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PRODUTO9 apostila tednica plantio floresta

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Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São 
Francisco e do Parnaíba
Governo do Estado do Piauí 
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural 
PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO 
INTEGRADO DO VALE DO PARNAÍBA – PLANAP 
CODEVASF / GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ
APOIO NO GERENCIAMENTO DA EXECUÇÃO DO PROGRAMA 
DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL DO VALE DO PARNAÍBA 
(PDFLOR-PI) 
APOSTILA DO CURSO
TÉCNICAS DE PLANTIO DE FLORESTAS
CURITIBA, PR 
FEVEREIRO 2010 
PLANO DE AÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO 
INTEGRADO DO VALE DO PARNAÍBA – PLANAP
CODEVASF/GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ/FUPEF
Produto 9
Apostila do Curso Técnicas de Plantio de Florestas
APOIO NO GERENCIAMENTO DA EXECUÇÃO DO PLANO 
DE AÇÃO DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO 
FLORESTAL DO VALE DO PARNAÍBA (PDFLOR-PI)
Coordenação do Projeto
SDR
Rubem Nunes Martins
CODEVASF
Guilherme Almeida Gonçalves de Oliveira
GOVERNO DO PIAUÍ
Jorge Antônio Pereira Lopes de Araújo
STCP
Joésio Siqueira
Ivan Tomaselli
Bernard Delespinasse
Rodrigo Rodrigues 
Dartagnan Gorniski
Curitiba, PR
Fevereiro de 2010 
APOIO NO GERENCIAMENTO DA EXECUÇÃO DO 
PLANO DE AÇÃO DO PROGRAMA DE 
DESENVOLVIMENTO FLORESTAL DO VALE DO 
PARNAÍBA (PDFLOR-PI)
APOSTILA DO CURSO
TÉCNICAS DE PLANTIO DE FLORESTAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................1
2. IMPLANTAÇÃO FLORESTAL..........................................................................................................1
2.1. Preparo da Área.................................................................................................................................1
2.1.1. Construção de Estradas e Aceiros......................................................................................................2
2.1.2. Limpeza do Terreno ..........................................................................................................................4
2.1.3. Combate à Formiga ...........................................................................................................................5
2.1.4. Preparo do Solo para o Plantio..........................................................................................................6
2.2. Sistema de Plantio..............................................................................................................................8
2.2.1. Espaçamento......................................................................................................................................8
2.2.2. Adubação...........................................................................................................................................9
2.2.3. Coveamento e Sulcamento...............................................................................................................10
2.2.4. Prevenção a Cupins.........................................................................................................................10
2.2.5. Plantio.............................................................................................................................................11
2.2.6. Irrigação...........................................................................................................................................12
2.2.7. Replantio.........................................................................................................................................13
2.3. Tratos Culturais...............................................................................................................................13
2.3.1. Coroamento.....................................................................................................................................13
2.3.2. Capina..............................................................................................................................................14
2.3.3. Roçada.............................................................................................................................................14
2.3.4. Aplicação de Herbicida...................................................................................................................14
2.4. Tratos Silviculturais.........................................................................................................................16
2.4.1. Poda ou Desrama.............................................................................................................................16
2.4.2. Desbaste..........................................................................................................................................17
3. COLHEITA FLORESTAL.................................................................................................................18
3.1. Planejamento da Colheita................................................................................................................18
3.2. Sistemas de Colheita.........................................................................................................................19
3.2.1. Sistema de Toras Longas.................................................................................................................19
3.2.2. Sistema de Toras Curtas..................................................................................................................19
3.2.3. Sistema de Árvores Inteiras.............................................................................................................19
3.2.4. Sistema de Árvores Completas........................................................................................................19
3.3. Corte..................................................................................................................................................19
3.4. Extração............................................................................................................................................20
3.5. Desgalhamento e Traçamento.........................................................................................................21
3.6. Descascamento..................................................................................................................................21
3.7. Carregamento...................................................................................................................................21
4. SISTEMAS AGROFLORESTAIS.....................................................................................................22
4.1. Definição de SAF’s...........................................................................................................................22
4.2. Classificação dos SAF’s....................................................................................................................22
4.2.1. Sistema Agrossilvicultural...............................................................................................................22
4.2.2. Sistema Silvipastoril........................................................................................................................22
4.2.3. Sistema Agrossilvipastoril...............................................................................................................23
4.3. Distribuição das Espécies que Compõem o SAF............................................................................24
i
4.3.1. Distribuição Espacial Misturada......................................................................................................24
4.3.2. Distribuição Espacial Uniforme......................................................................................................24
4.3.3. Distribuição Espacial Mista.............................................................................................................244.3.4. Distribuição Espacial em Faixas......................................................................................................24
4.3.5. Distribuição Espacial em Mosaico..................................................................................................25
4.4. Arquitetura e Estrutura do SAF.....................................................................................................25
4.5. Práticas Agroflorestais.....................................................................................................................25
4.5.1. Cercas Vivas....................................................................................................................................26
4.5.2. Mourões Vivos................................................................................................................................26
4.5.3. Tutores Vivos..................................................................................................................................26
4.5.4. Quebra Vento..................................................................................................................................26
4.5.5. Aceiros Arborizados........................................................................................................................27
4.5.6. Limites Arborizados........................................................................................................................27
5. PRAGAS FLORESTAIS.....................................................................................................................27
5.1. Formigas Cortadeiras......................................................................................................................27
5.1.1. Formigas Saúvas..............................................................................................................................28
5.1.2. Formigas Quenquéns.......................................................................................................................28
5.2. Cupins................................................................................................................................................28
5.3. Lagartas.............................................................................................................................................30
5.4. Besouros............................................................................................................................................30
5.5. Insetos sugadores..............................................................................................................................31
5.5.1. Psilideos..........................................................................................................................................31
6. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO............................................................................................................32
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................................32
LISTA DE FIGURAS 
Figura 01. Construção de Estradas e Aceiros .............................................................................................3
Figura 02. Esquema Básico de uma Rede de Estradas Florestais................................................................3
Figura 03. Esquema de Derrubada com Correntão .....................................................................................4
Figura 04. Trator de Esteira Equipado com Lâmina KG.............................................................................5
Figura 05. Trator de Esteira Equipado com Lâmina “Bulldozer” ...............................................................5
Figura 06. Ancinho Usado na Operação de Enleiramento ..........................................................................5
Figura 07. Formiga (Acromyrmex spp.).......................................................................................................6
Figura 08. Formiga do Gênero (Atta spp.)...................................................................................................6
Figura 09. Dosagem da Isca Granulada.......................................................................................................6
Figura 10. Subsolagem no Preparo do Solo.................................................................................................7
Figura 11. Grade Bedding Usada no Preparo do Solo.................................................................................7
Figura 12. Implemento Usado em Áreas de Cultivo Mínimo......................................................................8
Figura 13. Espaçamento Usado no Plantio de Eucalipto.............................................................................8
Figura 14. Demarcação de Espaçamento.....................................................................................................9
Figura 15. Calagem Durante o Preparo do Solo..........................................................................................9
Figura 16. Adubação em Covetas Laterais................................................................................................10
Figura 17. Adubação de Cobertura............................................................................................................10
Figura 18. Ferramentas Utilizadas no Coveamento...................................................................................10
Figura 19. Tratamento das Mudas com Cupinicida...................................................................................11
Figura 20. Utilização da Plantadeira Manual.............................................................................................11
Figura 21. Utilização da Plantadeira Manual.............................................................................................12
Figura 22. Plantadeira Mecanizada............................................................................................................12
Figura 23. Primeira Irrigação do Plantio...................................................................................................12
Figura 24. Funcionamento do Hidrogel.....................................................................................................13
Figura 25. Coroamento Manual.................................................................................................................13
Figura 26. Capina Química........................................................................................................................14
Figura 27. Capina Manual.........................................................................................................................14
ii
Figura 28. Capina Mecânica......................................................................................................................14
Figura 29. Barras de Asperção..................................................................................................................15
Figura 30. Aplicação de Herbicida Pré-emergente em Pós-plantio............................................................15
Figura 31. Efeitos da Aplicação de Herbicida Pré-emergente ..................................................................15
Figura 32. Efeitos da Aplicação de Herbicida em Pós-plantio..................................................................16
Figura 33. Principais Tipos de Poda em Ambientes Urbanos....................................................................16
Figura 34. Procedimento de Poda .............................................................................................................17
Figura 35. Desbaste Sistemático................................................................................................................18
Figura 36. Desbaste Seletivo.....................................................................................................................18Figura 37. Corte de Árvore com Motosserra.............................................................................................20
Figura 38. Corte e acúmulo de árvores com o Feller-buncher...................................................................20
Figura 39. Corte de Árvores com o Harvester...........................................................................................20
Figura 40. Extração de Árvores abatidas da Área de Plantio com o Forwarder.........................................20
Figura 41. Árvore cortada arrastada da Área de Plantio através de Guincho acoplado a Trator................21
Figura 42. Arraste das Toras com o Mini-skidder.....................................................................................21
Figura 43. Skidder utilizado para o Arraste de Toras................................................................................21
Figura 44. Descascador de Anel................................................................................................................21
Figura 45. Descascador de Tambor...........................................................................................................21
Figura 46. Consórcio Café-Inga-Louro Pardo...........................................................................................22
Figura 47. Sistema Silvipastoril.................................................................................................................23
Figura 48. Quintal Florestal com Criação de Galinhas..............................................................................23
Figura 49. SAF Sequencial (Roça – Capoeira)..........................................................................................23
Figura 50. Distribuição Espacial Misturada..............................................................................................24
Figura 51. Distribuição Espacial Uniforme...............................................................................................24
Figura 52. Distribuição Espacial Mista.....................................................................................................24
Figura 53. Distribuição Espacial em Faixas..............................................................................................25
Figura 54. Distribuição Espacial em Mosaico...........................................................................................25
Figura 55. Modelo de Cerca Viva..............................................................................................................26
Figura 56. Modelo de Mourão Vivo..........................................................................................................26
Figura 57. Modelo de Tutores Vivos.........................................................................................................26
Figura 58. Modelo de Quebra Vento Permeável........................................................................................27
Figura 59. Modelo de Limite Arborizado..................................................................................................27
Figura 60. Vista Externa do Formigueiro de Saúva...................................................................................28
Figura 61. Vista Externa do Formigueiro de Quenquém...........................................................................28
Figura 62. Cupins da Família Kalotermitidae............................................................................................29
Figura 63. Cupins da Família Rhinotermitidae..........................................................................................29
Figura 64. Cupins da Família Termitidae..................................................................................................29
Figura 65. Cupins do Gênero Heterotermes..............................................................................................29
Figura 66. Cupins do Gênero Syntermes...................................................................................................30
Figura 67. Cupim do Gênero Cornitermes.................................................................................................30
Figura 68. Cupim do Gênero Coptoterme..................................................................................................30
Figura 69. Lagartas Desfolhadoras de Eucalipto.......................................................................................30
Figura 70. Besouros Desfolhadores de Eucalipto......................................................................................31
Figura 71. Psilídeo.....................................................................................................................................31
Figura 72. Plantio de Eucalipto danificado pela Ação de Psilídeos ao Lado Esquerdo.............................31
Figura 73. Ataque de Psilídeos em uma Planta de Eucalipto.....................................................................32
Figura 74. Infestação do Psilídeo de Conchas ..........................................................................................32
iii
1. INTRODUÇÃO 
O plantio é uma das operações mais 
importantes para o sucesso da implantação de 
florestas. A adoção do sistema adequado requer 
uma definição clara de objetivos e usos potenciais 
dos produtos e subprodutos que se espera da 
floresta.
O sucesso de um plantio e a obtenção de 
povoamentos produtivos e com madeira de 
qualidade deve ser pautado por práticas 
silviculturais como a escolha e limpeza da área, 
controle de pragas e doenças, definição do método 
de plantio e tratos culturais.
O plantio se caracteriza como sendo a 
colocação da muda no campo. Pode ser 
mecanizado, manual ou semi mecanizado, 
dependendo da topografia, recursos financeiros e 
disponibilidade de mão de obra e/ou equipamentos 
(EMBRAPA FLORESTA, 2003).
O plantio mecanizado ou semi mecanizado 
aplica-se onde a topografia é plana, possibilitando 
o uso de plantadoras traquinadas por tratores. As 
plantadoras, normalmente, fazem o sulavento, 
distribuem o adubo e efetivam o plantio. No 
sistema semi-mecanizado, as operações de preparo 
de solo e tratos culturais são mecanizados, e o 
plantio propriamente dito é manual. O plantio 
manual é recomendado para áreas com alta 
declividade ou em situações onde não é viável o 
uso de máquinas agrícolas (EMBRAPA 
FLORESTA, 2003).
Em sua maioria, os plantios de Eucaliptos 
realizados no sul do Brasil adotam o sistema 
manual em função da rusticidade da espécie, da 
disponibilidade de mão-de-obra e, em muitas 
situações, pelas condições topográficas.
Alguns fatores importantes devem ser 
definidos previamente antes do plantio 
propriamente dito, com destaque para o 
espaçamento de plantio, as operações de manejo, 
os tratos culturais e a adubação das mudas. Estas 
são operações básicas para a implantação de um 
maciço florestal ( EMBRAPA FLORESTA, 2003).
Neste contexto, esta apostila foi elaborada 
com o objetivo de prover mão-de-obra capacitada 
na área de silvicultura de espécies exóticas, com 
ênfase para o Eucalipto, e que possam se constituir 
em monitores para a replicação no campo, 
prestando assistência técnica a pequenos e médios 
produtores rurais.
São abordados especialmente as etapas da 
implantação florestal (preparo da área, sistema de 
plantio, tratos culturais e silviculturais), os 
procedimentos da colheita florestal e aspectos 
fitossanitários dos plantios. 
2. IMPLANTAÇÃO FLORESTAL
Entende-se por "implantação", o conjunto de 
operações que vai do preparo do solo até o momento 
no qual o povoamento possa se desenvolver sozinho, 
ficando o restante da rotação por conta das operações 
de manejoe proteção florestal.
Embora a implantação seja uma fase de alta 
importância para o bom desenvolvimento da cultura, 
ainda não se tem equipamentos adequados para todas 
as suas fases, sendo utilizados equipamentos 
agrícolas adaptados (DANIEL, 2006).
As operações de implantação consistem no 
preparo da área, no plantio, propriamente dito e nos 
tratos culturais. Durante o plantio é necessária a 
adoção de um conjunto de medidas silviculturais, 
como, por exemplo, a época do plantio (primavera ou 
início do verão, conforme a espécie), preparo do 
solo, adubação (fertilização mineral em doses 
apropriadas) e tratos culturais destinados a favorecer 
o crescimento inicial das plantas em campo 
(Ambiente Brasil, 2009).
Tomando-se como exemplo o preparo para 
fins de cultivo de eucalipto, este tem apresentado 
uma ampla evolução nos últimos anos, passando 
desde o preparo mais esmerado até o cultivo mínimo, 
muito difundido e utilizado atualmente no setor 
florestal.
Logicamente que, quando se generaliza o uso 
do equipamento ou o grau de mecanização sem se 
levar em conta todas as variáveis e peculiaridades de 
cada solo, clima e topografia, a probabilidade de 
dispêndio de dinheiro sem necessidade e a 
degradação do solo são praticamente inevitáveis.
2.1. PREPARO DA ÁREA
No preparo da área definem-se as vias de 
acesso e o dimensionamento/posicionamento dos 
talhões, ações que facilitarão as operações de 
plantio, tratos culturais, operações de proteção, 
principalmente controle de fogo e as operações de 
retirada da madeira (EMBRAPA FLORESTA, 
2003).
Observa-se que o dimensionamento/ 
posicionamento dos talhões assume importância 
estratégica, pois as operações de exploração 
(derrubada e retirada da madeira) são responsáveis 
por mais de 30% do custo da madeira produzida e 
colocada no pátio da fábrica (EMBRAPA 
FLORESTA, 2003).
O preparo do terreno está relacionado com 
as características da área onde será realizado o 
plantio. O preparo do solo para o plantio deve ser 
feito de maneira a propiciar maior disponibilidade 
de água para a cultura, visto que o regime hídrico 
do solo é um fator essencial para o crescimento da 
maioria das espécies de eucalipto.
1
Geralmente as operações são realizadas na 
seguinte ordem:
− Construção de estradas e aceiros;
− Desmatamento e aproveitamento da madeira;
− Enleiramento ou encoivaramento;
− Queima das leiras;
− Desenleiramento;
− Combate à formiga;
− Revolvimento do solo; e
− Sulcamento e/ou coveamento.
O preparo do solo para plantio do eucalipto 
varia basicamente de acordo com o relevo e a 
vegetação predominante na área a ser plantada. Em 
outras palavras, os principais tipos de preparo do 
solo são realizados para terrenos planos ou 
inclinados e para áreas “sujas” ou “limpas” no que 
diz respeito à vegetação existente.
Em áreas de relevo plano e com mata 
fechada ou abundância de árvores e arbustos, 
deve-se primeiramente realizar a retirada dessas 
plantas (trator, correntão etc.), seguida pela 
destoca e pela grade aradora. Em alguns casos, as 
plantas podem ser facilmente derrubadas e 
incorporadas ao solo simplesmente por meio de 
grade aradora. Após esse processo, cava-se os 
sulcos na área com o auxílio de um subsolador, de 
acordo com o espaçamento pré-estabelecido. É 
importante salientar que não se deve fazer os 
sulcos simplesmente por meio de sulcador, visto 
que o mesmo não é capaz de atingir uma 
profundidade satisfatória para o bom 
desenvolvimento das mudas de eucalipto. Quando 
o relevo é plano, mas não existe uma grande 
concentração de árvores e arbustos, a gradagem 
pode ser feita somente em faixas de 
aproximadamente dois metros de largura 
acompanhando os sulcos (R&S, 2003).
Nos locais onde não existem plantas de 
grande porte (pastagens, terras para cultivo de 
grãos etc.), a passagem da grade aradora pode ser 
dispensada. Entretanto deve ser feito o controle 
químico das plantas daninhas por meio de 
herbicidas (a dosagem varia para cada caso). Após 
o controle químico, a área deve ser subsolada 
(R&S, 2003).
Quando o terreno for muito inclinado, deve-
se evitar ao máximo a retirada da cobertura vegetal 
existente para prevenir o surgimento de erosões. 
Desta forma, a alternativa viável para o 
reflorestamento de eucalipto é o plantio em covas. 
Quando a área ainda permitir o trabalho de 
máquinas agrícolas, as covas podem ser feitas por 
meio de broca perfuratriz acoplada à tomada de 
força do trator. Esta cova não deve ter dimensões 
inferiores a 30 x 30 x 30 cm. Caso não seja 
possível a abertura mecânica das covas, estas 
podem ser feitas manualmente, com o auxílio de 
cavadores (R&S, 2003).
2.1.1. Construção de Estradas e Aceiros
A construção das vias de acesso deve 
considerar a distância máxima do arraste ou 
transporte da madeira no interior da floresta, que 
por razões técnicas e econômicas não devem 
ultrapassar os 150 m. Assim, os talhões devem ser 
dimensionados com no máximo 300 m de largura, 
com comprimento variando de 500 a l.000 m 
(EMBRAPA FLORESTA, 2003).
A definição do tamanho do talhão é 
importante também para a proteção da floresta em 
caso de incêndio. Por exemplo, em áreas com alta 
declividade, a distância de arraste não deve 
exceder a 50 m (EMBRAPA FLORESTA, 2003).
Os aceiros separam os talhões e servem de 
ligação às estradas principais, para o escoamento 
da produção da floresta. Estes podem ser internos 
(com largura de quatro a cinco metros) ou de 
divisa (com largura de 15 m). Além disso, 
recomenda-se que a cada quatro ou cinco talhões 
estabeleçam-se aceiros internos de 10 m de largura 
(EMBRAPA FLORESTA, 2003).
É desejável que os aceiros possuam leitos 
transitáveis equivalente a aproximadamente 60% 
de sua largura. De modo geral, a área total 
ocupada por aceiros deve ser de 5% da área útil, 
quando consideradas áreas com topografia plana 
ou suavemente ondulada (EMBRAPA 
FLORESTA, 2003).
O maior comprimento dos talhões deve estar 
no sentido N-S, sempre ligados a uma estrada de 
escoamento L-O de 15 m com leito carroçável 
cascalhado de pelo menos seis metros. A ilustração 
a respeito da construção de estradas e aceiros 
encontra-se na Figura 1.
Nas áreas planas ou levemente onduladas a 
porcentagem de vias de acesso não deve exceder 
5% do total, ou seja, um quilômetro para cada 15 a 
20 ha. Já nas áreas inclinadas, esta porcentagem 
será maior, devido à extração manual e com 
animais, onde a distância de arraste não deve 
ultrapassar 40 a 50 m.
Antes de se iniciar a construção de uma 
estrada florestal, o padrão desta deverá ser 
previamente estabelecido. Dentre os fatores que 
influenciam na determinação do padrão de uma 
estrada florestal, pode-se citar o custo de 
manutenção, o custo do transporte, o volume de 
madeira a ser transportado, a densidade de tráfego, 
entre outros.
2
Figura 01. Construção de Estradas e Aceiros 
Fonte: Daniel (2006).
A classificação da rede viária é importante 
para que possa ser realizada a análise econômica 
das mesmas. Esta classificação varia muito de 
acordo com a empresa. No Brasil, as empresas 
classificam as estradas em: principal ou primária, 
secundária, terciária e caminhos de máquinas, 
trilhas ou ramais de extração, conforme 
apresentado na Figura 2 (CECHIN, 2009).
Figura 02. Esquema Básico de uma Rede de 
Estradas Florestais
Fonte: Cechin (2009).Onde: A = estrada de acesso; EP = estrada 
principal; EP’ = estrada principal + ramificação da 
estrada principal; ES = estrada secundária; b = 
distância entre estradas secundárias e; → sentido 
do arraste.
Estrada Principal ou Primária
A estrada principal é a estrada que serve 
como corredor de transporte, por meio do qual irá 
passar a maior parte da madeira extraída da área 
em referência. A estrada principal é utilizada como 
estrada mestra, ou seja, estrada que tem por 
objetivo dar acesso a todos os talhões do 
povoamento. Este tipo de estrada deve possuir um 
bom padrão de construção, a fim de permitir o 
tráfego de veículos durante o ano todo. Possui boa 
capacidade de sustentação, revestimento do leito 
carroçável e bom sistema de drenagem (CECHIN, 
2009).
Segundo MACHADO (1989), a estrada 
principal deve ter um greide máximo de 8% no 
sentido favorável ou adverso, aceitando-se até 
10% a uma distância máxima de 150 metros e sua 
largura deve ser superior a seis metros. Geralmente 
possui uma única pista, os raios de curvatura e as 
inclinações não são muito acentuados e com faixas 
de insolação em ambos os lados da estrada.
Estrada Secundária
É a estrada responsável pela divisão da 
floresta em áreas de colheita e pela conexão dos 
pátios de estocagem na floresta com as estradas 
florestais. Esta é considerada uma ramificação da 
estrada principal e é por onde passará uma 
quantidade menor de madeira. Por isso, tem padrão 
de construção compatível com seu uso, por ser 
uma estrada de menor custo (CECHIN, 2009). 
Quase sempre não possuem revestimento do leito 
carroçável. Porém, possuem boa capacidade de 
sustentação e drenagem e faixa de insolação nos 
pontos necessários. As inclinações e os raios de 
curvatura não são muito acentuados.
As estradas secundárias são planejadas com 
o objetivo de proporcionar acesso aos talhões e 
devem possuir um padrão de construção mais 
simples e somente são usadas em condições 
climáticas favoráveis e em determinadas épocas do 
ano (uso sazonal). Segundo MACHADO (1989), o 
greide máximo permitido é de 12% no sentido 
favorável ou adverso, aceitando-se até 15% no 
3
sentido favorável a uma distância máxima de 150 
metros. Geralmente possui alargamentos e largura 
variando entre 3,5 e 4,8 metros.
Estrada Terciária
A estrada terciária é encontrada somente nas 
áreas de produção. Não possui nenhum 
revestimento e por apresentarem uma qualidade 
inferior, normalmente este tipo de estrada é de uso 
sazonal. Muitas vezes é confundida com caminhos 
de máquinas. A diferença básica é que na estrada 
terciária existe movimentação de terra (retirada de 
solo), enquanto nos caminhos de máquinas não há 
(CECHIN, 2009).
Caminhos, Trilhas ou Ramais de Extração
São vias de acesso, responsáveis pela 
ligação da área de corte e os pátios de estocagem 
da madeira. No local, somente são retiradas as 
árvores e realizado o rebaixamento dos tocos para 
que as máquinas possam realizar as manobras 
necessárias nas atividades de corte e extração da 
madeira, dentro do povoamento florestal 
(CECHIN, 2009).
Estas vias servem de acesso para as 
máquinas ao interior do talhão e servem somente 
para a retirada da madeira de um determinado 
ponto. Normalmente os caminhos de máquinas são 
utilizados para a colheita de madeira em florestas 
nativas, enquanto que as trilhas ou ramais são 
utilizados na colheita em florestas plantadas. A 
pista de rolamento é a própria superfície do 
terreno, a drenagem é deficiente, não há 
revestimento da pista e não possuem faixa de 
insolação.
MACHADO (1989) afirma que o greide 
máximo favorável é de 18% e o adverso 12%. 
Estas estradas não possuem nenhum preparo de 
solo e praticamente não tem rede de drenagem. A 
largura da estrada varia de três a quatro metros, de 
acordo com a largura da máquina.
2.1.2. Limpeza do Terreno 
A limpeza do terreno para plantio 
corresponde às operações de derrubada da 
vegetação, remoção e enleiramento dos resíduos da 
exploração. Na limpeza do terreno recomenda-se 
retirar apenas o material aproveitável, como por 
exemplo, a lenha, utilizada para energia ou carvão, 
madeira para serraria, mourões, sendo que o 
restante do material, considerado como resíduo da 
exploração, deve permanecer no campo como uma 
importante reserva de nutrientes (EMBRAPA 
FLORESTA, 2003).
Dependendo da densidade da vegetação a 
ser retirada e da topografia do local (deve-se 
observar os aspectos legais), pode-se utilizar 
equipamentos e/ou máquinas pesadas. Dentre eles 
podemos citar o correntão, a lâmina KG e a lâmina 
“bulldozer” (EMBRAPA FLORESTA, 2003).
Correntão 
É utilizado em áreas com vegetação mais 
fraca (diâmetro inferior a 45 cm), sem pedras ou 
depressões, de declividade suave e densidade 
inferior a 2.500 árvores por hectare. Com uma 
corrente pesada, puxada por dois tratores de 
esteiras, passa-se sobre a área, cortando o declive 
em faixas de 25 a 50 m, e novamente em arrepio, 
para facilitar o trabalho de enleiramento (Figura 
3). Em áreas leves de cerrado, dois tratores de 
pneus com proteções nas rodas e pesos, podem 
realizar um bom trabalho com correntes não muito 
longas (DANIEL, 2006).
Figura 03. Esquema de Derrubada com Correntão 
Fonte: (Daniel) 2006.
A corrente deve ter um comprimento total 
de 90 a 150 m, levando-se em conta que o seu 
tamanho deve ser de duas a três vezes a distância 
entre as máquinas. O seu peso deve variar de 50 a 
120 kg m-1. Deve ter de 30 em 30 m e no engate 
das máquinas, destorcedores para evitar rupturas.
4
Devido à necessidade de grandes distâncias 
para que esse trabalho torne-se econômico, 
recomenda-se que seja feito em áreas com pelo 
menos 400 ha, onde seu rendimento atinge dois a 
quatro ha.h-1 (DANIEL, 2006).
Lâmina KG
Para a vegetação mais pesada, a lâmina KG 
faz o corte das árvores a baixa altura (DANIEL, 
2006). Depois faz-se o arrancamento dos tocos 
com o "stumper" e o enleiramento, que consiste 
em amontoar ou empilhar as árvores derrubadas 
em leiras, camadas contínuas (Figura 4).
Figura 04. Trator de Esteira Equipado com 
Lâmina KG
Fonte: (Daniel) 2006.
Lâmina “Bulldozer”
Empresas florestais e agrícolas com menos 
recursos, utilizam esse tipo de lâmina para 
desmatamento, acoplada ao trator de esteiras 
(Figura 5) ou de pneus. No entanto ela é preparada 
para terraplanagem, o que ocasiona o acúmulo de 
material orgânico e parte do solo para as leiras 
(DANIEL, 2006).
Figura 05. Trator de Esteira Equipado com 
Lâmina “Bulldozer” 
Fonte: Daniel (2006).
Se houver na área a ser desmatada madeira 
para serraria, esta deve ser retirada antes da 
derrubada. O restante da madeira deve ser 
aproveitada para lenha, de modo a diminuir os 
custos de preparo de área, e para não desperdiçar 
material (DANIEL, 2006).
Após a derrubada e secagem do material, 
faz-se o enleiramento a distâncias de 40 a 120 m 
dependendo da quantidade de resíduos a ser 
empurrada. Procede-se à queima das leiras, 
ajuntamento e encoivara até eliminação completa 
dos restos. A encoivara consiste no empilhamento 
dos troncos, galhos e ramagens não queimados 
durnate a primeira queima, para submetê-los a uma 
segunda queima a fim de limpar completamente o 
terreno. 
Algumas empresas fazem a queima antes do 
enleiramento, mas não é aconselhável, devido ao 
desperdício de matéria orgânica, que se não for 
queimada, pode ser incorporada na gradagem(DANIEL, 2006).
Para a operação de enleiramento deve-se dar 
preferência ao uso do ancinho enleirador (Figura 
6) que não leva a camada superficial do solo para 
as leiras. A terra nas leiras pode facilitar o 
aparecimento de formigas e dificultar a queima.
Figura 06. Ancinho Usado na Operação de 
Enleiramento 
Fonte: Daniel (2006).
2.1.3. Combate à Formiga 
A formiga é a praga que causa os maiores 
prejuízos ao empreendimento florestal, podendo 
destruir plantios inteiros. O eucalipto, por 
exemplo, morre após o terceiro desfolhamento 
(DANIEL, 2006).
O primeiro combate deve ser feito antes do 
revolvimento do solo, para facilitar a localização 
dos olheiros. Existem dois gêneros de importância, 
a Acromyrmex e a Atta.
Acromyrmex spp.
O formigueiro da chamada "quenquém" 
(Figura 7), pode ser de difícil ou fácil localização, 
dependendo da espécie. Em algumas, o 
formigueiro tem uma construção de pequenos 
5
ramos secos. O controle químico é feito com isca 
ou qualquer inseticida ou formicida em pó. Para o 
caso das formigas com ninhos superficiais, estes 
devem ser revolvidos e o veneno aplicado sobre as 
panelas. O controle cultural consiste de aração 
e/ou gradagem do solo. Trezentos formigueiros por 
ha podem levar à perda de 60% de cepas de 
eucalipto em brotação (PACHECO, 1991).
Figura 07. Formiga (Acromyrmex spp.)
Fonte: Peirano (2009).
Atta spp.
Chamadas "saúvas" (Figura 8). Para o 
controle químico com iscas deve-se observar a 
espécie, cálculo da área do formigueiro, produto e 
época de aplicação.
Figura 08. Formiga do Gênero (Atta spp.)
Fonte: Peirano (2009).
Formicidas
Os formicidas disponíveis no mercado são 
sob a forma de pó seco, de iscas granuladas e de 
líquidos termonebuláveis.
As iscas granuladas são as mais utilizadas 
na área florestal devido a fácil aplicação, baixo 
custo, alto rendimento em áreas limpas e menor 
perigo aos aplicadores. Os dois princípios ativos 
usados para a produção de iscas encontrados no 
comércio são sulfluramida e fipronil. Estes 
princípios ativos participam com 0,3 a 0,5% da 
isca, sendo que o restante é composto de material 
que funciona como atrativo para as formigas 
(SIXEL e GOMEZ, 2008).
A dosagem da isca granulada depende do 
tamanho do formigueiro. Uma regra prática é 
aplicar aproximadamente seis gramas de isca por 
metro quadrado da superfície de terra solta (maior 
largura x maior comprimento). A isca é aplicada 
com dosadores próximo aos olheiros ou dos 
caminhos formados (10 a 15 cm de distância, ao 
lado do carreiro). Exemplo: 10 metros de 
comprimento x cinco metros de largura = 50m² de 
área de formigueiro x seis gramas de isca = 300 g 
para cada oito olheiros = 38 g por olheiro (Figura 
9) (CAF, 2008).
Figura 09. Dosagem da Isca Granulada
Fonte: CAF (2009).
2.1.4. Preparo do Solo para o Plantio
O solo das áreas destinadas ao plantio de 
florestas deve receber cuidados especiais, visto 
que dele dependerá, em grande parte, o resultado 
econômico da atividade. O principal objetivo do 
preparo do solo é oferecer condições adequadas ao 
plantio e estabelecimento das mudas no campo 
(EMBRAPA FLORESTA, 2003).
Como condições adequadas podem-se 
considerar a redução da competição por ervas 
daninhas, melhoria das condições físicas do solo 
(ausência de compactação) e a presença de 
resíduos da exploração (folhas e galhos 
devidamente trabalhados para não prejudicarem as 
operações que demandam uso de máquinas). Os 
resíduos são importantes na manutenção da 
matéria orgânica no solo e, conseqüentemente, 
para a ciclagem e disponibilização de nutrientes às 
plantas (EMBRAPA FLORESTA, 2003).
O preparo do solo florestal é feito uma vez 
em cada rotação. Portanto, deve reduzir ao 
máximo a competição com ervas daninhas e 
melhorar a capacidade de retenção de umidade e 
propriedades físicas. Algumas culturas são mais 
exigentes no preparo do solo, como é o caso dos 
eucaliptos, justificando-se do ponto de vista 
técnico e econômico.
No preparo do solo recomenda-se a 
realização da subsolagem, uma aração profunda, 
com profundidade variando de 30 a 60 cm, 
dependendo do tipo de solo, em solos argilosos, a 
profundidade deverá ser maior (Figura 10).
6
Figura 10. Subsolagem no Preparo do Solo
Fonte: Forest Brazil (2009).
Para subsolagem utiliza-se o espaçamento 
de três metros entre as linhas de plantio e essa 
distância é recomendada para possibilitar o 
trânsito de tratores na floresta plantada. Na linha 
de plantio o espaçamento entre as plantas pode 
variar de um a três metros (Forest Brazil, 2009).
A pesquisa e mapeamento dos solos da área 
deve ser feito, para que se faça um bom preparo de 
solo, visto que em alguns casos a camada de solo 
fértil é muito pequena, e uma gradagem profunda 
pode trazer subsolo infértil para a superfície 
(DANIEL, 2006).
Nos terrenos de inclinação média, ao invés 
do revolvimento total, usa-se passar enxada 
rotativa numa faixa de 70 cm de largura por 15 cm 
de profundidade onde serão as linhas de plantio. 
Para fortes inclinações, usa-se a abertura manual 
de covas com dimensões de 30 x 30 cm (DANIEL, 
2006). 
Um equipamento que vem sendo difundido 
é a grade "bedding". Possui seis discos de 32" por 
1,27 cm de espessura, pesando até 3.047 kg com 
lastro, proporcionando uma largura de corte de 
2,13 m, própria para atividades florestais 
(DANIEL, 2006). Na sua passagem, forma um 
camaleão, pois seus discos são voltados para 
dentro (figura 11). É tracionada por tratores de 140 
HP, de esteiras ou pneus tração 4 x 4.
Figura 11. Grade Bedding Usada no Preparo do 
Solo
Fonte: Daniel (2006).
A grade "bedding" faz de uma só passada, o 
revolvimento, o camaleão, o alinhamento do 
plantio, e dependendo da adaptação, faz também a 
adubação. Vem sendo utilizada freqüentemente na 
reforma de povoamentos, onde o centro da grade 
passa sobre os tocos, sufocando-os com o 
camaleão, evitando o rebrotamento (DANIEL, 
2006).
Cultivo Mínimo do Solo
O cultivo mínimo do solo consiste em 
revolvê-lo o mínimo necessário, mantendo os 
resíduos vegetais (da cultura e de plantas 
invasoras) sobre o solo como cobertura morta. 
Para plantações florestais, prevê a realização de 
um preparo localizado apenas na linha ou na cova 
de plantio. Devido ao amplo espaçamento de 
plantio, geralmente, de três metros entre as linhas 
de plantio, o volume de solo revolvido é bem 
menor do que aquele realizado para culturas anuais 
(SIXEL & GOMEZ, 2008).
Os implementos mais usados em áreas 
manejadas no sistema de cultivo mínimo são o 
subsolador (profundidade de trabalho superior a 30 
cm), o escarificador (profundidade de trabalho até 
30 cm), o coveador mecânico e implementos 
manuais que são utilizados em áreas muito 
declivosas (forte ondulada e montanhosa) (Figura 
12) (GONÇALVES et al., 2002).
7
Figura 12. Implemento Usado em Áreas de 
Cultivo Mínimo
Fonte: Sixel e Gomes (2008).
2.2. SISTEMA DE PLANTIO
2.2.1. Espaçamento
O espaçamento adotado para o plantio 
influencia o crescimento da floresta, a qualidade 
da madeira produzida, a idade de corte, os 
desbastes, as práticas de manejo e, 
conseqüentemente, os custos de produção. O 
espaçamento, ou densidade de plantio, é 
provavelmente uma das principais técnicas de 
manejo que visa à qualidade e a produtividade da 
matéria-prima (EMBRAPA FLORESTA, 2003).
Este deve ser definido em função dos 
objetivosdo plantio, considerando-se que a 
influência do espaçamento é mais expressiva no 
crescimento em diâmetro do que em altura. O 
planejamento da densidade de plantio também 
deve visar à obtenção do máximo de retorno por 
área (DANIEL, 2006).
Se, por um lado, a densidade for muito 
baixa, as árvores não aproveitarão todos os 
recursos, tais como água, nutrientes e luz 
disponíveis e, por conseqüência, haverá menor 
produção por unidade de área. Por outro lado, se a 
densidade de plantio for muito elevada, tais 
recursos não serão suficientes para atender a 
demanda do povoamento, o que também 
repercutirá no decréscimo de volume e na própria 
qualidade das árvores (EMBRAPA FLORESTA, 
2003). 
O espaçamento menor faz com que a 
competição ocorra mais cedo, acelerando o ciclo 
de corte e os desbastes. O passar da idade aumenta 
o número de árvores dominadas, o que é 
intensificado nos espaçamentos mais apertados, 
prejudicando o volume final (DANIEL, 2006). 
Normalmente os plantios são executados 
com espaçamentos variando entre 3 x 2 m (6 m² 
por árvore) e 3 x 3 m (9 m² por árvore), os quais 
favorecem os tratos culturais mecânicos (Figura 
13). Visando a produção de madeira para 
laminação, serraria e fina para papel e celulose, 
geralmente são utilizados os espaçamentos de 3,0 
x 2,5 (1.333 árvores/ha) ou 3,0 x 2,0 (1.666 
árvores/ha). Em locais com déficit hídrico os 
espaçamentos tendem a ser maiores (EMBRAPA 
FLORESTA, 2003).
Porém, uma floresta pode ser manejada com 
adensamento inicial maior, acompanhada pela 
realização de desbastes no decorrer do 
crescimento, proporcionando um volume maior de 
madeira por área.
Figura 13. Espaçamento Usado no Plantio de 
Eucalipto
Fonte: Embrapa Floresta (2003).
Empresas integradas destinam a madeira dos 
primeiros desbastes para energia ou celulose, e as 
árvores remanescentes do povoamento, com porte 
mais expressivo, são utilizadas para a fabricação 
de serrados ou para a laminação (EMBRAPA 
FLORESTA, 2003).
− Espaçamentos maiores, com baixa 
densidade, visam a produção em volume 
individual, possuem menor custo de 
implantação, porém exigem maior número de 
tratos culturais, geram maior conicidade de 
fuste, e demandam desbastes tardios 
(EMBRAPA FLORESTA, 2003). 
− Espaçamentos menores, com alta densidade, 
visam maior produção em volume por hectare, 
acarretam um rápido fechamento do dossel, 
demandam um menor número de tratos 
culturais, geram uma menor conicidade do 
fuste, e exigem desbastes precoces 
(EMBRAPA FLORESTA, 2003).
Quanto à forma dos espaçamentos, os 
quadrados ou retangulares são os mais indicados e 
praticados, podendo ser bastante apertados para 
produção de madeira para fins energéticos, ou 
mais amplos, quando se deseja matéria-prima para 
fins de fabricação de papel e celulose ou madeira 
serrada e lâminas de madeira (EMBRAPA 
FLORESTA, 2003). 
Para demarcar o espaçamento, o primeiro 
8
passo é fazer a demarcação de uma linha mestra no 
sentido da declividade do terreno, fixando balizas 
de três metros de comprimento, devidamente 
alinhadas. Em seguida, a partir da linha mestra, 
faz-se a demarcação das demais linhas, respeitando 
uma distância de três metros entre elas. Use um 
enxadão com cabo de 2,5 metros para demarcar o 
espaçamento entre covas (Figura 14) (CAF, 2008).
Figura 14. Demarcação de Espaçamento
Fonte: CAF (2009).
2.2.2. Adubação
A adubação é uma prática que visa suprir as 
demandas nutricionais das plantas, na busca por 
maior produção. No Brasil, as maiores limitações 
nutricionais têm sido observadas quanto ao 
elemento P (fósforo). Contudo, o aumento do 
número de rotações, leva à demanda por outros 
nutrientes (BARROS et al., 2000). No caso do 
eucalipto, entre 70-80% da exigência nutricional 
das árvores, ocorrem na fase inicial de 
desenvolvimento da cultura (SANTANA et al., 
1999), sendo, portanto, a fase inicial, o período 
indicado para a aplicação dos fertilizantes. 
Para o plantio de áreas florestais, a 
adubação é realizada em momentos distintos 
durante a produção da floresta, dividida em três ou 
quatro aplicações – até os 24 meses de plantio 
(GONÇALVES, 2006). Após este período, ocorre 
o fechamento das copas, iniciando a ciclagem de 
nutrientes. Porém, as dosagens mudam de acordo 
com seu desenvolvimento.
Na fase inicial são comumente aplicadas 
maiores dosagens de P. Somente a partir da 
segunda aplicação, aumenta-se a dosagem de N 
(nitrogênio) e K (potássio). No programa de 
fertilização aqui estabelecido, todo o processo é 
compreendido pelas seguintes etapas:
− Calagem: fornecimento de Ca (cálcio) e Mg 
(magnésio);
− Adubação de base: fornecimento de P, N, K, B 
(boro); e
− Adubação de cobertura: fornecimento de N, K, 
B e Zn (zinco).
Antes de qualquer tomada de decisão é 
recomendado que se faça uma análise do solo para 
avaliar a necessidade de calagem e a adubação 
mais adequada.
Calagem
Calagem é uma etapa do preparo do solo 
para cultivo florestal na qual se aplica calcário 
com o objetivo de elevar os teores de cálcio e 
magnésio (GONÇALVES, 2005). Para sua 
aplicação é indicado que seja feita com 
antecedência ao plantio (aproximadamente dois 
meses) e realizada a lanço na superfície do solo 
(Figura 15).
Figura 15. Calagem Durante o Preparo do Solo
Fonte: Gonçalves (2005).
Efeitos da calagem:
− Físicos: a granulação das parículas promove 
melhoria da estrutura do solo, bem como de 
sua porosidade, permeabilidade e capacidade 
de aeração;
− Químicos: correção da acidez do solo e 
aumento da disponibilidade de alguns 
nutrientes principalmente o Ca e o Mg; e
− Biológicos: estímulo ao desenvolvimento da 
vida microbiana.
Adubação de Base
A regra é colocar o adubo o mais perto 
possível da muda. O adubo pode ser aplicado na 
cova ou no sulco de plantio. No primeiro caso o 
adubo deve ser colocado no fundo da cova antes 
do plantio, bem misturado com a terra para evitar 
danos à raiz das mudas No segundo caso o adubo é 
distribuído no fundo do sulco de plantio, aberto 
pelo sulcador, ou outro implemento agrícola 
(EMBRAPA FLORESTA, 2003).
Portanto, pode ser realizada junto com a 
subsolagem sendo o adubo aplicado em filetes, ou 
em covetas laterais no plantio (Figura 16). Tais 
covetas devem ficar de cinco a 10 cm de distância 
da muda, sendo o adubo colocado em uma ou duas 
covetas por planta.
9
Figura 16. Adubação em Covetas Laterais
Fonte: Sixel e Gomes (2008).
Adubação de Cobertura
Embora não seja uma prática comum, a 
adubação de cobertura é indicada, pois ela 
complementa a adubação de plantio. No caso de 
não se fazer a adubação de cobertura, a quantidade 
recomendada para plantio e cobertura devem ser 
aplicadas no ato do plantio (EMBRAPA 
FLORESTA, 2003). 
A adubação de cobertura pode ser parcelada 
entre duas a quatro aplicações e realizada de 
maneira manual com aplicação do adubo na 
projeção da copa, no período de três a 24 meses 
após o plantio (Figura 17). Realiza-se ainda de 
maneira mecanizada em um filete contínuo. Nos 
dois tipos de aplicações, deve-se iniciar a partir de 
um diâmetro de copa superior a 40 cm 
(GONÇALVES, 2007)
Figura 17. Adubação de Cobertura
Fonte: Griff Florestal (2009).
2.2.3. Coveamento e Sulcamento
O sulcamento é utilizado em solos livres de 
tocos, raízes e pedras, e de topografia poucoacidentada. Após o revolvimento do solo, abrem-se 
sulcos de 20 a 25 cm de profundidade, 
acompanhando o nível do terreno (DANIEL, 
2006).
O coveamento é utilizado em solos de 
topografia acidentada, com pedras ou tocos, que 
possam dificultar o trabalho de máquinas. É 
operação comum em áreas de reforma e onde se 
usa a grade "bedding" (DANIEL, 2006). As covas 
têm as dimensões suficientes para o tamanho das 
mudas (Figura 18).
Em terrenos inclinados, deve-se fazer o 
sulcamento em nível, para facilitar o coveamento. 
Os sulcos devem ser feitos com as linhas 
afastadas, de acordo com o espaçamento 
escolhido. As covas devem ser abertas sobre os 
sulcos, a cada dois metros. As covas devem ser 
abertas, de preferência, no mesmo dia do plantio, 
tendo aproximadamente 20 cm de diâmetro e 20 a 
30 cm de profundidade (EBOLI, 1999).
Figura 18. Ferramentas Utilizadas no 
Coveamento
Fonte: Icoferme (2009).
2.2.4. Prevenção a Cupins
Os cupins atacam o colo das plantas, 
iniciando sua atividade logo após o plantio. 
Portanto, antes de serem levadas ao local de 
plantio as mudas devem ser selecionadas, quanto a 
tamanho e qualidade, visando um plantio mais 
uniforme, devendo ser “banhadas” em uma 
solução com cupinicida (Figura 19) e se necessário 
com fertilizantes de monoamônio-fosfato – MAP 
(0,5 a 1%) (HIDROPLAN, 2009).
10
Figura 19. Tratamento das Mudas com 
Cupinicida
Fonte: Hidroplan (2009).
O cupim do gênero Coptotermis spp., tem 
atacado em áreas de cerrado nos Estados de Mato 
Grosso do Sul e Minas Gerais. É conhecido como 
cupim do cerne, e instala-se na planta quando 
jovem ou adulta, corroendo o cerne muitas vezes 
até oito metros de altura. Raramente mata as 
árvores. Entretanto, causa perda de volume e 
qualidade de madeira, e normalmente é detectado 
na época da exploração, quando as estimativas de 
quantidade de material não mais condizem à 
realidade (DANIEL, 2006).
2.2.5. Plantio
O plantio pode ser feito de três formas: 
Manual, semi-mecanizado ou mecanizado. A 
escolha do método depende de uma série de 
fatores, que estão relacionados principalmente 
com a disponibilidade de mão-de-obra, declividade 
do terreno e tipo de preparo de solo utilizado.
O plantio mecanizado é ainda pouco usado, 
porém está sendo adotado em grandes 
propriedades com bons resultados dentro do 
critério técnico de cada propriedade.
O semi mecanizado é o mais usado hoje 
pelo setor florestal, por ser de baixo custo, fácil 
manutenção, bom rendimento e fácil manuseio e 
permite o planejamento do plantio o ano todo 
(HIDROPLAN, 2009).
Plantio Manual
Providencia-se a marcação, e em seguida 
abrem-se as covas, que serão adubadas sobre os 
montículos da terra retirada. A muda é colocada no 
buraco, livre da embalagem e recoberta com o solo 
misturado com o adubo (DANIEL, 2006). 
Uma alternativa à abertura de covas para o 
plantio das mudas é o uso do “pottiputki”, uma 
plantadeira manual (Figura 20). Faz-se a 
penetração do instrumento no solo, coloca-se a 
muda no tubo, e com o pé pressiona-se a 
extremidade inferior que se abre, permitindo a 
decida da muda. Uma dificuldade deste sistema é a 
adubação. Em função disto este instrumento é mais 
recomendado para situações onde não há 
necessidade de incorporação de fertilizantes. Em 
caso de necessidade, o produto podes ser 
depositado ao redor da cova, providenciando uma 
leve incorporação (DANIEL, 2006).
Figura 20. Utilização da Plantadeira Manual
Fonte: Sixel e Gomes (2008).
Plantio Semi-mecanizado
É realizado onde a topografia permite. As 
linhas de plantio podem ser delimitadas 
concomitantemente ao se passar o sulcador, que 
deve ter as linhas de orientação demarcadas 
previamente. A marcação das covas pode ser feita 
manualmente, ou em alguns casos, através da 
máquina distribuidora de mudas, que possui 
marcas nas rodas que identificam o local 
(DANIEL, 2006). 
A distribuidora de mudas consta de uma 
carreta pequena e baixa, com rodas de ferro e 
lugares para duas pessoas sentarem. Conforme o 
deslocamento, os operários soltam as mudas a cada 
marca das rodas (DANIEL, 2006).
Quando se usa outro tipo de marcação de 
covas, é comum o uso de carreta convencional, 
transportando as mudas com as tampas laterais 
abertas, e operários vão andando e colocando as 
mudas nos locais demarcados (DANIEL, 2006).
Há equipamentos um pouco mais 
sofisticados, que sulcam o terreno, aplicam 
fertilizante e inseticida anti-cupim, e distribuem as 
mudas em espaços determinados. Operários vêm 
atrás efetuando o plantio (Figura 21).
11
Figura 21. Utilização da Plantadeira Manual
Fonte: Hidroplan (2009).
Plantio Mecanizado
Os equipamentos para este tipo de plantio 
raramente são utilizados no Brasil. A Figura 22 
ilustra-se uma plantadeira simples que pode ser 
tracionada até mesmo por animais, e uma mais 
sofisticada, tracionada por trator. Estes 
implementos realizam concomitantemente as 
operações de abertura de cova, adubação, 
aplicação de inseticida e plantio (DANIEL, 2006).
Figura 22. Plantadeira Mecanizada
Fonte: Daniel (2009).
2.2.6. Irrigação
A aplicação de água no solo tem finalidade 
de fornecer às mudas a umidade necessária ao seu 
desenvolvimento. A irrigação no campo pode ser 
realizada quando o plantio se dá em épocas secas, 
sendo recomendado acima de três litros de água 
por planta (MAGALHÃES et al., 1978). A 
irrigação é feita com carreta pipa tracionada por 
trator, munida de mangueiras, e repetida de uma a 
três vezes, conforme o período, para garantir a 
sobrevivência e bom pegamento (Figura 23).
Figura 23. Primeira Irrigação do Plantio
Fonte: Sixel e Gomes (2008).
Como a irrigação é uma prática silvicultural 
cara, surgiram algumas alternativas como o 
hidrogel, que retém a água de irrigação por maior 
período de tempo, disponibilizando-a de maneira 
gradativa para as plantas, o que resulta na 
diminuição da mortalidade das mudas. A aplicação 
mais prática do hidrogel é na cova de plantio e 
hidratado (SIXEL & GOMEZ, 2008). 
A técnica pode ser empregada em qualquer 
tipo de solo, mas os resultados em terrenos 
arenosos aparecem mais principalmente nos 
período mais secos, ou em regiões com problemas 
com o abastecimento de água. O uso do gel se faz 
essencial, sobretudo diante da possibilidade de 
cobrança pelo uso da água, pois a economia desse 
bem chega até 60% (PEREIRA, 2009). 
Com o gel, a muda de eucalipto fica úmida 
no período mais crítico do desenvolvimento da 
planta, eliminando a exigência de irrigação 
imediata. Dependendo da condição do solo, a 
planta pode ficar de oito a 15 dias sem irrigação. 
Na média, o consumo de água cai de 6,5 litros por 
muda para 2,6 litros. Reduzindo o nível de 
mortalidade das plantas, reduzindo o replantio (5-
10%). Pelo método anterior, a muda plantada 
manualmente era irrigada com freqüência maior 
(PEREIRA, 2009). 
A adição de hidrogéis no solo otimiza a 
disponibilidade de água, reduz as perdas por 
percolação e melhora a aeração e drenagem do 
solo, acelerando o desenvolvimento do sistema 
radicular e da parte aérea das plantas (Figura 24) 
(GONÇALVES, 2003).
12
Figura 24. Funcionamento do Hidrogel
Fonte: Pereira (2009).
Sem irrigação, o plantio só pode ser feito 
durante a estação chuvosa. No entanto, algumas 
empresas estão plantando o ano todo, utilizando 
trêslitros de água por cova, o que possibilita a 
continuidade da contratação de mão-de-obra e 
aumento da área plantada anualmente (DANIEL, 
2006).
2.2.7. Replantio
O replantio é feito de 15 a 30 dias após o 
plantio, se a sobrevivência for inferior a 90%. Em 
eucalipto, a experiência tem demonstrado que o 
replantio após 15 dias é improdutivo, visto que 
estas plantas não conseguem mais acompanhar as 
do plantio, tornando-se na maioria, dominadas 
(DANIEL, 2006). 
Se a causa da mortalidade for praga, deve-se 
procurar controlá-la antes do replantio. Se for 
doença, deve-se fazer o replantio um pouco mais 
distante da cova afetada. 
Os mesmos tratos culturais para o plantio, 
devem ser seguidos também para o replantio. O 
período estipulado para o replantio não deve ser 
ultrapassado, pois caso ocorra, as mudas 
transplantadas possivelmente serão sombreadas, 
prejudicando seu desenvolvimento.
2.3. TRATOS CULTURAIS
Algumas espécies, como os eucaliptos, são 
sensíveis em sua fase inicial, às plantas daninhas, 
necessitando de tratos culturais até o 
estabelecimento da cultura que varia com a 
espécie, região, condições de solo, espaçamento e 
tratos oferecidos às plantas. Os tratos culturais são 
essenciais para se evitar o atraso no crescimento 
inicial por competição, já que deve-se aproveitar o 
rápido crescimento em altura nessa fase. A união 
de um bom preparo do solo, fertilização, seleção e 
padronização de mudas, uso de espécies e 
procedências adequadas, concorrerão para a 
diminuição dos tratos culturais, em face à rápida 
formação do povoamento (DANIEL, 2006). 
A mato-competição, ocasionada por ervas 
daninhas, é um dos fatores limitantes ao 
estabelecimento de plantios no Brasil, afetando o 
desenvolvimento das culturas florestais através da 
competição por água, luz e nutrientes. A escolha 
do melhor sistema de controle às plantas invasoras 
dependerá do tamanho da área, da cultura, época 
de plantio, orçamento disponível, rendimentos 
operacionais e taxa de colonização, entre outros 
(SIXEL & GOMEZ, 2008). 
Geralmente, no primeiro ano de plantio, são 
necessárias três capinas. No segundo, duas 
roçadas, e no terceiro ano, uma roçada. Para 
eucaliptos, devem ser efetuadas até que a árvore 
atinja três metros de altura; que pode ser alcançada 
em 12 meses. Quando as árvores atingirem altura 
média de quatro metros, pode-se substituir os 
tratos culturais por pastoreio (bezerros, cabras e 
ovelhas) e, a partir do terceiro ano, animais 
adultos, como bois, podem ser utilizados.
Segundo Toledo (2003), o período de maior 
incidência de mato-competição em plantações de 
eucalipto ocorre até o sétimo mês após o plantio. É 
nesse período, portanto, que se deve ter mais 
cuidados no controle das plantas invasoras.
2.3.1. Coroamento
O coroamento, normalmente acontece 
quando a muda está com aproximadamente 45-60 
dias de plantada (Figura 25). Este é um método 
manual, que utiliza apenas a enxada como 
equipamento. É feito logo após o plantio, ao redor 
da muda, um coroamento com uma área com raio 
de aproximadamente 50 cm. Esta operação 
consiste em retirar todo e qualquer mato-
competição que estiver próximo a muda 
(AMBIENTE BRASIL, 2009).
Figura 25. Coroamento Manual
Fonte: Araucária Consultoria (2009).
13
2.3.2. Capina
Durante a capina raspa-se a parte superficial 
do solo (plantas rasteiras são eliminadas). O 
número de capinas varia de acordo com a taxa de 
crescimento das árvores, do nível de infestação de 
ervas, do espaçamento e do sistema de preparo de 
solo. Para o pinus, em geral usa-se duas capinas no 
primeiro e segundo anos, e uma capina no terceiro 
e quarto anos, enquanto no eucalipto, que fecha 
rapidamente as copas, faz-se duas a três capinas 
apenas (DANIEL, 2006). A capina pode ser 
química, manual ou mecânica.
Capina Química
A capina química é efetuada através de 
produtos químicos chamados herbicidas. Este 
método de controle é muito utilizado em 
plantações de eucalipto, em razão de seus 
resultados serem rápidos, eficientes e prolongados 
(SITIO VR, 2009). A capina química permite o 
controle das plantas daninhas antes da sua 
emergência ou depois da sua emergência com 
menor possibilidade de reinfestação, com 
conseqüente redução de tratos culturais. No 
entanto, esse método apresenta a desvantagem da 
necessidade de mão de obra especializada e 
responsável, além de adequada orientação técnica. 
(Figura 26).
Figura 26. Capina Química
Fonte: Papai (2009).
Capina Manual
A capina manual é realizada através da 
enxada e normalmente é realizada apenas na linha 
de plantio devido ao baixo rendimento da operação 
(SITIO VR, 2009) (Figura 27).
Figura 27. Capina Manual
Fonte: Papai (2009).
Capina Mecânica
A capina mecânica é realizada através da 
roçadora acoplada ao trator ou através de 
motoroçadora (Figura 28), apresentando uma 
maior produtividade em relação a capina manual. 
Entretanto, apesar deste método ser mais prático e 
apresentar um alto rendimento, o mesmo apresenta 
certos inconvenientes, como, um curto período de 
controle, obrigando a repetir a operação diversas 
vezes, pois é eliminada apenas a parte aérea da 
planta competidora. Ainda no caso da roçadora 
acoplada ao trator, a capina é realizada apenas na 
entrelinha, necessitando de uma nova operação 
para o controle na linha de plantio (SITIO VR, 
2009).
Figura 28. Capina Mecânica
Fonte: Localix (2010).
2.3.3. Roçada
Roçadas: corta-se a vegetação mais alta. 
Gradeação: faz-se entre as linhas de plantio; 
é uma limpeza superficial.
2.3.4. Aplicação de Herbicida
O controle das ervas daninhas é 
normalmente executado com utilização de 
herbicidas, podendo ser de pré ou pós-emergência. 
Os de pós-emergência mais usados são à base de 
gliphosate e os de pré são os conhecidos como 
oxifluorfen.
14
Para este tipo de controle recomenda-se a 
aplicação em três fases:
1. Aplicação de herbicida pós-emergente em área 
total antes do plantio;
2. aplicação de herbicida pré-emergente nas 
linhas de plantio; e
3. aplicação de herbicida pós-emergente após o 
plantio;
Aplicação de Herbicida Pós-emergente em Área 
Total antes do Plantio
A aplicação de herbicida antes do plantio 
para o preparo da área pode ser feito 
aproximadamente 15 - 25 dias antes do plantio. 
Para esta aplicação, o herbicida glyphosate é o 
mais usado em plantios comerciais, pois este 
possui um efetivo controle sobre grande número de 
espécies invasoras (SANTOS et al., 2006).
Na aplicação em área total são utilizadas 
barras de aspersão que cobrem grande superfície 
(Figura 29).
Figura 29. Barras de Asperção
Fonte: Sixel e Gomes (2008).
Aplicação de Herbicida Pré-emergente nas 
Linhas de Plantio
Os herbicidas pré-emergentes são produtos 
usados para controlar o banco de sementes das 
plantas daninhas depositadas sobre o solo. Sua 
aplicação é realizada logo após o plantio das 
mudas, numa faixa de aproximadamente um metro 
na linha de plantio, pois este não possui ação sobre 
as mudas (Figuras 30 e 31). 
Os herbicidas pré-emergentes mais 
utilizados no meio florestal são o isoxaflutole e o 
oxyfluorfen (HIDROPLAN, 2009).
Figura 30. Aplicação de Herbicida Pré-
emergente em Pós-plantio
Fonte: Hidroplan (2009).
Figura 31. Efeitos da Aplicação de Herbicida 
Pré-emergente 
Fonte: Hidroplan (2009).
Aplicação de Herbicida Pós-emergente após o 
Plantio
A aplicação de pós-emergente apóso plantio 
deverá ser efetuado até o período de ocorrência da 
mato competição. Nesta fase o herbicida pós-
emergente pode ser aplicado nas entrelinhas de 
plantio (aplicação mecânica), ou nas linhas de 
plantio (manual) (Figura 32). Tomando-se 
cuidados para não ocorrer deriva às mudas. O 
número de aplicações depende da intensidade de 
infestação, sendo normalmente realizado uma ou 
duas aplicações (SIXEL & GOMEZ, 2008).
15
Figura 32. Efeitos da Aplicação de Herbicida 
em Pós-plantio
Fonte: Hidroplan (2009).
2.4. TRATOS SILVICULTURAIS
Visam uma melhoria das condições de 
crescimento de indivíduos isolados ou alterações 
das condições ambientais em povoamentos para 
melhorar a estabilidade biológica.
Segundo o Ambiente Brasil (2009), são 
funções dos tratos silviculturais: 
− Proteção: evitar o ataque de insetos e danos 
físicos e proteção a temperaturas extremas;
− Seleção: eliminar fenótipos desfavoráveis; 
selecionam-se as melhores árvores em 
crescimento e desenvolvimento;
− Educação: controla o ambiente com 
intervenções rigorosas e criteriosas: retirada de 
galhos, controle de densidade; e
− Acessórias: melhoria visual do povoamento, 
melhoria do sítio.
Figura 33. Principais Tipos de Poda em 
Ambientes Urbanos
Elaborado por STCP
2.4.1. Poda ou Desrama
A poda é uma questão muito importante, 
que da forma como é realizada, proporcionará um 
maior ou menor desenvolvimento da planta. 
Dependendo do local onde a árvore a ser podada 
se insere, os objetivos da poda podem variar. Em 
um ambiente urbano, as árvores presentes nas 
calçadas oferecem diversas vantagens. Elas 
fornecem proteção a ventos, reduzem os índices de 
poluição sonora, absorvem os raios solares 
proporcionando ambientes mais frescos e 
sombreados, além de formar habitat para 
determinados pássaros e outros micro-organismos.
Observa-se, no entanto, que em muitas 
cidades a poda da arborização urbana vem sendo 
realizada de forma incorreta. Diversas podas levam 
a uma "descaracterização" das árvores, devido a 
retirada excessiva de biomassa das suas copas. A 
Figura 33 exemplifica as principais modalidades 
de podas presentes nas cidades. A presente Figura 
revela que, quanto mais intensa a poda, maior a 
retirada de biomassa, provocando o excessivo 
aquecimento do ambiente, desestabilizando a 
árvore contra fortes ventos, além de diminuir os 
níveis de biodiversidade, entre outros fatores. 
Em um plantio florestal de ordem comercial, 
a poda visa melhorar a qualidade da madeira pela 
obtenção de toras desprovidas de nós. 
O controle do crescimento dos galhos, bem 
como sua eliminação, é uma prática aplicada às 
principais espécies de madeira. Os nós de galhos 
vivos causam menores prejuízos que os deixados 
por galhos mortos. Estes constituem sérios defeitos 
na madeira serrada (AMBIENTE BRASIL, 2009).
Ocasionalmente, as árvores também são 
podadas para prevenir a ocorrência de incêndios 
florestais e para favorecer acesso aos
16
povoamentos, durante as operações de desbastes, 
inventário e combate à formiga.
A primeira desrama deve ser realizada aos 
três ou quatro anos, não retirando mais que 40% 
dos ramos, até uma altura de três metros. Aos sete 
ou oito anos, efetua-se a segunda desrama até uma 
altura de seis metros (SITIO VR, 2009).
A desrama é feita manualmente, com auxílio 
de serras de poda curvas fixadas em cabos de 
madeira de 1,5 m, 4,5 m de comprimento para as 
desramas de três e seis metros, respectivamente 
(SITIO VR, 2009).
Convém ajustar a operação de desrama com 
a de desbaste, desramando apenas as árvores que 
ficaram remanescentes e propiciar um amplo 
espaço de crescimento para as árvores em que 
tenha sido realizada a desrama (SITIO VR, 2009). 
São dois os tipos de desrama:
− Desrama natural: é bastante eficiente em 
floresta de eucalipto, sendo que nenhuma 
medida especial deve ser tomada a fim de 
promovê-la. O processo mais simples consiste 
em desenvolver e manter um estoque inicial 
denso, o que, além de manter os galhos 
inferiores pequenos, causa-lhes também a 
morte (AMBIENTE BRASIL, 2009).
− Desrama artificial: o objetivo mais 
tradicional desta prática é a produção de 
madeira limpa ou isenta de nós em rotação 
mais curta que a exigida com desrama natural 
(Figura 34). A desrama artificial pode ser feita 
também para prevenir os nós soltos, 
produzindo desta forma madeira com nós 
firmes. Este esforço pode não oferecer 
recompensas muito valiosas, porém envolve 
um período de espera menor (AMBIENTE 
BRASIL, 2009).
Figura 34. Procedimento de Poda 
Fonte: Souza (2009).
2.4.2. Desbaste
Os desbastes são cortes parciais realizados 
em povoamentos imaturos, com o objetivo de 
estimular o crescimento das árvores remanescentes 
e aumentar a produção da madeira utilizável. Nesta 
operação, removem-se as árvores excedentes, para 
que se possa concentrar o potencial produtivo do 
povoamento num número limitado de árvores 
selecionadas (AMBIENTE BRASIL, 2009).
Para determinar a intervenção, é preciso 
conhecer-se o incremento médio anual e corrente 
da floresta. Quando o incremento do ano passar a 
ser menor que o médio até a idade correspondente 
a ultima medição, tendendo, portanto a baixar a 
média geral da produção da floresta, este seria o 
ano para a sua intervenção. Esta análise é possível 
mediante a realização de inventários contínuos 
(AMBIENTE BRASIL, 2009).
Nos desbastes, as vantagens em 
conseqüência da competição devem ser, pelo 
menos em parte, preservadas. Assim, num 
programa de desbaste, para rotações relativamente 
longas, o número de árvores deve ser reduzido 
gradativamente, porém a uma taxa 
17
substancialmente mais rápida do que seria em 
condições naturais (AMBIENTE BRASIL, 2009).
A seleção das árvores a serem desbastadas é 
caracterizada da seguinte forma:
− Posição relativa e condições de copa 
(dominantes)
− Estado de sanidade e vigor das árvores
− Características de forma e qualidade do tronco
 O principal efeito favorável do desbaste é 
estimular o crescimento em diâmetro das árvores 
remanescentes. A variação no diâmetro das árvores 
induzidas pelos desbastes é muito ampla. 
Desbastes leves podem não causar efeito algum 
sobre o crescimento, embora seja possível, em 
razão dos desbastes pesados, conseguirem uma 
produção constituída de árvores com o dobro do 
diâmetro que, durante o mesmo tempo, elas teriam 
sem desbastes (AMBIENTE BRASIL, 2009).
Os desbastes também tendem a desacelerar a 
desrama natural e a estimular o crescimento dos 
galhos. A única vantagem disso é que os galhos 
permanecem vivos por mais tempo e, desse modo, 
reduz-se o número de nós soltos na madeira.
Desbaste sistemático
O desbaste sistemático é aplicado em 
povoamentos altamente uniformes, onde as árvores 
ainda não se diferenciaram em classes de copas. 
Aplicam-se em povoamentos jovens não 
desbastados anteriormente. É mais simples e mais 
barato. Permite mecanizar a retirada das árvores 
(Figura 35) (AMBIENTE BRASIL, 2009).
Figura 35. Desbaste Sistemático
Fonte: Sitio VR (2009).
Desbaste seletivo
O desbaste seletivo implica na escolha de 
indivíduos segundo algumas características, 
previamente estabelecidas, variadas de acordo com 
o propósito a que se destina a produção. As 
árvores removidas são sempre as inferiores, 
dominadas ou defeituosas. Este método é mais 
complicado, porém permite melhor resultado na 
produção e na qualidade

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