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A Ägua esquenta bem num fomo de microondas que Å possÇvel aquecermos um copo d'Ägua atÅ 8 C acima da temperatura normal de ebuliÉÑo sem que ela ferva. A seguir, se colocarmos na Ägua pÖ de cafÅ, ou mesmo pedaÉos de gelo, ela romperÄ numa violenta fervura, como a que Å mostrada na fotografia, espalhando a Ägua que rapidamente poderia nos escaldar. Por que as microondas aquecem a Ägua? II CARGA ELTRICA 1-1 Eletromagnetismo s antigos filsofos gregos sabiam que um pedao de mbar friccionado era capaz de atrair fragmentos de palha. H uma linha direta de desenvolvimento a partir dessa observa o at a era da eletrnica em que vivemos. (Tal fato se encontra evidenciado na palavra "elÄtron", derivada do grego elÅtron, que significa mbar.) Os gregos tambm tinham conhecimento de que certas "pedras" encontradas na natureza, hoje conhecidas como magnetitas, eram capazes de atrair o ferro. Foram essas as modestas origens das cincias da eletricidade e do magnetismo. Estas duas cincias desenvolveram-se independentemente uma da outra, durante sculos, at 1820, quando Hans Christian Oersted descobriu uma conex o entre elas: uma corrente eltrica, percorrendo um fio, ocasionava a deflex o da agulha imantada de uma bssola. Curiosamente, Oersted fez esta descoberta enquanto preparava uma aula de laboratrio para seus alunos de fsica. A nova cincia do eletromagnetismo (combina o dos fenmenos eltricos e magnticos) foi posteriormente, desenvolvida por muitos pesquisadores em diversos pases. Um dos mais importantes foi Michael Faraday, um talentoso fsico experimental dotado de grande intui o e vis o. Esta capacidade atestada pelo fato de que suas anotaes de laboratrio n o contm uma nica equa o. Na metade do sculo XIX, James Clark Maxwell deu forma matemtica s idias de Faraday, introduziu muitas idias prprias e estabeleceu as bases tericas do eletromagnetismo. O Se vocÜ adaptar seus olhos ao escuro por uns 15 minutos e, a seguir, pedir a um amigo para morder uma bala de gualtÅria verÄ, a cada mordidela, um clarÑo de luz azul saindo da boca de seu amigo. (O mesmo efeito poderÄ ser obtido se vocÜ apertar a bala com um alicate, como mostra a fotografia.) O que ocasiona essa luz, comumente chamada de "centelhamento"? O nome em si jÄ Å um indÇcio. III A Tabela 37-2 mostra as leis bsicas do eletromagnetismo, chamadas de equaes de Maxwell. Nos prximos captulos, vamos estudar essas leis detalhadamente e, por fim, reunidas na referida tabela. As equaes de Maxwell desempenham, no eletromagnetismo, o mesmo papel que as leis do movimento de Newton na mecnica clssica e as leis da termodinmica no estudo do calor. A grande descoberta de Maxwell no eletromagnetismo foi que a luz uma onda eletromagntica e que, portanto, sua velocidade escalar pode ser determinada efetuando-se medidas puramente eltricas e magnticas. Com esta descoberta, Maxwell relacionou a antiga cincia da tica com a eletricidade e o magnetismo. Heinrich Hertz deu outro grande passo frente produzindo o fenmeno eletromagntico denominado por ele de "ondas maxwellianas", e que agora chamamos de ondas curtas de rdio. (Coube a Marconi e a outros explorar as aplicaes prticas do fenmeno). Atualmente, as equaes de Maxwell s o usadas no mundo inteiro, na solu o de vrios problemas prticos de engenharia. 1-2 Carga ElÄtrica Caminhando sobre um tapete em tempo seco, podemos provocar urna descarga eltrica ao tocarmos na maaneta metlica de uma porta. A "eletricidade esttica", ilustrada na Fig. 23-1 por uma experincia bastante simples, est em toda parte, e devemos estar atentos aos seus efeitos, pois alguns deles, como, por exemplo, fascas e choques eltricos, podem ser perigosos. Em grande escala, citamos o relmpago, que familiar a todo mundo. Todos esses fenmenos representam n o mais que simples manifestaes da grande quantidade de carga eltrica que est armazenada nos objetos familiares que nos cercam e, at mesmo, em nossos prprios corpos. Cada objeto, em nosso visvel e tangvel mundo, contm uma enorme quantidade de carga; entretanto, geralmente tal fato n o se revela porque o objeto contm quantidades iguais de duas espcies de carga: carga positiva e carga negativa. Com tal igualdade - ou equilÇbrio - de cargas, dizemos que o objeto est eletricamente neutro; isto , ele n o contm nenhuma carga lÇquida para interagir com outros objetos. Quando os dois tipos de carga n o est o em equilbrio, existe uma carga lquida que pode interagir com outros objetos, dando-nos conta de sua existncia. Quando falamos que um corpo est carregado significa dizer que ele possui uma pequena quantidade de carga desequilibrada ou carga lquida. (Qualquer desequilbrio sempre in- significante comparado s quantidades totais de carga positiva e de carga negativa contidas no objeto.). Objetos carregados interagem exercendo foras uns sobre os outros. Para mostrar isso vamos carregar uma barra de vidro friccionando uma de suas extremidades com seda. Nos pontos de contato entre a barra e a seda, pequenas quantidades de cargas s o transferidas de uma para a outra, perturbando a neutralidade de ambas. (Esfregamos a seda sobre a barra para aumentar o nmero de pontos de contato e assim a quantidade. Ainda pequena de carga transferida.). Se agora suspendermos essa barra carregada por meio de um fio e aproximarmos uma outra barra de vidro, carregada da mesma forma, como mostra a Fig. 23-2 a, notarse- que ambas se repelem. Por outro lado, se friccionamos uma barra de plstico IV com pele de animal e a colocarmos nas proximidades da barra de vidro suspensa, como na Fig. 23-2 b, notar-se- que ambas se atraem. Podemos compreender estas duas demonstraes em termos de cargas positiva e negativa. Quando a barra de vidro friccionada com seda, o vidro perde parte de sua carga negativa e, portanto, fica com uma pequena carga positiva n o equilibrada (representada na Fig. 23-2 a pelos sinais de mais). Quando a barra de plstico friccionada com pele de animal, o plstico ganha uma pequena carga negativa n o equilibrada (representada na Fig. 23-2 b pelos sinais de menos.) Estas duas demonstraes revelam o seguinte: Cargas iguais se repelem e cargas diferentes se atraem. Cargas iguais s o aquelas que tm o mesmo sinal (eltrico); cargas diferentes tm sinais opostos. Na Se o 23-4, colocaremos esta re ra em forma quantitativa na lei de Coulomb da forÉa eletrostÄtica (ou forÉa elÅtrica) entre cargas. O termo eletrostÄtico Å usado para enfatizar que, em rela o umas s outras, as cargas est o ou em repouso ou se movendo muito lentamente. As denominaes: "positiva" e "negativa", para a carga eltrica da barra de vidro e a carga eltrica da barra de plstico, foram escolhidas arbitrariamente por Benjamin Franklin. Ele podia muito bem ter escolhido o contrrio, ou mesmo ter usado outro par de opostos para distinguir as duas espcies de carga. (Benjamin Franklin foi um grande homem pblico e um cientista de renome internacional. Dizem que o triunfo de Franklin no campo diplomtico, na Frana, durante a Guerra de Independncia Americana, foi devido, em grande parte, sua reputa o de cientista.). A atra o e a repuls o entre corpos carregados tm muitas aplicaes industriais, tais como a pintura eletrosttica. Os precipitadores de cinza em suspens o, impressoras e copiadoras eletrostticas. A Fig. 23-3, por exemplo, mostra um pequeno glbulo de uma mquina copiadora Xerox. Coberto por partculas de p negro chamado de toner que a ele aderem por foras eletrostticas. As partculas de toner carregadas negativamente s o atradaspara uma imagem positivamente carregada do documento que est sendo copiado, formada sobre um tambor giratrio. A seguir, as partculas de toner s o atradas para uma folha de papel carregado, aps o que, por aquecimento, se fundem na superfcie da mesma formando uma cpia da pgina original. Fig. 23-3. Um glbulo de uma mquina copiadora Xerox, coberto com partculas de toner que aderem a ele, por atra o eletrosttica. O dimetro do glbulo vale aproximadamente 0,3 mm. V 1-3 Condutores e Isolantes Em alguns materiais, tais como os metais, a gua de torneira e o corpo humano, algumas das cargas negativas podem mover-se livremente. Denominamos tais materiais de condutores. Em outros materiais, tais como o vidro, a gua quimicamente pura e o plstico, nenhuma carga pode mover-se livremente. Denominamos esses materiais de n ocondutores ou isolantes. Fig. 23-4. O que vemos acima n o nenhuma acrobacia, mas uma experincia realizada em 1774 para provar que o corpo humano um condutor de eletricidade. O desenho mostra uma pessoa suspensa por cordas n o- condutoras enquanto est sendo energizada por uma barra eletrizada (que provavelmente encostou na pele e n o na roupa). Quando a pessoa aproxima o rosto, a m o esquerda, ou o conjunto de condutor bola-haste em sua m o direita, de uma das placas metlicas, fascas eltricas atravessam o ar intermedirio, descarregando-a. Segurando-se uma barra de cobre e friccionando-a com l , n o conseguiremos carreg- la, pois tanto a barra como o corpo humano os dois s o condutores. A fric o originar um desequilbrio de carga na barra, mas o excesso de carga se mover imediatamente da barra atravs do nosso corpo at o ch o (que est ligado superfcie da Terra), e a barra rapidamente estar neutralizada. Deste modo, estabelecendo-se um caminho de condutores entre um objeto e a superfcie da Terra, estamos fazendo sua ligaÉÑo a terra. A neutraliza o do objeto (por elimina o da carga positiva ou negativa desequilibrada), chamada de descarga do objeto. (A Fig. 23-4 mostra um exemplo um tanto bizarro de descarga.) Se, em vez de segurarmos a barra metlica com a m o, a segurarmos por meio de um cabo isolante, eliminaremos o caminho condutor at a Terra e desta forma ser possvel carreg-la desde que n o toquemos no metal enquanto estivermos friccionando-o. A estrutura e a natureza eltrica dos tomos s o responsveis pelas propriedades dos condutores e isolantes. Os tomos est o constitudos por prÖtons carregados positivamente, elÅtrons carregados negativamente e nÜutrons eletricamente neutros. Os prtons e os nutrons est o fortemente ligados num nácleo central; num modelo simples do tomo, os eltrons circulam em tomo do ncleo. A carga do eltron e a do prton tm o mesmo mdulo, mas sinais opostos. Conseqentemente, um tomo neutro contm nmeros iguais de eltrons e prtons. Os eltrons s o mantidos em rbita em tomo do ncleo, pois tm sinais eltricos opostos aos dos prtons e, assim, s o atrados pelo ncleo. Quando os tomos de um condutor, como o cobre, se renem para formar o slido, alguns de seus eltrons mais externos (e assim mais fracamente ligados) n o permanecem ligados aos respectivos tomos, mas se deslocam livremente atravs do volume do slido. Chamamos esses eltrons mveis de elÅtrons de conduÄÅo. Existem muito poucos eltrons livres (caso existam) num material n o-condutor. VI Fig.23-5. Qualquer uma das extremidades de uma barra de cobre neutra e isolada ser atrada por uma barra carregada, qualquer que seja seu sinal eltrico. Neste caso, os eltrons de condu o na barra de cobre s o repelidos para a extremidade mais afastada da barra pela carga negativa da barra de plstico. Alm disso, esta carga negativa atraiu a carga positiva remanescente da extremidade mais prxima da barra de cobre, deixando-a positiva. A experincia da Fig. 23-5 demonstra a mobilidade de carga em um condutor. Uma barra de plstico carregada negativamente atrair qualquer uma das extremidades de uma barra de cobre neutra e isolada. Muitos dos eltrons de condu o da extremidade da barra de cobre, que est mais prxima da barra carregada negativamente, s o repelidos por esta para a outra extremidade, o que deixa a extremidade mais prxima com falta de eltrons e, assim, com uma carga positiva n o-equilibrada (que atrada pela carga negativa da barra de plstico). Embora a barra de cobre continue neutra, dizemos que ela possui uma carga induzida, significando que algumas de suas cargas positivas e negativas foram separadas devido presena da carga em suas vizinhanas. Semelhantemente, aproximando-se uma barra de vidro carregada positivamente de uma extremidade da barra de cobre neutra, aparecer uma carga induzida, pois eltrons de condu o ser o atrados para esta extremidade. A extremidade prxima ficar carregada negativamente e a extremidade afastada carregada positivamente. Haver atra o entre as duas barras apesar de a barra de cobre continuar neutra. Note que s o os eltrons, com suas cargas negativas, que se movem. Um objeto torna-se carregado positivamente apenas pela remo o de cargas negativas. Os semicondutores, dentre os quais citamos o silcio e o germnio, s o materiais que pertencem a uma classe intermediria entre os condutores e os isolantes. Os semicondutores tm muitas aplicaes prticas e promoveram uma verdadeira revolu o na microeletrnica. Finalmente, existem os supercondutores, assim chamados por n o oferecerem resistncia ao movimento da carga eltrica atravs deles. Quando uma certa quantidade de carga se move atravs de um material, dizemos que existe uma corrente elÄtrica no material. Os materiais comuns, mesmo os condutores, resistem ao fluxo de corrente atravs deles. Por exemplo, o fio usado em dispositivos eltricos muito bom condutor de corrente, mas ele ainda apresenta pequena resistncia corrente. Entretanto, num supercondutor a resistncia n o extremamente pequena; ela precisamente nula. Estabelecendo-se uma corrente em um anel supercondutor, ela se manter inalterada por um longo tempo, sem necessidade de bateria ou de qualquer outra fonte de energia. A supercondutividade foi descoberta em 191 1, pelo fsico holands Kammerlingh Onnes, que observou que o mercrio slido perde completamente sua resistncia eltrica em temperaturas inferiores a 4,2 K. At 1986, a aplica o prtica do supercondutor era bastante limitada, pois os materiais supercondutores conhecidos precisavam ser resfriados a temperaturas abaixo de 20 K para que pudessem manifestar a supercondutividade. Recentemente, foram desenvolvidos materiais que se tornam supercondutores em temperaturas mais altas, de modo que uma nova era de diversas aplicaes est se abrindo para ns. A possibilidade de se ter supercondutividade na temperatura ambiente ainda objeto de investiga o. 1-4 Lei de Coulomb Mdulo da fora eletrosttica de atra o ou repuls o entre duas partculas carregadas, ou melhor, entre duas cargas puntiformes cujos mdulos s o q1 e q2 est o separadas pela distncia r, dado por: O VII Onde k uma constante. Esta express o chamada de Lei de Coulomb por ter sido deduzida por Charles Augustus Coulomb, a partir de suas experincias realizadas em 1785. Curiosamente, a forma dessa express o a mesma que a da lei de Newton para o mdulo da fora gravitacional entre duas partculas de massas m, e M2, que est o separadas pela distncia r: F = G m1m2 (23-2) r2 Onde G Å a constante gravitacional. A lei de Coulomb tem se mostrado vlido em todos os testes experimentais a que tem sido submetida; nenhuma exce o jamais foi encontrada.At mesmo no interior do tomo, onde a mecnica clssica newtoniana falha e substituda pela fsica quntica, esta lei descreve corretamente a fora entre o ncleo carregado positivamente e cada um dos eltrons carregados negativamente. A lei de Coulomb tambm explica corretamente as foras que mantm juntos os tomos formando as molculas e as foras que ligam tomos e molculas entre si para formar os slidos e os lquidos. Ns mesmos somos um complexo de ncleos e eltrons ligados entre si por foras eletrostticas. Na Eq. 23-1, F o mdulo da fora que atua em cada partcula devida carga da outra partcula, e ql e q2 s o (ou valores absolutos) das cargas das duas partculas. A constante k, por analogia com a constante gravitacional G, pode ser denominada de constante eletrostÄtica. S o as leis do inverso do quadrado da distncia e ambas envolvem uma propriedade de intera o entre partculas - a massa num caso e a carga no outro. A principal diferena entre elas que as foras gravitacionais s o sempre atrativas, enquanto as foras eltricas podem ser atrativas ou repulsivas, dependendo dos sinais das duas cargas (veja a Fig. 23-6). Esta diferena est relacionada com o fato de haver somente uma espcie de massa, mas duas espcies de carga eltrica. Por motivos de ordem prtica, relacionados com a precis o das medidas, a unidade de carga no SI obtida a partir da unidade de corrente eltrica no mesmo sistema, o ampre (A). A unidade de carga no SI o Coulomb (C): Um Coulomb a quantidade de carga que atravessa em um segundo a se o reta de um fio percorrido por uma corrente de um ampre. Na Se o 31-4, descreveremos como o Coulomb definido experimentalmente. Em geral, podemos escrever: dq = i dt, (23-3) Onde dq (em coulombs) a carga transportada pela corrente i (em ampres) durante o intervalo de tempo dt (em segundos). Por motivos de ordem histrica (e porque desse modo muitas outras frmulas adquirem formas mais simples), a constante eletrosttica da Eq. 23-1 usualmente escrita como 1/4. Assim sendo, a lei de Coulomb se escreve. VIII A constante eletrosttica tem o seguinte valor 1 . 4-7o = 8,99 x 109 N. M2/C2. (23-5) A grandeza o, chamada de constante de permissividade, aparece separadamente em algumas equaes e seu valor : Eo = 8,85 X lo- 12 C2/N - M2. (23-6) Outro paralelo entre a fora gravitacional e a fora eletrosttica que ambas obedecem ao princpio da superposi o. Estando presentes n partculas carregadas, elas interagem independentemente aos pares, e a fora sobre qualquer uma delas, digamos, a partcula 1, dada pela soma vetorial. F1 = F12 + F13 + F14 + F15 + - - - + F1N (23-7) Onde, por exemplo, F14 a fora que atua sobre a partcula 1 devido presena da partcula 4. Uma frmula idntica vale para a fora gravitacional. Finalmente, os dois teoremas para cascas esfricas, que se mostraram t o teis no estudo da gravita o, tm seus anlogos na eletrosttica: Uma casca esfrica uniformemente carregada atrai ou repele uma partcula carregada exterior casca como se toda a carga da casca estivesse concentrada em seu centro. Uma casca esfrica uniformemente carregada n o exerce nenhuma fora eletrosttica sobre uma partcula carregada que esteja localizada em seu interior. Condutores EsfÄricos ualquer excesso de carga colocado numa casca esfrica feita de material condutor se espalhar uniformemente sobre a superfcie (externa) da casca. Por exemplo, se colocarmos eltrons numa casca esfrica metlica, as foras de repuls o entre eles far o com que se afastem o mximo possvel at atingirem a superfcie da casca onde se espalhar o uniformemente. De acordo com o primeiro teorema das cascas, a casca atrair ou repelir uma carga externa como se os eltrons excedentes estivessem concentrados no centro da casca. Se retirarmos carga negativa de uma casca esfrica metlica, a carga positiva resultante ficar tambm espalhada uniformemente sobre a superfcie da casca. Por exemplo, se retirarmos n eltrons ficar o n locais de carga positiva (locais onde faltam eltrons) espalhados uniformemente sobre a casca. De acordo com o primeiro teorema das cascas, a casca atrair ou repelir uma carga externa como se toda a carga da casca estivesse concentrada em seu centro. TÅTICAS PARA A RESOLUÇÉO DE PROBLEMAS TÅTICA 1: SMBOLOS REPRESENTATIVOS DAS CARGAS. Existe um guia geral para os smbolos que representam as cargas. Quando o smbolo q, com ou sem subscrito, usado em uma frase sem a especifica o do sinal, a carga pode ser positiva ou negativa. Algumas vezes, o sinal explicitamente mostrado na nota o +q ou -q. Considerando-se mais de um objeto carregado, podemos usar uma nota o semelhante, mas com um nmero. Por exemplo, a nota o + 2 q significa uma carga positiva cujo mdulo o dobro de q e -3 q significa uma carga negativa cujo mdulo o triplo de q, onde q Å o mdulo de alguma carga de referncia. Nas equaes escalares deste e do prximo captulo, todas as notaes de carga representam somente mdulos. Por exemplo, podemos nos referir a uma carga - q, que tem o valor - 1,60 X 10-19 C, mas ao usar a Eq. 23-4, devemos substituir q, por 1,60 x 10- 19 C que o mdulo da carga. EXEMPLO 1-1: a.) Fig. 23-7 a mostra duas esferas condutores idnticas, A e B, eletricamente isoladas, separadas Q IX por uma distncia a que grande comparada s esferas. A esfera A tem uma carga positiva + Q; a esfera B est eletricamente neutra; e inicialmente, n o h nenhuma fora eletrosttica entre as esferas. Suponhamos que as esferas sejam momentaneamente ligadas por um fino fio condutor. Qual ser a fora eletrosttica entre as esferas depois que o fio for removido? SoluÑÖo: Assim que as esferas s o ligadas, eltrons de condu o da esfera B s o atrados para a esfera A positivamente carregada (Fig. 23-7 b). A esfera B perder carga negativa, ficando positivamente carregada. A esfera A ganhar carga negativa, ficando menos positivamente carregada. A transferncia de carga cessar quando o excesso de carga sobre B tiver crescido para + Q/2 e o excesso de carga sobre A tiver diminudo para + Q/2 (Fig. 23-7 c); isto ocorrer quando uma carga de - QI2 tiver sido transferida. Depois que o fio removido, podemos supor que a carga sobre qualquer uma das esferas n o perturba a uniformidade da distribui o de carga sobre a outra esfera, pois as esferas s o pequenas comparadas com a distncia que as separa. Assim sendo, podemos aplicar o primeiro teorema das cascas a cada uma das esferas. De acordo com a Eq. 234 com q, = q2 = QI2 e r = a, o mdulo da fora eletrosttica entre as esferas vale. Fig. 23-7. Duas pequenas esferas condutoras A e B. a) Inicialmente, a esfera A est com carga positiva. (b) Carga negativa transferida entre as esferas atravs de um fio de liga o. (c) As duas esferas est o agora carregadas positivamente. (d) A carga negativa transferida para a esfera A atravs de um fio fixado ao solo. (e) A esfera A est a ora neutra. b.) Suponhamos agora que a esfera A seja momentaneamente ligada a terra. E que a liga o- terra seja a seguir removida. Qual ser, ent o, a fora eletrosttica entre as esferas? SoluÑÖo: A liga o-terra permite que eltrons, com uma carga total de -QI2 se movam da terra para a esfera A (Fig. 23-7 d), neutralizando-a (Fig. 23-7 e). Como a coroa da esfera A nula, n o h fora eletrosttica entre as duas esferas (exatamente como na situa o inicial da Fig. 237 a). EXEMPLO 1-2: A Fig. 23-8 a mostra uma distribui o de seis partculas mantidas fixas em suas posies. Onde a = 2,0 em e O = 30'. As seis cargas tm mdulos iguais.q = 3.0 x 10 'C; seus sinais eltricos est o indicados. Qual a fora eletrosttica resultante F, que atua sobre q, devida a todas as outras coroas. SoluÑÖo: De acordo com a Eq. [[‘-13-7. Sabemos que F, o vetor soma das foras F, 2, F] 3, F]4, F15 e F. que s o as forcas eletrostticas atuando sobre q, devidas s outras cargas. Como q. e q, tm o mesmo mdulo e ambas, distam r = 2 a de q, temos da Eq. 23-4 (A) (B) (C) (D) (E) X Semelhantemente, como q, e q, tm mdulos iguais e distam r a de q, temos. A Fig. 23-5 b um diagrama de corpo-linear para q. Esta figura e a Eq. 23-8 mostram que F, 2 e F, tm o mesmo mdulo, a mesma dire o, mas sentidos opostos; assim, essas forcas se cancelam. Observando a Fig. 23-8 b e a Eq. 23-9 conclumos quando Na Eq. 23-1, F ‚ o mdulo da for‡a que atua em cada os componentes N. de F13 e F, tambm se cancelam, e que seus componentes x tm mdulos iguais e apontam no sentido decrescente do eixo x. A Fia. 23-8 b tambm nos mostra que F, aponta no sentido crescente do eixo x. Nessas condies, F, deve ser paralela ao eixo x; seu modulo a diferena entre F, e o dobro do componente x de F13: Substituindo-se q3 = q6 e = 30, obtemos: Observe que a presena de q6 e q4 n o altera a fora eletrosttica exercida por q4 e q1. Tticas para a resolu o de Problemas Ttica 2: Simetria No exemplo 23-2, usamos a simetria da situa o para reduzir o tempo e a quantidade de clculos envolvidos na situa o. Percebendo que q2 e q4 est o posicionados simetricamente em rela o a q1, e desse modo que F12 e F14 se cancelam e que seu componentes x s o idnticos e se somam, evitamos ainda mais trabalho. De fato, usado a simetria e resolvendo o problema literalmente, n o foi preciso substituir o mdulo da carga 3,0 X 10-6 C dado no problema.
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