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Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 1 Queridos alunos, É com muita satisfação que estou aqui para iniciar o nosso curso teórico. Iremos resolver várias questões de provas de Juiz do Trabalho e da banca FCC. Ao final do curso coloquei uma última aula na qual colocarei várias questões de provas da FCC. Todos são bacharéis em direito. Assim, irei abordar alguns assuntos partindo do pressuposto de que vocês possuem conhecimento jurídico. Peço que me alertem no fórum do curso, caso haja dificuldades de compreensão de algum tema. Dividi o conteúdo programático das aulas para facilitar o estudo de vocês. --------------------------------------------------------------------------------- Vejamos o cronograma de aulas: Aula 01: 09/11 Aula 06: 20/12 Aula 02: 16/11 Aula 07: 27/12 Aula 03: 23/11 Aula 08: 02/01 Aula 04: 30/11 Aula 09: 09/01 Aula 05: 13/12 Aula 10: 16/01 Aula 01: Jurisdição e Competência. Aula 02: Atos, termos e prazos processuais. Distribuição. Custas e emolumentos. Partes e procuradores; jus postulandi; substituição e representação processuais; assistência judiciária; honorários de advogado. Nulidades. Exceções. Aula 03: Audiências: de conciliação, de instrução e de julgamento; notificação das partes; arquivamento do processo; revelia e confissão. Provas. Dissídios individuais: forma de reclamação e notificação; reclamação escrita e verbal; legitimidade para ajuizar. Procedimento ordinário e sumaríssimo. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 2 Aula 04: Procedimentos especiais: inquérito para apuração de falta grave, ação rescisória e mandado de segurança. Aula 05: Ação Rescisória. Aula 06: Sentença e coisa julgada; liquidação da sentença: por cálculo, por artigos e por arbitramento. Dissídios coletivos: extensão, cumprimento e revisão da sentença normativa; efeito suspensivo. Aula 07: Execução: execução provisória; execução por prestações sucessivas; execução contra a fazenda pública; execução contra a massa falida. Citação; depósito da condenação e da nomeação de bens; mandado e penhora; bens penhoráveis e impenhoráveis. Embargos à execução; impugnação à sentença; embargos de terceiro. Praça e leilão; arrematação; remição; custas na execução. Aula 08: Recursos no processo do trabalho: princípios gerais, prazos, pressupostos, requisitos e efeitos; recursos em espécie: recurso ordinário, agravo de petição, agravo de instrumento, recurso de revista, embargos no TST, embargos de declaração, embargos infringentes e agravo regimental. Reclamação Correcional. Aula 09: Informatização do processo judicial no âmbito da Justiça do Trabalho: Resolução 140/2007 do TST (Instrução Normativa n.30/2007) e Resolução n. 94/2012 do CSJT. Súmulas e Orientações Jurisprudenciais do TST. Aula 10: Questões Objetivas e subjetivas da FCC – Processo do Trabalho. --------------------------------------------------------------------------------- Vamos ao estudo da competência da Justiça do Trabalho! Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 3 Aula 01: Jurisdição e Competência. 1.1 Competência e Jurisdição: Antes de falar de competência devemos falar de jurisdição! O conceito clássico de jurisdição é o poder que o Estado avocou para si de dizer o direito. A jurisdição é poder, função e atividade reconhecida ao Poder Judiciário pela Constituição Federal. Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, o Poder Judiciário não tem a função de, apenas, dizer o direito, mas sim de efetivá-lo. A finalidade da jurisdição é a de tutelar os direitos ou interesses individuais ou metaindividuais reconhecidos pelo ordenamento jurídico às pessoas que, diretamente ou por intermédio de seus representantes invocarem a tutela jurisdicional. Jurisdição é o poder-dever que o juiz, que representa o Estado, tem de aplicar o direito objetivo a um caso concreto, substituindo os titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente buscar, por meio da pacificação do conflito que os envolve, a realização da justiça e o estabelecimento da paz social. Jurisdição Poder Função Atividade Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 4 Quando o direito material for violado a parte lesada precisará recorrer ao Poder Judiciário, porque não poderá fazer valer o seu direito pelas suas próprias mãos. Isto ocorreu porque o Estado avocou para si a função de resolver os conflitos de interesses entre as partes. Esta função é denominada de jurisdição! A jurisdição é exercida pelos juízes. Conceito de Jurisdição: “É a função do Estado que tem por escopo a atuação da vontade concreta da lei por meio da substituição, pela atividade de Órgãos públicos, da atividade de particulares ou de outros órgãos públicos, já no afirmar a existência da vontade da lei, já no torná-la praticamente efetiva” (Chiovenda). Art. 1º CPC “A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este código estabelece”. Art. 2º CPC “Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer nos casos e formas legais”. São características da jurisdição: a unidade, a secundariedade, a imparcialidade e a substitutividade. � Unidade: A jurisdição é exercida, exclusivamente pelos juízes monocraticamente ou em Órgãos colegiados. Ela é uma e homogênea. � Secundariedade: O Poder Judiciário é acionado quando há um conflito de interesses. Portanto, a jurisdição só atua quando não há possibilidade de resolução de conflito pelos próprios interessados. � Imparcialidade: Os Juízes devem decidir com justiça e imparcialidade. � Substitutividade: A Jurisdição substitui a atuação das partes na solução do conflito, sendo um poder de dizer e realizar o direito. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 5 Não poderemos nos esquecer da recente OJ do TST: OJ 416 do TST. Imunidade de jurisdição. Organização ou organismo internacional. (Divulgada no DeJT 14/02/2012) As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional. Os entes de direito público externo são: a) Estados estrangeiros; b) Organizações internacionais. Os estados estrangeiros podem praticar os atos de império e os atos de Gestão. Os primeiros são aqueles praticados no exercício de suas prerrogativas soberanas, possuindo os Estados estrangeiros imunidade absoluta de jurisdição, não se submetendo à Jurisdição brasileira. Atos de gestão são aqueles em que o Estado estrangeiro atua em matéria de ordem privada, agindo como um particular, por exemplo, quando contratam empregados. Em relação aos atos de gestão, a jurisprudência do TST não aceita a imunidade de jurisdição. Em relação aos Organismos Internacionais (ONU, OMC, OIT, etc.) a imunidade de jurisdição é absoluta no processo de conhecimento, segundo a OJ 416 do TST.Vamos, agora, estudar a competência! Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 6 Conceito de Competência: A competência é a delimitação da jurisdição, ou seja, a determinação da esfera de atribuições dos órgãos encarregados da função jurisdicional. ⇒ A competência é a medida da jurisdição. ⇒ Todo juiz possui jurisdição, mas nem todos os juízes possuem competência para julgar determinadas ações. Vamos apresentar uma situação hipotética: Exemplificando: Uma empregada doméstica que não recebeu as feiras de sua empregadora interpõe ação na Justiça estadual em umas das Varas de família, o juiz titular de tal Vara não seria competente para julgar a ação que trate de direito do trabalho. A Justiça do Trabalho é que será competente para julgar o conflito entre empregada doméstica e sua empregadora. 1.2. Espécies de competência: Absoluta e Relativa. A Competência absoluta é a competência em razão da matéria, em razão da pessoa e em razão da função. DICA: MPF (ABSOLUTA) VT (Relativa) Para que os meus alunos não se confundam na hora da prova, costumo usar a sigla MPF para lembrá-los da competência absoluta e VT para lembrá-los da competência relativa. Jurisdição Medida da jurisdição Competência Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 7 A competência absoluta é inderrogável pela vontade das partes e o juiz deverá conhecê-la de ofício (sem que as partes requeiram), não admitindo prorrogação. Inderrogável é aquela competência que não poderá ser prorrogada, ou seja, o juiz que é absolutamente incompetente para julgar determinada ação jamais tornar-se-á competente. Poderá ser argüida em qualquer tempo e grau de jurisdição. Deverá ser argüida em preliminar da contestação. A competência relativa é a competência em razão do valor e do território. A competência relativa prorroga-se se o réu não argüir a exceção (art. 114 CPC). Vamos destacar alguns pontos importantes sobre a competência! Atenção: A Jurisdição é o poder-dever do Estado-juiz de resolver conflitos intersubjetivos de interesses fazendo atuar a vontade concreta da lei aplicando o direito material ao caso concreto. A Competência é a delimitação da jurisdição de cada órgão do Poder Judiciário. Competência Absoluta Matéria Pessoa Função Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 8 � Veremos alguns conceitos importantes para a prova: ⇒ Competência Originária: É aquela que ocorre quando um determinado Órgão tem competência para primeiro manifestar-se sobre a demanda. ⇒ Competência Absoluta: Não poderá ser alterada pelo juiz ou pela vontade das partes porque envolve interesse público. Na Justiça do Trabalho como vimos esta competência é em razão da Matéria, da Pessoa e da Função. Deverá ser declarada de ofício pelo juiz. Poderá ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição, independente de exceção (peça processual). ⇒ Competência Relativa: Na Justiça do Trabalho é a competência Territorial. Deverá ser suscitada por meio de exceção. Não poderá ser declarada de ofício. DICA: A prorrogação de competência é um fenômeno segundo o qual um juiz inicialmente incompetente torna-se competente. Este fenômeno somente ocorrerá com a incompetência relativa, nunca com a incompetência absoluta. Competência Relativa Valor VT Território Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 9 Competência Absoluta em razão da matéria (Art.114 CRFB/88): Esta competência determina que quando houver Varas especializadas a competência será sempre destas. A competência em razão da matéria no Processo do Trabalho é delimitada em virtude da natureza da relação jurídica material deduzida em juízo. Portanto, ela é fixada em razão da causa de pedir e do pedido. Com o advento da Emenda Constitucional 45 de 2004, a competência em razão da matéria na Justiça do Trabalho foi ampliada. A incompetência em razão da matéria é de natureza absoluta e deve ser declarada de ofício pelo Juiz, independentemente de provocação das partes. Na Justiça do Trabalho a competência material está determinada pelo art. 114 da CRFB/88 que trata da competência em razão da matéria e da pessoa também. A competência material da Justiça do Trabalho é exercida, em regra, no primeiro grau pelas Varas do Trabalho. Em grau de recurso ordinário ela será exercida pelos Tribunais Regionais do Trabalho. Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite, o art. 114 da CF/88 revela a existência de três regras constitucionais básicas de competência material da Justiça do Trabalho: a) Competência Material Original; b) Competência Material Derivada; c) Competência Material Executória. Vamos estudar cada inciso mais adiante. Por ora, apenas, transcrevo o artigo. Art. 114 da CRFB/88 Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 10 II – as ações que envolvem o exercício do direito de greve; III – as ações sobre representação sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição. V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art.102, I, o; VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos Órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII – a execução de ofício das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a e II, e seus acréscimos legais decorrentes das sentenças que proferir. IX – Outras controvérsias decorrentes das relações de trabalho, na forma da lei. A Competência Material Original envolve as ações oriundas da relação de emprego, os danos morais individuais e coletivos, o acidente de trabalho. O cadastramento do PIS/PASEP, as ações que tenham como causa de pedir matéria alusiva ao meio ambiente do trabalho, FGTS, Seguro-Desemprego, quadro de carreira, dentre outros. A Competência Material Derivada tem como fundamento a redação do inciso IX do art. 114 da CF/88. IX – Outras controvérsias decorrentes das relações de trabalho, na forma da lei. Assim, quando houver lei dispondo que a controvérsia oriunda da relação de trabalho é da competência da Justiça Comum, com esta prevalecerá até que venha lei transferindo tal competência para a Justiça do Trabalho. A Competência Material Executória poderá ser executar as próprias sentenças e executar as contribuições previdenciárias. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 11 Passaremos, agora, a analisar os incisos do art. 114 da CF/88. Atenção: Competência Material da Justiça do Trabalho (art. 114 da CF\88) Art. 114 da CRFB/88 Compete à Justiça do Trabalho processare julgar: I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; SERVIDORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: Com a nova redação do art. 114 da CF/88 a Justiça do trabalho teria competência para julgar os processos envolvendo servidores públicos, inclusive os estatutários. Acontece que o Ministro Nelson Jobim deferiu Liminar em sede de ADIN interposta pela Associação dos Juízes Federais na qual objetivava a inconstitucionalidade do art. 114, I da emenda constitucional 45/04 no que se refere aos servidores estatutários. Em 2006 o plenário do STF confirmou a Liminar e, por isso continua suspensa a interpretação do inciso I do art. 114 da CF/88 que atribuía à Justiça do Trabalho competência para julgar os estatutários. Portanto, esta competência é da Justiça Federal. Existe uma importante cizânia doutrinária em relação à abrangência do termo relação de trabalho inserido no art. 114, I da CF/88 pela Emenda Constitucional 45/2004. 1ª corrente. Corrente Ampliativa: Defende que a Justiça do Trabalho após o advento da Emenda Constitucional 45/04 possui competência para processar e julgar qualquer demanda oriunda das relações de trabalho desde que o prestador dos serviços seja pessoa física. 2ª Corrente. Corrente Ampliativa sem relação de consumo: Esta corrente faz distinção entre relação de trabalho e relação de consumo com base no que estabelece o art. 2º da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor). Quando o serviço for prestado a um destinatário final será relação de consumo e por isso não competirá à Justiça do Trabalho porque na relação de trabalho a finalidade é negocial. 3ª Corrente. Corrente Restritiva: O alcance da expressão relação de trabalho seria o mesmo que relação de emprego no que se refere à competência. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 12 É importante falar da Súmula 363 do STJ Súmula 363 do STJ Compete à justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente. II – as ações que envolvem o exercício do direito de greve; Neste inciso é importante destacar que as ações que envolvem o exercício do direito de greve em dissídio individual são de competência das Varas de Trabalho. Já o dissídio coletivo de greve é de competência do TRT. Ações de interdito proibitório em greve (ação possessória): 1ª corrente: Não é competência da Justiça do Trabalho. 2ª corrente: È competência da Justiça do Trabalho. � Compete à Justiça do Trabalho o julgamento de interdito proibitório para garantir o livre acesso de funcionários e clientes às agências bancárias, sob o risco de interdição, devido ao movimento grevista (Ag.Rg no CC 101.574-SP, 2ªS, j. em 25/3/2009, Info. 388). Súmula Vinculante 23 do STF: Competência - Processo e Julgamento - Ação Possessória - Exercício do Direito de Greve - Trabalhadores da Iniciativa Privada: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. Ações de terceiros atingidos por ilícitos no curso de greve: 1ª corrente: Competência da Justiça do Trabalho. 2ª corrente: Competência da Justiça Comum. Súmula 189 do TST GREVE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. ABUSIVIDADE A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não, da greve. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 13 III – as ações sobre representação sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição. V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art.102, I, o; Atenção: O conflito de competência é um incidente processual que ocorre quando dois órgãos judiciais proclamam-se competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito negativo) para processar e julgar determinado processo. � Não há conflito de competência se já existe sentença com trânsito em julgado proferida por um dos juízes conflitantes. � Não poderá suscitar conflito a parte que já apresentou exceção de incompetência. � Serão dirimidos pelos TRTs os conflitos de competência suscitados entre Varas do trabalho da mesma região, entre juízes de direito investido na jurisdição trabalhista da mesma região ou entre varas de trabalho e juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista da mesma região (art. 808 da CLT). � Serão dirimidos pelo TST quando suscitado entre TRTs, entre varas do trabalho e juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais diferentes (art. 808 da CLT). � Serão resolvidos pelo STJ os conflitos suscitados entre vara do trabalho e juiz de direito não investido na jurisdição trabalhista (art. 105, I, d da CF/88). � Serão resolvidos pelo STF quando suscitado entre TST e órgão de outros ramos do Judiciário (art. 102, I, o da CF/88). � Não há conflito de competência entre TRT e Vara de trabalho e nem entre o TRT e o TST (Súmula 420 do TST). Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 14 VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; É importante lembrar da Súmula 392 do TST. Súmula 392 do TST Nos termos do art. 114 da CF/1988, a Justiça do Trabalho é competente para dirimir controvérsias referentes à indenização por dano moral, quando decorrente da relação de trabalho. VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos Órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII – a execução de ofício das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a e II, e seus acréscimos legais decorrentes das sentenças que proferir. IX – Outras controvérsias decorrentes das relações de trabalho, na forma da lei. DICA: O TST modificou a redação da Súmula 368, para reconhecer, apenas a execução de ofício das contribuições previdenciárias provenientes das sentenças condenatórias. Quanto aos acordos firmados em Comissão de Conciliação Prévia, não é competente a Justiça do Trabalho para a execução das contribuições previdenciárias, devendo o INSS fazer o lançamento e execução fiscal fora da Justiça do Trabalho. Súmula 368 do TST I. A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário-de-contribuição. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 15 II. É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de condenação judicial, devendo incidir, em relação aos descontos fiscais, sobre o valor total da condenação, referente às parcelas tributáveis, calculado ao final, nos termos da Lei nº 8.541, de 23.12.1992, art. 46 e Provimento da CGJT nº 01/1996. III. Em se tratando de descontos previdenciários,o critério de apuração encontra-se disciplinado no art. 276, §4º, do Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº 8.212/1991 e determina que a contribuição do empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês, aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário de contribuição. OJ 414 do TST. Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 8.212/1991). Não podemos nos esquecer da súmula 300 do TST considera a Justiça do Trabalho competente para ações que objetivem o cadastramento do empregado no PIS. É importante falar também da Súmula 389 do TST! Súmula 389 do TST SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS. I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do seguro- desemprego. II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 16 � Competência absoluta em razão da pessoa: A competência em razão da pessoa é fixada levando-se em consideração a qualidade da parte que figura na relação jurídica processual. Exemplos: os Sindicatos (art.114, III da CF/88) e os entes de direito público externo (art. 114, I da CF/88). � Competência Relativa Territorial: No conceito de José Frederico Marques: “A competência territorial é aquela que distribui o poder jurisdicional dos juízes em razão das circunscrições judiciárias em que o país se divide”. As competências em razão da função e em razão do território dos órgãos da Justiça do Trabalho são fixadas pela Lei e não pela Constituição Federal, conforme reflete o art. 113 da CF/88. Art. 113 da CF/88 A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. Atenção: Competência Territorial da Justiça do Trabalho (art. 651 da CLT). A competência territorial na Justiça do Trabalho é, em regra, atribuída às Varas de Trabalho. É importante frisar que os TRTs e o TST possuem competência originária para o julgamento de determinadas causas trabalhistas. Art. 651 da CLT A competência das Varas de Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamado ou reclamante, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. A regra geral preconizada pelo caput do art. 651 da CLT estabelece como foro para o ajuizamento da reclamação trabalhista o lugar da prestação de serviços, ainda que o trabalhador tenha sido contratado em local diverso. Carlos Henrique Bezerra Leite afirma que quando o empregado tenha trabalhado em diversos estabelecimentos em locais diferentes, será competente para processar e julgar a ação a Vara do Trabalho do último lugar da execução dos serviços e não a de cada local dos estabelecimentos da empresa no qual tenha prestado serviços. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 17 Exemplificando: Um empregado foi contratado em Manaus, trabalhou em Belém, em Recife e depois foi dispensado em Fortaleza. Neste caso a ação deverá ser proposta em Fortaleza/CE. § 1º Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial (aquele que presta serviços em mais de uma localidade), a regra da competência é dúplice, porque o empregado poderá ajuizar a ação na localidade em que a empresa tenha filial e a esta esteja o empregado vinculado ou, em caso de inexistência de agência ou filial, poderá demandar na localidade de seu domicílio ou no local mais próximo de seu domicílio. § 2º A competência das varas do trabalho, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. O empregado poderá ser contratado em um país para prestar serviços em outro, ou ser contratado para prestar serviço em um país e depois ser transferido para outro. A Súmula 207 do TST estabelecia: ”a relação jurídica trabalhista será regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviços e não por aquelas do local da contratação”. Em Julho de 2009 foi alterado o caput da lei 7.064 de 1962 que só era aplicada aos empregados de empresas de engenharia que eram transferidos para o exterior. A partir daí a lei passou a ser aplicada a todos os empregados que contratados no Brasil e transferidos por mais de 90 dias para prestar serviços no exterior. Assim, passou-se a aplicar a norma mais favorável. Esta é a razão do cancelamento da súmula 207 do TST. Quando o empregado for contratado no Brasil e transferido para o exterior por mais de 90 dias será aplicada a lei mais favorável. Trata-se da competência de lei. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 18 O art. 651 da CLT trata da competência para julgamento. Não podemos confundir a legislação material a ser aplicada, com a competência da Justiça brasileira para apreciar e julgar a matéria. § 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. É importante ficar claro o que venha a ser “empregador que promova a realização de atividades fora do local do contrato de trabalho”. O parágrafo 3º é exceção à regra geral do caput do art. 651 da CLT e deverá ser utilizado quando o empregador exercer a sua atividade em locais transitórios, eventuais ou incertos. Exemplificando: Empresas que promovam a prestação de serviços fora do local da contratação são: auditorias, atividades circenses, instalação de caldeiras, reflorestamento, exposições, feiras, desfiles de moda, montadoras, etc. Vamos estudar agora alguns importantes institutos em relação à competência: Prevenção: A Prevenção ocorrerá quando dois juízes forem competentes e for necessário determinar qual juiz julgará aquela ação. Quando os juízes tenham a mesma competência territorial o juiz prevento será aquele que despachou em primeiro lugar e quando os juízes tiverem competência territorial distinta será considerado prevento aquele em que ocorreu a primeira citação válida (arts. 106 e 219 do CPC). Conexão: A competência relativa poderá ser modificada por conexão e continência. O art. 102 do CPC será aplicado ao Processo do Trabalho por força do art. 769 da CLT. Reza o art. 102 do CPC que a competência em razão do valor e do território, poderá modificar-se pela conexão ou continência. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e QuestõesFCC PROFESSORA: Déborah Paiva 19 O art. 103 do CPC estabelece que duas ou mais ações serão conexas quando lhes for comum o objeto ou a causa de pedir. Na Justiça do Trabalho é comum haver conexão entre demandas trabalhistas que apresentem em comum o mesmo pedido ou a causa de pedir. Continência: O art. 104 do CPC estabelece que a continência ocorrerá, quando entre duas ou mias ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma por ser mais amplo abrange o das outras. No Processo do Trabalho é comum haver continência quando, por exemplo, o reclamante propõe duas reclamações trabalhistas em face de uma mesma empregadora, mas o rol de pedidos de uma é mais abrangente do que o de outra. Havendo conexão ou continência o juízo competente será aquele do local em que a inicial trabalhista foi distribuída em primeiro lugar. IMPORTANTE: A competência em razão da função (funcional) é aquela que se refere à distribuição das atribuições cometidas aos diferentes órgãos da Justiça do Trabalho. Esta competência geralmente é pouco cobrada em concursos, que abordam mais a competência das Varas do Trabalho. A competência funcional das Varas do Trabalho é exercida pelo juiz titular ou substituto (artigos 652, 653 da CLT e 114 da CF\88). Compete funcionalmente à Vara do Trabalho do local onde ocorreu lesão ou ameaça a interesses ou direitos metaindividuais (difusos, coletivos ou individuais homogêneos) processar e julgar ação civil pública promovida pelo Ministério Público do Trabalho ou associação sindical (art. 83, III da Lei complementar 75\93 combinado com o art. 2º da lei 7.347\85 e o art. 93 da Lei 8.078\90. A competência Funcional dos Tribunais Regionais do Trabalho está inserida no art. 678 da CLT. Já a competência funcional dos presidentes dos Tribunais Regionais está prevista no art. 682 da CLT. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 20 Competência do Tribunal Superior do Trabalho: A principal função do TST é uniformizar a jurisprudência trabalhista. A competência do TST está disciplinada pela Lei 7.701\88 e pela Resolução Administrativa 1.295\2008 que instituiu o Regimento Interno do TST. O regimento interno do TST e a competência do TST são abordados em concurso do TST, sendo raramente abordado em concursos para o TRT, por isto não entrei neste tema na aula passada. 1.3. Conflito de Competência: Quando ocorre o conflito de competência, ou seja, quando dois juízes declaram-se competentes ou incompetentes para processar e julgar determinadas ações, quem irá solucioná-los será: TRT Suscitados entre Varas de Trabalho TST Suscitado entre Tribunais Regionais do Trabalho. Suscitados entre varas e juízes de direito investidos na jurisdição trabalhista de regiões distintas. STF Conflitos entre STJ e qualquer outro Tribunal. Entre Tribunais Superiores. Entre Tribunais Superiores e qualquer outro Tribunal. STJ Entre quaisquer Tribunais, exceto se houver Tribunal Superior. Entre Tribunal e Juízes a ele não vinculados. Entre juízes vinculados a tribunais diversos DICA: Aposto com vocês que caso seja cobrado na prova o tema conflito de competência, a banca irá abordar a Súmula 420 do TST, que estabelece que entre as Varas de Trabalho e os Tribunais Regionais do Trabalho a que estejam vinculadas, há relação de hierarquia e, por isso, não ocorrerá conflito de competência. Súmula 420 do TST Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 21 1.4. Questões FCC: 1. (Juiz do Trabalho – TRT 24ª Região – 2006) Analise as proposições seguintes: I. A competência das Varas do Trabalho estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. Não obstante, o direito material a ser aplicável será o vigente no país da prestação de serviços. II. Compete ao Ministério Público do Trabalho propor ações visando a declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores. III. O empregado e o empregador, no contrato de emprego, podem estabelecer foro de eleição. IV. Quando dois ou mais juízos se derem por incompetentes, dá-se o conflito de competência negativo. Possível é o conflito de competência entre TRT e Vara do Trabalho a ele vinculada, o qual será dirimido pelo TST. a) somente as proposições III e IV são corretas; b) todas as proposições são corretas; c) somente as proposições I e II são corretas; d) somente as proposições I, II e III são corretas; e) somente as proposições II, III e IV são corretas; 2. (FCC/ Analista Judiciário - Área Judiciária - TRT 6ª REGIÃO/2006) É competente para conhecer e julgar reclamação trabalhista ajuizada por empregado, que tem domicílio em Caruaru e foi contratado em Recife, tendo prestado serviços em Cabo de Santo Agostinho para instituição bancária, cuja matriz está situada em São Paulo, a Vara do Trabalho de (A) Cabo de Santo Agostinho ou Caruaru. (B) Cabo de Santo Agostinho ou São Paulo. (C) Recife, apenas. (D) Recife ou São Paulo. (E) Cabo de Santo Agostinho, apenas. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 22 3. (FCC/Técnico Judiciário/TRT-16ª Região/2009) A competência em razão da matéria, da função e do território, na Justiça do Trabalho, são consideradas, respectivamente, (A) absoluta, absoluta e relativa. (B) relativa, absoluta e absoluta. (C) absoluta, relativa e absoluta. (D) relativa, relativa e absoluta. (E) relativa, absoluta e relativa. 4. (Juiz do Trabalho – TRT 23ª Região – 2007) As execuções das contribuições previdenciárias decorrentes das sentenças trabalhistas, tendo em vista a natureza de tributo federal das mesmas, devem ser processadas perante a Justiça Federal Comum; 5. (Juiz do Trabalho – TRT 23ª Região – 2007) A Justiça do Trabalho não possui competência para apreciar ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho. 6. (FCC- PGE-AM- 2010) Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar (A) ações penais decorrentes das relações de trabalho, a partir do advento da Emenda Constitucional nº 45, de 2004. (B) os mandados de segurança, individuais ou coletivos, habeas corpus, habeas data, quando o ato questionado envolver matéria relacionada às relações de trabalho, inclusive de servidores públicos estatutários. (C) ações de indenização por dano moral ou patrimonial, ainda que não decorrentes diretamente das relações de trabalho. (D) ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho. (E) ações postulando cobrança de honorários advocatícios. 7. (FCC/Juiz do Trabalho – TRT/14ª Região/2003) Havendo conflito de competência caberá: I) Ao STJ julgar o conflito de competência suscitado entre as Varas do Trabalho e os Juízos de Direito, quando investidos da jurisdição trabalhista, porque estão sujeitos à jurisdição de Tribunais diferentes; (II) Ao STF julgar o conflito de competência suscitado entre os Tribunais Regionais do Trabalho; III) Ao Tribunal Regional do Trabalho julgar os conflitos de competência suscitados entre as Varas do Trabalho; Processodo Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 23 IV) Ao TST julgar os conflitos de competência entre Varas do Trabalho e o Tribunal Regional respectivo. Assinale a resposta: a) apenas a afirmativa IV está correta; b) apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas; c) apenas as afirmativas I e III estão corretas; d) apenas a afirmativa III está correta; 8. (FCC- Técnico Judiciário – área administrativa – TRT 11ª Região – 2005) A jurisdição de cada Vara do Trabalho abrange todo o território da comarca em que tem sede, só podendo ser estendida ou restringida por lei (A) federal. (B) estadual. (C) municipal. (D) estadual ou lei federal. (E) municipal ou lei estadual. 9. (FCC- Técnico Judiciário – área administrativa – TRT 20ª Região – 2006) De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, em regra, a competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde (A) o empregado, reclamante ou reclamado, foi contratado para prestar serviços, exceto se foi contratado no estrangeiro. (B) está sediada a empresa empregadora ou o domicílio do empregador quando este for pessoa física. (C)) o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. (D) o empregado, reclamante ou reclamado, foi contratado para prestar serviços, inclusive se foi contratado no estrangeiro. (E) está a filial mais próxima da empresa empregadora ou o domicílio do empregador quando este for pessoa física. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 24 10. (FCC – Analista Judiciário – Execução de Mandados TRT– GO- 2008) De acordo com a CLT, com relação à competência em razão do lugar, não estando o empregado viajante comercial subordinado a agência ou filial, mas à matriz da empresa empregadora será competente para apreciar reclamação trabalhista a Vara (A) onde está localizada a matriz ou qualquer uma das agências ou filiais da empresa. (B) do local da última prestação de serviços realizada pelo reclamante. (C) do domicílio do reclamante, apenas. (D) do local da primeira prestação de serviços realizada pelo reclamante. (E) do domicílio do empregado ou a localidade mais próxima. 11. (FCC – Técnico Judiciário - TRT 11ª Região - 2012) Quanto à organização, jurisdição e competência da Justiça do Trabalho, é INCORRETO afirmar que (A) a Justiça do Trabalho é competente, para processar e julgar as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão de Obra decorrentes da relação de trabalho. (B) a competência das Varas do Trabalho, em regra, é determinada pelo local da contratação ou domicílio do empregado, ainda que tenha sido diversa a localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador. (C) conforme previsão constitucional compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações sobre representação sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores. (D) os Tribunais Regionais do Trabalho serão compostos de, no mínimo, sete juízes, sendo um quinto dentre advogados e membros do Ministério Público do Trabalho e os demais mediante promoção de Juízes do Trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente. (E) nas localidades em que existir mais de uma Vara do Trabalho haverá um distribuidor, cuja principal competência é a distribuição, pela ordem rigorosa de entrada, e sucessivamente a cada Vara, dos feitos que, para esse fim, lhe forem apresentados pelos interessados. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 25 12. (CESPE - Exame de Ordem 2007-3) Alfredo, empregado da Empresa Mala Direta S.A., ao perceber que a empresa não havia providenciado o seu cadastro no PIS, procurou a diretoria da empresa para sanar a omissão, obtendo como resposta que a empresa não tomaria qualquer providência a esse respeito. Nessa situação, caso Alfredo venha a demandar contra a empresa, objetivando o cadastramento no PIS, ele deve mover a ação perante A) a justiça federal. B) a justiça comum estadual. C) o STJ. D) a justiça do trabalho. 13. (CESPE – TRT 1ª Reg. /Analista Judiciário/2008) Em execução de sentença trabalhista, Lúcio adjudicou fração ideal de imóvel rural pertencente a Antônio e pediu ao juízo do trabalho que determinasse a imissão na posse. Antônio se opôs, por meio de uma série de incidentes e recursos, todos na justiça especializada. Inconformado com a delonga no trâmite da execução trabalhista, Lúcio manejou ação de imissão na posse perante a justiça comum estadual e obteve antecipação de tutela. Avisado da decisão da justiça comum estadual, o juízo do trabalho suscitou ao STJ conflito positivo de competência. Com relação à situação descrita e a aspectos referentes ao conflito de competência, assinale a opção correta. A) O conflito de competência mencionado não deveria ser conhecido pelo STJ, pois não cabe a ele julgar conflito positivo entre juiz do trabalho e juiz de direito. B) Compete ao STF julgar o conflito de competência entre TRF e o TST. C) A decisão do juízo do trabalho que suscitou o conflito positivo comportaria recurso. D) O conflito em questão teria de ser proposto no STF. E) É possível a configuração de conflito de competência entre TRT e a vara do trabalho a ele vinculada. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 26 14. (FCC - Analista Administrativo - TRT 11º Região – 2012) O trabalhador firmou contrato de trabalho com a empresa no município “Alfa” para prestar serviços no município “Beta”. A empresa possui sua sede e domicílio no município “Gama”. Após ser dispensado o trabalhador, que reside no município “Delta”, resolve ajuizar ação reclamatória trabalhista para receber seus haveres rescisórios. Neste caso, de acordo com a CLT, deverá ajuizar a reclamatória no município (A) “Alfa” porque foi o local onde da celebração do contrato. (B) “Delta” porque é o domicílio do trabalhador reclamante. (C) “Gama” porque é o domicílio da empresa reclamada. (D) “Alfa” ou “Delta” porque o trabalhador poderá optar pelo local da celebração do contrato ou pelo seu domicílio. (E) “Beta” porque foi o local da prestação dos serviços. 15. (FCC – Analista Execução e Mandados – TRT 6ª Região – 2012) Quanto às regras aplicáveis à jurisdição e competência, é INCORRETO afirmar: a) Para efeito de jurisdição dos Tribunais Regionais do Trabalho, o território nacional é dividido em 24 (vinte e quatro) regiões. b) A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações entre os trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO decorrentes da relação de trabalho. c) Compete às Varas do Trabalho conciliar e julgar os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice. d) Compete aos Tribunais Regionais do Trabalho determinar às Varas do Trabalho a realização dos atos processuais e diligências necessárias ao julgamento dos feitos sob sua apreciação. e) A competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade da contratação do empregado, reclamante ou reclamado, independente do local da prestação dos serviços ao empregador. ------------------------------------------------------------------------- Marquem aqui o gabarito de vocês: 01. 04. 07. 10. 13. 02. 05. 08. 11. 14. 03. 06. 09. 12. 15. -------------------------------------------------------------------------Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 27 1.5. Questões FCC comentadas: 1. (Juiz do Trabalho – TRT 24ª Região – 2006) Analise as proposições seguintes: I. A competência das Varas do Trabalho estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. Não obstante, o direito material a ser aplicável será o vigente no país da prestação de serviços. II. Compete ao Ministério Público do Trabalho propor ações visando a declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores. III. O empregado e o empregador, no contrato de emprego, podem estabelecer foro de eleição. IV. Quando dois ou mais juízos se derem por incompetentes, dá-se o conflito de competência negativo. Possível é o conflito de competência entre TRT e Vara do Trabalho a ele vinculada, o qual será dirimido pelo TST. a) somente as proposições III e IV são corretas b) todas as proposições são corretas c) somente as proposições I e II são corretas d) somente as proposições I, II e III são corretas e) somente as proposições II, III e IV são corretas Comentários: O empregado poderá ser contratado em um país para prestar serviços em outro, ou ser contratado para prestar serviço em um país e depois ser transferido para outro. A Súmula 207 do TST estabelecia que a relação jurídica trabalhista seria regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviços e não por aquelas do local da contratação. Não podemos confundir a legislação material a ser aplicada, com a competência da Justiça brasileira para apreciar e julgar a matéria. Assim, antes do cancelamento da súmula estaria correta também a segunda parte da assertiva que diz “Não obstante, o direito material a ser aplicável será o vigente no país da prestação de serviços”. Art. 651 da CLT A competência das Varas de Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamado ou reclamante, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 28 § 2º A competência das varas do trabalho, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. Art. 83 da LC 75/93 Compete ao Ministério Público do Trabalho o exercício das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justiça do Trabalho: IV - propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores; Não existe foro de eleição na Justiça do Trabalho. E, em relação ao conflito de competência a Súmula 420 do TST afirma que não configura conflito de competência entre a Vara de Trabalho e o TRT a que for vinculada. Súmula 420 do TST Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada. 2. (FCC/ Analista Judiciário - Área Judiciária - TRT 6ª REGIÃO/2006) É competente para conhecer e julgar reclamação trabalhista ajuizada por empregado, que tem domicílio em Caruaru e foi contratado em Recife, tendo prestado serviços em Cabo de Santo Agostinho para instituição bancária, cuja matriz está situada em São Paulo, a Vara do Trabalho de (A) Cabo de Santo Agostinho ou Caruaru. (B) Cabo de Santo Agostinho ou São Paulo. (C) Recife, apenas. (D) Recife ou São Paulo. (E) Cabo de Santo Agostinho, apenas. Comentários: Letra E. A regra geral do art. 651 da CLT é o fundamento da questão. O empregado prestou serviços em Cabo de Santo Agostinho, sendo este o foro competente. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 29 3. (FCC/Técnico Judiciário/TRT-16ª Região/2009) A competência em razão da matéria, da função e do território, na Justiça do Trabalho, são consideradas, respectivamente, (A) absoluta, absoluta e relativa. (B) relativa, absoluta e absoluta. (C) absoluta, relativa e absoluta. (D) relativa, relativa e absoluta. (E) relativa, absoluta e relativa. Comentários: Letra A. Lembrem-se das siglas MPF (Absoluta) e VT (Relativa). 4. (Juiz do Trabalho – TRT 23ª Região – 2007) As execuções das contribuições previdenciárias decorrentes das sentenças trabalhistas, tendo em vista a natureza de tributo federal das mesmas, devem ser processadas perante a Justiça Federal Comum; Comentários: A assertiva está incorreta, uma vez que violou o entendimento sumulado do TST (Súmula 368, I do TST). Súmula 368 do TST DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário-de-contribuição. 5. (Juiz do Trabalho – TRT 23ª Região – 2007) A Justiça do Trabalho não possui competência para apreciar ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho. Comentários: Incorreta, porque o art. 114 da CF/88 ampliou a competência da Justiça do Trabalho, através da Emenda Constitucional 45/2004. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 30 Art. 114, VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos Órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 6. (FCC- PGE-AM- 2010) Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar (A) ações penais decorrentes das relações de trabalho, a partir do advento da Emenda Constitucional nº 45, de 2004. (B) os mandados de segurança, individuais ou coletivos, habeas corpus, habeas data, quando o ato questionado envolver matéria relacionada às relações de trabalho, inclusive de servidores públicos estatutários. (C) ações de indenização por dano moral ou patrimonial, ainda que não decorrentes diretamente das relações de trabalho. (D) ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho. (E) ações postulando cobrança de honorários advocatícios. Comentários: A competência é a delimitação da jurisdição, ou seja, a determinação da esfera de atribuições dos órgãos encarregados da função jurisdicional. A Competência Material da Justiça do Trabalho está estabelecida pelo art. 114 da CF\88, que foi abordado pela banca nesta questão. Art. 114 da CRFB/88 Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; III – as ações sobre representação sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição.Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 31 V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art.102, I, o; VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos Órgãos de fiscalização das relações de trabalho; VIII – a execução de ofício das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a e II, e seus acréscimos legais decorrentes das sentenças que proferir. IX – Outras controvérsias decorrentes das relações de trabalho, na forma da lei. 7. (FCC/Juiz do Trabalho – TRT/14ª Região/2003) Havendo conflito de competência caberá: I) Ao STJ julgar o conflito de competência suscitado entre as Varas do Trabalho e os Juízos de Direito, quando investidos da jurisdição trabalhista, porque estão sujeitos à jurisdição de Tribunais diferentes; (II) Ao STF julgar o conflito de competência suscitado entre os Tribunais Regionais do Trabalho; III) Ao Tribunal Regional do Trabalho julgar os conflitos de competência suscitados entre as Varas do Trabalho; IV) Ao TST julgar os conflitos de competência entre Varas do Trabalho e o Tribunal Regional respectivo. Assinale a resposta: a) apenas a afirmativa IV está correta; b) apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas; c) apenas as afirmativas I e III estão corretas; d) apenas a afirmativa III está correta; Comentários: I- Ao TST caberá julgar o conflito entre as Varas de Trabalho e os Juízes de Direito investidos de jurisdição trabalhista, e não ao STJ. II- Ao TST caberá julgar os conflitos de competência entre dois Tribunais Regionais do Trabalho e não ao STF. III- Ao TRT caberá julgar os conflitos suscitados entre as Varas de Trabalho, portanto correta esta assertiva. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 32 IV- De acordo com a Súmula 420 do TST acima mencionada, não haverá conflito de competência entre TRT e Vara de Trabalho a ele vinculada. Incorreta a assertiva. Súmula 420 do TST Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada. 8. (FCC- Técnico Judiciário – área administrativa – TRT 11ª Região – 2005) A jurisdição de cada Vara do Trabalho abrange todo o território da comarca em que tem sede, só podendo ser estendida ou restringida por lei (A) federal. (B) estadual. (C) municipal. (D) estadual ou lei federal. (E) municipal ou lei estadual. Comentários: O art. 650 da CLT estabelece que a jurisdição de cada Vara do Trabalho abrange todo o território da comarca em que tem sede, só podendo ser estendida ou restringida por lei federal. 9. (FCC- Técnico Judiciário – área administrativa – TRT 20ª Região – 2006) De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, em regra, a competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde (A) o empregado, reclamante ou reclamado, foi contratado para prestar serviços, exceto se foi contratado no estrangeiro. (B) está sediada a empresa empregadora ou o domicílio do empregador quando este for pessoa física. (C)) o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. (D) o empregado, reclamante ou reclamado, foi contratado para prestar serviços, inclusive se foi contratado no estrangeiro. (E) está a filial mais próxima da empresa empregadora ou o domicílio do empregador quando este for pessoa física. Comentários: A competência territorial na Justiça do Trabalho é, em regra, atribuída às Varas de Trabalho. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 33 Art. 651 da CLT A competência das Varas de Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamado ou reclamante, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. § 1º Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. § 2º A competência das varas do trabalho, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. § 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. 10. (FCC – Analista Judiciário – Execução de Mandados TRT– GO- 2008) De acordo com a CLT, com relação à competência em razão do lugar, não estando o empregado viajante comercial subordinado a agência ou filial, mas à matriz da empresa empregadora será competente para apreciar reclamação trabalhista a Vara (A) onde está localizada a matriz ou qualquer uma das agências ou filiais da empresa. (B) do local da última prestação de serviços realizada pelo reclamante. (C) do domicílio do reclamante, apenas. (D) do local da primeira prestação de serviços realizada pelo reclamante. (E) do domicílio do empregado ou a localidade mais próxima. Comentários: A assertiva abordou o parágrafo 1º do art. 651 da CLT, portanto, o viajante comercial que não estiver subordinado à agência ou filial terá o seu domicílio ou a localidade mais próxima como foro competente. Letra E. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 34 A regra geral preconizada pelo caput do art. 651 da CLT estabelece como foro para o ajuizamento da reclamação trabalhista o lugar da prestação de serviços, ainda que o trabalhador tenha sido contratado em local diverso. Carlos Henrique Bezerra Leite afirma que quando o empregado tenha trabalhado em diversos estabelecimentos, em locais diferentes, será competente para processar e julgar a ação a Vara do Trabalho do último lugar da execução dos serviços e não a de cada local dos estabelecimentos da empresa, no qual tenha prestado serviços. Art. 651 da CLT A competência das Varas de Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamado ou reclamante, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. 11. (FCC – Técnico Judiciário - TRT 11ª Região - 2012) Quanto à organização, jurisdição e competência da Justiça do Trabalho, é INCORRETO afirmar que (A) a Justiça do Trabalho é competente, para processar e julgar as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão de Obra decorrentes da relação de trabalho. (B) a competência das Varas do Trabalho, em regra, é determinada pelo local da contratação ou domicílio do empregado, ainda que tenha sido diversa a localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador. (C) conforme previsão constitucional compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações sobre representação sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores. (D) os Tribunais Regionais do Trabalho serão compostos de, no mínimo, sete juízes, sendo um quinto dentre advogados e membros do Ministério Público do Trabalho e os demaismediante promoção de Juízes do Trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente. (E) nas localidades em que existir mais de uma Vara do Trabalho haverá um distribuidor, cuja principal competência é a distribuição, pela ordem rigorosa de entrada, e sucessivamente a cada Vara, dos feitos que, para esse fim, lhe forem apresentados pelos interessados. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 35 Comentários: Letra B. Art. 651 da CLT A competência das Varas de Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamado ou reclamante, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. 12. (CESPE - Exame de Ordem 2007-3) Alfredo, empregado da Empresa Mala Direta S.A., ao perceber que a empresa não havia providenciado o seu cadastro no PIS, procurou a diretoria da empresa para sanar a omissão, obtendo como resposta que a empresa não tomaria qualquer providência a esse respeito. Nessa situação, caso Alfredo venha a demandar contra a empresa, objetivando o cadastramento no PIS, ele deve mover a ação perante A) a justiça federal. B) a justiça comum estadual. C) o STJ. D) a justiça do trabalho. Comentários: Letra D (Súmula 300 do TST). A Súmula 300 do TST considera a Justiça do Trabalho competente para ações que objetivem o cadastramento do empregado no PIS. 13. (CESPE – TRT 1ª Reg. /Analista Judiciário/2008) Em execução de sentença trabalhista, Lúcio adjudicou fração ideal de imóvel rural pertencente a Antônio e pediu ao juízo do trabalho que determinasse a imissão na posse. Antônio se opôs, por meio de uma série de incidentes e recursos, todos na justiça especializada. Inconformado com a delonga no trâmite da execução trabalhista, Lúcio manejou ação de imissão na posse perante a justiça comum estadual e obteve antecipação de tutela. Avisado da decisão da justiça comum estadual, o juízo do trabalho suscitou ao STJ conflito positivo de competência. Com relação à situação descrita e a aspectos referentes ao conflito de competência, assinale a opção correta. A) O conflito de competência mencionado não deveria ser conhecido pelo STJ, pois não cabe a ele julgar conflito positivo entre juiz do trabalho e juiz de direito. B) Compete ao STF julgar o conflito de competência entre TRF e o TST. C) A decisão do juízo do trabalho que suscitou o conflito positivo comportaria recurso. D) O conflito em questão teria de ser proposto no STF. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 36 E) É possível a configuração de conflito de competência entre TRT e a vara do trabalho a ele vinculada. Comentários: Letra B. A letra a está errada porque o STJ tem competência para julgar o conflito entre o juiz do trabalho e o juiz de direito. A letra e está errada por violar a Súmula 420 do TST. Súmula 420 do TST Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada. 14. (FCC - Analista Administrativo - TRT 11º Região – 2012) O trabalhador firmou contrato de trabalho com a empresa no município “Alfa” para prestar serviços no município “Beta”. A empresa possui sua sede e domicílio no município “Gama”. Após ser dispensado o trabalhador, que reside no município “Delta”, resolve ajuizar ação reclamatória trabalhista para receber seus haveres rescisórios. Neste caso, de acordo com a CLT, deverá ajuizar a reclamatória no município (A) “Alfa” porque foi o local onde da celebração do contrato. (B) “Delta” porque é o domicílio do trabalhador reclamante. (C) “Gama” porque é o domicílio da empresa reclamada. (D) “Alfa” ou “Delta” porque o trabalhador poderá optar pelo local da celebração do contrato ou pelo seu domicílio. (E) “Beta” porque foi o local da prestação dos serviços. Comentários: Letra E. A regra geral preconizada pelo caput do art. 651 da CLT estabelece como foro para o ajuizamento da reclamação trabalhista o lugar da prestação de serviços, ainda que o trabalhador tenha sido contratado em local diverso. Art. 651 da CLT A competência das Varas de Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamado ou reclamante, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. Carlos Henrique Bezerra Leite afirma que quando o empregado tenha trabalhado em diversos estabelecimentos em locais diferentes, será competente para processar e julgar a ação a Vara do Trabalho do último lugar da execução dos serviços e não a de cada local dos estabelecimentos da empresa no qual tenha prestado serviços. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 37 Exemplificando: Um empregado foi contratado em Manaus, trabalhou em Belém, em Recife e depois foi dispensado em Fortaleza. Neste caso a ação deverá ser proposta em Fortaleza/CE. § 1º Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial (aquele que presta serviços em mais de uma localidade), a regra da competência é dúplice, porque o empregado poderá ajuizar a ação na localidade em que a empresa tenha filial e a esta esteja o empregado vinculado ou, em caso de inexistência de agência ou filial, poderá demandar na localidade de seu domicílio ou no local mais próximo de seu domicílio. § 2º A competência das varas do trabalho, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. O empregado poderá ser contratado em um país para prestar serviços em outro, ou ser contratado para prestar serviço em um país e depois ser transferido para outro. A Súmula 207 do TST estabelecia: ”a relação jurídica trabalhista será regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviços e não por aquelas do local da contratação”. Em Julho de 2009 foi alterado o caput da lei 7.064 de 1962 que só era aplicada aos empregados de empresas de engenharia que eram transferidos para o exterior. A partir daí a lei passou a ser aplicada a todos os empregados que contratados no Brasil e transferidos por mais de 90 dias para prestar serviços no exterior. Assim, passou-se a aplicar a norma mais favorável. Esta é a razão do cancelamento da súmula 207 do TST. Quando o empregado for contratado no Brasil e transferido para o exterior por mais de 90 dias será aplicada a lei mais favorável. Trata-se da competência de lei. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 38 O art. 651 da CLT trata da competência par julgamento. Não podemos confundir a legislação material a ser aplicada, com a competência da Justiça brasileira para apreciar e julgar a matéria. § 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. É importante ficar claro o que venha a ser “empregador que promova a realização de atividades fora do local do contrato de trabalho”. O parágrafo 3º é exceção à regra geral do caput do art. 651da CLT e deverá ser utilizado quando o empregador exercer a sua atividade em locais transitórios, eventuais ou incertos. Exemplificando: Empresas que promovam a prestação de serviços fora do local da contratação são: auditorias, atividades circenses, instalação de caldeiras, reflorestamento, exposições, feiras, desfiles de moda, montadoras, etc. 15. (FCC – Analista Execução e Mandados – TRT 6ª Região – 2012) Quanto às regras aplicáveis à jurisdição e competência, é INCORRETO afirmar: a) Para efeito de jurisdição dos Tribunais Regionais do Trabalho, o território nacional é dividido em 24 (vinte e quatro) regiões. b) A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações entre os trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO decorrentes da relação de trabalho. c) Compete às Varas do Trabalho conciliar e julgar os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice. d) Compete aos Tribunais Regionais do Trabalho determinar às Varas do Trabalho a realização dos atos processuais e diligências necessárias ao julgamento dos feitos sob sua apreciação. e) A competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade da contratação do empregado, reclamante ou reclamado, independente do local da prestação dos serviços ao empregador. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 39 Comentários: Letra E. O art. 674 da CLT estabelece que para efeito de jurisdição os Tribunais Regionais do Trabalho são divididos em 24 regiões. Art. 674. Para efeito da jurisdição dos Tribunais Regionais, o território nacional é dividido nas 24 (vinte e quatro) Regiões seguintes: 1ª Região - Estado do Rio de Janeiro; 2ª Região - Estado de São Paulo; 3ª Região - Estado de Minas Gerais; 4ª Região - Estado do Rio Grande do Sul; 5ª Região - Estado da Bahia; 6ª Região - Estado de Pernambuco; 7ª Região - Estado do Ceará; 8ª Região - Estado do Pará e do Amapá; 9ª Região - Estado do Paraná; 10ª Região - Distrito Federal 11ª Região - Estado do Amazonas e de Roraima; 12ª Região - Estado de Santa Catarina; 13ª Região - Estado da Paraíba; 14ª Região - Estado de Rondônia e Acre; 15ª Região - Estado de São Paulo (área não abrangida pela jurisdição estabelecida na 2ª Região); 16ª Região - Estado do Maranhão; 17ª Região - Estado do Espírito Santo; 18ª Região - Estado de Goiás; 19ª Região - Estado de Alagoas; 20ª Região - Estado de Sergipe; 21ª Região - Estado do Rio Grande do Norte; 22ª Região - Estado do Piauí; 23ª Região - Estado do Mato Grosso; 24ª Região - Estado do Mato Grosso do Sul. Parágrafo único. Os Tribunais têm sede nas cidades: Rio de Janeiro (1ª Região), São Paulo (2ª Região), Belo Horizonte (3ª Região), Porto Alegre (4ª Região), Salvador (5ª Região), Recife (6ª Região), Fortaleza (7ª Região), Belém (8ª Região), Curitiba (9ª Região), Brasília (10ª Região), Manaus (11ª Região), Florianópolis (12ª Região), João Pessoa (13ª Região), Porto Velho (14ª Região), Campinas (15ª Região), São Luís (16ª Região), Vitória (17ª Região), Goiânia (18ª Região), Maceió (19ª Região), Aracaju (20ª Região), Natal (21ª Região), Teresina (22ª Região), Cuiabá (23ª Região) e Campo Grande (24ª Região). Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 40 ⇒ Compete às Varas de Trabalho: a) conciliar e julgar: I- os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de empregado; II- os dissídios concernentes à remuneração, férias e indenização por motivo de rescisão do contrato individual do trabalho; III- os dissídios resultantes de contratos de empreitada em que o empreiteiro seja operário ou artífice; IV- os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho. V- as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o órgão gestor de mão-de-obra OGMO decorrentes das relações de trabalho. b) processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave; c) julgar os embargos opostos ás suas próprias decisões; d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência. O art. 680 da CLT foi abordado na letra “D”. Art. 680. Compete, ainda, aos Tribunais Regionais, ou suas Turmas: a) determinar às juntas e aos Juízes de Direito a realização dos atos processuais e diligências necessárias ao julgamento dos feitos sob sua apreciação; b) fiscalizar o cumprimento de suas próprias decisões; c) julgar as suspeições argüidas contra seus membros; e) julgar as exceções de incompetência que lhe forem impostas; f) requisitar às autoridades competentes as diligências necessárias ao esclarecimento dos feitos sob apreciação, representado contra aquelas que não atenderem a tais requisições; g) exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho, as demais atribuições que decorrem de sua jurisdição. Bem, chegamos ao final desta aula. Aguardo vocês para a próxima aula. Bons estudos. Processo do Trabalho TRT – RIO Analista Judiciário e Execução de Mandados Teoria e Questões FCC PROFESSORA: Déborah Paiva 41 Estarei à disposição de vocês no fórum do curso, para quaisquer dúvidas. Um forte abraço a todos, Déborah Paiva professoradeborahpaiva@blogspot.com deborah@pontodosconcursos.com.br
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