabalhar dentro dessas particularidades. 
Quais os perfis dos pacientes que procuram o Psicodrama?
 Crianças e adolescentes com algum medo específico ou trauma que procuram a terapia de Psicodrama, com o auxilio de seus familiares, para aprenderem a lidar e conviver com esse trauma. Adultos com problemas comportamentais.
As pessoas sabem como funciona o método?
Geralmente quem procura a terapia é indicado por alguém que já sabe como funciona a didática do psicodrama, mesmo assim antes do início do tratamento a terapeuta explica para o paciente e/ou familiares como se dá o tratamento, quais os métodos que serão utilizados e qual o resultado que se espera alcançar. Essa explicação ocorre depois do diagnóstico, depois do processo esclarecido, do contrato verbal feito, inicia o tratamento.
Como as pessoas reagem à metodologia? 
Como já estão cientes da técnica geralmente reagem bem. As crianças e adultos aceitam melhor a técnica do que os adolescentes. Estes são muito fechados e tem um pouco mais de dificuldade de aceitar a troca de papéis e as interpretações, pois eles chegam ao consultório cheio de mecanismos de defesas para não se abrir. Mas ao longo do tempo isso vai passando e eles conseguem interpretar e deixar que o fluxo do tratamento aconteça. Mas independente da idade, toda a relação da psicóloga com o paciente é construída aos poucos e com muita calma, respeitando o tempo de cada indivíduo. 
Terapia individual ou grupal?
 Terapia individual com crianças, porque é preciso criar um vínculo com a criança e conquistar sua confiança para obter progresso no tratamento. Terapia grupal com adolescentes e adultos, onde se utiliza troca de papéis, através de encenações e teatro.
Qual o nível de desistência?
O nível de desistência é baixo, a maioria dos pacientes segue o tratamento até o final. O maior índice de desistência é por motivos financeiros ou crianças que os pais desistem do tratamento por não acreditar que seja necessário.
Qual o trajeto necessário para se tornar psicodramatista?
Para trabalhar com o psicodrama tu tens que ter um perfil, entrar no mundo do paciente, ser bem desenvolto, ter bastante espontaneidade e criatividade, fazer representações e agir conforme as reações dos pacientes.
Quando tu decides seguir esta área, inicia estudando o método, e posteriormente participa de cenas bem estruturadas que desenvolvem determinada história representada por personagens. É uma experiência muito rica, aparece muito conteúdo para ser trabalhado, pois quem está observando percebe as reações dos atores às situações, fazendo assim uma leitura, podendo se colocar no lugar deles mentalmente. Esse é o exercício inicial, mas na clínica cada psicólogo cria o seu esquema, o seu jeito pessoal de trabalhar, sempre voltado para a queixa inicial do paciente.
Como é a remuneração do profissional da área? 
 Terapia de 50 minutos com valor entre 80 a 120 reais, podendo variar de acordo com a situação financeira da família do paciente. Encontros preferencialmente semanais, mas podendo dar-se de 15 em dias 15 se assim a família possuir condições. 
Quanto tempo, em média, dura o tratamento?
	O tempo varia de indivíduo para indivíduo, mas a média é de um ano com pelo menos uma consulta semanal de 50 minutos. Mas há casos em que o paciente recebe alta e depois de um tempo volta ao tratamento. Existem também os casos menos comuns em que o paciente não quer deixar de ter o acompanhamento da psicóloga. A profissional relatou que atendeu um paciente por quase quatro anos seguidos.
 
Qual a diferença entre o tratamento adulto e infantil?
 Para crianças são encontros individuais com linguagem prática, de acordo com o entendimento da criança. Faz-se o uso de desenhos, para identificar pontos da personalidade e observar um pouco do convívio com sua família. Para adolescentes e adultos o tratamento é igual, seja na terapia grupal ou individual, com encenação, teatro e troca de papéis. 
Qual é a importância da família para o tratamento?
 A família é a base do desenvolvimento da criança, portanto é imprescindível que participe do tratamento, pois geralmente tem participação direta nas queixas apresentadas, e são os que procuram o profissional para o tratamento do paciente. Com a família colaborando o tratamento é mais rápido e mais eficaz, ajudando o profissional a entender melhor o problema, respondendo a Anamnese e indo a algumas consultas. No caso dos adultos a família não tem participação obrigatória, pois quem procura o profissional é o próprio paciente.

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