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CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - NATALIA

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 1 
 
CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL DO 
TRABALHO I 
POR: NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
 
- Provas: 
. 1ª avaliação: trabalho em grupo. – 22/09/2022 a 26/09/2022. 
. 2ª avaliação: prova tradicional com consulta em legislação seca (sem comentários). – 
24/11/2022. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS, PECULIARIDADES E TÉCNICAS DE 
PROCEDIMENTO 
 
1) Princípios gerais: 
. Formam o tronco comum do Direito Processual – unidade, coerência e harmonia do 
sistema – NCPC e Normas Fundamentais – Direito Processual Fundamental 
Constitucional. 
 . CPC/73 olhava muito indivíduo em sua individualidade, sem trazer uma 
conotação mais plural. 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 2 
 
 . CPC/15 modificou inclusive várias súmulas, abarcando vários princípios. – 
Trouxe normas fundamentais para o PROCESSO em geral, que tem objetivo de concretizar 
os valores constitucionais (os princípios da CF sejam, na prática, observados no processo). 
– DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL/FUNDAMENTAL (que não é só de Processo 
Civil, pois também serve de ponto de conexão com o Processo do Trabalho/Eleitoral etc.). 
 . À época da criação da CLT, nós não tínhamos sequer a CF/1988; o CPC era de 
1939; diversos conflitos não eram julgados na Justiça do Trabalho, mas sim da Justiça 
Comum (exemplo: acidentes de trabalho). 
2) Peculiaridades: 
. Dizem respeito a determinado ramo do processo – adequadas às especificidades do 
direito material instrumentalizado através do processo. 
3) Técnicas: 
. Estão relacionadas ao procedimento e revestem caráter funcional – adequar o processo 
em movimento aos princípios que o informam. 
4) Princípios gerais: 
A) Constitucionais: 
. Devido processo legal (art. 5°, LIV). 
. Ampla defesa e contraditório (art. 5°, LV). 
. Juiz e promotor natural (art. 5°, XXXVIII e LIII). 
. Controle judicial ou acesso à justiça (art. 5°, XXXV). 
. Isonomia (art. 5°, caput). 
 . Isonomia também nas decisões judiciais = tratar os jurisdicionados a mesma 
forma, sob pena de tratamento discriminatório injustificado. 
 
. Segurança jurídica (art. 5°, XXXVI). 
. Publicidade (art. 93, IX). 
. Motivação das decisões judiciais (art. 93, IX). 
. Duplo grau de jurisdição. 
. Proibição de prova ilícita. 
. Celeridade e duração razoável do processo (art. 5°, LXXVIII). 
B) Gerais do processo: 
. Instrumentalidade 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 3 
 
. Imediatidade do juiz 
. Identidade física do juiz (súm.136 do TST – cancel.) 
. Imparcialidade do juiz 
. Igualdade de tratamento das partes. 
. Boa-fé ou Lealdade processual. 
5) Normas fundamentais – CPC/2015: 
. Direito Processual Fundamental Constitucional – tentativa de concretizar normas 
fundamentais que decorrem diretamente da CF. 
Art. 1o CPC/2015 - O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as 
normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as 
disposições deste Código. 
. Unidade e integridade das normas – método de interpretação. 
. Normas fundamentais – conjunto de princípios e regras que estrutura o modelo de 
processo civil brasileiro e serve de norte para compreensão de todas as demais normas 
jurídicas. 
. Capítulo I – arts. 1 a 12 – DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL. 
. Pilares do novo sistema de processo civil brasileiro: 
. Negócio jurídico processual (autorregramento da vontade) – art. 190 – aplicação 
controversa no processo do trabalho – Reforma trabalhista. 
. Sistema de precedentes judiciais – arts. 926/928 
. Modelo de processo comparticipativo/cooperativo. 
. Premissas interpretativas: primazia do julgamento do mérito e máximo aproveitamento 
do ato processual. 
6) Princípio da cooperação: 
Art. 6o: Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, 
decisão de mérito justa e efetiva. 
 -Vício sanável x litigância de má fé (lealdade processual, não agir de forma desleal). 
. Artigos 793-A, 793-B, 793-C, 793, D. 
 . Há pressuposto de lealdade processual que deve ser seguido pela parte. – 
Exemplo: recursos meramente protelatórios; que faz blindagem patrimonial; que não 
recebe oficial de justiça. – AO MESMO TEMPO QUE O CPC EMPODERA AS PARTES, ELE 
TAMBÉM TEM VÁRIAS QUESTÕES QUE PODE PUNIR A PARTE QUE TRATA O PROCESSO 
DE MODO NÃO COOPERATIVO. 
 . Decisão que não julga mérito = nulidade. 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 4 
 
7) Princípio do contraditório dinâmico (prévio e efetivo): 
. Direito de participação na construção do provimento: garantia de influência e não 
surpresa. 
. Dever-ônus do juiz: necessidade de provocar, de ofício, o debate sobre quaisquer 
questões determinantes para a resolução da demanda. 
. Agir de ofício x agir sem ouvir as partes. 
. Questão não debatida = decisão surpresa – fere o contraditório, o princípio da 
cooperação e o princípio da proteção da confiança. 
. Decisão surpresa: decisão que surpreende a parte, dada com base em algo não 
discutido no processo. – É VEDADA EM NOSSO ORDENAMENTO JURÍDICO = DEVER DOS 
JUÍZES QUE DEVE PROVOCAR DE OFÍCIO O DEBATE SOBRE QUALQUER QUESTÃO 
RELEVANTE P/ O DESLINDE DA DEMANDA. – Exemplo: juiz viu um ponto importante no 
processo que ninguém havia suscitado. Ele não pode falar pela primeira vez na sentença, 
ele tem que intimar as partes p/ falarem sobre, antes dele expressar 
posição/manifestação. 
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades 
processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao 
juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual 
não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva 
decidir de ofício. 
 
. IN 39/2016 do TST: 
. Admite o contraditório dinâmico no processo do trabalho, especialmente os arts. 
9 e 10 do CPC/2015 – art. 4˚ da IN. 
. Define o que é decisão surpresa: art. 4˚, § 1˚. 
“a que, no julgamento final do mérito da causa, em qualquer grau de jurisdição, aplicar fundamento jurídico 
ou embasar-se em fato não submetido à audiência prévia de uma ou de ambas as partes”. 
 . Traz tanto a ideia de fundamento jurídico quanto fático. 
. Decisão não surpresa: art. 4˚, § 2˚. 
a que, à luz do ordenamento jurídico nacional e dos princípios que informam o Direito Processual do 
Trabalho, as partes tinham obrigação de prever, concernente às condições da ação, aos pressupostos de 
admissibilidade de recurso e aos pressupostos processuais, salvo disposição legal expressa em contrário. 
 
8) Princípio da boa-fé processual: 
Art. 5º. Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 5 
 
. O que seria se comportar de acordo com a boa-fé? Seria necessário relacionar isso ao 
princípio da cooperação entre as partes etc. – Obviamente é algo subjetivo, que necessita 
de juízo de valor do juiz a partir da provocação das partes ou não (de ofício). 
 . Exemplo: tumulto processual, atos meramente protelatórios etc. 
. O comportamento de boa-fé também nos leva a uma função hermenêutica das decisões 
judiciais e das peças. - Artigo 322, §2˚ e 489, §3˚. – NÃO POSSO PRESUMIR QUE A PARTE 
QUIS INTENCIONALMENTE FAZER ALGO CONTRA A PARTE CONTRÁRIA PAUTADA NA 
MÁ-FÉ. A REGRA É A BOA-FÉ,E A EXCEÇÃO TEM QUE SER PROVADA. 
. Destinatários: sujeitos processuais. 
. Antes do CPC/2015, dentre outros prejuízos enormes para os advogados, a juntada de 
custas erradas, ainda que por 1 centavo, era suficiente para não conhecer um recurso e, 
então, não dar resposta do mérito ao jurisdicionado. – HOJE, A REALIDADE É OUTRA: 
presume-se a boa-fé e que erros humanos acontecem/são naturais, abrindo-se espaço 
para consertar o erro. 
 . Antes, se juntasse procuração-cópia, não se reconhecia do recurso etc. 
 . Logo, esse princípio da boa-fé ostenta também a função de impedir o formalismo 
exacerbado, abrindo a possibilidade de sanar vícios. 
 . OBS: RECURSO DESERTO = não fez o preparo. – No caso da reclamante de pagar 
as custas; no caso da reclamada das custas + depósito. 
. Proibição do venire contra factum proprium. 
. Outros exemplos: equívoco no preenchimento de guias; deficiência do traslado em sede 
de AI; proibição de o juiz modificar o ônus da prova em fase processual inadequada. 
9) Princípio da primazia da decisão do mérito: 
CPC - Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a 
atividade satisfativa. 
. O juiz tem então o dever de dar uma decisão de mérito, sendo uma obrigação recíproca 
(não pode, por exemplo, falar que não conhece do recurso porque faltou 10 centavos ou 
porque a procuração está em cópia etc.). 
. Art. 76 – possibilidade de sanar a incapacidade processual ou a irregularidade de 
representação – 
. Exemplo: súmula 383 do TST. 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 6 
 
 
. Art. 139, IX – o juiz tem o dever de determinar o suprimento dos pressupostos 
processuais e o saneamento de outros vícios processuais. 
 . Se ele verifica algum vício na Petição Inicial que implica na decisão de mérito, por 
exemplo, ele deve buscar solucioná-lo para que ele possa julgar o mérito de fato. 
. Art. 317 – antes de proferir decisão sem resolução do mérito, o órgão jurisdicional deve 
conceder a parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício. 
. Art. 321 – antes de indeferir a petição inicial, o juiz deve mandar que a parte autora a 
emende ou a complete. 
. Art. 1029, § 3˚ - vício não grave -art. 896, § 11 da CLT. 
. Como tudo isso impactará do ponto de vista: 
 
 
10) Aplicação supletiva subsidiária do CPC/2015: 
. Art. 15 do CPC/2015 x art. 769 da CLT 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 7 
 
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as 
disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. 
. Código de Processo Civil (mais genérico) determinando a explicação em ramos 
específicos. – Esse artigo inicialmente foi visto de maus olhos pelos doutrinadores 
trabalhistas, que apontaram que deveria ser a CLT, e não o CPC, que determinasse tal 
aplicação. 
. Aplicação supletiva x subsidiária. 
Art. 769 da CLT - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito 
processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. 
 . O artigo 15 do CPC trouxe ainda dois conceitos que não dividiam anteriormente: 
supletiva e subsidiariamente. 
. Norma de contenção = reconhecia que o processo do trabalho tinha lacunas, mas que o 
processo civil só poderia ser aplicado na omissão e quando não houvesse choque entre a 
estrutura trabalhista e o processo civil. 
 . O art. 15 do CPC e o 769 da CLT se complementam, segundo entendimento 
majoritário do TST. – A diferença entre eles seria: no artigo 15 utiliza “supletiva e 
subsidiariamente”, enquanto o 769 só usou “subsidiária”. 
 . Devem ser enxergados de forma harmônica: quando há omissão no direito do 
trabalho para regular uma situação, o processo civil pode ser aplicado de forma supletiva 
e subsidiária, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 . O TST unificou os dois dispositivos, demonstrando-se que de fato há aplicação do 
CPC na seara trabalhista diante de lacuna total ou parcial, desse que se tenha noção de 
COMPATIBILIDADE entre os ramos. 
. Quando a CLT tem um regramento pobre em relação a matéria, utilizamos o CPC para 
complementar. Poro outro lado, quanto a CLT não tem nenhum regramento daquela 
matéria, utilizamos o CPC para regular propriamente a situação. 
 . Lacuna parcial = aplicação subsidiária do CPC. 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 8 
 
 . Lacuna total = aplicação supletiva do CPC. 
11) Peculiaridades do Processo do Trabalho: 
. Essas peculiaridades são listadas pela doutrina. 
 
A) Conciliabilidade obrigatória: 
. No processo civil, a conciliação é estimulada/desejada. Existe um momento para a 
conciliação, antes da apresentação de defesa. 
. No processo do trabalho, o momento de conciliação não é estímulo, é obrigatório. O juiz 
tem o dever de perguntar as partes se tem proposta de acordo. E isso é feito em audiência 
una, com atos concentrados (reclamado tomou ciência do processo que lhe envolve = já 
constará a data da audiência que observa um lapso de pelo menos 5 dias úteis após a 
citação). 
 . Quando o juiz abre a audiência, ele já deve perguntar: “as partes desejam 
conciliar”? TEM QUE FAZER ISSO SOB PENA DE NULIDADE. – DEVE AINDA TENTAR 
CONCILIAR. 
 . Caso não aconteça, ele declara o recebimento na ata da defesa, e a depender da 
Vara já se inicia o interrogatório do reclamante, oitiva de testemunhas etc. 
 . PORÉM, caso tenha designação de perícia, a audiência deve ser interrompida para 
aguardar o seu cumprimento e resposta. 
Art. 846. Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. 
Art. 850. Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) 
minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de Conciliação, e não se 
realizando esta, será proferida a decisão. 
. Consequência da não observância da proposta: nulidade absoluta da sentença. 
. Finalidade: satisfação mais célere do crédito trabalhista (natureza alimentar). 
. Novo CPC – estímulo a solução consensual do conflito (conciliação, mediação e 
arbitragem) – art. 3˚, §§ 2˚ e 3˚; audiência de conciliação antes do oferecimento da defesa 
– art. 334. 
 . Mas, na justiça comum não é obrigatório ter a audiência de conciliação. Já na 
Justiça do Trabalho é. 
. Princípio do autorregramento da vontade. 
B) Poder normativo: 
. Poder de criar normas jurídicas, através da sentença normativa, para as categorias de 
empregados e empregadores que participaram do dissídio coletivo. 
 . Os sindicatos, em regra, anualmente fazem regras coletivas para estabelecer 
condições que irão reger toda uma categoria. Mas, quando eles não conseguem chegar a 
um denominador comum, eles reconhecem que não consigo sozinhos no âmbito privado 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 9 
 
satisfazer aquele conflito, comunicando, então, a necessidade de interferência da Justiça 
do Trabalho (dissídio coletivo). 
 . Período de 2 a 4 anos a categoria então será regida pelo dissídio coletivo, que é 
proferido por sentença normativa. 
. Exercido pelos tribunais trabalhistas. 
. Prazo de vigência limitado: máximo de 4 anos – art. 868, parágrafo único da CLT. 
. Limites: Constituição, lei, contrato, CCT/ACT - só pode operar em caso de vazio 
legislativo. 
. Novo Panorama com a EC 45/2004 - Art. 114, § 2º da CF. Recusando-se qualquer das 
partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, 
ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o 
conflito, respeitadas as disposições mínimaslegais de proteção ao trabalho, bem como as 
convencionadas anteriormente. 
C) Jus postulandi: 
. Capacidade postulatória das partes: empregado e empregador. 
Art. 791 da CLT. Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do 
Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. 
. No processo civil, em regra, só tem isso para advogado de constituir necessariamente um 
advogado. Já na justiça do trabalho, em questões de relações de emprego, tanto o 
empregado quanto empregador podem postular diretamente, isto é, sem advogado. 
. Art. 791 x Art. 133 da CF e art. 1º da Lei 8.906/94. 
. Art. 791 da CLT: limita a relação de emprego do ponto de vista subjetivo: 
empregados e empregadores. 
. Só que antes as relações de emprego levadas a juízo eram bem simples, não existia 
ninguém pleiteando dano moral, por exemplo. Tudo isso facilitava o jus postulandi. HOJE 
ISSO NÃO É MAIS COMUM, PORQUE EXIGE-SE UMA SÉRIE DE QUESTÕES COMO 
PLANILHA DE CÁLCULOS E OUTROS PEDIDOS COMPLEXOS, QUE AS PARTES SOZINHAS 
NÃO PODERIAM ENFRENTAR. 
. Além disso, existem regiões do Brasil que por barreiras geográficas, ainda temos 
mais recorrência de jus postulandi. 
. Súmula 425 do TST trouxe limites objetivos para o jus postulandi (além do limite 
subjetivo que já havia sido ostentado pelo próprio artigo 791 da CLT, que só permite o jus 
postulandi nas relações de emprego, entre empregado x empregador): 
. Limite objetivo: instância ordinária e ações comuns - súmula 425 do TST. – 
. OBS: AÇÕES DE COMPETÊNCIA ORIGINAL DE TRIBUNAL NÃO PODE SER JUS 
POSTULANDI (pois, são ações mais técnicas). 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 10 
 
. Limite subjetivo: empregado e empregador. 
. Súmula 425. Jus Postulandi - Justiça do Trabalho - Alcance – Limitação. O jus 
postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e 
aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, 
o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. 
D) Execução de ofício (CLT 878) e instauração ex officio de instância em dissídio 
coletivo (CLT 856): 
. 
E) Supletividade e subsidiariedade: 
. Incompletude do sistema - Art. 769 da CLT – CPC/ Art. 889 – Lei 6.830/80. 
Art. 769. Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do 
trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. 
 
. Aplicação supletiva e subsidiária (art. 15): 
. Omissão: lacuna parcial ou total. 
. Compatibilidade. 
12) Técnicas de procedimento: 
A) Oralidade: 
. Única exigência de postulação por escrito – inquérito judicial para apuração de falta 
grave cometida por dirigente sindical (CLT 853). 
 . Empregador ingressa contra o empregado para validar a despedida com justa 
causa. 
. OBS: quando você não apresenta contestação escrita, você pode fazer fazê-la oralmente 
na audiência, num prazo de 20 minutos. 
. Reclamação trabalhista pode ser verbal ou oral. – Mas, não existe mais reclamação 
trabalhista oral, salvo jus postulandi. 
B) Concentração dos atos: 
. a) audiência una; b) suspensão do feito apenas nas exceções dilatórias (suspeição e 
incompetência territorial – CLT 799 § 1º); c) irrecorribilidade das decisões interlocutórias 
(CLT 893 § 1º). 
 . Audiência una: proposta de conciliação, defesa, ouvir as partes, ouve testemunhas, 
renova tentativa de conciliação. – Óbvio que nem sempre se irá seguir essa ordem, pois 
pode acontecer coisas, como por exemplo, necessidade de perícia etc. 
 . É muito difícil se ter incidente processual que suspenda o feito, salvo questões de 
suspeição/impedimento ou incompetência territorial. 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 11 
 
 . Não se recorre de decisão interlocutória na justiça do trabalho, só protesta (se for 
em mesa de audiência) ou peticiona (se for nos autos), para no final você fazer recurso de 
tudo. – Não preclui, desde que você proteste se for em audiência; ou peticione no prazo 
de 5 dias. 
C) Inqusitiroriedade: 
. Impulso processual e direção – cabe ao juiz velar pela rápida solução do litígio sem 
sacrifício do contraditório (CLT 765). 
. Ideia de inquisitoriedade, segundo a professora, não serve para a justiça do trabalho, pois 
não traz ganho para processo, mas sim demarcação de poder. Ela acredita muito mais no 
princípio da cooperação das partes. 
. O juiz tem poderes para atuar, MAS TEM LIMITE. 
 
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
1) Poder Judiciário brasileiro: 
Art. 92, CF: São órgãos do Poder Judiciário 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A - o Conselho Nacional de Justiça; 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
II-A – o Tribunal Superior do Trabalho 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
 
. A justiça do trabalho não nasceu no Poder Judiciário, mas sim do Poder Executivo (como 
uma justiça administrativa). 
 . Era um órgão mais de conciliação. 
 . Quando a JT nasceu, com as questões sindicais, ela era composta por um sistema 
paritário, em que se tinha um juiz bacharel em direito, um juiz representante da classe 
dos empregados e outro da classe dos empregadores. 
. Sistema paritário – origem italiana (fascista): representação classista (juiz togado, 
representante da classe empresarial, representante da classe trabalhadora). 
 . Sistema paritário: um juiz togado + representante de ambas as partes (empregado 
x empregador). 
 . Poder Executivo controlava as decisões (sindicatos inclusive estavam atrelados a 
esse Poder Executivo). 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 12 
 
. CF/1946 – Reconhecimento da Justiça do Trabalho como integrante do judiciário – art. 
94, V. 
 . Ainda com uma concepção classista. 
. CF/1988 – arts. 111 a 116; CLT arts. 643 a 735. 
. Emenda Constitucional 24/99 – extinguiu a representação classista. 
 . Ficou obrigatório concurso público para juiz, estágio probatório etc. 
. Emenda Constitucional 45/2004 – ampliação da competência da Justiça do Trabalho. 
. Órgãos integrantes (após EC 24/99) – art. 111 CF: 
. Juízes do trabalho – primeiro grau – Varas. – Todos bacharéis em direito, concurso 
público, estágio probatório etc. – Tem-se um juiz titular e um juiz substituto, que julgam 
separadamente, cada um os seus processos. 
. Tribunais Regionais do Trabalho – segundo grau – TRT. 
. Tribunal Superior do Trabalho – terceiro grau – TST. – Visa uniformizar a 
jurisprudência trabalhista, revisando matérias de estrito direito. 
2) Primeiro grau – Varas do trabalho: 
. Composição: juiz titular + juiz substituto (não é fixo, pode ficar rodando as varas). 
. Jurisdição local (cada Vara tem jurisdição sobre um ou mais municípios). 
. Competência: processar, conciliar e julgar os dissídios individuais decorrentes da 
relação de trabalho. 
 . Dissídios coletivos é competência originária do TRT. 
. Em comarcas onde não existe juiz do trabalho, a lei pode atribuir a função jurisdicional 
trabalhista aos Juízes de Direito (art. 112, CF e 668, CLT). 
 . Juiz será investido momentaneamente na jurisdição trabalhista, para então não 
deixar a parte desamparada. – Quando eu quiser recorrer dessa decisão proferida, eu 
recorro para o TRT (todas regiões têm TRT vinculado). 
3) Segundo grau – TRT: 
. Jurisdição regional: o território nacional é dividido em 24 regiões (CLT 674) – 24 TRT’s 
(2 em SP – TRT 2 e 15) – TRT 8 (Pará e Amapá), TRT 10 (DF e TO), TRT 11 
(Roraima/Amazonas), TRT 14 (Acre e Rondônia). 
 . Jurisdição regional corresponde, em regra,a um estado. 
 . São Paulo é o único estado que tem 02 TRT’s. 
. Tribunal da 5ª região: Estado da Bahia; sede: Salvador. 
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. Competência: julgar recursos ordinários contra decisões de Varas do Trabalho, agravo 
de instrumento, ações originárias (dissídio coletivo), mandados de seguranças, ações 
rescisórias. 
 . Recurso Ordinatório: é o mesmo que a Apelação no âmbito cível. – É recurso da 
sentença do juiz de 1° grau. 
 . Julgam de forma originária os dissídios coletivos, Mandados de Segurança e Ações 
Rescisórias. 
. Composição – mínimo de sete juízes: juízes de carreira e quinto constitucional (MPT e 
advogados). 
Art. 115, CF. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, 
quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com 
mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo. 
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do 
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
II - os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento, alternadamente. 
 . Juízes de carreira: passaram no concurso público, e por antiguidade e 
merecimento vão galgando posições superiores. 
 . Juízes do quinto não podem ascender para os tribunais superiores em forma de 
promoção (só sobem de “cargo” dentro do próprio Tribunal ao qual estão vinculados), 
somente os juízes de carreira. 
A) Órgãos do TRT da 5ª Região: 
. Tribunal Pleno: composição integral, com todos desembargadores do regional. 
. Seção Especializada em dissídios coletivo – SDC 
. Seção Especializada em Dissídios individuais – SEDI (SEDI-I e SEDI-II) 
 . SEDI II geralmente julga mandados de segurança. 
 . SEDI I geralmente julga ações rescisórias. 
. Turmas – 5. 
4) Terceiro Grau – TST: 
. É errado usar a terminologia “terceiro grau”, utiliza-se somente para fins didáticos de 
visualização da hierarquia. 
. Função: uniformizar a interpretação da lei trabalhista. 
. Jurisdição nacional. 
. Composição (27 ministros): art. 111-A, CF: 
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NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 14 
 
“O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros 
com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República 
após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do 
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; 
II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, 
indicados pelo próprio Tribunal Superior”. 
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: 
I- a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre 
outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; 
II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão 
administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo 
graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. 
 
A) Órgãos do TST: 
. Tribunal Pleno – TP. 
 . Todos os ministros. 
. Seção Administrativa – SC. 
 . Questões relacionadas à administração do órgão. 
. Seção Especializada em dissídios coletivo – SDC. 
 . Sindicatos que abrangem mais de um regional, é o TST que vai resolver isso. 
 . Exemplo: tem sindicatos que abrangem Bahia e Sergipe, então é o TST que resolve. 
. Seção Especializada em Dissídios individuais – SDI (SBDI-I e SBDI-II). 
. Turmas. 
 . TST tem 08 turmas, compostas pelos ministros que irão julgar e apreciar os 
recursos de competência do tribunal superior. 
. OBS: junta de conciliação e julgamento (não utilizar mais este termo) foi um termo 
substituído por VARA DE TRABALHO. 
. OBS: não cabe recurso de decisão interlocutória na justiça do trabalho. 
 
COMPETÊNCIA MATERIAL 
1) Classificação: 
. Espécies de competência que servem como critérios para racionalizar o exercício da 
jurisdição pelos diversos órgãos judiciais. 
. Material (natureza absoluta = sobrevive até mesmo a coisa julgada). 
. Pessoal (natureza absoluta: não preclui, juiz pode conhecer de ofício etc.). 
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NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 15 
 
. Funcional (natureza absoluta). 
. Territorial (ou de foro = é de natureza relativa, se a parte não suscita preclui). 
2) Competência material: 
. É determinada a partir do conteúdo da relação jurídica de direito material deduzida no 
processo e que constitui o fundamento de fato da demanda - causa de pedir e pedido. 
 . Ou seja, em outras palavras, olho a causa de pedir e o pedido. 
. Forma de arguição: contestação, como preliminar. 
. Natureza Jurídica: absoluta. 
 . Atrai um regramento próprio, vide as características abaixo. 
. Características: 
. Defeito insanável no curso do processo. 
. Causa de rescindibilidade (art. 966, II do CPC/2015); 
 . Ação rescisória até 02 anos para convalidar o vício. 
. Decisão viciada e juridicamente existente. 
 . Está no plano da validade, mas está viciada (se ninguém falar nada, 
e passar 02 anos da rescisória, vai convalidar). 
A) Fundamento da competência da Justiça do Trabalho: 
. Antes da CF/88 – art. 652 da CLT: 
Art. 652. Compete às Juntas de Conciliação e Julgamento: 
a) conciliar e julgar: 
I - os dissídios em que pretende o reconhecimento da estabilidade de empregado; - Ainda não se 
falava em acidente de trabalho (pois, nessa época, ele ainda era julgado na justiça 
comum) 
II - os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo de rescisão do contrato 
individual de trabalho; 
III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice; - 
No ramo da construção civil. 
IV. Os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho; 
V. as ações entre trabalhadores portuário e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão-de-Obra - 
OGMO decorrentes da relação do trabalho. 
b) processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave; 
c) julgar os embargos opostos às suas próprias decisões; 
d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência; 
 
. Até 1999 ainda se tinha estrutura tripartite (2 juízes classistas e 1 juiz togado). 
. Acidente de trabalho – Justiça Estadual. 
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. Art. 114 (antes EC 45/2004): 
“Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos 
entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público externo 
e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos 
Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de 
trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias 
sentenças, inclusive coletivas”. 
. Art. 114 (pós EC 45/2004): 
“Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da 
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; ” 
. Ampliação subjetiva e objetiva – pessoal e material 
 . Sujeitos que passam a ser abrangidos pelo Direito do Trabalho (ampliação 
subjetiva), e também ampliação de matérias submetidas à Justiça do Trabalho (ampliaçãoobjetiva). 
 . Pessoal = subjetivo. 
 . Material = objetivo. 
B) Matérias arroladas no art. 114 da CF: 
. I) Controvérsias oriundas da relação de trabalho e de seus sujeitos, exceto as relações 
entre servidores e entes públicos quando o vínculo for estatutário ou de caráter 
jurídico-administrativo. 
. Relação de trabalho em sentido amplo – empregado (típico e atípico – empregado 
doméstico e trabalhador temporário), trabalhador avulso, trabalhador autônomo, 
empreiteiro, cooperado, trabalhador eventual. 
 . Amplia-se para a relação de trabalho do ponto de vista processual, mas isso não 
quer dizer o trabalhador autônomo/eventual (não considerados como empregados) terão 
regulamento da CLT (não terão os mesmos direitos do empregado só porque estão sendo 
julgados na justiça do trabalho). 
. Ampliou-se a competência da Justiça do trabalho sem transferir os direitos 
trabalhistas previstos na CF e na CLT – Tutela de caráter processual. 
. Servidor público: celetista e estatutário. - Posição do STF – ADI nº 3.395 = STF fez 
uma interpretação com base na CF, de forma que para o servidor público ser julgado na 
justiça do trabalho deve ter um regime celetista (os estatutários não serão de competência 
da Justiça do Trabalho, pois terá um caráter de regime jurídico administrativo e não 
obrigacional como a CLT = se ele for do âmbito federal, a competência é da Justiça Federal; 
se for do âmbito estadual, a competência é da Justiça Estadual). 
A) Relação de consumo x relação de trabalho: 
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NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 17 
 
. Relação médico (pessoa física) e a clínica ou hospital (empresa tomadora de serviços) – 
relação de trabalho. 
 . Médico como mero prestador de serviço da empresa tomadora de serviços. – 
Exemplo: hospital português com os profissionais médicos que tem, sendo eles 
empregados ou prestadores de serviços (eventuais) tem uma relação de trabalho (está 
dentro da competência da Justiça do Trabalho, pouco importando se é relação de emprego 
ou trabalho) 
. Relação médico (pessoa física – fornecedor de serviço) e paciente (destinatário final – 
tomador de serviço) – Competência da justiça COMUM quando o tomador de serviços for 
destinatário final, nos termos do art. 2º do CDC – relação de consumo. 
 . Quando chegamos no médico, é uma relação de consumidor, consoante a doutrina 
majoritária, portanto competência da justiça comum. – O mesmo acontece vice-versa, a 
exemplo do médico que não recebeu x reais do paciente. 
. Paciente (pessoa física - tomadora) e clínica ou hospital (pessoa jurídica – fornecedora) 
- relação de consumo. 
 . Exemplo: cheguei no hospital e fui maltratado, a competência é também justiça 
comum. 
C) Posição do STJ e TST: 
. Súmula 363 do STJ. Competência - Processo e Julgamento - Ação de Cobrança - 
Profissional Liberal Contra Cliente. Compete à Justiça estadual processar e julgar a 
ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente (e vice-versa). 
 . Advogado e cliente (pessoa jurídica) – relação de trabalho/ Advogado e cliente pessoa 
física – relação de consumo. 
 . Exemplo de cliente pessoa jurídica: advogado que trabalha no jurídico interno de 
uma empresa x. 
. FGTS, seguro-desemprego (súmula 389 do TST), cadastramento do PIS (súmula 300 do 
TST), meio ambiente do trabalho. 
 . Tudo relacionado ao valor liberado errado etc. é em face da Caixa Econômica 
Federal (competência da justiça federal). 
 . Para cadastrar no PIS, empregador precisa fornecer as informações necessárias. 
Se por acaso você não consegue sacar FGTS ou seguro-desemprego por erro no PIS fruto 
de conduta do empregador, você pode ir para Justiça do Trabalho. 
 . Todas as questões relacionadas ao meio ambiente do trabalho (físico ou psíquico) 
são julgadas na Justiça do Trabalho. 
II) Litígios resultantes do exercício do direito de greve (ex. responsabilidade civil do 
grevista, terceiro ou dirigente sindical pelo prejuízo causado ao empregador – interditos 
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possessórios) - Súmula 189: “Competência - Abusividade – Greve. A Justiça do 
Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não, da greve”. 
. Ações possessórias, Interdito Proibitório e embargos de terceiro - STF Súmula 
Vinculante nº 23 - Competência - Processo e Julgamento - Ação Possessória - 
Exercício do Direito de Greve - Trabalhadores da Iniciativa Privada. A Justiça do 
Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência 
do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. 
. III) Representação sindical e litígios entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e 
entre sindicatos e empregadores. 
 . Temos um sistema de unicidade sindical por base territorial. Então, se por 
exemplo, tem um embate entre dois sindicatos de uma mesma categoria, a demanda será 
levada para a Justiça do Trabalho (que decidirá quem é o legítimo representante daquela 
categoria). 
 . Pode ser sindicato x sindicato; sindicato x trabalhador; sindicato x empregador. 
. IV) Mandado de segurança, Habeas corpus, Habeas data, desde que a matéria esteja 
sujeita à jurisdição trabalhista. Lapso do constituinte (esqueceu o mandado de injunção). 
. V) Conflitos de competência entre órgãos da Justiça do Trabalho (CF, 102, I, o da CF)I, o): 
Art. 102 – “Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais 
Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal”; 
 
VI) Ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de 
trabalho (inclusive de acidente de trabalho) – Súmula vinculante nº 22. 
 Súmula 392: “Dano Moral - Competência da Justiça do Trabalho. Nos termos do art. 
114 da CF/1988, a Justiça do Trabalho é competente para dirimir controvérsias referentes 
à indenização por dano moral, quando decorrente da relação de trabalho” 
VII) Penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização 
das relações de trabalho – TEM. 
VIII) Execução, de ofício, de contribuições sociais previstas no art. 195, I, a e II, da CF, das 
sentenças que proferir - INSS; 
 . INSS só pode ser pedido como pedido acessório, isto é, reflexo nas parcelas que 
estou pedindo (horas extras etc.). 
 . Se o INSS nunca foi recolhido, para requerer os valores = justiça comum. 
 . Se eu não era considerado empregado legítimo da empresa, logo não recebi INSS, 
posso ir para JT, pois aí o INSS vai refletir em todas parcelas. 
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 . INSS pode entrar em processo em curso para questionar valores discriminados 
pela advogada do reclamante (pois, o que é a título de indenização, por exemplo, não 
incide recolhimento de INSS = + positivo para o empregado = + negativo para o INSS que 
recebe menos recolhimento). 
lX) Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho – necessidade de 
regulamentação legal – competência material derivada ou decorrente; Requisitos: 
existência de uma lide decorrente da relação de trabalho; inexistência de lei afastando a 
competência da JT. 
 . Isso tudo acima é taxativo, de forma que deve ser analisado caso a caso as 
controvérsias. 
COMPETÊNCIA PESSOAL 
1) Noções introdutórias: 
. Fixada em virtude da qualidade da parte que atua na relação jurídico-processual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
. HIPÓTESE 1: Sindicatos no polo passivo discutindo questões trabalhistas, é de 
competência dos sindicatos. 
 . Os sindicatos que estejam em um dos polos da ação, discutindo matéria de direito 
do trabalho. Portanto, é a competênciapessoal aliada à competência material. 
. HIPÓTESE 2: cita-se o exemplo da seleção da Alemanha que durante o período da copa 
do mundo se hospedou em Ilhéus, e contrataram toda uma equipe de apoio, supondo que 
também estivesse hospedado um diplomata (ente de direito público externo) e que disso 
decorreu-se alguma questão trabalhista, a Justiça do Trabalho “puxa” para si essa 
competência. 
 . Claro que sabemos que a justiça brasileira não pode chegar a penhorar bens de 
entes de direito público externos, pois há imunidade de execução (MAS, NÃO HÁ 
IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO, O QUE POSSIBILITA QUE SEJAM ENTÃO JULGADOS AQUI 
COM PROFERIMENTO DE SENTENÇA). 
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 . Justiça brasileira não pode se utilizar de atos coercitivos sobre esses entes de 
direito público externo, sob pena de gerar problemas sob o prisma de ordem 
internacional. 
. HIPÓTESE 3: somente quando se fala em vínculo CLT. 
. HIPÓTESE 4: a SRTE vinculada ao Ministério do Trabalho, Previdência e Emprego tem a 
competência de fiscalizar o ambiente de trabalho de qualquer empregador, e se ela 
encontrar irregularidade irá lavrar um auto de infração que gera uma multa. Se a multa 
não for paga, a União inscreve a dívida na DÍVIDA ATIVA que vira um título judicial que 
poderá ser cobrado perante a justiça do trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. HIPÓTESE 5: pode cobrar dos reflexos decorrentes das parcelas de natureza salarial (não 
incide na parcela de natureza indenizatória). É um pedido implícito, automático. – INSS 
PODE ENTRAR EM UM PROCESSO EM CURSO E APONTAR QUE O RECLAMADO NÃO 
CALCULOU CORRETAMENTE AS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS, TENDO, 
PORTANTO, O INTERESSE DE TER RESSARCIDO OS VALORES. 
 . Muito importante quando fazemos acordo e faz-se a discriminação das parcelas. 
. HIPÓTESE 6: ações civis públicas cobrando do empregador um dano moral coletivo por 
um ambiente de trabalho tóxico, discriminação no ambiente de trabalho, por exemplo. – 
MPT ATUANDO COMO AUTOR EM NOME DE SUJEITOS PARA MATÉRIAS QUE DIGAM 
RESPEITO AO AMBIENTE DO TRABALHO. 
. HIPÓTESE 7: 
. HIPÓTESE 8: Outras pessoas ou entidades diversas das previstas no art. 114, desde que 
fixadas pela CF ou lei infraconstitucional – rol exemplificativo. 
 COMPETÊNCIA FUNCIONAL 
1) Introdução: 
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2) Classificação: 
 
 
 
 
 
 
. No caso do plano vertical: 
 . Em regra, é da vara, mas pode também ser dos tribunais. 
 . OBS: Competência originária do TST: Dissidio coletivo; MS dos min. do TST; Ações 
rescisórias das decisões do TST. 
 . OBS: Competência derivada/recursal: na justiça do trabalho, o recurso de 
apelação se denomina recurso ordinário, cabendo, no fim, recurso de revista ao TST, entre 
outros. 
. No caso do plano horizontal: 
 . O juiz titular é considerado chefe daquela vara, gozando de prerrogativas em seu 
cargo que o substituto não tem. 
 . Em órgão colegiado temos divisão entre presidente, revisor, relator etc. 
3) Espécies de atribuição: 
 
 
4) Disciplina – legal e regimental: 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
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5) Transação extrajudicial – reforma trabalhista: 
. Alínea “f” foi introduzida pela reforma trabalhista. 
 
 
 
. Esse artigo foi bem polêmico ao ser anexado na CLT, pois sempre se falou que a Justiça 
do Trabalho não era balcão de acordo: ou tem litígio ou não. Para Justiça do Trabalho o 
acordo feito extrajudicialmente era mesmo que nada, no máximo havia uma dedução 
entre as verbas que pudessem ser deferidas na sentença. 
 . Porém, quando não existe um instituto válido, as partes criam. Assim, começou-
se a fazer LIDE SIMULADA = empregador faz o acordo analisando o que o empregado 
queria, pagava o advogado do reclamante, e quando chegasse na audiência de conciliação 
deveria então ser a apresentada a proposta para homologação. – Muitas vezes os juízes 
percebiam isso, pois ao questionar se o reclamante queria de fato aquele acordo, percebia-
se incongruências. 
 . OBS: acordo homologado faz coisa julgada de imediato. 
 . OBS: juiz do trabalho tem a discricionariedade de verificar vícios no acordo e não 
homologar, fazendo o processo seguir. OU SEJA, ELE NÃO É OBRIGADO A HOMOLOGAR 
ACORDO EXTRAJUDICIAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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. OBS: quando se fala em suspensão do prazo prescricional, não irá zerar o prazo (o que já 
estava contando fica lá). Já em interrupção o prazo zera (o que não é o caso daqui). 
 . Exemplo: Cecília entrou com um acordo extrajudicial na JT, ela já tinha 01 ano e 
meio de prazo prescricional corrido (lembrar do prazo de 02 anos para entrar com RT, 
estes contados a partir do final do vínculo = ou então perde o direito de reclamar). Mas, 
com 01 ano e meio ela fez um acordo extrajudicial. Porém, ao ser interrogada sobre o 
acordo, o juiz desconfiou que existia vício de vontade e não homologou. A partir da data 
que a sentença transitar em julgado, ela terá então 06 meses para entrar com RT (já que 
o prazo aqui é SUSPENSO = retorna de onde parou). 
 . A partir do momento que a petição pedindo homologação do acordo extrajudicial 
é protocolada = CONGELA O PRAZO = SUSPENDE. E quando a decisão transita em julgado 
= retorna. 
. OBS: entende-se que a suspensão desses prazos diz respeito aos DIREITOS NELA 
ESPECFICADOS. Ou seja, se eu coloquei no acordo hora extra apenas, e não dei quitação 
geral, eu não suspendi em relação a outros direitos que posso reclamar (como dano moral 
etc.). Em relação ao que eu não falei meu prazo não suspende, a menos que eu tenha 
colocado cláusula de quitação geral (na prática, geralmente tem). 
. OBS: Muitos juízes não aceitam a cláusula de quitação geral das minutas de acordo, pois 
fere princípios constitucionais/trabalhistas. 
6) Juízes de Direito do Cível e não criminais: 
. Possibilidade de forma temporária um juiz de direito cível se investir de competência 
para julgar demanda da Justiça do Trabalho. – MAS, O RECURSO VAI PARA O TRT. 
 
 
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7) TRT E TST: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL 
1) Introdução: 
. Competência territorial, como o nome já diz, está relacionada ao território em que aquele 
órgão jurisdicional tem jurisdição para atuar. 
. Natureza relativa. – Se Pedro é réu da ação e no prazo que tem para suscitar a 
incompetência não fala nada = PRECLUI. – Só pode ser arguida pelo interessado (réu). 
 . NÃO PODE SER DECRETADA DE OFÍCIO. 
. Tem 05 dias para argui a competência, EM PEÇA APARTADA (não é como na justiça 
comum que consta na contestação, aqui é em peça apartada). 
 
 
 
 
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. ATENÇÃO: 
 
 
 
 
 
. “Foro” foi utilizado com atecnia. - ___________________ 
 . NÃO CONSTITUI EXCEÇÃO. 
 
 
 
 
 
2) Disciplina legal – art. 651, CLT: 
Art. 651 (caput) - A competência das Varas é determinada pela localidade onde o 
empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha 
sido contratado noutro local ou no estrangeiro. 
. Regra geral: local da prestação de serviços. – É NESSE LUGAR QUE ELE TEM MAIOR 
ACESSO À PROVA. 
 . Pouco importa o local da contratação. 
. Objetivo: ampliar o acesso do trabalhador à justiça, facilitando a produção de prova, 
geralmente a testemunhal. 
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. Caso o empregado tenha trabalhado em diversos estabelecimentos, em diferentes locais, 
a competência será a do último local da prestação de serviços (parte da doutrina). – ISSO 
NÃO TEM EMBASAMENTO JURÍDICO/CIENTÍFICO, UMA VEZ QUE OBVIAMENTE VAI 
DEPENDER DO QUE ELE ESTÁ PEDINDO NA INICIAL. 
. A regra se aplica tanto a empregado brasileiro quanto a estrangeiro, desde que o serviço 
tenha sido prestado no Brasil. 
. Caso prático: o reclamante morava em Salvador e foi contratado para ser gerente geral 
de uma fazenda grande próximo a Barreiras. Então ele ficava 20 dias lá, e uma semana em 
Salvador, fazendo esse trajeto no carro da empresa. Numa dessas idas, ele estava voltando 
para Salvador e teve um acidente, e embora não tenha morrido, ficou tetraplégico. Esse 
homem não tinha carteira assinada, apenas contrato. – Professora entrou com inicial para 
buscar reconhecer vínculo, acidente de trabalho, e responsabilidade por algumas 
questões técnicas como falta de revisões no veículo. – A fazenda era em Barreiras, e o foro 
seria lá. Mas, o reclamante ainda não podia se deslocar, e ela colocou foro em Salvador e 
não arguiu nada (pois, não era sua obrigação). – O réu arguiu a incompetência territorial. 
Juiz não acolheu a exceção de incompetência. 
A) Empregado agente ou viajante comercial (§1°): 
. § 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da 
Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado 
esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização em que o 
empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 
 . Exemplo: a empresa geralmente tem um local fixo, então se ele está subordinado 
a este, será, portanto, o território competente. – Mas, e se eu presto serviço na Bahia, mas 
a filial é em São Paulo? Neste caso, será competente a Vara em que o empregado tenha 
domicílio ou localidade mais próxima. 
. Será competente a Vara da localidade onde se situe agência ou filial a que o empregado 
esteja subordinado. 
. Não existindo, a competência será do domicílio do empregado ou da localidade mais 
próxima. 
. OBS: agente ou viajante comercial É DIFERENTE de representante comercial. 
 . O representante comercial não pode demandar perante a justiça trabalhista. Logo, 
não se aplica essa regra do art. 651. 
B) Empregado brasileiro que trabalha no estrangeiro (§2°): 
. § 2º - A competência das Varas, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios 
ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e 
não haja convenção internacional dispondo em contrário. 
 . Requisitos: empregado brasileiro, contratado no Brasil, e não pode ter convenção 
internacional em sentido contrário. 
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NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 27 
 
 . O empregado pode ter iniciado o trabalho no Brasil e depois ter sido transferido 
para fora; ou já começar com trabalho fora, mas com contrato no Brasil (ainda que por 
empresa que não é nacional). 
. Competência da Justiça do Trabalho, mesmo que a prestação de serviços seja no exterior. 
. Requisitos: subjetivo – empregado brasileiro/objetivo: inexistência de convenção 
internacional em sentido contrário e contratação no Brasil. 
. Lei processual aplicável x lei material. 
. Súmula 207, TST – “LEX LOCI EXECUTIONIS” (CANCELADA): “Relação Jurídica 
Trabalhista - Conflitos de Leis Trabalhistas no Espaço - Princípio da "Lex Loci 
Executionis”. A relação jurídica trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da 
prestação de serviço e não por aquelas do local da contratação”. 
 . Essa súmula do TST aplicava a regra do art. 615, caput = o direito processual 
aplicável será o brasileiro, mas o direito material (salário, horas extras, adicional noturno 
etc.) seria do país em que ocorreu a prestação de serviços. – MAS, ESSA SÚMULA FOI 
CANCELADA, pois a lei estabelece um critério diferente do que a súmula dizia, e como há 
prevalência da lei sobre a súmula = cancela. 
. Art. 1o da Lei 7.064/82: Esta Lei regula a situação de trabalhadores contratados no Brasil 
ou transferidos por seus empregadores para prestar serviço no exterior. 
. Art. 3º - A empresa responsável pelo contrato de trabalho do empregado transferido 
assegurar-lhe-á, independentemente da observância da legislação do local da execução 
dos serviços: 
. II - a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for 
incompatível com o disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação 
territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria. 
. A vara competente, segundo a doutrina, será a do local onde for situada a agência ou filial 
ou no local da contratação. 
C) Empresa que promove atividade fora do local da contratação (§3°): 
. § 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar 
do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da 
celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. 
. Será competente o foro da contratação ou o da prestação de serviços (qualquer local). 
. No caso de empregador que contrate empregado domiciliado em outro Município ou 
Estado, caberá a ele optar pelo foro da celebração do contrato, da prestação dos serviços 
ou do seu domicílio. 
CONFLITO DE JURISDIÇÃO 
1) Introdução: 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 28 
 
. Conceito: incidente processual que ocorre quando dois órgãos judiciais proclamam-se 
competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito negativo). 
. Ocorrência do conflito: 
Art. 804, CLT - Dar-se-á conflito de jurisdição: 
a) quando ambas as autoridades se considerarem competentes; 
b) quando ambas as autoridades se considerarem incompetentes. 
Art. 803, CLT - Os conflitos de jurisdição podem ocorrer entre: 
a) Varas do Trabalho e Juízes de Direito investidos na jurisdição da Justiça do Trabalho; (Varas x Juízes de 
Direito) 
b) Tribunais Regionais do Trabalho; (TRT x TRT) 
c) Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária; (Justiça trabalhista x Justiça comum) 
 
2) Legitimação: 
Art. 805 - Os conflitos de jurisdição podem ser suscitados: 
a) pelos Juízes e Tribunais do Trabalho; 
b) pelo procurador-geral e pelos procuradores regionais da Justiça do Trabalho; 
c) pela parte interessada, ou o seu representante. 
 
Art. 806 - É vedado à parte interessada suscitar conflitos de jurisdição quando já houver 
oposto na causa exceção de incompetência - Preclusão lógica. 
 
3) Processamento: 
Art. 807 - No ato de suscitar o conflito deverá a parte interessada produzir a prova de 
existência dele. 
4) Competência para julgamento: 
Art. 808 - Os conflitos de jurisdição de que trata o art. 803 serão resolvidos: 
a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Varas do Trabalho e entre Juízos de 
Direito investidos na jurisdição trabalhista ou entre uma e outras, nas respectivas regiões; 
b) Pelo TST, os suscitados entre Tribunais Regionais, ou entre Varas e Juízos de Direito 
sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais diferentes; 
c) revogado; 
d) pelo Supremo Tribunal Federal, os suscitados entre as autoridades da Justiça do 
Trabalho e as da Justiça Ordinária. 
 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, 
entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto-lei/Del9797.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto-lei/Del6353.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto-lei/Del9797.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto-lei/Del9797.htmDIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 29 
 
I - processar e julgar, originariamente: 
 d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, 
I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a 
tribunais diversos; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VARA – SALVADOR VARA - CAMAÇARI TRT 5ª REG. 
VARA SALVADOR JUIZ DE DIREITO - 
JURISDIÇÃO 
TRABALHISTA DO 
TRT 5 
TRT 5ª REG. 
JUIZ DE DIREITO X 
INVESTIDO NA 
JURISDIÇÃO 
TRABALHISTA 
JUIZ DE DIREITO Y 
INVESTIDO NA 
JURISDIÇÃO 
TRABALHISTA 
TRT XY 
TRT 5 TRT 20 TST 
VARA –BAHIA (TRT5) VARA – SERGIPE 
(TRT20) 
TST 
JUIZ DO TRABALHO - 
TRT 
JUIZ FEDERAL - TRF STJ 
TRT TRF STJ 
TST STJ STF 
TST TRF STF 
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ATOS, PRAZOS E TERMOS PROCESSUAIS 
1) Atos processuais: 
. Disciplina legal – atos, termos e prazos processuais: arts. 770 a 782 da CLT e art. 188 e 
segs. CPC/2015 (aplicação supletiva). 
. Forma: oral ou escrita – independe de forma determinada, salvo quando a lei 
expressamente a exigir (art. 188 do CPC/2015). 
2) Características dos atos processuais: 
. Publicidade – art. 5º, LX e 93, IX da CF. 
. Art. 770, CLT: Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário 
determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) 
horas. 
3) Limites temporais: 
. Dias úteis: 06h às 20h – regra – art. 770, caput, da CLT x 212, caput do CPC/2015. 
. Exceção: Art. 770, Parágrafo único - A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia de 
feriado, mediante autorização expressa do juiz ou presidente. 
Art. 212, CPC, § 1º. Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, 
quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. 
§ 2o Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras 
poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias 
úteis fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso XI, da 
Constituição Federal – incompatibilidade? 
A) Audiências – 8h às 18h – duração máxima de 5 horas: 
Art. 813, CLT - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na 
sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, 
não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente. 
 
§ 1º - Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiências, 
mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 24 (vinte e 
quatro) horas. 
§ 2º - Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências extraordinárias, observado o 
prazo do parágrafo anterior. 
 
. Pode ser que dure mais do que 05 horas, caso o juiz converse com as partes explicando 
a necessidade de não se interromper a audiência naquele estado. – Exemplo: já ouviu as 
testemunhas do reclamante, faltam as do reclamado (mesmo que eles não disponibilizem 
a pauta de logo, isso abre espaço de vantagem para a parte que ainda não foi ouvida p/ 
que se prepare melhor). 
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NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 31 
 
 . Na prática, ultrapassando-se as horas, não se paralisa automaticamente a 
audiência, pois, por vezes, pode gerar o fracionamento da prova (interromper a prova 
testemunhal que estiver sendo colhida etc.). 
B) Ato eletrônico (NOVO CPC) – tempo de horário de verão: 
Art. 213, CPC/2015. A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até 
as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo. 
Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será 
considerado para fins de atendimento do prazo – horário de verão. 
Art. 216, CPC/2015. Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os 
domingos e os dias em que não haja expediente forense. 
. O art. 213 garantiu as partes o seguinte: 
 . Nós temos regiões diferentes no Brasil, de forma que algumas tem horário de 
verão, outras não (além da diferença de fusos horários com a região Norte, por exemplo). 
– Assim, prevalecerá o horário daquele Tribunal ao qual estou me dirigindo (exemplo: 
estou peticionando no TRT-5 e aqui na Bahia não está em horário de verão = prevalece o 
horário normal; mas, se eu estou em Salvador e peticiono, por exemplo, no TRT-2 que está 
em horário de verão, devo me sujeitar ao horário de lá, atentando-se para a diferença de 
tempo). 
4) Prática eletrônica de atos processuais: arts.193 a 199 do CPC/15: 
Art. 193. Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir que 
sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na forma da lei. 
. Garantias - art. 194: 
a) Publicidade dos atos 
b) Acesso e participação das partes e dos seus procuradores 
c) Disponibilidade, 
d) Independência da plataforma computacional, 
e) Acessibilidade e interoperabilidade dos sistemas, serviços, dados e informações que o Poder 
Judiciário administre no exercício de suas funções. 
 
. Se o Tribunal mantém mais de uma plataforma para o processamento dos processos 
eletrônicos, elas têm que se conectar uma com a outra. – INTEROPERABILIDADE DOS 
SISTEMAS. 
 . Prazo, endereço e número do processo correto eram requisitos para tentar se 
recuperar processos onde o advogado peticionasse em sistema eletrônico diverso do que 
deveria no passado (onde não existia interoperabilidade dos sistemas). – Utilizava-se essa 
alínea “e” o art. 194 do CPC como argumento. 
Art. 197. Os tribunais divulgarão as informações constantes de seu sistema de automação em 
página própria na rede mundial de computadores, gozando a divulgação de presunção de 
veracidade e confiabilidade. 
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NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 32 
 
. Problema técnico do sistema/erro ou omissão do auxiliar da justiça responsável pelo 
registro dos andamentos = configuração da justa causa prevista no art. 223, caput e § 1º - 
art. 197, parágrafo único. 
 . Justa causa processual é um evento alheio a sua vontade que impediu de praticar 
o ato processual no prazo estipulado. – Quando isso acontece tem-se restituído o prazo 
para a prática daquele ato processual. 
 . Exemplo: juntada de sentença que cita planilha de cálculos, mas não anexa o 
arquivo = pede devolução de prazo. 
 
NEGÓCIOS PROCESSUAIS 
1) Introdução: 
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às 
partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às 
especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres 
processuais, antes ou durante o processo. 
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções 
previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de 
inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta 
situação de vulnerabilidade. 
. Os direitos trabalhistas quando no processo admitem autocomposição? Sim. – Princípio 
da conciliação obrigatória na Justiça no Trabalho (juiz tem que propor a conciliação, caso 
contrário a sentença é nula). 
. As partes no processo do trabalho são plenamente capazes? Em regra, sim. – Geralmente 
tá com o advogado, já que o jus postulandi só se aplica em casos específicos. 
. O negócio sobre o processo (negócio processual) tem o mesmo objeto sobre o direito 
material? Não. O negócio processual envolve questões ligadas a procedimento, ônus da 
prova, poderes, faculdades e deveres processuais.. Quem negocia o processo não é a parte, mas o advogado (que tem conhecimento sobre o 
processo). 
. Objeto: realizar acordo sobre o processo. 
. Pressupostos: direitos que admitam autocomposição + partes plenamente capazes. 
. Objetivo: mudança no procedimento (convenções sobre ônus, poderes, faculdades e 
deveres processuais). 
. Controle de validade pelo juiz: nulidade ou vulnerabilidade da parte. 
. Posição simplista do TST: não se aplica – art. 2˚, II da IN 39. 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
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 . O TST em 2016 disse que o art. 190 não se aplicava ao Processo do Trabalho (isto 
é, que os negócios processuais não se aplicavam ao Processo do Trabalho), mas não 
explicou nada. – Foi péssimo porque os juízes e doutrina trabalhista ficaram calados, e 
não se debruçou em estudar negócio processual. 
 . OBS: instrução normativa não é lei, e não tem força vinculante. 
 . OBS: juízes do trabalho fazem negócios processuais desde sempre – exemplo: 
quando delimita as provas e as provas concordam = isso é negócio processual. 
. As demandas abaixo comprovam todo o dito acima: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CALENDÁRIO PROCESSUAL 
 
1) Introdução: 
. OBS: as partes em audiência decidem fixar um calendário processual, estipulando, por 
exemplo, data de sentença, de prova pericial etc. – Esse calendário vincula as partes e o 
juiz, de forma que ele não pode alterar o prazo, salvo se por razão de relevância. 
 . Isso não sai no Diário Oficial. – Logo, não haverá intimação das partes (assim, por 
exemplo, ao sair a sentença na data x estipulada pelas partes, já começa a contar prazo 
automático para recurso). – ISSO É RUIM, POR ISSO NÃO TEM MUITA ADESÃO. 
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos 
processuais, quando for o caso. 
§ 1o O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados 
em casos excepcionais, devidamente justificados. 
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§ 2o Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de 
audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário. 
. Objeto: criação de calendário para a prática de atos processuais. 
. Iniciativa e vinculação: juiz e partes. 
. Modificação de prazos: casos excepcionais/necessidade de justificar. 
. Dispensa a intimação das partes com relação as datas fixadas no calendário. 
. Aplica-se ao Processo do Trabalho? Sim. 
 
COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS 
1) Introdução - Notificação: citação x intimação: 
. Citação - Art. 238, CPC/2015: citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado 
ou o interessado para integrar a relação processual – novo conceito. 
. Intimação - Art. 269, CPC/2015: Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos 
atos e dos termos do processo. 
. Citação no processo do trabalho - notificação inicial do réu – via postal (AR) - Não se 
aplica o princípio da pessoalidade da citação, salvo MPT, União, Estados, Municípios e DF. 
 . Como não se aplica tal princípio, qualquer pessoa da empresa pode assinar. - 
Mesmo que seja, por exemplo, o porteiro do prédio comercial que recebeu. 
Art. 841, CLT. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou chefe de secretaria, dentro de 48 
(quarenta e oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, 
notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência de julgamento, que será a primeira 
desimpedida, depois de 5 (cinco) dias. 
§ 1º A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao 
seu recebimento ou não for encontrado, far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou 
no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede do Juízo. 
 . Esse artigo da CLT não foi mudado pela Reforma Trabalhista, de forma que ainda 
se fala em 2ª via de petição, o que não existe mais. – Mas, traz uma coisa importante: a 
audiência tem que ser a primeira depois de 5 dias úteis (exemplo: recebi intimação na 
quinta-feira de audiência que acontecerá na segunda-feira = é nula, pois não respeitou o 
interstício de 5 dias). - Se receber por correios, começa a contar no dia seguinte. 
 . A citação é por AR; se não for encontrado, seja por oficial de justiça. 
. Irregularidade da citação e comparecimento espontâneo do réu – CPC 239, §§ 1º e 2º. 
 . Se o réu aparecer espontaneamente, mesmo diante de citação irregular, o juiz 
pode atestar que houve sim tal apresentação no processo. – Pode contra argumentar que 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 35 
 
a apresentação da contestação foi por cautela, genérica, em que se nega tudo sem 
documento etc. 
. Citação por edital ou oficial de justiça. 
2) Efeitos citação válida – art. 240 CPC/2015: 
. Prevenção do juízo. – Torna um Juízo prevento. 
. Induz litispendência. 
 . O primeiro caso ajuizado tem preferência, e outro é extinto sem resolução de 
mérito. 
. Interrompe a prescrição – súmula 268 do TST. 
 . Interrupção = zera tudo. 
. Torna litigiosa a coisa. 
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, 
torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da 
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). 
§ 1o A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido 
por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação. 
3) Intimação: 
. Via postal – regra (quando a parte não tem advogado); quando tem é o Diário Oficial. 
. Presunção de recebimento – súmula 16 do TST: 
“Notificação Trabalhista - Recebimento - Ônus de Prova. Presume-se recebida a notificação 
48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após o 
decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário”. 
 . É muito difícil provar depois que não recebeu dentro desse prazo. 
. Publicação no diário oficial (quando a parte tem advogado). – devendo constar a 
identificação do processo e o nome das partes e dos seus advogados, sob pena de nulidade 
. Súmula 427 TST + art. 272, § 5˚, CPC (pluralidade de advogados e pedido 
expresso). 
. Exemplo: se a procuração tem inúmeros nomes de advogados, mas a petição 
deixou como pedido expresso a requisição de que as intimações fossem feitas 
EXCLUSIVAMENTE em nome de fulano = será nula a intimação para outra pessoa. – MAS, 
SE NÃO HOUVE PEDIDO EXPRESSO, VALE A INTIMAÇÃO P/ QUALQUER UM DA 
PROCURAÇÃO. 
. Pessoalmente – oficial de justiça (mandados de citação para pagamento (execução); MPT 
e Fazenda Pública. 
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NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 36 
 
 . É algo mais agressivo, logo tem que ser entregue para quem tem poderes de fatos 
para receber. 
4) Novo CPC: 
Art. 272,§ 1o Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o 
nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na Ordem dos Advogados 
do Brasil. 
§ 2o Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das partes e de seus 
advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim 
requerido, da sociedade de advogados. 
§ 3o A grafia dos nomes das partes não deve conter abreviaturas. 
§ 4o A grafia dos nomes dos advogados deve corresponder ao nome completo e ser a mesma que 
constar da procuração ou que estiver registrada na Ordem dos Advogados do Brasil. 
 
 
TERMOS PROCESSUAIS 
1) Introdução: 
. São atos de documentação do processo, o instrumento pelo qual o ato será retratado e 
juntado aos autos. 
Art. 771, CLT.Os atos e termos processuais poderão ser escritos a tinta, datilografados ou a 
carimbo. 
Art. 772, CLT. Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas partes interessadas, 
quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a rogo, na presença de 2 
(duas) testemunhas, sempre que não houver procurador legalmente constituído. 
Art. 773, CLT. Os termos relativos ao movimento dos processos constarão de simples notas, datadas 
e rubricadas pelos chefes de secretaria ou escrivães. 
PRAZOS PROCESSUAIS 
1) Introdução: 
. São artigos impertinentes em relação a realidade prática hoje. 
. Lapso de tempo para prática ou abstinência do ato processual. 
. Início do prazo e da contagem do prazo. 
. Início do prazo: momento da ciência do ato processual. 
. Início da contagem do prazo: dia útil seguinte. – Para dar tempo, por exemplo, p/ 
contratação de advogado. 
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NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 37 
 
. É tempestivo ato praticado antes do início do prazo – art. 218, § 4º - extemporâneo. 
. Contagem dos prazos em dias úteis- - art. 219 – aplicável ao processo do trabalho? SIM, 
desde a Reforma Trabalhista. 
. Antes da Reforma: 
Art. 775 da CLT (antes da reforma)- Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão 
do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, 
entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em 
virtude de força maior, devidamente comprovada. 
Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia de feriado, terminarão no 
primeiro dia útil seguinte. 
Conclusão – não se aplicava do Processo do Trabalho 
. Depois da Reforma, ou seja, depois de 11/11/2017: 
Art. 775 (REFORMA). Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com 
exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. 
§ 1o Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes 
hipóteses: 
I - quando o juízo entender necessário; 
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. 
§ 2o Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos 
meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior 
efetividade à tutela do direito. 
 
. Súmula 262, TST: 
Intimação ou Notificação Trabalhista - Prazo – Contagem. 
I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil 
imediato e a contagem, no subsequente. 
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho (art. 
177, § 1º, do RITST) suspendem os prazos recursais. 
. O momento da ciência não será sábado, sendo prorrogada para segunda-feira 
(caso não seja feriado) a ciência, e a contagem de prazo somente na sexta-feira. 
. Art. 224, CPC/15: 
Art. 224, CPC/2015. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do 
começo e incluindo o dia do vencimento. 
§ 1o Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, 
se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois 
da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica. 
§ 2o Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da 
informação no Diário da Justiça eletrônico. 
§ 3o A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação. 
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NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 38 
 
. Se houve expediente forense, mas este começou mais tarde; ou se encerrou antes 
(desistiu); ou foi caso de indisponibilidade do PJE = neste caso, se estou falando de começo 
ou vencimento de prazo, eu prolongo para o dia útil seguinte. 
 . Se for em meio de prazo = desconsidero, continua sendo dia útil. 
. OBS: quando sai no diário oficial, que só é liberado 19 horas, não posso dizer que isso é 
meu momento de ciência, então considero publicado no dia útil seguinte, e início da 
contagem no dia útil posterior. 
 . Exemplo: diário oficial de sexta-feira considero publicado na segunda-feira; e 
início de prazo na terça-feira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 39 
 
PARTES, CAPACIDADE E PROCURADORES 
PARTES 
 
1) Sujeitos processuais: 
. Imparciais: juiz, perito, auxiliares de justiça, MPT. 
 . Não possuem interesse na causa. 
. Parciais: partes do processo. 
. Parte processual x parte do litígio x parte ilegítima: 
. Nem sempre aquele que é titular do direito material é parte processual (sindicato 
e MP são exemplos disso, quando ingressam na qualidade de substituto processual; ou até 
mesmo as partes ilegítimas, que são parte até que o juiz expressamente declare a 
ilegitimidade e exclua do processo. etc.). 
. Denominação no processo do trabalho: 
 . Dissídio individual: reclamante e reclamado. 
. Dissídio coletivo: requerido e requerente. 
. Recurso: recorrente x recorrido. 
. Rescisória: autor x réu 
. MS ou HC: impetrante e impetrado. 
. Execução: exequente e executado. 
2) Litisconsórcio: 
. Cumulação de lides que se ligam no plano subjetivo (ativo, passivo ou misto) 
. Inicial ou ulterior. 
 . Inicial = formação pleiteada na petição inicial. 
 . Ulterior = não é indicado na petição inicial, mas sim posteriormente. 
. Facultativo ou necessário. 
 . Litisconsórcio do polo ativo é sempre facultativo. – Direito de ação é individual. 
. Unitário ou simples. 
. Reclamatória plúrima – art. 842, CLT: 
 . É o único litisconsórcio expressamente previsto na CLT. 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
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 . Litisconsórcio do polo ativo. 
“Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas 
num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa ou estabelecimento”. 
 . Os empregados que trabalham na mesma empresa e estão pleiteando as mesmas 
coisas possam ingressar com Reclamação Plúrima com base nesse artigo da CLT. 
 . ISSO NÃO É AÇÃO COLETIVA, é ação individual. – Poderiam ter sido entradas 
separadamente, mas optaram por entrar juntas. – Não há economia/vantagem para o 
reclamante. 
 . A professora não indica esse tipo de ação, pois é muito arriscado = jogar todos os 
ovos em uma cesta só. – Se você cair em juiz que der improcedência, os dois perdem. – Se 
forem ações, com juízes diferentes, a procedência de um pode atuar como força de prova 
para o outro improcedente em sede de recurso. 
. OBS: litisconsórcios multitudinários = muitos reclamantes. – Gera tumulto processual. 
 . Juízes geralmente mandam segregar. 
CAPACIDADE 
1) Espécies: 
. Capacidade de ser parte = personalidade civil – arts. 1º e 2º do CC – começa com o 
nascimento com vida. 
. Capacidade processual = capacidade de estar em juízo (capacidade civil – art. 70 do CPC). 
 . É plena quando a parte pode estar em juízo sozinha, sem nenhum tipo de 
representação ou assistência. 
. Aptidão para praticar atos processuais. 
. Não se confunde com legitimidade ad causam. 
. Relaciona-se com a representação (incapacidade absoluta) e assistência 
(incapacidade relativa). 
Art. 70, CPC: Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade 
para estar em juízo. 
 O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou curador, na forma da 
lei. 
2) Regramento da matéria na CLT: 
. Capacidade civil plena – 18 anos. 
. Incapacidade relativa – 16 a 18 anos. 
 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I – PROF. JULIANE FACÓ – FBD – 2022.2 
 
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 . Menor pode trabalhar sem ser aprendiz nessa faixa etária, mas existem

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