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ON Curso de Mangetísmo Terrestres 2012 on line

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ON - Curso de Mangetísmo Terrestres - 2012/3.2_magnetosfera.pdf
 
 
 
 
 
 
 
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No tópico anterior do curso, você aprendeu 
um pouco sobre o Sol e os fenômenos que ele 
causa na Terra. Mas você sabe sobre o que conecta 
o Sol à Terra? O Sol é tão quente que o gás se 
transforma em PLASMA (Figura 1), fazendo com 
que a maior parte das partículas energéticas escape 
da gravidade do Sol e seja liberada no espaço. Esse 
plasma é o chamado vento solar que estudamos 
um pouco no item anterior do curso. O vento solar, 
além de partículas ionizadas, também carrega 
campos magnéticos que envolvem a Terra e que 
chegam até Netuno e Plutão. 
 
 
 Partículas carregadas e campos magnéticos 
influenciam uns aos outros. As partículas 
carregadas possuem energia na faixa de poucos 
milhares de elétron-volts e campos magnéticos na 
ordem de dezenas de nanoteslas que ocupam o 
espaço entre as atmosferas superiores do Sol e da 
Terra. A interação dos campos magnéticos 
originados no Sol e na Terra estruturam o geo-
espaço por centenas de raios da Terra, 
direcionando e contendo partículas carregadas, 
também de origens solar e terrestre. 
O contínuo vento solar expande a atmosfera 
externa do Sol. Este campo de origem solar é 
chamado de campo magnético interplanetário (em 
inglês: Interplanetary Magnetic Field- IMF), e varia 
consideravelmente próximo a Terra com uma 
intensidade de cerca de 5 nT. Com a rotação do Sol, 
o campo magnético que é gerado e toma uma 
forma espiral (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As partículas carregadas do Sol, ou o vento 
solar, atingem a Terra em cerca de quatro dias. A 
forma do campo magnético original, ou seja, 
 
MÓDULO 3.2: MAGNETOSFERA TERRESTRE E 
CINTURÕES DE VAN ALLEN 
 
PLASMA: é o quarto estado físico da matéria. 
O primeiro é o sólido, mais frio. Quando 
aquecemos o sólido, o transformamos no 
estado líquido. Já quando aquecemos o líquido 
ele se transforma em gás. Quando aquecemos 
o gás, os átomos se “quebram” em partículas 
carregadas, transformando o gás em plasma. 
Figura 1. Estrutura do átomo e estados da matéria: 
sólido, líquido, gasoso e plasma. 
Figura 2. Campo magnético interplanetário, originado no 
Sol e deformado pelos efeitos da rotação solar e vento 
solar. 
 
 
 
 
 
 
 
2
aproximadamente dipolar (Figura 3A), é 
modificada. O plasma solar arrasta as linhas do 
campo magnético interno da Terra e o formato das 
linhas do campo fica desigual no lado do dia e da 
noite. Essa forma das linhas de campo demarca a 
magnetosfera (Figura 3B) que é a região ocupada 
pelas linhas do campo magnético terrestre. 
A interação entre o plasma do vento solar e 
a magnetosfera é conhecida como “Conexão Sol-
Terra”. Apesar do vento solar transportar menos do 
que um milionésimo da energia eletromagnética do 
Sol, ele transfere para a magnetosfera e ionosfera 
centenas de bilhões de watts por dia, um valor 
comparável a geração de energia pelos humanos 
nesse mesmo período de tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A magnetosfera terrestre estende-se em 
cerca de 500 km de altitude e possui uma forma 
assimétrica: comprimida no lado do Sol (lado do 
dia) devido a pressão exercida pelo vento solar, e 
alongada no lado oposto (lado da noite) que não 
sofre esta pressão (Figura 2B). A magnetopausa é a 
região que limita a magnetosfera no lado do dia e 
está a cerca de 10 raios da Terra. A 
aproximadamente 13 raios da Terra uma onda de 
choque é formada pelo vento solar. No lado da 
noite a magnetosfera é alongada, chamada de 
cauda magnetosférica, e atinge até 1000 vezes o 
raio da Terra. 
Chegando mais próximo a Terra, existe uma 
região chamada de ionosfera, onde o “íon” é um 
átomo ou grupo de átomos que se tornou 
carregado pela perda ou ganho de um ou mais 
elétrons de carga negativa; já a “esfera” está 
relacionada a forma esférica da terra. A ionosfera é 
a região fracamente ionizada na camada superior, 
acima de 60 km de altitude atingindo até 1000 km. 
Nesta camada, elétrons livres e íons formam um 
plasma que influencia a propagação de ondas de 
rádio e que conduz correntes elétricas. A ionosfera 
reflete, retarda, dispersa e absorve ondas de rádio, 
dependendo da frequência desta onda. Esse tipo 
de comunicação é possível pela utilização da 
ionosfera e reflexão dessas ondas em frequências 
abaixo de ~3-30 MHz (100 a 10 m de comprimento 
de onda). 
A dinâmica da ionosfera depende do 
balanço entre produção e remoção de ionização da 
camada da atmosfera superior. Nossa atmosfera se 
torna menos densa e muda a sua composição com 
a altitude. Com isso a radiação solar encontra 
poucos átomos para ionizar. Já próximo a 
superfície, a atmosfera é tão densa que há pouca 
radiação solar sobrando que não foi absorvida altas 
latitudes. Há mudanças diárias e sazonais na 
Figura 3. Em “A” a forma aproximada do campo 
magnético interno dipolar e em “B” o formato das 
linhas de campo, mostrando a magnetosfera 
A 
B 
 
 
 
 
 
 
 
3
ionosfera que são registradas nos observatórios 
magnéticos, como os dias “Sq” (veja no tópico 3.1. 
deste curso). 
 
Cinturões de Van Allen 
Em janeiro de 1958, a primeira missão da 
sonda americana “Explorer 1” foi lançada, 
contendo um experimento de raios cósmicos 
elaborado por um cientista americano, James Van 
Allen e seus estudantes de graduação. Dados do 
“Explorer 1” (Figura 4) e “Explorer 3” (lançado em 
março de 1958) foram estudados e os cientistas 
fizeram uma grande descoberta: a existência de 
uma região com formato de rosca com partículas 
carregadas que foram aprisionadas pelo campo 
magnético terrestre. Esta região foi batizada com o 
nome de “Cinturão de Van Allen”, em homenagem 
ao seu descobridor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nos cinturões de Van Allen existem dois 
anéis (Figura 5): observações mostram que o anel 
interno contém uma quantidade estável de prótons 
e elétrons. Já o anel externo é composto 
principalmente de elétrons e varia 
consideravelmente. A região interna está a cerca de 
3.000 km acima da superfície da Terra e com uma 
espessura de 5.000 km. Já a região externa está 
entre 15.000 e 20.000 km acima da superfície 
terrestre e possui uma espessura que varia entre 
6.000 e 10.000 km. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alguns dos elétrons do anel externo podem 
ser acelerados. Esses elétrons podem provocar 
danos aos satélites artificiais, já que provocam 
descargas elétricas internas na eletrônica desses 
satélites. Essas descargas podem perturbar ou 
danificar permanentemente qualquer satélite que 
atravesse pelos cinturões, podendo afetar a 
transmissão de sinais de TV e telefone, sinal de GPS 
e navegação por rádio. Esse ambiente espacial de 
intensa radiação é também perigoso para os 
astronautas. 
Durante uma tempestade magnética, a 
quantidade de elétrons podem aumentar cerca de
mil vezes. A atividade solar intensa pode também 
empurrar o cinturão externo aproximando-o da 
Terra, fazendo com que satélites de baixas 
altitudes sejam submetidos a um ambiente 
espacial muito severo. Uma melhor compreensão 
sobre os processos de geração desses elétrons é de 
grande importância prática e acadêmica. 
 
Figura 4. Foto do lançamento do “Explorer 1”. 
Figura 5. Ilustração dos cinturões de Van Allen, 
mostrando os anéis interno e externo. 
 
 
 
 
 
 
 
4
Referências Bibliográficas 
 
Lanza, R. & Meloni, A., 2006. The Earth´s 
Magnetism. An Introduction for Geologists. 
Springer, 278 páginas. 
 
Merril, R. T., Mcelhinny, M. W.; McFadden, P. L. 
(1996). The Magnetic Field of the Earth- 
Paleomagnetism, the core and the deep mantle. 
Academic Press. Volume 63. 
 
Moore, T. E., Ring Current. Encyclopedia of 
Geomagnetism and Paleomagnetism, Editores: 
Gubbins, D. & Herrero-Bervera, E., Springer, p. 863 
– 865. 
 
 
Fontes das Figuras 
 
Figura 1: Homepage da Nasa 
http://www.nasa.gov/images/content/147515main
_phases_large.jpg 
 
Figura 2A: Homepage da Nasa 
http://www.nasa.gov/mission_pages/themis/auror
as/magnetosphere.html 
 
Figura 2B: Homepage da Nasa 
http://www.nasa.gov/mission_pages/themis/auror
as/sun_earth_connect.html 
 
Figura 3: Homepage da Caltech 
http://ned.ipac.caltech.edu/level5/March03/Vallee2
/Figures/figure5.jpg 
 
Figura 4: Homepage Educacional sobre física, 
astronomia e magnetismo da Terra 
http://www.phy6.org/Education/Iradbelt.html 
 
Figura 5: Homepage da Agência Espacial Européia 
http://sci.esa.int/science-
e/www/object/index.cfm?fobjectid=38475 
 
ON - Curso de Mangetísmo Terrestres - 2012/3_as_observacoes_atuais.pdf
 
 
 
 
 
 
 
1
As observações atuais são aqui 
consideradas desde o ano de 1840, quando os 
primeiros observatórios foram instalados, até os 
dias atuais, chegando até os avanços das medições 
do campo magnético por satélites. 
Para a navegação havia a necessidade de 
atualizar os mapas de declinação magnética, já que 
o campo varia no tempo. Essa atualização 
incentivou a realização de medidas sistemáticas no 
mar, em terra e a instalação de observatórios 
magnéticos. Essas observações diretas iniciaram há 
aproximadamente quatro séculos atrás e até hoje 
os mapas magnéticos são atualizados. 
A variação do campo no tempo pode ser 
observada pelas suas componentes (veja Fig. 8 do 
módulo 1.1): norte (X), leste (Y), vertical (Z), 
horizontal (H), pelos seus ângulos de declinação 
(D), inclinação (I) e pela sua intensidade total (F). 
Existem alguns pontos específicos na Terra, 
onde o campo é totalmente horizontal. Esse local é 
chamado de equador magnético (Figura 1). Neste 
caso, a componente horizontal (H) é igual à 
intensidade total (F) e a inclinação I é mínima 
(I=0°). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os chamados pólos geomagnéticos são os 
locais onde o campo total (F) é igual à componente 
vertical (Z), ou seja, a inclinação magnética é 
máxima (I=90º). Atualmente o pólo norte 
magnético está localizado na Ilha de Ellesmere no 
Canadá (Figura 2A) e o pólo sul magnético na 
Antártica (Figura 2B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Figura 3 mostra a intensidade do campo 
de 2010, onde são indicados os locais aproximados 
dos pólos magnéticos e a região onde o campo é 
mais fraco (Anomalia Magnética do Atlântico Sul- 
AMAS). 
 
 
MÓDULO 1.3: AS OBSERVAÇÕES ATUAIS 
 
Figura 2: Localização geográfica aproximada dos pólos 
norte (A) e sul(B) magnéticos. 
A 
B 
Figura 1. Mapa da inclinação (I) do campo magnético em 
2010, onde a linha verde mostra o equador magnético. 
 
 
 
 
 
 
 
2
Tantos os valores da inclinação magnética e 
do campo total mostrados nas figuras 1 e 3 foram 
calculados a partir de um modelo matemático 
chamado IGRF (International Geomagnetic 
Reference Field), que é um modelo global do 
campo magnético de referência internacional. Este 
modelo é baseado nos dados obtidos nos 
observatórios e nos satélites. O IGRF é capaz de 
prever as mudanças do campo para os cinco anos 
seguintes. Por isso, pelo último modelo IGRF 
lançado em 2010, podemos prever onde estarão os 
pólos magnéticos em 2015 (Figura 4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para construir um modelo global do campo 
geomagnético, como o IGRF, são necessárias 
medições do campo que podem ser realizadas em 
observatórios magnéticos, estações móveis e 
satélites. O instrumento que mede o campo 
magnético da Terra é chamado de magnetômetro. 
Há vários tipos de magnetômetros: o fluxgate 
mede as componentes do campo (exemplo: X, Y, Z) 
continuamente em intervalos de segundos, já o 
fluxgate acoplado a um teodolito (DI-flux teodolito) 
é responsável pelas medidas absolutas da 
declinação e inclinação magnéticas. As medições 
do campo magnético total (F) são feitas pelo 
magnetômetro de prótons (ou pelo overhauser). A 
Figura 5 mostra alguns exemplos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A 
Pólo sul magnético 
Pólo norte magnético 
AMAS 
Figura 3. Mapa do campo magnético total (F) em 2010, 
com a indicação dos locais aproximados dos pólos 
magnéticos e da Anomalia Magnética do Atlântico Sul 
(AMAS). 
Figura 4: Deslocamento da posição dos pólos norte (A) e 
sul (B) magnéticos de 1900 até 2015, usando o modelo 
internacional de referência do campo geomagnético 
(IGRF). 
A 
B 
Figura 5: Magnetômetro DI-flux.teodolito para a medição 
da declinação e inclinação magnéticas.O esquema mostra 
as partes principais deste instrumento. 
 
 
 
 
 
 
 
3
Os observatórios magnéticos são locais fixos 
na superfície da Terra onde o campo é medido 
continuamente, normalmente em intervalos de 
poucos segundos. Somente observatórios podem 
garantir um registro de dezenas de anos e com 
grande precisão, que são essenciais para descrever 
a variação secular e construir modelos globais do 
campo geomagnético. Outra vantagem dos dados 
gerados pelos observatórios é a possibilidade de 
separação entre as fontes internas (do núcleo e 
crosta) e externas (magnetosfera e ionosfera). Essa 
separação é feita usando um método matemático 
chamado “análise por harmônicos esféricos”, 
desenvolvido por Gauss em 1838. 
 Existem cerca de 180 observatórios na Terra 
(Figura 6) e os mais antigos datam de 1840. 
Entretanto, a distribuição global é extremamente 
desigual, especialmente na região dos oceanos e no 
Hemisfério Sul onde existem poucos observatórios. 
Os observatórios magnéticos são operados por 
diferentes instituições e a qualidade dos dados 
pode variar consideravelmente.
A Associação Internacional de 
Geomagnetismo e Aeronomia (IAGA) e o 
INTERMAGNET (“International Real-time Magnetic 
Observatory Network”) coordenam atividades dos 
observatórios distribuídos no globo, definindo 
padrões de qualidade, formatos para transmissão 
dos dados e aconselhando sobre instrumentação e 
aquisição dos dados. Atualmente há 113 
observatórios participando do INTERMAGNET, que 
seguem estes padrões de qualidade. 
No Brasil, há somente um observatório 
INTERMAGNET, que é o observatório de Vassouras, 
no Rio de Janeiro que funciona desde 1915. O 
Observatório Nacional (ON) também é responsável 
pelo Observatório Magnético de Tatuoca (TTC- 
Pará) e Observatório Magnético do Pantanal (PNL- 
Mato Grosso). O ON tem como meta a instalação 
de sete novos observatórios INTERMAGNET no 
Brasil. 
 
 
A desigual distribuição dos observatórios é 
complementada pelos dados de satélites. A 
principal vantagem da medição do campo 
magnético por satélite é a capacidade de 
proporcionar uma distribuição global de dados. 
Entretanto, há algumas desvantagens, como: os 
satélites têm uma vida útil menor do que a de um 
observatório; eles estão em uma altitude entre 300 
à 800 km, o que resulta em cálculos extras para 
correção dessas diferenças; maior dificuldade para 
tratar os dados dos satélites do que dos 
observatórios, já que o campo magnético está 
variando continuamente e ao mesmo tempo o 
satélite está em movimento. 
 O satélite POGO foi o primeiro a medir o 
campo entre 1965 a 1971. Já o satélite MAGSAT foi 
lançado (outubro de 1979) e permaneceu até junho 
de 1980. Por muitos anos o MAGSAT forneceu os 
dados de satélite de melhor qualidade para o 
estudo do campo principal. Nesta época, os 
SAIBA MAIS SOBRE OBSERVATÓRIOS 
MAGNÉTICOS NO BRASIL! 
Figura 6. Distribuição espacial de todos os 
observatórios magnéticos no globo. 
 
 
 
 
 
 
 
4
cientistas notaram que era possível estudar o 
campo crustal usando satélites. Depois do grande 
sucesso do MAGSAT, houve uma época, de quase 
vinte anos, sem lançamentos de novos satélites 
com a finalidade de estudar o campo 
geomagnético. Somente em fevereiro de 1999 um 
novo satélite, chamado Oersted foi lançado. Em 
2000, foram lançados os satélites CHAMP e SACC. 
Os principais satélites para estudar o campo 
magnético e suas durações são mostradas na Figura 
7. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O futuro da era dos satélites é promissor. A 
Agência Europeia Espacial (ESA- European Space 
Agency) planeja o lançamento da chamada missão 
SWARM, incluindo pela primeira vez três satélites 
para o estudo do campo geomagnético: dois em 
uma mesma altitude de 450 km, medindo 
gradientes leste-oeste, e outro em uma altitude de 
550 km medindo gradientes verticais (Figura 8). 
 A missão SWARM tornará possível muitos 
avanços em pesquisa de geomagnetismo, como 
mapa global de anomalia magnética crustal de alta 
resolução, melhor visão sobre os estudos de 
dinâmica do núcleo terrestre e novos 
conhecimentos sobre a AMAS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
Finlay, C. C., Maus, S., Beggan, C. D., Bondar4, T. N., 
Chambodut, A., Chernova, T. A., Chulliat, A., 
Golovkov, V. P., Hamilton, B., Hamoudi, M., Holme, 
R., Hulot, G., Kuang, W., Langlais, B., Lesur7, V., 
Lowes, F. J., Lühr, H., Macmillan, S., Mandea, M., 
McLean, S., Manoj, C., Menvielle, M., Michaelis, I., 
Olsen, N., Rauberg, J., Rother, M., Sabaka, T. J., 
Tangborn, A., Tøffner-Clausen, L.., Thébault, E., 
Thomson, A. W. P., Wardinski, I., Wei, Z., Zvereva, T. 
I. 2010. International Geomagnetic Reference Field: 
the eleventh generation (2010). Geophys. J. Int., 
183, 1216-1230 
 
Friis-Christensen,, E., Lühr,, H., Hulot, G., 2006. 
Swarm: A constellation to study the Earth’s 
magnetic field. Earth Planets Space 58, 351–358. 
 
Jackson, A., Jonkers, A.R.T., and Walker, M.R., 2000. 
Four centuries of geomagnetic secular variation 
from historical records. Philosophical Transactions 
of the Royal Society of London A, 358: 957– 990. 
 
Lanza, R. & Meloni, A., 2006. The Earth’s 
magnetism- an introduction for geologists. 
Springer. 
Figura 8. Ilustração da missão SWARM, mostrando os três 
satélites (A, B e C) e suas trajetórias em torno da Terra. 
Figura 7. Duração dos satélites POGO, Magsat, 
Oersted, CHAMP, SAC-C e o planejamento para a nova 
missão de satélite chamada SWARM. 
 
 
 
 
 
 
 
5
Macmillan, S., 2007. Observatories, Overview. Em: 
Encyclopedia of Geomagnetism and 
Paleomagnetism, Editores: Gubbins, D. & Herrero-
Bervera, E., Springer, p. 66 – 68. 
 
Merril, R. T., Mcelhinny, M. W.; McFadden, P. L., 
1996. The Magnetic Field of the Earth- 
Paleomagnetism, the core and the deep mantle. 
Academic Press. Volume 63. 
 
Olsen, N., Holme, R., Hulot, G.,, Sabaka, T., 
Neubert, T., Tøffner-Clausen, L., Primdahl, G., 
Jørgensen, J., Léger, J., Barraclough, D., Bloxham, J. , 
Cain, J., Constable, C., Golovkov, V., Jackson, A., 
Kotze, P., Langlais, B., Macmillan, S., Mandea, M., 
Merayo, J., Newitt, L., Purucker, M., Risbo, T., 
Stampe, M., Thomson, A., Voorhies, C., 2000. 
Ørsted initial field model. Geophys. Res. Lett. 
27(22), 3607–3610. 
Olsen, N., G. Hulot and T. J. Sabaka, 2010. 
Measuring the Earth's magnetic field from space: 
Concepts of past, present and future missions, 
Space Sci. Rev., 155, 65-93. 
Siqueira, F., 2012. Tese de Mestrado defendida no 
Observatório Nacional em março de 2012: 
Métodos para Instalação e Processamento de 
Dados do Novo Observatório Magnético no 
Pantanal. 
Fontes das Figuras 
Figuras 1 e 3: Artigo científico “International 
Geomagnetic Reference Field: the eleventh 
generetion. Finlay et al., 2000 
 
Figura 2: Google Maps 
 
Figura 4: Homepage do Centro de Pesquisas 
Geológicas da Inglaterra: “British Geological 
Survey”:http://www.geomag.bgs.ac.uk/education/
poles.html 
Figura 5: Tese de doutorado de Fillipe Siqueira 
(Siqueira, 2012) e homepage: 
http://terraplus.ca/products/magnetometers/over
hauser-magnetometer-version6.aspx 
 
Figura 6: Artigo científico: Observatories, Overview. 
Macmillan, 2007. 
 
Figura 7: Artigo científico: Measuring the Earth's 
magnetic field from space: Concepts of past, 
present and future missions. Olsen et . al., 2010. 
 
Figura 8: Homepage da Agência Espacial Européia- 
ESA: European Space Agency: 
http://www.esa.int/esaLP/LPswarm.html 
ON - Curso de Mangetísmo Terrestres - 2012/cetificado do curso.pdf
ON - Curso de Mangetísmo Terrestres - 2012/4.3.2.na_industria.pdf
 
 
 
 
 
 
 
1
 
 Na geofísica há duas áreas distintas: a 
geofísica básica, ou da Terra sólida e a geofísica 
aplicada. A geofísica da Terra sólida está mais 
conectada ao conhecimento acadêmico. Neste caso 
o nosso planeta é analisado em uma ampla escala 
espacial e as camadas mais profundas da Terra são 
estudadas. Já a geofísica aplicada, como o próprio 
nome diz, busca princípios da geofísica que podem 
ser aplicados em prospecção mineral, petróleo, 
água subterrânea, problemas de engenharia e
monitoramento ambiental, como contaminação, 
por exemplo. 
 No setor da mineração, a geofísica ganha 
um aspecto financeiro muito forte. Você já parou 
pra se perguntar como é possível encontrar novos 
locais para desenvolvimento de mineração? Nos 
antigos processos essas jazidas de mineral eram 
encontradas fazendo-se a análise diferencial de sua 
cor em relação as demais rochas que estavam a sua 
volta. Seu valor financeiro dependia da capacidade 
de avaliação por parte dos exploradores. Quando 
encontravam um possível local de mineração, eles 
avaliavam o custo/benefício de minerar aquele 
local. Porém, mineração é um investimento muito 
alto, pois é preciso contratar trabalhadores, 
equipamentos e transportar tudo para o local a ser 
explorado. Com o avanço da tecnologia, hoje as 
empresas podem contar com métodos muito mais 
eficientes do que apenas uma avaliação visual.
 Há duas vertentes do estudo do campo 
magnético da Terra: uma que faz parte da geofísica 
da Terra sólida, que foi apresentada em mais 
detalhes neste curso. A outra parte dos estudos 
podem ser aplicados na indústria do petróleo e 
mineração. Para tais aplicações as empresas 
necessitam de levantamentos magnéticos, dados 
de observatórios magnéticos ou estações 
magnéticas e dados de correntes induzidas. Cada 
uma destas aplicações será discutida com detalhes 
abaixo. 
 
Levantamentos magnéticos 
 Diferentes objetos abaixo da superfície 
terrestre podem causar anomalias magnéticas, 
como é o caso de materiais metálicos e 
concentrações de minério. Se suspeitarmos existir, 
por exemplo, um minério em uma área, podemos 
fazer um levantamento magnético. Ou seja, é 
possível realizar levantamentos magnéticos em 
pouco tempo e com menor custo para detectar 
possíveis locais de jazidas de minério em uma 
grande área. 
 Existem três métodos para realizar 
levantamentos magnéticos em grandes áreas: 
terrestres, aéreas e marinhas. Em um levantamento 
terrestre, medidas do campo magnético são feitas 
em intervalos pré-determinados. Por exemplo, no 
levantamento do novo observatório da Amazônia, 
foram feitas medidas do campo geomagnético a 
cada 2 metros. A área que estudamos foi de 24 x 20 
m2. 
 
 
 
 
MÓDULO 4.3.2: MAGNETISMO NA INDÚSTRIA 
Figura 1: Esquema do levantamento magnético terrestre 
realizado na Amazônia. A malha é mostrada pelas linhas 
pretas e as setas indicam qual foi a direção das medidas 
realizadas. 
 
 
 
 
 
 
 
2
 
 Mas se fosse preciso realizar um 
levantamento rápido e em uma área bem maior, 
por exemplo na escala de quilômetros, seria 
necessário planejar um levantamento magnético 
aéreo. Neste caso, o magnetômetro deve ser 
colocado a vários metros abaixo do avião (Figura 
2a) para que a sua massa e equipamentos 
eletrônicos que estão a bordo, não causem 
interferência magnética. Por exemplo, com a 
possibilidade da identificação de uma jazida, o 
avião sobrevoa o local, mapeando a área de 
interesse. Com isso, é possível estipular quais 
recursos serão necessários para a exploração. 
 Já no levantamento marinho (Figura 2B) o 
campo magnético em alto mar é registrado. O 
procedimento é semelhante ao do levantamento 
aéreo: o magnetômetro é puxado pelo navio por 
meio de um cabo. Esse equipamento deve 
permanecer distante do navio cerca de 200 metros, 
pois o mesmo também causaria uma grande 
interferência no equipamento. 
 
 
 
 
Dados de observatórios e estações magnéticas 
 Talvez você já tenha se perguntado… mas 
quando medimos o campo magnético, medimos 
todas as fontes: núcleo, externo, induzido e da 
crosta (que inclui a anomalia). Então, como 
fazemos para “excluir” dos dados as fontes do 
núcleo e do campo externo, para analisarmos 
somente a fonte de interesse (anomalia 
magnética)? 
 
 
 É neste ponto que um observatório ou uma 
estação magnética próxima ao levantamento é 
importante. Este observatório ou estação tem que 
medir o campo magnético no mesmo instante que 
o registro do levantamento. O registro do 
observatório será contínuo no tempo e fixo em um 
único ponto, próximo ao levantamento, não 
sofrendo assim, a influência da anomalia 
magnética. Já no caso da malha do levantamento, 
ele conterá a informação sobre a anomalia, já que 
passará por cima dela. 
 Note que tanto no registro magnético do 
levantamento quanto no registro do observatório 
os campos interno e externo estão presentes. O 
ideal é que a distância entre o observatório e o 
levantamento seja muito pequena, assim é 
minimizada uma possível variação drástica dos 
campos interno e externo em ambos os registros. 
Então, se subtrairmos o registro magnético do 
levantamento, daquele registro do observatório, 
estaremos excluindo os campos interno e externo. 
Ficaremos somente com a influência do campo 
produzido pela anomalia. Esse procedimento, 
comumente chamado de “correção” na geofísica, é 
ilustrado na Figura 3. Mas quando não existe 
estações ou observatórios próximos à região do 
levantamento, essa correção deve ser feita usando-
se algum modelo global que simule como o campo 
Figura 2: Em (a) é mostrado um levantamento aéreo 
e em (b) um levantamento marítmo. 
ANOMALIA MAGNÉTICA = 
CAMPO MEDIDO - (CAMPO INTERNO+CAMPO EXTERNO) 
 
 
 
 
 
 
 
3
 
variou naquele instante e região. 
Correntes geomagneticamente induzidas 
 Outro efeito que deve ser considerado pelos 
pesquisadores é o que conhecemos como GIC’s (do 
inglês Geomagnetically Incuced Currents) ou 
correntes geomagnéticas induzidas. As GIC’s são 
correntes induzidas em fios e cabos de transmissão 
de energia feitos pelo homem. Durante as 
tempestades magnéticas, correntes induzidas 
podem fluir nos fios de alta tensão podendo 
destruir transformadores elétricos. As GIC’s podem 
ser explicadas através da Lei de Faraday, que prevê 
surgimento de corrente elétrica em um condutor 
quando há variação do campo magnético. E essa 
variação de campo acontece exatamente durante 
uma tempestade magnética. 
 Campos elétricos são induzidos em 
condutores na superfície da Terra ou próximo a 
superfície, por variações na intensidade e direção 
do campo geomagnético. Estes campos elétricos 
controlam correntes chamadas de correntes 
geomagneticamente induzidas (CGI). As CGI 
tem sido estudadas desde a metade o século 
19 quando 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
foram observados seus efeitos em cabos de 
telecomunicação de longa distância. Estas 
correntes podem afetar as redes de transmissão de 
energia, saturando transformadores. 
Recentemente os efeitos das CGIs em redes de 
transmissão têm sido exaustivamente estudadas. 
Esses estudos vêm se intensificando desde a 
catastrófica falha da rede de transmissão de 
energia em Quebec, durante uma tempestade 
magnética severa, na noite entre 13 e 14 de março 
de 1989. Essa tempestade magnética destruiu o 
sistema de transmissão de energia da hidroelétrica 
de Québec. Também causou um apagão de 9 horas 
em um condado dos EUA. Um apagão pode 
provocar consequências desastrosas para a 
sociedade. Imagine que um apagão de 9 horas 
atinja um hospital
onde existam pacientes que 
dependam da ajuda de aparelhos elétricos para 
Figura 3: Em (a) é mostrado um esquema das 
anomalias magnéticas superimpostas com o 
campo externo e interno (linha em verde). Em (b) 
é mostrado dois supostos corpos que estariam 
causando estas anomalias. Já (c) mostra como 
ficaria o registro se fosse subtraído de um 
registro de um observatório magnético próximo. 
Veja que neste caso, somente a tendência da 
linha verde em (a) está sendo retirada e as 
anomalias aparecem de forma mais clara, 
constando somente o valor da intensidade da 
anomalia (neste esquema seria da ordem de 
±10.000 nT). 
(a) 
(c) 
(b) 
 
 
 
 
 
 
 
4
 
sobreviver. Fica evidente a importância de estudar 
e compreender as GIC’s para evitar situações como 
essa. 
 
ON - Curso de Mangetísmo Terrestres - 2012/1_a_terra_e_magnetica.pdf
 
 
 
 
 
 
 
1
A descoberta de que a Terra possui um 
campo magnético próprio ocorreu em 1600 por um 
cientista chamado William Gilbert. Ele chegou a 
conclusão de que a Terra se comportava como um 
grande imã. O estudo do campo magnético da Terra 
(ou geomagnético) sempre foi de grande 
importância histórica, tanto para a orientação nas 
navegações quanto para um melhor conhecimento 
sobre o planeta Terra. Nos dias atuais há muita 
pesquisa sendo desenvolvida sobre 
geomagnetismo. Alguns tópicos ainda estão em 
plena discussão, como por exemplo, os processos 
que originam este campo magnético e as suas 
consequências para a Terra. Neste curso 
discutiremos desde os tópicos fundamentais até as 
questões mais complexas que atualmente estão 
sendo estudadas. 
Como o campo magnético é uma grandeza 
vetorial, com intensidade e direção, podemos 
medi-lo por seus componentes (Figura 1): norte 
(X), leste (Y), vertical (Z) e por seus ângulos de 
declinação magnética (D) e inclinação magnética 
(I). A componente horizontal do campo é 
representada por H e a intensidade total por F (ou 
por B). A componente horizontal (H) aponta para o 
norte magnético. A declinação magnética é o 
ângulo entre o norte magnético e o geográfico. 
A intensidade do campo magnético é 
medida em uma unidade chamada Tesla. O campo 
geomagnético é expresso em nano-tesla (nT) que é 
igual a 10-9 tesla. A intensidade do campo na 
superfície da Terra é da ordem de 70.000 nT 
próximo aos pólos e cerca da metade deste valor 
próximo ao equador (Figura 2). Mas há uma região 
da Terra onde o campo é mais fraco e essa área é 
chamada de Anomalia Magnética do Atlântico Sul 
(AMAS). Grande parte da AMAS está localizada no 
Brasil e será um tópico de importante discussão no 
decorrer deste curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O campo magnético observado é resultado 
da contribuição de diferentes fontes: o campo do 
núcleo, o campo externo, campo induzido e o 
campo crustal. Os campos do núcleo, crustal e 
induzido serão abordados em detalhes no módulo 
2, já o campo externo será descrito no módulo 3. 
Entretanto, para uma visão geral do campo 
geomagnético, explicamos as principais 
características em seguida. 
 
MÓDULO 1.1: A TERRA É MAGNÉTICA 
 
Figura 1: Componentes do campo geomagnético: “X” é a 
componente norte, “Y” é a componente leste e “Z” a vertical. 
O ângulo “D” é a declinação magnética: desvio da bússola 
em relação ao norte geográfico e a inclinação “I” é o ângulo 
entre a componente horizontal (“H”) e o campo total (“F”). 
Figura 2: Mapa do campo magnético em 2005 calculado 
por um modelo internacional de referência do campo 
geomagnético (IGRF). 
AMAS 
 
 
 
 
 
 
 
2
Campo do núcleo (ou campo principal): o campo 
geomagnético gerado no núcleo possui uma 
geometria aproximadamente dipolar. Este campo 
corresponde a cerca de 90% do campo observado, 
por isso o campo do núcleo também é chamado de 
principal. Esse campo dipolar funciona como um 
“escudo protetor” para as partículas que vêm do 
Sol e de raios cósmicos que se propagam na 
direção do nosso planeta. 
 O termo dipolar significa dois pólos, norte e 
sul, como por exemplo, em um imã. As LINHAS DE 
FORÇA DO CAMPO MAGNÉTICO em um imã saem 
do pólo norte para o pólo sul (Figura 3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entretanto esta convenção do imã não é 
adotada pelos geofísicos no caso da Terra. Note 
que em nosso planeta atualmente as linhas de 
força saem do sul geográfico para o norte 
geográfico (Figura 4). Entretanto, os geofísicos 
consideram os pólos magnéticos de acordo com os 
pólos geográficos. Por isso, a configuração atual do 
campo magnético indica que o pólo sul magnético 
está próximo ao pólo sul geográfico e vice-versa 
(Figura 4). Essa associação não é permanente, já 
que devido às reversões do campo, os pólos 
invertem o sentido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mas você imagina como é o interior da 
Terra? O interior da Terra possui quatro camadas 
principais: a crosta, o manto, o núcleo externo e o 
núcleo interno (Figura 5). Cada camada possui 
características específicas de composição, pressão e 
temperatura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3. Linhas de força do campo magnético de um 
imã. 
As LINHAS DE FORÇA DO CAMPO MAGNÉTICO 
descrevem a estrutura do campo magnético. A 
agulha da bússola aponta ao longo de uma 
linha de campo. Quanto mais próximas as 
linhas de campo, maior será a intensidade do 
mesmo (como nos pólos magnéticos da Terra 
ou de um imã). Já as linhas de campo afastadas 
representam campos magnéticos mais fracos. 
Figura 4: Representação atual do campo dipolar da Terra, 
mostrando as linhas do campo magnético, os pólos 
magnéticos e geográficos. 
Figura 5: Principais camadas da Terra: crosta, manto e 
núcleo (interno e externo). 
 
 
 
 
 
 
 
3
A crosta possui espessuras diferentes nos 
continentes e nos oceanos: poucas dezenas de 
quilômetros nos continentes e menos do que dez 
quilômetros nos oceanos. Abaixo da crosta, existe o 
manto que atinge uma profundidade de 
aproximadamente 2891 quilômetros. O núcleo 
externo é a única camada liquida da Terra e atinge 
uma profundidade de 5150 quilômetros. Já o 
núcleo interno é sólido e se estende até 6371 km 
(raio da Terra). 
Mas como sabemos sobre a existência 
destas camadas e das divisões entre elas? Para 
responder esta pergunta consulte o: 
 
 
Entretanto, na realidade, não há um imã no 
núcleo terrestre. O que existe é fluido composto 
principalmente de ferro (Fe) e níquel (Ni) com uma 
alta CONDUTIVIDADE ELÉTRICA (σ = 5x105 S/m). 
Este fluido está em constante movimento na 
presença de um campo magnético pré-existente. 
Consequentemente, o fluido induz correntes 
elétricas que ampliam o campo magnético. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campo Externo: é gerado pelo VENTO SOLAR ao 
atingir a magnetosfera terrestre, que é a região em 
volta
da Terra onde o campo magnético está 
confinado. A parte da magnetosfera voltada para o 
Sol é comprimida pelo vento solar e atinge 10 Raios 
da Terra (Re=6371km). Já a parte oposta ao Sol, fica 
alongada e é chamada de cauda magnética, 
atingindo 60 Re (Figura 6). Outra região onde o 
campo externo é produzido é chamada de 
ionosfera e estende-se de 60 km até 1500 km. A 
ionosfera é dividida em camadas com espessuras e 
ionizações diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campo Crustal: é gerado pelas rochas magnéticas 
que existem na camada mais superficial da Terra. A 
primeira observação da existência do campo 
magnético da Terra ocorreu devido à propriedade 
de atração de uma rocha magnética, o imã natural. 
O campo magnético antigo é registrado por rochas, 
Figura 6: Esquema mostrando o efeito do vento solar no 
campo magnético da Terra. A magnetosfera é a região de 
existência do campo geomagnético. 
Terra 
Magnetosfera 
A CONDUTIVIDADE ELÉTRICA mede a 
capacidade de um material conduzir uma 
corrente elétrica. É normalmente representado 
pela letra grega sigma (σ) e sua unidade é 
Siemens/metro (S/m). Metais, por exemplo, 
possuem uma alta condutividade elétrica e por 
isso são chamados de condutores. Alguns 
exemplos da condutividade elétrica de 
materiais encontram-se abaixo (para uma 
temperatura de 20ºC): 
 
 
SAIBA MAIS SOBRE SISMOLOGIA 
O VENTO SOLAR é composto por partículas 
energizadas e ionizadas, basicamente elétrons 
e prótons que fluem do Sol para todas as 
direções. O vento solar é originado na camada 
mais externa do Sol, chamada corona. A sua 
velocidade é de aproximadamente 400 km/s, 
mas pode chegar até 800 km/s. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4
que contém minerais magnéticos. Estes minerais 
funcionam como pequenos imãs e orientam-se de 
acordo com o campo magnético natural naquela 
época em que as rochas foram formadas. Este tipo 
de magnetização é chamada de permanente. 
Quando medimos o campo magnético em 
um determinado local, a influência de todas as 
fontes está contida no registro. A Figura 7 mostra a 
localização dessas diferentes fontes. Não há uma 
forma automática de se separar o campo do núcleo 
do campo externo no momento em que estamos 
fazendo medições. Isso é feito posteriormente 
usando métodos matemáticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As primeiras observações do campo 
geomagnético mostraram que o campo magnético 
da Terra não é estático, mas varia no tempo em 
uma ampla escala temporal: de milissegundos até 
milhões de anos. A Figura 8 mostra um registro da 
declinação magnética na China do ano de 720 até 
1829. 
De modo geral, podemos dividir a variação 
temporal do campo geomagnético em duas faixas: 
as variações mais longas, de milhões de anos a 
dezenas de anos, são geradas pelo núcleo e as 
variações de mais curto período, como as 
tempestades magnéticas, são geradas pelo campo 
externo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São as rochas magnéticas que registram as 
variações paleomagnéticas, na escala de milhões 
de anos. Um fato bem conhecido é que o campo 
magnético reverteu sua polaridade muitas vezes no 
tempo geológico. No presente, o dipolo magnético 
aponta do hemisfério sul para o hemisfério norte 
(veja Figura 4), mas no passado essa direção já foi 
invertida muitas vezes. 
Já as mudanças do campo magnético na 
escala de centenas de anos são chamadas de 
variação secular. Desde o início das observações 
contínuas do campo geomagnético, a cerca de 170 
anos atrás, a intensidade do campo magnético 
global vem decaindo em uma taxa de 6% em 100 
anos. Entretanto, o decréscimo da intensidade do 
campo não é igual em todas as regiões do globo; 
especialmente na região da AMAS esta diminuição 
está ocorrendo mais rapidamente. Outra 
característica interessante da variação secular é o 
deslocamento do campo para oeste. Assista o vídeo 
BfS.mov e note que a AMAS estava na África por 
volta de 1600 e se deslocou para a direção do 
Brasil, onde encontra-se atualmente. 
Existem outras variações temporais mais 
curtas devido à atividade solar, que vão de dezenas 
de anos até milissegundos. Por exemplo, há 
Figura 8: Declinação magnética registrada na China. 
Figura 7: Esquema mostrando as diferentes fontes do 
campo magnético da Terra. 
 
 
 
 
 
 
 
5
variações no decorrer de 1 dia (chamada variação 
diurna). Quando a atividade solar não está muito 
ativa, o dia é chamado de “dia geomagneticamente 
calmo” ou Sq (do inglês: “Solar-quiet”). Já quando a 
atividade solar encontra-se muito ativa, ocorrem 
tempestades magnéticas, que duram horas. 
Durante tempestades magnéticas, podem 
ocorrer problemas em satélites, sistemas de 
navegação e rádio-comunicação. Estes distúrbios 
ocorrem mais frequentemente nas áreas onde a 
intensidade do campo é mais fraca (AMAS), ou seja, 
onde o “escudo protetor” da Terra (campo 
principal) é mais fraco. Todos estes tópicos serão 
abordados em detalhes nos próximos módulos do 
curso. 
Referências Bibliográficas 
Merril, R. T.; McElhinny, M. W.; McFadden, P. L. 
(1996). The Magnetic Field of the Earth- 
Paleomagnetism, the core, and the deep mantle. 
Academic Press. 
 
Olsen, N; Hulot , G.; Sabaka, T.J. (2010). Measuring 
the Earth’s Magnetic Field from Space: Concepts 
of Past, Present and Future Missions. Space Sci 
Rev. 155: 65–93, DOI 10.1007/s11214-010-9676-5. 
 
Pawar, S. D.; Murugavel, P.; Lal, D. M. (2009). Effect 
of relative humidity and sea level pressure on 
electrical conductivity of air over Indian Ocean. 
Journal of Geophysical Research 114: D02205. 
 
Raymond Jeanloz (1990). The nature of the Earth´s 
core. Annu. Rev. Earth Planet. Sci., 18:357-86. 
 
Serway, Raymond A. (1998). Principles of Physics 
(2nd ed.). Fort Worth, Texas; London: Saunders 
College Pub. p. 602. 
Fontes das Figuras 
Figura 1: Modificado do livro “The Magnetic Field 
of the Earth- Paleomagnetism, the core, and the 
deep mantle” Merril, R. T. et. al. (1996) 
 
Figura 3: Homepage da NASA sobre campos 
magnéticos “Magnetic Fields” 
http://helios.gsfc.nasa.gov/magfield.html 
 
Figura 4: Homepage da Agência Espacial Européia. 
Autor: Peter Reid (2003) 
http://sci.esa.int/science-
e/www/object/index.cfm?fobjectid=41209 
 
Figura 5: Homepage sobre as camadas da Terra 
“Into the dephts of the Earth” 
http://sprg.ssl.berkeley.edu/~ateste/AlexandraTest
e/Earth_layers.html 
 
Figura 6: Homepage da NASA 
http://sohowww.nascom.nasa.gov/gallery/images/
magfield.html 
 
Figura 7: Artigo científico 
N. Olsen · G. Hulot · T.J. Sabaka (2010). 
 
Figura 8: Homepage sobre paleomagnetismo 
Autora: Lisa Tauxe 
http://magician.ucsd.edu/essentials/WebBookch14
.html#WebBookse89.html 
 
 
 
ON - Curso de Mangetísmo Terrestres - 2012/4.2.1_centros_exterior.pdf
 
 
 
 
 
 
 
1
 
 No mundo existem diversos centros de 
pesquisa dedicados ao estudo do campo magnético 
da Terra. Nesse módulo vamos listar alguns destes 
institutos
e seus principais pesquisadores. É claro 
que muitos outros importantes centros de pesquisa 
existem e você pode pesquisar mais sobre isso. 
Começaremos descrevendo alguns centros de 
pesquisa no exterior até chegar aos institutos do 
Brasil. 
 
ETH – Eidgenössische Technische Hochschule 
Zürich (Instituto Federal Suiço de Tecnologia de 
Zurique) 
Homepage: http://www.epm.ethz.ch/ 
 Essa instituição foi fundada em 1855, 
oferece um excelente ambiente de estudo para 
pesquisadores em tempo integral. É uma das 
principais universidades internacionais de 
tecnologia e das ciências naturais. O ETH tem mais 
de 17 mil estudantes de aproximadamente 80 
países diferentes, dos quais 3.700 cursam o 
doutorado. Possuem um quadro com 400 
professores que ensinam e realizam pesquisas nas 
áreas de geomagnetismo, arquitetura, engenharia, 
matemática, ciências naturais e ciências sociais. 
Esse instituto aparece regularmente no topo de 
rankings internacionais como uma das melhores 
universidades do mundo. Vinte e um dos 
ganhadores do prêmio Nobel estudaram, 
ensinaram ou realizaram pesquisas no ETH. 
 Um dos principais pesquisadores na área da 
geofísica do ETH é o Dr. Andrew Jackson, que 
iniciou sua pesquisa neste instituto em janeiro de 
2006. Ele atualmente dirige o grupo de 
magnetismo terrestre e planetário no Instituto de 
Geofísica. O Dr. Jackson realizou seu doutorado em 
Cambridge e fez seu pós-doutorado na 
Universidade de Harvard. O modelo global “gufm1” 
foi desenvolvido por Jackson. Outro pesquisador 
importante no ETH é o Dr. Alexei Kuvshinov que 
trabalha principalmente com modelagem da 
condutividade elétrica do manto por estudos de 
indução eletromagnética. 
 
Figura 1: Diferença entre um campo magnético induzido por 
uma condutividade elétrica 1D do manto e um outro modelo 
de condutividade 3D para a tempestade magnética de 5-6 de 
novembro de 2001. 
 
Em geral o grupo de geomagnetismo do ETH 
desenvolve as seguintes pesquisas baseadas em 
observações do campo magnético da Terra: 
 Evolução histórica do campo magnético 
terrestre; 
 Condutividade elétrica do manto usando 
dados de indução magnética e impulsos da 
variação secular; 
 Estudos de geomagnetismo por satélites; 
 Dinâmica do núcleo terrestre e 
acoplamento núcleo-manto; 
 Observatórios magnéticos em locais 
remotos. 
O ETH também realiza estudos de modelagem 
numérica e pesquisas teóricas em: 
 Modelos numéricos do geodínamo, focando 
em mecanismos de reversão magnética; 
 Convecção no núcleo terrestre e em outros 
planetas; 
 
MÓDULO 4.2.1: PRINCIPAIS CENTROS DE PESQUISA 
NO EXTERIOR 
 
 
 
 
 
 
 
2
 
 Métodos numéricos, especialmente em 
geometria esférica. 
Este grupo desenvolve estudos experimentais 
sobre magnetismo natural de materiais e dínamos 
com metais líquidos. 
 
IPGP - Institut de Physique du Globe de Paris 
(Instituto de Física do Globo de Paris) 
Homepage: http://www.ipgp.fr/ 
 O IPGP é uma instituição educacional e de 
pesquisa. A sua missão é realizar pesquisa e 
promover educação nas áreas de geociências. O 
IPGP é também encarregado de monitorar os 
fenômenos naturais. O instituto realiza pesquisas 
em todos os campos de estudos da Terra sólida 
(geofísica, geoquímica e geologia) pela combinação 
de observações em terra e no mar e análise de 
laboratório. 
 O IPGP realiza estudos dos riscos naturais 
incluindo pesquisas de vulcanologia sobre três 
vulcões ativos. O IPGP coordena a rede mundial de 
estações sismológicas (GEOSCOPE) e fornece uma 
importante contribuição para a rede mundial de 
observatórios magnéticos (INTERMAGNET). 
 O IPGP foi criado com objetivo de entender 
os processos que ocorrem na Terra, desde o núcleo 
até a sua superfície. Usa métodos de física e 
química e ferramentas da matemática e 
processamento de dados. Os pesquisadores do 
IPGP estudam as variações temporais (de segundos 
até bilhões de anos) e espaciais (de nanômetros até 
dezenas de milhares de quilômetros) do campo 
magnético da Terra. Há quatorze grupos de 
pesquisa no IPGP que trabalham nas seguintes 
áreas de pesquisa de geomagnetismo: 
 Variação secular; 
 Difusão magnética no núcleo; 
 Deslocamento do polo norte magnético; 
 Dinâmica do núcleo e geodínamo; 
 Observatórios magnéticos e satélites- 
técnicas de processamento; 
 Modelagem global do campo interno- IGRF 
 Modelagem global do campo Sq e eletrojato 
equatorial. 
 
 Em geomagnetismo citaremos dois 
pesquisadores: Dr. Alexandre Fournier e Dr. Arnaud 
Chulliat. O Dr. Fournier trabalha com modelos de 
dinâmica do núcleo com ênfase em um tipo de 
modelagem usado primeiramente em meteorologia 
- assimilação de dados. O Dr. Chulliat é um 
especialista na instalação e processamento de 
dados de observatórios magnéticos, assim como 
modelagem do campo interno e externo. 
 
GFZ Deutsches GeoForschungsZentrum (Centro de 
Pesquisa de Geociências da Alemanha) 
Homepage: http://www.gfz-potsdam.de/ 
 Localizada na Alemanha, o centro de 
pesquisa GFZ concentra-se no estudo do planeta 
Terra. O instituto desenvolve pesquisas sobre a 
história da Terra, suas propriedades, os processos 
que ocorrem no seu interior e na superfície. O GFZ 
Investiga as interações que existem entre os seus 
subsistemas, o geológico, o hidrológico, a 
atmosfera e a biosfera. O Centro Nacional de 
Pesquisa de Geociências na Alemanha atualmente 
conta com 1.082 funcionários, incluindo 375 
pesquisadores e 125 alunos de pós-graduação. O 
GFZ trabalha intensamente na aplicação e 
desenvolvimento da tecnologia de satélites, 
métodos de medição em uso geodésico e geofísico 
e em tomografia sísmica. Um dos trabalhos mais 
importantes do grupo de geomagnetismo no GFZ é 
a instalação de novos observatórios magnéticos no 
mundo. O mapa mostrado na Figura 2 indica os 14 
observatórios magnéticos que o GFZ cooperou na 
instalação, incluindo o novo Observatório 
Magnético do Pantanal. 
 A pesquisadora Dra. Monika Korte trabalha 
com geomagnetismo e paleomagnetismo, variação 
secular recente e de longo período, modelos 
globais do campo magnético regional e global, 
levantamentos geomagnéticos e métodos para 
separação das diferentes fontes do campo. Já o 
pesquisador Dr. Joachim Linthe trabalha 
principalmente com a instalação de novos 
observatórios magnéticos e processamento desses 
dados. Tanto a Dra. Korte quanto o Dr. Linthe 
trabalharam com o grupo do Observatório Nacional 
 
 
 
 
 
 
 
3
 
na instalação do novo Observatório do Pantanal em 
outubro de 2012 e atualmente na construção do 
novo Observatório da Amazônia. 
 
 
Figura 2: Mapa mostrando os observatórios existentes no 
mundo (círculos em preto). Aqueles que o GFZ contribuiu na 
instalação estão assinalados por estrelas vermelhas. 
 
Université de Nantes: Laboratoire de Planetologie 
et Geodynamique de Nantes- LPGN (Universidade 
de Nantes- Laboratório de Planetologia e 
Geodinâmica de Nantes) 
Homepage: 
http://www.sciences.univ-nantes.fr/lpgnantes/ 
 O Laboratório de Planetologia e 
Geodinâmica de Nantes (LPGN), na França, é 
dedicado ao estudo da Terra e planetas. O LPGN 
inclui mais de 35 pesquisadores, cerca de 10 
técnicos e entre 15 a 20 estudantes de doutorado e 
pós-doutorados. A cada ano, cinquenta publicações 
são de autoria ou coautoria dos membros deste 
laboratório. 
As principais missões do LPGN são: pesquisa 
e observação de fenômenos naturais, assim como 
ensino. A missão da pesquisa é estudar a 
complexidade da Terra e planetas em uma ampla 
escala espacial e temporal. Os estudos começam do 
detalhamento das observações de fenômenos 
naturais até a aplicação de uma grande variedade 
de ferramentas e métodos avançados.
O objetivo 
principal dos pesquisadores deste laboratório é 
expandir os conhecimentos sobre a Terra e 
planetas e melhorar nosso conhecimento sobre os 
processos físicos que ocorrem no interior e na 
superfície dos planetas. A missão de ensino do 
LPGN é realizada por programas de mestrado e 
doutorado. Este é um dos raros laboratórios no 
mundo que une geólogos, geofísicos e astrofísicos. 
Esta união permite a execução de projetos para o 
estudo do interior de planetas e da Lua, 
caracterizando a estrutura e evolução dos mesmos, 
usando técnicas matemáticas aplicadas à 
observações geofísicas. 
 Alguns temas estudados no LPGN são: 
 Controle do manto no geodínamo; 
 Mudanças do dipolo da Terra e efeitos de 
difusão; 
 Dinâmica interna de planetas sólidos; 
 Tomografia sísmica global e regional; 
 Campo magnético da litosfera atual e o 
dínamo no passado de Marte; 
 Campo magnético litosférico da Terra 
(exemplo na Figura 3); 
 Modelagem da temperatura e composição 
no interior de planetas. 
 
Figura 3: Mapa aeromagnético na região chamada 
Champtoceaux, na França. Estudo realizado pelo LPGN. As 
regiões A, B e C foram as regiões estudadas em detalhe. 
 
 Um dos pesquisadores que realizam 
pesquisa de ponta no LPGN é o Dr. Hagay Amit. 
 
 
 
 
 
 
 
4
 
Uma das linhas de pesquisa do Dr. Amit é sobre o 
controle do manto no geodínamo. As anomalias 
sísmicas no manto inferior da Terra sugerem que o 
fluxo de calor na interface núcleo-manto contém 
heterogeneidades laterais. O Dr. Amit estuda como 
estas heterogeneidades podem influenciar o 
geodínamo, que é gerado por movimentos 
convectivos no núcleo externo. 
 
 
Institut for Rumforskning og-teknologi - DTU 
Space (Instituto Nacional Espacial da Dinamarca) 
Homepage: https://space.dtu.dk/English.aspx 
 Fundada em 1829 na Dinamarca, é uma 
universidade que oferece cursos na maioria das 
disciplinas de engenharia com níveis de mestrado e 
doutorado. A universidade tem um alto padrão 
internacional no âmbito das ciências técnico-
naturais, com base em 19 departamentos 
individuais, bem como um número de centros de 
pesquisa no campus em Lyngby, ao norte de 
Copenhague. Os departamentos oferecem 
atividades na área de biotecnologia, tecnologia de 
comunicações, gestão de energia eólica, tecnologia 
espacial e de nanotecnologia, entre outras áreas. 
 O DTU é uma das principais universidades 
técnicas no Norte da Europa, com mais de 180 anos 
de experiência em pesquisa de alto nível e 
educação. A universidade é caracterizada por ter 
um ambiente internacional com estudantes e 
pesquisadores de todo o mundo, e um grande 
número de cursos e programas ministrados em 
Inglês. 
 Dr. Nils Olsen é um dos principais 
pesquisadores em geomagnetismo do DTU com 
mais de 100 artigos publicados em revistas 
científicas importantes. Ele trabalha nas seguintes 
áreas de pesquisa: 
 Modelagem das variações do campo 
magnético da Terra; 
 Modelagem do fluido no núcleo 
terrestre; 
 Indução eletromagnética no manto; 
 Análise do campo magnético da Terra 
por satélites; 
 Campo magnético de Marte e da Lua, 
com ênfase na separação dos campos 
interno e externo. 
 
National Aeronautics and Space Administration-
NASA (Administração Espacial e Aeronáutica 
Nacional dos Estados Unidos) 
Homepage Geral da NASA: http://www.nasa.gov/ 
Homepage de geomagnetismo da NASA: 
http://denali.gsfc.nasa.gov/geomag.html 
 No dia 01 de outubro de 1958 a NASA foi 
fundada. O nascimento da NASA estava 
diretamente relacionado às pressões de defesa 
nacional. Durante a Guerra Fria, a exploração do 
espaço surgiu como uma importante área de 
competição e tornou-se conhecida como a “corrida 
espacial”. Durante a década de 1940, o 
Departamento de Defesa investia em pesquisas e 
foguetes, como meio de assegurar a liderança 
americana em tecnologia. 
 O presidente Eisenhower deu um 
importante passo quando aprovou um plano para 
colocar em órbita um satélite científico, como 
parte do Ano Geofísico Internacional (AGI) para o 
período de primeiro de julho de 1957 a 31 de 
dezembro de 1958. Foi um esforço cooperativo 
para reunir dados científicos sobre a Terra. Desde 
a sua criação em 1958, a NASA tem realizado 
grandes feitos científicos e tecnológicos no espaço. 
Continua a ser uma força de liderança na pesquisa 
científica e estimula o interesse público na 
exploração aeroespacial, bem como a ciência e 
tecnologia em geral. A NASA atua em diversos 
setores científicos e contribui fortemente para 
descobertas em todas as áreas da ciência, incluindo 
a geofísica. 
 O grupo de geomagnetismo da NASA 
trabalha principalmente com modelos chamados 
de “compreensivos” (de comprehensive model) 
que separam fontes internas e externas do campo 
magnético, anomalias crustais e apoio a missões 
espaciais que objetivam o estudo do campo 
geomagnético, como a missão SWARM (Figura 4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
 
 
Figura 4: Ilustração da missão de satélite SWARM, dedicada 
ao estudo do campo magnético terrestre. 
 
 Um dos pesquisadores mais importantes da 
NASA em geomagnetismo é o Dr. Terence Sabaka. 
Ele desenvolveu um modelo muito famoso, 
chamado de CM4, no qual conseguiu modelar as 
diferentes fontes do campo geomagnético: àquelas 
geradas no núcleo, magnetosfera, ionosfera e 
campos induzidos. 
 
 
University of California, Los Angeles- UCLA 
(Universidade da Califórnia, Los Angeles) 
Homepage do Instituto de Geofísica e Física 
Planetária: http://www.igpp.ucla.edu/ 
Homepage do Departamento de Matemática: 
http://www.math.ucla.edu/ 
 O Instituto de Geofísica e Física Planetária 
da Universidade da Califórnia é interdisciplinar que 
gera novas ideias e métodos das ciências físicas 
para pesquisas e educação nas geociências e para 
suas aplicações. O Instituto foi fundado em 1946, 
com aplicações pioneiras na física e química nas 
ciências da Terra. Atualmente participa em projetos 
de aplicação da paleontologia e microbiologia no 
estudo da origem e evolução da vida. Também nas 
aplicações em satélites, cálculos e visualização do 
ambiente espacial, além de desenvolvimentos 
experimentais e teóricos sobre a química e física do 
interior da Terra e outros planetas. Eles se 
preocupam ainda com aplicações da ciência em 
questões sócio-econômicas. 
 Atualmente são três centros dentro deste 
instituto, cada um com seu próprio programa de 
pesquisa e ensino: 
 Ciências Planetárias: astrônomos, cosmo-
químicos e astro-biólogos se unem para 
compreender a origem e evolução de 
outros planetas. Eles também estudam as 
condições que favoreceram a vida na Terra e 
exploram outras zonas de possível 
habitação. 
 Sistemas da Terra: unem estudos 
observacionais, teóricos, numéricos e 
experimentais (laboratório) para investigar a 
Terra e sua interação com o meio 
interplanetário. 
 Física Espacial: analisam o vento solar, 
magnetosferas, ionosferas e atmosferas da 
Terra e outros planetas através de 
simulações, física de plasma e física 
espacial. Desenvolvem tecnologias para 
pesquisas espaciais e educação. 
 
 Entretanto um dos pesquisadores de maior 
destaque encontra-se no Departamento de 
Matemática da UCLA, chamado Paul Roberts. Se 
você lembrar das aulas sobre o geodínamo, ele foi 
citado como um dos criadores dos modelos 
tridimensionais do dínamo terrestre. Dr. Paul 
Roberts trabalha em áreas como: mecânica dos 
fluidos, magnetohidrodinâmica e ondas não-
lineares. Estes temas são aplicados em problemas 
relacionados ao planeta Terra e contribuem muito 
para esclarecer questões sobre o geodínamo. 
 
 Há muitos outros institutos no exterior que 
devem ser citados na área de geomagnetismo, 
como a
Universidade de Harvard, a Universidade de 
Liverpool, a Universidade de Leeds, entre outras. 
Deixamos para vocês o trabalho de procurar novos 
pesquisadores e importantes instituições de 
pesquisa que realizam trabalhos atuais sobre o 
campo magnético da Terra. A pesquisa sobre novas 
informações é muito importante para seu 
aprendizado! 
 
 
ON - Curso de Mangetísmo Terrestres - 2012/4_magnetismo_das_rochas.pdf
 
 
 
 
 
 
 
1
 A crosta terrestre é composta por rochas 
que contém alguma quantidade de minerais 
magnéticos. Esses minerais adquirem uma 
magnetização remanente, ou seja, eles registram o 
campo magnético de um determinado local e 
época. Quando as rochas se formam, normalmente 
os minerais “magnéticos” constituintes adquirem 
uma magnetização paralela ao campo magnético 
ambiente da época, também chamada de 
magnetização remanente primária. Esta 
magnetização primária fornece a informação sobre 
a direção e intensidade do campo magnético na 
época em que a rocha foi formada. Mas as rochas 
também podem adquirir magnetizações 
posteriores a sua formação em virtude de 
processos físicos e químicos. Esse tipo de 
magnetização é chamado de magnetização 
remanente secundária. Mas você sabe como as 
rochas adquirem magnetização? 
 Há várias formas nas quais rochas e 
artefatos arqueológicos podem gravar a 
magnetização. A mais comum é chamada de 
magnetização termo-remanente Nesta 
magnetização os grãos magnéticos presentes nas 
rochas ígneas se orientam na direção do campo 
magnético da época. Em resumo, esta rocha grava 
a magnetização daquele local na época em que ela 
foi formada. Quando a temperatura está muito 
alta, a agitação térmica não possibilita que a rocha 
registre o campo magnético do ambiente. Mas 
quando a rocha começa a esfriar, ela passa por uma 
temperatura crítica, chamada temperatura de 
Curie. Abaixo da temperatura de Curie, a energia 
magnética supera a energia térmica e a rocha 
adquire uma magnetização. A temperatura de 
Curie varia de acordo com o tipo de mineral 
magnético; para a magnetita esta temperatura é de 
578ºC e para a hematita de 675ºC. 
 Cada camada de rocha mais profunda 
representa um período mais antigo. Estas idades 
são determinadas por métodos de datação. Além 
das idades, estas camadas registram o campo 
magnético daquela época. Então, obtêm-se uma 
sequência de idades das rochas e as suas 
respectivas magnetizações. Também, como vocês 
viram no módulo 1, o assoalho oceânico registra o 
campo magnético no passado e da mesma forma, 
por datação, conhecemos a sequência de idades 
das rochas e de suas magnetizações. Por esse 
motivo, sabemos quando o campo reverteu a sua 
polaridade no tempo geológico. 
 Já as rochas sedimentares formam-se 
quando partículas de sedimento que se 
depositaram no assoalho oceânico, lagos ou rios 
são compactadas. Mas antes desta compactação, 
existem partículas magnéticas entre os grãos que 
se alinham na direção do campo magnético. Estas 
partículas são como pequenos imãs magnetizados 
na direção do campo da época da deposição. 
Depois que a rocha é compactada ela incorpora a 
orientação destas pequenas partículas (Figura 1). 
Este tipo de magnetização é chamada de 
remanente deposicional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO 2.4: MAGNETISMO DAS ROCHAS 
 
Figura 1. Grãos de minerais magnéticos transportados no 
oceano com outros sedimentos (A). Estes grãos ficam 
alinhados com o campo magnético da época enquanto 
decantam (B). Esta orientação é preservada na 
compactação dos sedimentos quando a rocha sedimentar 
se forma. 
 
 
 
 
 
 
 
2
 Para estudarmos os tipos de magnetização 
em sólidos, precisamos primeiro aprender alguns 
conceitos fundamentais. O elétron, além de possuir 
carga elétrica, ele gira em torno de si mesmo 
(Figura 2A). Podemos comparar seu movimento 
com o de um pião (brinquedo infantil). O elétron 
possui uma orientação magnética bem parecida 
como um imã, tendo pólos norte e sul. Essa 
orientação que é definida como spin. Para fins 
didáticos, o spin pode ser representado por uma 
simples seta (Figura 2B). Se o elétron girar de oeste 
para leste, representamos o spin com uma seta 
para cima. Já se o elétron apresentar um giro de 
leste para oeste representamos o elétron com a 
seta para abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Quando os elétrons estão sob influência de 
um campo magnético externo, os spins tendem a 
se alinhar de acordo com a orientação desse 
campo. O momento magnético de um corpo é a 
soma dos momentos magnéticos de seus átomos 
(Figura 3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A magnetização de um corpo (M) é a soma 
dos momentos magnéticos (m) por unidade de 
volume (V). O fator de proporcionalidade entre o 
campo magnético indutor (H) e a magnetização (M) 
é chamado de susceptibilidade magnética (k): 
M = k H 
A susceptibilidade magnética é uma medida 
da capacidade do material adquirir magnetização. 
Quanto maior a susceptibilidade, maior será a 
magnetização do material. Alguns exemplos de 
susceptibilidade magnética em rochas e minerais 
são mostrados na Figura 4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Há três classes principais de 
comportamento magnético que podem ser 
distinguidas em termos de susceptibilidade 
magnética: diamagnetismo, paramagnetismo e 
ferromagnetismo. 
 Materiais diamagnéticos têm uma 
suscetibilidade negativa (Figura 5). Isso significa 
que sob influência de um campo magnético, os 
materiais diamagnéticos adquirem uma 
magnetização com a orientação oposta ao campo 
ambiente. Um exemplo de mineral diamagnético é 
o quartzo. Já os materiais paramagnéticos possuem 
Figura 2. Representação de um spin (A) e representação 
simplificada (B). 
 
A B 
Figura 3. Representação de momentos magnéticos em 
um sólido. A e B mostram a orientação aleatória em 
dois instantes diferentes. Já C uma parte dos momentos 
magnéticos está alinhada com o campo H e o sólido 
adquire uma magnetização induzida Ji. 
Figura 4. Faixas de valores de susceptibilidade 
magnética de algumas rochas (A) e minerais (B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
3
características opostas aos materiais 
diamagnéticos; eles apresentam como 
característica principal uma suscetibilidade positiva 
(Figura 5). Como consequência, eles adquirem uma 
magnetização com o mesmo sentido ao do campo 
magnético que está sob influência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nos materiais paramagnéticos e 
diamagnéticos a interação entre os momentos 
magnéticos dos átomos é pequena e normalmente 
desprezível. Entretanto, em alguns metais (ex. 
ferro, níquel e cobalto) os átomos ocupam posições 
próximas o suficiente para permitir troca de 
elétrons entre átomos vizinhos. Esta troca faz com 
que os momentos magnéticos dos átomos fiquem 
alinhados paralelamente ao campo magnético 
externo e produzam
uma magnetização 
espontânea (Figura 6A), ou seja, uma 
magnetização própria mesmo quando não há um 
campo magnético externo. Esses materiais são 
chamados de ferromagnéticos e apresentam uma 
forte magnetização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando o material ferromagnético é aquecido, a 
sua magnetização espontânea desaparece acima da 
temperatura de Curie e o material se torna 
paramagnético. 
 Materiais antiferromagnéticos (Figura 6B) 
possuem momentos magnéticos antiparalelos. Isto 
resulta em uma susceptibilidade fraca e positiva. 
Porém, esses materiais podem adquirir 
magnetização remanente, como por exemplo, a 
hematita. Já os materiais ferrimagnéticos (Figura 
6C) também apresentam alinhamentos 
antiparalelos, porém, com intensidades diferentes. 
Os materiais ferrimagnéticos adquirem uma 
magnetização espontânea. A magnetita é o mineral 
ferrimagnético mais importante na composição das 
rochas magnéticas. 
 O estudo das ANOMALIAS MAGNÉTICAS da 
crosta terrestre requer levantamentos de grande 
escala que podem ser realizados por satélites, em 
altitudes de algumas centenas de quilômetros, 
assim como por navios e aviões. Dados de satélites 
possibilitam o estudo de feições magnéticas na 
escala de milhares de quilômetros, já 
levantamentos aéreos e marinhos possibilitam 
observar feições de dezenas e centenas de 
quilômetros que normalmente estão relacionados 
a estruturas geológicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. Representações 
esquemáticas dos alinhamentos 
dos momentos magnéticos 
atômicos e suas respectivas 
magnetizações espontâneas. Em 
A, ferromagnetismo, em B, anti-
ferromagnetismo e em C 
ferrimagnetismo. 
A B C 
Magnetização 
espontânea 
As ANOMALIAS MAGNÉTICAS são geradas por 
contrates de magnetização entre rochas com 
diferentes propriedades magnéticas. A anomalia 
magnética depende da forma, profundidade e 
orientação do corpo fonte. 
 
Figura 5. Variações da magnetização (M) com um 
campo magnético aplicado (H) em materiais 
paramagnéticos e diamagnéticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4
 As características magnéticas da crosta são 
diferentes nos continentes e nos oceanos. As 
diferentes estruturas, composições e histórias de 
evolução das crostas continental e oceânica, 
refletem nas anomalias magnéticas que são 
produzidas. As anomalias oceânicas possuem um 
padrão geral regular com bandas de magnetização 
positivas e negativas, da ordem de dezenas de 
quilômetros. O paralelismo entre as anomalias e o 
eixo da cadeia oceânica e a simetria entre as 
sequências de máximos e mínimos, são as bases do 
modelo proposto por Vine e Matthews e 
independentemente por Morley, em 1963. Este é o 
efeito combinado da expansão dos oceanos e 
reversões de polaridade do campo geomagnético 
(Figura 7). 
 Já na crosta continental não há um padrão 
geral de magnetização. A crosta continental é 
formada por diversos tipos de rochas com 
propriedades magnéticas diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As anomalias locais e regionais podem ser 
relacionadas a estruturas geológicas. 
 O estudo do magnetismo das rochas é 
essencial para o desenvolvimento de pesquisas em 
paleomagnetismo e arqueomagnetismo (veja 
tópico 1.4), na reconstrução do passado magnético 
da Terra. Mas o conhecimento sobre o magnetismo 
das rochas se estende a aplicações nas indústrias. O 
objetivo de levantamentos magnéticos é identificar 
e descrever regiões da crosta terrestre que 
possuam magnetizações anômalas. Estas anomalias 
podem estar associadas a minerações locais de 
interesse comercial ou podem ocorrer devido a 
estruturas de sub-superfície relacionadas a 
depósitos de petróleo. Esse assunto será discutido 
no módulo 4 deste curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7.Anomalias magnéticas na crosta oceânica: exemplo da cadeia de Juan de Fuca (na costa do Canadá no oceano 
Pacífico).Em A, o espalhamento e magnetização do fundo oceânico (preto significa magnetização normal e branco, a 
magnetização reversa) no modelo de Vine-Matthews-Morley. Em B, o mapa de anomalias magnéticas: preto significa 
anomalias positivas e em branco as anomalias negativas. C mostra o perfil observado da anomalia do campo magnético total 
(intensidade do campo magnético) medida ao longo da porção central do mapa (1 gamma = 1nT). 
 
 
 
 
 
 
 
5
Referências Bibliográficas 
 
Hamed-Arkani, J. Magnetic anomalies, modeling. 
Encyclopedia of Geomagnetism and 
Paleomagnetism, Editores: Gubbins, D. & Herrero-
Bervera, E., Springer, p. 485 – 490. 
 
Lanza, R. & Meloni, A., 2006. The Earth´s 
Magnetism. An Introduction for Geologists. 
Springer, 278 páginas. 
 
Lowrie, W., 2004. Fundamentals of Geophysics. 
Cambridge University Press. ISBN 0- 
521-46164-2. 
 
Merril, R. T., Mcelhinny, M. W.; McFadden, P. L. 
(1996). The Magnetic Field of the Earth- 
Paleomagnetism, the core and the deep mantle. 
Academic Press. Volume 63. 
 
Press, F., Siever, R., Grotzinger, J., Jordan, T. H., 
2006. Para entender a Terra. 4ª edição. Versão 
traduzida do livro. 656 páginas. 
 
Teixeira, W., Toledo, M. C. M., Fairchild, T. R. and 
Taioli, F., 2009. Decifrando a Terra. 557 páginas. 
 
 
 
 
 
 
 
Fontes das Figuras 
 
Figura 1: Press, F., Siever, R., Grotzinger, J., Jordan, 
T. H., 2006. Para entender a Terra. 
 
Figura 2: Elaborada por Rômulo Ferreira. 
 
Figuras 3, 5 e 7: Lanza, R. & Meloni, A., 2006. The 
Earth´s Magnetism. 
 
Figuras 4 e 6: Lowrie, W., 2004. Fundamentals of 
Geophysics. 
ON - Curso de Mangetísmo Terrestres - 2012/3_as_reversoes_do_campo.pdf
 
 
 
 
 
 
 
1
 A primeira aproximação do campo 
geomagnético é de um dipolo magnético cujo eixo 
está bem próximo ao eixo de rotação da Terra. Em 
outras palavras, os pólos magnéticos estão 
normalmente muito próximos aos pólos 
geográficos. Entretanto, ocasionalmente os pólos 
magnéticos revertem a sua polaridade. Este 
processo de reversão é observado em registros 
paleomagnéticos, em rochas no fundo dos oceanos 
e em lavas vulcânicas. Veja mais sobre como as 
rochas e artefatos arqueológicos conseguem 
registrar o campo magnético no módulo 2.4. 
 O campo geomagnético já reverteu a sua 
polaridade centenas de vezes durante toda a 
história da Terra (variações paleomagnéticas). As 
reversões não são periódicas, ou seja, não ocorrem 
com períodos bem determinados. O tempo médio 
entre reversões é de aproximadamente 250.000 
anos. A última mudança de polaridade ocorreu há 
780.000 anos, ou seja, muito mais do que o tempo 
médio das reversões. Isso não quer dizer, porém 
que uma reversão ocorrerá em breve, já que 
períodos muito maiores com a mesma polaridade 
já ocorreram na história da Terra. 
 Épocas com a mesma polaridade magnética 
que a atual são chamadas de polaridade normal e 
épocas com a polaridade oposta são chamadas de 
polaridade reversa. Os chamados crons são 
períodos nos quais o campo magnético manteve a 
mesma polaridade de modo razoavelmente estável, 
geralmente de 50.000 anos até 5.000.000 anos.

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