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Tipo e Tipicidade (1)

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 A fragmentariedade do Direito Penal tem como consequência 
uma construção tipológica individualizadora de condutas 
que considera gravemente lesiva de determinados bens 
jurídicos que devem ser tutelados. A lei, ao definir crimes, 
limita-se, frequentemente, a dar uma descrição objetiva 
do comportamento proibido. Em muitos delitos, o legislador 
utiliza-se de outros recursos, doutrinariamente denominados 
elementos normativos do tipo ou subjetivos do tipo, que 
levam implícito um juízo de valor. 
 
 A teoria do tipo criou a tipicidade como característica 
essencial da dogmática do delito, fundamentando-se no 
conceito causal de ação. Reconhecendo desde logo a 
unidade do delito (crime), destacamos a necessidade 
metodoglógica de distinguir suas características em 
tipicidade, antijuridicidade e culpabilidade. 
 Conjunto de elementos do fato punível descrito na lei 
penal, o qual exerce uma função limitadora e 
individualizadora das condutas humanas penalmente 
relevantes. É uma construção que surge da imaginação do 
legislador, que descreve legalmente as ações que 
considera, em tese, delitivas. 
 
 TIPO é um modelo abstrato que descreve um 
comportamento proibido. Cada tipo possui características e 
elementos próprios que os distinguem um dos outros, 
tornando-os todos especiais, no sentido de serem 
inconfundíveis, inadmitindo-se a adequação de uma 
conduta que não lhes corresponda perfeitamente. Cada tipo 
desempenha uma função particular, e a ausência de 
um tipo não pode ser suprida por analogia ou 
interpretação extensiva. 
 
 Operação intelectual de conexão entre os fatos 
possíveis da vida real e o modelo típico descrito na 
lei. Essa operação consiste em analisar se 
determinada conduta apresenta os requisitos 
que a lei exige, para qualificá-lo como infração 
penal, chama-se “juízo de tipicidade”, que cumpre 
uma função fundamental na sistemática penal. 
 
 Quando o resultado desse juízo for positivo, 
significa que a conduta analisada reveste na 
tipicidade. No entanto, quando o juízo de 
tipicidade for negativo, estamos diante da 
atipicidade da conduta. 
 
 
 Decorrência natural do princípio da legalidade (nullun crimen nulla 
poena signe previa lege), a conformidade do fato praticado pelo 
agente com a moldura abstratamente descrita na lei penal. Para 
ser adjetivado de típico, um fato precisa adequar-se a um modelo 
descrito na lei penal. 
 
 A adequação típica pode se dar de forma imediata ou mediata: 
 
 MEDIATA: quando o fato se subsume imediatamente no modelo legal, sem 
a necessidade da concorrência de qualquer outra norma – matar alguém. 
 
 IMEDIATA: Exceção à regra. Necessita da ocorrência de outra norma, 
secundária, de caráter extensivo, que amplie a abrangência da figura típica. 
Nesses casos, o fato do agente não vem a se adequar direta e 
imediatamente ao modelo descrito na lei, o que somente acontecerá com o 
auxílio de outra norma ampliativa, como ocorre no crime omissivo impróprio 
(art. 13, §2º). 
 
 Algumas funções são atribuídas ao tipo penal, dentre as quais destacam-
se: 
 
 Função indiciária: o tipo circunscreve e delimita a ação penalmente 
ilícita. A circunstância de uma ação ser típica indica que, provavelmente, 
será também antijurídica. A adequação do fato ao tipo faz surgir o 
indício de que a conduta é antijurídica, e essa presunção somente 
cederá ante a configuração de uma causa de justificação. 
 
 Função de garantia: O tipo de injusto é a expressão mais elementar da 
segurança decorrente do princípio da reserva legal. O tipo cumpre, além 
de uma função fundamentadora do injusto, uma função limitadora do 
âmbito penalmente relevante. 
 
 Função diferenciadora do erro: O autor somente poderá ser punido 
pela prática de um fato doloso quando conhecer as circunstâncias fáticas 
que o constituem. O eventual desconhecimento de um ou outro elemento 
constitutivo do tipo constitui erro de tipo, excludente do dolo, e, por 
extensão, da própria tipicidade, quando se tratar de erro inevitável. 
 
 
 A proteção do bem jurídico como fundamento de um direito 
penal liberal oferece um critério material extremamente 
importante e seguro na construção dos tipos penais, porque, 
assim, será possível distinguir o delito das simples atitudes 
interiores, de um lado, e, de outro, dos fatos materiais não lesivos 
de bem algum. 
 
 No estágio atual da teoria do delito, deve-se partir do ponto de 
vista de que no tipo somente se admitem aqueles elementos que 
fundamentam o conteúdo material injusto. O tipo tem a finalidade 
precípua de identificar o bem jurídico protegido pelo 
legislador. 
 
 O bem jurídico pode ser definido como “todo valor da vida humana 
protegido pelo direito”. E, como o ponto de partida da estrutura do 
delito é o tipo de injusto, este representa lesão ou perigo de 
lesão do bem juridicamente protegido. 
 
 Como o tipo penal abrange todos os elementos que fundamentam o injusto, na descrição da 
ação típica está implícito um juízo de valor. O tipo penal não se compõe somente de 
elementos puramente objetivos, mas é integrado, por vezes, de elementos descritivos, 
normativos e subjetivos: 
 
 Elementos objetivos-descritivos: podem facilmente ser compreendidos somente com a 
percepção sensorial. Referem-se a objetos, seres animais, coisas ou atos perceptíveis 
pelos sentidos. Matar alguém, ofender a integridade física... 
 
 Elementos normativos: são aqueles para cuja compreensão é insuficiente desenvolver 
uma atividade meramente cognitiva, devendo-se realizar uma atividade valorativa. São 
circunstâncias que não se limitam a descrever o natural, mas implicam em um juízo de valor. 
 
 Indevidamente (art. 151, §1º, II; art. 162; art. 192, I; art. 316, art. 317; art. 319, todos do CP); 
 Sem justa causa: (art. 153; 154; 244; 246; 248, todos do CP); 
 Sem permissão legal: (art. 292 do CP) 
 Sem licença de autoridade competente (art. 166 e art. 253, do CP); 
 Funcionário Público (art. 312; art. 331 e art. 333, do CP); 
 
 Elemento subjetivo: São dados ou circunstâncias que pertencem ao campo psíquico-
espiritual e ao mundo de representação do autor, constituídos pelo elemento subjetivo geral 
(dolo) e elementos subjetivos do injusto (que serão analisados no decorrer do semestre). 
 
 
  A lei não regula as situações de concurso 
aparente de normas, devendo a solução ser 
encontrada através de interpretação, 
pressupondo, porém: 
 
 a) a unidade de conduta ou de fato; 
 b) pluralidade de normas existentes e; 
 c) relação de hierarquia e dependência entre 
elas. 
 
 
 
 A interpretação de que se utiliza o direito 
penal para encontrar soluções no conflito 
aparente baseia-se em princípios, quais 
sejam: 
 
 Princípio da Especialidade, 
 Princípio da Subsidiariedade 
 Princípio da Consunção. 
 
 Considera-se especial uma norma penal, 
em relação à outra geral, quando reúne 
todos os elementos desta, acrescido de 
mais alguns, denominados de elementos 
especializantes. A norma especial 
acrescenta elemento próprio à descrição 
típica prevista na norma geral. A 
regulamentação especial tem a finalidade, 
precisamente, de excluir a lei geral e, por 
isso, deve precedê-la. 
 Há relação de primariedade e subsidiariedade entre duas normas quando 
descrevem graus de violação de um mesmo bem jurídico, de forma 
que a norma subsidiária é afastada pela aplicabilidade da norma 
principal. Frequentemente se estabelece a punibilidade de determinado 
comportamento para ampliar ou reforçar a proteção jurídico penal de certo 
bem jurídico, sancionando-se com graduações menos intensas diferentes 
níveis de desenvolvimento de uma mesma ação delitiva. A rigor, a figura 
típica subsidiáriaestá contida na principal. Pode ser tácita ou expressa: 
 
 Expressa: quando a própria lei condiciona sua aplicação á não aplicação de 
outra norma mais grave, como o crime do art. 132, em que o legislador de forma 
explícita diz “se o fato não constituir crime mais grave”. 
 
 Tácita: quando determinada figura típica funcionar como elemento constitutivo, 
majorante ou meio prático de execução de outra figura mais grave. Assim, o 
crime de dano (art. 163), é subsidiário ao de furto com rompimento de obstáculo 
(art. 155, §4º, I CP). 
 
 
 
 A norma definidora de um crime constitui meio 
necessário ou fase normal de preparação ou 
execução de outro crime. Há consunção quando 
o fato previsto em determinada norma é 
compreendido em outra, mais abrangente, 
aplicando-se somente esta. As lesões corporais 
que determinam a morte são absorvidas pelo 
crime de homicídio. Há consunção quando o 
crime-meio é realizado como uma fase ou etapa 
do crime fim, onde vai esgotar o seu potencial 
ofensivo, sendo, por isso, a punição somente a 
conduta final do agente. 
 
 
 
 Um fato típico pode não ser punível quando anterior ou posterior a outro 
mais grave, ou quando integrar a fase executória de outro crime. Um 
fato anterior ou posterior que não ofenda novo bem jurídico muitas 
vezes é absorvido pelo fato principal, não se justificando juridicamente 
sua punição autônoma. Podem ser lembrados como fato anterior 
impunível a falsificação de cheque para o delito de estelionato, e de fato 
posterior a venda que o ladrão faz do produto do furto a terceiro de boa-
fé. 
 
 Deve-se considerar absorvido pela figura principal tudo aquilo que, 
enquanto ação – anterior ou posterior -, seja concebido como 
necessário, assim como tudo o que dentro do sentido de uma figura 
constitua o que normalmente acontece. O ato posterior somente pode 
ser impune quando com segurança possa ser considerado com tal, isto 
é, seja um autêntico ato posterior e não uma ação autônoma executada 
em outra direção, que não se caracteriza somente quando praticado 
contra outra pessoa, mas pela natureza do fato praticado em relação à 
capacidade de absorção do fato anterior.

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