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Ecologia Evolutiva Ecologia Geral I Curso: Engenharia Sanitária e Ambiental Profa Ana Rui Depto de Ecologia, Zoologia e Genética – IB/ UFPel Objetivos da Aula Propiciar o primeiro contato com conceitos fundamentais da Ecologia Evolutiva; Expor o mecanismo de ocorrência do processo evolutivo; Fornecer a base teórica para o entendimento do conceito de espécie; Expor o conceito de espécie; Para pensar: “...em biologia nada tem sentido, exceto à luz da evolução” T.H. Dobzhansky Biólogo russo-americano EVOLUÇÃO Conceito de Evolução Evolução significa mudança; Mudança na forma e no comportamento dos organismos ao longo das gerações; Significa mudança, no tempo, das características herdáveis de uma população ou espécie; Conceito de Evolução As formas dos organismos em todos os níveis, desde sequências de DNA até a morfologia macroscópica e o comportamento social, podem ser modificados a partir daqueles dos seus ancestrais durante a evolução; Conceitos de Evolução Evolução é “descendência com modificação” Darwin; Evolução foi definida como “mudança ao longo do tempo por meio de descendência com modificação” Harrison (2001); Evolução Ocorre dentro das espécies ou populações de uma espécie; Verdades Fundamentais da Teoria Evolutiva EVOLUÇÃO: Verdades fundamentais da teoria evolutiva Variação Intra-Específica; Os indivíduos que compõem uma população de uma sps não são idênticos; Verdades fundamentais da teoria evolutiva Parte da variação entre indivíduos é herdável → transmitida descendentes; Verdades fundamentais da teoria evolutiva Todas as populações possuem potencial para crescer até saturar o ambiente. Mas muitos morrem antes de reproduzir e outros se reproduzem em taxas menores a seu potencial; Adaptação; Verdades fundamentais da teoria evolutiva Os indivíduos não contribuem igualmente para as gerações futuras. Aqueles que contribuem em maior n° têm a mais elevada influência nas características hereditárias das gerações subsequentes; Evolução Considerando estas quatro verdades teremos: Mudança das características herdáveis das populações/ espécies Mudança EVOLUÇÃO ADAPTAÇÃO Conceito de Adaptação Adaptação são àquelas propriedades dos seres vivos que os tornam capazes de sobreviver e de se reproduzir na natureza; Família Canidae: Alopex lagopus (Artic Fox) Família Canidae: Vulpes zerda (feneco) Plantas de Mangue Plantas de Desertos SELEÇÃO NATURAL O que explica as adaptações? Conceito de Seleção Natural Seleção Natural significa que alguns indivíduos da população tendem a contribuir com uma descendência maior para a próxima geração do que outros. Qualquer atributo de um organismo que o leve a deixar mais descendentes do que a média terá frequência maior na população com o passar do tempo; Conceito de Seleção Natural Seleção Natural sobrevivência diferenciada + descendência maior Variação intra-específica com pressões de seleção provocada pelo homem EXEMPLO Melanismo Industrial Melanismo Industrial é o fenômeno em que formas pretas ou escuras de sps de mariposas e outros organismos têm surgido de forma a predominar em populações de áreas industriais; Melanismo Industrial Mais de 100 sps de mariposas desenvolveram melanismo industrial; Mariposas: há um gene dominante que é responsável pela produção em excesso do pigmento melânico preto nos indivíduos escuros Seleção pelo predador: mariposas são caçadas por aves insetívoras que utilizam visão para caçar; Poluição por carvão mudou cor das árvores onde mariposas pousam durante o dia; morte de fungos e líquens, mortos por poluição de SO2; Biston betularia Manchester: Inglaterra; 1848: 1º indivíduo melânico; 1895: 98% da população era melânica; 1952-1970: 20 mil espécimes formas típicas e melânicas; Biston betularia CONCEITOS: ESPÉCIE Conceitos de Espécie Existem muitos conceitos: Conceito ecológico de espécie Conceito fenético de espécie Conceito morfológico de espécie Conceito tipológico de espécie Conceito filogenético de espécie Conceito biológico de espécie Conceito Biológico de Espécie “Espécies são grupos de populações naturais que intercruzam e estão reprodutivamente isoladas de outros grupos desse tipo” Mayr, 1963 Conceito Biológico de Espécie Conceito importante porque insere a taxonomia das espécies naturais no esquema conceitual da genética de populações. Em termos de genética de populações, um conjunto de indivíduos que intercruzam configura um conjunto gênico; O conceito biológico de espécie define as espécies em termos de intercruzamentos; SUBESPÉCIES Conceito: Subespécie Subespécies: são definidas como populações geográficas de uma espécie, que tem uma aparência fenética distinta; Problema nos conceitos: a variação intra-específica não forma agrupamentos fenéticos distintos do modo como acontece frequentemente com as diferenças interespecíficas; Exemplos de Subespécies Corvo Corvus corone; Duas subespécies na Europa; C. corone corone: oeste europeu; C. corone cornix: leste e norte da Europa; Zona híbrida: 20 a 200 Km; Corvos Europeus: Zona Híbrida Corvus corone corone Corvus corone cornix POLIMORFISMOS E ESPÉCIES CRÍPTICAS Problemas da utilização de caracteres morfológicos na separação de espécies Polimorfismo (Segundo Futuyma, 1992) A existência dentro de uma população/ espécie de dois ou mais genótipos para uma determinada característica, a mais rara das quais possui frequência arbitrariamente baixa. Mais raramente, a existência de variação fenotípica dentro de uma população, seja ou não de base genética; Polimorfismo Espécies Crípticas Espécies reprodutivamente isoladas, mas que não podem ser distinguidas, ou somente podem ser distinguidas, com alguma dificuldade, por especialistas, com a utilização de critérios morfológicos; Certhia brachydactyla Certhia familiaris ESPECIAÇÃO Especiação Especiação é a separação de uma espécie em duas ou mais espécie filhas; A especiação é um produto indireto da evolução intra-específica; Barreira Geográfica Rios, cadeias de montanhas, geleiras, terra firme para espécies de água doce; água para espécies de terra firme..... Variável para cada espécie; Especiação: (1) uma sps. uniforme com uma grande amplitude se diferencia em subpopulações; (2) por exemplo, separadas por barreiras geográficas ou dispersas em diferentes ilhas, (3) as quais se tornam geneticamente isoladas uma das outras. Após a evolução por isolamento, elas podem se encontrar novamente, quando já são incapazes de hibridar (4a), e se tornam sps biológicas verdadeiras , ou produzem híbridos de menor aptidão Duas sps. de gaivotas, Larus fuscus graellssii e L. argentatus argentatus, divergiram a partir de um ancestral comum à medidaque foram colonizando e circundando o hemisfério norte. Onde ocorrem juntas no norte da Europa, não conseguem cruzar, sendo claramente reconhecidas como 2 sps distintas. Ao longo de suas distribuições, encontram-se conectadas por uma série de raças ou subespécies, as quais intercruzam livremente. Bibliografia Consultada Ridley, M. 2006. Evolução. Editora Artmed, Porto Alegre. 3º edição. 752p. Stearns, S.C. & R.F. Hoekstra. 2003. Evolução: uma Introdução. Editora Atheneu, São Paulo. 379p. Townsend, C.R.; M. Begon & J.L. Harper. 2010. Fundamentos em Ecologia. Editora Artmed, Porto Alegre (RS). 3º edição. 576p.
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