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Direito Processual do Trabalho: Exceções e Competências

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Processo do Trabalho TRT – RIO 
Analista Judiciário e Execução de Mandados 
Teoria e Questões FCC 
PROFESSORA: Déborah Paiva 
Profa. Déborah Paiva www.pontodosconcursos.com.br 1
 
Queridos alunos, 
 
A FCC gosta muito e abordar as exceções em Direito Processual do 
Trabalho. Assim, separei algumas questões, que já foram analisadas no 
decorrer do curso, para que vocês fiquem familiarizados com este tipo 
de abordagem. 
 
Vamos ao estudo! 
 
Aula 10: Seleção de “pegadinhas da FCC”. 
 
1. (FCC – Analista Judiciário – Execução de Mandados TRT– GO- 
2008) De acordo com a CLT, com relação à competência em razão do 
lugar, não estando o empregado viajante comercial subordinado a 
agência ou filial, mas à matriz da empresa empregadora será 
competente para apreciar reclamação trabalhista a Vara 
(A) onde está localizada a matriz ou qualquer uma das agências ou 
filiais da empresa. 
(B) do local da última prestação de serviços realizada pelo reclamante. 
(C) do domicílio do reclamante, apenas. 
(D) do local da primeira prestação de serviços realizada pelo 
reclamante. 
(E) do domicílio do empregado ou a localidade mais próxima. 
 
Comentários: Letra E. A FCC não abordou a regra geral do caput 
do art. 651 da CLT. 
 
A assertiva abordou o parágrafo 1º do art. 651 da CLT (EXCEÇÃO), 
portanto, o viajante comercial que não estiver subordinado à agência ou 
filial terá o seu domicílio ou a localidade mais próxima como foro 
competente. Letra E. 
 
A regra geral preconizada pelo caput do art. 651 da CLT estabelece 
como foro para o ajuizamento da reclamação trabalhista o lugar da 
prestação de serviços, ainda que o trabalhador tenha sido contratado 
em local diverso. 
 
 Art. 651 da CLT A competência das Varas de Trabalho é 
determinada pela localidade onde o empregado, reclamado ou 
reclamante, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido 
contratado noutro local ou no estrangeiro. (REGRA GERAL) 
 
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 § 1º Quando for parte no dissídio agente ou viajante 
comercial, a competência será da vara da localidade em que a 
empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja 
subordinado e, na falta, será competente a vara da localização em 
que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 
(EXCEÇÃO) 
 
2. (FCC- Técnico Judiciário – área administrativa – TRT 20ª 
Região – 2006) De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, 
em regra, a competência das Varas do Trabalho é determinada pela 
localidade onde 
(A) o empregado, reclamante ou reclamado, foi contratado para prestar 
serviços, exceto se foi contratado no estrangeiro. 
(B) está sediada a empresa empregadora ou o domicílio do empregador 
quando este for pessoa física. 
(C)) o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao 
empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no 
estrangeiro. 
(D) o empregado, reclamante ou reclamado, foi contratado para prestar 
serviços, inclusive se foi contratado no estrangeiro. 
(E) está a filial mais próxima da empresa empregadora ou o domicílio do 
empregador quando este for pessoa física. 
 
Comentários: Letra C. Observem que a FCC sinalizou no sentido da 
regra geral ao utilizar a expressão “em regra”. Geralmente quando ela 
aborda a regra, ela sinaliza. 
 
 Art. 651 da CLT A competência das Varas de Trabalho é 
determinada pela localidade onde o empregado, reclamado ou 
reclamante, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido 
contratado noutro local ou no estrangeiro. 
 
 A regra geral preconizada pelo caput do art. 651 da CLT 
estabelece como foro para o ajuizamento da reclamação trabalhista o 
lugar da prestação de serviços, ainda que o trabalhador tenha sido 
contratado em local diverso. 
 
 
 
 
 
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3. (FCC - Técnico Judiciário TRT Campinas – 2009) Considere as 
seguintes assertivas a respeito dos atos, termos e prazos processuais: 
I. Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado 
terminarão no primeiro dia útil seguinte. 
II. Os prazos processuais contam-se com exclusão do dia do começo e 
inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e ir releváveis. 
III. Os prazos processuais são sempre contínuos, irreleváveis e 
improrrogáveis. 
IV. É vedada, em qualquer hipótese, a realização de penhora em 
domingo ou feriado, em razão dos princípios constitucionais 
protecionistas. 
Está correto o que se afirma SOMENTE em 
(A) II e IV. 
(B) I, II e III. 
(C) II, III e IV. 
(D) I, III e IV. 
(E) I e II. 
 
Comentários: LETRA E. A FCC abordou no inciso IV a exceção contida 
no parágrafo único do art. 770 da CLT que permite que a penhora seja 
realizada em domingo ou feriado mediante autorização do Juiz. 
 
A questão abordou apenas os artigos 770 e 775 da CLT em relação aos 
prazos. Está correta a letra E. 
 
As assertivas I e II estão corretas (Art. 775 da CLT). 
Art. 775 da CLT Os prazos estabelecidos neste Título 
contam-se com exclusão do dia do começo e inclusão do 
dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, 
entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário 
pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente 
comprovada. Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em 
sábado, domingo ou feriado, terminarão no primeiro dia útil 
seguinte. 
O item III está incorreto, pois os prazos estabelecidos para o juiz são 
prorrogáveis, ou seja, são prazos dilatórios. O item IV está incorreto 
porque o art. 770 da CLT permite por autorização expressa do juiz a 
realização de penhoras em domingos e feriados. 
 
 
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DICA: Sobre prazos é importante lembrar que: 
 
Súmula 01 TST Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a 
publicação, com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial 
será contado da segunda-feira imediata inclusive, salvo se não houver 
expediente, caso em que fluirá no dia útil que se seguir. 
 
Súmula 16 TST Presume-se recebida a notificação 48 horas depois de 
sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso 
deste prazo constitui ônus de prova do destinatário. 
 
Súmula 30 TST Intimação da sentença - Quando não juntada a ata ao 
processo em 48 horas, contadas da audiência de julgamento ( art. 851 
§ 2º CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte 
receber a intimação da sentença 
 
Súmula 262 TST I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início 
do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem no 
subsequente. II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros 
do TST suspendem os prazos recursais. 
 
 
4. (FCC - Analista execução de mandados TRT 20ª Região - 2011) 
Com relação ao procedimento sumaríssimo, considere: 
I. Em regra, independentemente da complexidade da causa, ficam 
sujeitos ao rito sumaríssimo as causas cujo valor seja superior a 20 e 
inferior a 40 salários mínimos. 
II. Ficam excluídas do rito sumaríssimo as demandas em que é parte a 
Administração Pública Fundacional. 
III. Ficam excluídas do rito sumaríssimo as demandas em que é parte a 
Administração Pública Autárquica. 
III. O pedido poderá ser incerto desde que possibilite a regular 
liquidação de sentença para a execução do julgado. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) I e II. 
(B) I, II e III. 
(C) II e III. 
(D) II, III e IV. 
(E) III e IV.Processo do Trabalho TRT – RIO 
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Comentários: Letra C. O Inciso I fala “em regra” porque há exceções 
nas quais não será aplicado o procedimento sumaríssimo, independente 
do valor da causa (art. 852-A, parágrafo único da CLT). 
 
Com o objetivo de trazer maior celeridade para os processos julgados 
pela Justiça do Trabalho, a Lei 9.957 de 2000, introduziu o 
procedimento sumaríssimo no Processo do Trabalho. 
 
� O Procedimento ou Rito Sumaríssimo está previsto nos artigos 
852-A /852- I da CLT, que passarei a comentar! 
Art. 852-A da CLT - Os dissídios individuais cujo valor não 
exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do 
ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento 
sumaríssimo. 
Parágrafo único - Estão excluídas do procedimento 
sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração 
Pública direta, autárquica e fundacional. 
Pela leitura literal do artigo verificamos que o procedimento 
sumaríssimo não se aplica aos dissídios coletivos, uma vez que, o caput 
do artigo acima transcrito fala em dissídios individuais. 
Para verificar se os pedidos ultrapassam a 40 vezes o salário-mínimo, a 
data limite para o cálculo é a data do ajuizamento da ação. Este tipo de 
procedimento não será aplicado nas demandas em que figurarem como 
parte a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal, as 
Autarquias e as Fundações Públicas Federais. 
O pedido deverá ser certo ou determinado, uma vez que esta é a forma 
de verificar se a causa ultrapassa ou não os quarenta salários-mínimos. 
Caso o reclamante não faça pedido certo ou determinado e nem indique 
na petição inicial o endereço e nome correto do reclamado, o processo 
será arquivado e ele será condenado ao pagamento das custas 
calculadas sobre o valor dado à causa. 
 
 
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Principais distinções: 
 
Procedimento Ordinário Procedimento Sumaríssimo 
Até 3 testemunhas para cada parte Até 2 testemunhas para cada parte 
Relatório é exigido na sentença Relatório é dispensado 
Permite-se citação por Edital Não se admite citação por Edital 
Aplica-se às pessoas jurídicas de 
direito público 
Não se aplica às pessoas jurídicas 
de direito público 
Parecer oral ou escrito dos 
membros do MPT nos recursos 
Parecer oral dos membros do MPT 
nos recursos 
 
Não há exigência de pedido certo e 
determinado 
Há exigência de pedido certo e 
determinado. 
 
5. (FCC - Técnico Judiciário TRT 11ª Região - 2012) De acordo com 
a CLT, em regra, os atos processuais praticados no Processo Trabalhista 
serão 
(A) sempre públicos e realizar-se-ão nos dias úteis das 8 às 18 horas. 
(B) públicos salvo quando as partes estabelecerem o contrário e 
realizar-se-ão nos dias úteis das 6 às 20 horas. 
(C) públicos salvo quando o contrário determinar o juiz e realizar-se-ão 
nos dias úteis das 6 às 18 horas. 
(D) públicos salvo quando envolver pessoa pública de notoriedade social 
e a penhora poderá realizar-se em domingo ou dia de feriado, 
independente de autorização expressa do juiz. 
(E) públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social e 
realizar-se-ão nos dias úteis das 6 às 20 horas. 
 
Comentários: Letra E (art. 770 da CLT). A FCC abordou a regra geral do 
art. 770 da CLT. 
 
“Atos processuais são os acontecimentos voluntários que ocorrem no 
processo, isto é, os que dependem de manifestações dos sujeitos no 
processo”. (Carlos Henrique Bezerra Leite). 
 
Os atos processuais são públicos, salvo quando a intimidade ou o 
interesse social exigirem sigilo, conforme dispõem o artigo 5º, LX da 
CF/88. 
 
Trata-se do princípio da publicidade do ato processual, que somente 
poderá correr em segredo de justiça nas causas trabalhistas que tratem 
de questões sobre assédio sexual ou assédio moral, por exemplo. 
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Art. 770 CLT Os atos processuais serão públicos salvo quando o 
contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias 
úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. 
 Parágrafo único. A penhora poderá realizar-se em domingo 
ou dia feriado, mediante autorização expressa do juiz ou 
presidente. 
 
Art. 5º LX da CRFB/88 A lei só poderá restringir a publicidade 
dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o 
interesse social o exigirem. 
 
 
 
Chegamos ao final de nosso curso! 
 
Vocês puderam observar que a FCC sempre utiliza a expressão “em 
regra” quando ela quer abordar a regra geral. Quando ela aborda a 
exceção, nada é mencionado. 
 
Desejo a todos sucesso e aprovação! Não se assustem com a alta 
concorrência, mantenham o foco e confiem em vocês! 
 
Abraços, 
 
Déborah Paiva 
professoradeborahpaiva@blogspot.com

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