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05/04/2016 1 Universidade do Estado da Bahia Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais Colegiado de Agronomia/Engenharia Agronômica Emanuel Ernesto Fernandes Santos O nitrogênio é um elemento muito dinâmico na natureza, onde ocorre em várias formas químicas, com grande variação de estado de oxidação (-3 a +5), sofrendo várias transformações no sistema solo. Mais caro dos nutrientes Demanda pelas plantas (depois do C, O e H) Exportação de N por algumas culturas Cana-de-açúcar: 207,7 kg ha-1; Arroz: 66,0 kg ha-1; Milho (silagem): 214,0 kg ha-1; Cebola cv. Alfa São Francisco: 103,3 kg ha-1; Cebola cv. IPA 11: 83,34 kg ha-1. INTRODUÇÃO: 05/04/2016 2 103,14 19,8 83,34 77,93 5,5 53,14 24,79 0 20 40 60 80 100 120 20 60 80 DAT N (k g h a-1 ) Planta Folha Bulbo Comportamento do acúmulo de N na matéria seca de diferentes partes da planta de cebola, cultivar Franciscana IPA 10, em função dos dias após o transplante - DAT, em um Argissolo Casa Nova - BA. (Santos, 2007) Distribuição de N: Litosfera (rochas e sedimentos) 98 % do N existente. Atmosfera composta por 78 % de N. Matéria orgânica terrestre: (96 % M.O. morta, 4 % M.O. vivos). 96 % plantas Organismos vivos: 4 % microbiota 2 % animais INTRODUÇÃO: 05/04/2016 3 Componente estrutural de muitos componentes essenciais (clorofila, aminoácidos, proteínas, enzimas); Estimula o cresc. e desenv. das raízes e parte aérea; IMPORTÂNCIA PLANTAS Imagem da Stoler, disponível em: https://www.ipni.net/ppiweb/gbrazil.nsf/$webindex/article=04B9376 E83256CBD0041B317980800CF Aniônica: NO3 - (nitrato); Catiônica: NH4 + (amônio); Uréia CO(NH2)2: absorvido raízes folhas; Aminoácidos: pelas raízes e folhas. FORMAS DE ABSORÇÃO Absorção do Nitrogênio por plantas noduladas e não noduladas. (Buchmam et al. 2000) 05/04/2016 4 Importância: estuda a dinâmica do N nos compartimentos terrestre; adoção de práticas que resultam no aumento da eficiência do N pelas plantas ( gastos e a produção); entradas, saídas e transformações do N no solo e relação solo planta, atmosfera. CICLO DO NITROGÊNIO 1 - FIXAÇÃO ATMOSFÉRICA: N2 + 3O2 2NO3 - áreas industriais: chuvas carream para o solo NH3, NO3 - e outras formas (gasosas) 2 - FIXAÇÃO INDUSTRIAL: Oxidação direta; Síntese da cianamida; Síntese da amônia 3 – FIXAÇÃO BIOLÓGICA: ENTRADAS DE NITROGÊNIO NO SOLO: 05/04/2016 5 Copiado da Apostila Nitrogênio:http://www.earquivos.com.br/arquivo.php?id=9 FORMAS ORGÂNICAS: Fixação do N: conversão do N elementar em forma combinada. Mineralização do N: transformação do N orgânico em mineral, geralmente NH4 +, como resultado da decomposição microbiana. Imobilização do N: é a “mudança” do N mineral em N orgânico em tecidos microbianos ou tecidos de plantas, podem ser feitas por microrganismos ou plantas. TRANSFORMAÇÕES DO N (ciclo do N no solo) 05/04/2016 6 FORMAS INORGÂNICAS: Amonificação: processo bioquímico no qual o N amoniacal (NH4 +) é formado a partir de compostos orgânicos contendo N. Nitrificação: oxidação biológica do amônio (NH4 +) a nitrito (NO2 -) e nitrato (NO3 -), ou um aumento biologicamente induzido no estado de oxidação de nitrogênio. NH4 + + 2O2 NO2 - + 2H2O + 4H + + energia 2NO2 - + O2 2NO3 - + energia Nitrosomonas Nitrobacter Desnitrificação: redução de nitritos ou nitratos para formas gasosas de N pela atividade microbiana ou por redutores químicos, produzindo N molecular (N2) ou óxidos de N (N2O). (bioquímico) 2NO3 - 2NO2 - 2NO N2O N2 (químico) 2HNO2 + CO(NH2)2 CO2 + 3H2O + 2N2 FORMAS INORGÂNICAS: 05/04/2016 7 R-NH2 + H2O NH3 + R-OH + energia reações sucessivas de aminação e amonificação. Aminação: Quebra das proteínas por meio de enzimas (peptidases); Ocorre no meio externo. Amonificação: Peptídeos e aminoácidos são para células microbianas; Amonificadores formam amônia (NH3) hidrólise enzimática Proteínas + H2O R-NH2 + CO2 + energia Protease MINERALIZAÇÃO: MINERALIZAÇÃO: Condições para mineralização do N: todas aquelas que favoreçam a atividade dos MOOS Umidade do solo (50ª 70%) Relação C/N Tempera tura (40 a 70 oC) pH (6,0 a 7,0) Aeração Retençã o de água pelo solo 05/04/2016 8 2NH3 + H2CO4 (NH4)2CO3 2NH4 + + CO3 -2 Assimilado pelos microrganismos (nova proteína) NH3 Parte é excretada para o meio Amonificação NITRIFICAÇÃO MINERALIZAÇÃO: NH4 + + 1,5 O2 NO2 - + H2O + H+ (F = -65 kcal) NITRIFICAÇÃO ETAPAS 1ª Etapa: NH4 + O2 NO2 - 2ª Etapa: oxidação do NO2 - a NO3 - NO2 -+ 0,5 O2 NO3 - + H2O (F = -65 kcal) 05/04/2016 9 (importância fatores que afetam): - Sequencia de processos de mineralização; - reação de oxidação - O NO3 - é absorvido pelas plantas e microrganismos; - Nitratos são móveis no solo: podem ser lixiviados; - Podem sofrer o processo de desnitrificação; - Provoca acidificação no solo; - O NO2 - é tóxico para as plantas NITRIFICAÇÃO CONDIÇÕES DO SOLO QUE INFLUEM NA NITRIFICAÇÃO: Aeração: nitrificação é um processo oxidativo; solos com boa aeração favorecem o processo; Umidade: bactérias nitrificadoras torna-se inativas e/ou reduzem atividades em condições anaeróbias; Ideal na capacidade de campo (CC) Temperatura: 25 a 40 oC (faixa ótima) Abaixo de 5oC e acima de 40oC diminui NITRIFICAÇÃO 05/04/2016 10 CONDIÇÕES DO SOLO QUE INFLUEM NA NITRIFICAÇÃO: Montante de amônio: amônio substrato para ser oxidado; Relação C/N: Abaixo de 20 nitrificação Acima de 30 imobilização Entre 20 e 30 equilibrio pH: solos alcalino (8,0) máxima; baixa em solos ácidos; Agrotóxicos: pesticidas em geral diminuem as atividades dos microrganismos; Presença dos microrganismos: heterotróficos, autotróficos Processo respiratório, ausência de O2 ; Processo de redução O processo pode ser realizado por bactérias AANEROBICAS OU facultativas (usam O2 ou NO3 - e NO2 - como receptor de elétrons): C6H12O6 + 6O2 6CO2 + 6H2O C6H12O6 + 4NO3 - 6CO2 + 6H2O + 2N2 DESNITRIFICAÇÃO: 05/04/2016 11 nitratos são reduzidos a óxidos (N2O, NO) e N elementar (N2) em solos com drenagem deficiente e com reduzida aeração. DESNITRIFICAÇÃO: Não tem importância econômica em solos bem drenados 1 - importante em cultivos irrigados por inundação (p.e. arroz), usar adubos amoniacais, incorporar abaixo da lâmina de água, evitando dessa forma o processo de nitrificação. 2 - Em solos inundados as perdas por volatilização do N pode chegar 65% 05/04/2016 12 05/04/2016 13 05/04/2016 14 Contaminação de mananciais hídricos pelo manejo inadequado de fertilizantes Nitrogenados 1 -Entregar na próxima aula (10/06/2014), 2 -Dois discentes por equipe, nunca três ou mais 05/04/2016 15 A fixação biológica de nitrogênio (FBN) é a conversão de N gasoso em outras espécies químicas nitrogenadas promovida por alguns organismos, que empregam o N fixado na biossíntese de proteínas e ácidos nucléicos (NUNES et al., 2003). A FBN representa a principal forma de fixar N2atmosférico em amônio (NH4+), revelando-se um ponto chave de ingresso do N molecular no ciclo biogeoquímico do nitrogênio (TAIZ & ZEIGER, 2004). C it a d o s p o r C h a va rr ia e M e ll o : d is p o n ív e l e m : h tt p :/ /w w w .p la n ti o d ire to .c o m .b r/ ?b o d y = co n t_ in t& id = 10 75 05/04/2016 16 É um processo bioquímico em que o nitrogênio atmosférico é incorporado diretamente nas plantas, após ser transformado em amônia. SIMBIOSE: termo utilizado para designar associação íntima que se forma entre as bactérias e as plantas. INOCULAÇÃO: termo utilizado para designar a ato de por a semente em contato com os rizóbios. INOCULANTE: é o veículo que contém as bactérias. Vantagens da inoculação: estudos envolvendo fixação biológica, na sua maioria leguminosas, especialmente a cultura da soja. O processo não despende de energia, não polui e enriquece o solo com nitrogênio, o qual será aproveitado pela cultura seguinte (mineralização); Economia de 15,5 bilhões/ano A ocorrência de rizóbios nativos, já presentes no solo, faz com que a maioria dos agricultores não pratique a inoculação 05/04/2016 17 Número de nódulos nas raízes, produção de grãos em nitrogênio acumulado na soja com e sem inoculação. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONTAG01_31_711200516717.html FIXAÇÃO SIMBIÓTICA COM LEGUMINOSAS (formação de nódulos) Bactérias do gênero Rhizobium em associação com leguminosas A planta supre a bactéria com carboidratos; A bactéria fornece à planta compostos fixos de nitrogênio; ESPECIFICIDADE do Rhizobium Uma determinada espécie de Rhizobium coloniza uma espécie mais não coloniza outra. 05/04/2016 18 Espécie de Rhizobium Grupo de inoculação cruzada Gênero do Hospedeiro Leguminosa R. mellioti Alfafa Medicago, Melilotus Alfafa, trevo doce R. trifoli Trevo Trifolium Trevos R.leguminosarum Ervilhas Pisum, Vicia, Lathyrus, Lens Ervilhas, fava, ervilha de cheiro, lentilha R. phaseoli Feijão Phaseolus Feijões R. lupini Tromoceiros Lupinus Tremoceiro, Serradela R. japonicum soja Orithopus Soja Diversos Caupi, Miscelânea Diversos Vigna (caupi), Lespedeza, Stylosantes, Crotalaria, amendoim, guandu Grupos de leguminosas de Inoculação cruzada. SIMBIOSE COM NÃO LEGUMINOSAS: Gramínea: Azotobacter paspalii, rizosfera da Paspalum notatum (gramínea tropical). Döberreiner (1966). Outros 13 gêneros (160 espécies de não leguminosas). Azospirillum amazonense: é encontrado em associação com milho, arroz, cana-de-açúcar, sorgo, Brachiaria, palmeiras e frutíferas. A. brasilense e o A. lipoferum já foram isoladas em diversos cereais, o A. halopraeferens foi isolada da gramínea Leptochloa fusca, o A. doebereinerae isolado de Miscanthus e o A. irakense isolada de arroz (OLIVEIRA et al., 2008, citados por CHAVARRIA E Mello) 05/04/2016 19 Detalhe de diferenças de área superficial de sistema radicial de planta não-inoculada (esquerda) e inoculada (direita) com Azospirillum brasilense. Foto: Mariangela Hungria (Embrapa Soja). C it a d o s p o r C h a va rr ia e M e ll o : d is p o n ív e l e m : h tt p :/ /w w w .p la n ti o d ir e to .c o m .b r/ ?b o d y = co n t_ in t& id = 10 75 Fatores que afetam o desenvolvimento dos organismos fixadores, afetam consequentemente a fixação do N atmosférico; (pH, aeração, umidade, disponibilidade de nutrientes - Fe, Mo, Ca, K, N, S, Co, luz, ...) FATORES QUE INFLUEM NO PROCESSO DE NODULAÇÃO 05/04/2016 20 Leguminosas: nem sempre as necessidades de N da leguminosas são satisfeitas pela fixação biológica. Quando necessário, fazer aplicação de N - fertilizantes; Linhagem da bactéria: Se não houver no local bactérias eficientes tem-se que fornecer através da inoculação com linhagens apropriadas; Condições do solo: O solo deve oferecer condições adequadas para o desenvolvimento dos organismos fixadores.(pH na faixa de 6,5 a 7,0, fornecer nutrientes etc.). Condições do clima: FIXAÇÃO SIMBIÓTICA E PRÁTICA AGRÍCOLA: DESTINO DO N FIXADO PELAS BACTÉRIAS DAS LEGUMINOSAS 1 - utilizado pelas plantas; 2 - passar para o solo (excreção, necroses), mineralização; 3 - fazer parte do sistema radicular em decomposição; 4 - incorporação ao corpo dos organismos de finalidade geral. 05/04/2016 21 Balanço do Nitrogênio no sistema solo-planta-atmosfera 05/04/2016 22 Fertilizantes N P2O5 K2O S Ca Mg Uréia (CO(NH2)2) 44 - - - - - Nitrato de amônio (NH4NO3) 33 - - - - - Sulfato de amônio ((NH4)2SO4) 20 - - 22-24 - - Amônia anidra (NH3) 82 Fosfato Diamônico (DAP) 16 45 - - - - Fosfato monoamônico (MAP) 9 48 - - - - Superfosfato simples - 18 - 10-12 18-20 - Superfosfato triplo - 41 - - - - Termofosfato magnesiano - 17 - - 18-20 7 Cloreto de potássio - - 58 - - - Sulfato de potássio - - 48 15-17 - - Sulfato de potássio e magnésio - - 18 22-24 - 4,5 Enxofre elementar - - - 95 - - Sulfato de cálcio - - - 13 16 - Sulfato de magnésio - - - 13 - 9 Principais fertilizantes simples e garantias mínimas de N, P2O5, K2O, S, Ca e Mg dados em % (portaria SEFIS ns. 01 de 04.03.83 e 01 de 30.01.86, do M.A., citado SEAGRI et al. (1988). ADUBOS NITROGENADOS: NH4NO3 - nitrato de amônio; (NH4)2SO4 - sulfato de amônio; NaNO3 - nitrato de sódio; KNO3 - nitrato de potássio; (NH2)2 CO - uréia. (NH2)2CO – uréia: amonificação → nitrificação → utilização organismos e vegetais superiores Amônio oxidado para forma de nitrato ou utilizados sem nenhuma modificação pelos microrganismos e vegetais superiores Nitratos poderão ser perdidos por lixiviação ou volatilização absorvido por microrganismos e vegetais superiores. 05/04/2016 23 05/04/2016 24 Fator N (resíduo) Aproximadamente 0,9 kg 100 kg do resíduo 40 kg de Carbono 0,5 kg de N C/N 80:1 35 % do C do resíduos é assimilado pela biomassa microbiana Relação C/N ótima de 10:1 • 40 x 0,35 = 14 kg de C assimilado pela biomassa • 14/10 = 1,4 kg de N requerido pela biomassa 1,4 kg de N requerido – 0,5 kg N presente = 0,9 kg Ex.: Calcular o fator N de uma resíduo orgânico Considere que: IMOBILIZAÇÃO DE N Fator N (resíduo) Aproximadamente + 0,275 kg 100 kg do resíduo 30 kg de Carbono 0,8 kg de N C/N 37,5:1 35 % do C do resíduos é assimilado pela biomassa microbiana Relação C/N 20:1 • 30 x 0,35 = 10,5 kg de C assimilado pela biomassa • 10,5/20 = 0,525 kg de N requerido pela biomassa 0,525 kg de N requerido – 0,8 kg N presente = + 0,275 kg Ex.: Calcular o fator N de uma resíduo orgânico Considere que: MINERALIZAÇÃO DE N 05/04/2016 25 1 - Quais as formas de adição e perdas de N no solo? 2 - Qual o destino do NH4 + formado no solo? 3 - Comparando a amônia (NH4 +) com o nitrato (NO3 -), qual dos dois apresenta maior facilidade de lixiviação? Justifique sua resposta. 4 - Comparando solos bem drenados com solos de drenagem deficiente, em qual deles há maior probabilidade de perdas de N por volatilização? Explique. 5 – Considere a aplicação de 1,3 T ha-1’ de um composto orgânico em um Latossolo, com 38% de C- org. e 2,2 % N. a) Qual a relação C/N do composto? b) Vai haver mineralização ou imobilização de N? c) De quanto foi o acréscimo ou decréscimo do N disponível no solo (kg)? 6 - Você recomendaria o parcelamento da calagem e da adubação nitrogenada ara cultura do trigo? Justifique sua resposta.
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