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A Economia como Ciência Social - PDF

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Economia como Ciência Social - Resumo 
1 
Twitter: @juniorumcara Blog: www.entreloucos.blogspot.com 
 
A ECONOMIA COMO CIÊNCIA SOCIAL. 
O conhecimento da sociedade 
• Ciência vem do latim scire, significando saber, estar ciente. 
• Locke: Nada esta no intelecto que antes não tenha passado pelos sentidos. O conhecimento vinha, 
pois, pelos sentidos. 
• Leibniz: A não ser o próprio intelecto. Somente o intelecto pode elaborar o conhecimento. 
• O pensamento de Leibniz e Locke era amarrado em premissas filosóficas, enquanto a moderna 
psicologia do conhecimento é ramo da ciência experimental cujas conclusões se embasam no teste 
da realidade. 
Conhecimento empírico: Visa detectar regularidades ou seqüências nos acontecimentos. Não lhe interessa 
saber por que isso ocorre, mas sim que ocorre. 
Conhecimento cientifico: Parte do primeiro, no que diz respeito à observação metódica e à detecção das 
regularidades. Visa estabelecer relações de causa e efeito entre os fatos observados com o intuito 
de explicá-los, usando para tanto o método cientifico consistente na experimentação. Destina-se a 
explicação dos fenômenos. Tais tarefas – explicar e prever- exigem rigor de raciocínio e maestria 
no método de pesquisa para terem chance de sucesso. 
Conhecimento filosófico: Almeja transcender a pura explicação cientifica para enfeixar toda a 
fenomenologia ou grande parte dela numa visão ou numa explicação global de caráter universal. 
Fala-se, assim, numa filosofia cristã, judaica, existencialista, e assim por diante. Daí a distinção 
dos filósofos entre o conhecimento não pela simples causas, mas pelas causas remotas, próprias da 
filosofia. 
A ciência: Nada prova. Ela apenas fornece os métodos e o embasamento analítico destinados a permitir 
sejam contestadas determinadas proposições tidas até então como verdadeiras. O jogo da ciência 
prossegue não para consagrar definitivamente o já estabelecido, mas para permitir uma 
consagração provisória enquanto as novas explicações submetidas ao teste da realidade não 
ganhem pontos suficiente para tomar o lugar das anteriores. 
Ciências exatas e ciências sociais: se diferenciam pelo número e complexidade das variáveis que lhes são 
próprias. 
Ciências exatas: conceitualmente mais simples. 
Ciências sociais: Campo coalhado de variáveis. Apresentam comportamento bem mais oscilante e 
irregular; um processo de ação e reação muitas vezes em cadeia, tornando difícil a sua análise de 
tratamento estatístico. Fator de perturbação bastante sério nas ciências sociais é o fato de nelas o 
homem ser a um tempo o seu sujeito e o seu objeto. 
Economia como Ciência Social - Resumo 
2 
Twitter: @juniorumcara Blog: www.entreloucos.blogspot.com 
Unidade das ciências sociais: a divisão das ciências sociais em direito, economia, sociologia, política, 
antropologia e etc, se deu mais para fins didáticos do que em função de limites precisos entre eles. 
Uma crise política poderá deitar por terra programas econômicos, ainda quando bem elaborados e 
executados. O marco institucional, representado pela legislação vigente, condiciona todas as 
situações estudadas em cada uma das ciências sociais, mormente quanto tal legislação é 
sociologicamente legítima, ou seja, está em sintonia como o modo de ser e de ver da sociedade, 
porque, caso contrário, a sociedade acabaria por rejeitar a norma, encontrando meios para 
contorná-la ou distorcê-la. 
OS MODELOS 
O modelo pode ser visto como uma simplificação drástica da realidade, da qual extraem ou se separam 
algumas poucas variáveis, tidas como relevantes para explicação de um dado fenômeno, como o 
estabelecimento de relações funcionais entre elas. Nem sempre todas aquelas causas estarão 
atuando sobre o fenômeno em foco. Por exemplo, uma crise política: certamente produzirá sensíveis 
reflexos em diversos segmentos econômicos. Mas não se poderá imaginá-la como permanente. O 
mesmo se diga de um fenômeno climático ou de um evento bélico. 
Variáveis endógenas: aquelas a serem explicitamente consideradas pelo modelo e cuja variação deverá 
explicar o comportamento do fenômeno em análise. 
Variáveis exógenas: as demais, que sobram tidas como menos relevantes ou de influência remota para 
aquela explicação e cuja variação é desconsiderada, sendo, pois assimiladas a constantes. Como é 
possível dar um tratamento matemático a uma ciência social. 
Redução do número de variáveis: A redução do número de variáveis torna matematizável a explicação, 
como nas ciências ditas exatas. 
A lei dos grandes números: Segundo a qual a dispersão e diversidade dos comportamentos, atos e fatos 
relativos a indivíduos isoladamente considerados ou a pequenos grupos tendem a se reduzir 
drasticamente quando vistos em seu contexto global. Quando alterações bruscas ocorrem, pode-se 
detectar logo a existência de uma causa ou conjunto de causas atuando naquele particular campo 
de observação; eventos semelhantes somente chamarão a atenção dos cientistas se apresentarem 
relevância estatística, ou seja, se o seu coeficiente na sociedade como um todo, ou segmento dela, 
alterar-se constante e significativamente. Alguns desconsideram a lei dos grandes números, 
quando é apenas ela que permite detectar tendências e estabelecer probabilidades, sem se deixar 
desviar por caso fortuito, excepcionais ou pura e simplesmente irrelevantes. 
O teste da realidade: permitir teste da adaptabilidade, também chamado de aderência, de uma teoria a 
realidade. Uma terapia pode ser miraculosa na mente do médico seu idealizador. Mas somente o 
gráfico estatístico das curas obtidas com o seu emprego irá confirmar ou desmentir aquela 
convicção. Forma-se a jurisprudência. 
Economia como Ciência Social - Resumo 
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Twitter: @juniorumcara Blog: www.entreloucos.blogspot.com 
Rigor Científico: o quantitativo: a vantagem daquele é tornar mais rapidamente as evidentes possíveis 
inconsistências ou falhas de raciocínio. Se se chegar a um sistema de três equações e três 
variáveis, ele permitira quantificá-las e, portanto, habilitá-las a passar pelo teste da realidade, pela 
comparação entre os valores por elas assumidos no modelo e na concretude do mundo dos fatos, 
tal como evidenciado estatisticamente. 
Cautelas com a Matemática: Econometria: emprego da ferramenta estatístico-matemática na análise 
econômica. A variável tamanho e a variável produtiva não são variáveis independentes, mas sim 
condicionadas por uma terceira variável não explicita, qual seja, a fertilidade da terra. A esse 
fenômeno chama-se econometria multicolinearidade, a qual é depurada por métodos próprios. 
Quantidade e qualidade: dá-se a qualidade de “calma” a uma pessoa que se irrita ou perde o controle de si 
poucas vezes (aí o elemento quantitativo). E diz-se ser ela nervosa se isto ocorre muitas vezes. Daí 
o conceito da razoabilidade (qualidade). 
CLASSIFICAÇÃO DOS MODELOS 
Indutivos: Ocorrem da indução, observação e mensuração estatística dos fatos e do 
estabelecimento de possíveis relações funcionais entre as variáveis que os representam. 
Clássico modelo da oferta e procura. Ou os modelos explicativos da inflação, relacionando o 
comportamento do nível geral de preços a fatores vários como o déficit público. Provém da 
observação inteligente e metódica dos fatos seguida por uma adequada elaboração teórica a 
significar o confronto de diversas hipóteses de trabalho e o estabelecimento de um nexo 
entre o dado observado e a sua explicação lógica em termos comportamentais. 
Modelo dedutivo, ou aprioristico: Teoria dos jogos. Cada agente “aposta” no que farão os demais; 
não é diretamente observável e nem foi criada a partir de uma observação, pois decorre maisde uma analogia. O modelo dedutivo define situações ou comportamentos hipotéticos antes 
mesmo de verificar se existem. 
Explicativos: ligam variáveis em suas relações funcionais, com vistas a chegar a relações de causa 
e efeito, ou seja, relações explicativas. 
Prescritivos: relacionam variáveis sob a ótica de que algumas representam objetivos a serem 
alcançados, enquanto outras serão meios para que tal se realize. 
Explicação e previsão: Com efeito, se um método consegue explicar um evento ou conjunto de 
eventos, poderá, com igual confiabilidade, ser utilizado em projeções futuras do mesmo. 
Duas ressalvas: De que as variáveis endógenas continuem a ter, no futuro, o mesmo grau 
de relevância entre as causas geradoras do evento em foco, ou seja, os seus coeficientes de 
explicação não devem sofrer alterações substanciais; e quanto às variáveis exógenas, que 
nenhuma, deixada de lado pelo mesmo modelo, venha a ganhar a relevância que antes não 
ostentava. 
Economia como Ciência Social - Resumo 
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Twitter: @juniorumcara Blog: www.entreloucos.blogspot.com 
• Um imposto já existente cuja alíquota fosse alterada para mais ou para menos. Nesse caso, ele 
continuaria a ser, uma variável endógena, mas a alteração na mudança do seu peso ou coeficiente 
levaria a um novo resultado final da equação explicativa. 
• Estocástico = algo aleatório 
• No mundo físico, o leque de probabilidades é muito mais estreito do que no mundo social. 
• Os modelos foram concebidos para simplificar a realidade, tornando-a cientificamente manejável. 
• Os postulados, ou proposições, da Economia, têm um caráter tendencial, ou seja, revelam ou 
indicam uma tendência e não uma certeza absoluta. 
• Uma enorme parcela de todos os investimentos feitos é baseada em projeções de dados e pesquisas 
de mercado. 
MODELOS E LEIS DA ECONOMIA – A CAIXA DE FERRAMENTAS. 
• Não passam de algumas conclusões de alguns modelos de aplicação mais universal. 
• Não passam de conclusões ou proposições decorrentes de determinados modelos, mantendo, por 
conseguinte, o seu caráter tendencial, sem adquirir foros de verdade insofismável e imutável. 
• A chamada teoria econômica vem a ser um conjunto de modelos, isto é, um leque de explicações, 
cada qual aplicável a uma dada parcela da realidade e baseada em alguns pressupostos. 
• Pode ser vista como uma caixa de ferramentas, sendo as ferramentas os vários modelos construídos. 
• Muitas vezes a incapacidade do grande público de distinguir entre uma proposição analítica, isto é, 
baseada em modelos, e uma afirmação direta sobre uma dada realidade é a responsável pela sua 
incompreensão ou descrença quanto às potencialidades não apenas da ciência econômica mas de 
qualquer ciência. 
 
UM EXEMPLO DE MODELO ECONÔMICO: A LEI DA PROCURA. 
• A lei estabelece uma relação entre preço e quantidade. Poderia ser sintetizada pela expressão. 
D = f (p, Y, ps, pc, H) 
D = quantidade procurada. 
P: Preço. 
Y: Nível de renda: A quantidade procurada subirá, caso todos ou quase todos 
os apreciadores daquele bem tiverem rendimentos mais altos. 
Ps: Preço do sucedâneo: a sua procura variará caso varie o preço de outro 
bem apto a substituí-lo. 
Pc: Preço do bem complementar. Também influi sobre a procura do bem 
principal. 
H: Hábitos de consumo. Correspondem ao componente sociocultural da 
procura e são a resultante de todo um conjunto de fatores. 
Economia como Ciência Social - Resumo 
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Twitter: @juniorumcara Blog: www.entreloucos.blogspot.com 
• O preço é a única variável endógena. 
• As outras variáveis passíveis de influir sobre a procura são: o nível de renda da população – 
variável indicada internacionalmente pela letra Y, pois a quantidade procurada subirá, caso todos ou 
quase todos os apreciadores daquele bem tiverem rendimentos mais altos. 
• Parece muito simplista a hipótese de haver apenas uma variável, o preço, a influir sobre a 
quantidade procurada. Sob este aspecto, o modelo não esta errado, mas é obviamente incompleto. 
Não, no sentido de que, sobretudo em curto prazo, ou seja, a intervalos não muito extensos de 
tempo, a variável preço realmente consegue explicar uma alta proporção das variações observadas 
na quantidade procurada, digamos 80% a 90%. 
• Já, a médio ou em longo prazo, esta hipótese ceteris paribus tem de ser abandonada, pois parece 
evidente a sua improbabilidade. 
• Nem todos os elementos aptos a entrar num modelo são passíveis de serem diretamente 
quantificados. 
OS MODELOS E AS INSTITUIÇÕES 
• As chamadas leis nada mais são do que conclusões de modelos de aplicação mais ampla e 
generalizada. 
• Cada modelo está inserido no seu nicho institucional, e ele operara a contento mesmo além de 
fronteirar políticas, aspirando assim à universalidade, quanto mais amplo for, geograficamente, esse 
nicho institucional. 
• O modelo vem a ser a formalização de uma teoria, e a critica a ela não pode basear-se no dilema 
falso-verdadeiro, mas deve considerar o seu escopo de aplicação útil e a sua limitação além desse 
escopo. 
 
REFERÊNCIAS 
ROSSETTI, José P. Introdução a Economia. 17. ed São Paulo: Atlas, 1997.

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