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Francisco Carlos Barboza Nogueira Sebastião Medeiros Filho Maria Iracema Bezerra Loiola Luiz Wilson Lima-Verde Wesley Araújo da Mota Fortaleza – Ceará 2013 GUIA PRÁTICO PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES ARBUSTIVAS E ARBÓREAS NATIVAS DO SEMIÁRIDO PROJETO: EFETIVIDADE DE UC'S FEDERAIS DO ESTADO DO CEARÁ NA CONSERVAÇÃO BIOLÓGICA DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO Projeto: Efetividade de UC's Federais do estado do Ceará na conservação biológica do semiárido brasileiro Coordenadora: Profª. Drª. Francisca Soares de Araújo Universidade Federal do Ceará – UFC INSTITUIÇÕES PARCEIRAS: • Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceara - IFTCE; • Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP; • Universidade Estadual do Ceara - UECE (Campus de Itapipoca); • Universidade Estadual do Ceara- UECE (Campus de Tauá); • Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA-CE; • Universidade Regional do Cariri- URCA; • Parque Nacional de Ubajara – PARNA UBAJARA; • Estação Ecológica de Aiuaba – ESEC AIUABA. EQUIPE TÉCNICA: • Andrea Pereira Silveira/UECE • Arlete Aparecida Soares/UFC • Bruno Cruz de Souza/UFC • Bruno Sousa de Menezes/UFC • Carla Ferreira Rezende/UFC • Claudia Miranda Martins/UFC • Djane Ventura de Azevedo/UECE • Ellen Cristina Dantas de Carvalho/UFC • Fernando Roberto Martins/UNICAMP • Francisco Carlos Barboza Nogueira/IBAMA-CE • Francisca Soares de Araujo/UFC • Ligia Queiroz Matias/UFC • Lilian Maria Araújo de Flores/UFC • Lívia Silva Barbosa/SEMACE/UFC • Lorenzo Roberto Sgobaro Zanette/UFC • Luiz Wilson Lima Verde/UFC • Marcelo de Oliveira Teles de Menezes/IFTCE/UFC • Marcelo Freire Moro/UNICAMP • Maria Iracema Bezerra Loiola/UFC • Marta Maria de Almeida Souza/URCA • Nathan Pinheiro Silva/UFC • Roberta Boscaini Zandavalli/UFC • Sebastião Medeiros Filho/UFC Apoio Financeiro: ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Ficha catalográfica Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioteca de Ciências e Tecnologia Nogueira, Francisco Carlos Barboza. N712p Produção de mudas de espécies arbustivas e arbóreas nativas do semiárido: guia prático. / Francisco Carlos Barboza Nogueira; Sebastião Medeiros Filho; Maria Iracema Bezerra Loiola; Luiz Wilson; Lima-Verde; Wesley Araújo da Mota. Fortaleza: Gráfica Quadricolor, 2013. 41 p.: il. Color., enc. ; 21 cm. XCVBNDFSFFD Manual contendo o conhecimento técnico gerado no Laboratório de Análise de Sementes (LAS), Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2013. 1. Mudas florestais 2. Viveiros florestais 3. Sementes Florestais. I. Mota, Wesley Araújo da. II. Medeiros Filho, Sebastião. III. Título. CDD 634.92 Francisco Carlos Barboza Nogueira. Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Ceará (1983), mestrado em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas) pela Universidade Federal do Ceará (1991), doutorado em Ecologia e Recursos Naturais/UFC em 2012. Trabalha como analista ambiental no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Atualmente, está prestando serviço no Laboratório de Análise de Sementes – LAS do Departamento de Fitotecnia da UFC, através de um termo de cooperação técnica entre IBAMA e UFC. Tem experiência na área de germinação de sementes de espécies da caatinga e em manejo de espécies arbóreas da caatinga, no Nordeste semiárido brasileiro. E-mail: fcbarbozanogueira@hotmail.com Sebastião Medeiros Filho. Graduado em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal Rural do Semiárido (1978), mestrado (1992) e doutorado (1995) em Agronomia (Fitotecnia) pela Universidade Federal de Lavras. Atualmente é Professor Associado IV da UFC (Graduação: Agronomia e Pós-Graduação: Programas de Fitotecnia e Ecologia e Recursos Naturais), esteve na função de Diretor de Centro de Ciências Agrárias/UFC (10/2003-10/2011). Foi Editor-chefe da Revista Ciência Agronômica; atualmente é membro do Conselho Editorial da Revista Caatinga (UFERSA) e do Comitê de Administração da FUNCEME. Trabalha com sementes de espécies nativas da Região Nordeste, sendo líder do Grupo de Pesquisa /CNPq Tecnologia de Sementes. E-mail: filho@ufc.br Maria Iracema Bezerra Loiola. Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Ceará (Bacharelado 1989; Licenciatura 1990), mestrado em Biologia Vegetal pela Universidade Federal de Pernambuco (1995) e doutorado em Botânica pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (2001). Atualmente é Professora Associada II da Universidade Federal do Ceará. Atua em atividades de ensino, pesquisa e administração. De março/2002 a dezembro/2009 esteve vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde foi uma das responsáveis pela elaboração da proposta de inserção da UFRN na rede do Programa Regional de Pós- graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA), do qual foi a primeira vice-coordenadora no período de agosto/2004 a agosto/2007. Foi curadora do Herbário UFRN no período de abril/2002 a janeiro/2009 e responsável pelo registro deste no Index Herbariorum e como Fiel SOBRE OS AUTORES Depositário. A partir de janeiro/2009 foi redistribuída para a Universidade Federal do Ceará, onde foi coordenadora do Curso de Graduação em Ciências Biológicas (Licenciatura e Bacharelado) no período de outubro/2010 a outubro/2012. Desde fevereiro/2009 está como curadora do Herbário EAC. Na pesquisa, atua na área de Botânica e Fitogeografia, com ênfase nos seguintes temas: Taxonomia de fanerógamas, Florística, Padrões de distribuição das espécies e Etnobotânica. Está vinculada a dois Programas de Pós-graduação: Ecologia e Recursos Naturais e Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA). E-mail: iloiola@yahoo.com.br Luiz Wilson Lima-Verde. Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Ceará (1970), especialização em Fitotecnia pela Universidade Federal do Ceará (1982), especialização em Botânica pela Universidade Federal do Ceará (1992), mestrado em Biologia Vegetal (A subtribo Laeliinae (Orchidaceae) na serra de Maranguape, Ceará, Brasil) pela Universidade Federal de Pernambuco (2004) e doutorado em Zootecnia (Recursos melissofaunísticos do maciço de Baturité, Ceará, Brasil – diversidade e potencialidade zootécnica) pela Universidade Federal do Ceará (2011). Engenheiro Agrônomo da Universidade Federal do Ceará (Departamento de Biologia) trabalhando com pesquisas nas áreas de Taxonomia e Florística de Fanerógamas. Presta assessoria ao Departamento de Zootecnia (Setor de Apicultura) no estudo e manejo das abelhas sem ferrão (Meliponina). E-mail: limaverdelw@yahoo.com.br Wesley Araújo da Mota. Estudante de graduação do curso de Agronomia na Universidade Federal do Ceará (UFC), com estudos realizados nas áreas de Manejo e Conservação do Solo, Mecanização Agrícola e Produção e Beneficiamento de Sementes de espécie nativa. Atualmente é bolsista do programa de Iniciação Científica no Laboratório de Investigação de Acidentes com Máquinas Agrícolas (LIMA), realizando estudos sobre segurança do trabalhador no campo, prevenção de acidentes com máquinas agrícolas e ergonomia.E-mail: agronomowesley@gmail.com SUMÁRIO Apresentação.................................................................................. Introdução...................................................................................... Planejamento de coleta de sementes ............................................. Colheita de sementes ..................................................................... Beneficiamento de sementes ......................................................... Secagem de sementes .................................................................... Tipos de embalagens e armazenamento de sementes Dormência de sementes ................................................................ Germinação de sementes ............................................................... Produção de mudas por sementes e recipientes............................. Substratos e enchimento de recipientes ......................................... Semeadura ..................................................................................... Viveiro de mudas ........................................................................... Rustificação ................................................................................... Ficha técnica de algumas espécies nativas Referências Anexo A Anexo B .................................... Angico-preto Angelim, catanduva Catingueira Copaíba, pau-d’óleo Cumaru, imburana de cheiro Ipê-roxo, pau-d’arco-roxo Jatobá Jucá, pau-ferro Mirindiba Mulungu Pajeú Pau-mocó Pau-violeta, violete Sabonete ............................................................................. ................................................................. ............................................................................... ................................................................. .................................................... ........................................................ ........................................................................................ .......................................................................... .................................................................................. ................................................................................... ......................................................................................... .................................................................................. .................................................................. ................................................................................... .................................................................................... ........................................................................................ ........................................................................................ I. II. III. IV. V. VI. VII. VIII. IX. X. XI. XII. XIII. XIV. XV. .................... 09 11 12 15 17 19 20 23 24 25 27 28 29 31 32 32 32 33 33 34 34 35 35 36 36 37 37 38 38 39 40 43 Este manual tem a finalidade de apresentar um protocolo sobre germinação e produção de mudas de espécies do semiárido presentes em Unidades de Conservação Federais do estado do Ceará, como parte das atividades do projeto: Efetividade de UC's Federais do estado do Ceará na conservação biológica do semiárido brasileiro, financiado pelo ICMBio/CNPq. Reúne o conhecimento técnico gerado no Laboratório de Análise de Sementes – LAS pertencente ao Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará – UFC para obtenção de mudas de plantas nativas através de sementes. Este manual também inclui lista de espécies arbustivas e arbóreas com seus respectivos períodos de floração e frutificação presentes nas UC's Parque Nacional de Ubajara - PARNA Ubajara e Estação Ecológica de Aiuaba - ESEC Aiuaba com o objetivo de subsidiar os gestores na coleta de sementes e produção de mudas para incentivo à arborização urbana e viveiros educativos municipais. Os resultados apresentados neste manual incluem a aplicação de diferentes tratamentos pré-germinativos em sementes de espécies arbustivas e arbóreas para o estabelecimento de protocolo de germinação e vigor de plântulas de espécies nativas das áreas núcleo e entorno das Unidades de Conservação PARNA Ubajara e ESEC Aiuaba, ambas no estado do Ceará. Também foram incluídos, com base em literatura, os procedimentos básicos para coleta, beneficiamento, arma- zenamento de sementes, instalação e operacionalização de viveiros de plantas, com fins educativos. A ideia de se implantar viveiros educativos é que eles sejam utilizados como instrumentos de transformação da sociedade, repre- sentando um espaço de aprendizagem que estimule o cidadão a plantar árvores nativas. I. APRESENTAÇÃO Fruto do pereiro (Aspidosperma pyrifolium Mart.) Foto: Carlos Barboza Floração do angico-preto (Anadenanthera colubrina var. cebil (Vell.) Brenan) Foto: Carlos Barboza 09 A criação desses viveiros poderá auxiliar comunidades rurais e urbanas, instituições públicas e privadas, escolas e associações comunitárias a promoverem ações em benefício do bem estar coletivo e ambiental através da reabilitação de áreas degradadas e da requalificação de áreas urbanas com o uso da arborização. Esses procedimentos trarão também como benefício a revitalização da fauna silvestre local, onde se destacam principalmente os polinizadores, como abelhas, vespas, pássaros e morcegos. O sucesso da produção de mudas de plantas nativas depende de um conjunto de técnicas que devem ser sugeridas. Por isso, a disponibilização de informações essenciais para professores de escolas municipais, educadores ambientais, gestores de unidades de conservação, gestores municipais e produtores rurais poderá auxiliar na solução de problemas técnicos na produção de mudas de espécies nativas. Flor do Pacotê (Cochlospermum vitifolium (Willd.) Sandwith) Foto: Carlos Barboza 10 As boas práticas de produção de mudas juntamente com a divulgação de ações de caráter educativo nas escolas municipais e demais instituições presentes nos municípios são boas ferramentas para ajudar nas ações educativas de conservação ambiental e na restauração de áreas desmatadas de modo ilegal. O primeiro passo para se produzir mudas ou executar qualquer atividade relacionada com sementes e mudas é montar a estrutura mínima que sirva de modelo para ser multiplicada nas escolas e comunidades locais. Após cumprida essa etapa, o passo seguinte é determinar a quantidade necessária de mudas a produzir e a época certa para a coleta de sementes. Caso essa etapa não seja bem planejada, a falta de sementes irá comprometer todas as atividades subsequentes e o futuro do empreendimento estará seriamente inviabilizado. Por isso, o bom planejamento para a coleta de sementes a partir do conhecimento da época de reprodução das plantas é a garantia de resultados satisfatórios. A produção de mudas de árvores e arbustos depende do conhecimento das técnicas de manejar e operar viveiros. Neste manual serão abordados os passos necessários à produção de mudas, cujas etapas são as seguintes: • planejamento de coleta de sementes; • colheita de sementes; • beneficiamento de sementes; • secagem de sementes; • tipos de embalagens e armazenamento de sementes; • dormência de sementes; • germinação de sementes; • produção de mudas por sementes e recipientes; • substratos e enchimento de recipientes; • semeadura e viveiro de mudas; • rustificação e ficha técnica das espécies. II. INTRODUÇÃO Foto: Carlos Barboza Mudas de Crateva Trapia L., em viveiro 11 Nesse caso, devem-se percorrer outras localidades para se atingir a quantidade desejada de árvores de uma determinada população. Aconselha- se a coleta de semente em pelo menos 10 a 15 indivíduos (árvores ou arbustos) por espécie, que passarão a ser consideradas as matrizes a serem utilizadas nesse processo de planejamento de coleta. Esse número é razoável quando se trata de sementes coletadas para restauração de áreas degradadas. Neste caso, o importante é garantir uma boa variabilidade genética entre os indivíduos de cada espécie dessas novas áreas em recuperação. Assim se evitam cruzamentos entre parentes muito próximos na fase adulta e se tem aumentada a probabilidade de sucesso do plantio (Davide e Silva, 2008). A produção de mudas também pode ocorrer em viveiros municipais e viveiros educativos para serem utilizadas na arborização urbana e em programas de educação ambiental como, por exemplo, o dia da árvore. Nesse caso, devem-se escolher árvores que ofereçam sombra e frescor, flores e frutos que embelezem a cidade com formas e cores e que possam atrair animais nativos, como pássaros. A escolha de mudas com essa finalidade deve ser bem planejada, pois a presença de árvores na cidade além de proporcionar melhor qualidade de vida irá preencher diferentes espaços locais, tais como: áreas que acompanham o sistema viário (calçadas e canteiros centrais de avenidas), áreas verdes públicas (praças e parques) e áreas verdes particulares (quintais, jardins além de pequenas chácaras urbanas). Para a colheita de sementes de espécies nativas deve existir uma etapa reservada para uma vistoria prévia na área fonte de sementes, preferencialmente com condições ambientais (solo, altitude, precipitação pluviométrica) similares às da área a ser plantada. Essa vistoria servirá, entre outros, para contatar com moradores da zona rural que conhecem os nomes populares das plantas, para escolher e marcar árvores-matrizes, observar período de floração e período de colheita dos frutos maduros. Os moradores da zona rural que melhor conhecem as plantas são os que trabalham em atividades de extração de madeira/lenha e preparo da terra para o plantio. Para a maioria das espécies arbóreas e arbustivas presentes no entorno e nas áreas núcleo das Unidades de Conservação Parque Nacional de Ubajara e Estação Ecológica de Aiuaba, o melhor período de produção de frutos/sementes e colheita das sementes se concentra no final do período chuvoso, geralmente de junho a setembro. Há algumas espécies que III. PLANEJAMENTO DE COLETA DE SEMENTES 12 III. PLANEJAMENTOproduzem frutos/sementes logo após os primeiros dois meses de chuvas e outras que frutificam durante o período seco. A produção pode variar entre anos dependendo da época em que se iniciam as chuvas e também da quantidade de chuvas. É importante nessa vistoria, se possível, levar um aparelho GPS para registrar as coordenadas geográficas de algumas árvores potencialmente produtoras de sementes. No caso de coletas em Unidades de Conservação Federais, por serem regidas por legislação federal, há que existir uma solicitação formal para a coleta de sementes. Com o advento da Lei 9.985, de 18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidade de Conservação – SNUC essas UC's foram agrupadas na categoria de manejo de uso indireto. As Unidades de Conservação de uso indireto são aquelas onde estão totalmente restringidos a exploração ou o aproveitamento dos recursos naturais, admitindo-se apenas o aproveitamento indireto dos seus benefícios. São identificadas como Unidades de Proteção Integral. A licença para a coleta de sementes deve ser previamente requerida ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade no seguinte endereço eletrônico: http://www.icmbio.gov.br/portal/servicos/autorizacao-para- licenciamento.html. Identificadas as áreas degradadas seja no entorno e nos núcleos das UC's, seja na restauração de áreas de preservação permanente (encostas de serras, margem de rios e riachos) ou de áreas de extração de minérios, essas devem ser incluídas no rol de prioridades com a finalidade de restauração. Para se estimar a demanda de sementes por espécie a ser utilizada na recomposição da vegetação nativa se tomará como exemplo a quantidade de mudas caso o plantio fosse exclusivamente com a espécie Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz (catingueira), conforme exemplo mostrado na Tabela 1. Na prática, será utilizado o procedimento proposto por Medeiros e Nogueira (2006), com modificações, para a restauração da área de um (01) hectare localizada no entorno da Estação Ecológica de Aiuaba. 13 14 Libidibia ferrea 2,5 m x 2,5 m 1.600 20 320 1.600 + 320 = 1.920 50% 2.880 65% 2.880 x (100 – 65)/65 = 1.551 2.880 + 1.551 = 4.431 5.803 4.431/5.803 = 0,76 kg. 1. Espécie 2. Plantas por hectare visando ao plantio definitivo a) espaçamento entre mudas b) número de mudas por hectare c) replantio - porcentagem de replantio - quantidade de mudas para replantio d) necessidade total de mudas para plantio e) perdas, refugos e seleção no viveiro - estimativa de perdas e refugo - quantidade de mudas selecionadas para plantio f) porcentagem de germinação - número de sementes g) total de sementes a semear 3. Quantidade de sementes/kg 4. Quantidade de sementes por hectare No exemplo fictício apresentado, serão necessárias 760 g de sementes de Libidibia ferrea plantadas no espaçamento de 2,5 m x 2,5 m para a área de um hectare. Outros exemplos podem ser aplicados utilizando-se o peso de mil sementes e a quantidade de mil sementes por quilograma da relação de espécies constantes no item XV deste manual. Para as que não estão presentes nessa relação, se faz necessário quantificar as variáveis em laboratório ou obter informações em revistas especializadas. Tabela 1 – Estimativa da demanda de sementes de Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L. P. Queiroz necessárias para plantar numa área de 1ha no entorno da Estação Ecológica de Aiuaba, Ceará. IV. COLHEITA DE SEMENTES A recomendação geral é que os frutos devem ser colhidos diretamente na copa das árvores. Caso não seja possível, podem-se coletar os frutos caídos no chão, mas tendo o cuidado de escolher aqueles com aparência mais saudável e que visualmente estejam livres de pragas, fungos ou danificados. Atenção especial deve ser dada aos frutos secos que se abrem e liberam suas sementes quando estão maduros (frutos deiscentes). Recomenda-se que esses devem ser colhidos dias antes de suas sementes atingirem o ponto de maturidade fisiológica. Em geral, o ponto de maturidade fisiológica é diferente para cada espécie e varia em função da localidade e de ano para ano. Por isso, é importante a vistoria prévia para se ter certeza que a coleta ocorrerá no período de maior concentração de frutos maduros. Por ocasião da coleta, deixar parte dos frutos para alimentação da fauna nativa e para dispersão. Lembre-se que se no local tiver apenas 15 árvores de uma determinada espécie e anualmente forem colhidos todos os frutos para a produção de mudas, você estará contribuindo para a extinção da espécie no local. Não haverá sementes para alimentar a fauna nativa e nem para a produção de indivíduos novos. Frutos de árvores pequenas devem ser coletados com as mãos. Em árvores altas, o método mais recomendado é a utilização de tesoura de poda alta (podão) com cabo extensor. Utiliza-se a tesoura de poda alta para os galhos que não podem ser alcançados com as mãos ou, usa-se, também, balançar os galhos mais altos com cordas arremessadas com um peso em uma de suas pontas. As sementes devem ser colhidas de árvores-mãe que não estejam muito próximas de outra da mesma espécie, visando reduzir o grau de parentesco ou mesmo para Colheita de frutos com tesoura de poda com cabo extensor (podão) Foto: Carlos Barboza 15 se evitar coletar da mesma árvore quando se tratar de clone/rebrota. Por isso é recomendável que a coleta de frutos entre árvores da mesma espécie estejam espaçadas a uma distância razoável de 30 a 100 metros. Nos Anexos A e B, consta lista de espécies arbustivas e arbóreas com o respectivo período de floração e frutificação registradas nas áreas núcleos e no entorno do Parque Nacional de Ubajara e da Estação Ecológica de Aiuaba. 16 V. BENEFICIAMENTO DE SEMENTES O beneficiamento de sementes nativas para fins de restauração da vegetação, arborização urbana e viveiros educativos é bem simples e visa garantir a integridade física e qualidade fisiológica das sementes. Suas operações básicas são o descascamento, despolpa, secagem e limpeza. O método a ser adotado irá depender do tipo de fruto. Os frutos devem ser colocados, preferencialmente, em uma peneira com malha de preferencialmente de metal, por ser mais resistente, e amassados com as mãos para a retirada da polpa (despolpa). A separação das sementes é feita em água corrente. As sementes devem permanecer totalmente livres da polpa para evitar o ataque de fungos e o consequente apodrecimento. Especifica-mente para as sementes de frutos de mirindiba, a adição de cal virgem acelera o processo de retirada da polpa através da maceração dos frutos sobre a peneira. Nesse caso, o operador deve utilizar luvas plásticas e as sementes devem ser bem lavadas em água corrente. Esses tipos de frutos devem ser coletados ainda com um grau de umidade elevado (maduros), pois se secarem ainda ligados à planta-mãe correm o risco de liberarem suas sementes no chão, dificultando a coleta. Os frutos devem ser retira- dos e postos para secar em estufa (40 a 60 ºC) ou sobre uma lona a sol pleno para que liberem as sementes. Frutos de catingueira se enquadram nessa categoria. Para esses frutos, o beneficiamento de suas sementes é realizado 5.1. Frutos carnosos 5.2. Frutos secos deiscentes 5.3. Frutos secos indeiscentes Fruto seco deiscente de catingueira (Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L. P. Queiroz) Foto: Carlos Barboza Frutos carnosos de mirindiba (Buchenavia tetraphylla (Aubl.) Howard) Foto: Carlos Barboza 17 manualmente ou com o auxílio das ferramentas martelo, facas, canivetes e tesouras. Deve-se ter o cuidado de não danificar as sementes por ocasião de sua extração do fruto. Espécies que apresentam frutos com essa característica são o angico, tamboril e jucá. Todas as sementes após serem extraídas dos frutos devem passar por um processo de limpeza que consiste na retirada de materiais indesejáveis (restos de polpa, casca) através de peneiras e ou catação manual. Frutos secos indeiscentes de jucá (Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz) Foto: Carlos Barboza Foto: Carlos Barboza Foto: Carlos Barboza Frutos secos indeiscentes de pau-violeta (Dalbergia cearensis Ducke) Frutos secos indeiscentes de pau-mocó (Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke 18 VI. SECAGEM DE SEMENTES A secagem tem por objetivo baixar o teor de água das sementes para que elas suportem um período prolongado de armazenamento sem perdas significativas da germinação e vigor. A secagem pode ser realizada ao ar livre sob pleno sol, dentro de galpões ou em câmaras de secagem. A secagem natural é aquela que acontece pela ação do calor do sol e do vento na planta-mãe após a maturidade fisiológica ou em terreiros forrados com lonas ou cimentados, e em bandejas distribuídas em balcões suspensos. Nesse método, as sementes devem ser protegidas por lonas da umidade noturna e das chuvas ocasionais ou recolhidas para um abrigo coberto. É um método muito simples, de baixo custo, porém lento quando comparado ao método artificial. A secagem artificial geralmente ocorre em estufa com temperatura de 30 a 45ºC. O ar aquecido remove a quantidade de água das sementes dispostas em bandejas suspensas em prateleiras. Como as sementes permanecem paradas nas bandejas, recomenda-se o seu revolvimento a cada dois dias até atingirem o grau de umidade desejada. Secagem natural de sementes pela ação do vento e energia do sol. Foto: Wesley Mota Estufa para secagem artificial de sementes. Foto: Carlos Barboza 19 VII. TIPOS DE EMBALAGENS E ARMAZENAMENTO DE SEMENTES As embalagens para armazenar sementes são muito diversas. Os tipos mais comuns são: • As Permeáveis: como sacos de papel, sacos de pano que permitem o contato das sementes com a umidade e não as protegem contra o ataque de pragas, principalmente, insetos. • As semi-permeáveis: como os sacos plásticos que não são totalmente herméticos. • As impermeáveis (não permitem o contato das sementes com a água): como os sacos trifoliados (polietileno+alumínio+polietileno), garrafas de vidro com tampa de borracha e latas de alumínio. As sementes colhidas e beneficiadas devem ser armazenadas caso não sejam imediatamente utilizadas para o plantio. As sementes da maioria das espécies mantém sua viabilidade germinativa quando mantidas em um ambiente seco e frio. O armazenamento nessas condições garante ao embrião manter o seu estado de inatividade através da redução de sua taxa respiratória. Câmara fria para armazenamento de sementes, exterior (dir.) e interior (esq.). Fotos:Carlos Barboza 20 VII. TIPOS DE EMBALAGENS E ARMAZENAMENTO DE SEMENTESPara o ideal armazenamento de sementes deve-se conhecer seu comportamento quanto aos limites tolerados de perda de água. Quanto à capacidade de armazenamento, as sementes, conforme Medeiros (2001) podem ser divididas em três grupos: São aquelas tolerantes à desidratação que podem ter seu teor de água reduzido entre 5 e 7% (base úmida), sem perderem a viabilidade. Permanecem viáveis por um longo tempo desde que sejam armazenadas em baixas temperaturas. Devem ser armazenadas em câmara fria sob temperatura que deve variar entre 5 a 8ºC. A maneira mais recomendável de armazenar esse tipo de sementes em condições naturais é guardá-las em garrafas plásticas tipo PET e mantê-las em local seco e livre da luz solar. São aquelas sensíveis à desidratação. São sementes que se desprendem da planta-mãe com elevado teor de água ao final da maturação e morrem quando o grau de umidade é reduzido a nível crítico (15 a 50%). Essa categoria de sementes não permanece viável quando armazenada a temperaturas negativas e, conforme a espécie pode perder a viabilidade em temperatura de 10 a 15ºC (Medeiros, 2001). As sementes recalcitrantes devem ser coletadas, beneficiadas e plantadas de imediato, pois perdem sua viabilidade muito rápida. São aquelas que toleram moderadamente a desidratação até 10 – 12% de umidade (base úmida) e temperaturas de armazenamento abaixo de 15ºC podem acarretar prejuízos na sua viabilidade. Quando não for possível ter câmara fria, a maneira mais fácil de armazenar esse tipo de sementes é, conforme recomendam Davide e Silva (2008), a seguinte: deixar as sementes 7.1. Sementes ortodoxas 7.2. Sementes recalcitrantes 7.3. Sementes de comportamento intermediário Armazenamento de sementes intermediárias Sementes armazenadas em garrafa PET. Foto: Carlos Barboza Foto: Carlos Barboza 21 secarem à sombra até atingir cerca de 10-12% de umidade (não deixar ficar muito seca) e guardá-las em embalagem permeável, como saco de papel e armazená-las na geladeira. 22 VIII. DORMÊNCIA DE SEMENTES A dormência de sementes pode ser compreendida como o estágio do ciclo de vida das plantas onde há ausência temporária da capacidade de germinação. Para germinar, as sementes necessitam de condições favoráveis de oxigênio, água, temperatura adequada e, para determinadas espécies, a luz. A dormência se caracteriza pela não germinação de sementes viáveis na presença dessas condições favoráveis. Essa estratégia evolutiva dos vegetais com sementes possibilita o estabelecimento de muitas espécies vegetais nos mais variados ambientes. Permite que os vegetais sobrevivam às adversidades temporárias, onde a plântula ao emergir do solo teria dificuldades de se estabelecer, crescer e se tornar uma planta adulta. No entanto, na produção de mudas com o objetivo de recomposição da vegetação, da arborização urbana e de viveiros educativos, a dormência torna-se um obstáculo e há necessidade de superá-la. A superação ou quebra da dormência favorece a uniformidade na germinação das sementes e a emergência das mudas nos viveiros ocorre mais rápida e de tamanhos uniformes. A maioria das espécies presentes no Parque Nacional de Ubajara e na Estação Ecológica de Aiuaba possui dormência física causada pela impermeabilidade do tegumento (casca) à entrada d'água. Os métodos mais utilizados para esse tipo de dormência são a raspagem da casca (escarificação mecâni- ca), escarificação ácida (as sementes são imersas em ácido sulfúrico concentrado, sob tempos diferentes, conforme as características de cada espécie) ou a imersão em água quente (80ºC), em diversos tempos. Escarificação mecânica com lixa para quebra da dormência. Foto: Wesley Mota Sementes dormentes de mirindiba ((Buchenavia tetraphylla (Aubl.) Howard) Foto: Carlos Barboza 23 IX. GERMINAÇÃO DE SEMENTES A germinação ocorre quando o embrião retoma seu crescimento, movido pela embebição de água (a semente incha, aumenta de volume) e ativação de enzimas, o embrião rompe a casca e dá origem a uma plântula. Para que isso ocorra, a semente deve está viável, sem dormência e encontrar as condições favoráveis ao seu desenvolvimento, como nutrientes/substrato adequado, água, oxigênio e temperatura. Assim poderá estabelecer uma nova planta. Para um viveirista ou produtor de mudas a germinação ocorre quando a plântula emerge do substrato e se pode notar a emissão das primeiras folhas. Plântulas com suas estruturas essenciais completas (raiz primária, hipocótilo, cotilédones, epicótilo e plúmula) terão maior chance de se estabelecer e formar uma planta de qualidade no campo. Plântula de pau-mocó (Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke) Plântula completa de pau-violeta (Dalbergia cearensis Ducke) Fotos: Carlos Barboza 24 X. PRODUÇÃO DE MUDAS POR SEMENTES E RECIPIENTES Em geral, as espécies arbóreas e arbustivas nativas possuem germinação irregular, por isso recomenda-se que sejam semeadas diretamente em sacos plásticos ou tubetes do que semeá-las diretamente no campo. Recomenda-se semear entre 2 a 3 sementes por sacos ou tubetes. Após 15 a 25 dias da germinação, deve-se remover as plântulas (desbaste) em excesso, deixando somente uma plântula por recipiente para prosseguir seu desenvolvimento. Deve-se levar em conta que o tipo de recipiente para as mudas deve ser aquele que suporte adequadamente o melhor crescimento das mudas e permita o desenvolvimento das raízes. Os recipientes mais comuns utilizados para produção de mudas são os sacos plásticos e os tubetes. Existem, no mercado, diversos tamanhos de sacos plásticos que são usados para a produção de mudas. Pode-se também fazer uso de garrafas tipo PET de 1,5 a 2 litros, cortadas ao meio e perfuradas na base (fundo) para possibilitar a saída do excesso de água. O importante na escolha do tamanho ideal é saber dimensionar o tamanho para cada tipo de muda. Deve-se lembrar que um saco muito grande consome muito substrato enquanto, num muito pequeno, as raízes da plântula atingem mais rapidamente o fundo do saco. O importante na escolha do recipiente é saber escolher o tipo certo para cada espécie a ser cultivada e saber quantificar o tempo em que a muda irá permanecer no viveiro, ou seja, armazenadas até o devido plantio. Algumas espécies da caatinga e do cerrado possuem xilopódios. Para essas espécies se aconselha utilizar sacos maiores, com capacidade de 2 litros (Davide e Silva, 2008). As vantagens do sistema de produção de mudas em sacos plásticos é o menor custo inicial. Como forma educativa e sem custos, os professores de escolas municipais podem incentivar os alunos através de gincanas para conseguir juntar Produção de mudas em sacos plásticos. Foto: Carlos Barboza 25 garrafas tipo PET e montar um viveiro na escola. As desvantagens de produção de mudas em sacos plásticos, conforme Davide e Silva (2008) são: enovelamento de raízes, maior dificuldade no manejo dos viveiros devido à necessidade de rodízio periódico das mudas no viveiro Os tubetes plásticos apresentam afunilamento na porção final, são vendidos em diferentes dimensões e possuem saliências internas que direcionam as raízes e evita o seu enovelamento. Os tubetes mais utilizados para a produção de mudas de espécies arbustivas e arbóreas têm 3capacidade de 50 a 180 cm (Davide e Silva, 2008). As vantagens no uso dos tubetes são as seguintes: utilização de menor quantidade de substrato, melhor formação do sistema radicular por possuírem raias internas, facilita a retirada das mudas para o plantio, ocupa menos espaço no viveiro (Hoppe, 2004). Os tubetes apre- sentam como desvantagens: neces- sidade de irrigação das mudas com maior frequência devido à menor quantidade de substrato que eles suportam, adubação mais frequente para suprir as necessidades das mudas e para compensar a lixiviação de nutrientes causada pelas frequentes irrigações (Hoppe, 2004). Quando a produção de mudas for pequena, recomenda-se reaproveitar garrafas PET como recipientes. Esses recipientes são muito resistentes, podem ser obtidos junto a coletores de lixo reciclável e também se evita que esse material participe da poluição do meio ambiente. Produção de mudas em tubetes. Foto: Carlos Barboza 26 XI. SUBSTRATOS E ENCHIMENTO DE RECIPIENTES O substrato ideal para a produção de mudas deve ser aquele que apresente uma estrutura areno-argilosa. Um substrato muito argiloso dificulta o desenvolvimento das raízes e um muito arenoso tem pouca capacidade de retenção de água. Para Hoppe (2004), um bom substrato deve proporcionar um bom desenvolvimento das mudas além de ter as seguintes qualidades: estar livre de pragas e doenças, permitir um rápido enchimento dos recipientes, reter água adequadamente, ser nutritivo, permitir aeração adequada para o desenvolvimento das raízes, ter baixo custo e ser obtido com regularidade e facilidade. Como forma educativa e de baixo custo para a produção de viveiros nas escolas, pode-se também usar amostras dos primeiros três centímetros do solo do local onde foram coletadas as sementes. Substrato simples e de fácil preparo é o composto formado por areia de rio peneirada com peneira de malha fina, barro e esterco de gado curtido (esterco envelhecido, curado ou compostado), bagana de carnaúba ou adubo orgânico na proporção de 1:1:1. Caso o produtor faça opção pelo adubo orgânico, deve reservar um local apropriado para produzi-lo. Geralmente, para a produção de adubo orgânico se utiliza restos de culturas, galhos de árvores, folhas que ficam em decomposição na área de compostagem. Deve ser reservada uma área para armazenar esses três componentes (areia de rio peneirada, barro e esterco) em espaços separados. Para realizar a mistura dos três componentes na proporção indicada, deve-se reservar outra área que pode ser um galpão ou terreiro com piso de cimento. Após a mistura dos componentes, devem-se encher os sacos plásticos com auxílio de pá de jardineiro ou outra ferramenta similar. Mistura do substrato e transporte em carro de mão para enchimento dos recipientes. Foto: Carlos Barboza 27 XII. SEMEADURA Após o enchimento dos sacos ou tubetes, a semeadura deve ser realizada de forma direta nos recipientes. O recomendável é que se faça a colocação de duas sementes no centro do recipiente a uma profundidade de 1 cm e em seguida cubra as sementes com uma porção de areia fina. Quando ocorrer das duas sementes germinarem, após 15 a 25 dias realizar o raleio deixando apenas uma muda por recipiente. Para estimativa de custos com a mão de obra, um homem pode fazer a semeadura direta em 1.800 a 2.000 secos ao dia. Para definir o momento ideal de semeadura no viveiro deve ser considerada a época da estação chuvosa onde as mudas serão levadas para o plantio definitivo. Por isso, se deve fazer um bom planejamento para se levar as mudas para o campo com uma altura adequada e na ocasião onde elas possam aproveitar o maior período de chuvas. Esse cuidado é particularmente importante para o semiárido brasileiro onde as chuvas são incertas e irregulares no espaço e no tempo. Exemplos de semeadura: em sacos plásticos (acima); em bandejas germinadoras (dir.). Fotos: Carlos Barboza 28 XIII. VIVEIRO DE MUDAS Viveiro de mudas é o conjunto formado de local e instalações apropriadas para a produção e abrigo de mudas até elas serem destinadas ao plantio definitivo no campo. O tipo e características do viveiro, se permanente ou temporário, se rústico ou construído com material de custo elevado, irá depender do objetivo fim. Se o desejo for produzir pequena quantidade de mudas com a finalidade de formar um bosque, por exemplo, nesse caso deve-se optar por um viveiro temporário e rústico. Caso, o objetivo seja produzir mudas para restaurar áreas degradadas, arborização urbana de grandes cidades e viveiros educativos, poderá ser feita a opção por viveiros permanentes e com acabamento mais elaborado. Qualquer que seja o tipo de viveiro que for escolhido, algumas instalações são recomendáveis: caixa d'água para as necessidades diárias de irrigação, galpão aberto ou um espaço ventilado para beneficiar sementes, preparar substrato, encher recipientes, canteiros som- breados com palha, sombrite, ripado de madeira ou bambu para o desen- volvimento inicial das mudas. Para pro- dução de mudas com fins comerciais, recomenda-se ao produtor procurar um construtor da localidade para fazer um orçamento do viveiro que deseja instalar e uma empresa especializada em irrigação para quantificar o conjunto de irrigação. O local do viveiro deve, preferencialmente, ser de fácil acesso, próximo á fonte de água e que permita a realização dos tratos culturais com facilidade. Na condução das mudas no viveiro as seguintes práticas culturais devem ser observadas: irrigação ou aguação, desbaste, controle de ervas espontâneas, controle de pragas e doenças, adubação, rodízio das mudas e aclimatação. As mudas não podem passar muito tempo no viveiro, pois correm o risco de enovelar as raízes e de desenvolverem a parte aérea em detrimento do sistema radicular. Essas são condições de estresses que podem Canteiro para mudas de alvenaria de tijolo (20m x 1m). Foto: Carlos Barboza 29 Telado simples de madeira serrada para sombreamento de mudas. Foto: Carlos Barbosa Casa de vegetação de estrutura metálica para produção de mudas. Foto: Carlos Barbosa 30 sujeitar as mudas à ação de pragas e doenças. O viveiro pode ser construído para ter sombreamento natural ou artificial. A condição de sombreamento natural pode ser obtida sob uma árvore frondosa, para isso, a área embaixo da árvore deve ser bem limpa. A vantagem desses viveiros está no seu baixo custo de instalação. Por outro lado, as desvantagens nesse tipo de viveiro são a desuniformização do sombreamento, os danos com chuvas fortes e de não se ter um maior controle da área pela própria distribuição das mudas sob a árvore. Para minimizar esses inconvenientes, os canteiros devem ser bem organizados de forma a facilitar os tratos culturais e o movimento das pessoas que estão produzindo as mudas. O sombreamento artificial pode ser obtido com uma estrutura principal em coluna feita de alvenaria, ou com madeira de serraria de 3,0 metros, estacas de sabiá, estipe de carnaúba fixados no chão (60 cm) a um espaçamento de 3 metros entre si. A altura do canteiro sombreado poderá ser de 2,40 metros. A cobertura poderá ser feita com telado de sombrite a 50% de sombra, para espécies de floresta úmida e de cerca de 25% para espécies da caatinga, ou com ripas de madeira ou bambu. Qualquer que seja o material da cobertura, o importante é que o sombreamento inicial permita a passagem de 50% ou 25% da luz do sol. XIV. RUSTIFICAÇÃO Mudas produzidas em viveiros estão condicionadas a um ambiente artificial que dispões de condições adequadas de umidade e luz. Por isso, antes de enviá-las para o local de plantio definitivo, elas devem ser submetidas a um período de aclimatação (rustificação) para se ajustarem a nova condição ambiental que irão encontrar no campo. Duas semanas antes das mudas irem para o campo, a irrigação ou aguação deve ser reduzida para a apenas uma vez ao dia. Deve ser realizada a poda naquelas mudas que apresentam raízes que furaram os sacos e que se encontram expostas. Deve-se também fazer com que as mudas recebam um maior nível de luz. O ideal é retirar a tela de sombrite ou as cobertas de madeira ou palha, nas primeiras horas do dia onde as temperaturas são mais amenas e a luz solar pouco intensa. Rustificação de mudas de espécies nativas Foto: Carlos Barbosa 31 XV. FICHA TÉCNICA DE ALGUMAS ESPÉCIES NATIVAS ANGICO-PRETO 1. Nome científico: Anadenanthera colubrina var. cebil (Griseb.) Altschul 2. Tipo de vegetação: caatinga, floresta seca 3. Floração: out-dez (ver anexo A) e nov-jan (anexo B) 4. Frutificação (época de colheita): dez-mar (anexo A) e jan-abr (anexo B) 5. Tipo de fruto: seco deiscente 6. Peso de 1.000 sementes: 92,27 gramas 7. Nº de sementes por kg: 10.837 8. Dormência: não 9. Pré-tratamento: nenhum 10. Percentagem de germinação (%G): 96 11. Germinação (dias): a)Início: 3 b)Fim: 11 c)Duração: 9 12. Armazenamento e dessecação: sementes ortodoxas 1. Nome científico: Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R.W. Jobson 2. Tipo de vegetação: carrasco 3. Floração: fev-jun (anexo A) 4. Frutificação (época de colheita): abr-set (anexo A) 5. Tipo de fruto: seco deiscente 6. Peso de 1.000 sementes: 39,81gramas (Pereira, 2011) 7. Nº de sementes por kg: 25.132 8. Dormência: sim 9. Pré-tratamento: H2SO4/10-15min, água quente (100ºC)/10-15min (Benedito et al., 2008) 10. Percentagem de Germinação (%G): 82 (Benedito et al., 2008) 11. Germinação (dias): a)Início: 5 b)Fim: 16 c)Duração: 12 12. Armazenamento e dessecação: sementes ortodoxas ANGELIM, CATANDUVA 32 CATINGUEIRA 1. Nome científico: Poincianella bracteosa (Tul.) L.P.Queiroz 2. Tipo de vegetação: caatinga 3. Floração: nov-dez/fev-jun (anexo A) 4. Frutificação (época de colheita): abr-set (anexo A) 5. Tipo de fruto: seco deiscente 6. Peso de 1.000 sementes: 237,00 gramas 7. Nº de sementes por kg: 4.218 8. Dormência: sim 9. Pré-tratamento: escarificação mecânica com lixa, H2SO4/15min 10. Percentagem de germinação (%G): 89 11. Germinação: a)Início: 4 b)Fim: 19 c)Duração: 16 12. Armazenamento e dessecação: sementes ortodoxas 1. Nome científico: Copaifera langsdorffii Desf. 2. Tipo de vegetação: floresta seca, floresta mesófila 3. Floração: jan-mai (anexo B) 4. Frutificação (época de colheita): mar-jul (anexo B) 5. Tipo de fruto: seco deiscente 6. Peso de 1.000 sementes: 460,00 gramas 7. Nº de sementes por kg: 2.174 8. Dormência: sim 9. Pré-tratamento: escarificação mecânica com lixa, H2SO4/10min 10. Percentagem de germinação (%G): 43 11. Germinação: a)Início: 11 b)Fim: 23 c)Duração: 13 12. Armazenamento e dessecação: sementes ortodoxas (Davide e Silva, 2008) COPAÍBA, PAU-D'ÓLEO 33 CUMARU, IMBURANA-DE-CHEIRO 1. Nome científico: Amburana cearensis (Allemão) A.C.Smith 2. Tipo de vegetação: caatinga, floresta seca 3. Floração: mai-ago (anexo A) 4. Frutificação (época de colheita): jul-set (anexo A) 5. Tipo de fruto: seco deiscente 6. Peso de 1.000 sementes: 594,88 gramas (Pereira, 2011) 7. Nº de sementes por kg: 1.681 8. Dormência: não 9. Pré-tratamento: nenhum 10. Percentagem de germinação (%G): 80 11. Germinação: a)Início: 9 b)Fim: 20 c)Duração: 12 12. Armazenamento e dessecação: sementes ortodoxas 1. Nome científico: Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos 2. Tipo de vegetação: caatinga; floresta seca 3. Floração: mai-jul (anexo A) e jun-ago (anexo B) 4. Frutificação (época de colheita): jul-set(anexo A) e ago-out (anexo B) 5. Tipo de fruto: seco deiscente 6. Peso de 1.000 sementes: 28,57 gramas 7. Nº de sementes por kg: 35.000 8. Dormência: não 9. Pré-tratamento: nenhum 10. Percentagem de germinação (%G): 85 11. Germinação: a)Início: 6 b)Fim: 18 c)Duração: 13 12. Armazenamento e dessecação: sementes ortodoxas (Davide e Silva, 2008) 34 JATOBÁ 1. Nome científico: Hymenaea courbaril L. 2. Tipo de vegetação: CA e FS floresta seca 3. Floração: mar-jul (anexo B) 4. Frutificação (época de colheita): jun-nov (anexo B) 5. Tipo de fruto: seco indeiscente 6. Peso de 1.000 sementes: 423,50 gramas (Pereira, 2011) 7. Nº de sementes por kg: 265 8. Dormência: sim 9. Pré-tratamento: escarificação mecânica com lixa, imersão em água fria por 12 a 24h (Sena e Gariglio, 2008) 10. Percentagem de germinação (%G): 100 11. Germinação: a)Início: 18 b)Fim: 22 c)Duração: 5 12. Armazenamento e dessecação: sementes ortodoxas (Davide e Silva, 2008) 1. Nome científico: Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz 2. Tipo de vegetação: caatinga 3. Floração: mai-set (anexo A) 4. Frutificação (época de colheita): jul-nov(anexo A) 5. Tipo de fruto: seco indeiscente 6. Peso de 1.000 sementes: 172,00 gramas 7. Nº de sementes por kg: 5.814 8. Dormência: sim 9. Pré-tratamento: escarificação mecânica com lixa, H2SO4/15min 10. Percentagem de germinação (%G): 65 11. Germinação: a)Início: 4 b)Fim: 15 c)Duração: 12 12. Armazenamento e dessecação: sementes ortodoxas JUCÁ, PAU-FERRO 35 MIRINDIBA 1. Nome científico: Buchenavia tetraphylla (Aubl.) R.A.Howard 2. Tipo de vegetação: floresta seca 3. Floração: set-nov (anexo B) 4. Frutificação (época de colheita): nov-mar (anexo B) 5. Tipo de fruto: carnoso 6. Peso de 1.000 sementes: 341,93 gramas 7. Nº de sementes por kg: 2.924 8. Dormência: sim 9. Pré-tratamento: escarificação mecânica com lixa 10. Percentagem de germinação (%G): 84 11. Germinação: a)Início: 42 b)Fim: 53 c)Duração: 12 12. Armazenamento e dessecação: sementes ortodoxas (Davide e Silva, 2008) 1. Nome científico: Erythrina velutina Willd. 2. Tipo de vegetação: caatinga, floresta seca 3. Floração: ago-out (anexo A) 4. Frutificação (época de colheita): out-dez (anexo A) 5. Tipo de fruto: seco deiscente 6. Peso de 1.000 sementes: 498,20 gramas (Pereira, 2011) 7. Nº de sementes por kg: 2.643 8. Dormência: sim 9. Pré-tratamento: escarificação mecânica com lixa, imersão em água fria por 12 a 24h (Sena e Gariglio, 2008) 10. Percentagem de germinação (%G): 88 11. Germinação: a)Início: 3 b)Fim: 18 c)Duração: 16 12. Armazenamento e dessecação: sementes ortodoxas (Davide e Silva, 2008) MULUNGU 36 PAJEÚ 1. Nome científico: Triplaris gardneriana Wedd. 2. Tipo de vegetação: floresta seca 3. Floração: mar-jun (anexo B) 4. Frutificação (época de colheita): mai-ago (anexo B) 5. Tipo de fruto: seco indeiscente 6. Peso de 1.000 sementes: 78,60 gramas (Pereira, 2011) 7. Nº de sementes por kg: 17.000 8. Dormência: não 9. Pré-tratamento: nenhum 10. Percentagem de germinação (%G): 81 11. Germinação: a)Início: 7 b)Fim: 16 c)Duração: 10 12. Armazenamento e dessecação: sementes ortodoxas (Davide e Silva, 2008) 1. Nome científico: Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke 2. Tipo de vegetação: caatinga 3. Floração: julho-agosto (anexo A) 4. Frutificação (época de colheita): set-nov (anexo A) 5. Tipo de fruto: seco indeiscente 6. Peso de 1.000 sementes: 480,68 gramas (Nogueira et al., 2012) 7. Nº de sementes por kg: 2.080 8. Dormência: não 9. Pré-tratamento: nenhum 10. Percentagem de germinação (%G): 96 11. Germinação: a)Início: 6 b)Fim: 10 c)Duração: 5 12. Armazenamento e dessecação: sementes ortodoxas PAU-MOCÓ 37 PAU-VIOLETA, VIOLETE 1. Nome científico: Dalbergia cearensis Ducke 2. Tipo de vegetação: caatinga, floresta seca 3. Floração: jan-fev (anexo A) e dez-jan (anexo B) 4. Frutificação (época de colheita): mar-jun(anexo A) e fev-jun(anexo B) 5. Tipo de fruto: seco indeiscente 6. Peso de 1.000 sementes: 58,50 gramas 7. Nº de sementes por kg: 17.094 8. Dormência: não 9. Pré-tratamento: nenhum 10. Percentagem de germinação (%G): 70 11. Germinação: a)Início: 3 b)Fim: 14 c)Duração: 12 12. Armazenamento e dessecação: sementes ortodoxas SABONETE 1. Nome científico: Sapindus saponaria L. 2. Tipo de vegetação: floresta seca 3. Floração: mai-jun (anexo A) 4. Frutificação (época de colheita): jul-out (anexo A) 5. Tipo de fruto: seco indeiscente 6. Peso de 1.000 sementes: 958,20 gramas (Pereira, 2011) 7. Nº de sementes por kg: 1.139 8. Dormência: sim 9. Pré-tratamento: escarificação mecânica com lixa 10. Percentagem de germinação (%G): 78 11. Germinação: a)Início: 11 b)Fim: 22 c)Duração: 12 12. Armazenamento e dessecação: sementes ortodoxas 38 Referências Benedito, C.P., Torres, S.B., Ribeiro, M.C.C e Nunes, T.A. Superação da dormência de sementes de Catanduva (Piptadenia moniliformes Benth.). Revista Ciência Agronômica, v.39, n.1, p. 90-93, 2008. Davide, A.C. e Silva, E.A.A. Produção de sementes e mudas de espécies florestais. Lavras: UFLA, 2008. 175p. Hoppe, J.M. Produção de sementes e mudas florestais. Santa Maria: UFSM/PPGEF, 2004. 388p. (Caderno Didático nº 1). Medeiros, A.C.S. Armazenamento de sementes de espécies florestais nativas. Colombo: Embrapa Florestas, 2001. 24p. (Documentos 66). Medeiros, A.C.S. e Nogueira, A.C. Planejamento da coleta de sementes florestais nativas. Colombo: Embrapa Florestas, 2006. 9p. (Circular Técnica, 126). Nogueira, F.C.B., Silva, J.W.L., Bezerra, A.M.E e Medeiros Filho, S. Efeito da temperatura e luz na germinação de sementes de Luetzelburgia auriculata (Alemão) Ducke – Fabaceae. Acta Botanica Brasilica, v.26, n.4, p. 772- 778, 2012. Pereira, M.S. Manual técnico – conhecendo e produzindo sementes e mudas da caatinga. Fortaleza: Associação Caatinga, 2011. Sena, C.M. e Gariglio, M.A. Sementes florestais: colheita, beneficiamento e armazenamento. Natal, Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade e Florestas, 2008. 39 Anexo A – Lista de espécies arbustivas e arbóreas com o respectivo período de floração e frutificação registradas nos tipos de vegetação da Estação Ecológica de Aiuaba, Ceará. CA = Caatinga (Savana Estépica). CAR = Carrasco (Savana Estépica). FS = Floresta Seca (Floresta Decídua).*Períodos de floração e frutificação (frutos maduros) em informações de exsicatas depositadas no Herbário Prisco Bezerra (EAC) da Universidade Federal do Ceará. Família/espécie Forma deCrescimento *Floração (mês) *Frutifica- ção (mês) Tipo de Vegetação Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão Schinopsis brasiliensis Engl. Spondias tuberosa Arruda Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Mart. Bignoniaceae Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos Bixaceae Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng. Boraginaceae Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. Burseraceae Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillett Capparaceae Crateva tapia L. Cynophalla hastata (Jacq.) J.Presl. Caricaceae Jacaratia corumbensis Kuntze Combretaceae Combretum glaucocarpum Mart. Erythroxylaceae Erythroxylum pungens O.E. Schulz Euphorbiaceae Manihot carthaginensis subsp. Glaziovii (Müll.Arg.)Allem Fabaceae Caesalpinioideae jun-ago jun-ago set-dez set-dez mai-jul jul-set mai-ago out-dez mar-jun set-dez out-nov jan-mai nov-dez fev-jun ago-out ago-out nov-mar nov-mar jul-set set-nov jul-set dez-mar mai-set nov-mar dez-fev mar-jul jan-mar abr-ago Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Nome Vulgar Aroeira Braúna Umbuzeiro Pereiro Pau-d'árco-roxo Pacotê, algodão-brabo Freijó Imburana-de- espinho, imburana Trapiá Feijão-bravo Mamãozinho Sipaúba Rompe-gibão Maniçoba CA e FS CA CA CA CA e FS CA e FS CA CA CA CA CA CA CA CA 40 Libidibia ferrea var. ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz Poincianella bracteosa (Tul.) L.P. Queiroz Faboideae Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm. Dalbergia cearensis Ducke Erythrina velutina Willd. Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke Platymiscium floribundum var. obtusifolium Harms (Klitg) Fabaceae Mimosoideae Albizia inundata (Mart.) Barneby & J.W.Grimes Anadenanthera colubrina var. cebil (Vell.) Brenan Parapiptadenia zehntneri (Harms) M. P. Lima & H.C. Lima Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R.W. Jobson Senegalia langsdorffii (Benth.) Seigler & Ebinger Senegalia polyphylla (DC.) Britton & Rose Malvaceae Ceiba glaziovii (Kuntze) K. Schum. Pseudobombax marginatum (A. St.-Hil.) A. Robyns Meliaceae Cedrela odorata L. Opiliaceae Agonandra brasiliensis Miers ex Benth. & Hook.f. Sapindaceae Sapindus saponaria L. ARBUSTOS Jucá, pau-ferro Catingueira Imburana-de- cheiro, cumaru Pau-violeta, violete Mulungu Pau-mocó Carrancudo-de- chapada Canifistula-de-boi, muquém Angico-preto Angico, Angico-de-bezerro, Angico-branco Jurema-branca Angelim/ Catanduva Maracaípe Espinheiro-preto Barriguda Embiratanha Cedro Pau-marfim Sabonete mai-set nov-dez/ fev-jun mai-ago jan-fev ago-out jul-ago jul-set set-nov out-dez set-nov mar-jun fev-jun mar-jul jan-jul jul-set mai-jun nov-dez ago-set mai-jun jul-nov abr-set jul-set mar-jun out-dez set-nov set-dez nov-fev dez-mar nov-fev mai-ago abr-set mai-set mar-out set-dez jul-set jan-mar out-dez jul-out Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore CA CA CA e FS CA e FS CA CA CA CA CA CA CA CAR e FS CA e FS CA e FS CA CA CA CA CA 41 Bignoniaceae Jacaranda jasminoides (Thunb.) Sandwith Capparaceae Cynophalla flexuosa (L.) J.Presl Euphorbiaceae Croton argyrophylloides Müll. Arg. Fabaceae Caesalpinioidea Senna macranthera (DC. ex Collad.) H.S.Irwin & Barneby Olacaceae Ximenia americana L. Solanaceae Solanum paniculatum L. Solanum stipulaceum Willd. ex Roem. & Schult. fev-mar nov-dez fev-mai fev-jun set-dez fev-nov abr-jul abr-jun jan-mar abr-jul abr-ago nov-mar abr-dez jun-out Arbusto Arbusto Arbusto Arbusto Arbusto Arbusto Arbusto Jacarandá Feijão-bravo Marmeleiro-branco Canafístula-preta, canafístula Ameixa Jurubeba-roxa Jurubeba-branca CAR CA CA FS CA CA CA 42 Anexo B – Lista de espécies arbustivas e arbóreas com o respectivo período de floração e frutificação registradas nos tipos de vegetação do Parque Nacional de Ubajara, Ceará. FS = Floresta Seca (Floresta Decídua). FM = Floresta Mesófila (Floresta Semidecídua). *Períodos de floração e frutificação (frutos maduros) em informações de exsicatas depositadas no Herbário Prisco Bezerra (EAC) da Universidade Federal do Ceará. Família/espécie Anacardiaceae Astronium fraxinifolium Schott Myracrodruon urundeuva Allemão Spondias mombin L. Tapirira guianensis Aubl. Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Mart. Arecaceae Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. Bignoniaceae Handroanthus impetiginosus Mattos Handroanthus serratifolium (A.H. Genter) S. Grose Boraginaceae Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Capparaceae Cynophalla hastata (Jacq.) J.Presl Combretaceae Buchenavia tetraphylla (Aubl.) R.A. Howard. Combretum glaucocarpum Mart. Erythroxylaceae Erythroxylum barbatum O.E.Schulz Euphorbiaceae Croton floribundus Spreng. Fabaceae Caesalpinioideae Nome Vulgar Gonçalo-alves Aroeira Cajazeira Pau-pombo Pereiro Macaúba Pau-d'arco-roxo Pau-d'arco-amarelo Freijó Almesca-preta Feijão-bravo Mirindiba Sipaúba Carrasco-vermelho, cururu Marmeleiro Forma de Crescimento *Floração (mês) *Frutifica- ção (mês) Tipo de Vegetação jun-set jun-ago set-fev out-jan jan-mar out-jan jun-ago out-jan mar-jun set-dez set-nov set-nov fev-abr nov-fev jan-abr ago-nov ago-out nov-mar dez-mar mar-jul dez-mar ago-out dez-mar mai-ago nov-mar nov-fev nov-mar abr-ago jan-abr mar-jun Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore FS FS FS FM FS FM FS e FM FS e FM FM FM FS FM FS FS FS 43 Copaifera langsdorffi Des. Bauhinia pulchella Benth. Hymenaea coubaril L. var. courbaril Libidibia ferrea var. ferrea (Mart. Ex Tul.) L.P.Queiroz Faboideae Bowdichia virgilioides Kunth Dalbergia cearenses Ducke Machaerium acutifolium Vogel var. acutifolium Myroxylon peruiferum L.f. Mimosoideae Albizia polycephala (Benth.) Killipex Record Anadenanthera colubrina var. cebil (Griseb.) Altschul Senegalia polyphylla (DC.) Britton & Rose Hypericaceae Vismia guianensis (Aubl.) Choisy Lauraceae Ocotea glomerata (Nees) Mez Malpighiaceae Byrsonima crispa A. Juss. Byrsonima sericea DC. Malvaceae Apeiba tibourbou Aubl. Malvaceae Ceiba glaziovii (Kuntze) K. Schum. Guazuma ulmifolia Lam. Luehea candicans var. candicans Mart. & Zucc. Sterculia striata A.St.-Hil. & Naudin Melastomataceae Miconia minutiflora (Bonpl.) DC. Meliaceae Cedrela odorata L. Guarea macrophylla subsp. tuberculata (Vell.) T.D.Penn. Moraceae Brosimum gaudichaudii Trécul jan-mai jan-mai mar-jul ago-nov jul-set dez-jan dez-mai ago-out nov-jan jan-abr ago-dez nov-fev mar-jul set-dez dez-mar jul-set fev-jun fev-mai jun-set abr-jul dez-mar mar-mai jul-out mar-jul mar- jun-nov out-fev set-nov fev-jun fev-ago out-dez jan-abr mar-jul mai-set jan-abr jun-out nov-fev fev-mai set-dez abr-ago abr-jul ago-dez jun-set fev-jun mai-set set-out Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Copaíba, Pau-d'óleo Mororó Jatobá Jucá, pau-ferro Sucupira Pau violeta, violete Rabugem Bálsamo Camuzé Angico-preto Espinheiro-branco Lacre-vermelho Louro-abacate Murici-branco Murici-vermelho Jangada Barriguda Mutamba Açoita-cavalo Chichá Lacre-branco Cedro Jitó Inharé FM FS FM FS FM FS FS e FM FS FM FS FS e FM FM FM FM FM FM FS FS FS FS FM FM FM FS e FM 44 Maclura tinctoria (L.) D.Don ex Steud. Polygonaceae Triplaris gardneriana Wedd Sapindaceae Talisia esculenta (Cambess.) Radlk. Sapotaceae Pouteria macrophylla (Lam.) Eyma Simaroubaceae Simarouba amara Aubl. ARBUSTOS Annonaceae Annona leptopetala (R.E.Fr.) H.Rainer Combretaceae Combretum lanceolatum Pohl ex Eichler Combretum leprosum Mart. Erythroxylaceae Erythroxylum barbatum A.St.-Hil. Malvaceae Helicteres heptandra L.B.Sm. Solanaceae Acnistus arborescens (L.) Schltdl. Solanum stipulaceum Willd. ex Roem. & Schult. Rubiaceae Randia armata (Sw.) DC. Tatajuba Pajeú Pitombeira Tuturubá Paraíba Ata-brava, bananinha Mofumbo Mofumbo Mama-cachorro-preto Saca-rolha Jurubeba-branca Jurubeba Espinho-de-judeu set-out mar-jun out-dez set-nov set-dez fev-mai fev-abr mar-jul nov-abr jan-abr nov-mar abr-jul abr-jul nov-jan mai-ago dez-mar nov-fev nov-mar abr-ago abr-ago mai-set jan-jun mar-jul jan-abr jun-out jun-out Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Arbusto Arbusto Arbusto Arbusto Arbusto Arbusto Arbusto Arbusto FS FS FS e FM FS e FM FM FS FS FS FS FS FS FS FS 45 Q U A D RI C O LO R (8 5 ) 3 2 5 4 .5 5 6 6Fluorescencia do Violete (Dalbergia cearensis Ducke) Florescencia de Catingueira (Poincianella bracteosa (Tul.) L.P.Queiroz) Mudas de Trapiá (Crateva tapia L.)
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