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HIPERBILIRRUBINEMIA NEONATAL E FOTOTERAPIA Hemácias, Glóbulos Vermelhos ou Eritrócitos São células presentes no sangue, que têm a função de levar oxigênio às células. são produzidas na medula óssea e são degradadas no fígado, no baço e na própria medula óssea. Entre os produtos da degradação das hemácias está a bilirrubina. hiperbilirrubinemia É o aumento da bilirrubina, caracterizada pela presença de icterícia. Icterícia É a coloração amarelada da pele, mucosas, conjuntivas e em outros tecidos do corpo, devido a uma elevação da concentração de bilirrubinas. Icterícia Neonatal É a manifestação clínica mais frequente no período neonatal. Ocorre do 2° ao 5° dia de vida do bebê, desaparecendo ao final do 7° dia de vida. É um fenômeno fisiológico normal que afeta cerca de 80% dos recém-nascidos, sendo mais frequente e intensa em bebês prematuros. O Metabolismo da Bilirrubina A bilirrubina não conjugada se forma, pela degradação das hemácias. Para ser excretada precisa ser transportada até o fígado, ser conjugada, para ser eliminada com a bile Quando o metabolismo hepático encontra-se imaturo, o fígado é incapaz de conjugar toda a bilirrubina produzida, tendo-se o acúmulo de bilirrubina resultando o processo de icterícia. Processo Intra e Extrauterino Quando ainda na barriga da mãe, a bilirrubina é enviada através da placenta, para a circulação materna, chega no fígado da gestante, onde é conjugada, resultando depois na eliminação. Após o nascimento o organismo do RN deveria fazer esse processo por si só, mas como o seu fígado ainda encontra-se “inativo” ou imaturo, resulta o excesso de bilirrubina e consequente a icterícia. O feto produz 2 vezes mais bilirrubina do que o adulto. Icterícia Fisiológica A hiperbilirrubinemia está presente em cerca de 97% dos RNs a termo mas só 67% deles ficam ictéricos. Inicia-se após 24 h de vida (em geral entre 48 e 72 h). No RN a termo: apresenta níveis séricos de até 13 mg/dl, com pico entre 3° e 5° dia de vida com duração de uma semana, estando dentro dos limites fisiológicos se inferior a 12 mg/dl. No RN pré-termo: apresenta níveis séricos até 15 mg/dl, com pico entre o 5° e 7° dia de vida com duração de até duas semanas. No RN pós-termo: o valor máximo de bilirrubina pode ser de 10-12 mg/dl no 5º dia, podendo atingir 15 mg/dl sem nenhuma anomalia no metabolismo. Outros fatores importantes contribuem para a icterícia fisiológica: Deficiente captação; Deficiente conjugação, Deficiente excreção biliar; Presença de beta-glicuronidase na bordadura em escova da parede intestinal contribuindo para o aumento da circulação entero-hepática. Por motivos desconhecidos o sexo masculino tem valores mais elevados de bilirrubina. Quadro Clínico O RN deverá ser avaliado quanto a intensidade e a abrangência da icterícia, de acordo com as Zonas de Kramer. Zona 1: icterícia na cabeça e coloração =<5 mg/dl Zona 2: icterícia no tórax e abdômen superior = 5-12 mg/dl Zona 3: icterícia no abdômen inferior e coxas = 8-16 mg/dl Zona 4: icterícia nas pernas = 10-18 mg/dl Zona 5: icterícia nas plantas dos pés = >15 mg/dl Sinais e Sintomas Normalmente a icterícia neonatal não gera sintomas. O sinal mais claro observado é a coloração amarelada da pele que começa nos primeiros três dias de nascimento e muitas vezes é notado primeiramente na conjuntiva. Em geral, começa pela testa, nariz e tórax e vai descendo até os pés; desaparecendo no sentido contrário: pés, pernas, barriga, braços, tórax e testa. Toda icterícia que ocorre nas primeiras 24 horas após o nascimento deve ser cuidadosamente investigada por um médico. Icterícia associada ao aleitamento materno Acredita-se que haja aumento da reabsorção intestinal da bilirrubina, em associação ao aleitamento natural Existem duas formas descritas de icterícia associadas ao aleitamento materno: Forma precoce: sabe-se que recém-nascidos amamentados exclusivamente ao seio são fisiologicamente mais ictéricos do que os alimentados com leite artificial, nos primeiros dias de vida A reabsorção intestinal de bilirrubina estaria aumentada pela deficiência calórica, geralmente relacionada às dificuldades do início da amamentação e pela menor quantidade de eliminação de mecônio. Forma tardia e prolongada: mais conhecida como icterícia do leite materno. É reconhecida geralmente após a primeira semana de vida, em recém-nascidos saudáveis em aleitamento materno exclusivo podendo-se observar níveis elevados de bilirrubinemia até o final do primeiro mês, que podem perdurar até o segundo ou terceiro mês de vida é realizada a suspensão do leite materno, transitoriamente, por até 48 horas e a bilirrubinemia cai rapidamente em algumas horas, Diagnóstico Realizado por dosagem de bilirrubina (total e frações): Determinação de grupo sanguíneo e Rh materno e do RN Teste de coombs direto do sangue do RN Determinação do hematócrito Contagem de reticulócitos (caso hematócrito normal ou baixo) Controle laboratorial: nos casos de icterícia precoce e hemólise acentuada: dosagem de bilirrubina e hematócrito a cada 6 horas Nos casos de icterícia tardia, controle laboratorial a cada 12 ou 24 horas, conforme a gravidade do caso. Tratamento As icterícias neonatais de baixa intensidade cedem espontaneamente, sem exigirem tratamentos. O aumento da frequência das amamentações e do número de evacuações ao dia ajuda na eliminação da bilirrubina acumulada. Casos em que essa acumulação é mais intensa, o bebê deve ser internado para ser submetido a uma fototerapia (conhecido popularmente como “banho de luz”). Fototerapia É o mecanismo pelo qual a bilirrubina, que é uma molécula lipossolúvel, sofre transformações, tornando-se mais hidrossolúvel e sendo eliminada do organismo sem a necessidade de conjugação hepática. Basicamente são dois os mecanismos de transformação da bilirrubina: isomerização: processo inicial, na qual a molécula de bilirrubina altera uma de suas ligações ou forma novas ligações na sua estrutura original tornando-se mais hidrossolúvel, ambos de eliminação hepática. Oxidação: processo mais tardio, na qual a molécula de bilirrubina se quebra em fragmentos de eliminação renal. Fototerapia Profilática A fototerapia é eficaz na modificação das moléculas de bilirrubina que estão acumuladas no tecido subcutâneo, caracterizando a pele ictérica Se não há icterícia não há sentido em se fazer fototerapia profilática. Fototerapia Precoce Indicada em RN com peso de nascimento < 1000 g e níveis séricos de bilirrubina indireta de 5-6 mg%. Fototerapia Intensiva Implica o uso de altos níveis de irradiância, envolvendo a maior área corporal possível. Eficácia da fototerapia A eficácia do tratamento pela fototerapia depende dos fatores abaixo relacionados: Intensidade de luz emitida pelo aparelho. Idade gestacional; peso de nascimento; Causa de icterícia; Bilirrubinemia no início do tratamento; Distância da fonte de luz; Tipo de luz utilizada; Superfície corpórea exposta; Os aparelhos de fototerapia existentes no mercado nacional podem ser divididos em: Baixa intensidade de luz (menor que 6 uWatts/cm2/nanômetro); exemplo, o aparelho convencional de seis lâmpadas brancas fluorescentes; Média intensidade (entre 6 e 12 uWatts/ cm2/nanômetro); exemplo, o aparelho de lâmpadas fluorescentes brancas e azuis; Altas intensidades de luz (entre 12 e 40 uWatts/cm2/nanômetro); exemplo, o de lâmpada halógena tipo spot ou o tipo manta halógena Tipos de Aparelhos: Todo e qualquer tipo de luz que emita comprimento de onda de 400 a 500 nm será capaz de promover a fotodegradaçãoda bilirrubina. Fototerapia convenciona com lâmpada fluorescente- Octofoto 006-OFL Fototerapia com lâmpadas azuis Fototerapia de fibra óptica- Biliblanket ou colchão luminoso Convencional de alta intensidade- Biliberço 006-F Convencional com lâmpada halógena/Bilispot 006-BP Bilitron Led 4006 Bilitron 3006 Bilitron Sky 5006 Preparando o RN para fototerapia Colher permissão para realizar o tratamento; Orientar os pais sobre o tratamento e sua necessidade; Retirar as roupas do RN para melhor exposição a luz; Providenciar protetor ocular e genital; Propiciar temperatura adequada; Utilizar lençóis brancos no berço para aumentar a reflexão da luz emitida pelas lâmpadas; Ajustar à distância de 40 a 60 cm entre o aparelho e o RN. Complicações da fototerapia Lesão da retina; Aumento do peristaltismo (diarreia); Instabilidade térmica (hipotermia/hipertermia); Síndrome do bebê bronze; Eritema cutâneo; Interferência no vínculo mãe-filho. Cuidados de Enfermagem na fototerapia Manter as lâmpadas a 50 centímetros do RN, pois nesta distância o RN receberá as radiações sem sofrer queimaduras. O RN deverá estar despido, sendo fundamental o uso de fraldas para proteção do períneo e das gônadas, da ação do calor. Proteção ocular para impedir o ressecamento da córnea, evitando assim lesões graves por ação da luz Controle do estado de hidratação do RN, pois pode ocorrer desidratação devido a sudorese pela ação do calor. Realizar mudança de decúbito a cada 2 horas; Estimular a amamentação para melhorar o peristaltismo e eliminações; Não utilizar óleos, cremes, pomadas, pois podem levar a queimaduras; Observar eliminações (fezes e urina) aspecto; Monitorar temperatura axilar prevenindo hipertermia e desidratação; Retirada do RN da fototerapia, 15 minutos antes do banho, para que seu corpo não sinta a diferença de temperatura; Complicações da Hiperbilirrubinemia Embora seja um acontecimento simples não deve dispensar o acompanhamento médico devido a possibilidades de complicações graves. Essas possibilidades de ocorrerem problemas graves de diminutas, quando os conselhos dados pelos médicos são seguidos. Se o bebê não receber o tratamento da fototerapia, poderá sofrer danos cerebrais ou morrer. Hidropsia fetal é uma complicação caracterizada por edema, podendo ocorrer abaixo da pele ou no espaço em torno dos pulmões no pericárdio ou no abdômen. Encefalopatia Bilirrubínica – Kernicterus é consequente da toxicidade da bilirrubina às células do SNC, causando uma apoptose dos neurônios (morte celular). Bilirrubina e Audição a toxicidade prolongada da bilirrubina pode levar à perda irreversível da audição. Bilirrubina e Visão a bilirrubina pode se instalar nos olhos a partir da corrente sanguínea ou hemorragia intraocular, podendo causar degeneração e atrofia do nervo óptico, levando a cegueira. ISLEIDE CAMILA RAQUEL ERIKA ADENICE HIPERBILIRRUBINEMIA NEONATAL E FOTOTERAPIA Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27
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