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MODELO DIGITAL DE SUPERFÍCIE A PARTIR DE IMAGENS ADQUIRIDAS NUM LEVANTAMENTO AEREO COM VANT RUTE DANIELA CHAVES1; GUILHERME KRUGER BARTELS2; JANICE FERREIRA DA SILVEIRA3; VIVIANE SANTOS SILVA TERRA4; GILBERTO LOGUERCIO COLLARES5 1PPG Recursos Hídricos, Universidade Federal de Pelotas: rutedanielachaves@gmail.com 2 PPG Recursos Hídricos, Universidade Federal de Pelotas : guilhermebartels@gmail.com 3 Engenharia Hídrica, Universidade Federal de Pelotas: janicesilveira@gmail.com 4Engenharia Hídrica, Universidade Federal de Pelotas: vssterra@yahoo.com.br 5 Engenharia Hídrica, Universidade Federal de Pelotas: collares@ufpel.edu.br 1. INTRODUÇÃO Nos últimos anos o uso de equipamentos como os Veículos Aéreos Não Tripu- lados (VANT), vem se tornando cada vez mais comum para o mapeamento e, espe- cialmente no estudo de bacias hidrográficas torna-se uma importante ferramenta. Tais equipamentos possuem elevada precisão espacial, podendo o levantamento ser rea- lizado em tempo real ao estudo. No Brasil o primeiro levantamento utilizando o VANT foi realizado na década de 1980 em pesquisas militares (BOEING; CATEN; VITALIS, 2014). As imagens obtidas a partir de levantamento com uso de VANT são bidimensi- onais e podem ser utilizadas para recriar o ambiente, sendo possível a reconstrução tridimensional do espaço ou parte do mesmo sem o contato direto com o local de interesse. Para recriação do local de estudo é utilizado o método de mosaicagem, na qual consiste da união das fotos. O método de mosaicagem permite uma vista ampla da área fotografada cau- sando uma impressão de continuidade podendo se entender como uma única fotogra- fia formada por todas as outras (WOLF, 1983). Segundo BRITO & COELHO (2002) esse procedimento não é tão simples, sendo que o relevo da superfície terrestre é descontínuo, na qual é necessária a ortorretificação das imagens. A ortofotorretificação consiste em transformar a imagem de uma perspectiva central para uma ortogonal, ou seja, para a obtenção de uma fotografia em projeção retangular, que permite o cálculo de áreas e distâncias, eliminando deformidades re- ferentes à rotação da câmara, além de remover as distorções devidas ao relevo da área fotografada (LIMA; THOMAZ; SEVERO, 2010). Com o avanço tecnológico se popularizou os produtos gerados pelas ortofoto, sendo um deles o Modelo Digital de Superfície (MDS) que pode ser definido como qualquer representação numérica para uma determinada superfície física do terreno a ser representada (BRITO; COELHO, 2002). Através do método de estereoscopia é possível obter a percepção de profun- didade da imagem que com as equações matemáticas que correlacionam as informa- ções necessárias é possível obter o MDS. Este trabalho teve por objetivo gerar um mosaico, uma ortofotoimagem e um modelo digital de superfície a partir das imagens obtidas, através de um levantamento aerofotogramétrico com o uso do VANT. 2. METODOLOGIA O trabalho foi realizado numa pequena área pertencente a bacia hidrográfica do Arroio do Ouro, localizada entre os munícipios de Morro Redondo e Pelotas/RS, conforme Figura 1. Figura 1. Localização da área de estudo. Para o levantamento foi utilizado o microVANT Zangão V, sendo este um micro veículo aéreo remotamente pilotado de plataforma modular, acoplado com uma câ- mera Canon PowerShot modelo ELPH110 HS, com sensor Complementary Metal Oxide Semiconductor (CMOS) (Figura 2). Figura 2. MicroSARP Zangão V. O levantamento aéreo foi programado a partir do software de operação do equi- pamento. O voo teve uma duração de 5 minutos e recobriu uma área de 0.652 km², com velocidade média de 20 m.s-1, a uma altitude de 200 m em relação ao solo, re- sultando na captura de imagens com intervalos de 4 segundos. O primeiro passo após o levantamento aéreo é o georreferenciamento das ima- gens, na qual consistiu em registar o par de coordenadas da fotografia, em coordena- das de referência que modelam a superfície terrestre. Para esse procedimento foi uti- lizado o software GeoSetter beta. Logo após, utilizando o software PhotoScan® as imagens foram pós processa- das, para correções de rotação da câmara, além de remover as distorções devidas ao relevo da área fotografada, georreferenciamento e após gerado um ortofotomosaico e, por fim o mosaico da área. Com as imagens resultantes da ortorretificação foi pos- sível montar o ortomosaico. Outro produto das imagens ortorretificadas é o MDE. As imagens capturadas tem uma recobertura entre elas e essa recorbertura garante a visualização tridimensional do relevo, que por sua vez possibilita a criação do MDS. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 3, encontra-se a imagem resultante do ortofotomosaico gerado a par- tir de 45 fotografias, com tamanho de pixels de 4608X3456 e 180 dpi de resolução. Figura 3. Ortofotomosaico da região em estudo. Observa-se na Figura 4, o MDS da área de estudo com resolução de 23 cm, sabendo que as zonas de maior elevação são referentes a vegetação arbórea do local e de construções ali existentes. A alta resolução espacial das fotografias aéreas pro- picia a aquisição de um MDS que evidencia a vegetação que compõe a paisagem, as pequenas imperfeições e rugosidades presentes no terreno. A partir do MDS gerados é possível realizar análises na bacia hidrográfica com maior precisão por conta de sua eficiência na aquisição de dados altimétricos com escala de centímetros. Porquanto a altitude do voo influencia proporcionalmente na resolução espacial da imagem, quanto mais baixo for o voo maior será a resolução espacial e menor será a escala do terreno a qual se pode mensurar. Figura 4. Modelo digital de superfície (MDS) da região em estudo. 4. CONCLUSÕES O MDS gerado a partir do levantamento aéreo, obtido com imagens do VANT, mostrou-se eficiente na obtenção de informações referentes a altimetria do terreno. Sugere-se para trabalhos futuros a criação de pontos de controle, na qual seja possí- vel a visualização de imagens aéreas obtidas. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOEING, E. L.; CATEN, A. ten; VITALIS, F. A. Aplicação de veiculo áereo não tripulado para o mapeamento. In: XXVI CONGRESSO BRASILEIRO DE CARTOGRAFIA V CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOPROCESSAMENTO XXV EXPOSICARTA, p. 11, 2014. Anais... BRITO, J.; COELHO, L. Fotogrametria digital. 1. ed. Rio de Janeiro, RJ: Instituto Militar de Engenharia, 2002. LIMA, E. M. DE; THOMAZ, T. A. M.; SEVERO, T. C. Mapeamento aerofotogramétrico digital utilizando fotografias de médio formato. 2010. UFRGS, Porto Alegre, RS, 2010. TARALLO, A. de S.; HIRAGA, A. K.; PAIVA, M. S. V. de; JORGE, L. A. de C.; SILVA, F. A. da. Construção automática de mosaico de imagens agrícolas aéreas sequenciais. In: Agricultura de precisão: um novo olhar. São Carlos, SP: Embrapa Instrumentação, 2011. p. 106–109. WOLF, P. R. Elements of photogrammetry with photo interpretation and remote sensing. New York: McGraw.Hill, 1983.
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