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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Aula teórica Microbiologia Agrícola Metabolismo microbiano, biossíntese e nutrição dos microrganismos Metabolismo: Soma de todas as reações químicas dentro de um organismo. Pode ser visto como uma ato de balanceamento de energia. Divide-se em duas classes de reações químicas: as que liberam energia (catabólicas ou degradativas) e as que requerem energia (anabólicas ou de biossíntese). Os sistemas vivos apresentam a habilidade de organizar moléculas e reações químicas em sequências sistemáticas cuidadosamente controladas Anabolismo: Refere-se a construção de moléculas orgânicas complexas a partir de moléculas mais simples através de reações reguladas por enzimas e que requerem energia. * Envolvem reações de síntese por desidratação. * Requerem mais energia do que produzem. Ex: formação de proteínas a partir de aminoácidos, ácidos nucléicos a partir de nucleotídeos e polissacarídeos a partir de açúcares simples. Catabolismo e Anabolismo Catabolismo: Quebra de compostos mais complexos em compostos mais simples através de reações químicas reguladas por enzimas que liberam energia. * São geralmente reações de hidrólise * São exergônicas (produzem mais energia do que consomem). Ex: Células quebram açúcares em dióxido de carbono e água. ENERGIA: MACRO- MOLÉCULAS ULTRAESTRUTURAS MONÔMEROS ATP Nutriente Oxidação: Redução: Catabolismo Anabolismo Enzimas: catalisadores biológicos •Nas células vivas as enzimas atuam como catalisadores: São específicas e atuam em uma substância específica (substrato da enzima). Nomenclatura das Enzimas Terminação -ase-, Oxido-redutases (reações de oxidação-redução ou transferência de elétrons – Desidrogenases e Oxidases) Transferases (transferem grupos funcionais como amina, fosfato, acil, carboxil) Hidrolases (reações de hidrólise de ligação covalente - Peptidases) Liases (catalisam a quebra de ligações covalentes e a remoção de moléculas de água, amônia e gás carbônico) Isomerases (reações de interconversão entre isômeros óticos ou geométricos) Ligases (catalisam reações de formação de novas moléculas a partir da ligação entre duas pré-existentes, sempre às custas de energia - Sintetases) Componentes das Enzimas Cofatores Enzimáticos: Cofatores são pequenas moléculas orgânicas ou inorgânicas que são necessárias para a função de uma enzima. Estes cofatores não estão ligados permanentemente à molécula da enzima mas, na ausência deles, a enzima é inativa. A fração protéica de uma enzima, na ausência do seu cofator, é chamada de APOENZIMA; Enzima + Cofator, chamamos de HOLOENZIMA; Coenzimas são compostos orgânicos, quase sempre derivados de vitaminas, que atuam em conjunto com as enzimas. Fatores que influenciam a atividade enzimática Temperatura: A velocidade da maioria das reações químicas aumenta com o aumento da temperatura. Para reações enzimáticas, no entanto, a elevação além de uma certa temperatura reduz drasticamente a velocidade da reação. Este decréscimo é devido à desnaturação da enzima, a perda de sua estrutura tridimensional característica. pH: A maioria das enzimas tem um pH ótimo no qual sua atividade é caracteristicamente máxima. Quando a concentração de H+ (pH) no meio é trocada, a estrutura tridimensional das proteínas é alterada. Trocas extremas no pH podem causar desnaturação. Concentração do substrato: Há uma velocidade máxima na qual uma certa quantidade de enzima pode catalisar uma reação específica. Sob condições de alta concentração de substrato, a enzima se encontra saturada. •Ex: a temp. ótima das bactérias que incitam doença no corpo humano é de 35°C a 40 °C. Presença de inibidores enzimáticos Inibidores: Os inibidores competitivos ocupam o sítio ativo de uma enzima e compete com o substrato normal pelo sítio ativo. Preferência pH alcalino Temperatura de incubação PRODUÇÃO DE ENERGIA Reação de Oxidação – Redução (redox) Oxidação: é a perda de elétrons (e-) de um átomo ou molécula, tal reação pode produzir energia. Redução: a molécula ganha um ou mais elétrons. Esta reações estão sempre acopladas, cada vez que uma substância sofre oxidação (perdeu um o mais elétrons) outra é simultaneamente reduzida, ou seja ocorre sua redução (ganhou um ou mais elétrons) A maioria das oxidações biológicas envolvem a perda de átomos de hidrogênio= denominam-se desidrogenação. REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO A B A oxidada B reduzida Reações Redox Biológicas: Importância As células as utilizam no catabolismo (Quebra de compostos mais complexos em compostos mais simples) para extrair energia das moléculas nutrientes As células degradam os nutrientes: compostos altamente reduzidos (com muitos átomos de H) são convertidos em compostos altamente oxidados Ex: Degradação da molécula de Glicose (C6H12O6) em CO2 e H2O. Glicose: composto altamente reduzido que contém grande quantidade de energia potencial Sua degradação química durante o processo de respiração celular dá origem a energia química (armazenada em moléculas de ATP - entre 36 e 38 moléculas de ATP por molécula de glicose), gás carbônico e água. ATP e Fosforilação Quando os grupos fosfatos são removidos da molécula de ATP, ligações de alta energia são quebradas e a energia é liberada. Fosforilação: É a adição de um grupo Fosfato (~P~) a um composto químico. Exemplo: Fosforilação em nível de substrato Fosforilação Fosforilação a nível de substrato: ATP é normalmente gerado quando um ~P~ de alta energia é transferido de um composto fosforilado a ADP. Ocorre no citoplasma. P + + + + + + + P + + + + + + + Composto fosforilado ADP P + + + + + + + ATP Vias metabólicas de produção de energia Catabolismo de carboidratos: Quebra da molécula de carboidrato para produzir energia Glicose: fonte mais comum de energia de carboidrato utilizada pela célula. Microrganismos: também podem catabolizar diversos lipídeos e proteínas. Para produzir energia a partir da Glicose os microrganismos utilizam dois processos: 1. Respiração celular 2. Fermentação. Etapas Respiração e Fermentação 1. Glicólise: é a oxidação da Glicose em ácido pirúvico com a produção de ATP e NADH contendo energia. 1. Ciclo de Krebs: é a oxidação do acetil (derivado do ácido pirúvico) em CO2 com a produção de algum ATP, NADH contendo energia e um outro transportador de elétrons reduzido (FADH2). 1. Cadeia de transporte de elétrons: NADH e FADH2 são oxidados, entregando elétrons para uma cascata de reações redox. A energia destas reações gera uma considerável quantidade de energia (a maior quantidade de energia é gerada neste passo). Fermentação: Começa com a Glicólise. O ácido pirúvico é um dos produtos. Esses produtos dependem do tipo de microrganismo e podem ser: ácido lático, etanol, ácido acético etc. Não há ciclo de krebs nem cadeia de transporte de elétrons. O rendimento de ATP é muito baixo (advém somente da glicólise). REAÇÃO TOTAL PARA A RESPIRAÇÃO EM MICRORGANISMOS C6H12O6 + 6O2 + 38ADP + 38P 6CO2 + 6H2O + 38ATP Glicose Oxigênio Dióxido de carbono Água Respiração Celular: aeróbica e anaeróbicaApós a glicose ter sido quebrada o ácido pirúvico pode ser guiado para: fermentação ou respiração celular. Respiração celular: É definido como um processo de geração de ATP em que as moléculas são oxidadas e o aceptor final de elétrons é quase sempre uma molécula inorgânica. Uma característica essencial é a ação de uma cadeia de transporte de elétrons. Aeróbica: O aceptor final de elétrons é o O2. Anaeróbica: O aceptor final de elétrons é uma molécula inorgânica (nitrato (NO-3)). Respiração anaeróbica * Uma organismo anaeróbico é aquele que não utiliza oxigênio e que ainda pode ser morto por ele. Na respiração anaeróbica, o aceptor final de elétrons é uma molécula inorgânica que não o oxigênio molecular. Nitratos (NO3-), íons nitrito (NO2-), óxido nitroso (N2O) ou gás nitrogênio (N2). X Nitrato (NO3-) Fermentação Libera energia de açúcar ou moléculas orgânicas, tais como aminoácidos, ácidos orgânicos, purinas e pirimidinas. Não requer oxigênio (mas algumas vezes pode ocorrer na presença deste) Exemplo: as bactérias ácido-lácticas podem manter a fermentação em presença de O2. Não requer o uso do ciclo de Krebs ou uma cadeia de transporte de elétrons Utiliza uma molécula orgânica como aceptor final de elétrons Produz somente pequenas quantidades de ATP (somente uma ou duas moléculas de ATP para cada molécula de material inicial) devido ao fato de grande quantidade da energia original da glicose permanecer nas ligações químicas dos produtos finais orgânicos, tais como ácido lático ou etanol. * Desta forma, a fermentação é um processo onde ocorre oxidação parcial dos compostos orgânicos, que podem ser açúcares, proteínas, ácidos, entre outros. * Como o processo é parcial, há apenas uma pequena fração de energia liberada. * Por exemplo, após a quebra da glicose, originando ácido pirúvico, este pode ser convertido a outro composto orgânico, por um processo de fermentação. * Assim, a fermentação é um processo que não depende do ciclo de Krebs, ou da cadeia de transporte de elétrons. * Existem vários tipos de fermentações microbianas, sendo os exemplos mais conhecidos a fermentação alcoólica e a fermentação lática. A fermentação é um conjunto de reações químicas controladas enzimaticamente, em que uma molécula orgânica (geralmente a glicose) é degradada em compostos mais simples, liberando energia. Exemplos de fermentações (Adaptado de Tortora et al., Microbiology, an introduction, 1996) Gênero Produtos finais da fermentação Streptococcus, Lactobacillus, Bacillus Ácido lático Saccharomyces Etanol e CO2 Propionibacterium Ác. propiônico, ác. acético, CO2, H2 Clostridium Ác. butírico, butanol, acetona, álcool isopropílico e CO2 Escherichia, Salmonella Etanol, ác. lático, ác. succínico, ác. acético, CO2, H2 Enterobacter Etanol, ác. lático, ác. fórmico, butanodiol, acetoína, CO2, H2 PRODUTOS FINAIS DE FERMENTAÇÕES MICROBIANAS CATABOLISMO DE LIPÍDEOS Catabolismo das proteínas * As proteínas são muito grandes para atravessarem a membrana plasmática * Os microrganismos produzem proteases e peptidases extracelulares para quebrar proteína em aminoácido. * Aminoácidos precisam ser convertidos para entrarem no ciclo de Krebs: desaminação, descarboxilaçao, desidrogenação. CATABOLISMO DE PROTEÍNAS Proteases: Proteínas peptídeos e aminoácidos Peptidases: Peptídeos aminoácidos Aminoácido ácido orgânico ciclo de Krebs Aminoácido ácido orgânico fermentação Desaminação: retirada de aminas do esqueleto carbônico de aminoácidos/compostos orgânicos nitrogenados. Vários mecanismos de desaminação. R-CH-COOH + 2H+ R-CH2-COOH + NH3 NH2 CATABOLISMO DAS MOLÉCULAS ORGÂNICAS BIOSSÍNTESE E NUTRIÇÃO DOS MICRORGANISMOS VIAS METABÓLICAS DE USO DE ENERGIA (ANABOLISMO) * Estes processos bioquímicos são endergônicos – requerem energia Fontes de energia : ATP(adenosina trifosfato),GTP( guanosina trifosfato ),UTP (uridina trifosfato) * Energia necessária para biossíntese de componentes químicos da células como DNA, RNA, proteínas, peptideoglicano da parede celular e fosfolipídeos da membrana celular * Energia necessária para processos vitais como: mobilidade e transporte ativo de nutrientes através da membrana celular BIOSSÍNTESE DE POLISSACARÍDEOS Átomos de carbono necessários para sintetizar a glicose: produzidos durante processos como a glicólise e Ciclo de Krebs. Bactérias podem recompor a glicose em vários polissacarídeos complexos. Para isso, as unidades de glicose devem ser fosforiladas e ligadas.
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