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MICROBIOLOGIA CONTEUDOS BACTÉRIAS E VÍRUS (Preparação para AV1)

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Métodos de Coloração 
 
8.1 A FRESCO 
 As preparações desse tipo permitem o exame dos micro-organismos nas condições normais de vida e são 
perfeitamente utilizadas nas seguintes situações: quando a morfologia fica distorcida devido aos processos de 
fixação e coloração, durante a verificação da motilidade, durante os processos fisiológicos (divisão celular, 
produção de esporos) e durante a observação de corpúsculos (vacúolos e material graxo) 
 8.1.1.1 Salina 
 Essa técnica pode ser usada para avaliar bactérias cultivadas em meio a líquido e fungos. A técnica consiste 
em gotejar com o auxilio de uma alça de platina, esterilizada, no centro da lâmina, uma gotícula da cultura a 
ser investigada. Ou um fragmento da cultura em meio sólido do fungo a ser analisado. Em seguida, cobrir com 
lamínula e examinar ao microscópio. 
8.1.1.2. Hidróxido de Potássio (KOH) 
 Técnica usada para pesquisa de fungos, proveniente de material biológico como muco, restos celulares pelos 
e unhas. 
 A técnica consiste em colocar uma pequena amostra do material biológico a ser pesquisado no centro da 
lâmina; suspender o material com uma ou duas gotas de KOH, cobrir com uma lamínula e aguardar 30 minutos 
ou aquecer ligeiramente a lâmina para acelerar o clareamento. 
8.1.1.3. Exame de campo escuro 
 Empregado para observar a motilidade de bactérias dificilmente observadas em microscopia a fresco com 
salina. A técnica consiste em atritar as bordas da lesão suspeita com um swab ou alça bacteriológica, colher o 
exudato com a própria alça ou fazer um imprint com a lâmina e cobrir com a lamínula (utilizar uma gota de 
salina). Realizar a pesquisa rapidamente. 
 Ou, se o material for líquido (urina recém-emitida), centrifugar e examinar o sedimento. A microscopia em 
campo escuro é realizada colocando-se óleo de imersão. 
8.1.1.4. Tinta da china (nanquim) 
 Esta técnica é empregada para pesquisa de fungos em líquido cefalorraquidiano e outros materiais, 
permitindo destacar a cápsula desse fungo contra um fundo negro. A técnica consiste em pegar o líquido 
cefalorraquidiano sedimentado ou uma amostra do meio de cultura líquido e ressuspender em uma gota de 
tinta da china fazendo um filme bem delgado entre lâmina e lamínula. 
8.2. FIXADOS E CORADOS 
 As preparações fixadas e coradas são usadas para verificar as características morfológicas, sendo bastante 
utilizadas na identificação das bactérias, pois tornam mais fácil a visualização das formas e permitem a 
verificação do comportamento tintorial do micro-organismo em relação às colorações diferenciais. 
8.2.1. Coloração azul de metileno de loeffler 
 Técnica utilizada principalmente na avaliação da morfologia de bactérias em esfregaços de líquido 
cefalorraquidiano, pois os danos causados às células são menores devido ao menor número de manipulações. 
Essa técnica consiste em colocar o corante sobre o esfregaço previamente fixado deixando-se corar por 3 a 5 
minutos. Em seguida, escorre-se o corante, lava-se em água corrente e deixa-se secar para posterior observação 
ao microscópio. 
8.2.2. Coloração de wright giemsa 
 Esta técnica é utilizada para corar os elementos celulares em esfregaços sanguíneos para demonstração de 
micro-organismos intracelulares e também para demonstrar inclusões intracelulares em esfregaços diretos de 
pele ou mucosas. Essa técnica consiste em colocar o corante sobre o esfregaço previamente fixado deixando-
se corar por 3 a 5 minutos. Em seguida, escorre-se o corante, lava-se em água corrente e deixa-se secar para 
posterior observação ao microscópio. 
Coloração Gram 
A coloração de Gram, descoberta há pouco mais de 100 anos por Hans Gram, é utizada com muita frequência 
para o exame microscópio direto de amostras e subcultivos para demonstrar as propriedades tintoriais de tdos 
os tipos de bactérias. 
A diferença básica entre os dois grupos é resultado da estrutura de suas paredes celulares. 
 A técnica consiste na aplicação de um corante básico, o cristal violeta e uma solução de iodo e iodeto de 
potássio (lugol) em um esfregaço previamente fixado na chama. 
 A preparação é, então, tratada com um solvente orgânico (álcool ou acetona) com o objetivo de descolorir as 
células. 
 As bactérias Gram positivas retêm o corante ou o complexo cristal violeta e iodo após a descoloração e 
aparecem em azul escuro. 
 As bactérias Gram negativas não são capazes de reter o complexo cristal violeta e iodo após a 
descoloração e são contra coradas com um segundo corante (fucsina ou safranina), chamado corante de 
contraste e adquirem a coloração vermelha. 
8.2.4. Coloração de Ziehl-Neelsen 
A coloração de Ziehl-Neelsen é utiliada principalmente para os diagnósticos de tuberculose, hanseníase e 
outras, micobacterioses ocasionadas por bacilos álcool-acido resistentes – BARR. 
Esta técnica é utilizada para corar os bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR). Esses bacilos são assim 
denominados porque possuem um envoltório céreo que é resistente à coloração. Para o corante penetrar na 
célula, é necessário calor ou detergente. 
Uma vez coradas as bactérias álcool-ácido resistentes resistem à descoloração, enquanto outras bactérias 
descoram com o álcool-ácido. A técnica consiste em corar o esfregaço previamente fixado com carbolfucsina 
(aquecer três vezes), descorar com álcool-ácido a 3% e contra corar com o azul de metileno. 
QUESTÃO 
Essa técnica serve para observar a motilidade de bactérias dificilmente observadas em microscopia a fresco 
com salina. Estamos nos referindo a: 
R: Exame de campo escuro. 
Bacterias 
As bactérias são cosmopolitas e muitas são de beneficio direto ou indireto para o homem. Comparativamente 
ao grande numero de espécies de bactérias de vida livre, existe um pequeno numero de espécies que causam 
doenças. 
Devido às suas pequenas dimensões, as bactérias apresentam uma grande relação superfície/volume, 
possibilitando um íntimo contato da célula com o meio. Isso permite à bactéria concentrar nutrientes 
rapidamente e difundi-los facilmente pelo seu interior. 
 Essa pequena dimensão ainda permite que a bactéria apresente uma atividade metabólica elevada e grande 
velocidade de multiplicação. 
11.1 ESTRUTURA 
 As bactérias são procariotos e possui uma organização celular característica. A informação genética está 
contida em uma molécula de DNA circular de fita dupla. O cromossomo não se encontra localizado em um 
núcleo distinto, não há membrana nuclear e o DNA está firmemente enrolado em uma região conhecida como 
nucleoide. Algumas bactérias apresentam moléculas menores de DNA, também circulares, cujos genes não 
codificam características essenciais, porém muitas vezes conferem vantagens seletivas à bactéria. 
 Essas moléculas chamadas plasmídeos são capazes de autoduplicação independente da replicação do 
cromossomo e podem existir em número variável no citoplasma bacteriano. Além das estruturas genéticas, o 
citoplasma celular contém muitos ribossomos e nenhuma outra organela. 
 Em todas as bactérias, exceto nos micoplasmas, a célula é circundada por uma parede celular complexa, cuja 
natureza constitui uma característica classificatória importante (Gram positiva e Gram negativa). 
O principal componente estrutural da parede celular é um peptidoglicano (mucopeptideo ou mureína), um 
polímero misto de açúcares hexoses (N-acetilglicosamina e ácido N-acetilmurâmico), além de aminoácidos 
que nas bactérias Gram positivas formam uma camada espessa, externa à membrana celular e pode conter 
ourtras macromoléculas. 
 Já nas bactérias Gram negativas, a camada de peptidoglicano é delgada e superposta por uma membrana 
externa, ancorada a moléculas lipoproteicas no peptidoglicano. Externamentea essa parede, podem existir 
cápsula (polissacarídeos), flagelos (filamentos helicoidais longos) e pílis (fimbrias). Essas camadas e 
estruturas externas possuem papel importante nas relações hospedeiro parasito. 
As bactérias apresentam a capacidade de realizar transposições, característica que lhes confere 
resistência a drogas pela possibilidade de recombinações genéticas que podem ocorrer. 
 Esse fenômeno de transposons ou “genes saltadores” é a capacidade que genes ou grupos de genes apresentam 
em se deslocar de uma região para outra dentro do cromossomo. Essa transposição também pode ocorrer entre 
o plasmídeo e o hospedeiro. 
11.2 TAXONOMIA: CLASSIFICAÇÃO, NOMENCLATURA E IDENTIFICAÇÃO DAS 
BACTÉRIAS 
 A identificação de um micro-organismo constitui um dos trabalhos mais importantes executados pelo 
microbiologista. Ela se faz necessária no diagnóstico de micro-organismos patogênicos e é condição essencial 
para realização do tratamento adequado. Uma espécie bacteriana requer a observação de um conjunto 
complexo de características para determinar sua taxonomia. 
11.3 MORFOLOGIA 
 As bactérias apresentam dimensões variadas medindo desde 0,1 a 0,3 mm até 100 ou 500 mm. E apresentam 
três formas básicas, esféricas (cocos), ou cilíndricas com ou sem flagelos (bastonetes/bacilos) ou encurvadas 
(espiraladas/helicoidais) 
 
 11.4 CRESCIMENTO 
 As características que os micro-organismos apresentam ao crescer em meios de cultura são expressões 
fenotípicas do material genético e, portanto, são úteis na sua identificação. As observações são feitas em 
culturas de meio sólido e em caldos. São observadas as seguintes características: tamanho, forma, bordo, 
margem, elevação, pigmentação, brilho, transparência, opacidade, rugosidade, butirosa (amanteigada), 
viscosa, membranosa 
11.5 FISIOLOGIA 
 A utilização de determinados compostos orgânicos e inorgânicos, vias metabólicas utilizadas e seu produtos, 
depende da presença de uma ou mais enzimas das bactérias. Essas características são importantes na 
diferenciação das bactérias e são evidenciadas por procedimentos denominados genericamente testes 
bioquímicos. 
11.6 COLORAÇÃO 
 Em geral, são necessárias colorações biológicas para visualização de bactérias de modo adequado e 
demonstração dos detalhes finos das estruturas internas. 
 As colorações consistem em preparações aquosas ou orgânicas de corantes ou grupos de corantes que 
conferem uma variedade de cores aos micro-organismos, tecidos vegetais ou outras substâncias de importância 
biológica. 
 Em termos amplos, os corantes são denominados ácidos ou básicos, o que não indica necessariamente sua 
reação de pH em solução, senão que uma parte significativa da molécula é catiônica ou aniônica. 
 De um ponto de vista prático, os corantes básicos tingem estruturas ácidas e os corantes ácidos reagem com 
substâncias básicas. 
 As colorações mais comumente empregadas são: coloração de Gram, coloração de ácido resistência, 
colorações fluorescentes, colorações fluorocrômicas para Micobacterias e Wright-Giemsa. 
11.7 ESPOROS 
 Os micro-organismos também permanecem infecciosos por períodos mais prolongados no ambiente externo 
quando estão em condições desfavoráveis. Para isso, alguns gêneros de bactérias produzem esporos que 
conferem resistência ao ressecamento, inativação pelo calor e agressões químicas, reforçando a resistência ao 
ambiente. 
11.8 SOROLOGIA 
 Os testes sorológicos (o estudo da interação antígeno-anticorpo) são usados para o diagnóstico das infecções 
para identificar micro-organismos. A maior desvantagem do diagnóstico baseado na sorologia é que ele é 
retrospectivo quando identificados os anticorpos da classe IgG. 
 Agora os anticorpos da classe IgM, quando detectados, podem indicar a fase inicial da infecção. 
O metabolismo anaeróbio, apesar de ser menos eficiente que o metabolismo aeróbio, é realizado em 
condições onde os substratos estão mais facilmente disponíveis. 
 A exigência pela presença do oxigênio durante o metabolismo pode ser obrigatória ou facultativa, sendo 
assim alguns organismos conseguem alternar entre a respiração aeróbia e anaeróbia. 
 
 11.10 PATOGENICIDADE 
Todas as bactérias patogênicas são heterotróficas. Elas obtem energia por meio da oxidação de moléculas 
orgânicas, e o metabolismo dessas moléculas (carboidratos, lipídeos e proteínas) fornece a energia (adenosina 
trifosfato – ATP) necessária para as bactérias desenvolverem suas funções vitais. 
 Esse termo refere-se à capacidade de um micro-organismo causar doença. A virulência é o grau de 
patogenicidade dentro de um grupo ou espécies de micro-organismos. A infecção de um hospedeiro por um 
micro-organismo é a etapa inicial necessária para se iniciar uma doença. 
 A virulência de uma bactéria é determinada pelas estruturas denominadas: adesinas (envolvida com a 
aderência da bactéria a superfícies do hospedeiro - pílin), agressinas (envolvida com a produção de substâncias 
protetoras – cápsula), exotoxinas (envolvida com a produção de enzimas proteolíticas protetoras), endotoxinas 
(envolvida com a produção de lipoplissacarídeos). 
12 ESTAFILOCOCOS 
 FIGURA 9 – CULTURA EM AGAR SANGUE DO GÊNERO STAPHYLOCOCCUS 
 Os estafilococos são bactérias Gram positivos não esporuladas que mais resistem no meio ambiente. 
 Podem sobreviver por meses em amostras clínicas secas, são relativamente resistentes ao calor e podem 
tolerar uma concentração aumentada de sal. No entanto, apesar dos antimicrobianos existentes, da melhora 
das condições sanitárias e das medidas de controle de infecção hospitalar, esse micro-organismo continua a 
ser um dos mais importantes patógenos para o homem. 
 As colônias de estafilococos são geralmente grandes, convexas, de coloração variando do branco-porcelana 
a amarelo, podendo apresentar hemólise ou não. 
O gênero Staphylococcus contém pelo menos 15 espécies diferente, das quais três apresentam importância 
médica, Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus saprophyticus. A tabela 2 
mostra as principais diferenças entre as espécies de bactérias de importância médica desse gênero. 
 
 
 
 
 
 
TABELA 2 – PRINCIPAIS DIFERENÇAS QUE DISTINGUEM OS ESTAFILOCOCOS DE 
IMPORTÂNCIA MÉDICA. 
12.1 Staphylococcus aureus 
 Em cultura, essas bactérias formam colônias brancas ou douradas em agar sangue. São catalase positiva e 
coagulase positiva, e a maioria das cepas fermenta o manitol anaerobicamente. Indivíduos sadios são 
colonizados intermitentemente por Staphylococcus aureus desde a amamentação e podem albergar o micro-
organismo na nasofaringe, ocasionalmente na pele e raramente na vagina. 
 A partir desses sítios, o S. aureus pode contaminar a pele e membranas mucosas do paciente, objetos 
inanimados ou outros pacientes por contato direto ou por aerossol, ocasionando infecções letais por conta dos 
fatores de virulência ou por meio de resistência aos antimicrobianos atualmente utilizados. 
>> As infecções mais comuns acometidas por essas bactérias são: 
 Furúnculos 
 Sepses da pele 
 Infecções pós-operatórias 
 Endocardites 
 Osteomelites 
 Síndrome da pele escaldada 
 Síndrome do choque toxica 
 Infecções por alimentos. 
12.2 Staphylococcus epidermidis 
 Em cultura, essas bactérias formam colônias brancas em agar sangue. São catalase positiva e coagulase 
negativa, e as cepas não fermentam o manitol anaerobicamente. As bactérias dessa espécie colonizam a pele 
e a transmissão ocorre pelo autocontato. 
 É um patógeno oportunista associado com sepses de dispositivos, como: sepse de cateter-relacionada, 
endocardite pós-prótese de válvulas, infecção de próteses artificiais e infecção de drenos. Oprincipal marcador 
epidemiológico é o bacteriófago. 
 E o marcador de virulência dos micro-organismos dessa espécie é a produção extracelular de muco. Por isso 
apresentam essa característica de colonizar implantes de próteses e cateteres. 
 12.3 Staphylococcus saprophyticus 
 Em cultura, essas bactérias formam colônias brancas em agar sangue. São catalase positiva e coagulase 
negativa, e as cepas não fermentam o manitol anaerobicamente. As bactérias dessa espécie colonizam a pele 
e a mucosa genitourinária. 
 Essas bactérias infectam principalmente o trato urinário em mulheres previamente saudáveis (estando 
associadas a relações sexuais). Nenhum marcador epidemiológico é utilizado comumente. E os fatores de 
virulência são desconhecidos. 
13 ESTREPTOCOCOS 
 Os estreptococos foram os maiores causadores de infecção hospitalar na era pré-antibiótica, causando surtos 
de infecção e morte de puérperas. 
 Apesar de não serem atualmente uma importante causa de infecção hospitalar, provocam, no entanto, doenças 
muito graves e muitas vezes letais, mesmo em pacientes imunocompetentes, sendo importante o rápido 
diagnóstico desse agente. 
 Este é um grande grupo de cocos Gram positivos amplamente distribuídos em animais e no homem. 
 A grande maioria faz parte da microbiota normal, mas algumas espécies são responsáveis por problemas 
infecciosos importantes. 
 As colônias de estreptococos tendem a ser menores (puntiformes), podem apresentar halos de hemólise total 
ou parcial (beta e alfa hemólise, respectivamente) (Figura 10) ou não apresentar hemólise (gama hemólise), e 
ainda podem ser identificados pela presença ou ausência de antígeno grupo específico (grupo de Lancefield) 
pelas letras de A a S. 
13.1.1 Streptococcus pyogenes 
 Essas bactérias não produzem esporos e são imóveis. O seu habitat normal é a pele e o trato respiratório 
superior em humanos. E a infecção ocorre por gotículas aéreas ou por contato. São comumente encontradas 
em infecções das vias aéreas superiores, pele e tecido mole causando faringite, celulite, erisipelas e linfadenite. 
 Podem causar manifestações tóxicas como a escarlatina. E ainda causam sequelas não supurativas como a 
glomerulonefrite aguda e a febre reumática, que são complicações de infecções de garganta e de pele. 
 A tipagem epidemiológica é baseada nos antígenos M e T, tipo específico, além do grupo específico de 
Lancefield. Essas bactérias crescem em agar sangue e apresentam atividade hemolítica acentuada 
(anaerobicamente favorecida). São catalase negativa e a bacitracina é utilizada como meio de identificação 
(todas cepas são susceptíveis). 
 A S. pyogenes elabora muitas enzimas e toxinas que têm papel importante na sua patogenicidade, como: 
toxina eritrogênica, estreptolisinas, estreptocinase A e B, desoxiribonuclease e hialuronidase. 
 13.1.2 Streptococcus agalactiae 
 Essas bactérias pertencem ao grupo B e apresenta hemólise acentuada em agar sangue. Os testes bioquímicos 
de identificação são hidrólise de hipurato (positiva) e hidrólise de esculina (negativo). O seu habitat normal é 
a vagina e o trato intestinal. 
 A infecção ocorre por contato e pode causar meningite neonatal e até quadros de sepse. 
OBS: Ágar sangue é um meio de cultura diferencial e não seletivo, rico em nutrientes, utilizado para 
isolamento de microorganismos não fastidiosos, prova de satelitismo e verificação de hemólise de 
Streptococcus spp. e Staphylococcus spp. em cultivo primário. Possui coloração vermelha escura e opaca. 
 
 
13.2.1 Estreptococcus pneumoniae 
 FIGURA 11 – Coloração de Gram de um esfregaço de Hemocultura com 
Diplococos Gram Positivos de Streptococcus pneumoniae 
 Bactérias que aparecem agrupadas aos pares (Figura 11), em esfregaços de Gram. Frequentemente são 
encapsuladas e requerem sangue ou plasma para crescerem. Seu metabolismo é facultativo, mas o seu 
crescimento é favorecido na presença de oxigênio. 
 Em agar sangue, as colônias podem sofrer autólise após 48 horas de incubação a 35ºC. São susceptíveis ao 
teste da bile (teste de solubilidade) e a optoquina. Normalmente habitam o trato respiratório e a transmissão 
ocorre por gotículas. 
 Essas bactérias causam pneumonia, sepse, otite e meningite. Sua cápsula o protege da ação dos fagócitos e 
ainda essas bactérias produzem uma enzima chamada de pneumolisina, que tem ação direta na sua virulência. 
14 ENTEROCOCOS 
Antes, esse gênero de bactérias era classificado como estreptococos fecais, porque compartilhavam várias 
características. Atualmente são conhecidas 15 espécies, das quais duas têm importância médica, as: 
Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium. 
São cocos Gram positivos e aparecem em pares ou cadeias com um formato mais ovalado. Seu metabolismo 
é facultativo. Em agar sangue, podem ou não produzir hemólise (Figura 12). São tolerantes ao exame da bile, 
ao calor e ao sal. Hidrolisam esculina e arginina. Possuem antígenos D de Lancefield. 
Habitam normalmente o trato intestinal e a forma de contágio é via endógena. Causam infecção do trato 
urinário, endocardite e raramente sepse. Não foram constatados toxinas e outros fatores de virulência para 
esses micro-organismos 
15 NEISSERIAS 
Figura 13 – Coloração de Gram de um esfregaço de exsudato uretral 
purulento que mostra Diplococos intracelulares Gram Negativos (Seta) de Neisseria Gnorrhoeae 
 Gênero que contém várias espécies mais ou menos exigentes, das quais duas, Neisseria gonorrhoeae (Figura 
13) e Neisseria meningitidis, têm importância médica. 
 As espécies de Neisseria têm como característica morfológica serem diplococos Gram negativos mais 
achatadas nas laterais, dando a forma de rins ou dois grãos de feijão unidos por uma ponte. Apenas a espécie 
Neisseria elongata difere dessa morfologia, sendo diplobacilos ou diplococo-bacilo. 
 Todas neisserias são oxidase positivas e catalase positivas (exceto as espécies, Neisseria elongata e Neisseria 
Kingella e Neisseria denitrificans). Todas utilizam carboidratos por via oxidativa e não fermentativa, sendo 
baixa a acidez. 
 As diferentes espécies de neisseria, incluindo N. meningitidis e N. gonorrhoeae, são analisadas junto com a 
Moraxella catarrhalis, Moraxella spp, Acinetobacter spp, Kingella spp e Alcaligenes spp pelas características 
morfológicas. Todas são cocos ou cocoides ao Gram e pela possibilidade de haver confusão na sua 
identificação. Quanto à sua importância clínica, a maioria das espécies de neisserias é comensal vivendo em 
mucosas de humanos e animais. 
16.1 GÊNERO CORYNEBACTERIUM 
 Figura 14 (à esquerda) – Coloração de Gram de um esfregaço que mostra 
Bacilos Gram Positivos (À Direita) e visualização vos Bacilos por microscopia eletrônica de varredura (à 
esquerda) de Corynebacterium 
 Apesar de ser um grupo com muitas espécies e amplamente distribuído pelo mundo, apenas à espécie 
Corynebacterium diphtherie tem mais importância médica. São bastonetes Gram positivos (Figura 14) com 
metabolismo facultativo, imóvel, não esporulado, e patogênico. Habitam normalmente a nasofaringe e 
ocasionalmente a pele. Causam a difteria, doença decorrente da produção de toxinas diftéricas. 
 16.2 GÊNERO BACILLUS 
 FIGURA 15 – COLÔNIAS SECAS E RUGOSAS DE BACILLUS SP 
Esse gênero compreende bacilos Gram positivos, formadores de esporos, resistentes a condições ambientais 
adversas, tais como, calor e baixos níveis de umidade. Seu metabolismo é facultativo e crescem bem em agar 
sangue, produzindo colônias grandes, branco acinzentadas, de bordas irregulares (Figura 15). E algumas 
espécies são beta-hemolíticas. As espécies de importância médica são: Bacillus anthracis, Bacillus cereus e o 
Bacillus subtilis. 
16.2.1 Bacillus anthracisEssa bactéria é o agente do carbúnculo hemático, uma zoonose transmissível aos seres humanos. Ganhou 
grande importância clínica e epidemiológica desde sua utilização como arma biológica durante os eventos que 
se sucederam ao ataque do World Trade Center, nos Estados Unidos, no final de 2001. 
16.2.2 Bacillus cereus 
 Bacillus cereus produz uma toxina termoresistente e outra enterotoxina termolábil relacionadas a surtos de 
intoxicação alimentar É a espécie do gênero Bacillus mais frequente em infecções oportunistas, 
principalmente em pacientes imunocomprometidos, submetidos à hemodiálise, infusão endovenosa contínua 
e usuários de drogas endovenosas. Pode ocasionar bacteremia, septicemia, meningite, abscesso cerebral, 
pneumonia, endocardite e infecções supurativas em feridas e queimaduras. Quando são isoladas a partir das 
fezes não têm importância clínica, sendo mesmo considerado habitante do trato gastrointestinal de humanos e 
animais. Pode também ser isolada do solo, água, poeira e inúmeros alimentos, principalmente, carnes, 
verduras, cereais, leite e leite em pó. 
16.2.3 Bacillus subtilis 
 O Bacillus subtilis é considerado um patógeno oportunista. Foi isolado em pacientes sob o uso de próteses, 
imunocomprometidos e em infecções oculares e do sistema nervoso central por introdução traumática. 
16.3 GÊNERO LISTERIA 
 A espécie de importância médica é a Listeria monocytogenes. Essa espécie é classificada como bacilos curtos 
(frequentemente cocobacilares), Gram positivos, à 25ºC, apresentam motilidade caracterizada por saltos e a 
37ºC são imóveis. Em agar sangue de cavalo ou de carneiro apresentam acentuada hemólise. Podem habitar 
o trato intestinal sem causar danos ao homem. Em condições infecciosas, podem causar meningite e sepse em 
recém-nascidos. 
QUESTÃO São diplococos G –, oxidase , catalase e utilizam carboidratos por via oxidativa e não 
fermentativa. Com essa característica, podemos identificar: R: Neisserias. 
16.4 GÊNERO CLOSTRIDIUM 
 Gênero que compreende um grande número de bacilos anaeróbios Gram positivos esporulados . Estão 
distribuídos amplamente na natureza, e no homem habitam o intestino. A produção de potentes toxinas é a 
principal característica da patogenicidade do gênero. As principais espécies de importância médica são: 
Clostridium perfringens, Clostridium tetani, Clostridium botulinum, Clostridium difficile. 
Os Esporos produzidos dificilmente são encontrados nop material infectado, embora sejam mais tolerantes 
ao oxigênio do que às outras espécies. 
A contaminação ocorre após o contato com esporos via endógena ou exógena, já que estes micro-
organismos estão presentes na microbiota normal e solo, respectivamente. A ação das toxinas é capaz 
de causar necrose com consequente insuficiência de irrigação sanguínea. 
 Essa ação cria uma condição anaeróbica, permitindo assim o crescimento desse bacilo na ferida, que leva a 
uma gangrena do tipo gasosa. Essas bactérias ainda podem causar intoxicação alimentar que resulta após a 
ingestão de formas vegetativas do bacilo produtoras de enterotoxinas. 
16.4.2 Clostridium tetani 
 Esse bacilo esporulado produz um esporo terminal redondo, denominado baqueta de tambor. Normalmente é 
encontrado no solo e o contágio ocorre após contato de uma ferida com o solo contaminado. Essa doença é 
grave e é caracterizada por espasmos musculares e hiperflexia, trismo, opistótono e convulsões. O tétano 
resulta de uma neurotoxina, tetanospasmina produzida pelos organismos nas feridas. 
 16.4.4 Clostridium difficile 
 Esse bacilo é delgado e imóvel. O diagnóstico pela detecção da toxina nas fezes é praticável. Habita 
normalmente a microbiota intestinal e seu crescimento ocorre por pressão seletiva de antibióticos. Causa a 
colite pseudomembranosa (diarreia associada a antibióticos) e pode ser letal em pacientes 
imunocomprometidos. 
16.5 GÊNERO MYCOBACTERIUM 
 Esse gênero é amplamente encontrado no ambiente e nos animais. Os principais patógenos de importância 
para o homem são: Mycobacterium tuberculosis e o Mycobacterium leprae. Estes são bacilos aeróbios, Gram 
positivos. Apresentam grande dificuldade em corar por causa das longas cadeias de ácido graxo que cobrem 
sua parede celular. 
 Quando coradas pelo método de Ziehl-Neelsen, mostram-se resistentes à descoloração, sendo classificadas 
como BAAR (Figura 17). A disseminação por gotículas é favorecida pela capacidade em que o micro-
organismo tem de sobreviver no ambiente. 
 O M. tuberculosis é o causador da tuberculose e o M. leprae é o causador da hanseníase. Estes são parasitas 
intracelulares e dão origens a infecções crônicas, e a patologia está ligada à resposta imune contra esse 
patógeno. 
16.6 GÊNERO ACTINOMYCES 
 Nesse gênero, encontramos a espécie Actinomyces israelii, bacilos com ramificações filamentosas e álcool-
ácido não resistentes. Essas bactérias colonizam a mucosa da boca, do intestino e da vagina. A infecção é 
endógena e ocorre após invasão de outros tecidos pós-traumatismo local. Estão relacionadas infecções 
causadas pelo DIU (contraceptivo intrauterino). 
16.7 GÊNERO NOCARDIA 
 As nocardias estão amplamente distribuídas no ambiente. São bacilos Gram positivos aeróbios que formam 
ramificações filamentosas delgadas. Nocardia asteroides é o principal agente causador de infecções no 
homem. A Nocardia asteroides cresce em meio agar sangue com aspecto de “migalhas de pão”. A infecção 
ocorre por oportunismo e são acometidos pacientes imunocomprometidos. A infecção primária limita-se ao 
pulmão, mas em infecções secundárias a propagação leva a abscessos renais e cerebrais. 
17 ENTEROBACTERIACEAE 
 Essas bactérias constituem os mais numerosos micro-organismos com metabolismo facultativo. E estão 
presentes no intestino humano, perfazendo aproximadamente 109 por grama de fezes. 
17.1 GÊNERO ESCHERICHIA 
 Figura 18 – Esfregaço do sedimento de urina com bacilos de E. coli coroados pelos 
métodos: de Gram (gram negativo) 
 Gênero que contém apenas uma espécie de importância médica, a Escherichia coli. São bacilos móveis, Gram 
negativos com ou sem cápsula, capazes de resistir a temperaturas de 44ºC e são boas fermentadoras de lactose. 
 Habitualmente colonizam o intestino, mas podem colonizar também a porção final da uretra e vagina. A 
contaminação ocorre após contato ou ingestão via fecal-oral. 
 Uma variedade de fatores de virulência já foram identificadas associadas às enterotoxinas e adesinas. Essas 
bactérias são responsáveis pelas infecções do trato urinário, meningite neonatal, sepse e doenças diarreicas. 
 Esses micro-organismos possuem antígenos O (somáticos), H (flagelar), K (capsular), e F (fimbrial), que são 
utilizados para classificar sorologicamente as cepas da espécie. 
17.2 GÊNERO PROTEUS 
 Nesse gênero, concentram-se várias espécies, mas duas são de importância médica: Proteus vulgaris e 
Proteus mirabilis. Essas espécies são bacilos Gram negativos com metabolismo facultativo, gostam de pH 
alcalino, altamente móvel, e exalam um odor desagradável característico. Elas não fermentam a lactose, 
produzem uréase. 
 A reação com indol serve para distinguir as duas espécies (Proteus vulgaris é indol positivo e Proteus 
mirabilis é indol negativo). O habitat natural é o intestino, o solo e a água. E a disseminação é normalmente 
endógena. O fator de virulência é caracterizado por endotoxinas e uréase produzido. 
 São responsáveis por infecções no trato urinário, sepse, pneumonia em pacientes imunocomprometidos e 
infecção hospitalar em feridas. 
17.3 GÊNEROS KLEBISIELA, SERRATIA E ENTEROBACTER 
 Bactérias que raramente estão associadas a infecções, exceto como oportunistas em hospedeiros 
imunocomprometidos.Esses gêneros compreendem bacilos Gram negativos, podendo ser ou não 
encapsulados. 
 São bons fermentadores da lactose e seu metabolismo é facultativo. O habitat natural é o intestino do homem 
e também podem ser encontrados em locais inanimados, como solo e água. A infecção, quando ocorre, é via 
endógena e desenvolve-se nos tratos respiratório e urinário. 
18.1 GÊNERO SALMONELLA 
 Esse gênero compreende mais de 2000 espécies com bases em diferenças sorológicas. São bacilos Gram 
negativos, móveis, não esporulados e não encapsualdos (exceto, Salmonella typhi que é capsulada). Essas 
bactérias não fermentam lactose e são oxidase negativas. 
 Estão amplamente distribuídas no ambiente (especialmente em produtos de granja, ovos, carne, leite e 
manteiga). A doença ocorre após ingestão dos alimentos contaminados e por contato interpessoal por meio da 
via fecal-oral. O principal sintoma é a diarreia. 
 18.2 GÊNERO SHIGELLA 
 As bactérias desse gênero causam a disenteria bacilar. Têm quatro espécies importantes para o homem: 
Shigella dysenteriae, Shigella boydii, Shigella flexneri e Shigella sonnei. Todas são bacilos Gram negativos, 
imóveis, não capsuladas e com metabolismo facultativo. Essas bactérias fazem parte do grupo da não 
fermentadoras da lactose. A transmissão ocorre pela via fecal-oral, principalmente em locais de aglomeração. 
 
18.3 GÊNERO PSEUDOMONAS 
 A espécie mais importante para o homem é a Pseudomona aeruginosa, que é um bacilo aeróbio Gram 
negativo e oportunista. Apresentam motilidade por meio de um flagelo polar e são oxidase positivos. Suas 
colônias em meio de cultura são iridescentes irregulares e apresentam um odor característico. 
 A Pseudomona aeruginosa infecta praticamente qualquer parte do corpo, dada às condições predisponentes 
adequadas. Provoca também infecções de pele e em queimaduras. Sua virulência está baseada na produção de 
endotoxinas e exotoxinas. 
QUESTÃO Dos gêneros abaixo, o que tem como a principal característica de patogenicidade a produção de 
toxina é: Gênero Clostridium 
19.1 GÊNERO VIBRIO 
 O principal bacilo Vibrio cholerae é o causador da cólera. São bacilos Gram negativos curvos, altamente 
móveis pela presença de um único flagelo polar. Seu metabolismo é facultativo e são oxidase positivos. 
 A sua virulência é embasada nos fatores motilidade, na produção de mucinases, adesinas e principalmente 
pela produção de endotoxinas. 
19.2 GÊNERO CAMPYLOBACTER 
 A espécie de importância médica é a Campylobacter jejuni, mas não é causadora de doenças graves no 
homem. São bacilos Gram negativos curvos e a motilidade ocorre por causa de um flagelo polar. 
 Causam diarreia e podem causar sepse. Foi descoberto que gastrite e úlceras duodenal são causadas pela 
espécie Campylobacter pylori. 
20 OUTRAS BACTÉRIAS GRAM NEGATIVOS ANAERÓBIOS 
 Historicamente, as bactérias com características de bacilos curtos, Gram negativos e não esporulados eram 
classificados dentro do gênero dos Bacterioides, e os bacilos longos com essas mesmas características eram 
classificados dentro do gênero dos Fusobacterium. Após os avanços nas técnicas de identificação 
microbiológica, as espécies ganharam seu próprio gênero. 
20.1 GÊNERO BACTERIOIDES 
 A espécie que compõem esse gênero de importância médica é a Bacterioides fragilis, que são pequenos 
bacilos Gram negativos, pleomórficos, anaeróbios, imóveis e não esporulados. As culturas apresentam odor 
pútrido devido ao composto final do metabolismo dos ácidos graxos. 
 Pouco se sabe sobre os fatores de virulência, embora uma cápsula e a produção de enzimas extracelulares 
provavelmente sejam fatores importantes. 
 A infecção ocorre por contaminação fecal e as suas causas são: sepse intrabdominal, abscessos hepáticos e 
cerebrais 
20.2 GÊNERO HAEMOPHILUS 
 Gênero que contém um grande número de espécies de bactérias, mas as de importância para o homem são: 
Haemophilus influenzae e Haemophilus ducreyi. Essas duas espécies são pequenos bacilos (ou 
cocosbacilares), imóveis, capnofílicos, com metabolismo facultativo. Podem ser encapsuladas quando 
isoladas do local da infecção. 
 O habitat normal é o trato respiratório superior no homem, e a transmissão é via interpessoal aerógena. A 
infecção com cepas encapsuladas da Haemophilus influenzae causam meningite, osteomelite, epglotite e otite, 
enquanto que as cepas não encapsuladas causam bronquite crônica. 
 A infecção com a Haemophilus ducreyi causa o cancro mole no trato genital. 
20.3 GÊNERO BORDETELA 
 Das várias espécies a Bordetela pertussis, é a de importância médica. É o pequeno bacilo causador da 
coqueluche que é transmitida via aerógena (não existem portadores saudáveis). A virulência dessa bactéria 
está relacionada à citotoxina traqueal, com as fimbrias e endotoxinas produzidas. 
 20.4 GÊNERO BRUCELLA 
 Existem várias espécies, cada uma está relacionada a uma espécie animal, como: Brucella abortus (bovinos), 
Brucella suis (suínos) e Brucella melitensis (caprinos). Sua importância médica é por causa das infecções 
zoonóticas em humanos. A transmissão e infecção do homem ocorrem por ingestão e contato direto. 
20.5 GENERO LEGIONELLA 
 Esse gênero foi descoberto e demonstrado por técnicas de isolamento de vírus. As suas espécies crescem com 
facilidade na água, porém em meios de cultura seu crescimento é difícil. A principal espécie é a Legionella 
pnemophila, um bacilo Gram negativo que se cora fracamente pela técnica de Gram. Isto faz com que passe 
desapercebido. São micro-organismos oportunistas do ambiente e são adquiridos por inalação de águas 
contaminadas, sistemas de ar-condicionado e torres de resfriamento. Esses bacilos causam pneumonia atípica 
(doença dos legionários). 
21.1 GÊNERO TREPONEMA 
 Várias espécies e subespécies são de importância para o homem. A espécie Treponema pallidum e suas 
subespécies T. pertenue e T. carateum são as mais importantes. Constituem-se células individuais na forma 
de espiroquetas aneladas e móveis pela presença de flagelos. 
 São observadas por microscopia óptica (fundo escuro) quando empregadas às técnicas de coloração por prata 
ou imunofluorescêcia. A transmissão ocorre por contato íntimo pelo fato de serem muito sensíveis ao calor e 
ao ressecamento, ou por contato direto com lesões cutâneas infectadas. 
 O Treponema pallidum é o causador da sífilis, e os T. pertenue e T. carateum são causadores de doenças 
treponematosas não sexualmente transmitidas (bouba e pinta) 
21.2 GÊNERO LEPTOSPIRA 
 Duas espécies são de importância para o homem: Leptospira interrogans e Leptospira biflexa. A Leptospira 
interrogans é um parasita e a Leptospira biflexa é de vida livre. Essas espécies são espiroquetas delicadamente 
espiraladas, com extremidades em ganchos. São observadas por microscopia óptica (fundo escuro) quando 
empregadas as técnicas de coloração por prata ou imunofluorescêcia. A doença que a Leptospira interrogans 
causa é a leptospirose, uma zoonose causada por roedores, morcegos, bovinos, caprinos e ovinos (hospedeiros 
naturais). 
Os micro-organismos desse gênero penetram pela pele integra ou conjuntiva, chega à corrente 
sanguínea e invadem outros órgãos, principalmente fígado e rins. 
 
 
21.3 GÊNERO BORRELIA 
 Os micro-organismos desse gênero são importantes para o homem porque causam a febre recidivante – 
atualmente rara (Borrelia recurrentis) e a doença de lyme (Borrelia burgdorferi). São do tipo espiroquetas. A 
B. recurrentis coram-se facilmente com Giemsa. 
 Já a B. burgdorferi é bem mais difícil de ser observada (diagnóstico sorológico). A B. recurrentis é transmitida 
de pessoa para pessoa por piolhos. E a B. burgdorferi é uma zoonose causadapor carrapatos de estrutura rígida 
(xodes spp). 
22 MICOPLASMAS 
 Os micro-organismos dessa classe são diferenciados dos outros procariotos por não apresentarem uma parede 
celular verdadeira, consequentemente sem rigidez. Essa é uma característica exibida pelos gêneros: 
Mycoplasma, Ureaplasma e Acholeplasma. A identificação laboratorial é lenta e esses são micro-organismos 
exigentes. A espécie de maior importância médica é o Mycoplasma pneumoniae, agente causador da 
pneumonia atípica. Aparecem também em infecções genitais (uretrites não gonocócicas). A transmissão é por 
via aerógena. 
23 RICKETTSIAE 
 Os organismos dessa espécie são incapazes de sintetizar coenzima A e ATP, portanto são parasitas 
intracelulares obrigatórios. São pequenas bactérias Gram negativas, e o isolamento em laboratório é difícil. 
Assim o diagnóstico faz-se por meios sorológicos. Essa doença é uma zoonose transmitida por piolhos, 
carrapatos, pulgas e ácaros contaminados que causa no homem a febre Tifo, a febre Q e febres maculosas. 
CULTURA BACTERIANA 
 24.1 INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS E LAUDOS 
 O microbiologista, ao elaborar os relatórios de exames microbiológicos, deve ter em mente a possibilidade 
do clínico não saber interpretá-lo adequadamente, tanto por desconhecer um determinado nome de bactéria, 
como seu potencial patogênico e porque muitas vezes essas dúvidas associadas à disponibilidade do 
antibiograma possam ser um fator determinante do uso inadequado de antimicrobianos. 
24.2 IDENTIFICAÇÃO BACTERIANA PRESUNTIVA 
 Para colônias de anaeróbios estritos, deve ser feita coloração de Gram. Nessa etapa, o laboratório presta uma 
grande ajuda ao clínico, informando se o paciente tem uma infecção por uma bactéria anaeróbia estrita que 
pertence a determinado grupo morfológico. 
O diagnóstico do gênero e da espécie é feito utilizando: 
 
a) Provas bioquímicas: utilização de açúcares, 
produção de indol, redução de nitratos, urease, 
crescimento em presença de bile, liquefação da 
gelatina e hidrólise de esculina; 
 
b) Produção de pigmentos; 
 
c) Hemólise; 
 
d) Aprofundamento no Agar; 
 
e) Susceptibilidade a antimicrobianos; 
 
f) Formação de ácidos detectados por 
cromatografia líquida; 
 
g) Sorologia. 
 
As seguintes considerações práticas são úteis na orientação do clínico para uma conduta adequada, sem a 
necessidade de aparelhos ou metodologias caras por parte do laboratório: 
a) Na presença de cocos Gram positivos, o laboratório deve fazer o diagnóstico presuntivo de Streptococcus, 
que são os mais frequentemente isolados nesse grupo morfológico; 
 b) Diagnóstico diferencial com Streptococcus e Staphylococcus anaeróbios como das espécies de 
Peptostreptococcus deve ser feita com ajuda da cromatografia para detectar a produção de diferentes ácidos 
graxos. Já o diagnóstico diferencial entre a família Streptococcacea dos estreptococos e a família a 
Microccocacea dos estafilococos ocorre pela prova da catalase 
 c) Na presença de cocos Gram negativos, o laboratório deve fazer o diagnóstico diferencial com os gêneros 
de cocos Gram negativos. Também é recomendada a cromatografia líquida para pesquisar ácidos graxos; 
 d) Na presença de bacilos Gram positivos esporulados, o laboratório deve fazer o diagnóstico de Clostridium. 
Na dúvida no diagnóstico de um bacilo esporulado, recomenda-se o tratamento com álcool etílico a 95%, 
durante 1 hora à temperatura ambiente e a ressemeadura posterior. 
 Além disso, a suspensão bacteriana pode ser aquecida a 80ºC (durante 10 minutos), esfriada e feita 
ressemeadura. 
 Após um ou outro desses procedimentos, só sobrevivem bactérias esporuladas. 
 Se o Clostridium produzir um duplo halo de hemólise, pode ser feito o diagnóstico presuntivo de 
Clostridium perfringens. 
 Essa espécie é a mais frequentemente isolada dentro desse grupo bacteriano. 
 Para o diagnóstico diferencial das outras espécies de Clostridium, devem ser feitas provas bioquímicas 
como hidrólise da gelatina, fermentação da glicose, lecitinase, lipase, produção de indol, ureia, nitratos 
e motilidade; 
e) Na presença de bacilos Gram positivos não esporulados, recomenda-se fazer a prova de catalase, 
redução de nitratos, hidrólise de esculina, urease, e produção de pigmento. Para o diagnóstico definitivo, 
deve ser feita a pesquisa da produção de ácidos graxos; 
f) se a coloração de Gram mostrar bacilos Gram negativos, recomenda-se semear a colônia em Agar sangue 
(Brucella ágar), colocando um disco de Rifampicina (15 mcg) e um disco de Kanamicina (1.000 mcg). 
 A bactéria deve também ser semeada num meio que contém bile a 20%, e num meio rico em triptofano para 
determinar a produção de indol, com as placas incubadas por 48 horas a 37ºC. 
Essas provas, junto com a produção de pigmento, permitem fazer o diagnóstico presuntivo de Bacteroides, 
Porphyromonas e Fusobacterium. Frente aos discos de antibióticos, a bactéria é considerada sensível se o halo 
de inibição é de 12 mm ou maior; considerada resistente com halos menores de 12 mm. 
 Como inóculo para a semeadura, utiliza-se uma suspensão com turvação semelhante ao número 3 de escala 
de MC Farland ou uma turvação semelhante após incubação em meio de tioglicolato. 
A prova da bile é considerada positiva se existir crescimento bacteriano no quadrante respectivo. Para a 
produção de pigmento, recomenda-se a observação direta das colônias, e, em caso de não existir pigmento 
evidente, iluminar a placa com luz ultravioleta (± 360 mm de comprimento de onda). 
Para a prova de indol, recomenda-se passar uma colônia, a partir do meio com triptofano com ajuda de uma 
alça de platina num papel filtro impregnado em 1% de paradimetilaminocinamaldeido (em ácido clorídrico 
10%). Uma reação positiva produz imediatamente uma cor azul; 
 
g) Alguns sistemas comerciais manuais ou automatizados permitem fazer o diagnóstico das diferentes espécies 
de anaeróbios utilizando numerosas provas bioquímicas. Alguns utilizando a ação de enzimas bacterianas pré-
formadas podem fazer este diagnóstico após 4 horas de incubação. Desses, os mais frequentemente utilizados 
são: API®, Vitek® e Microscan®. Esses sistemas mais caros não são fundamentais para o diagnóstico dos 
grupos bacterianos e para uma orientação terapêutica adequada; 
 h) Em algumas infecções, é importante, para o diagnóstico, determinar a presença de toxinas, como acontece 
nas infecções intestinais por Clostridium difficile. Essa determinação é feita com provas sorológicas 
disponíveis comercialmente. 
24.3 PROVA DE SENSIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS 
O estudo da sensibilidade dessas bactérias é importante pelo aumento permanente de sua resistência frente aos 
diferentes antimicrobianos. Essa resistência é mais comum no gênero Bacteroides, mas pode estar presente 
também no gênero Clostridium, Staphylococcus (coagulase negativos), Enterococcus faecalis e Pseudomonas 
aeruginosa. 
 As bactérias sofrem continuamente uma forte pressão seletiva. Pela ação de drogas ou outros fatores, há o 
extermínio de linhagens sensíveis, com o crescimento de bactérias mais resistentes da população. 
 A importância em fornecer ao médico as informações precisas para que ele possa diagnosticar e tratar as 
doenças infecciosas é a de esclarecer principalmente se existe um agente antimicrobiano adequado ao micro-
organismo infeccioso. 
Os antimicrobianos são substancias químicas que inibem o crescimento ou destroem os microorganismos. 
Portanto, possui efeitos bacteriostáticos ou bactericida tem espectro de atividade amplo, intermediário ou 
reduzido, o mecanismo de ação pode ser: inibição da síntese da parede celular, alteração da parede celular, 
alteração da permeabilidadecelular, inibição da síntese proteica e inibição da síntese de RNA e DNA. 
24.3.1 Método do disco 
 O método do disco-difusão não é adequado para estudar a sensibilidade das bactérias anaeróbias estritas. O 
National Committee for Clinical Laboratories Standards (NCCLS), dos EUA, recomenda um método de 
diluição em Agar: as concentrações de antimicrobianos são incorporadas no meio de Wilkins-Chalgren. Cada 
placa tem uma concentração de um antimicrobiano. As bactérias são semeadas utilizando o inoculador 
múltiplo de “Steers” e as placas colocadas em jarras com gerador de anaerobiose. A leitura é feita após 48 
horas de incubação na estufa, determinando-se a CIM (concentração inibitória mínima). 
24.3.2 Método da fita 
Um método alternativo mais prático é a determinação da sensibilidade utilizando fitas de plástico impregnadas 
com um gradiente de concentração de antimicrobianos como no método do E test®. 
 As bactérias são semeadas em forma similar à empregada no método do disco para aeróbios. São colocados 
duas fitas cada uma com um antibiótico diferente em cada placa de 9 cm de diâmetro. 
 Em geral, é necessário testar seis antibióticos (três placas). Os antimicrobianos com maior atividade in vitro 
e in vivo frente aos anaeróbios estritos são: cloranfenicol, clindamicina, cefoxitina, metronidazol, penicilina e 
amoxicilina + ácido clavulânico. 
 
 
24.3.3 Diluição em caldo 
 São utilizadas diluições seriadas de uma droga teste, em contato com uma suspensão padrão de bactéria, 
determinando-se a Concentração Inibitória Mínima (CMI). Utilizam-se hoje técnicas de microdiluição em que 
as drogas a serem testadas são diluídas em placas especiais, utilizando pequenos volumes de reagentes, 
possibilitando o teste de um número maior de bactérias. 
O fator limitante desse método é o intenso trabalho, que é dispensado para realização de cada teste, e a 
disponibilidade do sal puro dos antibióticos a serem testados, o que impossibilita a realização do método 
24.3.4 Diluição em Agar 
 São realizadas concentrações seriadas do antimicrobiano a ser testado, utilizando uma placa de Agar para 
cada concentração. Os micro-organismos são diluídos com uma turbidez que correspondam à escala 0,5 de 
McFarland. Uma alíquota de cada suspensão é inoculada na superfície da placa teste, utilizando um replicador 
apropriado (Steere). 
24.3.5 Interpretação dos resultados do antibiograma 
 Após a leitura, os diâmetros das zonas de inibição são comparados com aqueles especificados nas tabelas 
fornecidas pelo representante dos antibióticos, podendo o resultado ser: 
a) sensível: induz o clínico a um tratamento onde o agente pode ser eliminado por um determinado 
antimicrobiano nas doses usuais recomendadas: 
b) moderadamente sensível: essa categoria inclui amostras que podem ser inibidas por certos antimicrobianos, 
desde que administrados em altas doses; 
c) intermediário: geralmente indica que o resultado do teste foi impreciso ou indeterminado, podendo ser 
devido a alguns fatores técnicos da prova; 
d) resistente: refere-se àqueles organismos que não são inibidos por concentrações sistêmicas de um 
antimicrobiano com doses terapêuticas usuais. 
24.3.6 Métodos automatizados 
 Os métodos para determinar a sensibilidade antimicrobiana têm sofrido significantes mudanças nos últimos 
15 anos. Surgiram novos testes de determinação da resistência bacteriana aos antimicrobianos, destacando-se 
os sistemas automatizados e uma nova metodologia de trabalho denominada E test. O ponto comum deles é o 
fato de determinarem a concentração inibitória mínima das drogas analisadas. 
24.4 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA 
 O microbiologista, na sua rotina diária para decidir a importância das bactérias isoladas, deve considerar o 
potencial patogênico do agente, a bacterioscopia e o pedido médico. 
 Bactérias como Streptococcus pyogenes, Neisseria gonorrhoeae e Mycobacterium tuberculosis, independente 
do material em que foram isoladas, é de importância clínica e epidemiológica. 
 Bactérias como Neisseria meningitidis, e Haemophilus influenzae, que se forem isolados no liquido 
cefalorraquidiano ou no sangue, são de importância indiscutível, mas quando isolados em mucosas, costumam 
representar a microbiota e seu relato é discutível. 
 
24.5 ALGUMAS SUGESTÕES IMPORTANTES 
 Como norma, não se deve identificar e fazer antibiograma de bactérias da microbiota da pele e das mucosas. 
OS VÍRUS 
 Os vírus infectam todas as formas de vida, são acelulares e provocam diversas doenças. 
 No ano de 1935, cristais de vírus foram isolados e observados ao microscópio pela primeira vez. 
 
 A sua composição parecia principalmente proteica, porém constatou-se mais tarde uma pequena 
quantidade de ácidos nucleicos. 
 
 No início dos anos 40, generalizou-se que todos os vírus continham ácidos nucleicos, o que foi 
confirmado por estudos com bacteriófagos, que eram vírus bacterianos. 
 
 Em 1952, foi demonstrado para o bacteriófago T4 que somente o DNA do fago, e não a proteína, 
penetrava na célula bacteriana hospedeira, iniciando os eventos de replicação que levavam à produção 
de centenas de vírus em cada célula infectada. 
 Uma grande contribuição para a virologia foi a descoberta de que os vírus podem ser cristalizados. 
 
 Quando o vírus do Mosaico do Tabaco foi cristalizado, forneceu um poderoso argumento para que se 
pudesse pensar nos vírus como estruturas químicas simples, consistindo somente de proteína e ácido 
nucleico. 
 
 Dessa forma, se pensarmos nos vírus fora das células, podemos considerá-los como estruturas 
moleculares excepcionalmente complexas. 
 
 No interior das células, a informação levada pelo genoma viral faz com que a célula infectada produza 
novos vírus, levando-nos a pensar nos vírus como organismos excepcionalmente simples. 
25.1 ESTRUTURA VIRAL 
 Os vírus são os menores agentes infecciosos, de 20 a 300 mm de diâmetro. A estrutura viral (Figura 20 a 
seguir) é composta por: 
a) capsídeo: é o invólucro proteico que protege o genoma viral; 
b) nucleocapsídeo: é o conjunto capsídeo com genoma viral; 
c) capsômeros: são aglomerados de polipeptídios; 
d) envoltório: é uma membrana de lipídio que envolve as partículas virais. 
 Também é importante definir a palavra vírion, que é a partícula viral completa que em algumas instâncias 
pode ser idêntica ao nucleocapsídeo. E ainda vírus defectivo, que é uma partícula viral funcionalmente 
deficiente em algum aspecto da replicação. 
 
25.3 CULTIVO E QUANTIFICAÇÃO VIRAL 
 O cultivo in vitro de vírus pode ser feito em culturas de células ou em ovos embrionários sob condições 
estritamente controladas. O crescimento in vivo é empregado para o isolamento primário de certos vírus e para 
o estudo das viroses e da ontogênese viral. A quantificação das partículas viral pode ser contada diretamente 
no microscópio eletrônico por comparação com uma suspensão padrão de partículas de látex de tamanho 
similar. A hemaglutinação é outra forma de se quantificar as partículas virais, que ocorre por meio da 
aglutinação das hemácias humanas ou de alguns animais por estes vírus. Esse teste mensura a quantidade total 
de vírus presente.E ainda podemos mensurar a quantidade viral por meios biológicos por meio da morte dos 
animais, infecção dos animais ou efeitos citopáticos em culturas de tecidos (diluição final do vírus teste – 
ensaio de plaques).

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