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* DISPERSÃO DE POLUENTES PARTE I prof Jailton Dias Nogueira Jr, Dr * Os Fenômenos de Transporte na Engenharia Engenharias Sanitária e Ambiental Estudos da difusão de poluentes no ar, na água e no solo * Passando para uma linguagem científica: A diferença fundamental entre sólido e fluido está relacionada com a estrutura molecular: Sólido: as moléculas sofrem forte força de atração (estão muito próximas umas das outras) e é isto que garante que o sólido tem um formato próprio; Fluido: apresenta as moléculas com um certo grau de liberdade de movimento (força de atração pequena) e não apresentam um formato próprio. * Fluidos:Líquidos e Gases Líquidos: - Assumem a forma dos recipientes que os contém; Apresentam um volume próprio (constante); Podem apresentar uma superfície livre; * Gases e vapores: -apresentam forças de atração intermoleculares desprezíveis; não apresentam nem um formato próprio e nem um volume próprio; ocupam todo o volume do recipiente que os contém. Fluidos:Líquidos e Gases * Teoria Cinética Molecular “Qualquer substância pode apresentar-se sob qualquer dos três estados físicos fundamentais, dependendo das condições ambientais em que se encontrarem” * Estados Físicos da Matéria * Dinâmica da atmosfera Estabilidade da atmosfera Camada limite atmosférica Comportamento dos penachos na atmosfera Modelização da dispersão DISPERSÃO DE POLUENTES NA ATMOSFERA * PRINCIPAIS TIPOS DE PENACHOS Descrição qualitativa dos penachos lançados pelas chaminés, para permitir a familiarização com as suas características visuais e físicas os penachos visíveis ainda vão durar longo tempo e podem fornecer informações: quanto aos efeitos do terreno circundante quanto às condições de estabilidade Comportamento do penacho em função do gradiente vertical da temperatura * ASPECTOS QUALITATIVOS DA ASCENSÃO DO PENACHO flutuação quantidade de movimento. Um penacho típico é mais quente que o ar ambiente e, portanto, tenderá a subir Características iniciais do efluente: temperatura do efluente, velocidade de saída, etc. Influenciam: “penachos flutuantes” “jactos” * Penacho em atmosfera calma e estável. A turbulência provoca a entrada de ar, podendo estagnar o seu transporte. Influência do vento cruzado. A interacção entre o penacho vertical, o escoamento horizontal e o aumento da turbulência atmosférica obriga o penacho a dobrar e limita a sua ascensão. * O efluente ao sair da chaminé encontra um vento cruzado suficientemente forte que o obriga a dobrar. FASE INICIAL OU DE JACTO: a quantidade de movimento vertical é quase na totalidade convertida em quantidade de movimento horizontal. DESENVOLVIMENTO QUALITATIVO DO PENACHO * Representação esquemática da ascensão de um penacho * “LOOPING” (FORTE INSTABILIDADE) Observa-se em dias de sol brilhante quando existe um elevado grau de mistura vertical. Estações com céu limpo e forte insolação. O penacho dispersa rapidamente; as concentrações são uma sucessão de “puffs” intermitentes. Condições micrometeorológicas: Altamente instável. Vento fraco e sol brilhante. Elevado grau de turbulência * “CONING” (QUASE NEUTRALIDADE): Observa-se em dias nublados com vento fraco e quando as correntes térmicas não são fortes. O penacho tem a forma de um cone. O penacho dispersa de um modo bastante regular, apresentando maior variabilidade entre as concentrações mais altas e mais baixas. Condições micrometeorológicas: Estabilidade ligeiramente instável ou neutra (indiferente). 2. Velocidade moderada do vento. 3. Situações em que os modelos dão resultados mais próximos dos valores medidos. * “FANNING” (INVERSÃO DE SUPERFÍCIE): Observa-se ao amanhecer, em áreas rurais, quando ocorre uma inversão de radiação, isto é, o gradiente vertical de temperatura é positivo. A dispersão vertical está minimizada. A dispersão horizontal também pode ser pequena, variando de um penacho tipo “fita” que se estende por vários quilómetros, a um penacho que serpenteia, conforme varia a direcção do vento. A previsão das concentrações ao solo é muito difícil. Condições micrometeorológicas: Inversão de radiação com ventos fracos. Condições muito estáveis. Supressão da dispersão vertical. * “FUMIGATION” (INVERSÃO ACIMA DA CHAMINÉ): Observa-se durante a manhã conforme a inversão de radiação se desfaz. É normalmente precedida por condições de “faning”. A “fumigation” causada pela destruição de uma inversão de superfície normalmente não dura mais do que um período da ordem dos 30 minutos. Mas, se forem as brisas marítimas a causar este problema pode durar várias horas. Normalmente, origina elevadas concentrações ao solo. Condições micrometeorológicas: Transição de condições estáveis para instáveis. 2. Boa mistura na zona inferior, má mistura por cima. 3. Céu limpo e vento fraco. * “LOFTING” (INVERSÃO DE SUPERFÍCIE ABAIXO DA CHAMINÉ): Observa-se ao fim da tarde e início da noite. Pode ser substituída pelo “fanning” consoante a inversão de radiação cresce em altura. Ocorre quando existe uma inversão apenas por baixo do penacho não existindo mistura na parte inferior, enquanto o penacho continua a dispersar lateralmente e para cima. Condições micrometeorológicas: Boa mistura na parte superior, má mistura por baixo. 2. Condições estáveis junto ao solo, instáveis por cima. * * Efeito de obstáculos na dispersão do penacho Chaminé localizada a montante do edifício Chaminé situada sobre um edifício * Para tentar obviar a estas situações: Chaminé localizada no terminus da cavidade do escoamento a jusante: hs > 2,5hb hs altura da chaminé hb altura do edifício Efeito de obstáculos na dispersão do penacho * Conceito Jusante - é o lado de uma corrente contrário ao da nascente e para onde correm as águas, ou seja maré vazante ou baixa-mar,(a jusante para o lado da foz). Montante é aquilo que sobe ou se eleva. Em engenharia é uma peça linear vertical de uma estrutura reticulada. * Valley location (“Wind cross axis”) Comportamento do penacho junto a irregularidades naturais do terreno * COMPORTAMENTO DO PENACHO EM FUNÇÃO DOS PARÂMETROS INICIAIS DA FONTE Pequena velocidade vertical de saída possível “downwash” do penacho, isto é, a descida brusca do penacho junto à chaminé quase até ao solo (como que escorregando junto à parede), efeito este provocado pela própria chaminé. * A razão entre a velocidade de saída do efluente Vs e a velocidade do vento U para evitar o downwash Vs/U > 1,5 Mas, os custos de elevar a velocidade Vs são grandes. Os efluentes podem ser bastante quentes quando comparados com a atmosfera. A força ascensional resultante da menor massa volúmica do efluente permite que o penacho se eleve muito acima da chaminé. número de Froude (permite medir a força ascencional): Ts temperatura do efluente d diâmetro da chaminé * Dinâmica da atmosfera Estabilidade da atmosfera Camada limite atmosférica Comportamento dos penachos na atmosfera Modelização da dispersão de poluentes DISPERSÃO DE POLUENTES NA ATMOSFERA * Estuda-se a fase da dispersão: fase durante a qual a transferência de massa é comandada pelas propriedades dispersivas da atmosfera vizinha. Estão ligadas à estrutura da turbulência do escoamento na camada limite atmosférica. Os modelos numéricos permitem caracterizar a Qualidade do Ar para os poluentes diferentes, incluindo os poluentes secundários (não emitidos directamente, mas formados na atmosfera) Objectivo: quantificação das concentrações (variação espacial, variação temporal) * Modelo de dispersão Condições iniciais “Background” Meteorologia Emissões Estrutura dos modelos da dispersão Entradas * Simulação Física de um Penacho Modelo “puff” de poluente emitido como uma fonte pontual. Os pequenos turbilhõesprovocam a diluição e expansão do puff em redor da linha central. Os grandes turbilhões envolvem os puffs e transportam-nos na direcção do vento. Juntando uma infinidade de puffs consegue-se formar um lançamento contínuo. * Características do escoamento atmosférico: velocidade do vento características da turbulência VELOCIDADE DO VENTO: Diluição por acção directa do vento A velocidade do vento actua directamente reduzindo a concentração, logo que o efluente sai da chaminé ao provocar a separação entre as partículas de gás. Quando um contaminante é emitido a uma taxa uniforme, o escoamento do vento tende a reduzir a sua concentração imediatamente e por acção directa. Se a velocidade do vento duplicar deverá também aumentar o espaçamento entre partículas de um factor 2, se outros parâmetros permanecerem constantes. * Turbulência do vento: Campo de turbilhões pequenos Campo de turbilhões grandes Campo de turbilhões variados Actua provocando a mistura do poluente com o ar vizinho O penacho aumentará de largura pelos movimentos de pequena escala (turbilhões pequenos e uniformes). O penacho dispersa-se num campo hipotético de movimentos turbulentos de grande escala, o penacho pouco cresce, mas serpenteia. O penacho num campo de turbulência composta de movimentos de grande variedade de dimensões, mistura-se rapidamente com a atmosfera vizinha dispersando-se, isto é, aumentando gradualmente em largura e serpenteando conforme se move na direcção do vento. * Altura efectiva da chaminé Para simplificar o tratamento da dispersão, é conveniente impôr que esta começa a uma altura fictícia acima da fonte real, em vez de subir e dispersar simultaneamente “altura efectiva da chaminé”: h = hs + h hs: altura da chaminé h: sobre-elevação * Cálculo da sobre-elevação (h ): Dificuldades em obter h com precisão, associadas às deficientes medições do vento ou o gradiente de temperatura da atmosfera), tornaram praticamente impossível a comparação de valores do h medido em diferentes estudos. Os estudos teóricos ou semi-teóricos do h conduzem a leis que não apresentam interesse prático, porque os fenómenos são descritos de uma maneira demasiado incompleta. Normalmente, usam-se fórmulas empíricas. * PENACHOS FLUTUANTES Sobre-elevação h: Lei de potência com um único termo * Concentração média de uma fonte contínua A concentração tem uma distribuição Gaussiana e o campo de turbulência é homogéneo mas não isotrópico (coeficientes de difusividade turbulenta representadas pelos desvios padrões x, y, z não são iguais). A concentração média de um “puff” instantâneo é: eixo do penacho h hs h Altura efectiva de chaminé y concentrações Intersecção com o solo Parte virtual do penacho x z Velocidade do vento U eixo real do penacho 2,15 σy 2,15 σz σz 0,1 C max (x) * σy desvio padrão do penacho em dispersão na direcção transversal σz desvio padrão do penacho em dispersão na direcção vertical são funções de x e das condições meteorológicas. É principalmente devido a estes parâmetros que o uso do modelo Gaussiano mantém flexibilidade. COEFICIENTES DE DISPERSÃO σy = a xp σz = b xq Representação analítica: Coeficientes a,p,b,q tabela * Coeficiente de dispersão horizontal em função da distância a jusante da fonte * Coeficiente de dispersão vertical em função da distância a jusante da fonte * Problema da Fonte Virtual O penacho de uma fonte pode interceptar o solo, sendo necessário tomar em linha de conta esta barreira física para o escoamento. Supõe-se que não há deposição ao solo ou absorção. O problema tem sido resolvido usando a técnica da fonte virtual. Supõe-se que uma fonte idêntica virtual está localizada simetricamente à fonte real em relação ao solo. Como não há deposição ou absorção, a poluição será aumentada por uma quantidade correspondente à fonte virtual. A equação resultante é: * (z – h) (z + h) Fonte real Fonte virtual Superfície (z = 0) Problema da Fonte Virtual h
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