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Miguel Reale

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Miguel Reale
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
	Miguel Reale 
	
Miguel Reale
	Nascimento
	6 de novembro de 1910
São Bento do Sapucaí,  São Paulo
	Morte
	14 de abril de 2006 (95 anos)
São Paulo,  São Paulo
	Nacionalidade
	 brasileiro
	Ocupação
	Filósofo, jurista, educador epoeta
Miguel Reale (São Bento do Sapucaí, 6 de novembro de1910 — São Paulo, 14 de abril de 2006) foi um advogado,filósofo, professor universitário e poeta brasileiro.[1]
É conhecido principalmente por sua longa atuação naacademia e como advogado, por sua atuação de relevo no campo da filosofia do direito - sendo criador da teoria tridimensional do direito, que integra a norma jurídica ao fato social e aos valores culturais, num processo histórico-dialético de implicação e complementaridade, e que é particularmente difundida no Brasil - e também por ter sido um dos principais ideólogos da Ação Integralista Brasileira,[2][3][4] grupo nacionalista e fascista brasileiro,[2][4][5][6] por ter sido um dos principais redatores da Emenda Constitucional nº 1,[7][8][9] que consolidou a ditadura militar no Brasil,[10] e por ter supervisionado a comissão elaboradora do Código Civil brasileiro de 2003.
Índice
  [esconder] 
1Vida familiar
2Formação e carreira
3Revolução Constitucionalista de 1932
4A teoria tridimensional do direito
5Cronologia
6Atividades profissionais e empresariais
7Obras
7.1Filosofia geral
7.2Filosofia do direito
7.3Ciência política e teoria do estado
7.4Direito positivo
7.5Literatura (prosa e poesia)
7.6Outras
7.7Principais obras traduzidas
8Títulos acadêmicos
9Instituições a que pertenceu
10Prêmios e condecorações
11Ver também
12Referências
13Ligações externas
Vida familiar[editar | editar código-fonte]
Miguel Reale é filho do médico italiano Brás Reale e de Felicidade Chiaradia Reale, natural de Minas Gerais. Foi casado com Filomena (Nuce) Pucci Reale por 63 anos, com quem teve os filhos Ebe, Lívia Maria e Miguel.
Ebe Reale é historiadora formada pela Faculdade Sedes Sapientiae, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, autora de Dissertação de Mestrado sobre a História do Município de Pindamonhangaba e professora de "Cultura Brasileira" na Escola de Comunicações da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) na Capital paulista. É membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, tendo publicado 18 livros sobre a História de São Paulo.
Lívia Maria Reale Ferrari era formada em Línguas Neolatinas e foi casada com Antônio Carlos Ferrari, tendo o casal falecido jovem, em 1973, deixando três filhos menores que foram criados por Miguel e Nuce Reale.
Miguel Reale Júnior, filho caçula de Miguel Reale, é advogado e professor, tendo ocupado o cargo de Minstro da Justiça durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Formação e carreira[editar | editar código-fonte]
Miguel Reale em uniforme do do grupo fascista Ação Integralista Brasileira, no qual ocupou o posto de Secretário Nacional de Doutrina e Estudos.
Formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (1934), onde foi professor catedrático (1941) e por duas vezes reitor eleito (1949 — 1950; 1969 — 1973).
Em 1969 foi nomeado pelo presidente Artur da Costa e Silva para a “Comissão de Alto Nível”, incumbida de rever a Constituição de 1967. Resultou desse trabalho parte do texto da Emenda Constitucional nº 1, de 17 de outubro de 1969, que consolidou oregime militar no Brasil.
Ocupou a cadeira 14 da Academia Brasileira de Letras, a partir de 16 de janeiro de 1975. Escreveu coluna quinzenal no jornal O Estado de S. Paulo, na qual tratou de questões filosóficas, jurídicas, políticas e sociais da atualidade.
Foi supervisor da comissão elaboradora do Código Civil brasileirode 2002, cujo projeto foi posteriormente sancionado pelopresidente da República Fernando Henrique Cardoso, tornando-se a Lei nº 10.406 de 2002, novo Código Civil, que entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003.
Miguel Reale teve atuação de relevo no campo da filosofia, tendo sido co-fundador do Instituto de Filosofia Brasileira de Lisboa, Portugal. Foi organizador de sete Congressos Brasileiros de Filosofia (1950 a 2002) e do VIII Congresso Interamericano de Filosofia (Brasília, 1972), relator especial nos XII, XIII e XIV Congressos Mundiais de Filosofia (Veneza, 1958; Cidade do México, 1963; e Viena, 1968), conferencista especialmente convidado pela Federação Internacional de Sociedades Filosóficas para os XVI e XVIII Congressos Mundiais (Düsseldorf, Alemanha, 1978; e Brighton, Reino Unido, 1988), e organizador e presidente do Congresso Brasileiro de Filosofia Jurídica e Social (São Paulo, 1986, João Pessoa, 1988 e Paraíba, 1990).
É autor, entre outros, de Filosofia do Direito e de Lições Preliminares de Direito, O Direito como Experiência, Horizontes do Direito e da História, Experiência e Cultura, Nos Quadrantes do Direito Positivo, Pluralismo e Liberdade todas obras clássicas do pensamento filosófico-jurídico brasileiro. Suas obras foram traduzidas para o italiano, o espanhol e o francês.
Revolução Constitucionalista de 1932[editar | editar código-fonte]
Quando eclodiu o movimento constitucionalista, Miguel Reale estava no segundo ano de bacharelado naFaculdade de Direito do Largo de São Francisco. Assim como outros colegas de curso, ingressou no batalhão acadêmico Ibrahim Nobre, o qual recebia o nome do importante jurista da época (também formado pelo Largo de São Francisco), combatendo no sul do estado de São Paulo.[11] Considerou o movimento legítimo e vitorioso, com a promulgação da Constituição de 1934, alem de essencial na consolidação da democracia no país.[12]
	“
	A minha convicção é a de que no episódio da revolução constitucionalista o que predominava era o ideal democrático como tal, sem adjetivo, sem colorido ideológico, mas como esperança comum de um regime que viesse assegurar a todos o direito de escolher livremente o próprio caminho. Isto explica o seu caráter não classista, bem como a entusiástica tomada de posição da mulher paulista de todas as categorias sociais, colocando-se na vanguarda dos acontecimentos, a começar pela marcha inicial pela família e pela democracia.
	”
A teoria tridimensional do direito[editar | editar código-fonte]
Dentre as contribuições de Miguel Reale para a teoria geral do direito, a que lhe atribuiu maior prestígio foi a teoria tridimensional do direito em que o autor buscou integrar três concepções de direito: a sociológica (associada aos fatos e à eficácia do direito), a axiológica (associada aos valores e aos fundamentos do direito) e a normativa (associada às normas e à vigência do direito). Assim, segundo essa teoria, o direito seria composto da conjugação harmônica entre as três dimensões — a fática, a axiológica e a normativa —, numa dialética de implicação e polaridade, em um processo histórico-cultural.
Em linhas muito simples, todo fato (acontecimento, ação) possui um valor (aspecto axiológico) e para tal uma determinada norma jurídica.
Cronologia[editar | editar código-fonte]
1930
Ingressa no bacharelado em Direito pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.
1932
Adere à Revolução Constitucionalista de 1932, ingressando no Batalhão Ibrahim Nobre, junto com seus colegas de curso, participando das batalhas ocorridas no sul do estado.
Fez parte, ao lado de Plínio Salgado, Gustavo Barroso , Roland Corbisier, Santhiago Dantas, o então padre Helder Câmara, Goffredo Silva Telles Júnior, Alfredo Buzaid da Ação Integralista Brasileira, movimento político nacionalista, de extrema direita que teve destaque no cenário político brasileiro durante a década de 1930. Tal organização , foi dissolvida durante o estado-novo , e ao término deste se reconfigurou sob o nome de Partido de Representação Nacional (PRP). Miguel Reale foi um dos fundadores da Ação Popular Sindicalista que confluiria posteriormente para a criação do Partido Social Progressista, que elegeu Adhemar de Barros Governador do Estado de São Paulo.
1934
Bacharela-se em Direito pelaFaculdade de Direito da Universidade de São Paulo. No mesmo ano publica o primeiro livro, O Estado Moderno.
1940
Lança sua tese Fundamentos do Direito (1940), onde monta as bases da sua versão daTeoria Tridimensional do Direito, que se tornaria internacionalmente conhecida.
1941
Obtém titularidade tornando-se catedrático de Filosofia do Direito, por concurso realizado em setembro de 1940,na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo,
Membro do Conselho Administrativo do Estado.(1942-1946)
1947
Secretário da Justiça do Estado de São Paulo. Cria a primeira Assessoria Técnico-Legislativa do Brasil.
1949
Nomeado Reitor da Universidade de São Paulo. Instala os primeiros Institutos Oficiais de Ensino Superior no Interior do Estado de São Paulo.
1949
Funda o Instituto Brasileiro de Filosofia, o qual presidiu até sua morte em 2006.
1951
Chefia a Delegação Brasileira junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra. Consegue que prevaleça o ponto de vista do Brasil acerca do salário mínimo nas plantações.
Apóia junto ao professor Alfredo Anders a criação do curso de Direito na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
1953
Publica o clássico livro Filosofia do Direito, depois traduzido para o italiano por Luigi Bagolini.
1954
Funda a Sociedade Interamericana de Filosofia, da qual foi duas vezes presidente.
1957/1959/1961
Chefia a Delegação Brasileira aos Congressos Interamericanos de Filosofia realizados em Santiago (Chile), Washington (Estados Unidos) e Buenos Aires (Argentina), respectivamente, das quais foi vice-presidente.
1963
Novamente nomeado Secretário da Justiça do Estado de São Paulo.
1967
Eleito Vice-Presidente do Congresso Interamericano de Filosofia realizado em Quebec (Canadá), em 1967.
1969
Nomeado pelo Presidente da República Artur da Costa e Silva para a Comissão de Alto Nível revisora da Constituição brasileira de 1967. Desse trabalho resulta, em parte, o texto da Emenda Constitucional número 1 à Constituição de 1967.
1972
Presidente do VIII Congresso Interamericano de Filosofia, ocorrido em Brasília (DF) em 1972.
Participa da elaboração do tratado e documentos relativos à criação da Itaipu Binacional, tornando-a sua estrutura de empresa internacional.
1969-1973
Novamente, Reitor da USP. Implanta a Reforma Universitária. Proporciona estrutura definitiva aos campi da Capital e do Interior, com edifícios de área superior a 200.000 m²
1974-89
Torna-se membro do Conselho Federal de Cultura.
1975
Eleito para a cadeira 14 da Academia Brasileira de Letras
1996
Pensamento de Miguel Reale debatido no Colóquio Tobias Barreto (Portugal - Porto e Viana do Castelo).
1999
Pensamento de Miguel Reale debatido no I Colóquio Luso-Brasileiro de Pesquisa Filosófica, noRio de Janeiro (RJ)
1998
Profere palestras sobre o Projeto de Código Civil e o Novo Código Civil em todo o País.
2003
Novo Código Civil Brasileiro entra em vigor. Miguel Reale é considerado o Pai deste código.
2006
Falece devido a um enfarte do miocárdio. Foi velado em sua casa e sepultado no Cemitério São Paulo.
Atividades profissionais e empresariais[editar | editar código-fonte]
Advogado militante de 1934 a 2006, com a publicação de dezenas de pareceres e razões forenses.
Consultor Geral da Light – Serviços de Eletricidade S.A. de 1958 a 1974.
Diretor de Coordenação São Paulo da Light - Serviços de Eletricidade S.A. de 1974 a 1979.
Consultor Jurídico da Presidência da Light - Serviços de Eletricidade S.A., posteriormente Eletropaulo – Eletricidade de São Paulo S.A., de 1979 até 2006.
Membro do Conselho de Administração da Eletropaulo – Eletricidade de São Paulo S.A., de abril de 1981 a abril de 1985.
Ex-vice-presidente da Fundação Armando Álvares Penteado.
Ex-presidente da Fundação Moinho Santista.
Ex-membro do Conselho de Administração da Itaipu Binacional, de 1982 a 1997.
Ex-presidente do Conselho Deliberativo da S.A. Moinho Santista – Indústrias Gerais.
Obras[editar | editar código-fonte]
Filosofia geral[editar | editar código-fonte]
Atualidades de um mundo antigo (1936)
A doutrina de Kant no Brasil (1949)
Filosofia em São Paulo (1962)
Horizontes do Direito e da História (1956)
Introdução e Notas aos Cadernos de Filosofia de Diogo Antonio Feijó (1967)
Experiência e Cultura (1977)
Estudos de Filosofia e Ciência do Direito (1978)
O Homem e seus Horizontes (1980)
A Filosofia na Obra de Machado de Assis (1982)
Verdade e Conjetura (1983)
Introdução à Filosofia (1988)
O Belo e Outros Valores (1989)
Estudos de Filosofia Brasileira (1994)
Paradígmas da Cultura contemporânea (1996)
Filosofia do direito[editar | editar código-fonte]
Fundamentos do Direito (1938)
Filosofia do Direito (1953)
Teoria Tridimensional do Direito (1968)
O Direito como experiência (1968)
Lições preliminares de Direito (1973)
Estudos de Filosofia e Ciência do Direito (1978)
Direito Natural/Direito Positivo (1984)
Nova fase do Direito moderno (1990)
Fontes e modelos do Direito (1994)
Ciência política e teoria do estado[editar | editar código-fonte]
O Estado Moderno (1933)
A Política Burguesa (1934);
Formação da Política Burguesa (1935)
O capitalismo internacional (1935)
ABC do Integralismo(1935);
O Estado Moderno (1935);
Perspectivas Integralistas (1935);
Atualidades Brasileiras (1936).
Teoria do Direito e do Estado (1940)
Parlamentarismo brasileiro (1962)
Pluralismo e Liberdade (1963)
Expressão e Cultura; Imperativos da Revolução de Março (1965)
Da Revolução à Democracia (1969)
Política de ontem e de hoje (1978)
Liberdade e Democracia (1987)
O Estado de Direito e o conflito das ideologias (1998)
Direito positivo[editar | editar código-fonte]
Nos Quadrantes do Direito Positivo (1960)
Revogação e Anulamento do Ato Administrativo (1968)
Direito Administrativo (1969)
Cem Anos de Ciência do Direito no Brasil (1993)
Questões de Direito (1981)
Teoria e Prática do Direito (1984)
Por uma Constituição Brasileira (1985)
O Projeto de Código Civil (1986)
Aplicações da Constituição de 1988 (1990)
Temas de Direito Positivo (1992)
Questões de Direito Público (1997)
Questões de Direito Privado (1997)
Literatura (prosa e poesia)[editar | editar código-fonte]
Poemas do Amor e do Tempo (1965)
Poemas da Noite (1980)
Figuras da Inteligência Brasileira (1984)
Tempo Brasileiro (1997)
Sonetos da Verdade (1984)
Vida Oculta (1990)
Face Oculta de Euclides da Cunha (1993)
Das Letras à Filosofia (1998)
Outras[editar | editar código-fonte]
Atualidades Brasileiras: problemas de nosso tempo (1969)
Reforma universitária (1985)
Convívio: Miguel Reale na UNB (1981)
Memórias (1986-87)
De Tancredo a Collor (1992)
De olhos no Brasil e no mundo (1997)
Principais obras traduzidas[editar | editar código-fonte]
Filosofia del Diritto (1956)
Iil Diritto come Esperienza (1973)
Teoria Tridimensional del Derecho (1973)
Fundamentos del Derecho (1976)
Filosofia del Derecho (1979)
Experiénce et Culture (1990)
Títulos acadêmicos[editar | editar código-fonte]
Catedrático de Filosofia do Direito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (1941)
Professor Emérito da mesma Faculdade (1980)
Doutor honoris causa da Universidade de Gênova
Doutor honoris causa da Universidade de Coimbra
Doutor honoris causa da Universidade de Lisboa
Doutor honoris causa da Universidade Kennedy de Buenos Aires
Doutor honoris causa da Universidade Federal de Pernambuco
Doutor honoris causa da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (SP)
Doutor honoris causa da Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Doutor honoris causa da Universidade Federal do Paraná
Doutor honoris causa da Universidade Federal de Goiás
Doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Professor honoris causa da Universidade do Chile (Valparaíso)
Professor honoris causa da Universidade Federal da Paraíba
Professor honoris causa da Faculdade de Direito de Caruaru (PE)
Professor honoris causa da Universidade de Lima
Professor honoris causa do Centro de Ensino Unificado de Brasília -UniCEUB
Instituições a que pertenceu[editar | editar código-fonte]
Associado Emérito do Instituto dos Advogados de São Paulo
Conselheiro efetivo da Academia Interamericana de Direito Internacional e Comparado
Do Conselho do Internationales Jahrbuch für Interdisciplinäre Forschung – Munique (Alemanha)
Do Conselho Editorial dos Archives de Philosophie du Droit, Paris
Ex-Membro do Conselho Diretor do Archiv für Rechts-und Sozialphilosophie da Alemanha Ocidental
Ex-vice-presidente da mesma Associação, da qual foi Relator em vários de seus Congressos Internacionais, como os de Bruxelas, Basiléia e México
Membro correspondente do Instituto de Derecho Parlamentario do Senado da República – Argentina
Membro da Academia Interamericana de Direito Internacional e Comparado
Membro da Comissão Provisória de Estudos Constitucionais
Membro da Academia Brasileira de Letras (Cadeira número 14 – maio de 1975)
Membro da Academia Brasileira de Letras Jurídicas (Cadeira Pedro Lessa)
Membro Titular da Academia Paulista de Direito (Cadeira Pedro Lessa)
Membro da Academia Paulista de História
Membro da Academia Paulista de Letras (Cadeira número 27 – outubro de 1977)
Membro da Associação Internacional de Direito Comparado, com sede em Paris
Membro de Honra da Associação Latino-americana de Estudos Germanísticos (ALEG)
Membro do Conselho Diretor de Darshana Internactional – Moradabad (Índia)
Membro do Conselho Federal de Cultura (1974 a 1989)
Membro honorário da Sociedade dos Filósofos Católicos
Membro honorário do Conselho Editorial do The Journal of Value Inquiry, com sede na Pennsylvania State University
Membro titular do Instituto Latinoamericano de Derecho Del Trabajo y de la Securidad Social
Presidente de Honra da Associação Brasileira de Filosofia do Direito e Sociologia do Direito (ABRAFI)
Presidente do Instituto Brasileiro de Altos Estudos (IBRAE)
Presidente do Instituto Brasileiro de Filosofia e Diretor da Revista Brasileira de Filosofia.
Presidente honorário da International Association for Philosophy of Law and Social Philosophy (IVR)
Presidente honorário do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, com sede em Lisboa
Sócio correspondente da Academia das Ciências do Instituto de Bolonha
Sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa
Sócio correspondente da Academia de Coimbra
Sócio correspondente da Academia Nacional de Ciências de Buenos Aires
Sócio correspondente da Associação Argentina de Filosofia
Sócio honorário da Associação Italiana de Filosofia do Direito
Sócio honorário da Sociedade Espanhola de Filosofia Social e Jurídica
Sócio honorário da Sociedade Mexicana de Filosofia
Prêmios e condecorações[editar | editar código-fonte]
Colar da Ordem do Mérito do Tribunal de Contas de São Paulo
Colar do Mérito Judiciário, conferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Comendador da Ordem do Condor dos Andes, da Bolívia
Comendador da Ordem do Mérito da Costa do Marfim
Comendador da Ordem do Mérito da Educação Nacional
Comendador da Ordem do Mérito de Brasília
Comendador da Ordem do Mérito Naval
Diploma de Benemérito da Cultura Brasileira, conferido pelo IV Congresso Nacional de Filosofia em 1962
Diploma de Jubileu de Prata da Escola Superior de Guerra
Estrela da Solidariedade, da Itália
Grã-Cruz da Ordem do Mérito Nacional
Grã-Cruz da Ordem do Rio Branco
Grande Oficial da Ordem do Ipiranga, do Estado de São Paulo
Grande Oficial da Ordem do Mérito da República da Itália
Grande Oficial da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho
Grande Oficial da Ordem Oficial do Trabalho
Medalha Couto de Magalhães
Medalha de Professor Visitante Ilustre da Universidade Federal de Pernambuco
Medalha Martin Afonso
Medalha Pedro II
Medalha Rui Barbosa
Medalha Silvio Romero
Medalha Teixeira de Freitas, do Instituto dos Advogados Brasileiros
Medalha Tobias Barreto
Oficial da Ordem do Mérito da República da França
Ordem do Sol Nascente, do Japão, no 3º Grau
Prêmio “Guerreiro da Educação” – Professor do Ano 1998, conferido pelo Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE, em parceria com o Estado de S Paulo
Prêmio Barão de Ramalho do Instituto dos Advogados de São Paulo
Prêmio de Prosador do Ano (1987) conferido pelo PEN Center de São Paulo
Prêmio Moinho Santista em Ciências Jurídicas e Sociais
Prêmio Pontes de Miranda (do Instituto dos Advogados de Brasília)
Ver também[editar | editar código-fonte]
Academia Paulista de Letras
História da filosofia no Brasil
Referências
Ir para cima↑ (1966) "Prof. Dr. Miguel Reale". Revista da Faculdade de Direito LXI: separata.
↑ Ir para:a b «Jornal O Lince - História - Miguel Reale e o Estado Sindical». www.jornalolince.com.br. Consultado em2016-09-07.
Ir para cima↑ REALE, Miguel (28/08/2004). «O INTEGRALISMO REVISITADO». miguelreale.com.br. Consultado em 09/2016.
↑ Ir para:a b Caldeira Neto, Odilon. . "Miguel Reale e o integralismo: entre a memória militante e as disputas políticas".Revista Espaço Acadêmico. Visitado em 09/2016.
Ir para cima↑ «Integralismo e o fascismo brasileiro. Integralismo e fascismo - Alunos Online». Alunos Online. Consultado em2016-09-07.
Ir para cima↑ Reiss, Regina Weinfield. . "Integralismo (o fascismo brasileiro na década de 30)". Revista de Administração de Empresas 14 (6): 124–126. DOI:10.1590/S0034-75901974000600010. ISSN 0034-7590.
Ir para cima↑ «Folha de S.Paulo - Vida de Reale oscilou entre o direito e a política - 15/04/2006». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 2016-09-07.
Ir para cima↑ «Miguel Reale - Academia Brasileira de Letras». Academia Brasileira de Letras. Consultado em 2016-09-07.
Ir para cima↑ «Miguel Reale - CPDOC». cpdoc.fgv.br. Consultado em 2016-09-07.
Ir para cima↑ «Constituição de 1967 - EMC nº 01-69». Consultado em 2016-09-07.
Ir para cima↑ http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI110741,101048-A+Faculdade+de+Direito+do+Largo+de+Sao+Francisco+e+sua+importancia+na
↑ Ir para:a b http://www.miguelreale.com.br/artigos/esprev.htm
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
	Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
	
	Citações no Wikiquote
Perfil no sítio oficial da Academia Brasileira de Letras (emportuguês)
Página oficial de Miguel Reale
De uma filosofia brasileira, artigo de R.S. Kahlmeyer-Mertens no Jornal da Ciência da SBPC
Miguel Reale, intérprete da tradição filosófica, artigo de R.S. Kahlmeyer-Mertens no Jornal da Ciência da SBPC
Vida e obra de Miguel Reale
Teoria tridimensional do Direito
O que é a Teoria Pura do Direito
Igor Antonio Michallene Augusto
 
 
   
 
Resumo: Este artigo tem o objetivo de fornecer uma pequena introdução ao pensamento jusfilosófico de Hans Kelsen, principalmente com relação ao seu conceito de Direito e Justiça. A teoria de Kelsen vincula-se ao movimento positivista, tratando do Direito e da Justiça como esferas totalmente antagônicas e independentes uma das outra. Dessa forma, o objetivo de Kelsen era construir uma ciência jurídica “pura”, isto é, livre da axiologia e outras ciências sociais.
Palavras-chave: teoria pura; direito; justiça; filosofia.
Abstract: This article have the objective of supplying the small introduction to Hans Kelsen's philosophical thought, mainly with relationship to your concept of Right and Justice. The theory of Kelsen is linked to the movement positivist, treating of the Right and of the Justice as spheres totally antagonistic and independent one of the other. In that way, the objective of Kelsen was to build the juridical science “pure”, that is, free from the values and other social sciences.
Keyword: pure theory; right; justice; philosophy.
Sob o mesmo título, o eminente jurista Hans Kelsen escreveu em 1953 seu artigo, explicando mais uma vez (entre as duas edições da Teoria Pura do Direito) sua polêmica teoria jusfilosófica.
Bem conhecida nos meios acadêmicos, a teoria pura do direito se vincula, geralmente, à filosofia do direito, apesar da negativa do próprio autor.
Kelsen nasceu em Praga, em 1881 e faleceu em 1973, nosEstados Unidos. É considerado por muitos como o maior jurista do século XX. Após lecionar por muitos anos em Viena, mudou-se para os EUA com receio das perseguições de Hitler. Contudo, sua doutrina espalhou-se, formando o que se chamaria a Escola de Viena, nas quais figuram os juristas Hart e Bobbio.
A teoria pura do direito é o ápice do desenvolvimento do positivismo jurídico. Para essa doutrina, o conhecimento é restrito aos fatos e às leis que os regem, isto é, nada de apelar para a metafísica, a razão ou à religião.
Portanto, para o positivismo a ciência é o coroamento do saber humano, porque é a única confiável. Os demais conhecimentos, provenientes de outras fontes não são confiáveis e seriam postos de lado com o passar do tempo. O fundador do positivismo, Augusto Comte (1798-1857) profetizou que o último estágio do conhecimento é o científico, e que os demais (o religioso e o metafísico) tenderiam a desaparecer.
Nesse sentido, Kelsen, como positivista crítico, defendeu a tese de que a teoria geral do direito, até aquele momento, não podia ser considerada uma teoria “científica”, já que, ao formular os conceitos fundamentais de diferentes ramos do direito, ainda se prendia à considerações ético-políticas.
Este é o intuito da teoria pura do direito: elaborar uma teoria do direito livre de qualquer especulação extra-jurídica (seja filosófica, ética ou política). Para tanto, o seu sistema tem as seguintes bases:
Primeiramente, para Kelsen o direito é restrito ao direito positivo, admitindo a possibilidade de justificar o direito apenas com noções jurídicas, tornando-o assim, autônomo das demais ciências.
Ademais, a teoria kelseniana considera o direito um conjunto de normas combinado com a ameaça de sanções, na qual a norma jurídica é o ato de vontade do legislador, escapando de toda justificação racional.
Kelsen é ciente de que o direito de um Estado é todo hierarquizado, na qual a Constituição é a norma superior. Em conseqüência, todas as outras normas lhe devem obediência. Mas, de onde provém esse poder?
Rejeitando o direito natural, Kelsen afirma que o fundamento de validade da Constituição se situa em outra norma, não escrita, de caráter hipotética, suposta pelo pensamento jurídico, chamada norma fundamental. Esta norma não possui conteúdo e não pertence a direito nacional algum, mas é impensável conceber o direito sem ela. O que então prescreve essa norma? Prescreve uma única ação, nas palavras do autor: “deve-se conduzir conforme a Constituição efetivamente instituída e eficaz”. Em outras palavras, a norma fundamental prescreve o dever de obedecer à autoridade, seja ela autoritária ou democrática. Com isso, justifica-se qualquer ordem jurídica, transformando o direito em mero instrumento do poder político.
Essa conseqüência da teoria pura do direito é justificável, já que Kelsen, como positivista fervoroso, não aceitou colocar o conceito de justiça como o fundamento do direito. Para ele, o direito é fruto da vontade, e não da razão, já que naquele contexto histórico, a razão estava desacreditada, primeiramente pelas descobertas científicas que acentuavam em demasia o conhecimento empírico, e porque o historicismo concebia o relativismo cultural, ou seja, nada poderia ser posto como universal. Desse modo, não é de se admirar que a justiça, para Kelsen, era um conceito nada confiável cientificamente.
Portanto, o dualismo direito positivo/direito natural segundo Kelsen, é insustentável por uma razão bem simples: fazer depender a validade da ordem jurídica de conformidade com preceitos de um ideal de justiça que se situam numa esfera fora dessa ordem jurídica, é supor que exista uma moral absoluta e única à qual se deveria conformar o direito positivo. Mas, para ele, isso é um absurdo, já que a experiência mostra que não há um sistema de valores com as características de imutabilidade e universalidade. Neste sentido, Kelsen chega a atacar a moral cristã, querendo revelar as discordâncias entre o Antigo e o Novo Testamentos.
Assim, o jusnaturalismo tradicional é substituído por Kelsen, por uma espécie de jusnaturalismo de forma, com sua teoria da norma fundamental. Em outras palavras, ele não considera universalmente válidos os direitos humanos mais elementares, mas o direito fundamental habilitando uma autoridade criadora de normas. É sabido que o argumento kelseniano responde de forma satisfatória as teorias de direito natural de cunho tradicional. Contudo, não responde às teorias de direito natural de conteúdo historicamente variável (como a de Stammler, Del Vecchio e Gény), segundo a qual o direito positivo, longe de esgotar na vontade arbitrária do legislador, corresponde ao espírito do povo (Volkgeist) em conformidade com determinada época.
Por fim, os juristas enumeram várias críticas ao sistema kelseniano:
A teoria pura do direito não é uma teoria “pura”, no sentido de que está isenta de ideologias. Ela pertence à doutrina positivista com sua “crença” de neutralidade axiológica.
Para se construir a ciência jurídica, não é preciso deixar de lado a filosofia ou a sociologia, muito menos os valores culturais que as normas carregam.
O direito natural, em suas diversas formas, nunca atrapalhou o desenvolvimento da ciência jurídica. O que fez foi fundamentar os ordenamentos jurídicos, às vezes, com pretensões pouco nobres (como ocorreu na época da escravidão e da discriminação dos indígenas).
Pensar o direito sem a idéia de justiça é transformá-lo num sistema formal e desumano, onde os juízes só se preocupam com aplicação fria das normas.
A doutrina kelseniana transforma o direito em instrumento de poder.
A norma fundamental é uma ficção que recai no mesmo dilema do direito natural.
A separação entre direito e moral não é absoluta como pensava Kelsen. A moral está dentro e fora das relações jurídicas, servindo muitas vezes, como fonte do direito.
Por fim, a doutrina kelseniana põe no centro a norma, ao invés do homem, para tornar-lo servo de um sistema mecânico e formal, que não atende à nenhum apelo, nem da moral, nem da justiça, a não ser a vontade do Estado. Dessa forma, Kelsen cria uma ideologia jurídica propícia para o aparecimento de autoritarismos como a do nazismo.
 
Bibliografia consultada
Billier, Jean-Cassien; Maryoli, Aglaé. História da Filosofia do Direito. Trad. Maurício de Andrade. Barueri, SP: Manole, 2005.
Gusmão, Paulo Dourado de. Introdução ao Estudo do Direito. 33ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2002.
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 8˚ ed., São Paulo: Martins Fontes, 2009.

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