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REVISÃO PARA PROVA DE INSTITUIÇÃO JURÍDICA

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Estabeleça um paralelo entre o conceito de paradigma de Estado, exposto no texto de Menelick de Carvalho Netto, e o conceito de poder simbólico trabalhado por Pierre Bourdieu.
RESPOSTAS = O poder simbólico é um poder de construção da realidade, este é efetivado pelos sistemas simbólicos institucionais ( Igreja, Direito, Família) estes são grupos organizados, e que por serem organizados possuem seus próprios ordenamentos jurídicos e estruturam, organizam grupos não organizados. Temos o paradigma do Estado de direito que demonstra de forma mais efetiva a estruturação de grupos não organizados, na qual o direito como INSTITUIÇÃO determinou as visões de mundo de cada paradigma em suas três vertentes.
Utilizando o texto de Giorgio Agamben sobre a obsessão com segurança, como essa obsessão altera o Estado Democrático de Direito (Netto)?
RESPOSTAS = O Estado de segurança é um Estado de exceção, na qual para o bem da coletividade há uma limitação nos direitos do povo por tempo determinado ou indeterminado, e por ser em nome da segurança as pessoas permitem que seus direitos sejam suspensos. Porém, a obsessão por segurança acaba alterando o Estado Democrático de Direito, pois os cidadãos perdem suas identidades como cidadãos ativos na política e tornam-se suspeitos do Estado, alterando assim o Estado Democrático de Direito, pois esta suspende os direitos do povo.
Explique o conceito de poder constituinte exposto por Alexandre Araújo Costa partindo da ideia do contratualismo (Sena de Assunção).
R = O contratualismo diz respeito a um acordo feito entre os indivíduos para uma melhor organização e efetivação de seus direitos, sendo assim os indivíduos delegam seus poderes à um representante que os representará. O poder constituinte é, exatamente, o poder que os indivíduos delegam aos seus representantes, estes que para evitarem exageros, evitar uma deturpação estatal criam uma lei soberana que limitará seus poderes e regulamentará a vida civil.
Estabeleça uma ligação entre o conceito de poder constituinte e a ideia de representação política (Sena de Assunção).
R = O sistema representativo é um sistema em que o povo é o soberano e delega seu poder à representantes eleitos pelo próprio povo, para que estes os representem. O poder constituinte é um poder pertencente ao povo este que é delegado à seus representantes que criará uma lei suprema que limitará seus poderes com a finalidade de evitar uma corrupção.
Exponha as relações possíveis entre o paradoxo da soberania limitada (Costa) e a concepção de política como guerra (Sena de Assunção). Inclua na sua resposta a noção de violência simbólica (Bourdieu).
R = O paradoxo da soberania limitada diz respeito a uma dupla soberania, a soberania popular e a soberania da cosntituição. Porém, a soberania da constituição se originou do poder constituinte, da soberania popular, que se autolimita ao criar a constituição soberana, pois ao criar a esta nova soberania o poder popular necessita ser limitado, para dar validade à nova soberania legal, esta que expressa os interesses do povo podendo assim haver, também, conflitos de interesses, sendo assim, dar-se início as guerras políticas através dos conflitos de interesses, no qual o vencedor desta guerra exercerá a violência simbólica, a aplicação do poder.
Analise a explicação de Airton Seelaender sobre o institucionalismo utilizando a teoria normativa de Norberto Bobbio e suas críticas à teoria institucional. Inclua na sua resposta (i) a noção de que certas instituições são dotadas de vida própria e normatividade concreta e (ii) a percepção do porquê de o positivismo não ser o responsável pela instrumentalização do direito pelos regimes autoritários.
R = Seelaender diz que as teorias institucionais foram deturpadas e utilizadas como forma de legitimação de um poder autocrático.O direito positivo não pode ser considerado um instrumento responsável pela instrumentalização de regimes autoritários, pois não houve mudanças significativas nos ordenamentos das instituições, mas sim na forma de interpretá-los. Estas instituições são grupos organizados com determinadas finalidades. A organização destes grupos é, basicamente, a distribuição de funções para os componentes conforme suas competências. Porem, para que haja esta organização há normas que garantiram a sua efetivação, ou seja, as instituições não precedem as normas, mas as normas precedem as instituições. Sendo assim segundo Bobbio, a teoria normativa é compatível com as teorias institucionais, por aquelas precederem e estarem presentes nessas. A teoria normativa é um sistema complexo de normas, regras de conduta. A teoria institucional traz a noção de que as instituições estruturantes do Estado contêm uma normatividade interna própria, independentemente de um ordenamento estatal. É o caso por exemplo da igreja que não aceita o divórcio, situação normal civilmente.
Bobbio afirma que é possível avaliar uma norma sob três critérios: justiça, validade e eficácia. É possível encaixar a noção de poder simbólico em algum dos três? Caso seja, onde? 
R = Nos critérios de avaliação da norma que Bobbio apresenta é possível encaixarmos a noção de poder simbólico. No critério de Justiça vemos esta noção de poder simbólico é encontrado na noção de justiça que a classes dominantes impõe às outras classes, o que é justo ou injusto. Já no critério de validade o poder simbólico se encontra na validação da norma como tal, pois ela será emanada de uma autoridade que tenha competência para tal. Quanto a eficácia, não diria o poder simbólico, mas sim a violência simbólica, a aplicação do poder simbólico, pois a eficácia diz se a norma é seguida ou não e caso ela não seja seguida haverá uma sanção, ou seja, no critério de eficácia podemos notar que o Estado é o detentor do monopólio da violência simbólica.
Ainda a partir da noção de poder simbólico, ela é capaz de demonstrar alguma insuficiência ou inconsistência na teoria normativa de Bobbio?
R = Sim. A teoria normativa de Bobbio diz respeito diz que as normas regem a vida das pessoas, e que estas mesmas normas os tratam como iguais formalmente. Já o poder simbólico demonstra ser o contrário, que ninguém é igual e que os que detêm o poder domina os mais fracos. Sendo assim, a inconsistência da teoria normativa de Bobbio em relação ao poder simbólico é o fato dele ter ignorado o fato de que não há a igualdade ente os indivíduos, que norma não produz de fato a igualdade.
Explique os paradigmas de Estado Liberal e Estado de Bem Estar Social (Netto) a partir das obras de Bobbio e de Seelaender.
R = O Estado liberal foi um Estado em que as normas limitaram o poder do Estado e passaram governar as sociedades, podemos ver neste contexto a teoria normativa de Bobbio, que nos diz que as normas estão e sempre esteve presente na vida das pessoas. Sendo assim, o Estado Liberal surge da teoria normativa estatista, na qual o direito é criado pelo Estado. Contudo, com o surgimento do Estado de Bem Estar Social, foi se emergindo as teorias institucionalistas, que dizem que o direito não é, apenas, criado pelo Estado, mas é, também, criado por outros grupos organizados, contudo estas teorias institucionais foram deturpadas e usadas como forma de legitimação de um regime autocrático.
Explique o conceito de accountability (Sena de Assunção), relacionando-o com o paradigma do Estado Democrático de Direito (Netto) e com as ideias de soberania da Constituição e de paradoxo da soberania popular limitada (Costa).
R = O Estado democrático de direito prever a necessidade da participação social, pois o povo é o detentor do poder. Porém, este é bastante numeroso, não havendo, assim, a possibilidade da participação de todos, sendo assim, há uma eleição dos representantes do povo, assim sendo, cada cidadão seria representado, pois eles teriam representantes que representaram seus interesses, mas para haver, de fato, a representação tem a necessidade de haver um controle social, através eleições periódicas. Sendo assim, o controle social é exercido comoforma de garantir que a representação realmente aconteça. Estes representantes do povo como forma de prevenção contra corrupção criam uma a constituição, um conjunto de normas que limitariam o poder estatal, sendo assim, logicamente o poder do povo será limitado. Ou seja, como forma de garantia de uma representação legítima há o controle social, e como forma de prevenção contra a corrupção há uma limitação estatal, limitação do poder do povo.
Na defesa de Netto para o Estado Democrático de Direito, muito se fala sobre o papel do juiz como garantidor de direitos. Analise as possíveis relações (ou suas ausências) entre esse tema e as noções de controle social e responsividade (Sena de Assunção).
R = O papel do judiciário é o de interpretar e aplicar as leis feitas pelos representantes do povo e aplicá-las de forma que suas decisões sejam racionais aponto de serem aceitas pela população como decisões justas. Não cabe aqui o controle social, pois o judiciário é um órgão autônomo, e a ideia de controle social é a ideia reeleição dos representantes, sendo assim, o judiciário não estará vinculado à ideia de controle social, pois os integrantes de tal órgão não estão em suas posições por serem eleitas, mas por mérito próprio. Contudo, não podemos afirmar que no judiciário não há responsividade, pois algumas decisões atendem os anseios sociais.
Estabeleça paralelo entre o a ideia de que para mudar o direito basta reconceber a própria instituição (Seelaender) e o conceito de paradigma de Estado (Netto). Inclua na sua resposta explicações sobre cada um dos três paradigmas e sobre o papel da interpretação das normas.
R = Os paradigmas são concepções de mundo, são visões de mundo de uma determinada época. Estes paradigmas mudam de acordo com as mudanças das instituições, estas que são grupos organizados com determinados objetivos e visões de mundo. O maior exemplo disso é o direito que é uma instituição dominante que espraia suas ideologias e que de acordo com as mudanças desta instituição, destas ideologias dominantes há uma mudança de paradigma, pois por ser uma instituição dominante suas ideologias são consideradas como verdades. Um outro exemplo são os paradigmas do Estado de Direito, no qual o Estado de primeira geração é o Estado que passou a ser limitado por leis, estas que eram mínimas por, também, limitarem as liberdades civis. Estas eram apenas interpretadas pelo juiz, nesta geração o Estado era mínimo. Como consequência das miseráveis formas de convivência do povo nasce o Estado de Bem-Estar social em apelo aos clamores populares, nesta geração o Estado passou a ser máximo. Em relação ao Estado de Terceira geração, o povo, a dignidade da pessoa passou a ser o objetivo central do Estado. Sendo assim, podemos perceber que de acordo com as mudanças das instituições dominantes como o DIREITO , por exemplo há a mudança de paradigmas, como ocorreu com os paradigmas de Estado. Ou seja, as instituições determinam as visões de mundo, os paradigmas. Contudo, as teorias institucionais foram deturpadas e utilizadas como forma de legitimação do regime autocrático, já que estas determinam as visões de mundo.
Em que sentido a teoria dos sistemas simbólicos como estruturas estruturantes (Bourdieu) é incompatível com a noção de contratualismo? 
R = Bourdieu fala sobre os sistemas simbólicos em que nas sociedades há lutas entre classes para a dominação do poder, em que a classe dominante através dos sistemas simbólicos(violência) apresentam interesses particulares como se fossem universais. A incompatibilidade vem através da classe dominante que exerce o poder sobre a classe dominada, pois para o contratualismo os Estado vem representar todos os interesses, tanto da minoria quanto da maioria.

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