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H N da Doença e Níveis de Prevenção (2)

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História Natural da 
Doença e Níveis de 
Prevenção.
Universidade Nove de Julho - UNINOVE
Curso Bacharel em Farmacia
Disciplina de Epidemiologia
Profo. Jefferson Garcia
História Natural da Doença –
Aspectos Gerais
 Doença - Alteração ou desvio do estado 
de equilíbrio de um indivíduo com o 
meio. 
 Doença - Não deve ser entendida como 
um fato, clinicamente, que ocorre 
repentinamente, mas a exteriorização 
de um processo iniciado anteriormente. 
História Natural da Doença –
Aspectos Gerais
 A saúde e a doença não podem ser encaradas 
pelo Sistema Binário de “ presença / 
ausência ”.
 O processo saúde-doença é o conjunto de 
processos interativos compreendendo as inter-
relações do agente, da pessoa susceptível e do 
meio ambiente (natural ou social), que afetam 
o processo saúde-doença e seu 
desenvolvimento.
História Natural da Doença –
Aspectos Gerais
 O curso da doença não é uniforme 
no organismo, podendo apresentar 
enormes variações de um caso para 
o outro. 
História Natural da Doença
 A história natural da doença se 
compõe de duas fases: 
- Pré-patogênese;
- Patogênese.
História Natural da Doença e 
Agravos à Saúde
Período Período
Pré patogênese de Patogênese
Antes de adoecer Curso da doença no Homem
Interagem os:
•Agentes mórbidos
•Indivíduo 
susceptível
•Fatores ambientais
(natural ou social )
Alterações
precoces
Doença 
precoce
Doença 
Avançada
Conva-
Les-
cença
Fase de Fase de Fase da Fase
Susceptibilidade doença Doença com de
Subclínica manifestações recuperação
clínicas incap ou morte
Morte
Inva
lidez
Croni
cidade
Recupe
ração
Horizonte Clínico
História Natural da Doença - Fase 
de Pré-patogênese
 À exposição efetiva de um hospedeiro 
suscetível a um agente (microorganismo 
ou parasita, no caso das doenças 
transmissíveis).
 Depende de 3 fatores: do agente 
infeccioso a susceptibilidade do Indivíduo 
(hospedeiro) e do ambiente natural ou 
social facilitador.
História Natural da Doença - Fase 
de Pré-patogênese
 Tempo entre um estímulo desencadeante e 
necessário do processo de uma determinada doença 
até que a mesma possa agir em um determinado 
hospedeiro susceptível humano.
 Não há doença, mas já existem condições que 
favorecem o seu aparecimento, a situação de risco 
está presente. As pessoas expressam riscos 
diferentes de adoecer, as pessoas não nascem iguais, 
nem vivem da mesma forma. Ex: Risco de adoecer 
por cólera, muito mais presente em coletividades 
pobres.
História Natural da Doença - Fase 
de Patogênese
 Ocorre quando o indivíduo adoece, são 
as primeiras ações exercidas sobre o 
indivíduo susceptível.
 Compreende a fase da doença 
subclínica; fase da doença com 
manifestações clínicas, fase de 
recuperação, incapacidade ou morte. 
História Natural da Doença - Fase da 
doença Subclínica ou Inaparente
 Interação estimulo sensorial
– Doença ainda não tomou desenvoltura, porém 
todos os fatores necessários para a sua 
ocorrência estão presentes.
– O agente infeccioso pode ser eliminado ou 
destruído, permanecer latente ou aumentar por 
agravamento da carência. Ex: Pessoas que 
entraram em contato com o bacilo da 
tuberculose e ainda não desenvolveram a 
doença, porém em presença de queda da 
defesa avançam para o próximo estágio.
História Natural da Doença - Fase da 
doença Subclínica ou Inaparente
 Alterações bioquímicas, e fisiológicas
- Doença já está implantada no organismo.
- Não tem sintomas, já existem alterações patológicas.
- Algumas alterações podem ser detectadas por meio de exames 
clínicos e laboratoriais.
- Algumas doenças não passam desta fase, devido as respostas 
das nossas defesas orgânicas, evoluindo naturalmente para a 
cura.
História Natural da Doença - Fase da 
doença Subclínica ou Inaparente
 “Horizonte Clínico” - A linha imaginária que separa este estágio 
do seguinte ( fase clínica). 
 Abaixo dessa linha se processam todas as manifestações 
bioquímicas, histológicas e fisiológicas que precedem os 
sintomas.
 Intervalo entre a exposição efetiva do hospedeiro suscetível a um 
agente biológico e os sinais e sintomas clínicos da doença nesse 
hospedeiro.
Período de incubação (para DT) .
Período de latência (para doenças crônicas). 
História Natural da Doença - Fase da 
doença Subclínica ou Inaparente
 “Horizonte Clínico”
- Para as doenças não infecciosas – este 
período é mais difícil de se precisar, o 
que percebemos já são as alterações de 
tecidos que seriam detectados através de 
exames precoces, ainda sem 
apresentação de nenhum sintoma para o 
doente que lhe chame atenção de doença.
História Natural da Doença - Fase da 
doença com Manifestações Clínicas – Fase 
Clínica
 Sinais e sintomas de manifestação leve, moderada ou 
grave, de evolução aguda ou crônica.
 Nesta fase ocorrem a maioria dos diagnósticos.
 As manifestações podem variar amplamente no que 
tange ao grau de gravidade da doença, e esse espectro 
clínico pode variar com: casos inaparentes (ex: 
hanseníase) com manifestações clínicas moderadas (ex: 
tuberculose) ou graves, evoluindo ou não para o óbito 
(ex: raiva humana).
História Natural da Doença - Fase da 
doença com Manifestações Clínicas – Fase 
Clínica
 Casos inaparentes = dificuldades de 
conhecermos a cadeia do processo infeccioso 
e de identificarmos os principais responsáveis 
pela manutenção da transmissão da doença na 
comunidade. Ex.: Precordialgia. 
 Somente uma proporção de afetados, 
apresenta quadro clinico, apenas uma certa 
proporção destes últimos, procura o sistema 
formal de atendimento, sendo menor ainda o 
número dos que são hospitalizados.
História Natural da Doença - Fase de 
Recuperação, Incapacidade ou Morte
 Se a doença não progrediu até a morte ou não houve 
cura completa, ela pode cursar para o estado de 
cronicidade, ou conduzir o doente para o nível de 
incapacidade física (presença de sequelas).
 As medidas de reabilitação de cunho físico, psicológico 
ou social visam ao desenvolvimento do que restou da 
pessoa afetada, ou seja, da capacidade funcional 
residual após a estabilização clínica. Ex: reabilitação de 
acidentados.
Níveis de Prevenção
 Quando enfrentamos ou interceptamos uma 
causa isso nos leva a prevenir ou fazer cessar 
seu efeito. As ações preventivas podem e devem 
ser exercidas em qualquer período da História 
Natural da Doença, evitando que o estímulo-
doença se estabeleça, ou para interromper o 
curso dos eventos que caracterizam o período 
patogênico.
 Prevenção em Saúde Pública é ação antecipada, 
tendo como objetivo interceptar ou anular a 
evolução da doença.
História Natural da Doença e Agravos 
à Saúde / Níveis de Prevenção
Período Período Patogênese
Pré- patogênese
Interação de fatores Alterações Primeiros Doença Convalescença
Precoces Sintomas Avançada
Promoção Proteção Diagnóstico limitação Reabilitação
A saúde específica e tratamento do dano 5º nível
1º nível 2º nível precoces 4º nível 
3º nível
PREVENÇÃO PREVENÇÃO PREVENÇÃO
PRIMÁRIA SECUNDÁRIA TERCIÁRIA
NIVEIS DE APLICANIVEIS DE APLICAÇÇÃO DE MEDIDAS PREVENTIVASÃO DE MEDIDAS PREVENTIVAS
Níveis de Prevenção
 Prevenção Primária (promoção à saúde –
1º nível e proteção específica – 2º nível);
 Prevenção
Secundária (diagnóstico 
precoce e tratamento imediato – 3º nível e 
limitação do dano – 4º nível);
 Prevenção Terciária (reabilitação – 5º 
nível).
Prevenção Primária
 Deve ser realizada no período 
anterior ao adoecimento do indivíduo, 
quando as ações a serem tomadas 
podem ser divididas em dois níveis 
de prevenção: Promoção a Saúde e 
Proteção específica.
Prevenção Primária – Promoção à 
Saúde – 1º Nível
 São medidas de ordem geral. Engloba as ações 
destinadas a manutenção da saúde, do bem estar, 
sem visar nenhuma doença em particular. 
- Não usa tratamentos, nem envolve a identificação de 
sintomas; educação sanitária; bom padrão de nutrição; 
moradia adequada; empregos; salários adequados; 
escolas; lazer; educação sexual e sexualidade segura; 
relações familiares estáveis; água em quantidade e 
qualidade; esgoto tratado.
Prevenção Primária – Proteção 
Específica – 2º Nível
 Inclui medidas para impedir o aparecimento de uma determinada 
afecção, em particular, ou de um grupo de doenças afins.
- Vacinação básica para doenças infecciosas; higiene pessoal; 
flúor na água; realização de um bom pré-natal; curso de gestantes; 
uso de camisinha; planejamento familiar; proteção contra riscos 
ocupacionais ( uso de luvas, máscaras, gorros, aventais e botas); 
controle de vetores – animais nocivos e rato; campanhas 
educativas direcionadas a algum agravo – ex: dengue, Aids, 
desnutrição, drogas, etc.; exercícios físicos; uso de telas em casas 
e repelentes; cinto de segurança para o adulto e criança; capacete 
para moto e bicicleta; quimioprofilaxia para a Aids, meningite 
meningocóccica e outras doenças Infecciosas que se fizer 
necessário.
Prevenção Secundária
 Este nível de prevenção abrange o período de 
incubação para doenças infecciosas, ou 
latência para as doenças não transmissíveis. 
São medidas para o período de patogênese, 
enquanto a doença está progredindo, seja em 
fase subclínica ou seja em fase clínica. A 
prevenção secundária visa fazer regredir a 
evolução da doença.
Prevenção Secundária –
Diagnóstico Precoce e Tratamento 
Imediato – 3º Nível
 Tem como objetivo identificar o processo patológico no seu início 
antes do aparecimento dos sintomas, evitar a propagação de 
doenças contagiosas, evitar complicações e seqüelas e encurtar o 
período da invalidez.
- Descoberta de Casos. Ex: papanicolau, mamografias, detecção do 
câncer pelo exame físico de: mamas, cavidade oral, órgãos 
genitais, pele.
- Busca ativa da Tuberculose através do exame de escarro.
- Pesquisa de triagem.
Prevenção Secundária –
Diagnóstico Precoce e Tratamento 
Imediato – 3º Nível
- Exames rotineiros como fezes (Parasitoses + sangue oculto nas 
fezes), exames rotineiros de sangue para identificar colesterol, 
diabetes, função tireoideana, antígeno específico prostático –PSA, 
HIV e Sífilis e outras doenças infecciosas.
- Campanhas de pressão alta, diabetes, glaucoma, osteoporose, etc.
- Campanhas de boa visão e boa audição.
- Tratamento precoce: tratamento medicamentoso para doenças 
crônicas, terapias medicamentosas para outras doença, 
intervenções cirúrgicas precoces.
- Isolamento de pacientes com doenças contagiosas.
Prevenção Secundária – Limitação 
do Dano – 4º Nível
 Consiste em limitar a extensão da doença, 
retardar o aparecimento de complicações, se não 
for possível evitá-la por completo. Existe sinais e 
sintomas denunciadores da doença.
- Tratamento adequado para interromper o 
processo mórbido e evitar sequelas.
- Internação.
Prevenção Secundária – Limitação 
do Dano – 4º Nível
- Tratamento médico e cirúrgico adequado.
- Fisioterapia curativa.
- AAS para pacientes com IAM, prevenindo um 
segundo infarto.
- Uso de anticoagulantes em pacientes com 
trombose venosa, para diminuir o risco de 
embolia pulmonar.
Prevenção Terciária
 São ações que visam atenuar a invalidez e 
promover o ajustamento do paciente à 
condições irremediáveis. Diz respeito a fase 
final do processo saúde-doença e visam 
desenvolver a capacidade residual do indivíduo, 
cujo potencial foi reduzido pela doença, 
visando adaptar o indivíduo a sociedade. Está 
ligada totalmente aos serviços de reabilitação.
Prevenção Terciária –
Reabilitação – 5º Nível
 Trabalho de equipe destinado a 
promover o suporte físico, mental e 
social, que favoreça a reintegração 
da pessoa na família, no trabalho e 
na sociedade.
Prevenção Terciária –
Reabilitação – 5º Nível
- Fisioterapia reabilitadora.
- Terapia ocupacional.
- Próteses.
- Reintegração social do sequelado.
- Suporte físico e mental.
Bibliografia
 BELLUSCI, S. M. Epidemiologia. 5. ed. rev. ampl. São Paulo: Senac São 
Paulo, 2005.
 FILHO, N. A.; ROUQUAYROL, M. Z. Introdução à epidemiologia. 3.ed. Rev. 
Amp. Rio de Janeiro: MEDSI, 2002.
 NATAL, D. História natural da doença e níveis de prevenção. Aula n. 6. 
Faculdade de Saúde Pública da USP. 
 NATAL, D. Fundamentos de Epidemiologia. In: PHILIPPI, J.; ARLINDO, R.; 
ANDRADE, M.; BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental. Barueri: Manole; 
USP, 2004. p. 375-410, tab. (Coleção ambiental, v.1).
 ROUQUAYROL, M. Z.; FILHO, N. A. Epidemiologia & saúde. 6. ed. Rio de 
Janeiro: MEDSI, 2003.
 WALDMAN, E. A.; ROSA, T. E. C. A dinâmica das doenças infecciosas. 
Vigilância em saúde pública. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP; 
1998.

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