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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CECIESA – Gestão Curso de Administração Estágio Supervisionado Ana Carolina Souza Santos TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO PLANO DE NEGÓCIOS PARA UMA EMPRESA DE LOCAÇÃO DE BRINQUEDOS NA CIDADE DE NAVEGANTES/SC Administração Geral ITAJAÍ-SC-2011 2 ANA CAROLINA SOUZA SANTOS Trabalho de Conclusão de Estágio PLANO DE NEGÓCIOS PARA UMA EMPRESA DE LOCAÇÃO DE BRINQUEDOS NA CIDADE DE NAVEGANTES/SC Trabalho de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Gestão da Universidade do Vale do Itajaí. ITAJAÍ - SC, 2011 3 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por estar sempre iluminando meus passos, agradeço aos meus pais Sueli e Realcí por me proporcionarem os estudos, aos meus irmãos Ricardo e Pedro por estarem sempre ao meu lado dispostos a ajudar, ao meu namorado Juliano pelo incentivo e apoio diário. Muito obrigada, eu os amo muito. Ao meu orientador Professor Luiz Carlos da Silva Flores pela colaboração na elaboração do trabalho e a Uni Junior, pelo espaço e matérias disponíveis para o auxilio no trabalho. Agradeço também aos meus amigos e familiares que juntamente com todos os outros fizeram parte desta difícil, mas gratificante caminhada. 4 AGRADECIMENTOS Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver. Dalai Lama. 5 EQUIPE TÉCNICA a) Nome do estagiário Ana Carolina Souza Santos b) Área de estágio Administração Geral c) Supervisor de campo Germano José de Souza d) Orientador de estágio Prof. Luiz Carlos da Silva Flores, Dr.Eng.Produção e) Responsável pelo Estágio Supervisionado em Administração Prof. Eduardo Krieger da Silva, Msc 6 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA a) Razão Social Uni Junior - UNIVALI b) Endereço Rua Uruguai, 584. Centro – Itajaí – SC c) Setor de desenvolvimento do estágio Gestão de Projetos d) Duração do estágio 240 horas e) Nome e cargo do supervisor de campo Germano José de Souza f) Carimbo e visto da empresa 7 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA Itajaí, 06 de junho de 2011. A Empresa Uni Júnior Orientação Empresarial, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pela acadêmica Ana Carolina Souza Santos. ________________________ Caio Cesar Ferrari Santangelo 8 RESUMO O início de uma empresa na área de locação de brinquedos é mais fácil devido à possibilidade de trabalho informal, por não haver necessidade de outros tipos de compromissos financeiros, como por exemplo, aluguel, reformas, construções e contratação de funcionários. Logo esse trabalho tratou-se de um estudo para a elaboração de um plano de negócios que visou a implantação de um empresa de locação de brinquedos para festas infantis na cidade de Navegantes-SC. A pesquisa do estudo teve como objetivo principal verificar as variáveis que influenciam na tomada de decisão na abertura de uma empresa de locação de brinquedos e como objetivos específicos: definir o escopo do negócio elaborar: missão, visão, objetivos e estrutura do negócio, desenvolver planejamento mercadológico e determinar a viabilidade financeira. O método utilizado para a aplicação da pesquisa foi a proposição de planos, onde foram levantados os dados quantitativos como a definição dos principais clientes, e dados qualitativos que foram obtidos por entrevistas com os concorrentes e com a empreendera. Tento o auxílio do software para elaboração de plano de negócio do SEBRAE-MG. Os resultados apresentados atenderam a expectativa da acadêmica, pois se obteve uma resposta clara da viabilidade do negócio, tanto no aspecto financeiro bem como o curto tempo para o retorno dos investimentos aumentando assim as possibilidades de sucesso do empreendimento. Deste modo, o sucesso da empresa depende tanto das ações futuras que deverão ser executadas pela empreendedora, quanto da dedicação e empenho do negócio. Palavras-chave: Empreendedorismo; Plano de Negócio; Novos negócios. 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1: Fluxograma das etapas do plano de negócios ................................... 20 Figura 1: Triângulo dos serviços ........................................................................... 27 Figura 2: Ciclo do Serviço ...................................................................................... 28 Quadro 1: Esquema de classificação de serviço ................................................. 30 Quadro 2: Estrutura do Plano de Negócios .......................................................... 35 Figura 3: Variáveis que influenciam o ambiente organizacional ........................ 37 Figura 4: Componentes do microambiente ........................................................... 38 Quadro 3: Software Plano de Negócios – SEBRAE-MG....................................... 45 Figura 5: Organograma Uni Júnior ........................................................................ 49 Quadro 4: Portfólio de Serviços – Uni Júnior – Orientação Empresarial ........... 51 Figura 6: Como elaborar um plano de negócios .................................................. 52 Gráfico 2: Qual a faixa etária dos questionados .................................................. 57 Gráfico 3:Qual estado civil dos questionados ...................................................... 58 Gráfico 4: Profissão dos respondentes ................................................................ 59 Gráfico 5: Qual a renda familiar dos questionados .............................................. 60 Gráfico 6: Onde os questionados residem ........................................................... 60 Gráfico 7: Já utilizaram o serviço de locação de brinquedos ............................. 61 Gráfico 8: Quantas vezes por ano os questionados costumam utilizar o serviço ........................................................................................................................... 62 Gráfico 9: De quem compraram o serviço ............................................................ 62 Gráfico 10: Como ficaram sabendo sobre a locação de brinquedos ................. 63 Gráfico 11: Quais fatores influenciam na compra do serviço ............................. 64 Gráfico 12: Quanto pagaria para locar 01 cama elástica ..................................... 64 Gráfico 13: Quais brinquedos gostariam de locar ............................................... 65 Gráfico 14: Qual motivo de não utilizar esse serviço .......................................... 66 Gráfico 15: Qual evento utilizaria esse tipo de serviço ....................................... 67 Gráfico 16: Quanto pagaria para locar 01 cama elástica ..................................... 67 Gráfico 17: Quais fatores influenciam ao contratar esse tipo de serviço .......... 68 Gráfico 18: Quais brinquedosgostariam de locar ............................................... 69 Gráfico 19: Qual a percepção sobre o serviço da SB Brinquedos ..................... 70 10 Gráfico 20: Qual a opinião das pessoas que já contrataram ou participaram de um evento com a SB Brinquedos ................................................................... 71 Quadro 5: Estudo dos concorrentes ..................................................................... 72 Quadro 6: Estudo dos fornecedores ..................................................................... 73 Quadro 7: Serviços oferecidos pela empresa ....................................................... 74 Figura 7: Modelo de plotagem do veículo ............................................................. 75 Figura 8: Panfleto SB Brinquedos (Frente) ........................................................... 76 Figura 9: Panfleto SB Brinquedos (Verso) ............................................................ 76 Gráfico 21: Fluxograma de agenda do serviço ..................................................... 78 Gráfico 22: Fluxograma da execução .................................................................... 79 Gráfico 23: Estimativa de faturamento .................................................................. 82 Quadro 8: Matriz F.O.F.A. ....................................................................................... 87 11 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Partilha do Simples Nacional – serviços e locação de bens (Anexo III) ........................................................................................................................... 56 Tabela 2: Qual o gênero dos questionados .......................................................... 58 Tabela 3: Possuem filhos e/ou crianças na família .............................................. 59 Tabela 4: Indicaria a locação de brinquedos ........................................................ 66 Tabela 5: Conhece ou já ouviu falar da SB Brinquedos ...................................... 69 Tabela 6: Como os questionados ficaram sabendo da SB Brinquedos ............. 70 Tabela 7: Indicaria os serviços da SB Brinquedos .............................................. 71 Tabela 8: Investimentos fixos ................................................................................ 80 Tabela 9: Investimentos Pré-Operacionais ........................................................... 81 Tabela 10: Estimativa faturamento mensal .......................................................... 82 Tabela 11: Custos mensais diretos ....................................................................... 83 Tabela 12: Custo com depreciação ....................................................................... 84 Tabela 13: Custos fixos operacionais mensais .................................................... 84 Tabela 14: Demonstrativo dos resultados ............................................................ 85 Tabela 15: Indicadores de viabilidade ................................................................... 86 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 14 1.1 Problema de pesquisa ............................................................... 15 1.2 Objetivos geral e específicos .................................................... 16 1.3 Aspectos metodológicos ........................................................... 16 1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio ................................................................................ 17 1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa .................................................................................. 18 1.3.3 Instrumentos e procedimentos para a coleta de dados ....................................................... 19 1.3.4 Tratamento e análise dos dados .......................................................................................... 19 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................... 22 2.1 Administração: conceitos gerais .............................................. 22 2.1.1 Áreas de suporte da gestão de empresas ........................................................................... 24 2.2 Serviços ...................................................................................... 26 2.3 Empreendedorismo .................................................................... 30 2.3.1 Características e perfil do empreendedor ............................................................................ 32 2.4 Plano de Negócios ..................................................................... 33 2.4.1 Estrutura do Plano de Negócios .......................................................................................... 35 2.4.1.1 Sumário Executivo ........................................................................................................... 36 2.4.1.2 Análise de Mercado ......................................................................................................... 37 2.4.1.4 Plano Operacional ........................................................................................................... 40 2.4.1.5 Plano Financeiro .............................................................................................................. 41 2.5 Softwares Plano de Negócios ................................................... 42 2.5.1 Sebrae-MG ........................................................................................................................... 43 3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO ...................... 47 3.1 Características da Organização – Uni Júnior .......................... 47 3.1.2 Portfólio de Serviços ............................................................................................................ 51 3.2 Plano de Negócio ....................................................................... 52 3.2.1 Sumário Executivo ............................................................................................................... 53 3.2.2 Análise de Mercado ............................................................................................................. 57 3.2.2.1 Estudo dos Clientes ......................................................................................................... 57 3.2.2.2 Estudo dos Concorrentes ................................................................................................ 72 3.2.2.3 Estudo dos Fornecedores ............................................................................................... 73 3.2.3 Plano de Marketing .............................................................................................................. 74 3.2.4 Plano Operacional ............................................................................................................... 77 3.2.5 Plano Financeiro .................................................................................................................. 80 3.2.6 Avaliação Estratégica .......................................................................................................... 86 13 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................ 88 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 90 14 1 INTRODUÇÃO O Brasil é um dos países que detém os maiores índices de carga tributária e encargos sociais, mesmo assim tem sido palco de atuação de muitos empreendedores. O número crescente de empresas que vem surgindo no mercado, são Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP), que juntas constituem a principal fonte de emprego e renda, contribuindo para a formação da riqueza do país.Porém, a decisão de abrir uma empresa deve levar em consideração diversos aspectos do macro e micro ambiente. No macro ambiente fatores como economia, a inflação, taxas de juros, desemprego e padrão de vida entre outros, e no micro ambiente, potenciais clientes, a concorrência no mercado, fornecedores, facilidade de entrada de novos players, exigem que o empreendedor faça estudos mais aprofundados para auxiliar na tomada de decisão do escopo do negócio. O plano de negócios oferece um estudo prévio que avalia as vantagens e desvantagens de abrir um negócio e sua viabilidade. Além disso, serve para antecipar dificuldades que só seriam vistas na prática, minimizando os riscos e maximizando as possibilidades de sucesso. Na elaboração do plano de negócio o empreendedor é forçado a descrever o negócio, reunir e ordenar as idéias, delinear as ações e ainda realizar simulações financeiras, tornando assim, um instrumento de importância significativa para quem deseja abrir um negócio. Diante disso é necessário saber em qual mercado apostar fazer uma pesquisa para saber quais serão as chances do negócio dar certo. Uma boa idéia de negócios é investir no lazer e entretenimento das crianças e pré-adolescentes, o sonho de todo empreendedor pode ser encontrado nesse segmento, ou seja, baixo investimento e lucro alto de curto a médico prazo (COSTA, 2010). O inicia da atividade de locação de brinquedos é mais fácil devido à possibilidade de trabalho informal e por não haver necessidade de outros tipos de compromissos financeiros, como por exemplo, aluguel, reformas e construções e contratação de funcionários. Em muitos casos o trabalho de monitoria é feito por jovens da família ou mesmo pelos donos dos brinquedos. Sendo assim surge a 15 oportunidade da elaboração do plano de negócios para a abertura de uma empresa de locação de brinquedos para festas infantis na cidade de Navegantes/SC. 1.1 Problema de pesquisa O problema de pesquisa permite estabelecer o foco do estudo e apresentar os motivos da sua realização, como enfatiza Gil (1999, p. 24), “um problema é de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser tidas como testáveis”. Quais as variáveis que influenciam na tomada de decisões da abertura de uma empresa de locação de brinquedos para festas infantis na cidade de Navegantes? A mortalidade de micro e pequenas empresas no Brasil tem sido alvo de discussões no meio acadêmico e empresarial. Diante dessas discussões, percebe- se a necessidade de um plano de negócios para iniciar um empreendimento. O plano de negócios é o mapa da implantação do empreendimento para que o empreendedor possa acompanhar o crescimento e desenvolvimento do seu negócio. A acadêmica julgou necessária a elaboração de um plano de negócios para descrever os objetivos e os respectivos passos para a formalização da empresa, justificando desta forma, a viabilidade do negócio escolhido. Além da importância para a acadêmica vivenciar na prática os conhecimentos desenvolvidos durante o curso de Administração, é importante a viabilidade do negócio para que a empreendedora possa formalizar a empresa, com isso contribuindo para a sociedade, na oferta de empregos e também na arrecadação de impostos, bem como este trabalho contribuirá para o conhecimento dos futuros empreendedores da universidade. Este trabalho de estágio tem sua originalidade reconhecida no tema do projeto do plano de negócios de locação de brinquedos para festas infantis. Não foi encontrado trabalhos de estágio com este objetivo. Quanto a viabilidade do trabalho, foi possível porque a empresária já dispõem de alguns brinquedos para locação, está em atividade de forma informal, atendendo 16 clientes na cidade de Navegantes e cidades circunvizinhas. O tempo para a elaboração e desenvolvimento do plano de negócios é suficiente, atendendo as políticas do Estágio do Curso de Administração, bem como a acadêmica teve acesso às informações necessárias para realizar do plano estabelecido. 1.2 Objetivos geral e específicos O objetivo do trabalho indica a intenção da pesquisa, o que pretende desenvolver e quais os resultados que se procura alcançar. De acordo com Roesch (2005), “objetivo geral define o propósito do trabalho” e os objetivos específicos apontam o modo como será atingido o objetivo geral. O presente trabalho de conclusão de estágio tem como objetivo geral elaborar um plano de negócio para abertura de uma empresa de locação de brinquedos para festas infantis na cidade de Navegantes. Para atender o objetivo geral, define-se os objetivos específicos abaixo: • Definir o escopo do negócio, incluindo missão, visão, objetivos e estrutura de recursos; • Desenvolver um planejamento mercadológico; • Determinar a viabilidade econômico-financeira; 1.3 Aspectos metodológicos Aborda a metodologia referente ao estudo, caracterização do trabalho de estágio, descrição do contexto e participantes da pesquisa, procedimentos e instrumentos de coleta de dados e seu tratamento e análise. 17 1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio A tipologia que utilizada no presente trabalho é a proposição de planos. Foi elaborado um plano de negócios para realizar um diagnóstico do ambiente e mercado para a implantação de uma empresa de locação de brinquedos infantis na cidade de Navegantes definindo assim seu público alvo. Roesch (2005) comenta que a proposição de plano é uma consultoria em serviços especializados que tem como enfoque a solução de problemas que são previamente identificados, com uma apresentação de proposta de planos ou sistema. O desenvolvimento desse Trabalho de Estágio foi construído predominantemente com os métodos qualitativo com aporte quantitativo na pesquisa com potenciais clientes e nas análises financeiras. Malhotra (2001, p.155) define pesquisa qualitativa como “metodologia de pesquisa não-estruturada, exploratória, baseada em pequenas amostras, que proporciona insights e compreensão do contexto do problema”. Conforme complementa o mesmo autor a pesquisa qualitativa visa alcançar uma compreensão das razões e motivações subjacentes que envolvem um número mínimo de casos, a coleta de dados não estruturada e a análise dos dados é realizada por meio da avaliação de conteúdo. O enfoque qualitativo foi observado no processo de elaboração do plano de negócios e na interpretação de dados informais e documentais. Utiliza-se a abordagem quantitativa para análise dos clientes, fornecedores e pesquisa de mercado sendo dados de natureza descritiva. Conforme aborda Malhotra (2001), procura quantificar os dados e generalizar os resultados da amostra proposta para a população alvo, que são representativos, pois envolvem um grande número de casos que na sua maioria são representativos. Em resumo, o estudo é uma pesquisa qualitativa com contribuição quantitativa, que se concretizou por meio de uma proposição de plano para uma empresa de locação de brinquedos para festas infantis na cidade de Navegantes- SC. 18 1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa Este item requer a definição dos informantes da pesquisa e o contexto que foi realizado o trabalho inclui o empreendedor, potenciais clientes, fornecedores e outros elementos influenciadores, o que caracterizará a população e amostra. Para Malhotra (2001), a população é conhecida como a soma de todos os elementos que compartilham alguma característica em comum, em que os parâmetros populacionais são tipicamente numerados, confrontando assim o universo com o propósito do problemada pesquisa. De acordo com Barbetta (1994, p. 57), “o tamanho da amostra extraído da população a ser pesquisada, pode ser calculado de duas formas: quando se conhece o tamanho da população ou quando não se conhece o tamanho da população”. Para o mesmo autor o tamanho mínimo da amostra aleatória simples pode ser determinado através de uma primeira aproximação amostral (no). A definição da amostra para este estudo, por não se conhecer a população, foi utilizado o cálculo da aproximação da amostra, com um erro amostral de 8%, é demonstrada abaixo, segundo Barbetta (1994, p. 23): no = 1 = 1 = 156,25 Eo 0,08² Onde: no: aproximação do tamanho da amostra Eo: erro amostral tolerável Na pesquisa são considerados os clientes potenciais, ou seja, qualquer pessoa que esteja interessada em locar brinquedos para festa infantis, num total de 157 informantes, pessoas com crianças e escolas de educação infantil e fundamental. Atualmente a empresa mesmo informalmente tem aproximadamente 16 clientes fixos. 19 1.3.3 Instrumentos e procedimentos para a coleta de dados No decorrer deste projeto foram coletados dados primários e dados secundários. Roesch (2005) ressalta que a coleta de dados primários se adquire através de entrevistas, questionários, observações ou até mesmo testes. Já os dados secundários a mesma autora comenta que não são dados criados pelo pesquisador e sim informações retiradas de banco de dados, índices e relatórios. De acordo com Gil (1999) questionário é o método de investigação composto por um número elevado de questões dadas por escrito às pessoas, e é como uma técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e formula perguntas com objetivo de obtenção dos dados que interessam a investigação. É uma fórmula de diálogo assimétrico em que uma das partes busca coletar dados. Para Mattar (1999) análise documental se dá por meio de dados que já foram coletados, tabulados, ordenados e às vezes até analisados os quais já estão catalogados à disposição dos que demonstrem interesse. Para o propósito do trabalho, foram utilizados como dados primários questionários com os potenciais clientes e entrevista com a empresária. Como fonte secundária foi utilizada a analise de documentos como as informações de sites e revistas do ramo da locação de brinquedos de festas infantis. 1.3.4 Tratamento e análise dos dados Esta etapa explica de qual forma ocorrerá à análise dos dados coletados durante a pesquisa; de acordo com Vergara (2003) tratamento dos dados refere-se àquela subdivisão nas quais pretende tratar os dados a serem coletados, justificando por que tal tratamento é certo ao alvo do projeto. De acordo com Gil (1999), pesquisa quantitativa é tudo que pode ser quantificável, o que significa demonstrar em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. Os dados quantitativos foram jugulados por análise 20 estatística, utilizando-se de planilhas para a codificação dos dados, e assim gerados gráficos que catalogam as respostas obtidas nas perguntas, levando em consideração que os tipos de pergunta utilizadas foram “fechadas”. Em relação à análise estatística, significa a extração de informações a partir de dados coletados e reunidos em tabelas e gráficos, esta pode ser usada para resolução de problemas específicos, geralmente baseados em hipóteses (BARBETTA, 1994). Dados qualitativos passaram por um processo minucioso de interpretação e coerência das informações obtidas em entrevistas, com perguntas abertas. A análise de conteúdo busca classificar frases ou palavras em um texto e codificá-las de modo que se possam interpretar os dados, este método é utilizado em questões abertas de questionários ou em entrevistas em profundidade (ROESCH, 2005). O Gráfico 1 representa a estrutura do desenvolvimento do trabalho de campo: Gráfico 1: Fluxograma das etapas do plano de negócios Fonte: Elaboração própria O Gráfico 1 representa a parte do objetivo, a etapas necessárias, contemplado pelos aspectos metodológicos e as referências bibliográficas, sendo assim para 21 desenvolvimento do plano de negócios caracterizando o negócio, o mercado e para completar, foi feita toda a projeção financeira para o empreendimento; com toda a estrutura formada foi possível ter um bom resultado final. 22 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A abordagem deste capítulo apresenta uma revisão da literatura sobre temas para o desenvolvimento do estudo destacando as bases históricas da Administração, ressaltando o Empreendedorismo. 2.1 Administração: conceitos gerais A Administração sempre esteve presente no cotidiano humano, frente a diversas divergências, complexidades e deficiências que o sistema vem sofrendo, a sua função está cada vez mais importante para a resolução dos problemas encontrados. De acordo com Certo (2005, p.5) “administração é o processo que permite alcançar as metas de uma empresa, fazendo uso do trabalho com e por meio de pessoas e outros recursos da empresa”. Sendo assim, ao administrador, atribui-se a elaboração de planos, relatórios, projetos etc, que exige a aplicação de conhecimentos de acordo com as técnicas de administração, e a empresa tem a responsabilidade de oferecer os recursos necessários para a realização do mesmo. Segundo Stoner e Freeman (1999, p.5) “administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos”. Contudo administrar é o processo de dirigir ações que utilizam recursos para atingir objetivos. Para Megginson (1998, p.18) ”a administração pode ser definida como trabalho com recursos humanos, financeiros e materiais, para atingir os objetivos organizacionais através do desempenho das funções de planejar, organizar, liderar e controlar. 23 Administração, para Chiavenato (2000), é decifrar os objetivos propostos pela empresa e transformá-los em ação empresarial por meio de proposição de planos, organização, direção e controle dos esforços realizados em todas as áreas e níveis da empresa, a fim de atingir tais objetivos. Sendo assim, a Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos. Na organização existem vários aspectos comuns, mais é essencial que em toda e qualquer organização seja formada de pessoas que administram. Para Stoner e Freeman (1999, p.5) “a administração já foi chamada como arte de fazer coisas através de pessoas” e, Chiavenato (2008, p.6) ressalta que “a administração não é uma ciência exata. Ela não pode se basear em leis rígidas”, em resumo, constata-se que a administração depende das pessoas para a eficiência na execução dos processos. Enfim, a administração é o processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos. O processo administrativo é inerente a qualquer situação em que haja pessoas utilizando recursos para atingir algum tipo de objetivo. O processo de administração adequadamente executado envolve ampla variedade de atividades que incluem planejar, organizar, dirigir e controlar. A seguir cada um dos seus conceitos. Alguns autores definem como sendo cinco as funções do administrador, outros afirmam ser quatro funções básicas. Contudo administração é um processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos ou recursos. As primeirasfunções do administrador foram indicadas através de estudos realizados por Fayol (1950); prever, organizar, comandar e controlar. De acordo com Stoner e Freeman (1999), o planejar significa pensar antes de agir, ou seja prever seus objetivos e ações, e que seus atos devem ser baseados em algum método para alcançar melhores objetivos para si e para organização. Já para os autores Koontz e O’Donnell (1989, p. 57), “planejar é decidir antecipadamente o que fazer, de que maneira fazer, quando fazer e quem deve fazer”. Organizar é a função administrativa definida como o modo de estruturar e coordenar as equipes para atingir os objetivos. Conforme Chiavenato (1994), a 24 organização consiste em um agrupamento de atividades necessárias para a realização dos objetivos e planos, a pertinência dessas atividades a departamentos adequados e os passos imprescindíveis para a incumbência e coordenação de autoridade. Dirigir ou direção é como alguns autores chamam Liderança: é o gerenciar, e estar unido às pessoas que estão inseridas na organização, dando a eles um caminho a ser seguido, estimulando e direcionando as atividades para chegar aos objetivos. Já para Chiavenato (1994, p. 147), “dirigir significa interpretar os planos para os outros e dar instruções sobre como executá-los em direção aos objetivos a atingir”. Controlar é aconselhar as atividades da organização, buscando a ajustar e identificar variáveis que interfiram no alcance dos objetivos. Para Chiavenato (1994, p. 262), “a finalidade do controle é assegurar que os resultados daquilo que foi planejado, organizado e dirigido se ajustem tanto quanto possível aos objetivos previamente estabelecidos”, Para Dornelas (2001, p. 29), “a função controlar assegura que os objetivos sejam atingidos. Ela pergunta e responde a questão: Nossos resultados estão consistentes com nossos objetivos? E faz ajustes quando são necessários”. 2.1.1 Áreas de suporte da gestão de empresas Na gestão de empresas de qualquer porte, publica ou privada, são necessárias atividades de: Recursos humanos; Financeira; Marketing; Produção; Organização de Sistemas e Métodos, Logística descritas a seguir. A administração de recursos humanos tem como foco os trabalhadores da empresa a qual deve conciliar seus interesses e necessidades com os dos seus funcionários, para que seu crescimento reflita positivamente na sociedade. Conforme Maximiano (2005), a função da área de gestão de pessoas envolve também o planejamento de mão-de-obra; recrutamento e seleção; treinamento e 25 desenvolvimento; avaliação de desempenho; remuneração ou compensação; higiene, saúde e segurança; administração de pessoal e funções pós-emprego. A área financeira compreende o projeto financeiro, estimativa da entrada e saída de caixa, levantamento dos fundos e distribuição dos mesmos e o controle financeiro. Na visão de Jordan; Ross; Westerfield (1998) a Administração financeira é o estudo de maneiras pelas quais três perguntas devem ser respondidas: (a) Que investimentos em longo prazo deveriam ser feitos? (b) Onde seria obtido o financiamento de longo prazo para custear tais investimentos? (3) Como gerir as atividades do dia-a-dia? O marketing pode ser definido de várias maneiras, a maioria das definições remete o marketing a sistemas de troca, processos sociais e gerenciais. Para Dolabela (1999, p.147) “marketing é um processo de planejamento de uma organização que busca realizar trocas com o cliente, cada um com interesses específicos: o cliente quer satisfazer suas necessidades; uma empresa quer gerar receita”. Administração da produção ou de operações é a função administrativa responsável pela produção de bens e serviços. Segundo Slack; Chambers; Johnston (2002) todas as funções de produção nas organizações representa a reunião de recursos destinados à produção de seus bens e serviços. Qualquer organização possui uma função de produção porque produz algum tipo de bem e/ou serviço e que são os gerentes de produção que exercem responsabilidades em administrar os recursos envolvidos pela função da produção denominando-se esta atividade administração de produção. A organização de sistemas e métodos (OSM) é um conjunto de técnicas administrativas que tem como objetivo principal aperfeiçoar o funcionamento das organizações. Para Oliveira (2005), o encargo básico de Sistemas, Organização e Métodos é a de efetuar as atividades de levantamento, análise, elaboração e implementação de sistemas administrativos na empresa. Dessa forma OSM tem como objetivo harmonizar os recursos, processo e pessoas, considerando as mudanças no funcionamento da organização. 26 A logística diz respeito a organização dos processos dentro da empresa de acordo com Ballou (2001) o objetivo da logística é distribuir o serviço certo, no lugar certo no tempo certo e nas condições desejadas pelo consumidor. Por se tratar da elaboração de um plano de negócios o presente trabalho apóia-se em todas as áreas da administração; conforme os objetivos deve ser dado maior enfoque na área de OSM onde foi definido o escopo do negócio, e marketing, pois foi elaborado um planejamento mercadológico e determinado a viabilidade financeira do negócio. 2.2 Serviços O setor de serviços apresenta algumas características típicas que conferem a ele aspectos concorrenciais diferentes de empresas de produtos. Serviço pode ser definido como sendo uma transação realizada por empresas ou empresários cujo objetivo não esteja associado à transferência de um bem (LAS CASAS, 1991, p.15). De acordo com Cobra (1992, p.403): Serviço uma é mercadoria comercializável isoladamente, ou seja, um produto intangível que não se pega, não se cheira, não se apalpa, geralmente não se experimenta antes da compra, mas permite satisfações que compensam o dinheiro gasto na realização de desejos e necessidades dos clientes. Os serviços têm sido conceituados como produtos que satisfazem as necessidades e desejos das pessoas (Kotler, 1998). Portanto, serviços, assim como seus bens, são formas de satisfazer as necessidades das pessoas sejam essas necessidades por entretenimento, locomoção, informação ou mesmo segurança. Entretanto, e como uma das suas características, os serviços são intangíveis conforme Fitzsimmons e Fitzsimmons, (2004). Ou seja, eles não são materializados, muitas vezes existindo apenas os seus benefícios. Por exemplo, um corte de cabelo que não existe senão na cabeça do próprio cliente depois de executado. Berry e Parasuraman (1995, p. 113) colocam que “os clientes não podem ver um serviço, mas podem ver diversos tangíveis associados ao serviço”, entre eles as 27 instalações, os equipamentos, os empregados, os materiais de comunicação, outros clientes e as listas de preços de serviços. Esses aspectos tangíveis servem de pistas para informar aos clientes as características sobre o serviços invisível. Se essas pistas estiverem fora de controle, podem transmitir mensagens equivocadas sobre o serviço, abalando seriamente a estratégia de marketing; se bem administrada podem trazer vitalidade e reforço à estratégia de marketing. Segundo Ballou (2001) Serviço ao cliente, se utilizado de forma eficaz, se torna uma variável primária que pode impactar significativamente na criação da demanda de posse da lealdade do cliente. Para Albrecht e Brandford (1992) administração de serviços é um conceito organizacional de visão global que se empenha em fornecer um serviço superior que será a força motriz dos negócios. O motivo mais importante para querer conhecer o cliente profundamente e tornar o serviço a força motora daempresa é criar dentre os concorrentes um fator de diferencial. Para o mesmo autor a administração de serviços cria uma organização centrada no cliente com foco nas suas necessidades e expectativas. Albrecht e Brandford (1992) apresentam “O Triângulo de Serviços” a seguir: Figura 1: Triângulo dos serviços Fonte: Albrecht e Brandford (1992) No centro do triângulo está o cliente e nas três pontas, a estratégia, os sistemas e as pessoas, demonstrando que em serviços o cliente é visto diretamente 28 com a estratégia, e em seguida na base do triângulo pessoas e sistemas, da empresa Conforme Albrecht e Brandford (1992) a estratégia do serviço é desenvolvida com base nas informações demográficas e psicográficas alcançadas na busca do profundo conhecimento dos seus clientes. Já as pessoas incluem todos os executivos gerentes e funcionários da organização para administração de serviços. E os sistemas referem-se ao processo que a organização utiliza para a realização dos trabalhos do presidente aos funcionários da linha de frente todos devem trabalhar de acordo. O Ciclo do Serviço que segundo o mesmo autor, o cliente tem um contato com a empresa e a partir desta experiência toma uma decisão sobre a qualidade do serviço e a qualidade do produto oferecido. O ciclo de serviços é desenvolvido a partir da seqüência lógica de todos os momentos da verdade identificados. Desta forma, identificar os momentos da verdade e ordená-los no ciclo de serviços contribui para conhecer a opinião dos clientes e, principalmente, avaliar os pontos fortes e fracos da gestão de uma empresa. Figura 2: Ciclo do Serviço Fonte: Adaptado de Albrecht e Brandford (1992) 29 Analisando a Figura 2 pode ser percebido que o cliente não vê a situação como uma série de fotografias, mas como um filme onde cada cena esta interligada com as demais. Contudo para Albrecht e Brandford (1992; p. 33) “Algumas pessoas querem ter um ambiente agradável para fazer compras, e outros ainda preferem que os funcionários da firma sejam corteses e tenham boa vontade.” Por essa razão é necessários que todos da empresa participem da elaboração do ciclo. Conforme Fitzsimons e Fitzsimons (2004) a estratégia em serviços deve iniciar com uma visão do local e alvo do empreendimento. Uma visão estratégica de serviços é formulada abordando questões a respeito do mercado-alvo, do conceito em serviços, da estratégia operacional e do sistema de prestação de serviços. A classificação de serviços tem sido bastante utilizada, conforme pode ser observado no quadro a seguir: Autor Aspectos fundamentais dos esquemas de classificação de serviços Judd (1964) Serviços ligados a locação de produtos Serviços ligados a possessão de produtos Serviços não ligados a produtos Rathmeel (1974) Tipo de vendedor Tipo de comprador Razões de compra Práticas de compra Grau de regulação Hill (1977) Serviços ligados a pessoas x serviços ligados a produtos Efeitos permanentes x efeitos temporários do serviço Efeitos reversíveis x efeitos não reversíveis do serviço Efeitos físicos x efeitos mentais Serviços individuais x serviços coletivos Thomas (1978) Serviços baseados em equipamentos Serviços baseados em pessoas Chase (1978) Intensidade do contato com o cliente quando da prestação de serviço (elevado x baixa) Kotler (1980) Serviços baseados em equipamentos x serviços baseados em pessoas Intensidade da presença do cliente na prestação do serviço Necessidades pessoais x necessidades organizacionais Serviços públicos x serviços privados Lovelock (1980) Características básicas de demanda Conteúdo do serviço e benefícios Processos de prestação de serviço 30 Lovelock (1983) Natureza da prestação de serviços (ações tangíveis x ações intangíveis) e objeto da prestação (pessoas x coisas) Tipo de transação (contínua x discreta) e tipo de relação cliente – organização Intensidade do papel do pessoal de contato (elevada x baixa) e da personalização da prestação de serviço (elevada x baixa) Comportamento da demanda Métodos de prestação do serviço (tipo de interação cliente - organização) e local de prestação do serviço (local único ou locais múltiplos) Schmenner (1986) Intensidade de trabalho (tempo, esforço, mão-de-obra) Grau de interação do cliente com o serviço e grau de personalização do serviço Lejeune (1989) Intensidade de participação do cliente na prestação do serviço e papel dos elementos tangíveis Grau de personalização do serviço Grau de associação de equipamentos à prestação do serviço Nível de associação entre venda/compra, produção e consumo Quadro 1: Esquema de classificação de serviço Fonte: Adaptado de Evrard e Rodrigues (2010) Muito embora possa haver discordância quanto aos esquemas classificatórios, eles ajudam a compreender os serviços, além de demonstrarem sua diversidade. 2.3 Empreendedorismo O processo pelo qual as pessoas iniciam e desenvolvem um negócio é conhecido como empreendedorismo. Esse conceito é muito mais amplo e aborda vários aspectos, tendo como base a antecipação dos fatos e a visão futura do negócio. O empreendedorismo é conhecido desde os primórdios da civilização, no entanto somente agora é difundido na ciência da Administração para fins educacionais. A palavra empreendedor teve sua origem na França e significa aquele que assume riscos e inicia algo novo (DORNELAS, 2005). 31 Na visão de Dolabela (1999, p. 40), “o empreendedorismo trata-se de um fenômeno cultural, ou seja, ele é o resultado dos hábitos, práticas e valores das pessoas.” Pode ser dito que existem pessoas com maior espírito empreendedor do que outras. Podendo assim afirmar que é possível aprender a ser empreendedor a partir da convivência com outros empreendedores, ou seja, através de uma rede de relacionamentos. Empreendedorismo está ligado com fazer diferente, gerar idéias e procurar algo novo. Assim, desse fazer diferente e gerar algo novo, defini-se o empreendedorismo pela necessidade ou pela oportunidade. No primeiro caso, para Dornelas (2005) os negócios costumam ser criados informalmente, não são planejados e muitos fracassam bastante rápido, não gerando desenvolvimento econômico e agravando as estatísticas de criação e mortalidade dos negócios. De acordo com o mesmo autor, no empreendedorismo gerado pela oportunidade, o individuo tem a visão, sabe aonde quer chegar e cria uma empresa com planejamento prévio, objetivando a geração de lucros, empregos e riqueza. Schumpeter (1988) faz menção também, ao empreendedorismo que nasce por oportunidade, quando afirma que a essência de empreender é referente à recepção e a exploração de novas oportunidades no âmbito dos negócios, utilizando recursos disponíveis de maneira inovadora. O novo negócio deve estar centrado não só em idéias inovadoras, deve haver ponderação e criação de estratégias para o sucesso, pois, segundo Bernardi (2003, p. 68), “a característica da personalidade empreendedora, uma correta modelagem do negócio e um planejamento bem elaborado aumentam as chances de sucesso de um empreendimento;”. Então, tanto o empreendedorismo por necessidade como por oportunidade, são aliados dos idealizadores de novos negócios, e estes devem unir suas características pessoais mais notórias com as ferramentas essenciais para o sucesso do empreendimento e para que a região escolhida para atuação da empresa possa também receber os benefícios do empreendimento. A abertura de uma empresa de locações infantis de brinquedos na cidade de Navegantes nasceu por meio da oportunidadeque a empresária teve, pois quando a empresa começou a operar de forma informal a cidade era carente desse tipo de serviço. 32 2.3.1 Características e perfil do empreendedor O perfil do empreendedor está relacionado com “pessoas que conseguem fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades” (CHIAVENATO, 2004, P.5). Já para Dornelas (2001), o empreendedor é dono de uma percepção apurada, direção. Na visão de Chiavenato (2004; p.5) o empreendedor é: A pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades. Transforma idéias em realidade, para beneficio próprio e para beneficio da comunidade. Por ter criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor demonstra imaginação e perseverança, aspectos que, combinados adequadamente o habilitam a transformar uma idéia simples e mal estruturada em algo concreto e bem sucedido no mercado. De acordo com Dolabela (1999) os empreendedores são pessoas motivadas capazes de transformarem um sonho, uma dificuldade ou uma oportunidade de negócio em um empreendimento viável. As características de um empreendedor são muitas. O SEBRAE (2010) (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) descreve as características do empreendedor da seguinte maneira: • Busca oportunidades e iniciativas; • Corre riscos calculados; • Exige qualidade e eficiência; • Persistência; • Comprometimento; • Conjunto de planejamento; • Busca informações; • Estabelecimento de metas; • Planejamento e monitoramento sistemático; • Conjunto de poder; • Persuasão e rede de contatos; • Independência e autoconfiança. 33 Segundo Dornelas (2001) as habilidades requeridas de um empreendedor podem ser classificadas em três áreas; técnicas, gerenciais e características pessoais. As habilidades técnicas envolvem saber escrever, saber ouvir as pessoas, captar informações, saber liderar, trabalhar em equipe e possuir um Know-how técnico em sua área de atuação. Tendo como habilidades gerenciais as áreas de marketing, administração, finanças, operacional e tomada de decisões. As características pessoais de um empreendedor constituem como: “ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador, ser orientado a mudanças, ser persistente e ser um líder excêntrico” (DORNELAS, 2001, p. 40). O empreendedor é uma pessoa que tem um sonho ou desejo e o transforma em realidade. As causas fundamentais do empreendedorismo é a natureza humana em busca da auto-realização econômica. Apesar da maioria dos estudos e pesquisas sobre empreendedores refira-se a área de negócios porem é importante frisar que este dever ser vislumbrado em todos os ramos de atividades humana como as artes, os esportes, a política a música entre outros. 2.4 Plano de Negócios O Plano de Negócios é um instrumento de orientação e consulta que permite a análise e o acompanhamento de um negócio. É uma linguagem de comunicação com o próprio empresário e com agentes externos. Ele mostra em detalhes quem são os empreendedores, qual é o produto, quais e quantos são os clientes, qual é o processo tecnológico de produção e vendas, qual é a estrutura de gerenciamento, quais são as projeções financeiras para fluxo de caixa, receitas, despesas, custos e lucros. A elaboração de um plano de negócios traz ao empreendedor maior conscientização das suas necessidades empresariais, pois o ajuda a explorar melhor a atividade em que deseja atuar e também, para prestar auxilio na melhor forma de utilização dos recursos disponíveis da empresa. Torna-se cada vez mais 34 difícil iniciar as atividades de uma empresa e mantê-la no mercado sem planejamento algum de como serão executadas as ações da empresa. Um plano de negócios é um documento que descreve quais os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócios permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado. (ROSA, 2007, p. 10). Complementando a idéia acima, Dornelas (2005, p. 98) comenta que “O plano de negócios é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa”. Plano de negócios para Chiavenato (2004, p. 128) “é uma espécie de visualização de uma idéia, um pequeno check list para não deixar passar nada despercebido”. O plano de negócios deve ajudar a responder questões importantes relativas ao negócio antes da abertura do negócio. Segundo Dornelas (2001) o propósito de um plano de negócios fica bastante claro quando se verifica a quantidade de benefícios que ele pode trazer para a empresa. Através desta ferramenta de gestão, consegue planejar e decidir a respeito do futuro da empresa, tendo como base o passado, a situação atual em relação ao mercado, aos clientes e a concorrência. O mesmo autor complementa que é possível identificar seus pontos fortes e fracos em relação à concorrência e o ambiente de negócio em que atua; conhecer o mercado e definir estratégias de marketing para seus produtos e serviços; analisar o desempenho financeiro de seu negócio, avaliar investimentos, retorno sobre o capital investido, ou seja, terá posse de um importante guia que orientará todas as ações da empresa. O plano de negócios está, cada vez mais, se tornando a principal arma de gestão que um empresário pode utilizar visando o sucesso de seu empreendimento. Por essa razão, é necessário que se entenda o que significa escrever um plano de negócios, como procede, o que escrever e como utilizá-lo para as diversas finalidades que se propõe. 35 2.4.1 Estrutura do Plano de Negócios Para elaboração de um plano de negócios é necessário seguir uma estrutura básica (Quadro 02), para facilitar a sua construção, para que se torne assim de fácil compreensão dos leitores. Existem à disposição do empreendedor vários tipos de estruturas de plano de negócios, porém explica Dornelas (2005, p.107), “não existe um tamanho ideal ou quantidade exata de páginas, o que se recomenda é escrever o plano de negócios de acordo com as necessidades do público-alvo”. No mesmo sentido Siegel (1996) afirma que todo plano de negócios deve ter um índice do conteúdo, não precisa ser detalhado, nem mostrar exatamente a página onde começa cada seção do plano, porém, deve ser dividido em seções. O quadro a seguir permite uma comparação de três autores sobre quais elementos devem conter e um plano de negócios: Dornelas (2001) Rosa (2007) Dolabela (2006) Sumário Executivo x x x Produtos e Serviços x Análise de Mercado x x x Plano de Marketing x x x Plano Operacional x x x Estrutura da Empresa x x Cronograma x Plano Financeiro x x x Anexos x x Quadro 2: Estrutura do Plano de Negócios Fonte: Elaboração própria 36 Foram observadas, a estrutura proposta por Dornelas (2001), Rosa (2007) e Dolabela (2006), percebendo assim que em termos dos componentes de um plano de negócios, dos autores analisados, pode ser percebido um consenso na apresentação das etapas necessárias, que são: (1) Sumário Executivo, (3) Análise de Mercado, (4) Plano de Marketing, (5) Plano Operacional e (6) Plano Financeiro. A seguir observam-se as características principais dessas etapas: 2.4.1.1 Sumário Executivo O sumário executivo é a condensação do plano de negócio. De forma sucinta, o autor do plano de negócio deve apresentarum sumário das definições principais do plano. De acordo com Dolabela (1999) o sumário executivo é o enunciado do projeto; alçada dos responsáveis; o possível mercado; dados de diferenciação; previsão de vendas; lucro e projeções financeiras; e necessidades de financiamentos. Hisrich e Peters (2004), usam outra nomenclatura para o sumário executivo chamando-o de resumo executivo, de acordo com os autores é a principal seção do plano de negócios, é através dele que o investidor usa o resumo para tomar decisões se vale a pena continuar com o plano de negócios. Conforme ensina Dornelas (2001, p.121): O sumário executivo é a principal seção de seu plano de negócios e deve expressar uma síntese do que será apresentado na seqüência, preparando o leitor e atraindo o mesmo para uma leitura com mais atenção e interesse. Embora o Sumário Executivo apareça no início do plano de negócios deve ser a última parte a ser escrita durante a elaboração do plano. 37 2.4.1.2 Análise de Mercado As empresas estão inseridas em um mercado competitivo, onde várias empresas atuam no mesmo ramo, por isso, é de fundamental importância a análise do ambiente (OLIVEIRA. 2007). As empresas não estão sozinhas elas operam em um ambiente o qual deve ser analisado ao investir em um novo negócio. A análise de mercado pode ser dividida em macroambiente e microambiente os quais influenciam direta ou indiretamente na empresa. A análise do macroambiente é a mais ampla e difícil análise, pois tem como objetivo detectar, monitorar e analisar os eventos correntes e as tendências futuras, que possam criar oportunidades ou representar ameaças ao empreendimento. (TAVARES, 2005). De acordo com Chiavenato (2008) o macroambiente é composto de variáveis que interagem entre si como as variáveis econômicas, tecnológicas, sociais, culturais, legais, demográficas e ecológicas, conforme mostra a figura abaixo. Todas essas variáveis causam impactos em todas as empresas, por isso também pode ser definido como ambiente geral. Figura 3: Variáveis que influenciam o ambiente organizacional Fonte: Adaptado de Chiavenato (2008) 38 Para Chiavenato (2008), o microambiente é composto por concorrentes, fornecedores, consumidores e agências reguladoras, conforme mostra a figura a seguir. Figura 4: Componentes do microambiente Fonte: Adaptado Chiavenato (2008) As variáveis de microambiente operam em um ambiente especifico, pode ser denominado ambiente de operação da empresa, é um nicho em que a empresa se encontra e procura estabelecer domínio. É onde ocorrem as entradas de recursos e saídas de produtos e serviços. 2.4.1.3 Plano de Marketing É perceptível o número de empresas que oferecem os mesmos produtos ou serviços, e a particularidade de cada uma é que vai definir o seu sucesso ou fracasso. De acordo com Kotler e Keller (2006) o marketing trata de uma atividade 39 comercial voltada especificamente para orientação do fluxo de produtos ou serviços para consumidor O plano de marketing é fundamental para o desenvolvimento da organização, pois, de acordo com Cabral (1998) o marketing está presente antes de a empresa começar a operar, tal plano acompanha o ciclo de vida da empresa: nascimento, crescimento, e amadurecimento. Por este motivo uma estratégia de marketing errada pode destruir uma empresa/produto antes de ser implementada. Para o desenvolvimento de um plano de marketing segundo Skacel (1992), existem seis passos básicos: informações básicas da organização, elaborar uma lista de ameaças e oportunidades, fixar os objetivos específicos, desenvolver estratégias, estabelecer orçamentos, fazer projeções de vendas, lucros e resultados da atividade de marketing. Com a mesma linha de raciocínio Dolabela (1999, p. 144), ”Plano de Marketing é a análise de mercado contendo, ameaças e oportunidades; a clientela; a segmentação; e a concorrência. As estratégias de marketing (4 P’s), plano de pesquisa; e relacionamento com os clientes.” O composto de marketing (4p’s) formado por produto, preço, praça e promoção é a estratégia de vendas que será utilizada pela empresa de maneira com a qual irá implantar produtos/serviço no mercado, com a finalidade de estabelecer ações estratégicas de marketing em vendas. O primeiro (P) refere-se ao produto que de acordo com Dolabela (1999), é a percepção ou interesse do cliente em relação ao produto/serviço oferecido. Quais são seus diferenciais competitivos, é fundamental que seja evidenciado o valor que o serviço agrega ao cliente. Kotler e Keller (2006) afirmam que produtos ou serviço são algumas coisas que podem ser ofertados ao mercado para sanar um desejo ou necessidade do seu público alvo. O segundo (P) diz respeito ao preço que segundo Dornelas (2001), é uma ferramenta efetiva de marketing, pois afeta a demanda, influencia a imagem do serviço e pode auxiliar a atingir o público alvo. Já para Kotler e Keller (2006) o preço é descrito como sendo um atributo de valor monetário ao serviço que estará sendo disponibilizado ao mercado. Quando a empresa utiliza a estratégia de preço ela deve ser bastante eficiente para colocar o produto com preço mais competitivo possível nesse mercado. 40 O terceiro (P) é a praça que para Kotler e Keller (2006), é a localidade onde será inserido o serviço. Podendo assim identificar também os principais canais de distribuição do serviço onde há diferentes maneiras que a empresa adota para levar o serviço ao consumidor, Dornelas (2001) diz que a empresa pode vender seus serviços diretamente ao consumidor final ou utilizar terceiros para fazer esses serviços. O quarto (P) trata de outra forma de estimular as vendas que são as promoções as quais são muito utilizadas nos lançamentos de novos serviços no mercado, para se estimular a repetição da compra, aumentar o volume de vendas em curto prazo e desfazer de modelos antigos. Para Dornelas (2001) as palavras mais utilizadas nas campanhas são: ganhe, economise grátis, imperdível, uma forma de chamar a atenção dos clientes, pois a promoção deve oferecer vantagens adicionais aos clientes como um desconto ou brinde. Diante dos aspectos citados acima, o plano de marketing é ideal para aproveitar as oportunidades oferecidas pelo mercado, o plano de marketing é um grande diferencial competitivo. 2.4.1.4 Plano Operacional Para possibilitar a realização ou cumprimento das metas operacionais, as organizações desenvolvem planos operacionais. De forma um pouco sucinta dizem Biagio e Batocchio (2003), que é no plano operacional que será definido a forma como a empresa irá realizar o seu trabalho, como cuidará dos seus produtos e serviços, como utilizará seus equipamentos e recursos, como se relacionará com seus funcionários. No plano operacional segundo Dornelas (2005), são definidos os rumos da empresa, sua visão e missão, sua situação atual, as potencialidades e ameaças externas, forças e fraquezas, seus objetivos e metas do negócio. Seguindo da mesma opinião Dolabela (1999, p. 144) enfatiza que o “Plano Operacional: contempla: missão, objetivos, foco da empresa, estrutura organizacional; plano de 41 operações administrativas; controle de qualidade; terceirização; e sistemas de gestão.” Para a operacionalização da empresa é importante a criação de um layout, que segundo Cury (1995) é o desenho dos vários postos de trabalho nos espaços existentes na empresa, atingindo, além da preocupação de melhor acomodar o funcionário em seu ambiente de trabalho de acordo com a atividade desempenhada, a arrumaçãodos móveis, máquinas, equipamentos e matéria-prima. Porém, não se deve esquecer que para ter um bom layout deve-se possuir flexibilidade, permitindo alterações que sejam necessárias, para o crescimento da empresa. 2.4.1.5 Plano Financeiro O plano financeiro é como a empresa se comportará ao longo do tempo do ponto de vista financeiro, descrições e cenários, pressupostos críticos, situação histórica, fluxo de caixa, análise do investimento, demonstrativo de resultados, projeções de balanços e outros indicadores. Para Dornelas (2005) o plano financeiro deve apresentar em números todas as ações planejadas de sua empresa e as comprovações, através de projeções futuras (quanto é necessário para o capital), o sucesso do negócio, para tanto, deve conter itens como fluxo de caixa com horizonte de 3 anos, balanço, ponto de equilíbrio, necessidades de investimentos, lucratividade prevista, prazo de retorno sobre investimentos entre outros. Conforme Hisrich e Peters (2004) o plano financeiro fornece ao empreendedor um panorama completo da quantidade de recursos financeiros que estão entrando na empresa, quando e onde está indo, quanto está disponível e a posição financeira projetada da empresa. Dolabela (1999) contempla que a análise financeira deve ser sintética evitando planilhas extensas e detalhadas. 42 Alguns termos são bastante utilizados na análise financeira como: custo, despesa, desembolso, gasto e investimentos, por isso se faz necessário o entendimento destes termos. Diante dessa constatação Ribeiro (1999), apresenta alguns dos conceitos básicos muito utilizados na contabilidade de custos, como segue: • Custos são os gastos com aquisição de bens ou serviços utilizados na produção; • Despesas são os gastos decorrentes do consumo de bens na utilização de serviços na área administrativa; • Desembolso é a entrega numerária antecipada, no momento ou depois da ocorrência dos gastos; • Gastos são os depósitos, a vista ou a prazo para obter bens ou serviços, independente de sua destinação; • Investimentos são na sua maioria os gastos com a obtenção de bens de uso da empresa. O empreendedor precisa ter conhecimento do investimento inicial e capital necessário para a abertura e manutenção do novo negócio. O futuro da organização depende do gerenciamento, do acompanhamento e registro da movimentação dos recursos financeiros. 2.5 Softwares Plano de Negócios Os softwares para elaboração de um plano de negócios são importantes ferramentas para empreendedores e futuros empreendedores que desejam formalizar sua atividade empresarial e também para aqueles que desejam constituir uma nova empresa. A maioria dos softwares de plano de negócios é de fácil entendimento, dessa forma, esses sistemas são auxiliadores no planejamento do empreendedor para o seu novo negócio e também ajuda em um novo projeto para uma empresa já existente. 43 Dentre os softwares disponíveis no mercado, estão o Make Money, Empreenda!, ssplan, dentre outros. Os softwares para plano de negócios descrevem, de maneira metódica, quais os objetivos do empreendimento e quais passos devem ser dados para que eles sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. (SEBRAE – MG 2009) É de interesse deste trabalho de estágio desenvolver sua estimativa com base no software Sebrae-MG, a seguir o modelo referencial. 2.5.1 Sebrae-MG O Software de Elaboração de Plano de Negócios do SEBRAE-MG versão 2.0, utilizado na elaboração deste trabalho, serve para avaliar a viabilidade de um futuro empreendimento. De acordo com o SEBRAE-MG, o software é utilizado para: • Planejar o sucesso do empreendimento; • Realizar análise sobre a viabilidade de um negócio; • Desenvolver um planejamento de marketing e financeiro; • Identificar oportunidades e ameaças. Para uma forma de utilização mais fácil do software, suas principais características são: • Utilização fácil e eficiente; • Sem necessidade de configurações especiais ou trabalho com muitas telas; • Voltado para o empreendedor, seja ele leigo ou especialista em finanças. No software do SEBRAE-MG, o usuário conta com um roteiro básico para o preenchimento do tópico e uma orientação mais detalhada com um manual sobre plano de negócios. Esta orientação contempla os seguintes aspectos: 44 • Financeiro; • Marketing; • Operacional; • Noções que irão direcionar o empreendedor. O software também tem a capacidade de exportar as informações em arquivo PDF para posterior utilização. O software é disposto em forma de itens, para facilitar a compreensão do usuário e proporcionar uma interface mais amigável, descomplicada e de fácil compreensão, para o usuário leigo ou experiente em plano de negócios. O quadro a seguir, apresenta os principais itens do plano de negócios pesquisados no software SEBRAE/MG. Elementos Sub Divisões Características Sumário Executivo Resumo dos Principais Pontos Ao descrever o plano, breve relato com as principais características Dados dos empreendedores Dados dos responsáveis pela administração do negócio Dados do empreendimento Nome da empresa e o número de inscrição no CNPJ Missão da empresa Missão da empresa é o papel que ela desempenha em sua área de atuação Setores de atividades Qual é o negócio da empresa Forma jurídica A forma jurídica determina a maneira pela qual ela será tratada pela lei, assim como o seu relacionamento jurídico com terceiros. Enquadramento Tributário Basicamente, a pequena empresa pode adotar três formas diferentes para o cálculo e o recolhimento dos impostos junto ao Governo Federal: o EMPREENDEDOR INDIVIDUAL, o REGIME NORMAL ou o SIMPLES NACIONAL Capital Social O capital social é representado por todos os recursos (dinheiro, equipamentos, ferramentas etc) colocado(s) pelo(s) proprietário(s) para a montagem do negócio Fonte de recursos Determinar de que maneira serão obtidos os recursos para a implantação da empresa Análise de Mercado Estudo dos clientes Etapa mais importante da elaboração do plano. Estudo dos concorrentes Procure identificar quem são seus principais concorrentes Estudo dos fornecedores Compreende todas as pessoas e empresas que irão fornecer as matérias‐ primas e equipamentos utilizados para a fabricação ou venda de bens e serviços. Plano de Marketing Descrição dos principais produtos/serviços Descrever os principais itens que serão fabricados, vendidos ou os serviços que serão prestados Preço Preço é o que consumidor está disposto a pagar pelo que você irá oferecer 45 Estratégias promocionais Promoção é toda ação que tem como objetivo apresentar, informar, convencer ou lembrar os clientes de comprar os seus produtos ou serviços e não os dos concorrentes. Estrutura de comercialização A estrutura de comercialização diz respeito aos canais de distribuição, isto é, como os produtos e/ou serviços chegarão até os clientes. Localização do negócio Identificar a melhor localização para a instalação do negócio e justificar os motivos da escolha desse local Plano Operacional Layout Por meio do layout ou arranjo físico, definir como será a distribuição dos diversos setores da empresa Capacidade produtiva/comercial/ serviços É importante estimar a capacidade instalada da empresa, isto é, o quanto pode ser produzido ou quantos clientes podem ser atendidos com a estrutura existente. Processos operacionais É o momento de registrar como a empresa irá funcionar. Necessidade de pessoal Projeção do pessoal necessário para o funcionamento do negócio Plano Financeiro Estimativa de investimentosfixos O investimento fixo corresponde a todos os bens que deve comprar para que o negócio possa funcionar de maneira apropriada. Capital de giro O capital de giro é o montante de recursos necessário para o funcionamento normal da empresa, compreendendo a compra de matérias‐primas ou mercadorias, financiamento das vendas e o pagamento das despesas. Investimentos pré‐ operacionais Compreendem os gastos realizados antes do início das atividades da empresa Investimento total Valores para investimentos fixos, financeiros e pré‐operacionais, é o momento de conhecer o total a ser investido no negócio. Estimativa do faturamento mensal Uma forma de estimar o quanto a empresa irá faturar por mês é multiplicar a quantidade de produtos a serem oferecidos pelo seu preço de venda, que deve ser baseado em informações de mercado. Estimativa do custo unitário Será calculado o custo com materiais (matéria‐ prima + embalagem) para cada unidade fabricada. Estimativa do custo de comercialização Registrados os gastos com impostos e comissões de vendedores ou representantes Apuração do custo dos materiais diretos Apurar o CMD – Custos com Materiais Diretos (para a indústria) – ou o CMV – Custo das Mercadorias Vendidas (para o comércio) Estimativas dos custos com mão‐de‐obra Definir quantas pessoas serão contratadas (se necessário) e quanto irão ganhar Estimativas dos custos de depreciação O reconhecimento da perda do valor dos bens pelo uso Estimativas dos custos fixos operacionais mensais São todos os gastos que não se alteram em função do volume de produção ou da quantidade vendida em um determinado período. Demonstrativos dos resultados Após reunir as informações sobre as estimativas de faturamento e os custos totais (fixos e variáveis), é possível prever o resultado da empresa Indicadores de Viabilidade Ponto de Equilíbrio ‐ Lucratividade ‐ Rentabilidade ‐ Prazo para retorno de investimentos Construção do Cenário Ações preventivas e Corretivas Prepare cenários onde o negócio obtenha resultados pessimistas (queda nas vendas e/ou aumento dos custos) ou otimistas (crescimento do faturamento e diminuição das despesas) Avaliação Estratégica Análise de Matriz F.O.F.A. A matriz F.O.F.A. é um instrumento de análise simples e valioso. Seu objetivo é detectar pontos fortes e fracos, com a finalidade de tornar a empresa mais eficiente e competitiva, corrigindo assim suas deficiências Avaliação do Plano de Negócio Avaliação Avaliar cada uma das informações e lembrar de que o plano de negócio tem por objetivo ajudar a responder a pergunta: “Vale a pena abrir, manter ou ampliar o meu negócio? Quadro 3: Software Plano de Negócios – SEBRAE-MG Fonte: Elaboração própria 46 Com base nas informações do quadro 3, a acadêmica julga importante a formalização do empreendimento, para isso utiliza o software como ferramenta auxiliadora, para obter resultados relevantes e concretos do negócio escolhido, que é formalização da empresa SB Brinquedos na cidade de Navegantes-SC. 47 3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO Nesta seção forão descritas a caracterização da empresa Uni Júnior Orientação Empresarial bem como a os resultados e conclusões da pesquisa de campo para viabilizar a implantação de uma empresa de locação de brinquedos para festas infantis na cidade de Navegantes. 3.1 Características da Organização – Uni Júnior A Uni Júnior Orientação Empresarial, empresa cedente do estágio completou 15 anos de vida ano de 2010, é uma organização composta por estagiários com assessoria dos professores, atuando como empresa júnior, a qual a equipe agrupa qualidades para desenvolver parcerias que tragam alternativas para aumentar a eficiência, eficácia e efetividade de empresa em sua área de atuação (UNIVALI, 2010). Para Oliveira (1999) consultoria é um método dinâmico de um agente de fora da empresa, o qual admite a responsabilidade de ajudar os executivos e profissionais da empresa na difícil responsabilidade que é a tomada de decisões, não tendo em mãos o controle de decisão. Em agosto de 1994, movidos pela oportunidade de desenvolver um trabalho acadêmico para disciplina de Técnicas de Pesquisa em Administração, juntamente com o interesse despertado pela leitura de um artigo na revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, quatro alunos do curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí decidiram desenvolver uma pesquisa acadêmica, intitulada “Razões que Justificam a Ausência de um Escritório Modelo no Curso de Administração da UNIVALI” No ano de 1995, contando com o apoio da Direção da Faculdade – Professor Ciro Renato Rebelo, que meses antes já havia incentivado a criação da TRADE JÚNIOR, empresa júnior do curso de Comércio Exterior, os acadêmicos iniciaram a elaboração de um projeto para a criação da Uni Júnior na 48 FACIESA/UNIVALI. Em julho de 1995 foi fundada a Uni Júnior Consultoria Empresarial e Novos Empreendimentos, e eleita a primeira diretoria Executiva, composta por seis Diretores abaixo: Diretor Presidente – Alexandre Epifanio de Souza Diretor Vice-Presidente – Pedro Manoel de Souza Jr. Diretor Financeiro – Carlos Antonio Vinotti Diretor de Marketing – Emerson Vanderley Veneri Diretor de Qualidade – Jaldir Geraldo Cordeiro Diretor de Projetos – Marcelo Augusto Wihem Dubbers No ano 1999, a Uni Júnior sofre sua primeira alteração estatutária e regimental, assumindo a formatação de Laboratório Acadêmico, servindo de estrutura pedagógica para os cursos de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas. Na mesma ocasião, alterou seu organograma e sua estrutura funcional, passando a ser composta por um professor coordenador e três professores orientadores de projetos, além da composição na parte acadêmica por alunos: como membros honorários, membros associados e membros efetivos. Nesta reformulação foi criada a Gerência Operacional, Gerência de Marketing e Gerencia Administrativa/Financeira, ficando sua denominação como: Uni Júnior – Consultoria Empresarial. Em 2003, com nova reformulação nos estatutos da Uni Júnior – Consultoria Empresarial, que mudou seu nome para Uni Júnior – Orientação Empresarial, deixa de existir a figura do Coordenador, passando a existir o Responsável pela Empresa Júnior. Em maio de 2005, houve a terceira reformulação da estrutura organizacional da Uni Júnior, tendo como principal modificação a extinção das diretorias e o aparecimento da figura da Gerência Geral Executiva, cargo ocupado por um estagiário que passa a ser um prestador de serviço da UNIVALI. Para oficialização das mudanças, foram reformulados tanto os estatutos da Uni Júnior, como o regulamento interno da mesma, aprovados em reunião do Conselho Administrativo em 25 de maio de 2006. 49 A estrutura organizacional da Uni Júnior – Orientação Empresarial está representada pelo organograma abaixo (Figura 5) por projetos, implantado na gestão 2008-2010 pelo Professor Luiz Carlos da Silva Flores. Figura 5: Organograma Uni Júnior Fonte: Uni Júnior Orientação Empresarial De acordo com o organograma, a Uni Júnior é composta por quatro áreas da administração: finanças, marketing, RH e eventos. Paralelamente, é formada a estrutura de professores de acordo com a necessidade, ou seja, com a demanda de projetos são convidados professores do CECIESA - Gestão, para a coordenação e orientação de um projeto específico nas áreas de Administração, Ciências Contábeis e Logística. 50 3.1.1 Missão, Visão, Princípios e Valores A missão,
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