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FACULDADE BATISTA BRASILEIRA CURSO DE DIREITO ANA CAROLINA LIMA XAVIER ANDREA CAMPELO BASTOS GERALDO CÉSAR NUNES DOS SANTOS GISELE CONCEIÇÃO SANTOS IVANDO ANTUNES DA SILVA JOANA ANGÉLICA DE JESUS MARISTELA BRANDÃO LASSE FERREIRA A DIFICULDADE DA MULHER AMAMENTAR SEUS FILHOS EM VIAS PÚBLICAS E NO TRABALHO SALVADOR 2016 ANA CAROLINA LIMA XAVIER ANDREA CAMPELO BASTOS GERALDO CÉSAR NUNES DOS SANTOS GISELE CONCEIÇÃO SANTOS IVANDO ANTUNES DA SILVA JOANA ANGÉLICA DE JESUS MARISTELA BRANDÃO LASSE FERREIRA A DIFICULDADE DA MULHER AMAMENTAR SEUS FILHOS EM VIAS PÚBLICAS E NO TRABALHO ArtigoInterdisciplinarapresentado às disciplinas do segundo semestre do Curso de Direito daFaculdade Batista Brasileira, sob a orientação do professor MSC. Jorge Amado, turno noturno. SALVADOR 2016 RESUMO A amamentação é de vital importância para o desenvolvimentonutricional e o vínculo mãe-filho. Requer um momento tranquilo para que a mãe amamente com eficácia e dedicação no primeiro semestre de vida da criança. Por essa razão, este artigo tem como objetivo geral apresentar a dificuldade das mulheres em poder amamentar seus filhos. O objetivo específico é analisar os problemas que a mulher tem ao amamentar seu filho em áreas públicas e no trabalho. A metodologia escolhida é a da pesquisa bibliográfica. A conclusão aponta que apesar do aumento significativo do incentivo, através das mídias de massa e órgãos governamentais, para as mães amamentarem seus bebês, muitas mulheres ainda se sentem desconfortáveis em amamentar em público. Com relação a amamentação no trabalho, existe muito incentivo, mas a prática demonstra ineficiência pois muitas mulheres não conseguem manter o mesmo ritmo de amamentação necessáriapara o puérpere. Palavras chave: Aleitamento materno, Amamentação em vias públicas, Mulheres, Dificuldade no trabalho. ABSTRACT Breastfeeding is of vital importance to the nutritional development and the mother -child bond. It requires maternal readiness to be practiced with efficiency and dedication in the first half of the child's life. For this reason, this article has as main objective to present the difficulty for women to be able to breastfeed their children. The specific objective is to focus on this issue in public areas and at work. The chosen methodology is through literature. The conclusion points out that despite the significant increase of women have more incentive and freedom to breastfeed their babies, through the mass media, many still feel uncomfortable breastfeeding in public. Regarding breastfeeding at work, there is much encouragement, but in practice is inefficient, since many women can not keep the same pace required breastfeeding for your baby. Keywords: Maternal breast-feeding, Breast-feeding in public roads, Women, Difficulty on job. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4 2 O CONSTRANGIMENTO DA MULHER EM AMAMENTAR EM PÚBLICO ............ 5 3 A DIFICULDADE DA MULHER AMAMENTAR NO TRABALHO ........................... 6 4 O DIREITO DA AMAMENTAÇÃO x DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ............ 8 5 LEI QUE PROÍBE AMAMENTAÇÃO EM PÚBLICO NO BRASIL: VERDADE OU MENTIRA? .................................................................................................................. 9 6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 11 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 12 ANEXO 1: AMAMENTAÇÃO AO REDOR DO MUNDO ............................................................. 14 ANEXO 2: ATITUDES E COMPORTAMENTOS DE AMAMENTAÇÃO NO BRASIL ...................... 15 4 1 INTRODUÇÃO A história e o estudo do aleitamento materno são assuntos muito estudados desde tempos remotos. Esse estudo é feito com uma abordagem de um fenômeno sócio - cultural e não somente biológico e a fundamentação desse fato está presente em diversos períodos da história da humanidade. Os estudos dos problemas relacionados a amamentação são muito antigos e nesse sentido diversos estudos indicam que a criação de produtos para o aleitamento artificial seja tão antiga quanto a história da civilização humana. Tal fato é comprovado por serem encontrados durante a antiguidade em Roma e Grécia vasilhas de barro com alimentos de outras fontes além do leite materno nas tumbas dos recém-nascidos. O Código de Hamurabi (cerca de 1800 a. C) continha regulamentações sobre a prática do desmame, isto é, era comum a prática de amamentar qualquer criança de outras mulheres, sempre na forma de aluguel (amas-de-leite). Na Bíblia há referências sobre a prática das amas-de-leite e do aleitamento materno, sendo comparada a palavra de Deus entendida como o leite genuíno: “Desejai ardentemente como crianças recém-nascidas o leite genuíno, não falsificado, para que por ele vades crescendo”. O filósofo Hipócrates escreveu sobre o objetivo da amamentação, declarando que “somente o leite da própria mãe é benéfico, o de outras é perigoso. ” Publicações européias do final do período medieval e início da era moderna exaltavam a importância do aleitamento materno para a infância. Nesse sentido, verifica-se que importância do aleitamento materno já era estudada e analisada deste da antiguidade. Nos séculos XVI e XVII, a maioria das mães inglesas não tinham por costume amamentar seus filhos. Embora o aleitamento materno era comprovadamente reconhecido como um regulador de nova gravidez, essas mulheres preferiam dar à luz a diversos bebês, do que amamentá-los. Elas acreditavam que a amamentação era responsável por danificar seus corpos e as tornavam velhas antes do tempo. Com isso, existia a troca precoce do leite materno por cereais e massas. As normas médicas e religiosas iam de encontro a esse propósito, pois proibia-se a relação sexual durante o período de amamentação, que deveria ser de 5 18 a 24 meses, por entenderem que isso tornaria o leite humano mais fraco e com risco de envenenamento em caso de nova gravidez. O conhecimento médico vigente na época também considerava que o colostro era um leite ruim e que não deveria ser oferecido à criança. Caracteriza-se uma alteração do comportamento materno durante o século XIX através da disposição em aleitar o filho, e só a ele, excluindo qualquer outra criança. Além disso, a mulher passa a dedicar a vida ao filho, procurando mudar os hábitos alimentares desde a gravidez, consumindo alimentos mais leves, à base de legumes, frutas e laticínios, prolongando essa dieta após o parto, pela relação essencial entre a alimentação, a qualidade e a quantidade de seu leite e, portanto, a saúde de seu bebê. A média de aleitamento com dedicação total no Brasil é de apenas 54 dias. Os maiores desafios, de acordo com as entrevistadas, seriam a dor (26%), ter de acordar no meio da noite (13%) e a frequência das mamadas (10%). Já o maior medo estaria relacionado à pega do bebê (37%), seguido por não conseguir amamentar pelo tempo indicado (32%), conforme é possível verificar no anexo 1 deste artigo. Vale lembrar que a Organização Mundial de Saúde preconiza o aleitamento com dedicação exclusiva até os 6 meses, seguido pela amamentação como alimentaçãocomplementar até os 2 anos. 2 O CONSTRANGIMENTO DA MULHER EM AMAMENTAR EM PÚBLICO Mulheres se sentem constrangidas ao amamentar em público. É o que aponta a pesquisa realizada em 10 países. No Brasil, cerca de 47% das mulheres já sofreram preconceito por amamentar em público (CRESCER, 2015). A pesquisa mostra que apesar da consciência da importância do aleitamento materno, cerca de 26% das mulheres tem algum receio de amamentar em público. Ainda há um verdadeiro tabu para ser quebrado. As mulheres apontam que a maior fonte do constrangimento vem por parte do público masculino: seja com olhares maliciosos, ou com o visível desconforto diante da situação, conforme anexo 2 deste artigo. 6 A grande dificuldade em quebrar esses paradigmas é devido a uma sociedade machista, que olha a mulher apenas como objeto ou algo a ser tomado. Esse tipo de postura traz grandes desconfortos, já que a mulher está em um certo grau de vulnerabilidade e ao mesmo tempo tendo que lidar com a necessidade de alimentar seu bebê. E por essa razão uma boa parte das mães encontra - se em um grande conflito: ou alimenta seu bebê e fica à mercê de olhares maliciosos e preconceituosos, ou o deixa com fome, aumentando o sofrimento do seu filho e o seu próprio. 3 A DIFICULDADE DA MULHER AMAMENTAR NO TRABALHO Quando foi promulgada a Constituição de 1988 a mulher que no período de maternidade, conseguiu garantir seu direito a estabilidade por 120 dias, positivado no seu art. 7, inciso XVII. (BRASIL, 1988). A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), também traz um rol de direitos adquiridos e ampliados ao longo do tempo, onde pode está previsto nos artigos: 392, 393, 396, 389, 397, 399 e 400. Mas queremos ressaltar o art. 396 da CLT, onde este diz o seguinte: “Art. 396 - Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um. Parágrafo único - Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da autoridade. ” Apesar de estar escrito em lei, poucas empresas cumprem o que determina o referido artigo. Foram encontrados poucos estudos acerca das dificuldades das mulheres trabalhadoras, após licença maternidade, para manter o aleitamento, principalmente no ambiente de trabalho. Contudo, segundo Rea et al (1997), um percentual significativo das mulheres se preocupa em manter o aleitamento exclusivo no ambiente de trabalho. O Brasil comparado à América Latina é o país que menos amamenta, apesar de todo empenhodas Organizações Governamentais para manter esta prática. Com esse prospecto, foi sancionada pelo então Presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, a lei 11.770, de 09 de setembro de 2008, a lei que cria o 7 Programa Empresa Cidadã. Este programa tem como finalidade incentivar as empresas privadas a ampliar a licença maternidade por mais 60 dias, além dos 120 dias já previstos na Constituição Federal. Em contrapartida, as empresas privadas que participarem do programa farão jus a incentivos fiscais e os servidores públicos fizeram jus a ampliação da licença maternidade de maneira imediata. Anteriormente somente as empresas privadas cadastradas no Programa Empresa Cidadã, tinham direito aos incentivos fiscais, entretanto, foi ampliada através da Emenda Constitucional 64, de 07 de agosto de 2007, da deputada Rosalba Ciarlini (DEM/RS), para qualquer empresa, participante do programa ou não. Com todos esses esforços, nos últimos anos houve aumento na frequência e duração do aleitamento materno na população brasileira, mas sem atingir ainda o padrão de seis meses de vida preconizado pelaOrganização Mundial de Saúde (BARBOSA et al, 2007). Enquanto faltam estudos acadêmicos sobre o tema supracitado, sobram jurisprudências, onde empresas são condenadas a pagar danos morais, por não cumprirem o que determina o art. 396 da CLT. Como podem ver de acordo com a decisão do TRT 3ª região (2015): “INTERVALO PARA AMAMENTAÇÃO - AUSÊNCIA DE CONCESSÃO - PAGAMENTO COMO HORA EXTRA. Dispõe o artigo 396 da CLT que "para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um". Evidenciada nos autos a ausência de concessão dos aludidos intervalos, cogente é a condenação da ré ao pagamento dos períodos como hora extra.“ (TRT-3 - RO: 01724201202103007 0001724-50.2012.5.03.0021, Relator: Denise Alves Horta, Oitava Turma, Data de Publicação: 26/07/2013 25/07/2013. DEJT. Página 133. Boletim: Não.) Como sendo esperado, diversas empresas não cumprem com o que determina a lei. Esse índice seria muito maior, se as mulheres denunciassem devidamente esses casos. Mas por medo de perderem o emprego atual ou de não conseguir outros, as mulheres que sofreram algum tipo cerceamento para amamentar, não são 8 denunciados e os dados são subnotificados, onde não tem um número real de casos. 4. O DIREITO DA AMAMENTAÇÃO x DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA A dignidade da pessoa humana tem como princípio fundamental da constituição federal, está situado seu no Art.10, III. Sarlet, diz que: “Temos por dignidade da pessoa humana a qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos mediante o devido respeito aos demais seres que integram a rede da vida.” (2011, p. 73) Nada impede a lei para proteger o direito à amamentação, as discussões na sociedade continuaram, pois, alguns indivíduos acreditam ser uma violação a intimidade, outros defendem o direito de amamentar o recém-nascido na hora em que precisarem mamar independentemente do local que estejam. No bojo das garantias fundamentais ao cidadão, previsto no Art.5°, Inc. X, da CFRB, encontram-se positivadas direitos a intimidade e a privacidade que, como direitos da capacidade de direito preveem elementos da integridade moral de cada ser humano. As reações positivas e negativas das pessoas evidenciam - se por uma maior ou menor exposição a censuras ou críticas alheias, havendo em determinada época de uma sociedade que aprova ou reprova determinados atos de acordo com seus valores. Como exemplo, recentemente, no Estado de São Paulo, uma loja constrangeu uma mãe, pois ser orientada a não amamentar seu filho em público com a alegação de procurar a sala de amamentação do local. Essa situação gerou polêmica e então os membros da Câmara Municipal discutiram uma forma de proteger a mãe que amamenta e o bebê que precisa ser alimentado a fim de garantir o direito alienável à vida. Dessa discussão gerou uma lei municipal a lei número 16.047 que prevê A punição de quaisquer estabelecimentos destinados a atividades 9 comerciais, culturais, recreativos ou a prestação de serviços públicos ou privados que impedirem a mãe de amamentar o filho, dentro de suas instalações. Gonçalves (2012), alega em seu livro que “o código civil de 2002 reconhece os atributos da personalidade com esse sentido de universalidade ao proclamar, noArt.10, que toda pessoa e capaz de direitos e deveres na ordem civil. ” (p.35) O recém-nascido sendo uma pessoa natural exercendo sua capacidade de aquisição de direitos, mas não exercendo a capacidade de fato, Gonçalves assegura que: “Aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil. Por faltarem a certas pessoas alguns requisitos materiais, como maioridade, saúde, desenvolvimento mental. A lei, com o intuito de protegê-las, malgrado não lhes negue a capacidade de adquirir direitos, sonega-lhes o de se autodeterminarem, de exercê-los pessoal e diretamente, exigindo sempre a participação de outra pessoa, que as representa ou assiste. ” (2012, p. 107) No texto acima, o autor assegura que mesmo o recém-nascido não possuindo a capacidade de exercer seu direito, existirá sempre um representante, um guardião para assegurá-lo, afim de manter o interesse do puérpere e assim garantir seus direitos no que couber na lei. 5 LEI QUE PROÍBE AMAMENTAÇÃO EM PÚBLICO NO BRASIL: VERDADE OU MENTIRA? Com o avanço na tecnologia, as informações chegam cada vez mais rápido e maior número de pessoas, através das mídias digitais (SOARES, 2014). E através destas mídias, surgiu uma notícia que revoltou e assustou a população: a criação de uma lei que proibia que as mulheres amamentassem seus filhos emambientes públicos. A notícia surgiu na web no início do ano de 2016 e informa que os deputados aprovaram por maioria dos votos. Essa lei, segundo o que é afirmado na notícia, tem como justificativa que a amamentação em vias públicas se tornou umas das principais causas de crimes de estupro no país. O texto, que cita dois deputados que supostamente criaram o projeto de lei: Oscar Garcia Barron e Rogério Castro Vazquez (imagem 1). A lei determina que os governos estaduais e municipais têm seis meses para modificar as suas regras e ajustar à nova lei e que as mulheres flagradas cometendo esses delitos, seriam condenadas a pagar uma indenização de 30 salários mínimos e 5 anos de detenção. 10 Após diversas pesquisas realizadas, não foi encontrado nenhum projeto de lei nesse sentido ou aprovada. Mas os deputados existem, mas não são brasileiros e sim mexicanos. E após outras pesquisas, não foi encontrada nenhuma referência dessa lei no México. Imagem1: Deputados, Oscar Garcia Barron (esq.) e Rogério Castro Vazquez, envolvidos nos boatos da lei contra amamentação em público. Fonte: Jornal 4 cantos. A maioria dos blogs e sites que publicaram essa notícia tem o intuito de receber mais cliques, espalhar vírus ou simplesmente causar o pânico. A imagem que foi utilizada para ilustrar a farsa é de uma campanha totalmente contrária: um evento organizado por uma Universidade de Medicina russa, criado para incentivar a amamentação materna. Imagem2: Imagem utilizada para enganar leitores sobre a lei anti - amamentação. Fonte: Veja Notícias 1Disponível em < http://jornal4cantos.com.br/amamentacaoleiboato/>. Acesso: Maio 2016. 2 Disponível em: <http://www.vejanoticias.com.br/noticia/lei-proibe-mulheres-de-amamentar-em- publico,nacional,14371.html#.V1N7db7HvIU>. Acesso em: Maio 2016 11 6 CONCLUSÃO De acordo com a pesquisa realizada, podemos perceber que, apesar de a mulher terconquistado o seu espaço no mercado de trabalho e na sociedade, o que constitui a valorização dotrabalho feminino com sucesso, amparadas pelos direitos que lhe asseguram suasdemandas e necessidades como mulher trabalhadora e mãe. E mesmo com a evoluçãodo mercado de trabalho informal no Brasil, a lei de amparo à maternidade permanecepara todas as classes sociais. Embora amamentar os filhos seja um traço característico da espécie humana, oaleitamento materno configura-se como uma prática social estruturada de modo bastantecomplexo. É produzida e reproduzida em relações sociais. Contudo, é uma prática decuidado feminino, em que a mãe deve estar junto à criança. Mas se a mulher precisatrabalhar fora para se sustentar, ou ir a locais públicos ou de grande aglomeração, a prática do aleitamento materno pode encontraralgumas barreiras, pode ser elas culturais, sociais ou econômicos. Contudo, podemos concluir que ainda são poucas as instituições empregatícias que estãoadotando estas medidas que trará benefícios ao vinculo mãe e filho e a demora da sociedade aceitar que o aleitamento materno não pode ser alvo de tabus, olhares maliciosos ou repreensivos. Em nossarealidade são vistas algumas instituições que disponibilizam algum tipo de apoio ànutriz, seja através de leis mais severas, para aqueles que cometem algo degradante contra as lactantes; a fiscalização das empresas e condenações mais pesadas para aquelas que não cumprem as leis, mas esta temática ainda caminha a passos curtos. 12 REFERÊNCIAS BADINTER, E. Um amor conquistado: o mito do amor materno. 8 ed. Riode Janeiro: Nova Fronteira, 1985. Barbosa, M. B.; Palma, D.; Bataglin, T., Taddei, J.A.A.C. Custo da Alimentação no BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977. BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a consolidação das leis do trabalho. 104.ed. São Paulo: Atlas, 2000. Coletânea de Legislação. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p. BRASIL. Constituição (1988). Emenda Constitucional nº 64, de 07 de agosto de 2007. Altera a redação do inciso XVIII do art. 7º da Constituição Federal, para aumentar para 180 (cento e oitenta) dias a duração do período da licença à gestante.In: CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 17.ed. São Paulo: Atlas, 2001. BRASIL. Lei n° 11.770 de 09 de setembro de 2008. Cria o Programa Empresa Cidadã, destinado à prorrogação da licença-maternidade mediante concessão de incentivo fiscal, e altera a Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.Diário Oficial da União. Seção 1. 10 de novembro de 2008, Página 1. DESGUALDO, Paula. Amamentação em público: 47% das mulheres no Brasil sofreram preconceito. Revista Crescer. 2015. Ed. Globo. Disponível em: <http://revistacrescer.globo.com/Voce-precisa-saber/noticia/2015/10/amamentacao- em-publico-47-das-mulheres-no-brasil-sofreram-preconceito.html> Acesso em: Abril 2016. GONÇALVES, Carlos Roberto. Curso de Direito Civil Brasileiro: Parte Geral 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. LAWRENCE, R. A. Breastfeeding:a guide for the medical profession.4. ed. St. Louis: Mosby, 1994. NAKANO, A. M. S. O aleitamento materno no cotidiano. RibeirãoPreto, 1996. 162p. Tese (Doutorado Enfermagem em SaúdePública)- Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo,1996. PALMER, G. The politics of breastfeeding. England: PandoraPress,1993. 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São Paulo: Edipro, 2011. 14 ANEXO 1: AMAMENTAÇÃO AO REDOR DO MUNDO Imagem3: Amamentação ao redor do mundo (CRESCER, 2015) 3 Disponível em: <http://revistacrescer.globo.com/Voce-precisa-saber/noticia/2015/10/amamentacao-em- publico-47-das-mulheres-no-brasil-sofreram-preconceito.html> Acesso em: Maio 2016. 15 ANEXO 2: ATITUDES E COMPORTAMENTOS DE AMAMENTAÇÃO NO BRASIL Imagem4: Atitudes e comportamentos de amamentação no Brasil (CRESCER, 2015). 4 Disponível em: <http://revistacrescer.globo.com/Voce-precisa-saber/noticia/2015/10/amamentacao-em- publico-47-das-mulheres-no-brasil-sofreram-preconceito.html> Acesso em: Maio 2016.
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