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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU NUTRIÇÃO SISTEMA DIGESTÓRIO PARTE 1 INTRODUÇÃO CONTROLE DA ATIVIDADE DO TRATO GASTRINTESTINAL MOTILIDADE GASTROINTESTINAL Professor Victor INTRODUÇÃO Função: recebimento, armazenamento e digestão dos alimentos (além dos fármacos) ingeridos por via oral (boca), que serão, posteriormente, absorvidos pelo sangue. O conteúdo alimentar é movimentado ao longo do tubo gastrintestinal e misturado com as secreções digestivas graças aos movimentos gastrintestinais, propulsivos e de mistura. O sistema gastrointestinal é constituído do tubo gastrintestinal (boca- esôfago-estômago-intestino delgado e grosso) e de órgãos que secretam seus produtos no interior do tubo gastrintestinal (fígado/vesícula biliar-pâncreas). INTRODUÇÃO A circulação sanguínea que atinge o sistema gastrintestinal constitui a circulação esplâncnica. Em condições de repouso, o fluxo sanguíneo pela circulação esplâncnica é cerca de 25% do débito cardíaco. A drenagem venosa do estômago, baço, pâncreas e intestino é realizada em série pela veia porta que conduz esse sangue diretamente para o fígado (70% do fluxo sanguíneo hepático). A principal função desse sistema porta consiste no aporte direto de nutrientes para o fígado, que é capaz de armazená-los ou ressintetizá-los. Queda de volume sanguíneo ou de exercício = redução significativa pela circulação esplâncnica. Período de ingestão e digestão dos alimentos = aumento do fluxo sanguíneo pelo trato gastrintestinal. 2- CONTROLE DA ATIVIDADE DO TRATO GASTRINTESTINAL O trato gastrintestinal é inervado pelo sistema nervoso autonômico e também possui um sistema nervoso próprio, denominado de sistema nervoso entérico. O sistema nervoso entérico é constituído de dois plexos neuronais, o plexo submucoso (de Meinssner) e, o plexo mientérico (Auerbach). Esse sistema situa-se na parede do tubo gastrintestinal, começando no esôfago estendendo-se até o final. O plexo mientérico controla principalmente a atividade motora, ou seja, os movimentos gastrintestinais (motilidade). O plexo submucoso controla principalmente a atividade secretora no tubo gastrintestinal. As condições no interior/lúmen do TGI - monitoradas por receptores sensoriais sensíveis. As informações produzidas pelos respectivos estímulos são transmitidas aos neurônios locais (do sistema nervoso entérico) e ao SNC. Os neurônios do sistema nervoso entérico recebem informações a partir dos receptores sensoriais do trato gastrintestinal e também, recebem sinais do SNC, por meio de fibras nervosas = Produzem um controle local da atividade gastrintestinal. Esses sinais (simpático e parassimpáticos) recebidos pelo SNC regula o fluxo sanguíneo ao trato gastrintestinal e a atividade secretora e motora do sistema digestório. Os neurotransmissores das fibras nervosas simpáticas são as catecolaminas, adrenalina e noradrenalina. Em geral, elas causam diminuição da atividade motora e secretora no sistema digestório. O neurotransmissor das fibras nervosas parassimpáticas que inervam os órgãos do sistema digestório, é a acetilcolina. Em geral, ela causa aumento da atividade motora e secretora no sistema digestório. A atividade gastrintestinal (motilidade e secreção) e o fluxo sanguíneo local também são regulados por hormônios e outros mediadores químicos, produzidos no próprio sistema digestório. Entre eles podemos citar a colecistocinina (CCK), a secretina, o peptídio inibidor gástrico, produzidos no intestino delgado, a gastrina e a histamina, produzidas no estômago. 3- MOVIMENTOS GASTRINTESTINAIS E SUA REGULAÇÃO O tubo gastrintestinal possui uma camada interna, a mucosa. Em sua totalidade, a parede está coberta por uma camada (muscular da mucosa). Os movimentos gastrintestinais são produzidos quando as fibras musculares dos órgãos do sistema TGI contraem. Existem dois tipos de movimentos gastrintestinais básicos: os movimentos de mistura e osmovimentos propulsivos. Os movimentos de mistura mantêm o conteúdo (alimento/resíduos/secreções) luminal sempre misturado e, os movimentos propulsivos, promovem a progressão ou o trânsito do conteúdo luminal ao longo do trato gastrintestinal. 3- MOVIMENTOS GASTRINTESTINAIS E SUA REGULAÇÃO O movimento propulsivo básico denomina-se peristaltismo, que se caracteriza por um anel contrátil. Entre os fatores que desencadeiam/intensificam o peristaltismo podemos citar como principal a distensão da víscera, que acontece na presença do alimento. MASTIGAÇÃO E DEGLUTIÇÃO: A mastigação promove a quebra mecânica do alimento em pedaços que são mais facilmente deglutidos. A deglutição é o processo de engolir o alimento: - Controle voluntário: a língua propele o bolo alimentar na direção da faringe - Controle pelo centro da deglutição (tronco encefálico): fechamento da nasofaringe/vias aéreas e envio do bolo alimentar ao esôfago; - Progressão do alimento ao longo do esôfago por ondas peristálticas, produzidas por sinais nervosos gerados no centro da deglutição. - Relaxamento do esfíncter esofágico inferior: passagem do alimento para o estômago. MOTILIDADE NO ESTÔMAGO: São funções motoras do estômago: armazenamento do alimento, mistura do alimento com as secreções gástricas para a formação do quimo. O esvaziamento do estômago é regulado por fatores neurais e endócrinos. De forma geral podemos dizer que o esvaziamento gástrico é mais rápido quanto mais fluido estiver o quimo, quanto menor a quantidade de quimo no intestino delgado, e quanto menor for a acidez e o teor de gordura do quimo no intestino delgado. Assim, podemos concluir que o esvaziamento gástrico é controlado, de modo que a liberação do quimo no intestino delgado aconteça com uma velocidade apropriada para que seja adequadamente processado (digestão/absorção). MOTILIDADE NO INTESTINO DELGADO: A agitação suave e a propulsão são produzidas por contrações de segmentação. No intestino delgado o quimo tende a se mover lentamente e gradualmente em direção caudal. Devemos lembrar que o intestino delgado é o principal local de digestão dos alimentos e absorção de nutrientes e reabsorção das secreções digestivas. O peristaltismo no intestino delgado é programado pelo sistema nervoso entérico e é iniciado por estímulos detectados por mecanorreceptores e por quimiorreceptores. MOTILIDADE NO INTESTINO GROSSO: Cerca de 1,5 litro de quimo/dia chegam no intestino grosso, progredindo ao longo desse órgão. O conteúdo do cólon ascendente e a maior parte do cólon transverso é líquido mas, no cólon descendente o conteúdo torna-se mais sólido, à medida que é transformado em fezes. Os movimentos de mistura favorecem a formação, no lúmen do cólon, das fezes ou matérias fecais. REFLEXO DA DEFECAÇÃO:
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