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Concurso de pessoas Parte I DO CONCURSO DE PESSOAS 1. Notas introdutórias Este tema esta previsto no Art.29 do CP, que tem a natureza jurídica de norma penal de extensão ou ligação. Art. 29 norma penal de extensão 2. Conceito Trata-se da cooperação de mais de uma pessoa para a pratica do crime. 3. Concurso de pessoas e crimes momosubjetivo Os crimes monos, também conhecido como de concurso eventual, são aqueles em que sua configuração exigir a participação de somente uma pessoa. Nesses a punição do terceiro só terá espaço diante dos requisitos. Nos crimes pluri ou de concurso necessário sempre haverá a punição do terceiro ou de todos, pois a participação de mais de uma pessoa é necessária à configuração do crime. 4. Requisitos para a configuração A- Pluralidade de Pessoas B- Relevância Causal da Ação C- Liame Subjetivo/Vinculo Subjetivo D- Unidade do Crime Pluralidade de pessoas – É necessária a participação de mais de um sujeito, do contrario não haverá concurso de pessoas. Relevância Causal da ação – Neste é necessária a contribuição seja importante para o desfecho da ação criminosa, sobre pena de configurar a participação inócua. Liame Subjetivo- trata-se da contribuição voluntaria e consciente para a pratica do delito. OBS: Não é necessário prévio ajuste, o planejamento anterior, para configurar o vinculo subjetivo, mas sua existência comprova o liame subjetivo. Unidade do Crime – de acordo com este o crime será o mesmo para todos os participantes, visto que o código adotou como regra: TEORIA MONISTA OU UNITARIA. OBS: O fato de o crime ser o mesmo não significa identidade de pena, a pena é distinta. 5. Autor -diferente- partícipe Autor é a figura principal do concurso de pessoas e partícipe é acessório, desta forma é possível a existência de autores sem partícipe, mas jamais o inverso. Autor aquele que pratica o verbo, núcleo do tipo penal. A ação ou omissão constante na lei penal. Também será autor, aquele que tem o domínio funcional do fato, este pode ser qualificado como intelectual ou mandante. CONCURSO DE AGENTES Mais de um sujeito tentando praticar o crime 1. Espécies de autoria A) Autoria medita ou incerta OBS: Autoria mediata NÃO é concurso de pessoas -A autoria mediata também chamada de autoria indireta, é aquela hipótese em que o individuo pratica a ação e execução do crime, servindo-se de uma interposta pessoa como instrumento de pratica criminosa. Nesses casos não teremos concurso de pessoas, pois não existe liame subjetivo. OBS: é possível autoria mediata nos crimes próprios? 1- Des de que o homem de trás primeiro reúna as características exigidas no crime próprio. OBS: é possível autoria medita nos crimes de mão própria? 2- É incompatível um instituto da autoria mediata com os crimes de mão própria, posto que esses exijam a pratica do crime pessoalmente, sem possibilidade de delegação. B) Autoria colateral Trata-se da pratica de condutas paralelas, seu liame subjetivo convergindo para o mesmo crime, nesses casos quando a pericia consegue diferenciar o causador do resultado, cada um dos indivíduos terá uma responsabilidade distinta por crime tentado ou consumado. C) Autoria Incerta Neste caso quando a pericia não consegue afirma que produziu resultado da ação teremos a autoria colateral e a responsabilização por crime tentado. 5. Coautoria Conceito – trata-se da reunião de mais de um autor no polo ativo da ação delituosa, que pode ser categorizada em coautor de execução, intelectual e funcional. 5.Partícipe Conceito – Figura acessória na cena criminosa em função do autor, contribuindo de alguma forma para o delito, por meio de auxilio material ou moral. Teoria da acessoriedade limitada Típico e Antijurídico Segundo a teoria a punição do partícipe só acontecerá, quando o autor venha a praticar um fato, típico e antijurídico, porque a doutrina chama de teoria da acessoriedade limitada. D) Espécies de Partícipe Participação moral Induzimento Instigação Conceito – trata-se da contribuição por meio de conselhos e orientações. 1. Aquela orientação que faz brotar no seio do autor a vontade de praticar (induzimento). 2. Aquela que trata-se de orientação que reforça uma ideia existente (instigação). Participação Material É aquela em que o agente auxilia o autor por meio de uma conduta material, tais como empresta uma arma, faca, etc. 6. Responsabilidade no concurso de pessoas Participação impunível – prevista no Art. 31º do Código Penal, é aquela em que o autor da conduta principal não inicia se quer os atos de execução, ou seja, a tentativa. OSB: como a participação moral impede a desistência voluntaria? É incompatível a desistência voluntaria e a instigação 6. Cooperação dolosamente distinta Também chamada de desvio subjetivo de conduta, ocorre quando a conduta inicialmente acertada é diferente da conduta executada, nesses casos os indivíduos responderão até o limite acertado. PARTE II Teoria da Pena Teoria da Pena 1. Conceito Sanção penal = Pena / Medida de segurança 2. Teorias Teorias -> Absoluta -> Relativa – Geral - > Prevenção Sociedade Especial -> No momento que comete o Delito 3. Sistema Prisionais Pensilvânico = Primeiro Sistema de como punir Auburniano Progressivo = inglês e irlandês Sistema Penal Brasileiro Finalidade da Pena Retributiva (juiz aplica) Preventiva (legislação) Ressocializadora (execução penal) Art. 59 Teoria Mista Espécies da Pena Art 32, CP – Art 5º, XLVI Constituição Federal Penas Proibitivas Art 5º, XLVII Regimes Fechado Semi-aberto Aberto PARTE III Privativa de liberdade Da Pena Privativa de liberdade 1. Notas Introdutórias Pena Privativa de Direito – PPL Restritiva de Direito – PRD Pena de multa – PM ART. 32 Código Penal 2. Das penas privativas de liberdade de prisão Conceito As penas privativa de liberdade é uma espécie do gênero pena, ao lado da restritiva de direito é da pena de multa. Para o ante projeto do código penal, haverá uma mudança na sua nomenclatura e a extinção de suas espécies: Reclusão e Detenção 3. Espécies da pena privativa de liberdade Reclusão – maior rigor, crime de maior gravidade. É a modalidade de pena privativa de liberdade de maior rigor carcerário endereçados aos crimes de maior gravidade, fechado, semiaberto e aberto. Detenção – Esta modalidade de pena privativa de liberdade endereçado aos crimes de menos gravidade e seu cumprimento se dará no regime inicial aberto ou semiaberto. OBS: Detenção e regime fechado é possível? Salvo necessidade, segundo a parte do Art. 33 caput, Código Penal, é possível o cumprimento e o seu inicio no regime fechado na hipótese de regressão de regime (transferência a regime de mais rigoroso). OBS: sabemos que o direito penal figura como “ultima Ratio” , visto que a solução de um problema de priorizar uma intervenção não violenta, por meios dos outro ramos do direito e no ultimo caso lançaremos no direito penal. “Direito Penal é a ponta do Arce Berg”. Mesmos quando utilizado a pena de prisão será o ultimo recurso. 4. Dos Regimes penais Estado de cumprimento de pena em que se coloca o individuo pra cumprir a sanção penal restritiva. Do Regime Fechado A) Local – Penitenciaria de segurança máxima ou media B) Regras – Proibição de saída do estabelecimento penal, salvo mediante escolta, trabalho externo, salvo em obras ou serviços públicos mediante escolta, trabalho em comum durante o dia e recolhimento em cela individual durante a noite. (Art. 33 s 1º e 34). 4. Do Regime Semi-aberto A) Local – Colônia agrícola ou industrial B) Regras – Não imposição noturno, possibilidade de trabalhar ou estudar, fora da unidade penal sem vigilância direta, possibilidade de visita fechada. OBS: monitoramento eletrônico durante 7 dias, 5 vezes ao ano. 5. Do Regime Aberto A) Local – Casa de albergado e egresso OBS: falta casa de albergado e egresso, o que fazer? Na falta da casa, terá que cumprir prisão domiciliar. B) Regras A principal do regime aberto diz respeito a ausência de obstáculo para fuga, visto que: O individuo somente será obrigado a pernoita na unidade penal, devendo trabalhar ou estudar durante o dia. 6. Prisão Domiciliar Conceito - a prisão domiciliar é uma espécie do gênero aberto e tem natureza excepcional que se justifica em razão pessoa do condenado. Hipóteses legais O condenado maior de 70 anos, esta hipótese busca beneficiar aquele individuo carecedor do maior cuidado em função da idade. Doença grave Condenado com filho menor ou deficiente físico ou mental Condenado gestante 7. Do regime especial para mulheres Cumprimento o principio constitucional da individualização das penas a LEP e Código Penal, determinam a existência de uma arquitetura condizente com o período gestacional e de acolhimento dos filhos em berçários e local adequado para amamentamento conforme o art. 5º da XLVIII Const. Federal e art. 82 Lep. 8. Da fixação de regime (inicial) A) Como fixar - A fixação é provisória , porque pode mudar ao decorrer da pena. 03 fatores Natureza da pena Reclusão = fechado/semiaberto/aberto Detenção = semiaberto/aberto Quantidade da Pena Art. 33 caput 0 (Zero) a 4 (quatro) = aberto Mais de 4 (quatro) a 8 (oito) = semiaberto Mais de 8 (oito) = fechado OBS: segundo a doutrina a pena de detenção, jamais poderá iniciar no regime fechado, qualquer que seja a quantidade de pena. Reincidência A reincidência possibilita a fixação de um regime mais rigoroso, do que o cabível a pena aplicada. 9. Da mudança de regime prisional Da progressão Da regressão Sistema progressivo Progressão Prisão-Fechado-semiaberto-aberto-Liberdade Regressão O Brasil adotou o sistema progressivo de cumprimento de pena, possibilitando a modificação de regime inicial, para ampliar a liberdade (progressão) ou pena limita-la (regressão). Progressão - A transferência do condenado para um regime mais brando, quando presentes os requisitos legais. Conceito - Fechado – semiaberto- aberto OBS: é possível progressão “per saltum”? Ver Sumula 491 STJ Para a corrente majoritária não é possível progressão Per Saltum, especialmente pela sumula 491. De outro lado a corrente minoritária admite ser possível especialmente diante da possibilidade de obtenção do livramento condicional. Requisitos Objetiva – Cumprimento de parte da pena para chegar a progressão Subjetiva – Bom comportamento carcerário (mérito). De acordo com o crime Crime comum (requisitos) – para o crime comum a LEP prever o requisito da pena mais o bom comportamento, pois era proibida a progressão para crime hediondo. Após 2006 o STF no julgamento do habes Corpos nº 82959/06, julgamento do HC. Declarou inconstitucionalidade a analogia vedação prevista na Lei 8072/90, abona parte de crime hediondo, permitindo a progressão com 1/6 da pena. Neste contexto em 2007 surgiu a Lei 11464/2007, trazendo como requisitos: Crime Hediondo 2/5 primário ou 3/5 reincidente + bom comportamento OBS: progressão e exame criminológico (sumula 471 STJ) Sumula vinculante nº 26, STF. Exame criminológico – Para o STF na Sumula vinculante de nº 26 e possível a exigência de exame como mais de um requisito para progressão por crime hediondo. 10. Regressão de regime Conceito – transferência para um regime mais rigoroso como medida de defesa social. A redação do art. 118 da Lep é possível a regressão para qualquer dos regimes, permitindo a regressão “per saltum”. Hipóteses legais De acordo art. 118 caberá a regresso de regime nas hipótese da LEP. LEP - Lei nº 7.210 de 11 de Julho de 1984 Institui a Lei de Execução Penal. Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111). § 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta. § 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado. 11. Detração penal De acordo com este instituto que visa evitar o “bis in idem” o tempo de prisão provisória será abatido da condenação definitiva. 12. Remição Do trabalho do preso Jornada = mínimo de 6 horas e máximo de 8. ¾ do salario mínimo (não recepcionado pela CF/88) Descanso domingo e feriado Não possui C.L.T Segundo a LEP o condenado trabalhador é portador dos seguintes deveres e direito: Garantido os benefícios da previdência social Remição de pena Abatimento ou desconto da pena pelo estudo ou trabalho Remição e a Lei 12.433/2011 (sumula 341 STJ) Antes da Lei 12.433 Após a Lei 12.433 Só era possível a remição pelo trabalho na proporção 3 dias para 1 dias de pena Remição pelo trabalho 3 dias para 1 dia O estudo era causa de remição pela jurisprudência (sumula 341 stj) 18 horas de estudo = 1 dia de pena Remição pelo estudo formal e profissionalizante. Proporção 12 = 1 dia Estudo formal Estudo EAD ou Presencial Perda de todos os dias remidos em caso de falta grave. Trabalhar e estudar ao mesmo tempo Remição A conclusão do ensino fundamental, médio e superior, permitindo o acumula. Cominação 1/3 Limitação de perda dos dias remidos em ate 1/3 OBS: A lei 12.433/11, cancela a sumula vinculante de nº 9 STF, pois o limite a perda dos dias remidos em ate 1/3, podendo retroagir, pois trata-se de “novatio leis in mellius”. 13. Regime disciplinar diferenciado – RDD Foi instituído pela lei 10.792/03, com o objetivo de aumentar o rigor carcerário para os indivíduos que praticam fato definido como crime doloso ou falta grave, subversivo da ordem ou disciplina interna, além disso caberá na hipótese de alto risco para ordem e segurança da unidade penal e a sociedade. Haverá de funda-se suspeita diante da organização criminosa Sua características consiste na duração de 360 dias, recolhimento de cela individual e 2 horas de banho de sol, limitada visita. PARTE IV Restritivade Direito Pena Restritiva de Direito 1. Notas introdutórias Em razão da declarada falência da pena de prisão o legislador de 84 modificou o código penal para inserir uma resposta punitiva, que restringissem direitos, especialmente para evitar a contaminação do condenado com ambiente delituoso do cárcere. 2. Caráter substitutivo Em razão da pena de prisão figurar como regra, no preceito de um tipo penal de crime, as penas restritivas possuem natureza autônoma e substitutiva. OBS: Pena Restritiva na LEI 11.343/2006 A modificação do art. 28 da lei de drogas, transformam a pena restritiva em originaria para o usuário de drogas, vale dizer: o legislador preveniu já no preceito secundário uma pena alternativa de não prisão. Ocorreu a chamada despenalização ou descárcerização. 2. Requisitos para substituição Todos no Art. 44 do Código Penal Penas categorias – Objetivo – Subjetivo E não serão cumulativos! OBS: Lei Maria da Penha 11.340/2006 e pena alternativa Art. 17 Pelo art 17 é expressamente vedado a aplicação de pena restritiva de caráter essencialmente pecuniário ou cesta básica. Desta forma segundo uma interpretação não ampliativa podemos concluir as demais espécies ou não proibi. OBS: Pena alternativa na lei de drogas 11.343/2006 art. 44 Em razão do art. 44 da lei supramencionada, proibi a convenção da pena de prisão em alternativa. STF – O Supremo entende ser inconstitucional quando do julgamento do Habes Corpus de nº 97256/RS, relata o ministro Ayregg Britto. Art. 44, I, Código Penal Condenação por crime doloso superior a 4 anos. OBS: Segundo o Art. 11 do Código Penal desprezaremos as frações de dia, hora e minutos, para aplicação da pena de prisão. É indispensável na conduta a inexistência de violência ou grave ameaça a pessoas nos crimes dolosos. Nos crimes culposos qualquer que seja pena. Art 44, II Código penal Crime nº 1 Crime nº 2 Desfecho Doloso Doloso Não Culposo Doloso Sim Doloso Culposo Sim Culposo Culposo Sim Reincidente em crime doloso não pode, os demais serão aceitos. OBS: Doloso + Pretra doloso? Não Pode! No crime Petra doloso e o individuo reincidente não será possível a substituição por pena alternativa. Art. 44, III, do Código Penal Ordem subjetiva, condições pessoais. Este requisito é o único de ordem subjetiva, pois o juiz analisará as condições pessoais do condenado para a substituição o que a doutrina chama de principio da suficiência. 3. Duração das penas restritivas Como regra a pena restritiva terá a mesma duração da pena de prisão substituta, conforme disponha o art. 55 do código penal a exceção da pena de serviços de comunidade. 4. Estudo das espécies de penas restritivas Prestação Pecuniária Trata-se de modalidade consistente a imposição de uma soma em dinheiro de 1 à 360 salario mínimos, em favor da vitima ou da entidade publica ou privada com destinação social. Eventual montante recebido na esfera civil será compensado quando a vitima for a mesma. Com o falecimento do Réu permitirá a cobrança contra os seus sucessores até o limite da sua herança. Prestação de outra natureza Esta espécie em contra previsão do art. 65, s 2º, consiste na oferta e aceitação de uma prestação de cunho pecuniário e diferente no dinheiro. Ex. oferta de mão de obra, pagamento em cestas básicas. Perda de bens e valores Nesta modalidade prevista no art 45, s 3°, pode ser conceituada como sendo a perda de uma do patrimônio licito do condenado em favor do fundo penitenciário nacional – FPN OSB: na lei de drogas esse valor será destinado ao FUNADI – Fundo nacional ante drogas. Prestação de serviços a comunidade ou entidade publica Previsto no art. 46 do Código penal e diz respeito a atribuição de tarefas gratuitas ao condenado, que serão cumprida em entidades assistências ou afins bem como em programa comunitários ou estatais. A proporção será de 1(um) dia de pena para 1 (uma) Hora de serviços prestado. OBS: Duração de prestação de serviços art. 46, s 4º - É possível a execução de prestação de serviços à comunidade no prazo inferir a pena de prisão substituída dês de que não fique abaixo da metade conforme cita o art. Interdição temporária de direito É uma pena restritiva por excelência que limita no tempo alguns direitos e privilégios utilizados de forma deturpada para a pratica do crime, conforme as hipóteses do art. 47. Limitação de fim de semana Em contra previsão de art. 48 do código penal que consiste no dever de participar de palestras e atividades educacionais por 5 (cinco) horas, nas duas de sab e dom na casa de albergado e egresso, o que a doutrina chama de prisão descontinua. 5. Descumprimento da pena restritiva Diante do descumprimento injustificado da pena restritiva de direitos ocorrerá sua conversão em prisão, no prazo restante dês de que superior a 30 dias, conforme o art. 44, s 4º do código penal. PARTE V Pena de Multa Da pena de multa 1. Notas introdutórias Trata-se de uma espécie do gênero pena e da pena restritiva de direito sendo caracterizada com uma modalidade de sanção pecuniária imposta pelo estado em razão da pratica do crime e terá como destinatário o Fundo penitenciário Nacional. Prestação pecuniária Pena de multa Espécie de pena restritiva Espécie do gênero pena Vai para vitima ou entidade Vai para o FPN De 01 a 360 salários mínimos De 10 a 360 dias multas 2. Pena de Multa 3. Sistema dias Multas A pena de Multa era imposta seguindo o padrão monetário da época, o que acarretava na corrosão do seu valor em razão da mudança de padrão monetário e a inflação, como a reforma do código penal passou a adotar o sistema de dias multa, cujo o procedimento para a sua fixação encontra-se previsto no Art. 49 do código penal. Como aplicar a pena de multa Quantidade de dias multas O valor de cada dia multa A fixação da quantidade ela tem como limites de 10 a 360 dias multa. OBS: Na lei de drogas 11343/06 o limite é de 500 a 1500 dias multa. Parâmetro – sistema trifásico de Nelson Hungria (analisa-se o crime). Limites – 1/30 – 5 vezes o valor do salario mínimo, vigente no dia que praticou o crime. OBS: Valor pode ate 3 vezes se as condições assim permitir. Pagamento: Avaliam-se as condições econômicas do condenado. 4. Pagamento da pena de multa Pagamento de pena de multa ocorrerá em ate 10 dias após o transito e julgado, dês de que não prive o condenado a uma vida digna. 5. Não pagamento da multa Antes e depois de 1996 Antes Depois Prisão Convenção em divida ativa Lei de Execução fiscal 6830/80 – Cobrança 6. Juiz Competente para execução da pena de multa A) A corrente majoritária entende que o juiz competente é o da vara da fazenda publica. Propor ação procurador da fazenda Lei de Execução Fiscal B) A corrente minoritária entende que o juiz competente é o da vara de execução penal. Lei de execução fiscal Ministério Publico UNIDADE II Individualização da Pena Parte I Da individualizaçãoda Pena I – Considerações introdutórias -> Em decorrência do principio constitucional previsto no Art 5º, XLVI, CF 88, deve existir uma verdadeira compatibilização entre a pena aplicada e a pessoa do condenado, como diz o supremo, “um verdadeiro programa individualizado ou um caminhar no rumo da personalização da resposta estatal”. O qual é dividido em três momentos. Ind. legislativa – Dirigida ao legislador; Ind. Judicial – Dirigida ao Juiz; Ind. Executória – Dirigida ao Cumprimento. Legislativa – É aquela dirigida ao legislador, no momento de elaboração do tipo penal (do crime), devendo observar o principio da proporcionalidade entre a pena e conduta proibida. Judicial: É aquela dirigida ao juiz no momento em que aplica a pena no caso concreto. Executória – É aquela e, que o estado executará a pena imposta ao condenado observando os direitos e deveres da execução penal. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; II – individualização Judicial Juiz 1- Circunstancias Judiciais Dado fático que não tem importância para construção do crime. Elementar – Dado Fático Circunstancia – Observar os dados fáticos A) Conceito Trata-se de determinado dado fático, dispensável a caracterização do crime, porém atenta à função de agregar mais ou menos pena. As circunstancias judiciais são pressupostos necessários para a aplicação da pena cuja analise de mais ou menos reprovação caberá ao juiz. B) Hipóteses / Culpabilidade CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Critérios especiais da pena de multa 1- Culpabilidade Trata-se do grau de censura do comportamento do agente que poderá ser aferido, através do dolo. 2- Antecedentes De acordo com o principio constitucional a presunção de inocência as ações penais em curso e os inquéritos policiais em andamento não são inidôneos para configurara mal antecedentes, especialmente o que consta na sumula 444 STJ. http://www.jusbrasil.com.br/busca?q=S%C3%BAmula+444+do+STJ 3- Conduta Social Esta circunstância busca analisar o comportamento do agente no meio social, na família, empresa, igreja, em fim no local onde mora para saber se o condenado tem os beneméritos, ou seja, atos dignos. 4- Personalidade do agente Trata-se de uma circunstancia que busca analisar a síntese das qualidades morais e sociais do individuo, ou seja, sua menor ou maior sensibilidade éticos- sociais. OSB: O projeto de reforma do Código Penal acaba com a analise da personalidade do agente, especialmente em razão de ressuscita o ---- direito penal do autor do fato. 5- Motivo do Crime Trata-se de analisar a fonte propulsora de vontade criminosa, determinante para a pratica do crime. 6- Circunstancias do crime São aqueles que defluem do cenário do crime, relacionados aos meios utilizados, lugar, tempo e forma de execução de crime. 7- Consequências do crime Art. 129 código penal Trata-se de analisar a maior ou menor danosidade da conduta criminosa, que não se confunde com a consequência natural do crime. Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. 8- Comportamento da vitima Sabemos que em direito penal a culpa da vitima não exclui a responsabilidade do autor, somente contribuindo no seio do agente o impulso delituoso na dosimetria da pena, o comportamento da vitima com o circunstancia judicial busca analisar se seus atos anteriores fizeram brotar no seio do agente o impulso delituoso. II – Circunstancias Legais Diz respeito aos dados fáticos em que o legislador concluiu pela reprovação da conduta (ele chamou de agravantes ou da menor dês valor da ação e ele chamou de atenuantes) Circunstancias legais AGRAVANTES A) Conceito Demostrar a necessidade de majoração da pena em razão do grau de reprovação. B) Hipóteses As agravantes estão todas previstas nos artigos 61 e 62 do código penal e não cogita aumentar a pena fora desta hipóteses legais. A principal circunstancia e a reincidência . Circunstâncias agravantes Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) por motivo fútil ou torpe; b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada. Agravantes no caso de concurso de pessoas Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - executa o crime, ou nele participa,mediante paga ou promessa de recompensa.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 Reincidência Conceito: trata-se da principal circunstancia agravante e diz respeito a pratica de um novo crime, após o transito e julgado de um crime anterior seja ele no brasil ou no estrangeiro. OBS: O tempo do crime é o tempo da ação A partir do transito e julgado será reincidência. Prazo – 05 anos Decadência de validade da reincidência é de 5 (cinco) anos, contados do cumprimento integral da pena ou de sua extinção englobando neste período o período de prova do livramento condicional. CIRCUNSTANCIA LEGAIS ATENUANTES A) Conceito Trata-se de dados fáticos de menor reprovação que autorizem a diminuição da pena nas hipóteses previstas nos artigos 65 e 66 do código penal. B) Hipóteses 1-nominadas – Art. 65 São aquelas descrita explicativamente no art. 65, como especial destaque para menor idade (condenado maior de 21 anos). Crime abaixo de 18 anos, ato infracional. Para fins de aplicação da pena a maior idade é 21 anos. 2-inominadas- Art. 66 É possível pela redação do art. 66 do código penal o juiz possa reduzir a pena de uma circunstancia não prevista em Lei, dês que relevante anteriormente ao crime ou após dele. Ex. coculpabilidade e da contaminação com vírus HIV. Circunstâncias atenuantes Art. 65 São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. Art. 66 A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) CAUSAS DE AUMENTO OU MAJORANTES As causas de aumento são aqueles dados fatores, ou condições dispersos pelo código penal, que demonstram o maior grau de reprovação, caracterizado pela determinação de majoração da pena (aumento da pena) acompanho de um índice. Ex. ½ a Lei diz CAUSAS DE DIMINUIÇÃO OU MINORANTES As causas de diminuição também estão espalhadas pelo código penal e podem ser identificadas pela determinação de aumento da pena acompanhado de um índice por fato de diminuição. Ex. Art 14, II e 155 s 2º OBS: Qualificadora Ex. Art. 155 e 121 Quando fala o índice é majorante é representado por sinais de ½ Quando diz o máximo e o mínimo qualificadora – Distinta do tipo simples. OBS: A Qualificadora é uma hipótese legal que o legislador dentro do mesmo tipo penal, indica hipóteses de maior reprovação e estipula pena mínima e máxima distinta do tipo simples. Esta não se confunde com os majorantes em razão destes somente indicarem um índice especifico de aumento de pena. Agravante, Majorante e qualificadora, é permitido? PODE SIM! III – Como Aplicar a Pena 1- Sistema trifásico de Nelson Hungria – Art. 68 Código Penal O código penal no Art. 68 adota o sistema trifásico de Nelson Hungria, determinando a realização de três fases distintas e interligadas. Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) FASES A) Pena Base Ponto de partida: Ex. Pena art. 121 – Definição em Mínima e Máxima Parâmetro: circunstancia judiciais do art. 59 – Fixação da pena Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) B) Pena Provisória Ponto de partida: Pena Base da fase anterior Parâmetro: agravantes e/ou atenuantes OBS: 1 Pena a quem do Mínimo A doutrina discute a possibilidade da pena provisória ser fixada abaixo do mínimo legal tendo o STJ (doutrina Majoritária), declarado a impossibilidade na sumula 232 de outro lado a doutrina minoritária entende ser possível em razão da expressa determinação do ART 65 do código penal. OBS: 2 Art. 67 – Concurso entre agravantes e atenuantes O art 67 define a hipótese de conflito entre agravantes e atenuantes devendo o juiz pender pela circunstancia preponderante que para o STF é a menor idade. Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) C) Pena definitiva Ponto de partida: Pena Provisória Parâmetro: majorantes e/ou minorantes Na ultima fase da dosimetria da pena é possível extrapolar os limites legais em razão do índice legal, próprio das majorantes e minorantes estabelecidos na lei = ½ Da suspensão condicional da Pena Parte II Suspensão condicional da pena I – Conceito e denominação Previsto no art. 77 do código penal Execução é suspensa para que o indivíduo cumpra alguns requisitos por determinado período. SURSIS- Suspensão condicional da pena para que o individuo cumpra determinado requisitos previsto na própria sentença condenatória. Trata-se de um instituto despenalizado, previsto no art. 77 e seguintes, que possibilita a suspensão da execução da pena de prisão por determinado período (de prova) para que o individuo cumpra determinadas condições. É Conhecido doutrinariamente como SURIS (expressão francesa que quer dizer “suspensão da execução da pena”). II – Requisitos Legais A aplicação do SURSIS exige a reunião de quatro requisitosprevistos no art. 77 do Código Penal, requisitos cumulativos. A) Pena Fixada em igual = ou – Menor que 2 anos Diz respeito a um requisito de natureza objetiva ligado a Pena de Prisão fixada na sentença. B) Não Reincidente em crime doloso CRIME 1 CRIME 2 RESULTADO Doloso Doloso Não Culposo Doloso Sim Culposo Culposo Sim Doloso Culposo sim C) Circunstâncias Judiciais Favoráveis - Art. 59 Trata-se de requisitos de natureza subjetiva, ligados à personalidade, conduta social, culpabilidade, motivo e circunstancia do crime. D) Impossibilidade de Pena Alternativa Segundo o art. 77, III, código penal-Somente caberá o SURSIS diante da impossibilidade de aplicação da pena restritiva de direitos, a exemplos dos crimes praticados com maior violência ou grave ameaça a pessoa. Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) § 1 o (VETADO) (Incluído e vetado pela Lei nº 9.714, de 1998) § 2 o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 3 o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 4 o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 5 o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) III – Período de prova e condições – Caput art. 77 Conforme a redação do caput do art. 77 a pena de prisão aplicada, será suspensa via de regra, pelo prazo de 2 a 4 anos para que o individuo cumpra algumas condições: 1º Cumprimento de pena alternativa de prestação de serviços a comunidade ou limitações de fim de semana; 2º Não poderá ausenta-se da comarca sem autorização judicial; 3º Só poderá mudar de residência com autorização judicial; 4º Comparecimento mensal para certificar suas atividades. IV – Espécies de SURSIS A) Simples ou comum Período de Prova + Condições 2 a 4 anos – 1 ano Pena Alternativa B) Especial – Art. 78, § 2º Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) a) proibição de freqüentar determinados lugares; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Esta livre e no primeiro ano cumprimento de pena alternativa Requisitos: Pena ate 2 anos Todas as circunstancias do art. 59 favoráveis Réu reparado o dano praticado Dispensa do Réu pena alternativa no primeiro ano C) Etário (aumenta o requisito) – Art. 77, § 2º Pena até 4 anos Mais de 70 anos Período de prova de 4 a 6 anos D) Humanitário ou por razões de saúde – Art. 77, § 2º Condições de saúde do condenado Pena até 4 anos Período de prova de 4 a 6 anos OBS: Foram aumentada 2 anos em período Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2 o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) V- Causas de revogação O período de prova até 4 anos, para ter o SURSIS revogado. O código penal previu duas hipóteses de revogação do SURSIS (a obrigatória do art. 81 caput e a facultativa do § 1º 81) nestes casos o individuo devera cumpri a pena suspensa sem afetar o período de suspensão da pena. OBS: Detração da pena em SURSIS Somente caberá a detração no SURSIS diante de sua revogação Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) VI- Extinção do SURSIS – Art. 82 Se o condenado cumpriu todas as condições do SURSIS, dar-se-á sua revogação em razão do que consta no art. 82. Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Do Livramento Condicional Parte III Livramento Condicional I – Considerações introdutórias O livramento condicional em contra previsão ao Art. 83 e seguintes, pode ser conceituado como sendo uma modificação na execução da pena imposta, como etapa anterior a liberdade plena. De outra forma quer dizer, diz respeito a um instituto que permite cumpri o restante da pena em liberdade, porem sujeita a condições . II - Requisitos Legais A) Pena Aplicada igual (-) ou maior (+) 2 anos B) Cumprimento de parcela da pena 1/3 DA PENA PRIMÁRIO 1/2 DA PENA REINCIDENTE 2/3 DA PENA C. HEDIONDO. II – Penal Antecedentes Revogação de direito Reincidente II – Extrapenal Diz respeito a toda consequência produzida pela condenação que afeta a vida civil, administrativa e outras distintas da penal e a doutrina dividiu em genéricos e específicos. A) Genérico (é automático) Perda dos instrumentos e produtos do crime Dever de indenizar O Código Penal no art. 91 descreveu dois efeitos da condenação, cuja eficácia independe de expressa previsão na sentença, são eles: O dever de indenizar o dano causado pelo crime e a perda dos instrumentos e produtos do crime (ressalvando o direito de terceiro de boa fé). Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. § 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) § 2º Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de perda. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) B) Específicos – Art. 92 Necessita de expressa previsão na sentença, sobre pena de não produzir efeitos. Perda do cargo O art. 92 no seu inciso I traz como efeito especifico do cargo, função publica ou mandato eletivo, dês de que: a pena igual ou menos de 1 ano os crimes praticados contra administração publica. Exemplos: peculato, prevaricação corrupção e qualquer que seja o crime dês de que a pena seja superior a 4 anos. Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Incapacidade para Exercício do Pátrio Poder Nos crimes dolosos sujeitos a reclusão praticada contra os filhos, tutelado ou curatelado, o individuo perderá o poder familiar. Inabilitação para dirigir veículos Ocorre na hipótese em que o individuo utiliza o veiculo com fins criminosos. Reabilitação Parte IV Reabilitação I – Considerações Introdutórias Trata-se de instituto fundado em razões de humanidade que garante o direito dês da condenação e suspende alguns dês do efeitos da condenação, conforme previsão do art. 93 e seguintes. II – Requisitos – Art. 94 São com especial destaque para o descanso do prazo de 2 anos apors o cumprimento da pena. Reabilitação Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Medica de Segurança Parte V Da medida de segurança I – Considerações Introdutórias FATO TÍPICO ILÍCITO CULPABILIDADE Conduta Quando não for legitima defesa Imputabilidade (doente mental) Nexo de culpabilidade Estado de necessidade Potencial consciência da ilicitude Resultado Exercício regular de direito Exigibilidade de conduta diversa Tipicidade Estrito cumprimento de dever ------------------------------- 1º + 2º + 3° = Crime (pena) 1º + 2º - 3º =Inimputável (medida) Sabendo que o crime é formado pela reunião do fato típico e culpável, o que da ensejo a aplicação de uma pena, com o objetivo de castigar e prevenir. De outro lado quando a doença mental vem a privar o individuo de entender o caráter criminoso da conduta, estaremos diante do inimputável cujo a consequência penal destinada será a medida de segurança. II- conceito de medida de segurança trata-se de providencia preventiva e curativa destinada ao inimputável em razão de doença mental. III- conceito de medida de segurança A) Pratica de fato punível (típico + ilícito =punível) Exige a reunião de um fato típico + ilícito, igual a punível. A medida de segurança exige a reunião de três pressupostos, quais sejam: 1º Pratica de Fato punível – Somente será possível a aplicação da medida de segurança diante de uma conduta típica, antijurídica ou ilícita. 2º Periculosidade – Diz respeito a maior ou menor possibilidade da doença mental levar o individuo a praticar um delito, vale dizerem juízo de possibilidade da doença mental, levar a pratica de um ilícito. 3º Sentença Aplicando medida – Em razão do individuo não praticar crime contra ele será decretada uma sentença absolutória impropria. IV – Prazo de Duração – Art. 97 Segundo o art. 97 s 1º, a medida de segurança será aplicada por prazo indeterminado ate que se certifique mediante pericia medica a cessação de periculosidade. OBS: Não obstante o código penal que o prazo de duração é indeterminado o STF - Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC nº 85.219, digito 4, ministro Marco Aurélio Melo , limitou o prazo de duração em 30 anos em analogia a duração máxima da pena de prisão. V – Espécie de medida de Segurança Art. 96 A) Internação em HCT (Nível de Reclusão) O Art. 96 do código penal, divide a medida de segurança de acordo com a natureza da pena de prisão imposta. Será cabível a internação em hospital de custodia para os crimes punidos com reclusão e não obstante a referida modalidade ser chamada de medida de segurança detentiva. B) Tratamento Ambulatorial (Nível de Detenção) Trata-se de modalidade mais branda destinadas aos crimes punidos com detenção. VI – Aplicação ao fronteiriço Segundo o Art. 26 s 1º do código penal, teremos o individuo inimputável (é aquele que a doença mental privou do completo entendimento contra fato e o semi-inimputável em fronteiriço como sendo aquele que a doença mental privou passialmente). Para o fronteiriço o Art. 98 possibilita a aplicação de pena ou medida de segurança. OBS: Em Razão da teoria adotada pelo código penal chamada de sistema vicariante ou unitário não é possível a aplicação de pena e medida de segurança, deixando para tras o antigo sistema do dublo binário. VI – Desinternacão condicional O código Penal previu uma modalidade de liberdade condicional, na medida de segurança, vinculada a demonstração de potencial de periculosidade, 1 (um) ano após a extinção de medida de segurança. PENA MEDIDA DE SEGURANÇA Aplica com base na culpabilidade Periculosidade Imputável Inimputável ou Fronteiriço Prazo Determinado Indeterminado *STF – 30 anos Carácter de castigo e prevenção Curativo e prevenção Espécie reclusão e detenção Internação HCT – Hospital de Custodia e Tratamento em Ambulatório Ação Penal Parte VI Da Ação Penal I – Considerações Introdutórias A pratica de um crime faz nascer para o Estado o poder de punir, que será colocado em pratica através de processo (como instrumento ético, politico, para aplicação da pena a quem cometer um crime), desta forma o poder judiciário será chamado a dizer o direito, diante de uma ação penal, que pode ser conceituada como: II - Conceito Trata-se de direito subjetivo, a tutela jurisdicional (necessidade de resposta do Estado) em razão da pratica de um crime com a possível aplicação de pena. III – Espécies de Ação Segundo o art. 100, a ação penal se divide de acordo com a natureza dos interesses envolvidos no processo, podendo ser a publica (quando o interesse publico é predominante) ou de iniciativa privada (quando o interesse particular é predominante). 1º Ação Penal Publica Trata-se de modalidade regra no grupo da ação penal, que tem como titular o próprio Estado através do MP-Ministério Público, cuja obrigação de iniciar o processo por meio de uma denuncia demostrada o maior interesse publico em jogo. A) Incondicionada Diz respeito à modalidade de ação penal, regra do grupo da ação penal, regra do grupo da ação penal pública e para sua apresentação não é necessário o preenchimento de qualquer requisito ou condições. B) Condicionada Diz respeito à modalidade excepcional que exige a autorização da justiça e no prazo de 6 meses, para que o MP- Ministério Público inicie a ação penal sobre pena de decadência. 2º Ação penal de iniciativa Privada Trata-se de modalidade excepcionada prevista para os crimes em que o interesse particular é maior que o público, por isso é outorgada à vitima a analise quanto a conveniência e oportunidade, de processar, o acusado no prazo de 6 meses, por meio da queixa crime. Alex Souza dos Santos Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/5081701898543678
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