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Globalização e fé_comentários

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EAD CLARETIANO 
Educação à Distância Centro Universitário 
 
 
 
 
 
 
 
ISIDORO DA SILVA LEITE - 1104501 
 
 
 
 
 
GLOBALIZAÇÃO E FÉ 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
Centro Universitário Claretiano 
Teologia 
Atividades Complementares - Livro 
Jairo da Mota Bastos 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2013 
 
1. Introdução 
 
Este livro é composto por cinco capítulos escritos por diferentes 
especialistas, adeptos de diferentes religiões, abordando o tema das 
possíveis relações existentes entre o processo da globalização e a fé. Os 
textos são os mesmos que já haviam sido publicados na revista francesa 
mensal Foi et Développement, do Centro L.-J. Lebret nos números de 
novembro de 1997 a março de 1999. Entendo que essa defasagem é letal 
para a maior parte dos escritos, já que, em 13 anos, novos enfoques 
foram desenvolvidos acerca desse tema. Cada capítulo é iniciado por uma 
breve apresentação do autor e do tema a ser desenvolvido, elaborada por 
um terceiro autor. 
O interessante, nesta publicação, é que praticamente todos os 
autores partem da premissa que a modernização, a globalização e o 
capitalismo são maus em essência, não trazendo – ou trazendo mínimos – 
benefícios para a humanidade. Com absoluta certeza - como em qualquer 
processo envolvendo grandes mudanças e alterações de rumo, na história 
da humanidade - há muitos e variados aspectos positivos neste processo 
também, porém, e infelizmente, só poderemos deles tomar conhecimento 
se procurarmos em outros livros. 
 
 
2. Desenvolvimento 
 
O primeiro capítulo tem por base uma pesquisa de campo, 
realizada por meio de entrevistas com pessoas engajadas junto a 
populações pobres de 28 (vinte e oito) países da Ásia, África e América 
Latina e foi escrito por um economista, diretor do Projeto Jesuíta sobre 
Ética na Política, do Canadá. 
O autor faz algumas comparações interessantes entre Ocidente e 
Oriente. Uma delas diz respeito aos direitos individuais: a sociedade 
ocidental dá prioridade aos direitos civis e políticos enquanto a oriental 
está mais preocupada com os direitos econômicos, sociais e culturais. Em 
geral, na sociedade oriental – pelo menos a que foi alvo dessa pesquisa – 
a responsabilidade social importa mai do que os direitos individuais. Dessa 
diferença de visão nascem diversos conflitos. 
Como conclusão de seu trabalho, Ryan diz, ao citar palavras de 
Barbara Ward, que deveremos nos dedicar a nos amarmos uns aos outros 
para podermos encarar todas as crises, internas e externas, de nosso 
mundo moderno. 
O segundo capítulo, escrito por um Professor do Instituto de 
Estudos Políticos da Universidade Nacional da Colômbia, em Bogotá, traz 
como tema a possibilidade de cada povo encontrar espaços em meio ao 
processo de globalização. O Professor Orlando Fals Borda discorre sobre a 
necessidade de a modernidade e o desenvolvimento serem purificados 
pela valorização de três tipos de lutas populares: reapropriação dos 
recursos naturais, pela reconquista do poder político e pelo 
reconhecimento das culturas locais. 
O terceiro autor, Edouard Dommen, toma como tema o mito do 
jubileu, e é apresentado por Albert Longchamp, que, já no primeiro 
parágrafo de sua apresentação mostra o viés pelo qual desenvolverá o 
tema, ao afirmar: “... As transnacionais encontram seus lucros, sempre 
procurando se desviar de qualquer obrigação social e de qualquer sanção 
moral.”1 
De forma engenhosa o autor inicia pontuando que na economia há 
dois tipos de equilíbrio: o estável e o instável. A seguir, a partir do 
conceito de círculos viciosos, presentes na dinâmica da economia e 
passando pelos rendimentos crescentes e decrescentes, chega ao conceito 
do jubileu para propor o rompimento dos círculos viciosos. Citando André 
Trocmé (em Jésus-Christ et la révolution non violente, 1961, pág.31), ele 
resume os componentes do jubileu em Levítico como: 
1. O descanso da terra; 
2. A libertação dos escravos; 
3. O pagamento das dívidas; 
4. O restabelecimento em suas terras. 
Para o autor, o jubileu veterotestamentário deve ser uma 
inspiração e um exemplo, entre tantos outros, que a Bíblia nos dá. 
O quarto capítulo é de um autor indiano que discorre sobre dois 
paradigmas opostos, acusando o materialismo e enaltecendo o 
espiritualismo. Diz, por exemplo, que “o papel da verdadeira 
espiritualidade é o de auxiliar as pessoas a enfrentar o mundo” onde 
vivem e que sua tarefa fundamental “é formar e responsabilizar as 
pessoas”, para que vivam dignamente. 
 
1
 VALERO, 2000, p. 65 
O último capítulo, parece que caminhando um pouco atrás dos 
outros, já descreve alguns poucos benefícios que o autor vê na 
globalização. E ele encerra com muita fé e esperança, ao dizer, por 
exemplo que 
 “Talvez a globalização seja o novo nome do desenvolvimento. Mas 
se ela não for o desenvolvimento de todo homem e do homem todo, ela 
não será senão uma técnica de escravidão.”2 
E sua última frase é: “Ninguém impedirá os seres humanos em sua 
busca de ser mais-ser, de mais humanidade.” 
 
 
3. Conclusão 
 
Saltou aos olhos a quase unanimidade com que os autores rejeitam 
a globalização, o capitalismo e a modernização como bons fenômenos 
econômicos e sociais. Assim, o livro peca por não apresentar um pensador 
– possível defensor da globalização, da modernização e do capitalismo, ou 
pelo menos que não os rejeitasse tão vivamente - capaz de analisar as 
relações existentes entre o processo da globalização e a fé. Portanto, o 
viés antiglobalização que permeia todos os escritos não permite uma 
comparação, ficando manca a visão do leitor, pois já se parte do pré-
julgamento de que a globalização - e na sua esteira o capitalismo e a 
modernização - é um mal em si e deve ser combatida. 
Como este é um texto datado - temporalmente marcado -, já 
apareceram outros textos com visões mais pragmáticas do 
posicionamento da teologia em relação a esses fenômenos – 
modernização e globalização, dentro de um meio ambiente capitalista, no 
sistema democrático - sem, necessariamente, explicitarem um 
posicionamento favorável à modernização e globalização. Por exemplo, 
Roger Lenaers diz: 
Há uma encruzilhada quando se trata de expressar em palavras a 
entrega a Deus por meio de Jesus. Isso pode ocorrer somente na 
linguagem de cada cultura. A cultura da modernidade fala outra língua, 
diferente das línguas dos mundos passados. Não somos obrigados a 
adotar a modernidade nem a falar sua linguagem. Os Amish norte-
americanos, por exemplo, negam-se a fazê-lo e rejeitam coerentemente 
 
2
 VALERO, 2000, pp. 154-155 
as descobertas da modernidade, como a eletricidade e o carro. Vivem na 
idade do cavalo. Continuam cultivando a linguagem do passado no 
sentido amplo da palavra. Essas pessoas têm direito a rejeitar as 
perspectivas deste livro. Porém, quem admite a modernidade no dia a 
dia não pode se permitir tal atitude, pelo menos se quiser ser 
conseqüente consigo mesmo.3 
 
João Batista Libânio também apresenta uma visão interessante 
sobre a relação entre globalização, modernidade e fé, ao assinalar em seu 
“Cenários da Igreja” cinco possíveis cenários que poderão vir a ser o 
posicionamento da Igreja frente a ele. Como ele esclarece: 
Cada cenário procura descrever a respectiva força dominante e a 
reorganização dos outros agentes. Para isso, detectam-se quais são as 
possíveis forças capazes de criar diferentes cenários. Não se trata de 
escolher nem de eliminar por opção algum elemento central, masde 
descobri-lo presente na realidade com chances de configurar um 
cenário.4 
 
Por fim, e apenas como lembrete, o Papa João Paulo II em um 
discurso, disse: 
A priori, a globalização não é positiva nem negativa. Ela será 
aquilo que dela se fizer. Nenhum sistema é um fim em si mesmo, e é 
necessário insistir sobre o fato de que a globalização, assim como 
qualquer outro sistema, deve estar ao serviço da pessoa humana, da 
solidariedade e do bem comum.5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 LENAERS, 2010, pp. 261 e 262 
4 LIBÂNIO, 2012, p. 13 
5 JOÃO PAULO II, 2001, item 2 
4. Bibliografia 
 
HOORNAERT, Eduardo, ed. Novos desafios para o cristianismo - a contribuição de 
José Comblin. 1a ed. São Paulo: Paulus, 2012. 
LENAERS, Roger. Outro cristianismo é possível. São Paulo: Paulus, 2010. 
LIBÂNIO, João Batista. Cenários da Igreja - Num mundo plural e fragmentado. 5a ed. 
Coleção FAJE. São Paulo: Loyola, 2012. 
PAPA, João Paulo II. Discurso do Santo Padre aos membros da Pontifícia Academia 
das Ciências Sociais. 2001, 27 de abril. 
VALERO, C. Globalização e fé. Bauru,SP: EDUSC, 2000. 160 p. (Humus).

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