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Quem estampa a capa da NewsLab nesta edição é a multinacional Roche Diagnóstica. Solidez no diagnóstico é o título da matéria que conta um pouco sobre como os testes laboratoriais podem proporcionar qualidade de vida a milhares de pacientes. Para isso, todos os anos cerca de 20% do faturamento global do grupo é investido em inovação de solução de diagnóstico e terapias. Outro assunto de interesse à categoria Biomedicina que trazemos neste número é a realização do XIII Congresso Brasileiro e I Congresso Internacional de Biomedicina, que este ano será realizado em São Paulo e deverá re- unir 3.000 profissionais da área. O evento contará com a participação de palestrantes internacionais e acontecerá nas dependências da Faculdade Anhanguera-UNIBAN. Entre as mais recentes Notícias do segmento laborato- rial, destaque para o setor de materiais e equipamentos para medicina e diagnóstico, que cresceu mais de 15% no primeiro trimestre, gerando 1.037 mil novos postos de trabalho. Outra notícia não menos importante foi dada pelo coordenador da Política Nacional de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Dr. Guilherme Genovêz, que garantiu que até o final de 2012 todas as bolsas de sangue do país serão analisadas pelo teste NAT para a detecção do vírus da hepatite C e HIV. Com o título “Beco sem Saída”, a nossa querida coluna Analogias em Medicina, escrita pelo patologista José de Souza Andrade Filho, fala sobre o mais famoso e laureado fundo de saco de interesse médico: o de Douglas, situado entre o útero e o reto Os artigos científicos deste número discutem temas como “O Coombs Indireto sem o Uso de Hemácias Fenotipadas na Gestante Rh(D) Negativo” e a “A Importância da De- tecção de Enterobactérias Produtoras de Carbapenemases pelo Teste de Hodge Modificado”, entre tantos outros. Isso e muito mais Ciência da Saúde você só encontra aqui, na NewsLab. Boa leitura! ANO XIX - Nº 113 (AgOstO/setembrO 2012) Redação e administRação: av. Paulista, 2.073 ed. HoRsa i - Cj. 2315. CeP: 01311-940. são Paulo. sP. Fone/Fax: (11) 3171-2190 CnPj.: 74.310.962/0001-83 insC. est.: 113.931.870.114 issn 0104-8384 Home Page: www.newslab.Com.bR NewsLab A revista do laboratório moderno Diretor Executivo: Sylvain Kernbaum - (11) 8357-9857 - (revista@newslab.com.br) • Editora: Andrea Manograsso (Mtb 18.120) - (11) 8357-9850 - (redacao@newslab.com.br) • Gerente Comercial: Clarisse Kramer Homerich - (11) 8357-9849 - (publicidade@newslab. com.br) • Secretaria Publicidade/Redação: Luiza Salomão - (11) 8357-9855 - (publicidade@newslab.com.br) • Departamento de Assinaturas: Daniela Faria - (11) 8357-9843 - (assinatura@newslab.com.br) • Correspondente Internacional: Brigitte Selbert - (11) 8357-9859 - (revista@newslab.com.br) Conselho Editorial: Luiz Euribel Prestes Carneiro, farmacêutico-bioquímico, Depto. de Imunologia e de Pós-graduação da Universidade do Oeste Paulista, Mestre e Doutor em Imunologia pela USP/SP • Prof. Dr. Carlos A. C. Sannazzaro - Professor Doutor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP • Dr. Amadeo Saéz-Alquézar - Farmacêutico-Bioquímico • Dr. Marco Antonio Abrahão – Biomédico e Presidente do Conselho Regional de Biomedicina em São Paulo – CRBM - 1ª Região • Prof. Dr. Antenor Henrique Pedrazzi - Prof. Titular e Vice-Diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP • Prof. Dr. José Carlos Barbério - Professor Titular da USP (aposentado) • Dr. Silvano Wendel - Banco de Sangue do Hospital Sírio-Libanês • Dr. Paulo C. Cardoso de Almeida - Doutor em Patologia pela Faculdade de Medicina da USP • Dr. Jacques Elkis - Médico Patologista, Mestre em Análises Clínicas - USP • Dr. Zan Mustacchi - Prof. Adjunto de Genética da Faculdade Objetivo - UNIP • Dr. José Pascoal Simonetti - Biomédico, Pesquisador Titular do Depto de Virologia do Instituto Oswaldo Cruz - FIOCRUZ - RJ • Dr. Sérgio Cimerman - Médico-Assistente do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Responsável Técnico pelo Laboratório Cimerman de Análises Clínicas • Dra. Suely Aparecida Corrêa Antonialli - Farmacêutica-bioquímica-sanitarista. Mestre em Saúde Coletiva • Dra. Gilza Bastos dos Santos - Farmacêutica-bioquímica • Dra. Leda Bassit - Biomédica do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa da Fundação Pró-Sangue Colaboraram nesta edição: José de Souza Andrade Filho, Ian Marques Cândido, Fernanda do Carmo Rodrigues Alves, Keiti Machado de Borba, Luciano Figueiredo de Sou- za, Seme Youssef Reda, Daniely de Oliveira, Irani Damas Campos Duarte, Bethânia Cristhine de Araújo, Rosilene Braga Carvalho, Tiago Bitten- court de Oliveira, Monalize Vieira de Oliveira, Alessandra Marques Cardoso, Humberto Façanha da Costa Filho, Jaqueline Otero Silva, Paulo da Silva, Ana Maria Machado Carneiro, Maria Claudia Carloni, Marta Inês Cazentini Medeiros, Maria de Lourdes Pires Nascimento Impressão: IBEP Gráfica Editoração: Fmais | comunicação e design A Revista NewsLab é uma publicação bi- mestral da Editora Eskalab, com distribuição dirigida a laboratórios, hemocentros e univer- sidades de todo o país. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião da revista. 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Navegue também em nossa home page: www.newslab.com.br Siga-nos no twitter: @revista_newslab ÍNDICEÍNDICE Leia ainda na Roche News: Valor médico: Ações que informam, aproximam e oferecem aos especialistas o acesso às tecnologias diagnósticas A revista do laboratório modernowww.newslab.com.br Ano XVIII – Nº 113 – Ago/Set 2012ISSN 0104-8384 01_capa_newslab_mac_recover.indd 1 10/08/12 18:00 04 Editorial 06 Índice 10 Notícias 46 Nossa Capa – Roche Diagnóstica, Solidez no Diagnóstico 54 Informe de Mercado 108 Informe Publicitário 112 Eventos – Congresso de Biomedicina terá palestrantes internacionais 114 Analogias em Medicina – Beco sem saída, por José de Souza Andrade Filho 120 Uso da Análise Qualitativa do Antígeno Prostático Específico (PSA) como Ferramenta na Prática Forense – Ian Marques Cândido, Fernanda do Carmo Rodrigues Alves, Keiti Machado de Borba, Luciano Figueiredo de Souza 128 O Coombs Indireto sem o Uso de Hemácias Fenotipadas na Gestante Rh(D) Negativo: Tranquilidade ou Problema? – Seme Youssef Reda, Daniely de Oliveira 140 Prevalência de Micro-organismos em Infecções do Trato Urinário de Pacientes Atendidos no Laboratório Hospitalar de Patos de Minas, MG – Irani Damas Campos Duarte, Bethânia Cristhine de Araújo 156 Métodos Laboratoriais de Monitoramento Terapêutico no Diabetes Mellitus, uma Revisão – Rosilene Braga Carvalho, Tiago Bittencourt de Oliveira 168 A Importância da Detecção de Enterobactérias Produtoras de Carbapenemases pelo Teste de Hodge Modificado – Monalize Vieira de Oliveira, Alessandra Marques Cardoso 176 Gestão de Riscos Em Laboratórios Clínicos No Brasil – Humberto Façanha da Costa Filho 186 Investigação da Conjuntivite Bacteriana na Região de Ribeirão Preto, SP – Jaqueline Otero Silva, Paulo da Silva, Ana Maria Machado Carneiro, Maria Claudia Carloni, Marta Inês Cazentini Medeiros 202 Infância e os Valores de Ferritina nas Trombopenias e Trombocitoses Através das Avaliaçõesdo Plaquetograma, Eritrograma e Reticulocitograma – Maria de Lourdes Pires Nascimento 222 Agenda 226 Biblioteca NewsLab 228 Endereços dos Anunciantes 232 Classificados NewsLab - edição 113 - 201210 Ampliar a capacidade de identificar doadores de me- dula óssea: essa será a busca nas novas instalações do Laboratório de Imunogenética, que o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) acaba de inaugurar no Hospital do Câncer II. A construção contou com investimentos do BNDES, por intermédio da parceria com a Fundação do Câncer, além de recursos da União. O valor total é de R$ 2.700 milhões. O serviço, que funcionou durante 30 anos no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, a partir de agora, vai contar com uma infraestrutura modernizada, inclusive, com possibilidade de receber selo de acreditação. “O laboratório terá a distribuição da área física mais planejada, possibilitando a realização de exames que antes não tinham como ser feitos. Agora, não haverá mais a necessidade, por exemplo, de se enviar materiais para o exterior. Trata-se de mais um importante marco na busca por doadores compatíveis para os pacientes que aguardam por um transplante”, diz o diretor do Centro de Transplantes de Medula Óssea do INCA (CEMO), Luís Fernando Bouzas. O laboratório de Imunogenética do INCA é um dos pioneiros na área no Brasil. Graças a ele, os primeiros treinamentos para a implantação do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) foram feitos. O espaço é referência do Ministério da Saúde para os exames de histocompatibilidade (HLA). “É por meio desse exame, que os dados dos prová- veis doadores são cruzados com os de pacientes que precisam de transplante de medula óssea. Se o resultado for confirmatório e a doação desejada, novos exames serão feitos para que o procedimento seja concluído”, explica Bouzas. O médico ressalta ainda que as novas instalações atendem não só ao Brasil, mas também a países vi- zinhos, auxiliando no cruzamento das informações e, consequentemente, enriquecendo o material genético disponível no cadastro. O Laboratório de Imunogenética do INCA também contará com a Plataforma QIAsymphony, para purifi- cação de DNA Genômico. Ou seja: um aparelho com uma espécie de leitor de código de barras, capaz de identificar cada tubo de sangue a ser analisado. Ao final do processo de purificação, a máquina gera uma nova identificação, também por código de barras, para cada grupo de exames. “O aparelho permite que cada amostra seja rastrea- da, desde a chegada ao laboratório até a liberação dos resultados”, diz a chefe da divisão de laboratórios do CEMO, Eliana Abdelhay. Já o sequenciador de DNA, também adquirido para o novo espaço, vai proporcionar uma alta resolução das tipificações HLA, o que permite a inclusão de novos exames como o de tipificação confirmatória, fundamental para que os exames de compatibilidade sejam exatos e o transplante garantido. Vários membros da equipe do laboratório passaram por treinamento, nos Estados Unidos para obter maior qualificação em um desafio constante e que exige ampla especialização na área. A meta é conseguir a acreditação internacional para o laboratório, possibilitando exames para outros países, como o próprio EUA, por exemplo. INCA INAugurA lAborAtórIo de ImuNogeNétICA Espaço permitirá maior agilidade na identificação de doadores de medula óssea no território nacional e em países vizinhos NewsLab - edição 113 - 201212 Um projeto em prol da vida. Esse é o conceito do campus integrado do INCA, que será construído no terreno localizado atrás do edifício sede da Instituição, na Praça Cruz Vermelha, onde hoje se localizam as instalações do Instituto de Assis- tência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj). “Não se trata de uma simples construção, estamos falando de um projeto que vai promover a integração entre assistência, ensino, pesquisa e administração com foco na atenção oncológica, estimulando o avanço do conhecimento e do desenvolvimento no tratamento do câncer”, diz o diretor- -geral do INCA, Luiz Antonio Santini. Além de concentrar todos os endereços atuais da Institui- ção em um só local, o campus integrado do INCA vai favorecer o fortalecimento da conexão entre tecnologia de ponta, pes- quisa e ensino com foco na melhoria do atendimento. Serão 116 mil metros quadrados de construção – três vezes a mais do que o prédio sede da Praça Cruz Vermelha – distribuídos em uma área de 148 mil metros quadrados de terreno, com recursos provenientes do Orçamento da União, estimados em R$ 469 milhões. “O campus vai possibilitar a otimização de recursos materiais e humanos e facilitar o acesso ao tratamento dos pacientes, já que todas as etapas do atendimento – terapêu- ticas, de acompanhamento e paliativas – serão realizadas em um só local”, avalia Santini. Após a inauguração, os pacientes vão contar com 438 leitos de internação, sendo que 90 de terapia intensiva e semi-intensiva, 118 consultórios de atendimento ambulatorial, além da área de pesquisa. Também vale ressaltar que as novas instalações da Instituição vão fortalecer o foco em prevenção e na redução da incidência do câncer. Para se ter uma ideia, só no ano passado, a produção do Instituto foi de 15.638 interna- ções, 8.614 cirurgias, 37 mil procedimentos de quimioterapia e mais 179 mil de radioterapia. Após a inauguração do Campus Integrado, estima-se um aumento em, aproximadamente, 32% das internações e 22% das consultas médicas. Na área de pesquisa, atualmente, menos de 5% das pessoas tratadas no INCA participam de protocolos em pes- quisas clínicas, a meta, com a construção, é incluir 30% dos doentes nesse trabalho. O câncer é um problema de saúde pública e, hoje, repre- senta a segunda causa de mortes no país. Só até o fim do ano, de acordo com as estimativas do INCA, serão diagnos- ticados mais de 520 mil casos novos de câncer e, só no Rio de Janeiro, quase 50 mil novos casos da doença. Em 2011, o SUS gastou R$ 2,2 bilhões em procedimen- tos hospitalares, tratamentos e cirurgias de câncer. Ou seja: esses gastos foram quadruplicados dos 12 últimos anos pra cá. Para ser ter uma ideia da evolução desses valores, em 1999, eram pouco mais de R$470 milhões. O concurso cultural internacional de imagens microscópicas tem como objetivo a divulgação de imagens das ciências da vida, dando acesso e despertando o interesse pela pesquisa. O concurso é aberto a qualquer pessoa do Brasil e do exterior com mais de 18 anos. Cada participante poderá apresentar no máximo três imagens inéditas de sua autoria. As imagens devem ser fotomicrografias tiradas em qualquer tipo de microscópio. Qualquer tipo de amos- tra é aceitável: microscopia de luz como campo claro, campo escuro, contraste de fase, contraste de interferência diferencial, fluorescência, multifotônica, contraste de modulação, deconvo- lução, confocal e técnicas mistas. As imagens deverão ter no máximo 300 KB, no formato JPG, e ser enviadas para o e-mail lifesciences@icb.usp.br, juntamente com a ficha de inscrição preenchida, título e dados descritivos da imagem e técnica (breve explicação sobre o conteúdo, técnica e equipamento utilizado para a obtenção da imagem). A avaliação das imagens será feita seguindo os critérios de originalidade, impacto visual, qualidade técnica e con- teúdo informacional. A comissão julgadora, composta por cientistas e profissionais das artes plásticas, selecionará 50 imagens. Entre as 50 imagens, serão escolhidos os três primeiros lugares. O autor da imagem em primeiro lugar receberá como prêmio uma viagem para conhecer o Demo Center da Carl Zeiss, em Munique, Alemanha. O segundo lugar receberá um microscópio Zeiss, modelo Primo Star Binocular,equipa- do para a técnica de campo claro (visualização de material corado). O terceiro colocado ganhará uma câmera da Sony com lentes Zeiss. Para saber mais: www3.icb.usp.br/corpoeditorial/index.php?option=com_ content&view=article&id=662 CoNCurso INterNACIoNAl de ImAgeNs mICrosCópICAs O Instituto de Ciências Biomédicas da USP recebe inscrições para o Concurso de Imagens em Ciências da Vida O Rio de Janeiro vai sediar o mais moderno Centro de Desenvolvimento Científico e de Inovação Tecnológica para o controle do câncer do país. As novas instalações reunirão os 18 endereços da instituição em um só lugar ComeçA A CoNstrução do CAmpus INtegrAdo do INCA NewsLab - edição 113 - 201214 Um balanço do primeiro trimestre deste ano, realizado pela WEB Setorial – consultoria econômica da Associação Brasileira dos Importadores de Equi- pamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares (Abimed) e da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) – com base em dados do IBGE, mostrou que o setor de materiais e equipamentos para medicina e diagnóstico apresentou um crescimento na produção de 15,4% de janeiro a março, se comparado com o mesmo período de 2011. Já as ven- das no ramo comercial e de serviços, inclusive medicamentos, cresceram 10,8% em comparação a igual período de 2011. Com relação a empregos, de acordo com o Ministério do Trabalho (MTE) e o Caged, em março de 2012 as atividades industriais e comerciais do setor de materiais e equipamentos para medicina e diagnóstico geraram 1.037 mil novos postos de trabalho, 4,8% a mais do que o verificado no mesmo mês de 2011. Os serviços de complementação diagnóstica e terapêutica ofereceram 7,6% mais vagas no trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior e 9,4% a mais no acumulado de 12 meses. Resultados do Comércio Exte- rior - De janeiro a março de 2012 as importações de materiais e equipa- mentos para medicina e diagnóstico totalizaram o valor de US$ 2.019 milhões, com o incremento de 21% no valor importado comparado ao mesmo período de 2011. As exporta- ções, por sua vez, acumularam o valor de US$ 364 milhões no período em questão, com o incremento de 23% em relação a igual período de 2011. Ainda no primeiro trimestre de 2012, o maior aumento de impor- tações dentro do setor ocorreu com artigos e aparelhos de ortopedia e próteses: 33% frente a igual período de 2011, seguido por aparelhos de raio-X e radiação, com o incremento de 23,6% em igual período. Em 12 meses destacam-se as importações de apare- lhos de raio-X e radiação com o maior incremento (20%) nas importações entre as categorias do setor. Perspectivas do setor - De acordo com a presidente da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Liliana Perez, “o franco crescimento do setor é resultado da aceleração do desenvolvimento tecnológico e imple- mentação de novas técnicas e serviços capazes de processar testes diagnós- ticos com maior precisão, eficiência e quantidade. Paralelamente, o nível de investimento necessário para a imple- mentação de tais tecnologias aumentou e, atualmente, o Brasil possui caracterís- ticas semelhantes às do mercado global. Por exemplo: o aumento da segurança e confiança pelos médicos nos testes diagnósticos promove aumento na de- manda por mais exames.” “Outro fator gerador de demanda por mais exames é o envelhecimento da população e aumento na expecta- tiva de vida”, acrescenta a dirigente. “Por outro lado, o setor de materiais e equipamentos para medicina diag- nóstica, por ter alto valor tecnológico, depende ainda muito das importações. Em contrapartida, as exportações estão aumentando, o que mostra a relevância cada vez maior do Brasil se comparado a outros países da América Latina”, finaliza Liliana Perez. setor de mAterIAIs e equIpAmeNtos pArA medICINA e dIAgNóstICo CresCeu mAIs de 15% No prImeIro trImestre O segmento, representado pela Abimed e CBDL, também gerou 1.037 mil novos postos de trabalho em março deste ano Liliana Perez, presidente da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial O pioneirismo sempre marcou as ações do Instituto de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Eins- tein (HIAE) no Brasil, como o primeiro transplante usando células-tronco de cordão umbilical, o primeiro transplante com células-tronco de cordão umbilical para adulto (com dois cordões) e o transplante de medula feito após os 60 anos. Em 2012, ao comemorar 25 anos do primeiro transplante realizado pelo HIAE, o Instituto de Oncologia e Hematologia relembra não só essas questões, mas as ligadas à segurança do paciente e à inovação e organizou uma série de eventos científicos para discussão do que há de mais avançado em Hematologia. Entre outros eventos, o Workshop de Biologia Molecular, o Workshop de Doença Enxerto Contra Hospedeiro Crônica e o Curso de Revisão em Hematologia e Hemoterapia. Durante o Curso de Revisão em Hematologia e Hemote- rapia, os médicos Ricardo Pasquini (da Universidade Federal do Paraná) e Nelson Hamerschlak (do HIAE) apresentaram a história do Transplante de Medula Óssea no Brasil e no Einstein. Um videohomenagem com depoimento de um paciente transplantado em 2008 foi a voz dos 747 pacientes atendidos desde 1987, no Hospital Albert Einstein. Todos os pacientes receberam, em casa, um presente especial, para comemorar. Data é comemorada em evento com convidados internacionais e pacientes são homenageados trANsplANte de medulA ósseA CompletA 25 ANos No HospItAl Albert eINsteIN NewsLab - edição 113 - 201216 Com o uso de métodos novos e eficazes para entender as origens de distúrbios neurodegenerativos, tais como a doença de Alzheimer, pesquisadores da Clínica Mayo de Jacksonville, EUA, estão defendendo a tese de que essas doenças são causadas principalmente por genes que são ativos demais ou não suficientemente ativos, e não por mutações genéticas nocivas. Na edição online de 7 de junho do jornal PLoS Genetics, eles relatam que algumas centenas de genes, dentro de quase 800 amostras de cérebros de pacientes com a doença de Alzheimer ou outros distúrbios, passaram por alterações nos níveis de expressão de genes, que não resultaram de neurodegeneração. Muitas dessas variantes eram prova- velmente a causa. “Agora entendemos que a doença provavelmente se desenvolve a partir de variantes de genes que exercem efeitos modestos na expressão dos genes e que também são encontradas em pessoas saudáveis. Mas, algumas va- riantes – elevando a expressão de alguns genes, reduzindo os níveis de outros – se combinam para produzir o tumulto perfeito que leva à disfunção”, diz a principal pesquisadora do estudo, a neurologista e neurocientista da Clínica Mayo Nilufer Ertekin-Taner. “Se pudermos identificar os genes ligados à doença, que são ativos demais ou inativos demais, poderemos ser capazes de desenvolver novos alvos de medicamentos e terapias”, ela diz. “Esse poderia ser o caso de doenças neurodegenerativas e também de doenças em geral”, ela afirma. Ertekin-Taner diz que nenhum outro laboratório reali- zou um estudo da expressão dos genes do cérebro em tal extensão como o conduzido pelos pesquisadores da Clínica Mayo de Jacksonville. “A novidade – e a utilidade – de nosso estudo é o gran- de número de amostras do cérebro que examinamos e a forma com que as analisamos. Os resultados demonstram a contribuição significativa dos fatores genéticos que alteram a expressão dos genes do cérebro e aumentam os riscos de doença”, ela explica. Essa forma de análise de dados mede os níveis de ex- pressão dos genes, ao quantificar a quantidade de ácido ribonucleico (ARN) produzido no tecido, e faz a varredura do genoma de pacientes, para identificar variantes genéticasque se associam a esses níveis. Os pesquisadores da Mayo mediram o nível de 24.526 transcritos (ARN mensageiro) de 18.401 genes, usando tecido de autópsia cerebelar de 197 pacientes de doença de Alzheimer e de 177 pacientes com outras formas de neurodegeneração. Os pesquisadores confirmaram então os resultados, examinando o córtex temporal de 202 pa- cientes com doença de Alzheimer e de 197 pacientes com outras patologias. A diferença entre essas amostras é que, enquanto o córtex temporal é afetado pela doença de Al- zheimer, o cerebelo é relativamente poupado. Dessas análises, os pesquisadores identificaram mais de 2.000 marcadores de expressão alterada nos dois grupos de pacientes, que eram comuns entre o cerebelo e o córtex temporal. Alguns desses marcadores também influenciaram riscos de doenças humanas, sugerindo que contribuem para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas e outras doenças, independentemente de sua localização no cérebro. Eles identificaram “hits” (achados da pesquisa) originais de expressões para marcadores genéticos de riscos de doenças, que incluíram paralisia supranuclear progressiva, doença de Parkinson e doença de Paget, além de confirmar outras associações conhecidas para lúpus, colite ulcerativa e diabetes do tipo 1. “A expressão alterada dos genes do cérebro pode ser ligada a uma diversidade de doenças que afetam todo o corpo”, explica a neurologista da Mayo. Eles compararam, então, seus dados de eGWAS (ex- pression-based Genome Wide Association Study – estudo de associação genômica baseada em expressão) com seus GWAS na doença de Alzheimer, conduzidos pelo Consórcio de Genética da Doença de Alzheimer, que tem financiamento federal, para testar se alguns do genes de risco já identifi- cados promovem a doença através de expressão alterada. “Descobrimos que vários genes já ligados à doença de Alzheimer alteraram, de fato, a expressão genética, mas também descobrimos que muitas das variantes no que chamamos de zona cinza do GWAS – genes cuja contribui- ção à doença de Alzheimer era incerta – também estavam influenciando os níveis de expressão no cérebro”, diz Nilufer Ertekin-Taner. “Isso nos oferece novos candidatos a genes de risco para explorar”, afirma. “Esse é um método eficaz para o entendimento das doenças”, ela diz. “É possível encontrar novos genes que contribuem para o risco de doenças, bem como novas vias genéticas. E também pode nos ajudar a entender a função de uma grande quantidade de genes e outros reguladores moleculares no genoma que está implicado em doenças muito importantes”, afirma. Essa forma de análise de dados mediu os níveis de expressão dos genes, ao quantificar a quantidade de ácido ribonucleico produzido no tecido mApeAmeNto de geNes: mAyo ClINIC eNCoNtrA Novos fAtores de rIsCo pArA doeNçAs NeurodegeNerAtIvAs NewsLab - edição 113 - 201220 Um laboratório israelense desenvolveu um novo teste para identificação precoce de câncer de pulmão. O método emparelha tecnologia de imagem com marcadores fluorescentes de DNA para ajudar os médicos a fazer o diag- nóstico a tempo de tratar o tumor. Trata-se de um teste não invasivo que em breve estará disponível no mercado, graças a um acordo entre o BioView, laboratório que desenvolveu o teste, com um dos principais laboratórios da Califórnia. O teste envolve a análise da expectoração (muco) de um paciente com o uso de um scanner mi- croscópico digitalizado e um marcador fluorescente de DNA, chamado sondas Fish. Os marcadores foram licenciados da MD Anderson Cancer Center in Houston, no Texas. “A expectativa média de vida de pacientes diagnosticados com câncer de pulmão é de apenas 18 meses, principalmente porque o diagnóstico é feito tardiamente”, diz Alan Schwebel, CEO da BioView. “A detecção precoce e o tratamento subsequente podem aumentar a expectati- va de vida em cinco anos ou mais”, completa. “Hoje, fumantes e outros pacientes com risco de contrair câncer de pulmão geralmente fazem uma tomografia computadorizada para procurar nódulos malig- nos, mas há alguns que são muito pequenos e difíceis de serem detectados”, diz Shwebel. Com o intuito de proporcionar aos colaboradores um espaço voltado ao aprimoramento profissional e pessoal, o Salomão- Zoppi Diagnósticos cria o Centro de Treinamentos, próximo à Unidade Paraíso, em São Paulo. Sob a responsabilidade do departamento de Gestão de Pessoas, o objetivo é a capacitação de 874 colaboradores a fim de aprimorar os serviços e a qualidade dos atendimentos dos clientes nas cinco unidades, Ibirapuera Divino Salvador, Moema Araguari, Morumbi Panamby, Portal do Morumbi e Paraíso. Dr. Claudio Cirino, diretor de atendimento da SZD, e Claudio Marote, Diretor de Planejamento e Gestão, são os responsáveis pela iniciativa. “Nossa expectativa é que o Centro de Treinamento promova o desenvolvimento técnico e emo- cional dos colaboradores, a fim de contribuir com a evolução dos serviços e atuação da empresa”. Atualmente, não existe nenhum teste para o rastreio diagnóstico de Parkinson Pesquisadores do Technion Israel Institute of Te- chnology em Haifa identificaram um grupo de cinco genes no sangue que pode prever se um indivíduo irá desenvolver o mal de Parkinson. Atualmente, não existe um único tipo de exame de sangue capaz de diagnosticar precocemente essa grave enfermidade. “Encontrar sinais biológicos – ou biomarcadores – para o mal de Parkinson pode ajudar a diagnosticar a doença nos estágios iniciais, antes mesmo de os sintomas aparecerem, permitindo o monitoramento dos efeitos de tratamentos que protegem o cérebro”, diz a Dra. Silvia Mandel, chefe dos pesquisadores. “O objetivo inicial era determinar se entre os pacientes em estágio inicial da doença alguma assinatura biológica poderia ser encontrada para confirmar o diagnóstico”. A equipe usou amostras de sangue de 62 pacien- tes com sintomas iniciais de Parkinson e um grupo com 64 pessoas saudáveis. Os dados genéticos de 30 pacientes em estágios avançados foram usados para confirmar a previsão dos cinco genes com 100% de precisão. O biomarcador irá ajudar a diagnosticar indivídu- os na fase inicial da doença que sofrem transtornos como depressão, sono, hiposmia – capacidade re- duzida para detectar odores – ou pessoas que têm riscos de ordem genética. Novo teste fAz dIAgNóstICo preCoCe de CâNCer de pulmão sAlomãozoppI dIAgNóstICos INAugurA CeNtro de treINAmeNto pArA AprImorAmeNto profIssIoNAl de suA equIpe grupo de geNes pode prever mAl de pArkINsoN NewsLab - edição 113 - 201222 O coordenador da Política Nacional de Sangue e Hemo- derivados do Ministério da Saúde, Dr. Guilherme Genovêz, garantiu que até o final de 2012 todas as bolsas de sangue do país serão analisadas pelo teste NAT para a detecção do vírus da hepatite C e HIV. No encontro, realizado pela ABRALE – Associação Brasi- leira de Linfoma e Leucemia – estavam presentes especia- listas em transfusões de sangue, como Dr. Silvano Wendel presidente da Sociedade Internacional de Transfusão de Sangue (ISBT) e diretor médico do banco de sangue do Hospital Sírio Libanês e Dr. José Kutner, diretor do banco de sangue do Hospital Israelita Albert Einstein. No debate, aberto e transmitido ao vivo via web, foram abordados assuntos relacionados à segurança nas transfu- sões de sangue e sobre a importância da aplicação do teste NAT (sigla em inglês para teste de ácido nucleico) para a detecção dos vírus da Aids e hepatite B e C e seus subtipos. Um estudo inédito com o cenário das transfusões de sangue no Brasil e a avaliação da segurança sem o teste NAT foi levado ao Congresso da Sociedade Internacional de Transfusão de Sangue, que ocorreu em julho deste ano, no México. Segundoa Organização Mundial de Saúde (OMS), anu- almente as transfusões de sangue são responsáveis por cerca de 14 milhões dos infectados por hepatite B, por 4,7 milhões de casos de hepatite C e 5% de novos casos de Aids (HIV), mostrando que o maior risco para as transfusões de sangue é para a hepatite B. Para combater este problema, o teste NAT tem como diferencial o fato de indicar a presença do vírus, desde o momento da contaminação, em um período menor que os demais testes sorológicos, atualmente utilizados no Brasil. Este período é conhecido como janela imunológica. Para se ter uma ideia, com o NAT é possível detectar o vírus do HIV em um período de sete dias (com os testes antigos, eram 20 dias para se ter o resultado), e as hepatites B e C, respectivamente em 31 e 23 dias (anteriormente, demoravam 56 e 82 dias). A Abbott foi mais uma vez escolhida como um dos “Melhores Empregadores da Indústria”, pela revista The Scientist. Este é o nono ano consecutivo que a Abbott entra para a lista, criada pela publicação, em 2003. Esta prestigiosa lista tem como base uma minuciosa pesquisa realizada entre cientistas de biociências e instituições de pesquisas de todo o mundo. A lista faz parte da edição de junho da revista e pode ser acessada também em sua versão online, www.the-scientist.com. “A ciência é o coração do trabalho da Abbott para me- lhorar a vida das pessoas. Nós nos esforçamos para criar um local de trabalho que valorize a invenção, a criatividade e a colaboração entre todas as nossas divisões dedicadas a diversas áreas de saúde”, disse o médico John Leonard, vice-presidente sênior de Pesquisa e Desenvolvimento da Divisão Farmacêutica da Abbott. “Nós damos muito valor ao reconhecimento da revista The Scientist como um fato que irá nos ajudar a cultivar ainda mais uma comunidade cientifica e inovadora na Abbott”. Na Abbott, aos funcionários são dadas oportunidades para que sejam bem-sucedidos e cresçam em suas carreiras, por meio de grupos de treinamento e programas extensivos de desenvolvimento. Os cientistas da Abbott são reconhecidos internamente, por meio de várias iniciativas, como prêmios outorgados pela presidência, prêmios por invenção e patentes e recomendação para a prestigiosa Sociedade Volwiler Society, criada em 1985 para reconhecer os mais notáveis cientistas da companhia. Assim chamada em homenagem a Ernest H. Volwiler, um cientista de renome internacional e ex-presidente da Abbott, a sociedade incentiva o crescimento profissional e tem como meta reconhecer e divulgar as inovações científicas da companhia. A cada ano, a Sociedade Volwiler homenageia cientistas e equipes da Abbott com a premiação “Outstanding Research”, que distingue aqueles que realizaram contribuições importantes em seus campos de atuação. Além do reconhecimento da revista The Scientist, a Abbott foi escolhida, pela revista The Science com um dos “Principais Empregadores em Biofarmacologia”, pela oitava vez desde 2002. A Abbott tem sido escolhida também como um dos Melhores Empregadores em mais de 25 países ao redor do mundo e também faz parte da lista das Melhores Empresas para Mães que Trabalham por 11 anos consecutivos, assim como uma das Melhores Companhias em Diversidade pela revisa Diversity Inc por nove anos consecutivos e pela revista Hispanic Business como uma das 60 Empresas de Elite em Diversidade, por cinco anos. Além disso, a revista Fortune inclui a Abbott como uma das “Empresas Mais Admiradas da América” todos os anos desde que a lista foi criada em 1983. Coordenador da Política Nacional de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde garante que a medida será aplicada até novembro deste ano teste NAt pArA A deteCção do vírus dA HepAtIte C e HIv será obrIgAtórIo No brAsIl Este é o nono ano consecutivo que a Abbott entra para a lista da revista The Scientist Abbott é reCoNHeCIdA, mAIs umA vez, Como um dos melHores empregAdores de CIeNtIstAs e pesquIsAdores NewsLab - edição 113 - 201224 A sífilis, doença infecciosa e sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum, uma espiro- queta, mais conhecida como sífilis, pode estar de volta e em maior escala, entre a população de 50 a 59 anos. É o que revela um levantamento realizado pelo Delboni Medicina Diagnóstica que constatou um aumento de 30% na procura por exames para detecção da doença, entre adultos dessa faixa etária. A pesquisa foi realizada entre os anos de 2010 e 2011 e analisou pacientes do laboratório com idades entre 20 e 59 anos. As conclusões revelaram que todos os grupos regis- traram aumento na procura por exames que realizam a investigação sorológica e o diagnóstico da doença, mas o maior índice foi constatado na faixa acima dos 50 anos. De acordo com a Dra. Maria Lavínea Novis de Figueiredo Valente, infectologista do Delboni Medicina Diagnóstica, “alguns fatores que podem ter contribuído para esse aumento entre as pessoas com mais idade é a falta de proteção durante as relações sexuais e o aumento do número de divórcios, e consequentemente de parceiros, entre os casais dessa faixa etária”, afirma. Em contrapar- tida, a preocupação pela prevenção tem sido observada em todos os grupos. Entre 2010 e 2011, foi constatado um aumento de 15,1% na procura por exames para a detecção da sífilis, entre adultos de 20 a 29 anos. Já entre os de 30 a 39 anos, o aumento foi de 13,5% e de 40 a 49, 18,6%. A principal forma de transmissão da doença é o contato sexual. Em uma única relação sem preservativo, o risco de contágio é de 30% e a chance de contraí-la torna-se ainda maior se existirem feridas visíveis nos indivíduos. Outra forma de transmissão é da mãe para o feto durante a gravidez, a chamada sífilis congênita. No Brasil é obrigatória a re- alização da sorologia para sífilis nos exames de pré-natal e no momento do parto. “Existem três fases da sífilis: a primária, a secundária e a terciária. O maior risco de transmissão está na primeira fase onde ocorre uma lesão inicial, o cancro duro, uma úlcera única e indolor, que de- saparece duas a três semanas espontaneamente, dando a impressão de cura”, explica a Dra. Maria Lavinea. “Com isso, muitos pacientes não procuram atendimento médico e acabam evoluindo para a segunda fase da doença”, alerta. A múmia de uma criança o século 16 com os órgãos in- ternos relativamente preservados, encontrada na Coreia, foi a base para a descoberta de um genótipo único da Hepatite B que é muito comum no sudeste asiático. A descoberta foi possível pela análise genética realizada por meio de uma biópsia do fígado da múmia. A descoberta foi conduzida por uma equipe de cientistas israelenses e coreanos e pode ajudar os estudos da evolução da Hepatite B, uma doença crônica e potencialmente fatal, possibilitando-se a compreensão sobre a propagação do vírus, possivelmente da África para a Ásia. A descoberta também poderá lançar mais luz sobre o percurso da Hepatite B no Extremo Oriente, da China e do Japão para a Coreia, bem como para outras regiões da Ásia e Austrália, onde a doença é uma das principais causas da cirrose hepática e do câncer no fígado. Os cientistas relataram a reconstrução do antigo código ge- nético do vírus da hepatite B, sendo este o mais antigo genoma viral completo descrito na literatura científica até a data em que o trabalho foi publicado, na revista Hepatology (21 de maio). A múmia foi encontrada em uma pequena propriedade em uma área que está em reconstrução. Ela passou por vários testes, incluindo laparoscopia, durante a qual a amostra de biópsia foi extraída. Testes com carbono 14 das roupas da múmia sugerem que o menino viveu cerca de 500 anos atrás. As sequ- ências de DNA virais recuperadas a partir da biópsia do fígado permitiram aos cientistas mapeartodo o genoma da hepatite B. Usando técnicas de genética molecular, os pesquisadores compararam as sequências antigas de DNA com genomas virais contemporâneos, revelando algumas diferenças. Acredita-se que as mudanças no código genético resultaram de mutações espontâneas e pressões ambien- tais, possivelmente, durante o processo evolutivo do vírus. Segundo a Organização Mundial de Saúde, existem mais de 400 milhões de portadores do vírus em todo o mundo, principalmente na África, China e Coreia do Sul, onde até 15% da população é portadora do vírus. delboNI regIstrA AumeNto de 30% NA proCurA por exAmes pArA deteCção de sífIlIs eNtre Adultos de 50 A 59 ANos Levantamento analisou pacientes do laboratório durante 2010 e 2011; todas as faixas etárias registraram crescimento na busca pelo diagnóstico precoce da doença múmIA AjudA A estudAr evolução dA HepAtIte b Sequências de DNA virais recuperadas a partir da biópsia do fígado permitiram aos cientistas mapear todo o genoma do vírus NewsLab - edição 113 - 201228 O Instituto de Ensino e Pesquisa do HCor – Hospital do Coração, em São Paulo, em parceria com a MCMaster University, do Canadá, desenvolveu um estudo interna- cional, em larga escala, capaz de apontar riscos cardíacos em pacientes após cirurgias não cardíacas. Os resultados foram publicados na Revista JAMA (Journal of the Ameri- can Medical Association) – uma das revistas médicas mais importantes do mundo. Com um simples exame de sangue é possível verificar o nível de troponina-T (TnT) do paciente, um biomarcador liberado pelo músculo cardíaco que aponta estresse sofrido pelo coração, que pode ocorrer após anestesias em cirurgias de grande porte. Este exame é realizado nas primeiras horas após o procedimento cirúrgico, quando os pacientes ainda estão nos primeiros dias de pós-operatório. Com os resultados mais precisos em relação aos méto- dos até então utilizados, é possível identificar pacientes em risco de vida e dar início precoce aos tratamentos, reduzindo assim a mortalidade nas primeiras semanas após a cirurgia. Esta primeira análise do estudo Vision envolveu cerca de 15 mil pacientes acima de 45 anos, de 13 países como Brasil, Canadá, Colômbia, China, Índia, Malásia, Peru, Po- lônia, África do Sul, EUA, Inglaterra e Espanha, e mais de dois mil pacientes divididos entre o Hospital do Coração, em São Paulo, e Hospital de Clínicas, de Porto Alegre. Esse estudo faz parte dos projetos de filantropia do HCor em parceria com o Ministério da Saúde a serviço do SUS (Programa PROADI – Hospitais de Excelência à serviço do SUS). O estudo Vision continua acompanhando pacientes e atualmente cerca de 30.000 já foram incluídos nestes países. Nos próximos meses, uma série de novos dados de alto impacto oriundos do estudo Vision deve ser publicada, tornando este o projeto o mais importante já realizado no mundo sobre cuidados pré e pós-operatórios. Segundo o responsável pelo IEP HCor e coordenador do estudo Vision no país, Dr. Otávio Berwanger, cerca de 200 milhões de pessoas no mundo fazem cirurgias não cardíacas, como procedimentos ortopédicos, retirada de tumores e até cirurgias plásticas. Deste total, mais de 1 milhão morrem em até 30 dias após os procedimentos. “Os dados destes estudos possuem importante impacto para a prática clínica, uma vez que a identificação precoce dos pacientes com maior risco poderá permitir a redução de mortalidade do infarto durante as cirurgias não cardíacas e isso beneficiará milhões de pacientes no mundo”, explica Dr. Berwanger. As complicações cardíacas costumam acontecer desde as primeiras horas após o procedimento cirúrgico até 30 dias depois – período considerado crítico. “Fazer cirurgia é como um teste de esforço, e esse esforço às vezes causa infarto não previsto, levando o paciente a óbito. Esses in- fartos, que são graves, iriam passar desapercebidos se nós não empregássemos este exame que consegue detectar e alertar o médico que o paciente poderá ter complicações cardíacas severas a curto prazo”, esclarece Dr. Berwanger. O exame troponina-T é o mais confiável e preciso para identificar os pacientes em risco cardíaco, em comparação aos demais critérios clínicos como idade e histórico de doenças crônicas e cardíacas, entre outros. “Graças ao estudo Vision, 25% dos pacientes que eram considerados de baixo risco para complicações foram reclas- sificados como alto risco. Esse estudo muda a forma como os médicos devem cuidar de seus pacientes logo após uma cirurgia não cardíaca, identificando rapidamente os cuidados adicionais e intensivos para a sobrevida. Com este estudo, esperamos beneficiar aproximadamente 200 milhões de pessoas no mundo com o apoio do Ministério da Saúde pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos”, finaliza Dr. Berwanger. Após amplo estudo mundial, HCor identifica biomarcador produzido pelo coração capaz de apontar com mais precisão o risco de complicações cardíacas Novo exAme de sANgue deteCtA preCoCemeNte pACIeNtes em rIsCo de vIdA Após CIrurgIAs de médIo e de grANde portes Os ministérios da Saúde e da Educação e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vin- culada ao MEC, lançaram o portal “Saúde Baseada em Evidências”, que facilitará a cerca de 1,8 milhão de profissionais de saúde o acesso a conteúdos científicos. O Portal contribui para o aperfeiçoa- mento do trabalho e também proporciona educação continuada aos profissionais da saúde, em especial aos que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS), oferecendo o que há de melhor na produção científica mundial. Por meio da pesquisa a conteúdos cientifi- camente relevantes, os profissionais poderão atuar integrando o conhecimento, à experiên- cia clínica e de gestão. Para saber mais: http://portalsaude.saude.gov.br profIssIoNAIs de sAúde terão ACesso fACIlItAdo A perIódICos CIeNtífICos Quase 2 milhões de profissionais terão acesso a conteúdos científicos NewsLab - edição 113 - 201230 A Agilent anunciou a conclusão da compra da Dako, empresa dinamarquesa de diagnósticos de câncer, por U$$ 2,2 bilhões à vista (livre de dívidas). A Agilent espera que a aquisição fortaleça sua posição em biociências, com foco em desenvolvimento de produtos que contribuam para a luta contra o câncer. Bill Sullivan, presidente e CEO da Agilent, disse que “a aquisição da Dako, a maior na história da Agilent, é mais um passo na expansão de nossos negócios em biociências. A incorporação da Dako e de seu portfólio irá contribuir para o crescimento da Agilent em diversas áreas de diagnósticos, como também fortalecer nossas atuais linhas de produtos”. “Agilent e Dako dispõem de alguns dos melhores talen- tos e tecnologias do mundo”, disse Lars Holmkvist, CEO da Dako. “Ao combinar recursos, acreditamos que as nossas duas empresas irão se beneficiar, assim como nossos con- sumidores e funcionários. Eu tenho grande confiança em relação ao que seremos capazes de realizar juntos”. Concomitante à aquisição, Agilent criou uma quarta divisão de negócios, o Grupo de Diagnósticos e Genoma. A nova organização é composta pela Dako, liderada por Lars Holmkvis, e a Divisão de Soluções Genômicas, liderada por Bob Schueren, vice-presidente e gerente geral do grupo de genoma da Agilent. O Grupo de Diagnósticos e Genoma irá se reportar diretamente a Bill Sullivan. A Dako é uma das principais fornecedoras mundiais de sistemas para o diagnóstico de câncer, fornecendo anticor- pos, reagentes, instrumentos científicos e software para laboratórios de patologia. AgIleNt CompletA AquIsIção dA dAko, empresA dINAmArquesA de dIAgNóstICos de CâNCer Este é mais um passo na expansão dos negócios da empresa em biociências INCA ApoNtA que 37% dos CAsos de CâNCer dopAís prevIstos pArA este ANo são relACIoNAdos Ao tAbAgIsmo Levantamento mostra ainda que os homens brasileiros podem perder até dez anos de vida por conta de tumores malignos causados pelo uso do cigarro tabaco-relacionados para esse ano. “O país já alcançou muitos avanços na luta contra o tabagismo, mas o número de casos novos relacionados ao fumo é preocupante. É preciso re- gulamentar definitivamente a lei dos ambientes 100% livres do tabaco e dar mais um grande passo em prol da saúde dos brasileiros”, diz o diretor- -geral do INCA, Luiz Antonio Santini. Quando avaliados por região, os percentuais dos cânceres causados pelo tabaco, comparados com todos os casos novos para esse ano, ficam em 45%, nas mulheres e 34% nos homens do norte do país; 43% no sexo masculino e 35% no feminino do sudeste; 40% nas mulheres e 35% nos homens do centro- -oeste e, 35% do sexo masculino e 40% do feminino na região centro-oeste do país, conforme a tabela. Outra conclusão alarmante do estu- do do INCA é que se consideramos uma expectativa de vida até os 80 anos, os brasileiros podem perder até seis anos potenciais de vida e, as brasileiras, até cinco anos, devido a alguns tipos de câncer tabaco-relacionado. Apesar da queda significativa no número dos fumantes brasileiros, o percentual de mortalidade por cân- cer tabaco-relacionado ainda é alto. O câncer de pulmão, por exemplo, é responsável por 37% das mortes por câncer na região sul, entre o sexo masculino. Nas outras regiões, também entre os homens, esse tipo de tumor é responsável por 30% da mortalidade por câncer. Entre as mulheres, na região sul, o tumor de pulmão é o que mata mais dentre todos os cânceres: 24%. O câncer de cólon e reto, que também sofre influência do tabagismo, repre- senta 20% das mortes por câncer na região sudeste. Sexo Norte Nordeste Centro -Oeste Sudeste Sul Masculino 34% 33% 35% 38% 43% Feminino 45% 38% 40% 33% 35% Cânceres causados pelo tabaco comparados com todos os casos novos 2012 — Divisão de Informação INCA O Dia Mundial Sem Tabaco de 2012, no Brasil, foi marcado pelo tema “Fumar: faz mal pra você, faz mal pro planeta”. O mote foi adaptado da proposta da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a realidade do país enfocando os danos causados pela cadeia de produção do tabaco e os malefícios à saúde da população. O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), órgão veiculado ao Ministério da Saúde, em recorte especial das estimativas de câncer para 2012, aponta que 37% dos casos da doença podem estar relacionados ao tabagismo. Apesar de ser a primeira vez que o país registra menos de 15% na pre- valência de fumantes, de acordo com as informações do Vigitel (pesquisa telefônica do Ministério da Saúde), o INCA alerta para os percentuais estimados de casos novos de câncer NewsLab - edição 113 - 201232 Por meio de uma simples coleta de sangue de pacientes com câncer poder antever se determinado tipo de tratamento trará ou não a resposta mais eficaz para cada caso. Este é o objetivo de pesquisadores do Hospital A.C.Camargo responsá- veis por estudo sobre o papel das células tumorais circulantes na evolução e estabelecimento do potencial de agressividade da doença. Liderado pelo patologista e diretor de Anatomia Patológica, Fernando Augusto Soares, o estudo reúne também o diretor de Oncologia Clínica, Marcello Fanelli e a pesquisadora Ludmilla T. Domingos Chinen. Inédita no Brasil, a análise dos níveis de células tumorais circulantes teve seus primeiros relatos feitos ao longo dos últimos anos por pesquisadores norte-americanos e europeus. O projeto brasileiro está sendo financiado pela FAPESP, que está investindo 700 mil reais até maio de 2014. A meta do A.C.Camargo é realizar ao longo dos próximos dois anos a contagem das CTCs de 230 pacientes a serem atendidos no Ambulatório de Oncologia Clínica, sendo 100 com diagnóstico de câncer colorretal, 100 com câncer de pulmão e outros 30 com câncer de pâncreas. Acredita-se que a disseminação do câncer necessita da presença de CTCs. “Quanto mais células tumorais circulantes no sangue, pior é o prognóstico”, destaca Marcello Fanelli. Participarão pacientes a partir de 18 anos com doença localmente avançada ou doença metastática confirmada por análise patológica e/ou radiológica e também pacientes que iniciarão quimioterapia de primeira linha para doença metastá- tica e com extensão da doença determinada por exame físico e por imagem. Não serão incluídos pacientes com histórico prévio de outro câncer nos últimos dois anos. Em caráter prospectivo, o estudo será realizado por meio de coleta de sangue de pacientes com tumores sólidos me- tastáticos ou localmente avançados, tendo como controle ne- gativo o sangue de indivíduos sadios e como controle positivo amostras de sangue com células tumorais de cólon mantidas em cultura. O sangue dos pacientes será coletado em três tempos, sendo o primeiro antes do início do tratamento sis- têmico (quimioterapia, terapêutica hormonal, terapias-alvo, dentre outras), a segunda etapa três a quatro semanas após o início do tratamento e a terceira se repetindo a cada nove ou 12 semanas, dependendo do tratamento. Será utilizado pelos pesquisadores do A.C.Camargo o siste- ma Ariol, que faz a separação celular por pérolas magnéticas e as identifica por meio de anticorpo anticitoqueratina, fazendo a seleção negativa com anti-CD45 (separação de leucócitos). Além disso, será usado o ISET (Isolation by Size of Epithelial Tumor Cells), um método direto de enriquecimento das células epiteliais por filtração. “A simplicidade proporcionada pelo ISET evita a perda de células raras em múltiplos passos de isola- mento. Após isoladas, as CTCs podem ser caracterizadas, por exemplo, por imunocitoquímica, FISH ou análise molecular”, afirma Ludmilla Chinen. De acordo com os pesquisadores, o protocolo visa estabe- lecer se a metodologia de contagem de CTCs poderá ajudar a nortear o tratamento de diferentes maneiras. “Queremos correlacionar os níveis de CTCs com exames de imagem e poder afirmar se com a informação gerada o clínico poderá melhor determinar se uma terapia específica está funcionando ou não”. Ainda segundo eles, existe a meta de levar à dimi- nuição de exames de imagem, que são onerosos e cansativos e, para tanto, apenas fazer o acompanhamento dos pacientes pelos níveis de CTCs. Por fim, pela observação da expressão de marcadores/genes nas CTCs e sua correlação com a expressão nos tumores, os pesquisadores querem chegar à conclusão sobre qual é o tipo de terapia mais eficaz para cada paciente, levando a uma individualização inteligente do tratamento. A Roche realizou por meio de WebMeeting uma palestra sobre medicina diagnóstica com o tema: “Aplicações de novos parâmetros hematológicos na prática clínica”, ministrada pela Dra. Helena Zerlotti Wolf Grotto, médica do Departamento de Patologia Clínica da Faculdade de Ciências Médicas da Uni- camp. Na ocasião, participaram 190 médicos e foram mais de 759 acessos. Os temas abordados foram sobre situações clínicas, onde parâmetros adicionais ao hemograma padrão, como a porcentagem de hemácias hipocrômicas, o número de hemácias fragmentadas e o volume plaquetário médio, podem agregar valor ao diagnóstico e monitoramento de pacientes com doenças hematológicas. A divisão de medicina diagnóstica do Grupo tem como premissa buscar excelência em todas as ações que realiza, sejam com seus parceiros, clientes, pacientes e disponibilizar conteúdo educativo gratuito faz parte destas ações. O Roche Online é um site voltado à educação continuada de profis- sionais de saúde e existe desde 2008, em que já recebeu 40.463 acessos, sendo 61% por médicos. ARoche Diagnóstica traz soluções que acompanham as ne- cessidades do mercado para otimizar o tempo dos profissionais de saúde e a qualidade de vida dos pacientes. Em 2011, assumiu a liderança do mercado de hematologia no País, segundo dados apresentados no Relatório da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), ou seja, um terço de todos os clientes do Brasil está sendo atendido pela linha de hematologia do Grupo. A.C.CAmArgo CAçA CélulAs Após ColetA de sANgue pArA ANteCIpAr suCesso de terApIAs CoNtrA o CâNCer Pesquisadores receberam financiamento da FAPESP para analisar os níveis de células tumorais circulantes no sangue roCHe ofereCe pAlestrAs de medICINA dIAgNóstICA pArA profIssIoNAIs dA sAúde Líder do mercado diagnóstico de hematologia no Brasil, companhia oferece conteúdo via WebMeeting ao vivo NewsLab - edição 113 - 201234 Com o tema “Impactos da incorporação de novas tecnologias para a evolução do diagnóstico”, os pales- trantes Daniela Camarinha (sócia proprietária da You Care), Liliana Perez (presidente da CBDL – Câmara Bra- sileira de Diagnóstico Laboratorial) e Dr. Stephen Stefani (presidente do capítulo Brasil da International Society of Pharmacoeconomics and Outcome Research - ISPOR) discutiram durante o 39° Congresso Brasileiro de Análises Clínicas, realizado no Rio de Janeiro de 01 a 04 de julho, os desafios da incorporação de novas tecnologias no Brasil. A mesa redonda contou com uma explanação geral so- bre o cenário do Brasil, os aspectos fármaco-econômicos e a visão das operadoras de saúde nesse processo. O foco foi dado junto ao mercado privado da saúde, repre- sentado hoje por aproximadamente 23% da população brasileira, porém concentrando mais de 50% do volume investido em saúde. O encontro teve como objetivo principal sensibilizar os principais players do mercado quanto a importância no processo de incorporação de novas tecnologias em saúde apontando a quantidade crescente de novas drogas e exames de diagnóstico in vitro que serão disponibilizados no Brasil em breve e os desafios a serem percorridos para que o público final tenha acesso e possa usufruir dos benefícios. Liliana Perez traçou um panorama geral das políticas públicas de saúde no Brasil e defendeu a adoção de uma medicina mais focada nas necessidades de cada paciente. “Se faz cada vez mais necessária a aplicação da medicina personalizada, isto é, buscar a solução correta para a pes- soa certa”, afirmou Liliana. A presidente da CBDL reforçou o ganho do setor com a criação do QUALISS (Programa de Monitoramento da Qualidade dos Prestadores de Serviços na Saúde Suplementar) que tornará transparente a qua- lidade da rede prestadora e o importante papel da ANS (Agência Nacional da Saúde) e da CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS). Em contrapartida, o Dr. Stephen Stefani debateu sobre o potencial conflito de interesses entre as partes envolvi- das neste processo, os estudos fármaco-econômicos e as barreiras de entrada de um novo tratamento. Segundo o médico, “é necessário que o Brasil siga exemplos de países como os EUA e Inglaterra e defina o critério de custo- -efetividade a ser adotado no país, valor atribuído para buscar equidade de acesso a novas tecnologias, aliado ao desfecho clínico e impacto orçamentário propiciado pela droga ou teste laboratorial”. Daniela Camarinha finalizou a discussão enfatizando a criação de uma competição baseada no valor para o paciente, o envolvimento dos participantes do setor para a cocriação de valor conjunta e a mensuração e comuni- cação de todas essas oportunidades e investimentos junto às fontes pagadoras. Em sua opinião, algumas estratégias são necessárias para otimizar os modelos de saúde, como a redução do custo da doença, a maior integração entre os laboratórios e o setor clínico, a busca por desempenhos na valorização dos clientes e uma gestão mais focada na inovação. “É preciso uma maior abertura para formar alianças estratégicas entre os prestadores e a indústria, além de uma gestão baseada em evidências”, concluiu. Ao final das apresentações foi promovido um debate entre o público presente e os palestrantes. O evento contou com a presença de representantes da indústria de diagnósticos, de laboratórios clínicos e das sociedades médicas. Estiveram presentes o Dr. Irineu Grinberg (Presi- dente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas) e o Dr. José Carlos Barbério (Membro da comissão do Sindhosp). mesA-redoNdA ApoNtA os desAfIos pArA A INCorporAção de NovAs teCNologIAs NA áreA dA sAúde O foco foi o mercado privado da saúde, que representa 23% da população brasileira, porém concentra mais de 50% do volume investido em saúde Dr. Stephen Stefani, Liliana Perez e Daniela Camarinha NewsLab - edição 113 - 201238 Durante o 46º Congresso Brasileiro de Patologia Clí- nica/Medicina Laboratorial será lançada a “Diretriz para a Gestão e Garantia da Qualidade de Testes Laboratoriais Remotos da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial”. O trabalho é assinado por vários especialistas, que apresentam as aplicações de TLR nas diferentes áreas clínicas, suas vantagens e desvantagens e o contexto sob a ótica da RDC 302 e a Norma do Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC), da SBPC/ML. “A obra é resultado de extensa pesquisa bibliográfica realizada pelos autores e descreve o estado-da-arte em relação ao tema”, explica o diretor científico da SBPC/ML, Nairo Su- mita, coautor e coordenador da publicação. O lançamento acontece durante o 46º Congresso da SBPC/ML, em Salvador. O livro será distribuído gratuitamente e conta com o apoio de Roche e Radiometer. A ABIIS, Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde é uma união de três entidades representativas do segmento de produtos e equipamentos médico-hospita- lares e de diagnóstico in vitro: Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares (Abimed), Asso- ciação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes (Abraidi) e Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL). Juntas, as associações somam cerca de 400 empre- sas atuantes na produção, importação, exportação e distribuição de produtos e equipamentos médicos para diagnóstico, prevenção e tratamento em saúde. Esses produtos, entre máquinas de raio-X, marca-passos, stents e kits e reagentes para diagnóstico, representam 7% do total de gastos com saúde no país. De acordo com o seu presidente, Carlos Eduardo Gouvêa, a ABIIS tem como objetivos a parceira com o Governo Federal e a colaboração com os novos proce- dimentos adotados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para garantir o acesso da população a tecnologias médicas inovadoras. Gouvêa explica que esta aliança pretende expandir sugestões de políticas públicas, mobilizando também agentes da esfera privada para que o Brasil invista em pesquisa, desenvolvimento, produção local e comerciali- zação de novas tecnologias que sejam estratégicas para o país, sem se descuidar do importante papel exercido pelos produtos importados de alta tecnologia - essenciais para o sistema. “A intenção da ABIIS é frisar a relevân- cia de um setor tão importante para a saúde, mas ainda altamente desconhecido”, ressalta. Mercado Brasileiro de Saúde - De acordo com estima- tivas, o Brasil gasta anualmente mais de R$ 270 bilhões em saúde. Deste total, 45% são custeados pelo sistema público. As entidades e empresas congregadas pela ABIIS, juntas representam 0,6% do PIB brasileiro e possuem um fatura- mento estimado em R$ 12,2 bilhões. Esse grupo fomenta, indiretamente, mais de 11 mil empresas, as quais, por sua vez, geram mais de 100 mil postos detrabalho com salários acima da média nacional. Suas exportações representam mais do que 25% de todo o setor médico nacional. E recolhem contribuições superiores a R$ 3 bilhões em impostos e atendem a 60% do mercado de produtos médicos no Brasil. As empresas associadas à nova entidade realizam in- vestimentos acima da casa dos 10% de seus faturamentos em Pesquisa e Desenvolvimento, Inovação Incremental e Educação Continuada. Outros 12% do faturamento são aplicados em políticas de pós-venda, como instalação, as- sistência técnica, manutenção, capacitação e treinamento. As importações, que somaram US$ 7,7 bilhões para o mercado de saúde em 2011, viabilizaram o fornecimento de produtos inovadores e mais competitivos ao mercado nacional. Grande parte deste volume são produtos sem escala para fabricação local ou com tecnologia ainda in- disponível no país. Este cenário demonstra, portanto, que a viabilidade do sistema de saúde nacional e a ampliação do acesso à saúde dependem da complementaridade da produção local e da importação. eNtIdAdes do setor sAúde CrIAm AlIANçA pArA INovAção e deseNvolvImeNto de teCNologIAs médICAs As entidades e empresas congregadas pela ABIIS possuem um faturamento estimado em R$ 12,2 bilhões sbpC/ml lANçA dIretrIz de tlr No 46º CoNgresso NewsLab - edição 113 - 201240 O Ministério da Saúde (MS) vai investir R$ 15 milhões em terapia celular em 2012. A maior parte do recurso (R$ 8 milhões) será voltada para concluir a estruturação de oito Centros de Terapia Celular, que ficarão responsáveis pela produção nacional de pesquisas com células-tronco. Atualmente, grande parte dos insu- mos utilizados nas pesquisas com células-tronco realizadas no Brasil são importados. Os outros R$ 7 milhões serão aplicados em editais de pesqui- sa abertos ainda este ano. Os oito Centros de Tecnologia Celular estão localizados em sete mu- nicípios do país: três na Universidade de São Paulo na capital paulista, um na USP de Ribeirão Preto, um na Uni- versidade do Rio Grande do Sul, um na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-Paraná), em Curitiba, um no Instituto Nacional de Cardiologia do Rio de Janeiro e um no Hospital San Rafael, em Salvador, este em parceria com o Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz (CPqGM/Fiocruz Bahia). Com esta ação, o governo quer ampliar o uso da medicina regenera- tiva na recuperação de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), em tratamentos como regeneração do coração, movimento das articulações, tratamento da esclerose múltipla. “O know how de produção de suas próprias células-tronco, embrionárias e adultas, vai baratear as pesquisas na área e possibilitar a produção em escala para uso comercial”, explicou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do MS, Carlos Gadelha. “A intenção é tornar esses centros aptos a subsidiar hospitais públicos e privados na recuperação de órgãos de pacientes”, afirma. A terapia celular ainda não é re- conhecida pelo Conselho Federal de Medicina e o uso em pacientes só é permitido no âmbito das pesquisas clínicas. A exceção é o uso das células- -tronco derivadas da medula óssea humana, que já vêm sendo empre- gadas com sucesso no tratamento de pacientes com hematológicas, como leucemias e anemias. Três – o de Curitiba, o de Salvador e o de Ribeirão Preto – dos centros já estão em atividade com recursos do Ministério da Saúde. Os outros cinco estão em fase de construção. O mais avançado é o da PUC Paraná, que tem pesquisas concluídas, já produz células-tronco adultas e aguarda autorização da Anvisa para ampliar a produção para escala comercial. Já deu suporte a cinco pesquisas clínicas envolvendo 80 pacientes cardíacos. Alguns dos pacientes voluntários nas pesquisas do centro da PUC Paraná tinham anginas intratáveis que lhes impossibilitavam de fazer qualquer esforço físico, mas, com o tratamento, tiveram seus corações recuperados e hoje têm vida normal, com prática constante de atividade física. O centro já começou a produzir célula-tronco para uso em cartilagem, os chama- dos condrócitos, e aguarda liberação do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para realizar pes- quisas envolvendo a regeneração de articulações de joelho e do quadril. A USP de Ribeirão Preto está desenvol- vendo pesquisas na área de diabetes. No Hospital San Rafael, em Salvador, os estudos são em traumatismo de medula óssea e fígado. Para saber mais: www.fiocruz.br A terapia celular ainda não é reconhe- cida pelo Conselho Federal de Medicina e o uso em pacientes só é permitido no âmbito das pesquisas clínicas PUC Paraná já produz células-tronco adultas e aguarda autorização da Anvisa para ampliar a produção para escala comercial mINIstérIo dA sAúde vAI INvestIr r$ 15 mIlHões em oIto CeNtros de teCNologIA CelulAr O Fleury Medicina e Saúde conquistou a acreditação do American College of Radiology (ACR) em mais um serviço, a biópsia estereotáxica mamária da Unidade Paraíso, localizada na capital paulista. Esse procedi- mento diagnóstico é empregado na investigação de câncer de mama, entre outras indicações. Em outubro de 2011, o Fleury recebeu a primeira acreditação dessa entidade, para o serviço de Mamografia da Unidade Itaim, também em São Paulo. “É uma acreditação importante, que só nos traz a certeza da excelência e da qualidade de nossos processos e produtos”, afirma a diretora executiva médica, Jeane Tsutsui. O ACR é um órgão americano que certifica a confor- midade dos serviços com boas práticas em processos de exames de imagem. Desde 1987, a ACR acreditou mais de 20 mil instalações, incluindo mais de 10 mil práticas em 10 modalidades diferentes de imagem. A Área Técnica Central do Fleury Medicina e Saúde, localizada em São Paulo, também possui a acreditação do College of American Pathologists (CAP), outro importante selo internacional de conformidade com boas práticas de medicina diagnóstica. fleury reCebe ACredItAção INterNACIoNAl pArA bIópsIA de mAmA NewsLab - edição 113 - 201242 Ligado ao Instituto de Biociências (IB) da USP, o Centro de Estudos do Genoma Humano (CEGH) possui um dos maiores bancos de dados de doenças genéticas raras do Brasil – cerca de 80 mil pacientes já foram atendidos desde a fundação, em 2000. Até o ano passado, no entanto, as informações estavam dispersas em formatos diferentes, o que difi- cultava o acesso pelos pesquisadores e consumia tempo desnecessariamente. Para resolver o problema, o centro firmou uma par- ceria com o Grupo de Modelagem de Banco de Dados, Transações e Análise de Dados (DATA Group), do Insti- tuto de Matemática e Estatística (IME) e do Centro de Bioinformática da USP. Juntos, desenvolveram ao longo de cinco anos um software que possibilitará armazenar os dados clínicos e informações genômicas e de testes moleculares realizados nos pacientes. Assim, o CEGH terá nas mãos um dos maiores ban- cos de dados de doenças genéticas raras da população brasileira, especificamente de doenças neuromusculares, malformações congênitas, de déficit cognitivo, surdez, obesidade de causa genética e doenças de comporta- mento. Dentre estas últimas inclui-se o autismo, que ao contrário das demais, não é raro. Outra função importante será abarcar dados de células-tronco de pacientes com doenças genéticas raras do Brasil, que já contém mais de 300 amostras. Já em implementação, o programa facilitou o acom- panhamento e a seleção de pacientes para as pesquisas sobre doenças genéticas. Agora os pesquisadores têm controle sobre o fluxo de exames clínicos e moleculares realizados pelo CEGH. Pacientes - Ao reconhecer o caráter genético das doenças que possuem, os pacientes podem, em alguns casos, buscar tratamento oupensar na prevenção para os descendentes. O encaminhamento ao CEGH é normalmente feito pelos médicos. Após chegar ao centro, o paciente passa pela bateria de exames. Em grande número e repletos de detalhes, esses exa- mes são feitos em etapas e em baterias de 10 a 30 de cada vez, para reduzir os custos. Incluem coletas de sangue do paciente e familiares para análise do DNA e elaboração do laudo. Pelo software, médicos e geneticistas ficam sabendo das informações cadastradas pelos técnicos responsáveis pelo exame e passam orientações para a realização. “Cada grupo dentro do cen- tro tinha uma maneira diferente de controlar esse fluxo. Agora estamos tentando unificar os métodos”, explica Maria Rita Passos-Bueno, responsável pelo grupo de estudos de autismo e anormalidades craniofaciais no CEGH. “Também podemos acessar os dados remotamente. Isso facilita, inclusive, para o intercâmbio de dados com outras ins- tituições, inclusive fora do Brasil”, completa. Além da vantagem financeira – o software é livre e gratuito –, desenvolvê-lo especialmente para o CEGH garante a cobertura de demandas específicas do grupo. Os pesquisadores do DATA Group precisaram desenvol- ver soluções para controle do fluxo de exames e integrar dados de pacientes e familiares, de modo a facilitar o acesso pelos geneticistas. “A partir de agora, o sistema irá evoluir na parte analítica dos dados e na integração das informações existentes com as de células-tronco de pacientes com doenças genéticas raras”, diz João Eduardo Ferreira, professor do IME e coordenador do DATA Group. De acordo com o CEGH, também é necessário ace- lerar o acréscimo de dados pertencentes a pacientes antigos – a coleta de amostras é feita desde 1970, antes mesmo de o centro existir. “Uma pessoa que nos procura agora pode ter um parente que fez exame aqui muitos anos atrás. Esse é um dado importante para a terapia. Recuperar rapidamente as informações é essencial para deixar o processo mais dinâmico”, diz a professora Maria Rita. Para o segundo semestre, o objetivo é aumentar o número de exames que podem ser acompanhados pelo novo programa. Pesquisadores de ambos os grupos concordam que um dos maiores desafios foi superar as dificuldades de comunicação entre as áreas. Nem sempre a demanda de um lado pode ser atendida pelo outro. “Essa necessida- de de cooperação, no entanto, é requisito fundamental para o sucesso das pesquisas na área de computação, medicina e biologia nos próximos anos”, aponta Ferreira. Para saber mais: http://genoma.ib.usp.br/ Ime e Ib uNem-se pArA CrIAr bANCo de dAdos dIgItAl de doeNçAs geNétICAs NewsLab - edição 113 - 201246 Com pouco mais de 10 dias de vida, Samuel Borges, dois anos, foi diagnosticado com atresia pulmonar – cardiopatia congênita cianótica rara. Com apenas 17 dias ele saiu de Boa Vista (RR), em uma UTI aérea e viajou por quase 12 horas para passar por uma cirurgia de correção da obstrução da abertura entre a artéria pulmonar e o ventrículo direito, no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC), em São Paulo. Apesar do sucesso da cirurgia, a vida do pequeno paciente não seria mais a mesma. Desde então, ele precisa medir frequentemente a es- pessura do seu sangue. Com o CoaguChek® da Roche – um sistema de monitorização da coagulação do sangue no qual em poucos minutos o paciente obtém o resultado do INR e com isso tem a certeza de que está tomando a dose correta do medicamento, diminuindo muito a ocorrên- cia de complicações como eventos tromboembólicos e hemorragia –, o garoto é levado a São Paulo a cada três meses pela avó Fátima Chacon Borges, 60 anos. O principal benefício que o aparelho oferece hoje a Samuel é a qualidade de vida e conforto, já que ao invés da punção venosa é possível realizar o teste com uma gota de sangue através de uma punção capilar, menos dolorida para o garoto. E é justamen- te este o maior foco da Roche quando investe em pesquisa e desenvolvimento. Mais do que propiciar qualidade de vida a milhares de pacientes, quando viabiliza seus testes diagnósticos, a empresa visa, em algumas situações mais graves, salvar a vida de muitas pessoas. “A principal motivação da Roche Diagnóstica é o fato de acreditarmos que podemos ajudar a melhorar vidas. Queremos, no tempo mais curto possível, que o paciente tenha sua condição de saúde restabelecida”, afirma Lorice Scalise, diretora da Roche Professional Diagnostics (RPD). Se não tivesse adquirido o CoaguChek®, a enfermei- ra Carolina V. Gianvecchio, 30 anos, que mora em São José dos Campos (SP), também teria que se deslocar até São Paulo, pelo menos uma vez por mês, para medir o nível de coagulação do seu sangue. Aos três anos, foi diagnosticada com uma estenose valvar aórtica. E por causa disso, passou por duas cirurgias. A última, em 2011, trocou uma válvula biológica do coração por uma metálica. A maneira encontrada para minimizar as idas e vindas à capital, foi a compra do CoaguChek. Ela conta que colhe o sangue e envia o resultado por e-mail para sua médica, que a auxilia na indicação da dosagem correta do medicamento anticoagulante. Deste benefício usufrui a dona de casa Lucy A. Canzi, 65 anos. Desde o final do ano passado ela não precisa mais sair de casa para saber como está a coagulação do sangue. “Como paciente achei de uma tranquilidade imensa. Afinal, é sofrível na minha ida- Anualmente investimos cerca de 20% do nosso faturamento global em pesquisa e desenvolvimento em inovação de solução de diagnóstico e terapias , Pedro Gonçalves, presidente da Roche Diagnóstica. Di vu lg aç ão R oc he 47NewsLab - edição 113 - 2012 Solidez no diagnóstico Testes que proporcionam qualidade de vida a milhares de pacientes Antes do uso do aparelho Coaguchek, o pequeno Samuel era segurado por cinco enfermeiras. Hoje, o exame é rápido e prático Gu to M Ar qu eS NewsLab - edição 113 - 201248 de ter a obrigação de ir de 15 em 15 dias ao laboratório. Amo este aparelho e indico para todo mundo”, afirma. Em todos os exemplos acima, o ganho dos pacientes é poder viver com maior qualidade de vida. Mas há, ainda, os casos de doenças mais graves como os cânceres de pele (me- lanoma metastático), colorretal e de pulmão, nas quais os benefícios podem representar maior sobrevida do paciente. Novos testes diagnósticos Para identificar mutações genéticas, a Ro- che possui hoje alguns inovadores exemplos de marcadores oncológicos como o BRAF, KRAS e EGFR, todos feitos na plataforma cobas® 4800. “Os resultados saem em apenas oito horas. E no câncer todo segundo é valido, às vezes é até pouco. Portanto, quanto mais rápido diagnosticar, mais o médico pode tomar uma decisão ágil sobre qual o tratamento ade- quado”, explica Claudia Scordamaglia, gerente desses produtos na Roche. Mais recentemente, aconteceu o lança- mento do teste para marcador tumoral HE4, de câncer ovariano, realizado na plataforma Elecsys. Apesar de pouco frequente, é um tumor ginecológico de difícil diagnóstico e cerca de 75% dos casos apresentam-se em estágio avançado, segundo dados do Insti- tuto Nacional de Câncer (Inca). “A detecção precoce deste tipo de câncer é fundamental porque quando descoberto em fases I e II, a chance de cura pode chegar a 95%”, diz Wilson Tortorelli, gerente de produtos de bioquímica e de marcadores tumorais da Roche. Segundo ele, até então, a detecção era feita por meio da ultrassonografia transva- ginal, mas além de ser mais caro, o exame aponta o tumor tardiamente. Depois surgiu o Ca125, mas ainda acontecem falsos-negativose falsos-positivos. “Por isso, recomendamos que o HE4 seja feito em conjunto com o Ca125 e isso o torna mais específico que todos os outros existentes no mercado”. Esta é uma fer- ramenta nova que a Roche está apresentando aos médicos e que vai auxiliá-los a oferecer mais precisamente o risco da estratificação do tumor e um diagnóstico precoce. Alto valor médico Além de pensar no benefício dos pacientes, a Roche também tem como prioridade desen- volver testes inovadores e de alto valor médi- co. O que tem sido feito especialmente com os lançamentos de marcadores que trazem ao especialista respostas que eles ainda não conseguem com os já existentes. “Concentra- mos cada vez mais esforços à exploração de conhecimento científico e progresso tecnoló- gico para aumentar o valor médico dos testes que estamos oferecendo. Priorizamos as áreas com maiores necessidades médicas não aten- didas e alocamos recursos substanciais para o desenvolvimento de novos testes”, explica Pedro Gonçalves. Dentro deste contexto destacam-se tam- bém os marcadores ósseos e os testes de pré-eclampsia. Hoje, a Roche possui um perfil bastante extenso de marcadores ósseos, os quais possuem parâmetros que auxiliam des- de o diagnóstico da osteoporose e doenças ósseas como a vitamina D, PTH, osteocalci- na, e até no monitoramento da terapia: com os testes CTX (Beta Crosslaps e P1NP). Com estes últimos, segundo Sandra Andreo, ge- Até o momento, a Roche instalou 40 mil equipamentos de sorologia em todo o mundo. Realizando 8 bilhões de testes por ano e liberando 255 resultados por segundo Thiago TeixeiRa A dona de casa Lucy A. Canzi faz o exame sozinha e evita a ida frequente ao laboratório 49NewsLab - edição 113 - 2012 uma maior sensibilidade todos os alvos exigidos pela Portaria N° 1353 do Ministério da Saúde: (HIV-1 Grupo M e O, HIV-2, HCV e HBV), há também o cobas® s201, aparelho totalmente automatizado que facilita a liberação das doa- ções (108 amostras em cinco horas e cada 30 minutos, mais 108 amostras). Segundo Rafael Souza, gerente de produ- to NAT da Roche, os pacientes são os mais beneficiados neste caso, pois há uma maior segurança do sangue que é liberado para a transfusão dentro de um tempo muito redu- zido. “A experiência da Roche em mais de 270 bancos de sangue do mundo, também pre- sente há anos em diversos bancos de sangue privados e públicos do Brasil”, afirma Souza. Canais de comunicação Entendendo que estes novos testes de alto valor médico precisam atingir a comunidade médica, há cerca de dois anos a empresa encontrou uma nova maneira de apresentar estes testes aos próprios especialistas, afinal, muitos só chegavam ao conhecimento dos laboratórios. Hoje, isso ocorre por meio de visitações médicas, as quais têm o objetivo de desenvolver um trabalho consciente com a comunidade médica e os profissionais de saúde para a prescrição dos exames laboratoriais. “A visitação tem nos auxiliado na aproximação com a classe médica. E essa é uma forma de contribuir para a melhoria de qualidade de vida do paciente”, diz Márcia Viotti, gerente de Co- municações de Marketing e Projetos Especiais da Roche. Até o momento foram mais de 10 mil visitas para médicos das especialidades de cardiologia e ginecologia, com foco para testes de coagulação, marcadores cardíacos e HPV. Além deste, outro canal tem ajudado a agregar valor médico: o web meeting Roche online, programa de educação continuada para médicos, profissionais de laboratório e de saúde. A tecnologia abrange aulas virtuais e palestras interativas sobre temas variados da medicina diagnóstica, especialmente nas áreas de ginecologia, endocrinologia, cardio- logia e clínica geral. Em 2011, foram registra- rente de produto de imunologia da Roche, o paciente pode saber se o seu tratamento para a osteoporose está funcionando, em apenas 90 dias – hoje o paciente espera cerca de dois anos para confirmar o sucesso de sua terapia através da densitometria. Na pré-eclampsia, patologia silenciosa que mata três gestantes por dia no País, os marcadores SFLT e PLGF, realizados na plataforma Elecys, tornaram-se uma im- portante ferramenta para o diagnóstico. Mais recentemente artigos mostraram o valor prognóstico destes testes no acom- panhamento da gravidez de risco. “Em uma gravidez normal estes fatores angiogênicos e antiangiogênicos estão em concentrações equilibradas e na pré-eclampsia a razão en- tre eles aumenta significativamente. Estes podem estar relacionados com a gravidade da pré-eclampsia”, explica Sandra. Com o intuito de diminuir a janela imunoló- gica de doenças virais, a Roche também trouxe ao Brasil em 2002, o seu teste NAT de primeira geração. Agora em 2012, a empresa já está em registro na Agência Nacional de Vigilância Sani- tária (Anvisa) do teste NAT de terceira geração, o qual realiza simultaneamente a triagem e determinação do patógeno contaminante do sangue. Além do cobas® TaqScreen MPX Test, o único teste NAT completo, que abrange com testes para marcadores oncológicos como o BrAF, KrAS e eGFr são feitos na plataforma cobas® 4800 aRquivo Roche NewsLab - edição 113 - 201250 Plataforma cobas® 6000, na qual são feitos testes de imunologia e bioquímica: pré-eclampsia, vitamina D, He4 e Ca125 aR qu iv o Ro ch e dos mais de 10 mil acessos e nove aulas ministradas. Sendo mais de 61% da participação de profissionais médicos de várias especialidades médicas. Gestão à distância No Brasil alguns desses testes diagnósticos já são realizados à beira do leito do hospital. Com o surgimento das novas tecnologias e opções de conec- tividade, a informação tem atravessado as barreiras físicas. Os Testes Laboratoriais Remotos (TLR) ou Point of Care (POCT) são conectados a um sistema de interface e gerenciamento (cobas® IT1000) que evita e melhora questões como transcrições de re- sultados, uso indevido dos instrumentos ou consumo superestimado de reagentes ou tiras. “É um sistema que avalia o instrumento, registra o usuário que rea- lizou o exame e verifica se este foi treinado. Confere o controle de qualidade e valida este resultado para o prontuário do paciente. Tudo em apenas alguns segundos”, explica Kellen Cavenaghi, especialista de Aplicação em Soluções de Informação da Roche. Segundo ela, essas instalações já foram realiza- das no Hospital de Messejana, em Fortaleza (CE), no Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), proporcionando a geração de relatórios esta- tísticos, certificação de usuários e rastreabilidade. “Isso garante maior qualidade dos resultados, algo importante para as empresas obterem acreditações e normas regulatórias”, completa. Por Tatiana Piva Por dois anos consecutivos, a empresa esteve na lista do Índice Dow Jones de Sustentabilidade e foi considerada a empresa mais sustentável do mundo. Segundo Marcelo Dourado, gerente de qualidade assegurada, a Roche está envolvida com a Política Nacional de Resíduos Sólidos e com o que acontece neste mercado. Inclusive participa como membro do GTT-REEE – Grupo de Trabalho Temático (Sub-Grupo Eletromédicos) do Comitê Orientador para a Implementação da Logística Reversa. Trata-se de um comitê formado por representantes do Governo (Ministé- rios), Associações de Classes e Anvisa para estabelecer um Plano Federal para o descarte e tratamento correto destes produtos. “Além disso, temos uma preocupação de oferecer um destino correto para reagentes,produtos ven- cidos, embalagens, e até resíduos gerados internamente na empresa”, conta ele. A Roche jamais teria atingido a liderança de mercado se todas essas estratégias e pilares não fossem baseados em uma política de sustentabilidade. Segundo dados da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), a Roche liderou o mercado em 2011, vendendo cerca de 281 milhões de testes, sendo quase 3 milhões deles de alto valor clínico (considerando os marcadores cardíacos, inflamatórios e ósseos). Segundo Lorice, essa liderança é fruto de “uma empresa que tem estratégias bem definidas e dois pilares que norteiam todo o trabalho: eficiência em testes e valor médico”. Liderança e sustentabiLidade 51NewsLab - edição 113 - 2012 NewsLab - edição 113 - 2012 54 A Greiner Bio-One traz para o mercado nacional, com exclusivi- dade, o gerenciador TS-1500. Este novo equipamento contribui substan- cialmente para a otimização do pro- cesso laboratorial, proporcionando melhorias significativas como maior agilidade no processo de recepção e triagem das amostras, melhorando a sinergia entre as etapas do traba- lho e reduzindo a zero as chances de erros durante esse processo. Consequentemente, a qualidade do atendimento ao cliente é elevada, aumentando a competitividade do negócio, além de propor- cionar um crescimento de forma sustentada sem perda de qualidade no processo. O principal objetivo do TS-1500 é gerenciar automatica- mente a recepção e triagem das amostras, com a identificação, entrada no sistema informatizado do laboratório (LIS), sepa- ração e triagem para os setores. O sistema tem capacidade de processar até 1.500 tubos/hora e basicamente consiste em uma caixa de entrada, até dez caixas de saída, uma caixa de erro opcional, correias para movimentação dos tubos, unidade de deslocamento do tubo, leitor de código de barras e tela sensível ao toque. As principais vantagens atribuídas a esta novidade são segurança e conforto. A segurança é garantida através do conceito e design simples, permitindo a rápida separação, leitura contínua e triagem dos tubos. As caixas de destino possuem monitoramento de quantidade e dispositivo de con- tagem de até 150 tubos, sendo que o processo de triagem in- terrompe automaticamente quando uma das caixas é retirada, evitando perda de amostras dentro do sistema. As amostras são classificadas rapidamente e en- caminhadas imediatamente para as caixas de destino. O conforto pode ser notado através da classificação automática, controle contínuo e monitoramento da entra- da de diferentes tipos de tubos de amostras. A operação é extremamente simples, com tela sensível ao toque, ergonomicamente projetada com in- formações de fácil compreensão para o usuário e troca rápida das caixas carregadas por caixas vazias com a parada e início automático do sistema. O sistema é muito simples de ser operado. Primeiramente, os tubos de amostra que são recebidos no laboratório podem ser inseridos diretamente na caixa de seleção. Basta pressionar o botão “iniciar” na tela para o início do processo de separação e triagem. O específico desenho da caixa de triagem, com uma única correia coletora, possibilita o processamento a partir dos primeiros tubos inseridos no sistema. O mecanismo de separação pega os tubos da caixa de seleção e transfere para a correia de transporte. As amostras deslizam sobre a correia de transporte e são identificadas e registradas via o código de barras dos tubos. Logo após o reconhecimento, os tubos de amostra são transportados para as caixas de destino, conforme programado nas regras de seleção. Estas caixas são facilmente retiradas e levadas para os analisadores. O processo de triagem é interrompido automaticamente quando as caixas forem retiradas e inicia automaticamente com a colocação de uma caixa vazia. : (19) 3468-9626 : www.gbo.com A Dengue, principalmente a hemorrágica, é um dos mais graves problemas de saúde pública das áreas tropicais e sub- tropicais do mundo. O monitoramento das infecções pelo vírus da dengue é um componente importante na avaliação do risco para os seres humanos. A maioria dos testes disponíveis no mercado detecta so- mente a presença de anticorpos contra o vírus do dengue, mas já existem os dispositivos para identificação do antígeno e até mesmo os testes que combinam antígeno e anticorpos. Dengue Duo Test Bioeasy tem registro no MS sob n° 10374660111. É um ensaio imunocromatográfico rápido para a detecção simultânea do antígeno NS1 e dos anticorpos IgG e IgM da Dengue viral humana. Melhor custo benefício: ● Detecta após o primeiro dia da infecção ● Detecção simultânea e diferencial do antígeno NS1 e dos anticorpos IgG e IgM da dengue viral humana ● Diferenciação entre dengue primária e secundária ● Armazenagem a temperatura ambiente ● Sangue total, soro ou plasma ● Kit acompanha pipetas ● Não necessita de instrumentação ● Interpretação visual através de linhas coloridas no dispo- sitivo de teste ● Resultados em 20 minutos ● Reduz custos de retorno do paciente Dengue Duo Test Bioeasy : vendas@bioeasy.com.br Greiner Bio-One apresenta o gerenciador TS-1500 para recepção e triagem de amostras NewsLab - edição 113 - 2012 56 A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns em todo o mundo. Grande parte das pessoas contaminadas não manifesta a doença. A infecção HPV é o principal fator para o desenvolvimento do câncer cervical. A infecção pelos tipos de HPV de alto risco (oncogênicos), contudo, é necessária, mas não o suficiente para o desenvolvimento do câncer cervical. A infecção persistente pelo HPV oncogênico é fator de risco importante na progressão para a neoplasia intraepitelial cervical e para o câncer cervical invasivo. Além dos tipos oncogênicos, os HPV de baixo risco também apresentam relevância, pois, na última década, verificou-se um aumento da incidência de verrugas anogenitais/condilomas acu- minados na população, principalmente em idades mais jovens e durante os primeiros anos de vida sexual, com substancial morbidade e alto custo de tratamento. Outro fator importante na infecção pelo HPV é a detecção de coinfecções, pois 20-30% das mulheres infectadas apresentam mais de um tipo de HPV. A coinfecção com múltiplos tipos de HPV e a infecção sequencial com novos tipos é bastante comum e o risco de adquirir um novo tipo de HPV parece ser independente da infecção prévia por outros tipos. Diante deste cenário, em parceria com a empresa espanhola Genomica, a bioMérieux, pioneira no diagnóstico de doenças emergentes, trouxe para o Brasil a nova tecnologia molecular baseada em Microarray: CLART® (Clinical Array Technology) para a detecção simultânea de vírus. Em destaque, o teste CLART® HPV, capaz de detectar e diferenciar nas amostras clínicas mais comuns, a presença dos 35 tipos de HPV de alto risco: 16, 18, 26, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 53, 56, 58, 59, 66, 68,70, 73, e 85 e de baixo risco: 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 62, 71, 72, 81, 82, 83, 84 e 89. Por ser o painel mais completo do mercado, com alta sensi- bilidade e especificidade, o CLART® HPV melhora o desempenho na detecção e diferenciação dos tipos de HPV e de coinfecções. O teste do CLART® HPV vem completar a oferta para HPV e auxiliar o diagnóstico em conjunto com o teste de expres- são oncogênica NucliSENS EasyQ HPV E6/E7, que permite o acompanhamento das infecções que podem progredir para o câncer cervical. Para saber mais sobre o CLART® HPV e os outros produtos da bioMérieux, entre em contato com o seu representante local. : 0800 0 26 48 48 : brasil.contato@biomerieux.com : www.biomerieux.com.br A Roche Diagnóstica apresentou um novo equipamento durante o 39ºCongresso Brasileiro de Análises Clínicas (CBAC), que aconteceu em julho, no Rio de Janeiro. O pré-analítico cobas® p 312 é um sistema multifuncional e compacto, controlado por computador que desempenha as funções de destampamento, classificação e armazenamento de tubos para área de soro, he- matologia, coagulação e urinálise, em um único equipamento de apenas 1m² de espaço ocupado. A Roche Diagnóstica tem um amplo portfólio de equipamentos para análises clínicas e labo- ratoriais e destaca-se pela posição de liderança que ocupa no mercado de diagnóstico in vitro no Brasil, com 20% de market share, segundo o rela- tório da CBDL – Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial, referente a 2011. A empresa oferece soluções para a medicina diagnóstica para laboratórios de pequeno, médio e grande porte. O sistema de análise de amostras cobas® p 312 otimiza o fluxo de trabalho dos profissionais, podendo processar até 450 tubos de amostra por hora. Além disso, contribui para a melhoria dos custos e qualidade do laboratório, permitindo que consigam atingir objetivos individuais, de forma personalizada e segura, além de permitir resultados mais rá- pidos ao paciente. Durante o Congresso, a Roche Diagnóstica apresentou em seu estande seus principais equipamentos desenvolvidos para os labora- tórios clínicos de pequeno e médio porte e as explicações do funcionamento de cada máquina. A Roche realizou conferência magna sobre as novidades no controle laboratorial dos anticoa- gulantes orais e sobre como aperfeiçoar o fluxo de pacientes no hospital, com o uso do Point of Care, ministrada por renomados médicos, como Dr. Artur Bernardo, diretor clínico da Gais Clinic, da Suíça, Dra. Joyce Maria Bizzacchi, da Unicamp e Dra. Idelzuita Leandro Liporace, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Além disso, a empresa levou ao evento especialistas de diversas áreas de saúde para conduzirem quatro workshops com os temas: “Controle da Glicemia Intra Hospitalar e a Ade- são às Novas Tecnologias”, “Elecsys CMV e Toxo IgG Avidity assay”, “Hba1c”, e a palestra de lançamento do cobas p 312: “Automação pré-analítica ao alcance de pequenos e médios laboratórios”. Novo teste molecular detecta e diferencia 35 tipos do papilomavírus humano de alto e baixo riscos Roche aposta em novo equipamento voltado para laboratórios de pequeno e médio portes NewsLab - edição 113 - 2012 58 A Servfarma Distribuidora iniciou suas operações em Cam- pinas, SP, no ano de 2009, no segmento de distribuição de medicamentos especiais, atendendo todo território nacional. A empresa tem sólidas parcerias com a indústria farmacêutica e vem expandindo sua linha de produtos devido à procura por parte de vários laboratórios renomados. No final de 2011 foi feita uma negociação com o Grupo Werfen Medical e a Servfarma iniciou uma operação na área diagnóstica através de um contrato de distribuição exclusiva firmado com o Grupo, para atender todo o estado de São Paulo. Além da qualidade inquestionável dos produtos e equipa- mentos, a seriedade da Werfen Medical e as perspectivas de negócios na região de atendimento foram decisivas para que a Servfarma aceitasse esse desafio. A empresa está fazendo um grande investimento importando somente equipamentos novos, todos em linha de fabricação, e em profissionais especializados, a fim de proporcionar um atendimento de qualidade aos clientes. As linhas principais da Werfen representadas pela Servfarma são: ● Equipamentos e reagentes da marca IL – Instrumentation Laboratory de gasometria e hemostasia, para pequenas, médias e grandes rotinas. ● Reagentes de autoimunidade da marca Inova ● Sorologia e imunologia da marca Biokit ● Biologia molecular da marca CEPHEID Apesar dos poucos meses de início desta parceria, a Servfar- ma já conquistou vários clientes de referência em todo o Estado e está trabalhando fortemente na divulgação das linhas em toda a sua área de atuação. A empresa está focada não somente em conquistar novos clientes, mas em garantir um pós-venda eficaz em relação à rapidez na entrega dos produtos, assessoria científica e assis- tência técnica especializadas. A operação logística está sendo feita somente com transportadoras qualificadas, garantindo as condições de armazenamento e controle de temperatura preco- nizada pelos fabricantes. : (19) 3273-7199 : (19) 3272-0899 : silvia@servfarmadistribuidora.com.br : comercial@servfarmadistribuidora.com.br A BioSystems S.A., empresa europeia com- prometida com a saúde das pessoas, oferece um portfólio amplo e abran- gente de produtos de diagnóstico clínico por meio de sua rede exclu- siva de distribuidores em todo o mundo e especifi- camente no Brasil. Desde a sua fundação, pesquisa, desenvolve, fabrica e co- mercializa os seus próprios sistemas analíticos obtendo elevados padrões de qualidade. Tem se mantido fiel durante mais de três décadas a este ideal de promover o desenvolvimento dos seus produtos para a distribuição em todo o mundo. Entre a sua ampla carteira de produtos, enfatiza a linha de reagentes dedicados aos seus próprios analisadores A15 e A25. Através desta integração, oferece um sistema completo como solução, incorporando também o serviço de apoio ofe- recido pelos seus distribuidores altamente qualificados por meio de sua vasta experiência e da sua relação de fidelidade duradora no tempo. Os kits de reagentes dedicados a A15 e A25 vêm especial- mente apresentados em garrafas exclusivas, desenhadas para serem instaladas diretamente nos instrumentos proporcionan- do uma grande comodidade no manuseio e segurança para os usuários, ajudando a melhorar a eficiência operacional e ao fluxo de trabalho nos laboratórios clínicos. Estes kits são apresentados no volume e composição adequados para aperfeiçoar a sua utilização em laboratório de acordo com o tipo de uso dos analisadores. A flexibilidade nos processos de produção permite à Bio- systems oferecer a sua vasta gama de reagentes em diferentes formas para melhor atender as necessidades dos usuários. Os reagentes são líquidos, estáveis e prontos para o seu uso. Jun- tamente com o seu próprio material de controle e calibradores traçáveis para os mais altos padrões internacionais (WHO/IFCC, NIST, CDC, IRMM, etc.), que podem oferecer a melhor solução para os laboratórios. A linha de reagentes dedicada à A15 e A25 têm sido extensi- vamente avaliada em diferentes condições de carga de trabalho e validada de acordo com a Diretiva Europeia de IVD CE para obter o maior rendimento sobre os seus próprios analisadores. Biosystems atingiu um excelente nível de adaptação entre os reagentes e analisadores. : www.biosystems.es Nova parceria Servfarma Distribuidora-Werfen Medical no estado de São paulo Linha de reagentes dedicada aos analisadores A15 e A25 NewsLab - edição 113 - 2012 62 A Roche está lançando no Brasil a linha LightMix® de kits de PCR em tempo real da Tib MolBiol* para a determinação de importantes alvos biológicos. Patologias associadas a micro- -organismos ou ligadas a alterações genéticas, contam agora com protocolos validados para a linha LightCycler de equipa- mentos de PCR em tempo real da Roche. Ensaios contemplando enfermidades como hipertensão, doenças hematológicas, cardíacas, metabólicas e oncológicas, infecções por vírus e bactérias, kits para detecção de contami- nantes da água e alimentos, farmacogenômica, entre outros, estão agora disponíveis. A Roche, com grande tradição no mercado de ensaios base- ados em reação em cadeia da polimerase ou PCR, disponibiliza solução completa para todo o fluxo de trabalho, da extração da amostra à análise. A purificação de ácidos nucleicos pode ser manual, com kits como o High Pure PCR Template PreparationKit ou automati- zada, através da linha Magna Pure, com equipamentos para o processamento de 8, 32 ou 96 amostras. Se for necessária a obtenção do cDNA (cópia do RNA, seja mensageiro ou viral), a linha Transcriptor Reverse Transcripta- se oferece excelentes resultados, com transcriptase capaz de transcrever até 14 kb, graças à sua excelente estabilidade e proficiência em temperaturas de até 65°C. A linha LightCycler de equipamentos de PCR em tempo real também está ganhando um novo membro, o LightCycler 96. Equipamento versátil e compacto para placas de 96 poços ou tiras de oito tubos, realiza quantificação absoluta e relativa, expressão gênica, genotipagem end-point e HRM. Possui computador integrado com tela do tipo touch screen e dispensa o uso de referência passiva graças ao seu sistema ótico especialmente projetado. Permite a realização de ensaios multiplex graças aos quatro canais de excitação e quatro filtros de emissão. *Produtos destinados à pesquisa em ciências da vida, não indicados para diagnóstico in vitro. : brasil.ras@roche.com Roche traz ao Brasil a linha Tib MolBiol com testes exclusivos para o laboratório de biologia molecular LightCycler 96, novo membro da linhaLightCycler 480 e LightMix® kits As enzimas pancreáticas consistem, principalmente, em amilase para a digestão do amido, lipase para a digestão dos lipídios e tripsina para a digestão das proteínas. A lipase é uma enzima digestiva secretada pelo pâncreas para o duodeno, sendo necessária para a absorção e digestão de nutrientes. Tem o papel fisiológico de hidrolisar as longas cadeias de tri- glicerídeos formando os ácidos graxos. A maior parte da lipase encontrada no soro é produzida pelo pâncreas, mas parte dela é também secretada pela língua e pelas mucosas gástricas, pulmonar e intestinal. A determinação da lipase no soro é utilizada exclusiva- mente para investigar distúrbios pancreáticos, tais como pancreatite aguda, pancreatite crônica e obstrução do duto pancreático. O aumento de lipase sérica é um sintoma de pancreatite, uma doença caracterizada, em parte, pelo ex- cesso de produção de lipase e amilase. Após um ataque de pancreatite aguda, a atividade da lipase no soro aumenta dentro de 4 a 8 horas, alcançando o máximo por volta de 24 horas, diminuindo em oito a 14 dias. As elevações da lipase geralmente correspondem às da amilase, mas os au- mentos na sua atividade podem ocorrer mais precocemente ou persistir por mais tempo que os aumentos da atividade da amilase. O nível de lipase sérica é considerado mais específico do que o nível de amilase para a lesão pancreá- tica. Há relatos de índices normais de amilase em até 20% de pacientes com pancreatite aguda, enquanto que os de lipase estão elevados. Outra condição de elevação de lipase não relacionada com distúrbio pancreático é a insuficiência renal. Cerca de 80% dos pacientes com insuficiência renal apresentam ele- vação da lipase de duas a três vezes o limite superior da sua faixa de referência. Outras condições que podem produzir elevação dos níveis séricos de lipase são: infarto intestinal, obstrução do intestino delgado e colangite aguda. Na maioria dos pacientes com estas condições, as elevações da lipase são menos de três vezes o limite superior. Outras condições associadas incluem caxumba, obstrução biliar extra-hepática, colecistite aguda, úlcera péptica e carcinoma pancreático. Recentemente, a BioTécnica lançou no mercado um kit destinado a dosagem de lipase no soro e plasma. Referências 1. Richard Ravel. Laboratório Clínico. Aplicações Clínicas dos dados laboratoriais. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. 2. Carl A. Burtis; Edward R. Ashwood. Tietz Fundamentos de Química Clínica. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1998 : (35) 3214-4646 : sac@biotecnicaltda.com.br : www.biotecnica.ind.br Lipase, agora dosada em soro e plasma pelo kit da BioTécnica NewsLab - edição 113 - 2012 64 A imunofenotipagem por citometria de fluxo é uma tecnologia robusta e altamente empregada na enumeração e caracterização celular, incluindo subpopu- lações normais e neoplásicas. Uma grande diversidade de amostras como sangue total, medula óssea, tecidos frescos, entre outras são utilizadas em testes por citometria de fluxo. Estas amostras são coletadas, transportadas, preparadas, analizadas e interpretadas, resultando em informações diag- nósticas e prognósticas críticas para decisões terapêuticas. Para obtenção de resultados precisos e reprodutíveis, é essencial que os procedimentos sejam otimizados e padronizados e estejam sujeitos a rígidos controles de qualidade. Programas de acreditação nacionais e internacionais, como o UK NEQAS (UK National External Quality Assessment Scheme) e CAP (College of American Pathologists), abrangem os pro- cessos pré-analíticos, analíticos e pós-analíticos, monitorando e certificando sua qualidade e permitindo a identificação de diversas fontes de inconsistências intra e interlaboratoriais. Estes programas contribuem continuamente para uma maior padronização e otimização através da submissão dos laborató- rios acreditados a testes de proficiência nos diferentes ensaios monitorados. Os citômetros de fluxo BD FACSCanto II e BD FACSCalibur, registrados junto à ANVISA para fins diagnósticos, contam com reagentes específicos (7-color setup beads e BD Calibrite, respectivamente) para realização de calibrações diárias e mo- nitoramento de desempenho dos equipamentos. Nesta etapa são realizados testes que rastreiam a sensibilidade, linearidade e eficiência dos citômetros de fluxo, contando com softwares dedicados a análise, registro e armazenamento dos relatórios de controles de qualidade, permitindo, assim, rastreabilidade de todos os parâmetros analisados. Além disso, o processo de calibração gera tam- bém configurações pré-otimizadas para ensaios com células humanas, minimi- zando a necessidade de ajustes realizados pelo operador, identificada como uma das principais fontes de erro analítico nos ensaios citométricos. O preparo das amostras representa também etapa fundamental do processo analítico, tendo sua criticidade ainda mais pronunciada em testes nos quais são realizadas contagens absolutas das células analisadas. A BD Biosciences é a fornecedora dos tubos BD Tru- COUNT™, metodologia padrão-ouro para quantificação absoluta de células por citometria de fluxo. Para o monitoramento da ocorrência de erros sistemáticos relacionados ao preparo das amostras nestes testes, pode ser utilizado o BD TruCOUNT™ controls, com concentrações baixas, médias e altas de “beads” a serem contabilizadas pelo equipamento. O BD TruCOUNT controls é útil tanto para o controle de amostras preparadas manualmente, como para aquelas que utilizam preparadores semi-automatizados, como o Lyse Wash Assistant (LWA) e o BD FACS Sample Prep Assistant III (SPA III). Consciente da necessidade de contribuir para os rígidos níveis de controle aos quais submetem-se os laboratórios clí- nicos e comprometida com a qualidade dos ensaios realizados com seus produtos, a BD Biosciences, principal fornecedora de reagentes e equipamentos na área, apresenta soluções com- pletas para o monitoramento das diversas etapas dos ensaios de citometria de fluxo abrangendo os pontos primordiais do processo analítico, desde a calibração dos equipamentos até o preparo das amostras utilizadas. : www.bd.com Amostras de fluido oral podem ser testadas para identificar o uso recente de várias drogas de abuso. Através da técnica de imunoensaio cromatográfico, a Biosys oferece o equipamento Cozart DDS e seus cassetes com diferentes perfis de drogas detectadas. O fabricante possui mais de 17 anos de experiência no fornecimento de testes de triagem para detecção de drogas de abuso.Cassete Drogas Pesquisadas Painel DDS801 Cinco Drogas Maconha, opiáceos, cocaína, anfetamina e metanfetamina Painel DDS805 Duas Drogas Maconha e extasy Painel DDS806 Seis Drogas Maconha, opiáceos, cocaína, anfetamina, metanfetamina e benzodiazepínicos Características Benefícios Fácil e simples de usar Portátil: após carregado funciona sem fio Coleta de amostras em menos de um minuto Técnica estável e robusta Impressora térmica para registro da análise Análise rápida: 5 minutos O Controle de Qualidade na Citometria de Fluxo Detector de drogas de abuso em saliva : (21) 3907-2534 : (21) 3907-2509 : sac@biosys.com.br : www.biosys.com.br NewsLab - edição 113 - 2012 66 A Sebia, empresa francesa líder mundial em eletroforese, está presente em mais de 80 países e, no Brasil, é representada por sua subsidiária, Sebia Brasil, onde tem a cada dia assumido um papel de maior destaque na divulgação do conhecimento científico, como arma para combater as mais diversas doenças. Em uma de suas mais recentes iniciativas, no dia 26 de junho, a Sebia Brasil, em parceria com a empresa Alere – com quem tem realizado trabalhos de grande importância – patrocinou um workshop direcionado aos médicos de diversas especialidades com o tema “A Importância Clínica da Eletroforese e Imunofixa- ção na detecção e monitoramento do Mieloma Múltiplo”. Com a participação central como palestrante, a Dra. Vânia Hungria, Profª. Adjunta da Disciplina de Hematologia e Onco- logia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, confessou estar realizando um grande sonho por partici- par de um workshop onde o assunto principal era a necessidade de que médicos de todo o Brasil e do mundo estejam alertas para o fato de que a eletroforese de proteínas é atualmente o único teste capaz de monitorar e detectar precocemente o mieloma múltiplo, doença que se destaca como um dos mais recorrentes tipos de cânceres a acometer as células sanguíneas da população em geral. O objetivo deste evento foi mostrar aos médicos a neces- sidade de que todas as pessoas façam o teste de eletroforese de proteínas, como exame de rotina, já a partir dos 40 anos de idade, a exemplo do que acontece atualmente em diversos países da Europa. Ou seja, a eletroforese de proteínas deve passar a ser adotado como exame de rotina no maior número possível de localidades, pois é comprovadamente a forma mais efetiva de evitar o agravamento desse tipo de câncer. O mieloma múltiplo vem atingindo cada dia mais pessoas, principalmente jovens, e é de extrema importância que seja detectado o mais rapidamente possível, de preferência logo no início do surgimento, o que melhora o prognóstico e pode aumentar largamente a sobrevida dos pacientes, uma vez que o mieloma ainda não apresenta uma cura definitiva. Segundo Edson Ferraz, gerente de produto da Sebia, even- tos como este serão realizados em todas as regiões do Brasil com o objetivo de que o cenário do mieloma múltiplo, doença que atualmente é subdiagnosticada, mude radicalmente, pois em muitos casos, a descoberta tardia desse tipo de câncer inviabiliza tratamentos mais promissores. Ao lado de seu papel comercial, a Sebia está atenta também às questões científicas e sociais, e essa postura é o grande segredo de uma trajetória de sucesso em todo o mundo. : (11) 3849-0148 Segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI), 30% dos brasileiros adquirem algum tipo de doença respiratória no inverno. A pneumonia é a doença que mais preocupa e pode ser adquirida por bactéria, vírus ou fungo. De acordo com a Organização Mun- dial de Saúde (OMS), a pneumonia é a principal causa de morte em crianças no mundo inteiro. A cada ano morrem cerca de 1,6 milhões de crianças - 18% são vitimas menores de cinco anos. Nas fases avançadas das doenças respiratórias, os métodos sorológicos são os mais indicados para auxiliar no diagnóstico dessas patologias. A Medivax oferece um portfólio capaz de auxiliar na identi- ficação de vírus e bactérias por diferentes metodologias: Pneumobact IgG e Pneumobact IgM: kit multiteste para detecção simultânea de bactérias causadoras de pneumonia, usando apenas uma única lâmina. Metodologia de Imunofluorescência. • Pneumoslide IgG e Pneumoslide IgM: kit multiteste para detecção si- multânea dos vírus e bactérias mais frequentemente associadas às infec- ções respiratórias humanas usando apenas uma única lâmina. Metodolo- gias de imunofluorescência e Elisa. • Painel de Vírus Respiratórios: o kit realiza triagem e iden- tificação dos vírus: adenovírus, influenza A & B, parainfluenza 1, 2 e 3 e vírus sincicial respiratório. • Flu A/B, RSV e Legionella: kits para detecção por teste rápido com resultado em 15 minutos. : (21) 2622-4646 / : medivax@medivax.com.br Sebia debate a eletroforese na detecção e monitoramento do mieloma Participação da Dra. Vânia Hungria durante o workshop sobre eletroforese da Sebia Medivax oferece diagnóstico completo para doenças respiratórias NewsLab - edição 113 - 2012 70 Em 1987 os microcomputadores eram novidade. A oferta de softwares para o setor limitava-se a dois ou três fornecedores, voltados para os laboratórios maiores. Foi nesse cenário que Pedro Silvano Gunther, então funcionário da Banestado Informá- tica S/A, desenvolveu um aplicativo para uso de sua irmã e seu cunhado, proprietários de um laboratório em Santa Catarina. O fato de ter sido desenvolvido com técnicas de Organização e Métodos conferiu ao programa diferenciais de simplicidade de uso e eficiência nos resultados, atraindo a atenção de outros laboratórios, o que levou à criação da Hotsoft. Passados 25 anos, a empresa comemora muitas vitórias. Foi a primeira a conquistar a certificação ISO 9001. Foi a primeira a lançar uma versão para a plataforma Windows. Foi a primeira a comercializar o produto e os serviços no sistema pay-per- -use. O maior prêmio, contudo, é a conquista da confiança de 500 laboratórios, grande parte deles clientes há dez, 15 e até 20 anos. Euclides Gomes Junior, Diretor Técnico da empresa, ressalta: “Somos gratos à confiança que os clientes depositam em nossos produtos e serviços e entendemos que ela é resultado do investimento contínuo que fazemos em inovação e suporte, o que nos motiva a seguir com essa política”. Uma das ações de comemoração programadas para este ano aconteceu no 39o Congresso Nacional da Sociedade Brasi- leira de Análises Clínicas, realizado no início de julho no Rio de Janeiro. Expositora tradicional nos eventos da SBAC, a Hotsoft distribuiu brindes especiais para clientes e amigos. A participação em congressos nacionais e regionais é uma prática antiga da empresa. Carlos Tochio Mori Jr., Diretor de Negócios, explica: “Nossos laboratórios estão espalhados por todo o Brasil e, na maior parte das vezes, todo o processo, desde a comercialização até a prestação do suporte, passando pela instalação e treinamento, é feito remotamente. A tecnologia que desenvolvemos para permitir esse trabalho on-line atende os objetivos tanto de economia para o cliente como celeridade no atendimento. Mas o contato pessoal propiciado pelos congressos nos permite reafirmar pessoalmente o compromisso que temos com o sucesso do cliente”. : (44) 3302-4455 : negocios@labplus.com.br : www.hotsoft.com.br hotsoft comemora 25 anos com clientes e amigos no CBAC Euclides, Tochio, Marcos, Vanderson e Silmara integraram a equipe da Hotsoft no 39º CBAC A concentração de linfócitos T helper (CD4) no sangue é comumente referida como contagem absoluta de linfócitos T-CD4+ e medida em células/µL. Em indivíduos infectados pelo HIV, a contagem absoluta de linfócitos T-CD4+ se mostra como um marcador de escolha para avaliaçãoda integridade do Sistema Imu- nológico. Profissionais da saúde procuram monitorar a contagem absoluta de linfócitos T-CD4+ em pacientes positivos para HIV, a fim de acompanhar o progresso da doença e mensurar quando a terapia antirretroviral (TARV) deve ser iniciada. Uma mudança na contagem absoluta de CD4 nos pacientes em uso de TARV é o mais importante marcador da resposta aos medicamentos e da efetividade do tratamento. Segundo o Manual de Recomendações para Terapia An- tirretroviral em Adultos Infectados pelo HIV do Ministério da Saúde, a abordagem laboratorial no início do acompanhamento clínico de pacientes assintomáticos precede e auxilia a avalia- ção do benefício de iniciar a TARV, permitindo complementar a avaliação da condição geral da saúde, bem como pesquisar a presença de comorbidades. A contagem de linfócitos T-CD4+ estabelece o risco de progressão para AIDS e morte; portanto, é o indicador laboratorial mais importante em pacientes assintomáticos, para definir o momento de iniciar o tratamento. A Alere traz para o Brasil o Alere CD4 Analyser - Pima, um revolucionário equi- pamento Point of Care para quantificação de CD4 em apenas 20 minutos. Este citômetro requer um pequeno volume de amostra (aproximadamente 25µL) para executar a contagem de linfócitos T-CD4+ por imunofluorescência, medido diretamente em sangue total, obtido por punção capilar, ou sangue total com EDTA, obtido por punção venosa. Por se tratar de um equipamento portátil e robusto, com bateria interna inclusa, o teste pode ser executado tanto no laboratório como no local de atendimento do paciente, permi- tindo ao profissional da saúde oferecer um cuidado diferenciado ao portador de HIV, sem perda de estabilidade da amostra. : (11) 2131-5100 : contato.br@alere.com : www.alerebrasil.com.br Sistema Point of Care para quantificação de CD4 NewsLab - edição 113 - 2012 72 O Diabetes Mellitus (hiperglicemia) é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da inativação total ou parcial da insulina, hormônio produ- zido pelo pâncreas e responsável pelo metabolismo da glicose, dentre outras substâncias. Os tipos de Diabetes são classifica- dos de acordo com as causas: Diabetes Mellitus tipo I: Ocasionado pela destruição da célula beta do pâncreas, em geral por decorrência de doença autoimune, levando à deficiência absoluta de insulina. Diabetes Mellitus tipo II: Provocado predominantemente por um estado de resistência à ação da insulina associado a uma relativa deficiência de sua secreção. Diabetes Gestacional: Circunstância na qual a doença é diagnosticada durante a gestação, em paciente sem aumento prévio da glicose. Outras formas de Diabetes Mellitus: Quadro associado a desordens genéticas, infecções, doenças pancreáticas, uso de medicamentos, drogas ou outras doenças endócrinas. Comuns a todos estes tipos, a deficiência no metabolismo provoca o aumento da concentração de glicose no sangue. Além do exame rotineiro de glicose, determinações como HbA1c (hemoglobina glicosilada) e frutosamina são importantes para detecção, monitoramento e controle da Diabetes. A HbA1c é formada pela reação não enzimática da glicose com hemoglobina nativa. Este processo ocorre continuamente durante a vida das células vermelhas (média de vida 100 – 120 dias). A razão da glicosilação é diretamente proporcional à concentração da glicose no sangue. O nível de HbA1c no sangue representa à média do nível de glicose de seis a oito semanas precedentes. Portanto, ela é conveniente para monitoramento da concentração do nível de glicose no sangue em um grande período em indivíduos com Diabetes Mellitus. Estudos clínicos mostram que baixos níveis de HbA1c podem ajudar na prevenção ou retardar o índice de complicações de diabetes tardio. Frutosamina é o nome genérico dado a todas as proteínas glicosiladas, das quais a maior parcela é a albumina glicosilada, que se constitui na maior massa proteica plasmática depois da hemoglobina. O nível sérico de frutosamina representa o valor médio da glicose sanguínea em um prazo de duas a três semanas, inferior ao da glicohemoglobina e idêntico ao das proteínas glicadas. A determinação da frutosamina é adequada para a monito- ração do metabolismo de glicose em pacientes com diabetes, especialmente Diabetes Mellitus tipo II e também adequada para a monitoração da eficácia de drogas. A frutosamina está elevada em todos os casos de diabetes sob controle metabólico inadequado, sendo concomitante à hiperglicemia e tem sido observado que os valores retornam aos níveis de referência 20 dias após a estabilização da glicemia em níveis adequados. A diminuição da frutosamina é observada em pacientes com perdas elevadas de albumina ou em doenças que aumen- tam o catabolismo proteico. Devido à importância diagnóstica, a Bioclin apresenta em sua linha kits de HbA1c e frutosamina. HbA1c Frutosamina Amostra: sangue total Amostra: Soro Metodologia: imunoturbidimetria de partículas marcadas Metodologia: colorimétrica Sensibilidade: 1% Sensibilidade: 10 mmol/L Linearidade: até 15% Linearidade: 1000 mmol/L Kit para automação Reagentes prontos para uso Kit para automação : (31) 3439-5454 : www.bioclin.com.br A crescente preocupação com a qua- lidade de produtos e serviços prestados tem impulsionado enormemente a prática de análises para o controle da qualidade que assegurem confiabilidade ao produto comercializado. Análises de qualidade precisas depen- dem da exatidão no emprego de técnicas, tanto quanto da qualidade do material utilizado. A utilização de material não próprio ou de baixa qualidade pode interferir no teste, gerando resultados não confiáveis, perda de amostras e gasto de tempo para realização de novos testes. A linha de produtos da Labplas contempla sacos de coleta de amostras diferenciadas como sacos para coleta de água, de amostras de superfícies, de amostras fotossensíveis e outras, com a garantia de esterilidade e anula- ção de outros interferentes e resistência para transporte e acondicionamento das amostras. Análises microbiológicas em amostras sólidas exigem trituração e, semissólidas, exigem homogeneização do conteúdo, a fim de garantir que a porção analisada corres- ponda proporcionalmente à porção total do conteúdo coletado. Tais preparos são otimizados pelo emprego do homo- geneizador tipo “Stomacher”, da marca Stomax, que, garantem eficácia ao processo, por meio de mecanismos de velocidade, ajuste de pás e número de batimento ajustáveis. : contato@stomax.com.br hbA1c e Frutosamina: Importantes dosagens para monitoração do Diabetes Mellitus Sacos de coleta de amostras Stomacher da Labplas NewsLab - edição 113 - 2012 76 No processo laboratorial, a fase pós-analítica é de fundamen- tal importância no contexto da assistência à saúde. É respon- sável por cerca de 70% dos erros e é a etapa na qual ocorre o principal relacionamento com um dos clientes dos laboratórios clínicos: o médico solicitante. Diversas atividades são desenvolvidas nesta fase, como a assessoria médica na correlação clínico-laboratorial, auxílio ao clínico na definição diagnóstica e a definição e notificação de valores críticos. A assessoria médica pode, também, auxiliar na elaboração de Manuais de Exames, o que contribui para um melhor uso dos recursos laboratoriais, para a transferência de conhecimento à comunidade médica e divulgação de novos procedimentos. Segundo levantamentos do Conselho Federal de Medicina, atualmente, existem no Brasil 1.148 médicos especializados em medicina laboratorial para as 16.657 unidades laboratoriais, ou seja, 0,07 especialistas por laboratório para atuarem em A USA Diag- nóstica tem uma linha completa de kitscom a meto- dologia quimiolu- ninescência (CLIA) e é a única em- presa no mercado nacional com a ex- clusividade da marca Monobind. A quimioluminescência é uma me- todologia de alta sensibilidade e especi- ficidade. Ideal para rotinas de pequeno e médio portes, pois permite testes manuais, de curto tempo de incubação. A l é m d o s kits, a USA Diag- nóstica possui um equipamen- to espec í f i co para CLIA, com a marca Mono- bind, que além da exce lente qualidade, possui baixo custo. Para maior confiabilidade nos re- sultados, a USA Diagnóstica oferece o Multi-Ligand, um soro controle especí- fico para as metodologias de quimiolu- minescência e Elisa. Assessoria médica de referência do laboratório: uma opção acessível produto Quantidades Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Assessoria médica 20 contatos mensais 50 contatos mensais Contatos mensais ilimitados Informativos técnicos 3 textos anuais 3 textos anuais 3 textos anuais Instrução de exames - 1 revisão anual 1 revisão anual Aulas e palestras - - 2 aulas anuais todos os setores, como bioquímica, imunologia, microbiologia, biologia molecular, entre outros. A Dhomo Assessoria Diagnóstica de Referência tem o objetivo de atuar como a assessoria médica atendendo seus colaboradores técnicos e clientes médicos. Para isso, disponibiliza uma equipe multidisciplinar que supre todas as atividades inerentes à medicina diagnóstica laboratorial. Desta forma, a empresa pode contar com especialistas e de forma acessível, segundo suas necessidades, por módulos de contratação, como demonstrado no Quadro. Os benefícios da assessoria médica refletem-se na satisfa- ção dos colaboradores das áreas técnicas, pelo respaldo para liberação de resultados; do cliente médico, pela disponibilidade do laboratório na discussão de resultados de todos os tipos de exames e do paciente, que recebe seus resultados mais escla- recedores, podendo abreviar seu tempo de diagnóstico. : (11) 3528-7406 / : contato@dhomo.com.br / : www.dhomo.com.br USA Diagnóstica: quimioluminescência para todos Anti-TPO T3 Total PSA Total FSH CKMB Anti-TG T4 Livre TSH LH Troponina I TG T4 Total CEA PRL Ferritina T3 Livre PSA Livre AFP HCG IgE Total : (31) 3226-3330 / : usadiag@usadiagnostica.com.br / : www.usadiagnostica.com.br Testes rápidos podem ser quan- tificados no aparelho Easy Reader®. Easy Reader é uma leitora para a determinação quantitativa imunocro- matográfica dos seguintes testes rápi- dos: HCG, D-Dímero, PSA, Troponina, CK-MB massa, Mioglobina, Ferritina, Prolactina, TSH, CEA, AFP. Easy Reader é compacto e leve. Possui impressora embutida, display, miniteclado e interface bidirecional. : argoslab@argoslab.com.br Testes rápidos quantitativos Argoslab NewsLab - edição 113 - 2012 78 Após vivenciar muitas dificuldades por não contar com um sistema que contribua para o controle de seus processos e forneça informações para uma gestão competitiva, a diretoria do laboratório enfim decide: “Vamos trocar de LIS (Laboratory Information System)”. A tomada de decisão de forma segura é o primeiro e importante passo para que essa empresa tenha um caminho bem-sucedido até a alteração de sistema. Após essa etapa, porém, há inúmeras outras que devem ser planejadas e executadas – de ações para o envolvimento de pessoas até pro- cedimentos de armazenamento de dados –, sempre em parceria com a empresa fornecedora da nova aplicação. O analista de Suporte e Implantação Alexandre Calegari, da Shift, que desenvolve software para laboratórios clínicos, destaca que a busca por uma solução deve ser criteriosa, envolvendo desde o levantamento detalhado das necessidades do laboratório até a análise minuciosa das propostas apresentadas pelos forne- cedores. “O mais importante é que o cliente tenha a consciência de que essa é sua oportunidade de, com paciência, solucionar os problemas que vinha enfrentando”, diz. “Ficar preso ao passado, sofrendo com a sensação de que todo o investimento financeiro e em tempo foi perdido, não ajuda a resolver a questão”. Definido o fornecedor, chega a fase de planejamento da troca de sistema, o qual se dá por meio do gerenciamento de diversos itens, tais como: integração, qualidade, custos, tempo, recur- sos humanos, aquisições, riscos e escopo. Um dos itens de maior importância, se- gundo Calegari, é o envolvimento das pesso- as, já que a falta de informação e motivação entre os colaboradores do laboratório pode gerar resistência na fase de execução, o que pode colaborar para um distanciamento entre o que foi projetado e o resultado. Outro pro- cedimento que merece especial atenção é o armazenamento de informações. “Isso deve ser planejado sem se esquecer da disponibilidade dos dados aos usuários, já que eles precisarão ter acesso à aplicação antiga e ao novo LIS ao mesmo tempo”, afirma. “Além disso, deve-se considerar o que diz o Código de Defesa do Consumidor quanto à rastreabilidade dos dados”. A importância desse tema motivou a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica – Medicina Laboratorial a escolhê-lo como um dos assuntos a serem debatidos durante seu 46º Congresso, que ocorre de 4 a 7 de setembro em Salvador (BA). Buscando munir a comunidade laboratorial de conhecimentos atualizados sobre tecnologia da informação, a SBPC/ML convidou empresas da área para participar do Comitê de Tecnologia da Informação. No Congresso, as empresas integrantes do Comitê realizam apresentações sobre assuntos diversos; a Shift, neste ano, será responsável por abordar os procedimentos para troca de LIS. A palestra, ministrada pelo analista Alexandre Calegari, acontece no dia 5, às 10h30. A partir do dia 4 de setembro, o conteúdo estará disponível para download em www.sbpc.org.br/timl : www.shift.com.br / : www.twitter.com/shift20anos A mais moderna tecnologia de purificação de água utiliza o processo de separação, onde a solvente água é separada de um soluto de baixa massa molecular através uma membrana semipermeável, ou seja; permeável ao solvente e impermeável ao soluto. Isso ocorre quando se aplica uma grande pres- são sobre este meio aquoso, o que contraria o fluxo natural da osmose. Por esta razão esse processo é denominado osmose inversa ou reversa como é mais conhecido. A pureza elétrica da água produzida pelo sistema de osmose reversa depende dos elementos que constituem o sistema de purificação, assim sendo com este sistema obteremos água química e microbiologicamente pura. • Totalmente automatizado • Qualidade da água de saída: Tipo I (NCCLS) • Capacidade: 30 litros/hora • Sistema de pré-filtragem • Osmose reversa incluída • Duas Colunas de deionização (polimento) • Reservatório interno de 10 litros (mínimo) • Medição de resistividade/condutividade on line • Sistema de filtração bacteriológica e lâmpada ultravioleta • Dupla saída com fluxo pressurizado • Garantia total de dois anos (exceto para elementos consumíveis) • O sistema completo é composto por pré-filtro de sedimentos com porosidade de 5 micras, filtro de carvão em bloco, duas membranas de osmose rever- sa, duas colunas de polimento, sensor automático de nível, bombas de pressurização, válvula solenoide, reservatório de 10L, filtro antibactéria, porosidade de 0,1 micra, lâmpada germicida UV, filtro de ar com porosidade de 0,22 micra e medidor de condutividade on line • Dimensões em “cm” (A x L x P): 104 x 55 x 44 • Peso líquido: 64 kg : (11) 4055-9900 / :vendas@quimis.com.br / :www.quimis.com.br Ultrapurificador de água para laboratórios Quimis Troca de LIS exige planejamento quanto à ativação do novo sistema e ao armazenamento de dados NewsLab - edição 113 - 2012 80 A internet oferece ótimas condições de obtenção de in- formações commuita facilidade. A equipe do QualiChart, o mais usado programa brasileiro para o CIQ, tem oferecido pela internet os materiais científicos e práticos que vão faci- litar ainda mais as ações dos profissionais de laboratório que desejam implementar a qualidade. Estão disponíveis no site do QualiChart os materiais em formato pdf para serem bai- xados gratuitamente e utilizados por todos nos laboratórios e faculdades. Os assuntos são tratados de forma compreensível mesmo para os iniciantes, num formato leve e ilustrado e de aplicação imediata. As publicações trouxeram um grande diferencial para o programa QualiChart, que assim ajuda a preencher uma lacu- na no contexto da informação especializada para a qualidade laboratorial. São materiais em formato de eBook, exercícios de interpretação, workshops gravados, com áudio, vídeo e slides e outros de compartilhamento de dúvidas dos usuários, com as respostas do consultor. Alguns dos títulos já publicados: ● Regras múltiplas: Visão geral das Regras de Westgard, do Controle da Qualidade Guia para aprender as regras múltiplas e saber como aplicá-las. ● Três aplicações para o gerenciamento da qualidade analítica Enfoques para utilização dos dados dos materiais e as maneiras de interpretá-los. ● Seis razões para cuidar do Controle Interno da Qualidade Por que e para que cuidar da qualidade. ● Sete atitudes para lidar com não conformidades Aprenda como incorporar bons hábitos no enfrentamento das situações de erros no Controle Interno da Qualidade. Os gestores dos laboratórios estão usando esses materiais para capacitar o seu pessoal, sem custos. A aceitação e a procura dão uma medida da importância deles para tornar familiares os conceitos, uniformizando a linguagem e tornando o controle da qualidade um hábito. Muitos gestores têm montado pastas em seu laboratório, para que a informação fique disponível para consulta imediata e contribua para encaminhamento de soluções de perda da estabilidade e de queda do desempenho analítico. O QualiChart se posiciona de modo diferenciado, com exten- sões que o tornam mais que um completo sistema de cálculos e de verificação do Controle Interno: é também uma plataforma de apoio ao usuário e seus colaboradores no laboratório. Basta acessar o site www.qualichart.com.br e fazer o down- load dos diferentes materiais disponíveis. : (31) 3273-7478 : contato@qualichart.com.br : www.qualichart.com.br Os analisadores Mythic 18 e Mythic 22 são compactos, le- ves, de baixo consumo de reagentes, requerem baixo volume de amostra, poucas manutenções, além do sistema de fácil operação com monitor touch screen e software em português. Mythic 22 AL ● 22 parâmetros com carregamento e homogeneização auto- máticos ● Realiza 45 amostras/hora ● Volume de amostra de 18,2 µL Com materiais de apoio, o controle interno da qualidade torna-se mais fácil Linha de hematologia prodimol Mythic 22 ● 22 parâmetros com três histogra- mas e um scartegrama ● Realiza 45 amostras/hora ● Volume de amostra de 15,7 µL ● Capacidade de armazenamento interno de até 1.500 resultados ● Metodologia: impedância, fotome- tria e tecnologia ótica Mythic 18 ● 18 parâmetros com três histogramas ● Realiza 60 amostras/hora ● Volume de amostra de 9,8 µL ● Capacidade de armazenamento interno de até 1.000 re- sultados ● Metodologia: impedância e fotometria : (31) 2122-2955 / : (31) 2122-2944 : www.prodimol.com.br | alere.com NewsLab - edição 113 - 2012 84 A Afip Medicina Diag- nóstica disponibiliza para clientes em todo o país o serviço de Apoio em Medicina Molecular. A ins- tituição, que tem mais de 30 anos de experiência, conta com a certificação de Acreditado Pleno da ONA. Tendo como base a pesquisa científica, o setor de Medicina Molecular conta com investimentos contínuos em novas tecnologias e com equipes experientes, supervisionadas por especialistas com doutorado, nas áreas de Biologia Molecular, Citogenética e Genética Mole- cular, disponibilizando um menu com mais de 1.000 exames. A área de Biologia Molecular conta com extração automati- zada de DNA e RNA, que, ao utilizar tubo primário, minimiza o risco de troca e contaminações pela manipulação de amostras. A área de Citogenética atua na realização do exame de cari- ótipo, técnica que permite a análise de síndromes genéticas, de anomalias congênitas e malformação fetal e a investigação de infertilidade e abortamento de repetição, entre outros. O labora- tório utiliza os mais avançados sistemas de captura de imagem e todos os exames são analisados por dois especialistas. A Genética Mole- cular oferece ferra- mentas para o diag- nóstico de diversas enfermidades e o acompanhamento terapêutico em onco- -hematologia e oncologia molecular. Os laudos são elaborados com informações detalhadas e interpretações práticas dos resultados, de acordo com literatura internacional. A expertise científica, a qualificação dos profissionais e o investimento em tecnologia são diferenciais do serviço de Apoio em Medicina Molecular, que oferece ainda uma central de atendimento exclusiva. Confiança, inovação e agilidade são alguns dos valores à disposição dos clientes da AFIP Medicina Diagnóstica. : (11) 5908-7105 : contato@apoioafip.com.br : www.apoioafip.com.br Os ensaios com alérgenos mole- culares da Siemens Healthcare Diag- nostics foram os primeiros no mundo a obter a aprovação do FDA (Food and Drug Administration, órgão que regula a comercialização de drogas e comidas nos EUA, bem como equipamentos médicos e materiais para diagnóstico) e agora estão disponíveis no Brasil na plataforma Immulite 2000. Estes no- vos testes permitem a identificação de reações cruzadas, que são aquelas que ocorrem quando os alérgenos que existem em diferentes fontes são similares, já que utilizam uma única molécula específica do alérgeno para quantificar os níveis de IgE. Permitindo assim que o médico saiba qual a exata fonte de alergia e obtenha um diagnóstico mais preciso. Outra novidade da Siemens são os testes para dosagem de IgG e IgG4 específica. Os ensaios IgG e IgG4 permitem a dosagem dos anticorpos IgG e IgG4 específicos de alérgenos, respectivamente, em soro e plasma humano. A quantificação in vitro dos anticorpos IgG e de sua subclasse, IgG4, auxiliam na investigação de doenças alérgicas. Os anticorpos IgG também conferem proteção contra as reações de hipersensibilidade. Já a dosagem sérica de IgG4 é frequentemente utilizada para correlacionar o nível de resposta do paciente e a exposição ao alérgeno. Pacientes que realizam imunoterapia, ge- ralmente, apresentam níveis aumentados de anticorpos IgG e IgG4 específicos. A Siemens também acrescenta ao menu do Immulite 2000 um novo teste de detecção: doenças autoimunes. O ensaio anti-CCP (cyclic citrullinated peptide) destina-se à determinação semiquanti- tativa da classe de autoanticorpos IgG específicos do peptídeo citrulinado cítrico (CCP) no soro ou plasma humano para auxiliar no diagnóstico da Artrite Reumatóide (AR). Lançamentos que mais uma vez evidenciam a visão inova- dora e o compromisso da Siemens Healthcare Diagnostics em trazer soluções que atendam às necessidades de seus clientes e pacientes com padrões de excelência em qualidade e segurança. Call Center: 0800 7734977 : www.siemens.com.br Siemens adiciona novos ensaios de alergia e doenças autoimunes à plataforma Immulite 2000 Afip Medicina Diagnóstica lança Apoio em Medicina Molecular NewsLab - edição 113 - 2012 86 Metotrexato ou MTX é um antimetabólito usado no tra- tamento do câncer e doenças autoimunes que age inibindo o metabolismo do ácido fólico, através da inibição da enzima diidrofolato redutase. A leucovorinaé um fármaco adjuvante no tratamento de neoplasias que é convertido em outros derivados reduzidos de ácido fólico (p.e. tetraidrofolato) e, portanto, possui atividade vitamínica equivalente à do ácido fólico. Contudo, dado que não requer a ação da diidrofolato redutase para a sua conver- são, a sua função como vitamina não é afetada pela inibição desta enzima por drogas como o metotrexato. A utilização de leucovorina de “apoio” permite a administração relativamente segura de doses muito elevadas de metotrexato para obter uma atividade antineoplásica máxima. Como o grau de citoto- xicidade do metotrexato está relacionado com a concentração do fármaco e com a duração da exposição, as doses de apoio de leucovorina devem ser suficientemente altas e durar o tempo suficiente para evitar a toxicidade do metotrexato. A monitorização das concentrações de metotrexato e a sua taxa de declínio no soro durante o tratamento terapêutico com do- ses elevadas é essencial para a concepção de doses de apoio adequadas de leucovorina. A Siemens Healthcare Diagnostics, cumprindo seu compro- misso de continuamente oferecer a mais completa solução em diagnóstico, oferece com exclusividade o ensaio de dosagem de Metotrexato, que é uma técnica de imunoensaio enzimático homogêneo, utilizada para a análise de compostos específicos em líquidos biológicos. O ensaio baseia-se na competição para os locais de ligação dos anticorpos entre o fármaco presente na amostra e o fármaco marcado com a enzima glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PDH). A atividade enzimática diminui após a ligação com o anticorpo, sendo a concentração de fármaco na amostra medida em termos de atividade enzimática. A enzima ativa converte o dinucleotídeo nicotinamida-adenina (NAD) oxidado em NADH, resultando numa alteração na absorbân- cia, que é medida espectrofotometricamente. A G6PDH sérica endógena não interfere no resultado, pois a coenzima funciona apenas com a enzima bacteriana (Leuconostoc mesenteroides) utilizada no ensaio. Com o mais completo e abrangente menu de Drogas Imunossupressoras (ISD) do mercado, a Siemens Healthcare Diagnostics oferece os ensaios: Tacrolimus, Ciclosporina, Ci- closporina de largo espectro, Sirolimus, Ácido Micofenólico além do Metotrexato para uso nos aparelhos da linha Dimension®. Call Center: 0800 7734977 : www.siemens.com.br hemoglobina glicada Argoslab Sistemas Siemens Dimension®: solução completa em ensaios de drogas imunossupressoras (ISDs) A Quotient Diagnostics desenvol- veu analisadores verdadeiramente revolucionários para a dosagem de HBA1c: simples, rápidos e confiáveis. Eles representam um novo padrão de teste de Hb A1c, combinando química avançada, design inovador de produtos e estado da arte de instrumentação ótica e eletrônica. O teste é muito simples de rea- lizar e requer mínima interação hu- mana, além de ser automaticamente calibrado para garantir a máxima precisão e exatidão nas reações. Quo-Test e Quo-Lab utilizam o método de separação por afinidade, com o exclusivo e patenteado sistema fluo- rescence quenching, obtendo os resultados em 3 minutos, com apenas uma gota de sangue. Quo-Test e Quo-Lab medem a mudança na fluorescência de um reagente patenteado quando rea- ge com a hemoglobina glicada na amostra de sangue de um paciente. Uma segunda medição fotométrica é então utilizada para normalizar a concentração de hemoglobina e do volume da amostra. Esta tecnologia confere inúmeras vantagens de de- sempenho operacional inigualáveis. Quo-Test Point of Care e Quo- -Lab são certificados pelo NGSP (National Glycohemoglobin Standardization Program). : argoslab@argoslab.com.br NewsLab - edição 113 - 2012 90 Com a característica de quem é pioneiro no mercado de diagnóstico do Brasil, sempre promo- vendo a qualidade como característica básica de sua existência, o Grupo Interteck Katal se pre- ocupa com o constante desenvolvimento do seu portfólio nas diversas li- nhas de atuação, procurando ser um dos melhores fornecedores de produtos diagnósticos do país. Dentro dessa filosofia, está expandindo sua linha de Bioquí- mica Clínica através da integração de novos produtos, tais como a lipase e a proteína URI+. A lipase pancreática (LPS) é uma enzima secretada pelo pâncreas para o duodeno com a função de hidrolisar os triglicé- rides sem seus constituintes, os ácidos graxos. Sua excreção é feita por filtração através dos glomérulos renais. Sua avaliação é essencial no diagnóstico das patologias pancreáticas. Na pan- creatite aguda, os níveis de lipase normalmente acompanham os da amilase. Os níveis de lipase geralmente aumentam um pouco mais tarde do que os da amilase, começando dentro de 3 a 6 horas, atingindo seu pico em 24-48 horas e, na maioria dos casos, retornam à faixa normal em 7 a 10 dias. Os valores de lipase na pancreatite podem alcançar de 5-10 vezes o limite superior de referência. Seu aumento não necessariamente se correlaciona com a gravidade da doença. Em outras doenças seus níveis são inferiores a três vezes os valores de referência. Como a excreção da lipase é feita através dos rins, na insuficiência renal, de uma maneira geral, seus níveis são elevados. Outras patologias que elevam os níveis de lipase: infarto intestinal, colangite aguda, obstrução do intestino delgado, pancreatite crônica recidivante, ecolecistite aguda, enzima secretada pelo pâncreas para o duodeno para hidrólise do triglicérides e seus constituintes. A lipase aparece na corrente sanguínea após uma lesão das células acinares pancreáticas e a determinação da lipase sérica é considerada por muitos como um teste muito sensível e específico da pancrea- tite aguda. Proteína URI+: em condições normais, o glomérulo impede a passagem das molécu- las de proteína para a urina. Entretanto, uma pequena quantidade é eliminada, podendo chegar a 140mg/24 horas ou 15 mg/dL. A determinação de proteínas na urina é um indicador para a avaliação de enfermidades renais. A proteinúria pode ser clas- sificada em funcional e orgânica. Entre as funcionais, inclui-se a produzida por esforço físico exagerado e frio excessivo. Na gravidez pode haver proteinúria, sendo em pequena quantidade, ocasional ou intermitente. A proteinúria orgânica é subdividida em pré-renal: estados febris, insuficiência cardíaca, mixedema, mieloma múltiplo; renal: glomérulo nefrite, nefrite lúpica, síndrome nefrótica, toxemia gravídica, nefropatias tóxicas; pós-renal: cistite, pros- tite, uretrite, infecção da pelve, e dos ureteres. Os valores da proteína no líquor variam ligeiramente com a idade sendo mais elevados nos primeiros seis meses, reduzindo-se a níveis abaixo do normal no adulto jovem e chegando a valores de 15 a 45 mg/dL após os 10 anos. Após os 45 anos ocorre uma elevação progressiva com a idade. Concentrações elevadas da proteína do líquor ocorrem nas seguintes situações: punção lombar traumática por contaminação com sangue periférico, aumento da permeabilidade da barreira hemoencefálica, obstrução da circulação, síntese aumentada das proteínas dentro do sistema nervoso central e em condições degenerativas como Síndrome de Parkison e Esclerose Lateral Amniotrófica. : (11) 3429-2555 : interteck@interteck.com.br : www.interteck.com.br Durante o 46º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial, em Salvador, o DB destaca o diagnóstico precoce da Doença de Alzheimer, já que é o primeiro labora- tório de apoio do país a oferecer o teste capaz de diagnosticar e diferenciar precocemente a Doença de Alzheimer através da mensuração de biomarcadores associados. O diagnóstico diferencial da Doença de Alzheimer em relação às outras formas de demência é de suma importância na clínica médica, bem como a identificaçãodos fatores de risco na fase pré-clínica, ainda antes dos primeiros sintomas serem notados. A mensuração precoce dos biomarcadores envolvidos neste processo tem papel fundamental para o diagnóstico e prognóstico da Doença de Alzheimer. O teste quantifica três biomarcadores: A 1-42 (beta amiloide), tau (total), e P-tau181P (tau fosforilada) em amostras de líquor. : (41) 3299-3400 : db@dbdiagnosticos.com.br : www.diagnosticosdobrasil.com.br Diagnósticos do Brasil apresenta oficialmente novo teste laboratorial no Congresso da SBpC/ML Grupo Interteck Katal: sempre em sintonia com o mercado diagnóstico Kit Proteína URI+Kit Lipase NewsLab - edição 113 - 2012 92 A centrifugação é um procedimento comum e eficiente em diversas técnicas laboratoriais e cada vez mais se faz necessária a utilização de materiais de consumo de qualidade para este tipo de procedimento. É de extrema importância trabalhar com produtos que não tragam “dor de cabeça”, ainda mais quando temos sob nossa responsabilidade amostras biológicas, nas quais se houver quaisquer deslizes na técnica desempenhada, sua repetição se tornará inevitável e ainda será necessária a convocação do paciente para uma nova coleta, obtendo como consequência a perda de tempo e dinheiro para o laboratório além da insa- tisfação do cliente. Pensando na garantia, qualidade e segurança dos exames, a EasyPath desenvolveu e agora disponibiliza os tubos de cen- trifugação com fundo cônico ou autossustentável desenhados e confeccionados de modo a atender às mais variadas técnicas, possuindo as seguintes características: ● Confeccionados em polipropileno de alta transparência e resistência ● Esterilizados por radiação gama, evitando possíveis conta- minações proporcionadas por outros tipos de esterilizações ● Graduação de fácil visualização e com exatidão dos volumes apresentados ● Paredes uniformes apresentando resistência nas centrifuga- ções, suportando até 10.000 RPM ● Tampa e corpo com sistema de rosca preciso, dispensa o uso de o-ring´s e evita o vazamento de líquidos ● Autoclavável a 121°C por até 30 minutos ● Suporta baixas temperaturas ● Volumes de 15ml (fundo cônico) e 50ml (fundo cônico e autossustentável) Uma amostra dos tubos de centrifugação EasyPath pode ser solicitada. : (11) 5034-2227 : www.erviegas.com.br Pelo quinto mês consecutivo a J. Moraes vem crescendo em relação ao ano anterior. Somente em junho o incremento foi de 32% no faturamento, quando comparado com o mesmo período de 2011. Mas esse não é o único motivo de comemoração para a empresa. O plano de automação dos processos iniciado em março também começa a dar frutos, participando diretamente desse crescimento contínuo. “A automação dos processos vem acontecendo de forma paulatina e personalizada para atender às necessidades de cada cliente”, afirma Carlos Olla, fundador da VisionNet Brasil, empresa contratada pela J. Moraes para implantar o novo sis- tema. Segundo ele, toda a cadeia tem se beneficiado, desde o recebimento das informações no cliente, passando pela análise e processamento dos dados até retornar ao cliente nos formatos específicos, promovendo assim o reaproveitamento das infor- mações e a continuidade do fluxo de trabalho, sem qualquer outra adequação intermediária. João Gomes de Moraes, diretor-presidente da J. Moraes, está muito satisfeito com os resultados, que se refletem no ganho de tempo e na qualidade da informação. “A automação, que segue nossos princípios de qualidade total, agiliza toda a operação interna, minimizando erros e maximizando resultados, não apenas para a J. Moraes, mas para todos os nossos clientes e parceiros. Trata-se de uma solução sistêmica e que capacita a empresa na gestão, mensuração e adequação constante de nossas atividades integradas”, completa. Os processos de importação e desembaraço aduaneiro já se encontram na fase de homologação. A meta da empresa é ter o sistema totalmente homologado até o final deste ano. : (11) 2461-9290 : www.jmoraes.com.br Segurança nas centrifugações: tubo cônico para centrifugação Easypath J. Moraes: tecnologia e crescimento andando juntos NewsLab - edição 113 - 2012 96 No dia 14 de junho o mundo todo comemora o Dia Mundial do Doador de Sangue. A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2004, como forma de agradecer aos doadores que são parte fundamental na vida das pessoas dependentes de transfusão sanguínea. Para celebrar este dia, a Fundação Pró-Sangue organizou um evento chamado “Doe Sangue e Passe a Bola para um Amigo”. A ideia da ação, que conta com a colabora- ção da Sysmex, é mostrar a importância da doação de cada pessoa para a manutenção dos estoques dos bancos de sangue. Neste ano muitas pessoas passaram pelo posto de coleta no Hospital das Clínicas de São Paulo e doaram sangue como forma de apoio a campanha. A Fundação Pró-Sangue é uma entidade sem fins lucrativos, ligada a Agência Estadual de Saúde e a Escola de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Essa fundação é o maior banco de sangue da América Latina e é responsável por suprir sangue para mais de 130 hospitais na cidade de São Paulo. Em 1998, obteve da Instituição Britânica de Normas e Padrões as certificações ISO 9001:2000, se tornando o primeiro banco de sangue público no Brasil a implementar um controle de qualidade nos seus produtos e serviços. A partir de então, a Fundação Pró-Sangue tem repetidamente renovado suas certificações e melhorado seus processos. O analisador hematológico XS-1000i da Sysmex, reconhecido pela sua grande linearidade, está integrado à rotina da Fundação Pró-Sangue. Ele tem provado ser uma ferramenta útil para controlar a qualidade das plaquetas nos bancos de sangue. Doe Sangue - Doar sangue é um processo rápido, simples e seguro. Mas para aqueles que necessitam dessa ação solidária, esse gesto vai além – significa VIDA. : www.sysmex.com.br A Waters acaba de lançar o Sistema Acquity UPC2™ UltraPerformance Convergence Chromatogra- phy™, uma nova categoria na ciência da separação, que combina o potencial da cromatografia de fluido supercrítico (SFC) com a tecnologia de UPLC® e a expertise na manipulação de fluidos, temperatura e pressão que somente a Waters possui. O UPC2 já pode ser acoplado com as soluções em espectrometria de massas da Waters, anteriormente considerado incompatível com a cromatografia de fase normal ou até mesmo com os sistemas de SFC dis- poníveis, devido a limitações de interface e software. O dióxido de carbono (CO2) é o principal com- ponente da fase móvel deste sistema, oferecendo uma série de vantagens às fases móveis líquidas ou gasosas encontradas nos sistemas de LC e GC. O uso de CO2 ou a combinação deste com cosolventes cria uma fase móvel de baixa viscosidade, o que permite atingir altas taxas de difusão e transferência de massa quando com- parados aos solventes líquidos utilizados em HPLC e separações a baixa temperatura, quando comparados à GC. Esses fatores, aliados com a tecnologia de partículas sub-2mm e a facilidade de modificações na fase móvel, na pressão e temperatura do sistema, possibilitam um ajuste fino de parâmetros que trazem ganhos de reso- lução e seletividade, pelo controle dos tempos de retenção. Isso permite a separação de uma variedade de compostos, que antes era muito complexa para as tradicionais técnicas de LC e GC, ampliando as fronteiras da ciência. O sistema é totalmente compatível com as so- luções em informática da empresa, em particular, os softwares Empower™ e MassLynx™ e também com toda a linha de colunas. : www.waters.com A lanceta retrátil descartável estéril da Cral é utilizada para a coleta de amostras de sangue capilar, a partir da ponta do dedo, calcanhar ou lóbulo da orelha pararealizar testes em laboratório clínico, unidades de saúde ou a domicílio no caso de autotestes, (por exemplo: glicemia). Especificações e características técnicas: A lanceta é formada por uma cânula de aço com a ponta afiada, envolta por um dispositivo de segurança de plástico que, ao ser pressionado, libera automaticamente a lanceta evitando o contato direto do paciente com o produto. /: (11) 3454-7000 / 2712-7000 : vendas@cralplast.com.br : www.cralplast.com.br Lançamento Cral: lanceta retrátil descartável estéril Sysmex apoia Fundação pró-Sangue no Dia Mundial do Doador de Sangue no Brasil Waters apresenta o sistema Acquity UpC2 premiado na pITTCON 2012 NewsLab - edição 113 - 2012 98 O leitor Aklides® oferece triagem totalmente automa- tizada de negativos ou positivos de FAN em 15 segundos. Possibilita ainda a identificação e interpretação dos pa- drões através de imagens armazenadas automaticamente no computador, sem o uso de microscópio de IFA, permitindo o arquivamento digital dos resultados em um banco de dados que pode ser enviado via e-mail em formatos PDF e CSV. É interfaceável. : argoslab@argoslab.com.br O tubo a vácuo para VHS 8x120mm tem as seguintes características: ● Tubo a vácuo em vidro com tampa de goma na cor preta ● Sistema VHS operacional fechado e seguro ● Compatível com o Método de Westergreen ● Resultado em 30 minutos ● Contém citrato de sódio 3,8%, aspiração 1,6ml ● Baixo custo por teste ● Anticoagulante próprio para a realização do VHS (veloci- dade de hemossedimentação) O tubo é utilizado para coleta de sangue destinado aos testes de velocidade de hemossedimentação (VHS) em la- boratório clínico. A velocidade de hemossedimentação é um marcador de resposta inflamatória. /: (11) 3454-7000 / 2712-7000 : vendas@cralplast.com.br : www.cralplast.com.br Com o objetivo de proporcionar maiores resultados aos seus clientes nos projetos de consultoria em processos, a Formato Clínico estruturou parceria com a empresa Ótima Estratégia e Gestão, consultoria especializada na ferramenta Lean. Baseada no Sistema Toyota de Produção, o Lean possui como principal objetivo a eliminação de desperdícios e o gerenciamento do valor na ótica do cliente e na melhoria contínua. Segundo Luís Oliveira, sócio da Ótima, “Habitualmente, em qualquer setor identificamos que mais de 50% do tempo para execução de um serviço ou fabricação de um produto é consumido por atividades consideradas como desperdícios puros, que só agregam custo e reduzem a rentabilidade das empresas. No setor de saúde não é diferente e temos grandes oportunidades de melhoria e de otimização em todos os seus processos”. A parceria entre as empresas terá como foco a realização de treinamentos com base na ferramenta Lean e a realização de projetos Kaizen. “Nossos treinamentos possuem o objetivo de disseminação da cultura Lean nas empresas, transformando todas as pessoas em agentes de melhoria, crescimento e susten- tabilidade”, comenta Carmen Paz Oplustil, diretora da Formato Clínico. Os projetos Kaizen são realizados em uma semana, iniciando com treinamento e finalizando com avaliação dos re- sultados obtidos com as mudanças. Claudia Meira, responsável pela Unidade de Negócio Consultoria de Processos e Qualidade da Formato Clínico, complementa: “Os resultados ocorrem em diversas frentes, como otimização de espaço, melhora da pro- dutividade, maior velocidade e redução de prazos de exames e, principalmente, melhoria na qualidade técnica e do trabalho”. “Definimos o Lean como metodologia por apresentar re- sultados significativos e imediatos. E para que isso ocorra da melhor forma possível, estruturamos esta parceria com a Ótima que possui ampla experiência na metodologia” finaliza Carmen. Desta forma, a Formato Clínico espera seguir contribuindo para o crescimento do setor. : (11) 3528-7405 : formatoclinico@formatoclinico.com.br : www.formatoclinico.com.br Formato Clínico estrutura Joint Venture para oferecer a metodologia Lean como ferramenta para aumento de produtividade Aklides®: único leitor automático de FAN hEp-2 aprovado na Anvisa Tubo para coleta de sangue a vácuo para VhS: mais um lançamento da Cral NewsLab - edição 113 - 2012 100 Por mais um ano a Sysmex América Latina e Caribe foi patrocinadora máster do Congresso Brasileiro de Análises Clínicas (CBAC), realizado este ano no Centro de Conven- ções SulAmérica, na cidade do Rio de Janeiro. Como já é de tradição, a Sysmex se preocupou em compartilhar os conhe- cimentos e as novas tecnologias do mercado de diagnóstico in vitro através de palestras ministradas no seu estande. A grade de palestras foi extensa, contando com oito diferentes palestrantes se dividindo nos três dias de congresso. Segundo a Dra. Sílvia Martinho, consultora científica da Sysmex e uma das palestrantes, “a maior alegria é ter a certeza de que os assuntos das palestras ministradas são de interesse geral, dada a presença maciça das pessoas. Além disso, receber um feedback positivo da utilização no dia-a-dia desses conteúdos é muito gratificante profissionalmente”. Como patrocinador Master, a tradicional palestra magna, que aconteceu no segundo dia do evento, foi de respon- sabilidade da Sysmex. Para tal, a empresa contou com a presença ilustre de um profissional renomado da área, o Dr. Dimário Castro, especialista em Patologia Clínica, Mestre em Ciências Morfológicas da UFRJ e Gerente Técnico Hospitalar do Laboratório Richet. Nessa oportunidade ele ministrou a palestra intitulada “A evolução da automação em hemato- logia. Uma história de sucesso!”, que teve a presença de mais de 500 congressistas. A Sysmex mostrou no seu estande o equipamento CellaVi- sion DM96, sistema digital automatizado para morfologia ce- lular. O equipamento foi projetado para ajudar os laboratórios na localização avançada, pré-classificação e/ou caracterização, visualização, armazenagem e transmissão de imagens de células sanguíneas. É um sistema altamente sofisticado de classificação celular, que reduz a subjetividade e aumenta a precisão do diagnóstico. “Mais uma vez tivemos a oportunidade de mostrar ao público a tecnologia de ponta do CellaVision, bem como promover a atualização científica dos profissionais da área”, afirma Fernando Gatz, Gerente de Marketing da Sysmex América Latina e Caribe. Além desse aparelho, outros três também foram exibidos no estande, o KX-21N e o XS- -1000i, dedicados a laboratórios de rotina de processamento pequena e média, respectivamente, e o XT-4000i, destinado a laboratórios com uma rotina de processamentos maior. Em parceria com a Roche Diagnóstica, a Sysmex patro- cinou o evento social do congresso chamado de “Terça-feira Cultural”, que este ano foi realizado no foyer do pavilhão de exposições. A estrela da noite foi a banda Groove Samba, que é composta por DJ e ritmistas que mesclam ritmos e efeitos criando uma nova roupagem para segmentos musicais já consagrados. Focando no samba, importante item cultural do Rio de Janeiro, a banda animou por mais de uma hora os congressistas que lá estiveram. : www.sysmex.com.br A Abbott realiza entre os dias 18 e 20 de setembro, na Cidade do Panamá, a 5ª edição do evento “Turning Science into Caring”, Simpósio de Laboratórios Clínicos da América Latina. O grande objetivo do evento é promover o intercâmbio científico e a educação continuada através de temas relevan- tes como: O Futuro da Qualidade Laboratorial nos Cuidados à Saúde, Fronteiras no Diagnóstico de Doenças Infecciosas no Laboratório e Tendências da Medicina Laboratorial. Este ano, a Abbott do Brasil espera repetir o sucesso dos anos anteriores e contará com mais de 60 convidados, entre participantes e palestrantes. : brazil_add_marketing@abbott.comV Simpósio de Laboratórios Clínicos da América Latina Sysmex participa como patrocinador Máster do 39º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas Analisador hematológico com contagem diferencial de 6-partes Dr. Dimário Castro durante palestra Magna ministrada para cerca de 500 pessoas NewsLab - edição 113 - 2012 102 Você certamente já utilizou uma garrafinha de água com “bico” e verificou que essa invenção é bem prática, pois evita vazamentos e, no momento necessário, libera o líquido para matar a sua sede. Pois então: agora os corantes microbiológicos Newprov são envasados em frascos PET com bico dosador, igual ao das gar- rafinhas de água e isotônicos. Isto facilita o manuseio, pois não é mais necessário transferir o corante para frascos conta-gotas, evitando o depósito de precipitados no fundo e ter que lavar exaustivamente os frascos. O bico dosador permite regular a vazão do líquido, facilitando o processo de coloração, mas prin- cipalmente o de descoloração, que deve ser feito com cuidado para não descorar demais o esfregaço. Os corantes que serão apresentados nos novos frascos de 500ml são os seguintes: ● Para a coloração de Gram: cristal violeta, violeta de genciana, lugol fraco, descorante, fucsina fenicada ● Para a coloração de Ziehl-Neelsen: fucsina fenicada, azul de metileno concentrado e descorante ● Para a coloração de Ziehl-Gabbet (hanseníase): fucsina e azul de Gabbet ● Para a coloração de Laybourn (difteria): solução de Laybourn e lugol forte ● Outras finalidades: azul de metileno de Loeffler, azul de algodão A microscopia direta de amostras clínicas continua sendo um dos métodos mais rápidos de detecção de micro-organismos, especialmente no diagnóstico de infecções graves como me- ningite, infecções genitais, tuberculose, hanseníase, tétano, gangrena, etc. É especialmente útil também na avaliação da qualidade de amostras respiratórias e de feridas, na detecção rápida de bacteriúria, e muitos outros usos. A identificação presuntiva de micro-organismos desen- volvidos em placas de cultivo é baseada principalmente na microscopia das colônias, por exemplo. Sendo assim, é uma das técnicas mais empregadas nos laboratórios de microbiologia clínica, a despeito dos avanços tecnológicos disponíveis nessa área. : 0800 6001302 : www.newprov.com.br Corantes microbiológicos Newprov: nova apresentação No 46º Congresso Brasileiro de Pa- tologia Clínica, de 04 a 07 de setembro, em Salvador (BA) a Werfen Medical lançou oficialmente o sistema Bio-Flash, um analisador quimioluminescente totalmente automatizado e de acesso aleatório para a realização de análises autoimunes. Este revolucionário sistema leva a automação completa para o setor de análises especializadas que até a data, requerem processos manuais que consu- miam muito tempo e capacidades técnicas muito avançadas. A tecnologia quimiolu- minescente permite uma série maior de sensibilidade, quando comparada com os ensaios de Elisa. O novo sistema Bio-Flash prevê uma oportunidade significativa de crescimento no diagnóstico de autoimunidade. Com- binado com os reagentes Quanta Flash, a Inova (marca que pertence ao grupo Werfen) oferece uma solução completa e automatizada como nenhuma outra para tratar as doenças graves de autoimunidade, como vasculitis, doença celíaca e a síndro- me antifosfolipídica. O lançamento deste produto exempli- fica o êxito dos esforços e da colaboração entre as equipes de Pesquisa e Desenvolvi- mento de empresas da Werfen Group, mais especificamente das marcas Inova e Biokit, que aperfeiçoam a experiência vivenciada no mercado com a inovação científica. Com mais testes na estrada, este novo sistema está à disposição para garantir uma sólida presença nos laboratórios de autoimunidade de todo o mundo, inclusive no mercado brasileiro. : (11) 4154-3337 : vendas@werfengroup.com : www.werfengroup.com Werfen Medical apresenta o revolucionário sistema Bio-Flash A G-Biosciences é uma empresa norte-americana especializada em produtos para análise de proteínas. Em constante desenvolvimento, a Biosystems vem atender às demandas do mercado, incluindo esta nova marca em sua linha de comercialização. São produtos de alta tec- nologia para preparo de pro- teínas para eletroforese em géis de poliacrilamida (PAGE 1D, 2D e IEF), reagente para quantificação de proteínas, co- quetéis inibidores de proteases e fosfatases, marcadores de peso molecular de proteínas, além de excelentes produtos para Western Blotting (corante reversível para membranas, acelerador, reagente para re- aproveitamento de membrana “stripping e reprobing”). : 0800 703 1012 : comercial@biosystems.com.br : www.biosystems.com.br G-Biosciences: Reagentes para proteômica NewsLab - edição 113 - 2012108 Máquina para triagem automática de tubos de amostra HCTS 2000 MK2 da alemã m-u-t AG não causa interferências no processo analítico Informe PublIcItárIo Entrada do Hospital Universitário de Hamburg-Eppendorf (UKE) em Hamburgo, Alemanha (fonte: Wikipedia) Abalos mecânicos são fatores de interferência bastante conhecidos no transporte de tubos de amostra no diagnóstico laboratorial. O efeito nocivo de maior frequência é o de hemólise, ou seja, a violação da integridade corpuscular dos eritrócitos. Em um estudo publicado em 20101, o Hospital Uni- versitário de Hamburg-Eppendorf (UKE) na Alemanha, investigou os mecanismos de aceleração de seu sistema de transporte pneumático. Para tal, o sistema foi ajustado tecnicamente para evitar que houvesse uma alteração dos resultados da análise clínica através de efeitos nocivos ocorrentes durante o transporte dos tubos de amostra. Em todo o processo de separação de tubos de amos- tra utilizando a máquina HCTS 2000 MK2 fabricada pela multinacional alemã m-u-t AG, não é utilizado nenhum tipo de velocidade de transporte elevado, nem menos de força de aceleração correspondentes às de um sistema de transporte pneumático. A partir da experiência com centenas de máquinas HCTS instaladas em laboratórios por todo o mundo, não se tem conhecimento algum so- bre qualquer tipo de alteração nos resultados da análise clínica em função da utilização das mesmas. Entretanto, esta informação por si só, não deve ser entendida com uma espécie de “carta branca” para o uso irrestrito de uma máquina para triagem automática de amostras. Com base nas informações científicas mencionadas, a m-u-t AG solicitou que o Hospital Universitário de Hamburg-Eppendorf realizasse um novo estudo para investigar se eventualmente exisitiriam efeitos nocivos provenientes da utilização de seu sorter MK2 sobre os resultados do processo analítico. Para tanto, foram coletadas amostras de sangue de diversos voluntários e, a partir destas, foram determina- dos certos parâmetros como desidrogenase láctica (LDH), aspartato transaminase (AST) e potássio (K), os quais costumam apontar uma hemólise imediata. O conteúdo dos tubos de amostra foi analisado logo após a primeira triagem realizada pela máquina, mas tam- bém após o processo ter sido repetido cinco e dez vezes. A análise revelou os seguintes resultados2: Não foram constatados quaisquer tipos de alterações relevantes em todo o processo, independentemente do número de ciclos de separação realizados consecutiva- mente. Somente quanto ao parâmetro LDH pôde ser iden- tificada uma mínima alteração a partir do momento que o procedimento veio a ser repetido mais de cinco vezes. Do ponto de vista clínico, estas mínimas alterações são completamente irrelevantes (cit.) ..in respect to the cli- nical relevance rather negligible., porém, podem de fato ser identificadas no contextoestatístico científico geral, o que demonstra a concreticidade de todo o processo análitico e dos resultados a serem obtidos. Em conclusão, pode-se constatar que – sobretudo tratando-se de práticas laboratoriais normais padroniza- das que não requerem separações múltiplas – a máquina MK2 não exerce qualquer tipo de tensão mecânica sobre os tubos de amostra nela processadas, o que poderia tanto distorcer o resultado de uma análise clínica como até mesmo comprometer todo o procedimento. 1 - Apresentação em poster do Instituto de Química Clínica / Laboratórios centrais do Hospital Universitário Hamburg-Eppendorf, Alemanha: Accelerations in pneumatic tube systems used for transportation of blood specimens can cause speed dependent preanalytical influences“; Streichert, Otto et al. 2 - O estudo completo foi publicado em um documento de apresentação no IFCC 2011 em Berlim, Alemanha. NewsLab - edição 113 - 2012112 Congresso Brasileiro de Biomedicina Já com 3.000 pré-inscritos, evento promete ser um divisor de águas para a categoria Entre os dias 14 e 18 de novembro, São Paulo será a sede do XIII Congresso Brasileiro e I Con-gresso Internacional de Biomedicina. O evento, promovido pela Associação Brasileira de Biomedicina, com apoio do CRBM1 e CFBM, acontecerá nas depen- dências da Faculdade Anhanguera-UNIBAN (Unidade Maria Cândida), em São Paulo. De acordo com o Dr. Silvio José Cecchi, presidente da ABBM e do Congresso, as novidades desta nova edição ficam por conta da partici- pação de palestrantes nacionais e estrangeiros, renomados nas suas respectivas áreas, com ênfase para Acupuntura e Estética. E para os colegas que não puderem estar presentes em São Paulo, serão feitas transmissões das Palestras Magnas por streaming e ao vivo. “Para facilitar, todos poderão se inscrever através do site e com preços especiais. Também no site está disponível o temário, cuja qualidade irá com certeza surpreender”, explicou Dr. Silvio José Cecchi. Entre alguns dos temas internacionais, destaque para Identificação e sensibilidade de leveduras e aspergilose no laboratório clínico; Os biofótons e a comunicação ce- lular; Diagnóstico e monitorização da infecção pelo HIV em laboratório; Vírus respiratório (influenza); Noções de cosmetologia chinesa; Fisiologia energética da obesidade segundo a MTC; Os padrões energéticos do Parkinson, Esclerose Múltipla, Alzheimer e tratamentos através da Acupuntura; Diagnósticos energéticos e como tratar a depressão, segundo a MTC. Dr. José Eduardo Cavalcanti Teixeira, Diretor Técnico-Científico do Congres- so, explicou que a principal vertente do temário continua a ser a área diagnós- tica laboratorial, entretanto nesta 13ª edição as 35 habilitações profissionais do biomédico foram agraciadas com temas de elevada relevância científica, buscando cada vez mais um status de profissional atua- lizado às exigências de mercado. Dr. Cecchi acredita que haverá em torno de 5.000 con- gressistas, já que 3.000 pré-inscritos já confirmaram sua participação. “A infraestrutura está garantida e o temário contempla esse número de participantes. Com relação aos expositores, a expectativa também é boa devido ao interesse que estão demonstrando as empresas que atuam na área biomédica”, complementou. Quando foi realizado o último Congresso, em Recife no ano de 2010, ainda foi mantida uma tradição de edição brasileira, mas a partir deste próximo evento, foi tomada a iniciativa de apresentar uma versão internacional. “A participação de estrangeiros acontecerá de modo mais significativo por meio de palestrantes, pois até o momento não temos o fechamento do período de inscrições”, ex- plicou Dr. José Eduardo. A ABBM e o biomédico A Associação Brasileira de Biomedicina sofreu uma recente reformulação, começando pelo próprio Con- gresso Brasileiro, que agora é de sua responsabilidade. “Nessa nova diretoria, a Biomedicina está bem repre- sentada em todas as regiões do Brasil, com profissionais das várias áreas de atuação do biomédico. As Análises Clínicas continuam sendo a maior força, com o mais expressivo número de associados, mas a Acupuntura e a Estética vêm crescendo bastante. A nossa meta é atingir o mesmo número de filiados nos Conselhos Regionais. Nesse sentido, lançaremos uma revista eletrônica que irá democratizar a informação para os nossos colegas”, enfatizou Dr. Silvio José Cecchi. Atualmente existem 35 habilitações da profissão e esta ampla gama caracteriza o diferencial da categoria Biomédica. Cada vez mais, o biomédico vai se adequan- do à evolução científica e colaborando para a saúde do País. “Não posso negar que a nossa mais recente habilitação, a Biomedicina Estética, está causando uma grande agitação no setor, principalmente pela atuação de profissionais biomédicos supercompetentes. A Acu- puntura, apesar de não recente, vem crescendo muito nos últimos anos, graças ao trabalho dos biomédicos que atuam na área. Com a participação de colegas em novas áreas, teremos novidades, em breve”, acrescen- tou o presidente da entidade. XIII Congresso Brasileiro de Biomedicina 2012 I Congresso Internacional Data: 14 a 18 de novembro de 2012 Local: Uniban (Unidade Maria Cândida). Informações: www.abbm.org.br NewsLab - edição 113 - 2012116 José de Souza Andrade Filho - Patologista, membro da Academia Mineira de Medicina e professor de anatomia patológica da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. dor dizer “bola gordurosa de Bichat” do que “corpus adiposum buccae”? Felizmente, o fundo-de-saco de Douglas (James) mantém seu nome consagrado, especialmente entre os tocoginecologistas. Contudo, respeitamos a terminologia anatômica no sentido de se evitar os epônimos. Em Congresso de Anatomia em São Paulo (1997) reafirmou-se a necessi- dade de se abandonar o que for epônimo, em proveito de uma terminologia científica. Para fechar esse pequeno artigo, reproduzimos texto descoberto em pesquisa sobre o assunto em epígrafe. No dicionário de terminologia médica do português Dr. Plácido Barbosa, “cul-de-sac” (fr.) indica o fundo de um tubo glandular ou da cavidade de um órgão, análogo a um saco, ou seja fechado em uma extremidade. No Brasil dizemos fundo de saco. Porém, os médicos portugueses empregam a expressão mais elegante betesga (sic), que nos dá exatamente o sentido originário de cul-de-sac, isto é, o de beco sem saída. É o que se lê na edição de 1917 do dicionário do Dr. Barbosa, Livraria Francisco Alves, Rio de Janeiro. Assim sendo, fica a opção democrática à disposição dos médicos brasileiros, que podem referir-se àquela escavação como Betesga de Douglas. Longe de nós qualquer ofensa, pois descendemos, com muita honra, de genuínos trisavós lusitanos. Texto baseado, em parte, em Carvalho, LG. História da Anatomia Humana. Coopmed, Belo Horizonte, MG, 2000 e em Pena GP, Andrade-Filho, JS. Analogies in medicine: valuable for learning, reasoning, remembering and naming. Adv in Health Sci Educ Theory Pract. 2010 Oct; 15(4):609- 19. Epub 2008 Jun 5. Especial ESPECIALESPECIAL Especial Especial EspecialESPECIAL ESPECIAL ESPECIALEspecial BECO SEM SAÍDA O mais famoso e laureado fundo de saco de in- teresse médico é o de Douglas, situado entre o útero e o reto (escavação retouterina). Trata-se de reentrância ou saco formado por uma dobra do peritônio que se prolonga para baixo entre o reto e o útero. Esse Douglas parece não ter paren- tesco com o Sr. Kirk Douglas, pai e, conse- quentemente, nem com o filho Michael, brilhantes atores de cinema em Hollywood. O único ponto em comum em seus currículos deve ser a exploração da anatomia, embora em ângulos diferentes. Se a história registra algum parentesco entre os Douglas, conclui-se que os atores-descendentesmudaram a “técnica de dissecação”, especialmente em certos filmes que, por pudicícia de alto grau adquirida em colégio de padres verbitas em Juiz de Fora (MG), deixamos de mencionar. O do fundo de saco foi James Douglas, anatomista escocês que exercia a profissão em Londres e que viveu de 1675 a 1742. Além de praticar a medicina, foi também professor de anatomia e descreveu outras estruturas anatômicas ab- dominais. Muito tempo depois da sua morte, outros médicos tiveram a atenção voltada para uma queixa de dor forte e exclamada pela mulher, denominada grito de Douglas, quan- do submetidas à palpação do fundo de saco, sobretudo em casos de gravidez extrauterina. A dor é mais intensa quando há acúmulo de sangue na região, especialmente em pacientes com gravidez tubária rota. Há outros fundos de saco em nosso corpo, como o conjuntival, entre a pálpebra e a conjuntiva ocular, outro da dura-máter e também o fundo-de-saco de Gruber no espaço supra-esternal, ao lado da extremidade medial da clavícula. Mas, quase ninguém ouviu falar no de Gruber, de modo que o popular é mesmo o de Douglas. A Anatomia atual tem condenado e abolido os epônimos. Onde estão o aqueduto de Sylvius, o triângulo de Scarpa, as colunas de Morgagni, a pirâmide de Lallouette? No mesmo lugar, diria um anatomista com um misto de conhecimento e ironia. Não parece mais encanta- NewsLab - edição 113 - 2012120 Uso da análise qualitativa do antígeno prostático específico (PSA) como ferramenta na prática forense O número de exames forenses relacionados a vítimas de casos de estupro está aumentando constantemente. A identificação do sêmen é de extrema importância na investigação destes casos e outros crimes sexuais. O procedimento mais comum, utilizado para identificação de sêmen, é a detecção citológica do espermatozoi- de. O Antígeno Prostático Específico (PSA) é uma glicoproteína produzida pelo tecido da próstata e secretada no plasma seminal. O PSA é utilizado como um biomarcador de câncer e como mar- cador forense na detecção da presença de fluido seminal. Neste estudo foram avaliadas 263 amostras de swabs e outras peças através de testes de PSA em membranas imunocromatográficas. Os resultados indicam que este método pode ser utilizado para identificar a presença de sêmen em amostras forenses e apresenta nível de concordância maior que 85% com a pesquisa citológica de espermatozoide. Palavras-chave: PSA, forense, crime sexual Using the qualitative analysis of prostate specific antigen (PSA) as a tool in forensic practice The number of forensic examinations concerning rape victims is constantly increasing. The identification of semen is of extreme importance in the investigation of this cases and other sexual cri- mes. The most commonly used procedure for semen identification is the cytological detection of spermatozoa. The Prostate specific antigen (PSA) is a glycoprotein produced by the prostatic gland and secreted into seminal plasma. The PSA is used as a cancer biomarker and as a forensic marker in the detection of presence of seminal fluid. In this study was evaluated two hundred and sixty three samples of swabs e other pieces by immunochromatographic PSA membrane tests. The results indicate that this method can be used to identify the presence of semen in forensic samples and show agreement level most of 85% with cytological sperm research. Keywords: PSA, forensic, sexual assault Resumo Summary Ian Marques Cândido1, Fernanda do Carmo Rodrigues Alves2, Keiti Machado de Borba2, Luciano Figueiredo de Souza3 1 - Farmacêutico, mestrando em Genética Humana, perito criminal da Polícia Científica de Goiás 2 - Biomédicas, auxiliares de laboratório da Polícia Científica de Goiás 3 - Químico, mestre em Química, perito criminal da Polícia Científica de Goiás Laboratório de Biologia e DNA Forense do Instituto de Criminalística Leonardo Rodrigues, Secretaria de Segurança Pública e Justiça do Estado de Goiás Artigo Uso da Análise Qualitativa do Antígeno Prostático Específico (PSA) como Ferramenta na Prática Forense IntroduçãoIntrodução A violência sexual é uma questão histórica e cultural que afeta crianças, adoles- centes e adultos, independentemen- te de cor, religião, etnia, nacionalida- de, opção sexual ou condição social (1). Atinge, principalmente, mulhe- res jovens em idade reprodutiva que ao pedirem ajuda, seja no âmbito da justiça ou da saúde, muitas vezes estão sujeitas ao preconceito, jul- gamento e intolerância, fatores que dificultam o conhecimento acerca da prevalência deste tipo de violência na população. Estima-se que menos de 20% destes crimes chegam ao conhecimento das autoridades (2). No Brasil, não há dados precisos a respeito da incidência de crimes sexu- ais. Dados epidemiológicos estimam que os registros das delegacias cor- respondam, em média, de 10 a 20% dos casos que realmente acontecem na população (3). Os recentes avanços do conhe- 121NewsLab - edição 113 - 2012 Materiais e Métodos Wang et al. (1982), Graves et al. (1990), Sensabaugh & Blake (1990) e Johnson & Kotowski (1993) sugeri- ram que o PSA era bioquimicamente idêntico à p30. O PSA (ou p30) faz parte da família das calicreínas, proteases do soro com diversas funções fisiológicas. A denominação PSA refletia a ideia inicial de que a expressão da proteína era restrita à próstata, mas sua presença no líqui- do seminal em altas concentrações, quando comparada ao soro humano, o caracterizou como um importante marcador na prática forense, permi- tindo a identificação e caracterização do fluído seminal em evidências criminais deixadas por indivíduos vasectomizados, azoospérmicos ou oligospérmicos, casos onde pode não ser possível detectar a presença de espermatozoides por avaliação microscópica (9, 17). A presença do PSA não está restri- ta apenas ao epitélio prostático. Es- tudos recentes relataram a presença do PSA em fluídos extraprostáticos, como no soro de mulheres e crianças, urina de mulheres, líquido amniótico, leite materno, saliva e líquido ence- faloraquidiano (18). Porém, segundo Sawaya e Rolim (2004), os níveis de PSA existentes em fluidos extrapros- táticos não interferem no valor da pesquisa de PSA na investigação do líquido seminal em perícias criminais, permitindo seu uso como marca- dor na determinação dos vestígios de esperma coletados das vítimas, preservativos e a partir de manchas obtidas em peças de vestuário. A semenogelina é uma proteína produzida pela vesícula seminal e é um substrato para o PSA. Recente- mente, esta proteína tem sido descrita como uma alternativa para marcador forense da presença de esperma por diversos autores (20, 21). O objetivo do presente estudo foi avaliar a correlação entre os casos concordantes e discordantes da aná- lise laboratorial de PSA e pesquisa de espermatozoides em vítimas de violência sexual, no período de ja- neiro de 2006 a julho de 2007, no Laboratório de Biologia, do Instituto de Criminalística Leonardo Rodrigues (ICLR) da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás, visando verificar a utilidade da técnica de pesquisa de PSA como marcador da presença de sêmen. Materiais e Métodos Foram selecionados, aleatoriamen- te, para realização deste estudo, 263 casos de perícias encaminhadas para realização de Pesquisa de Espermato- zoides, as quais foram encaminhadas ao Laboratório de Biologia do ICLR no período de janeiro de 2006 a julho de 2007. Paralelamente, estas amos- tras foram submetidas à Pesquisa de PSA, a fim de se compararo nível de concordância entre as duas técnicas. Amostras de vestuário e de ou- tros objetos contendo secreções biológicas (preservativos, compressa de gaze, fralda, absorvente íntimo, lençol e toalha) foram denominadas como peças. As amostras biológicas impregnadas em swabs eram de se- creção vaginal, vulvar, anal, perianal e oral. Do total de 263 perícias exa- minadas, 209 eram de swabs e 54 de peças. As peças e os swabs contendo secreção biológica foram processados e analisados segundo os protocolos experimentais acreditados pelo pró- prio laboratório. A avaliação citológica da pesqui- sa de espermatozoide foi realizada a partir de esfregaços em lâminas e posteriormente corados utilizando cimento na área de imunologia e biologia molecular têm proporcionado uma nova visão e compreensão das doenças e permitido o desenvolvi- mento de novas metodologias no campo diagnóstico. Técnicas labo- ratoriais, com um alto fundamento teórico e aplicado, têm permitido uma interpretação mais adequada dos diagnósticos e auxiliado na elucidação de diversas doenças (4). Na prática forense, a fosfatase ácida prostática (FAP) foi bastante utilizada na investigação e caracte- rização do líquido seminal. Porém, foi considerado um marcador de sensibilidade e especificidade li- mitado, entrando em desuso após a descoberta do PSA (do inglês: Prostate-Specific Antigen) (5, 6). O antígeno prostático específico (PSA) descoberto por Hara et al. (1971) foi denominado inicialmente como uma gamasemiproteína. O PSA é uma glicoproteína de cadeia simples, peso molecular entre 33- 34 kDa e expresso em altos níveis no epitélio prostático humano (8). Sensabaugh (1978) caracterizou uma proteína do plasma seminal, denominada p30 (peso molecular: 30 kDa) e esta apresentava imu- norreatividade com o antissoro preparado contra uma proteína E1, sugerindo alguns determinantes imunológicos em comum. A con- centração do PSA no esperma varia de 0,2 até 5,5 x 106 ng/mL e é um milhão de vezes maior que no soro de homens normais (10). Os níveis de PSA aumentam no soro de indiví- duos com patologia prostática e têm sido utilizados na detecção precoce de progressão ou recorrência de neoplasia da próstata e também no acompanhamento de pacientes após terapia sistêmica, cirúrgica ou radioterápica (11, 12). NewsLab - edição 113 - 2012122 Resultados e Discussão depende de diversos fatores como presença de estruturas obscurecedo- ras (fungos e sobreposição de células escamosas), qualidade dos equipa- mentos e corantes e da quantidade de espermatozoides na amostra. Teixeira et al. (1998) relatam o desconhe- cimento no Brasil da coloração de Christmas Tree e a vantagem desta metodologia pelo fácil reconhecimen- to dos espermatozoides o que poderia diminuir os casos falsos-negativos. Resultados falsos-negativos na pesquisa de PSA por imunocroma- tografia podem ocorrer devido ao excesso de PSA, causando o efeito hook, no qual o PSA livre em excesso chegará à zona de reação antes do conjugado, não desenvolvendo, assim, cor na região teste (10). Análises forenses têm uma carac- terística peculiar quanto à conserva- ção das amostras, pois estão sujeitas à degradação por ação ambiental, metodologia de coloração diferencial rápida. A análise das lâminas foi feita por microscopia ótica. Para a determinação da presença de PSA nas amostras periciadas, foi utilizado teste imunocromatográfi- co, que detecta qualitativamente a presença de PSA em soro humano e em fluídos corporais em quantidades superiores a 4 ng/mL. Para extração da amostra na re- alização do ensaio foi utilizado cerca de 1 mL de água destilada tanto para swabs quanto para peças, sendo o extrato obtido aplicado (150 µL) na placa de PSA juntamente com um ensaio controle (branco) utilizando somente água destilada. Os resultados obtidos foram arma- zenados em planilhas da ferramenta Excel (2003) para o tratamento dos dados e confecção dos gráficos (figu- ras expositivas). Resultados e Discussão Observa-se na Figura 1 uma signi- ficativa predominância de resultados concordantes, 88% (184/209) entre a pesquisa de PSA e espermatozoides em amostras biológicas obtidas a par- tir de swabs. Nas secreções obtidas a partir de peças, a concordância entre as técnicas foi de 85,2% (46/59), conforme apresentado na Figura 2. Como os índices de concordância nas amostras obtidas de swabs e peças foram semelhantes, percebe-se que o suporte onde se encontrava o material biológico não influenciou o resultado das análises. Dos 263 casos de perícia exami- nados, 20 casos foram discordantes, com resultado de pesquisa de PSA positiva e pesquisa de espermatozoi- de negativa (Figuras 1 e 2). A sen- sibilidade da técnica de microscopia 74,6 13,4 6,7 5,3 0 10 20 30 40 50 60 70 80 PSA(-)/SPTZ(-) PSA(+)/SPTZ(+) PSA(+)/SPTZ(-) PSA(-)/SPTZ(+) Figura 1. Avaliação dos resultados concordantes e discordantes, correlacionando pesquisa de PSA e análise citológica da presença de espermatozoide (SPTZ) em swabs 46,3 38,9 11,1 3,7 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 PSA(-)/SPTZ(-) PSA(+)/SPTZ(+) PSA(+)/SPTZ(-) PSA(-)/SPTZ(+) Correlação entre as técnicas em amostras obtidas de suabes Correlação entre as técnicas em amostras obtidas de peças Pe rc en tu al (% ) Pe rc en tu al (% ) Figura 2. Avaliação dos resultados concordantes e discordantes, correlacionando pesquisa de PSA e análise citológica da presença de espermatozoide (SPTZ) em peças NewsLab - edição 113 - 2012124 Conclusãoenzimática, física e/ou microbiana. Como a molécula do PSA é uma glicoproteína, também pode sofrer degradação, resultando em casos falsos-negativos, principalmente em peças com manchas antigas de esperma e em swabs com secreção coletada de vítimas que têm um prolongado tempo entre o intercurso e a procura pelo serviço do Instituto Médico Legal (IML). Johnson & Kotowski (1993) per- ceberam resultados falsos-negativos para pesquisa de PSA em amos- tras contaminadas com detergente. Espera-se que este tipo de resultado aconteça com certa frequência, já que a primeira reação normalmente observada nas vítimas de violência sexual é fazer higiene íntima. A quantidade de água destilada adicionada à amostra no momento da extração das secreções, de peças ou de swabs, pode diluir a quantida- de de PSA a níveis não detectáveis, dependendo da técnica. A imunocro- matografia como teste qualitativo de PSA tem a sensibilidade de 4 ng/ mL. Testes imunoenzimáticos, como Elisa, foram sugeridos por diversos autores na prática forense, por possuírem uma sensibilidade maior em relação à imunocromatografia (15, 16, 23, 24). Contudo, novas publicações colocam a pesquisa imunucromatográfica como a técnica de escolha para triagem da presença de esperma, por ser rápida, ter boa sensibilidade e excelente relação custo-benefício (20, 21). Recentemente, Romero-Montoya et al. (2011) relataram que os testes rápidos para pesquisa de sêmen, como o PSA, tem uma boa concordância com o resultado de DNA utilizando marca- dores STR (Short Tandem Repeats) do cromossomo Y. Por conseguinte, resul- tados positivos para PSA implicam em grande chance de se conseguir perfil genético da amostra, corroborando assim a relevância do PSA como teste presuntivo da presença de esperma. ConclusãoDiante dos dados obtidos no pre- sente estudo, conclui-se que a análise qualitativa do PSA é uma importante ferramenta de auxílio-diagnóstico na prática forense, corroborando o resultado final do laudo laboratorial da investigação e caracterização do líquido seminal em diversas fontes biológicas. Os exames laboratoriais sofrem influência principalmente das condições das amostras. Dessa forma, mesmo com o reco- nhecido valor científico do PSA como marcador da presença de líquido se- minal, os resultados não devem ser analisados isoladamente. Portanto, a avaliação microscópica adicionada à análise qualitativa do PSA, são fer- ramentas potenciais na elucidação de casos de violência sexual. Correspondências para: Ian Marques Cândido imarquescandido@gmail.com Referências BibliográficasReferências Bibliográficas 1. Ferreira AL, Schramm FR. Implicações éticas da violência doméstica contra a criança para profissionais de saúde. Rev. Saúde Pública, 2000; 34(6): 659-65. 2. Camargo M. 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Os resultados demonstraram que 13 mulheres apresentaram anticorpos irregulares contra outros sistemas fenotípicos diferentes do Rh(D) e que o teste de Coombs indireto, como comumente é realizado pelos laboratórios de apoio, teria alta probabilidade de dar re- sultado falso-negativo, nesse caso. Nessas mesmas condições, a imunização com imunoglobulina anti-Rh(D) daria a falsa sensação de segurança, uma vez que anticorpos irregulares contra outros sistemas fenotípicos não seriam detectados pelo teste de Coombs indireto, mas estariam presentes por todo o curso da gestação. Palavras-chave: Coombs indireto, aloimunização, fenótipo Rh(D), fenotipagem The Indirect Coombs without the use of phenotyped red cells in Pregnant Rh (D) Negative: Tranquility or Problem? In this study they were searched 61 women Rh(D) negative with irregular antibodies positive, which were all identified. This way it was made an analogy about the limitation of indi- rectCoombs test without the use of erythrocytes phenotyped as well as the use of IgG anti-D solution (anti-RhD) antibodies in women Rh(D) negative, with the result of indirect Coombs negative, again using the erythrocytes no phenotyped. The results showed that thirteen women had irregular antibodies against other phenotypic systems other than Rh(D) and the indirect Coombs test, as is commonly done by the laboratories of support they would give a high probability of false-negative result in this case. Under these same conditions, immuniza- tion with immunoglobulin anti-D would give a false sense of security, since irregular antibodies against other phenotypic systems would not be detected by the indirect Coombs test but would be present throughout the pregnancy. Keywords: Indirect Coombs, alloimmunization, pheno- type Rh(D), phenotyping Resumo Summary Seme Youssef Reda1, Daniely de Oliveira2 1 - Farmacêutico Bioquímico, Especialista em Microbiologia e Imunologia, Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Doutor em Processos Biotecnológicos e Chefe Técnico do Hemocentro Regional de Guarapuava/PR 2 - Aluna do Curso de Enfermagem, Faculdade Guairacá Hemocentro Regional de Guarapuava/PR Artigo O Coombs Indireto sem o Uso de Hemácias Fenotipadas na Gestante Rh(D) Negativo: Tranquilidade ou Problema? IntroduçãoIntrodução Dentre os meios diagnósticos para a pesquisa de anticorpos irregulares, tem-se o teste de Coombs, amplamente difundido para a evidenciação de anticorpos irregulares antieritrocitários nas mais diversas investigações patológicas (16, 19). Mas em termos de saúde pública, o cuidado no diagnóstico de aloimu- nização materna Rh(D) negativo, contra antígenos eritrocitários Rh(D), por meio do teste de Coombs indireto tem uma atenção especial por parte dos profissionais de saúde, uma vez que o teste de Coombs é amplamente difundido dentre os pedidos de exa- mes no pré-natal sendo uma prática consagrada (2, 9). A aloimunização da mulher, pre- viamente ao período gestacional ou durante o período gestacional, denota um estado de permanente atenção para o especialista ou clínico na conduta dessa paciente, por isso o teste de Coombs indireto é muito solicitado como um dos exames de pré-natal (6). Sabe-se que a aloimunização surge da formação de anticorpos irregulares, quando o indivíduo é exposto a antígenos não próprios, NewsLab - edição 113 - 2012130 Casuística e Métodoscomo na transfusão de sangue não isogrupo ou com discrepância Rh(D) (4). Em se tratando de mulher Rh(D) negativo, ela pode apresentar em sua circulação anticorpos irregulares previamente ao início da gestação, devido a uma exposição anterior a antígenos eritrocitários não próprios, resultado do contato com hemácias fenotipicamente diferentes (1). Comumente, quando a mulher Rh(D) negativo primigesta entra em contato com pequenas quantidades de hemácias fetais Rh(D) positivo, ela pode ser sensibilizada, o que em si traz repercussões importan- tes perinatais da segunda gestação em diante, principalmente (7). Contudo, é certo que uma parcela de anticorpos irregulares que uma mulher Rh(D) negativo primigesta ou multigesta pode apresentar, pode não ser especificamente anti- Rh(D). Nesse caso, outro antígeno eritrocitário, que não pertence ao fenótipo Rh(D) pode estimular a produção de anticorpos irregulares, com imunogenicidade significativa (1,7). Desse modo é de se imaginar que o teste de Coombs indireto, como é realizado comumente nos laboratórios, tem alta chance de dar resultado falso-negativo, isto é, em todos os casos em que não se utilize hemácias reagentes fenotipadas na realização do teste. Esse trabalho teve como objeti- vo testar um número de mulheres Rh(D) negativo, para anticorpos irregulares (AI) em tubo, com dois jogos de hemácias reagentes feno- tipadas, bem como identificar os anticorpos irregulares encontrados e elaborar uma analogia sobre a limi- tação do teste de Coombs indireto, em comparação com os resultados encontrados, bem como a utilização de imunoglobulina anti-Rh(D). Casuística e Métodos Amostras As amostras foram coletadas pelas técnicas convencionais de punção venosa nas agências trans- fusionais pertencentes à hemorede do Hemocentro Regional de Gua- rapuava, em tubos contendo EDTA 3%, obtendo-se, após procedimento padronizado de centrifugação, o plasma sobrenadante, destinado para a realização da tipagem sanguí- nea reversa, pesquisa de anticorpos irregulares (PAI) e identificação dos anticorpos irregulares detectados e o concentrado de hemácias sedi- mentado, utilizado para a classifica- ção sanguínea ABO direta. Tipagem sanguínea ABO direta e pesquisa de fator Rh(D) A determinação dos fenótipos ABO foi realizada através da pesquisa dos antígenos do sistema ABO pelo méto- do de hemaglutinação direta em tubo, utilizando-se anticorpos monoclonais anti-A, anti-B e anti-AB. Foram prepa- radas suspensões de hemácias a 5% em salina fisiológica e testadas com os respectivos antissoros. A pesquisa de fator Rh(D) se deu pela adição de soro anti-Rh(D) mo- noclonal, onde o resultado negativo se deu pela não formação de hema- glutinação e o resultado positivo pela formação de hemaglutinação. Nas pacientes, cujo Rh(D) foi negativo, para se excluir a possibilidade de se tratar de Rh(D) parcial ou fraco, o tubo-teste Rh foi colocado em banho- -maria por 30 minutos, lavado quatro vezes com salina 0,9% e adicionado soro de Coombs monoclonal, após a última lavagem. A não formação de hemaglutinação confirmou não se tra- tar de Rh(D) parcial ou fraco, portanto Rh(D) negativo propriamente. Tipagem sanguínea reversa ABO, para a confirmação da tipagem direta A tipagem reversa foi efetuada nos plasmas das pacientes, para confirma- ção da tipagem direta, utilizando-se suspensões a 3% de eritrócitos per- tencentes respectivamente, a grupos sanguíneos A1 e B (REVERCEL-Frese- niusR) com posterior centrifugação e leitura pela observação da presença ou não de hemaglutinação no tubo. Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI) A PAI foi realizada por meio da re- ação com dois jogos de hemácias rea- gentes tipo O, com fenótipos conheci- dos (Triacell I+Triacell II) e plasma das pacientes em tubo de hemólise, com duas fases de reação: em temperatu- ra ambiente, para a evidenciação de hemaglutinação por anticorpos frios, reagindo à temperatura ambiente, e em incubação a 37ºC, por 15 minutos, para a evidenciação de hemaglutina- ção por anticorpos quentes. Antes da incubação, foram acres- centadas aos tubos duas gotas de po- lietilenoglicol (Bio Peg) para aumentar a constante dielétrica do meio, dimi- nuir o potencial Zeta dos eritrócitos e, assim, otimizar a reação hemácia- -anticorpo. Após a fase de incubação, as hemácias foram lavadas quatro vezes em salina e acrescidas de duas gotas de soro de Coombs monoclonal, após a última lavagem. A evidenciação de reação positiva apresentou diferentes intensidades, de acordo com escala de aglutinação padronizada, variando de 1+ a 4+. Na evidenciação de reação negativa, não houve formação de hemaglutinação após homogeneização. A confirmação dos resultados po- sitivos foi realizada pela metodologia de hemaglutinação em coluna-gel- NewsLab - edição 113 - 2012132 Resultados Por conseguinte, foram escolhidas somente as pacientes Rh(D) negativo (grupo de estudo alvo) na investiga- ção dos anticorposirregulares com hemácias reagentes fenotipadas, para comparação entre a metodologia utilizada nesse trabalho e o teste de Coombs indireto comumente realizado com hemácias tipo “O” Rh(D) positivo, não fenotipadas, para a identificação de anticorpos irregulares (3). Assim, foram investigadas 61 mulheres Rh(D) negativo sendo que 29 pertenceram ao grupo sanguíneo O, 25 ao grupo A, quatro ao grupo B e três ao grupo AB. Nessa pesquisa foram selecionadas somente as pacientes Rh(D) negativo, não gestantes, que tiveram a pesquisa de anticorpos irregulares (PAI) posi- tiva, isto é, apresentaram hemaglu- tinação positiva em tubo. Portanto, no grupo de estudo alvo 61 pacientes apresentaram PAI positivo. Na sequ- ência, todos os anticorpos irregulares que deram PAI positivo foram iden- tificados conforme o protocolo de identificação em painel de hemácias (Diamed) (Tabela 1 e Tabela 2). Identificação dos anticorpos irregulares (IAI) Os resultados mostrados na Ta- bela 1 revelaram a identificação de somente um anticorpo irregular por paciente. Assim, do total de 61 pa- cientes pesquisadas, Rh(D) negativo, com PAI positivo foram identificados anticorpos irregulares anti-D, especi- ficamente, em 33 pacientes. Ainda, dentro do fenótipo do sistema Rh, identificaram-se em quatro pacientes anticorpos anti-C e em outras quatro pacientes anticorpos anti-E. Seguindo a ordem de imunoge- nicidade, tem-se a identificação em quatro pacientes de anticorpos irregu- lares pertencentes ao sistema Kell. Do sistema Lews, apenas uma paciente apresentou um anticorpo irregular e do sistema Ii resultou na identificação -teste, empregando-se hemácias fenotipadas (DiaMed AG, Cressier sur Morat, Switzerland), com incubação à 37ºC por 30 minutos, centrifuga- ção a 1.000 rpm por 10 minutos em centrígufa 24S (Diamed), leitura e interpretação frente ao antigrama, pela combinação de resultados. Identificação dos Anticorpos Irregulares (IAI) A IAI foi realizada pela utilização de painel de 11 hemácias papainizadas e fenotipadas, próprias para a identi- ficação de anticorpos irregulares (ID- -Diapanel-Diamed). Posteriormente, os resultados foram comparados com o padrão fenotípico constante do an- tigrama que acompanha os eritrócitos reagentes, para que se encontre uma combinação de resultados que deter- mine a possível especificidade do(s) anticorpo(s). Resultados Tipo Sanguíneo e Rh das pacientes testadas Foram colhidas amostras de 203 mulheres, randomicamente, que fizeram parte do grupo de estudo ge- ral, em que o protocolo de estudo se fundamentou nas seguintes análises: 1) tipagem direta ABO 2) tipagem reversa ABO 3) pesquisa de anticorpos irregulares (PAI) 4) identificação de anticorpos irregulares (IAI) Somente as pacientes cujas ti- pagens direta e reversa resultaram confirmadamente em Rh(D) negativo fizeram parte do grupo de estudo alvo. Assim, 142 pacientes que apre- sentaram Rh(D) positivo, 69,95% do grupo de estudo geral foram excluídas da pesquisa. Tabela 1. Resultado da identificação de anticorpo irregular único por paciente Anticorpo Irregular Identificado Único Pacientes anti-D 33 anti-C 4 anti-E 4 anti-Kell (K) 4 anti-Lea 1 anti-i 3 anti-I 1 Tabela 2. Resultado da identificação de múltiplos anticorpos irregulares por paciente Múltiplos Anticorpos Irregulares Identificados Pacientes anti-D+anti-C 3 anti-D+anti-c 1 anti-D+anti-E 2 anti-D+anti-Dia 1 anti-D+anti-Jka 1 anti-D+anti-C+anti-Dia 1 anti-D+anti-C+anti-E+anti-Cw+anti-Kpa 1 anti-Fya+anti-E 1 133NewsLab - edição 113 - 2012 Discussão em quatro pacientes: três com anti-i e uma com anti-I. O anticorpo irregular do sistema Ii está ligado à formação de autoanticorpo em anemias he- molíticas. Portanto, seu significado é clínico-específico e se enquadra no perfil dos anticorpos frios, de menor importância clínica. A Tabela 2 mostra a identificação de dupla população de anticorpos irregulares por paciente. Assim, três pacientes apresentaram anticorpos anti-D+anti-C e uma paciente anti- -D+anti-c; uma paciente apresentou anticorpos anti-D+anti-Dia; em duas pacientes foram identificados anti- corpos anti-D+anti-E, bem como em uma paciente apresentou anticorpos anti-D+anti-Jka e outra paciente identificou-se anticorpos irregulares anti-Fya+anti-E. Por fim, também foram identificados múltiplos anti- corpos irregulares por paciente, sen- do identificado em uma anticorpos anti-D+anti-C+anti-Dia e em outra os anticopos anti-D+anti-C+anti-E+anti- -Cw+anti-Kpa. Discussão Em geral, nos laboratórios, o teste de Coombs indireto é realizado para pesquisa de anticorpos irregulares anti-Rh(D), especificamente, que estão livres no plasma das pacientes a serem testadas. Tais anticorpos são detectados após adsorção in vitro, utilizando-se hemácias do grupo O, Rh(D) positivo, não fenotipadas, em contato com o plasma ou soro da paciente, adicionando-se o soro de Coombs em seguida (imunoglobulina anti-Rh(D) humana), em lâmina ou tubo (3, 5, 11, 18). O teste de Coombs, do modo como é realizado comumente pelos laboratórios, é um método barato e consagrado, mas que pode falhar em alguns casos, dando um resultado falso-negativo (15). A falha pode estar na ausência dos antígenos que precisam estar presentes na membrana das hemá- cias tipo O, mas que são adquiridas aleatoriamente pelos laboratórios em geral, dentre um pool de clientes tipo O Rh(D) positivo, do próprio labo- ratório. O conhecimento do fenótipo das hemácias tipo O é necessário à detecção dos anticorpos irregulares específicos, na reação antígeno- -anticorpo, isto é, fenótipo-anticorpo irregular específico. Num estudo feito por Furlan e Merisio (2011) (12) no Hemonúcleo de Francisco Beltrão foram pesqui- sados 172 pacientes, com 59,8% de mulheres, onde dentre o público-alvo NewsLab - edição 113 - 2012134 pesquisado foi notado que os seguin- tes fenótipos imunogênicos faltavam nas membranas das hemácias dos pacientes: C = 35%, c = 16%, E = 72%, e = 05%, K = 97%, k = 01%, Kpa = 94%, Kpb = 01%, Jka =19%, Jkb = 30%, Lea = 87%, Leb = 33%, Fya = 28%, Fyb = 17% e 41% dos pacientes pesquisados eram do tipo O. Portanto, fica evidenciado que utilizar hemácias reagentes fenotipadas, com conheci- mento de fenótipos específicos para a reação com o anticorpo irregular que se quer pesquisar é sine qua non para uma análise eficaz. Na análise dos anticorpos irre- gulares identificados, foi possível observar que muitos anticorpos identificados têm afinidade contra sistemas fenotípicos com alta imu- nogenicidade, como os sistemas Rh(D,Cc,Ee), Kell, Diego, Duffy e Kidd respectivamente em ordem de maior imunogenicidade (4, 10). Os anticorpos formados contra o sistema Lews também foram relacio- nados, embora se saiba que a maioria dos anticorpos formados contra esse sistema são da classe IgM e que cli- nicamente têm menor importância. Porém, são capazes de fixar com- plemento com facilidade e demanda atenção na sua interpretação, quando encontrado (13). Ao se analisar os dados mostrados na Tabela 1 e Tabela 2, observa-se que muitos anticorpos irregulares identi- ficados no plasma das mulheres do grupo de estudo alvo não pertencem ao sistema Rh(D). Logicamente é de se imaginar que o resultado do teste de Coombs indireto, utilizando-se hemácias não fenotipadas, para 13 pacientes da Tabela 1, com anti-C, anti-E, anti-Ke anti-Lea, teriam alta probabilidade de dar resultado nega- tivo, isto é, falso-negativo. E para 11 pacientes mostradas na Tabela 2, alta chance de não serem evidenciados os anticorpos irregulares pertencentes aos outros sistemas, diferentes do Rh(D). Outra implicação importante está na imunogenicidade dos outros fenóti- pos, além do Rh(D) e que podem pas- sar despercebidos em mulheres Rh(D) negativo e Rh(D) positivo. Nesse caso, antígenos como o Rh(Cc,Ee) que tam- bém têm a capacidade de sensibilizar qualquer gestante, a sensibilização independe do fator Rh(D). Logo, a sensibilização materna poderá ocorrer de modo indiferente, tanto em gestan- te Rh(D) positiva, quanto em gestante Rh(D) negativa e para o recém-nato, as repercussões perinatais podem ter consequências hematológicas impor- tantes, no caso de mães sensibilizadas com anticorpos irregulares anti-Rh(C), anti-Rh(c), anti-Rh(E) ou anti-Rh(e), por exemplo (14). Com base nesses fatos, abre-se uma questão importante, que é a necessidade de se testar mulheres, tanto Rh(D) negativo, quanto Rh(D) positivo, indiferentemente, no pe- ríodo pré-natal, para PAI, visto que anticorpos imunogênicos contra outros fenótipos, além do Rh(D) podem estar presentes no seu plasma (17). Contu- do, para isso é necessário a utilização de técnicas comuns aos bancos de sangue e hemocentros, para todos os laboratórios de modo geral, isto é, a utilização de dois grupos de hemácias do grupo O fenotipadas, com a identi- ficação de anticorpos irregulares, em seguida, caso a PAI seja positiva. Isso seria mais adequado para a seguran- ça da paciente, do feto e traria mais subsídios aos profissionais de saúde na sua conduta terapêutica. Uma nova questão com relação à sensibilização de mulheres Rh(D) negativo, por anticorpos irregula- res contra fenótipos além do Rh(D) está na imunização preventiva dessa gestante. Uma paciente Rh(D) nega- tivo, com teste de Coombs indireto negativo (no uso de hemácias não fenotipadas), o que se observaria seria somente o resultado negativo do teste de Coombs indireto, o qual detecta a presença ou não de anticorpos irre- gulares anti-Rh(D), exclusivamente. Mas adotando como exemplo os resultados da Tabela 1, em que 13 mulheres apresentaram anticorpos irregulares contra fenótipos diferentes do sistema Rh(D), haveria alta chance de se observar teste Coombs indireto negativo. Mas em sua circulação esta- riam presentes anticorpos irregulares com alta imunogenicidade, contra outros fenótipos. Nesse caso, extrapo- lando os resultados encontrados para uma paciente em pré-natal, nas mes- mas condições, essa seria imunizada preventivamente com imunoglobulina humana anti-Rh(D) (Matergan®), por ser um procedimento padrão (1, 8), porém, qualquer dos anticorpos irre- gulares anti-C, anti-E, anti-K e anti-Lea (Tabela 1) estaria livre para acometer o feto a qualquer tempo, caso esse apresentasse nas suas hemácias os fenótipos correspondentes a tais anti- corpos. Assim, no caso pressuposto, tal condição passaria despercebida, sem a atenção que uma gestação assim me- receria. Mais que isso, haveria a falsa sensação de segurança na conduta clínica em tal situação. Por fim, em vista dos dados rela- tados nesse trabalho, torna-se impor- tante que os laboratórios de apoio que realizam o teste de Coombs indireto no pré-natal e para outras investiga- ções façam uso das técnicas utilizadas pelos bancos de sangue e hemocen- tros, isto é, utilizem dois grupos de hemácias tipo O fenotipadas, bem como façam a identificação dos anti- corpos irregulares quando necessário. NewsLab - edição 113 - 2012136 Referências BibliográficasReferências Bibliográficas 1. Baiochi E, Nardozza LMM. Aloimunização. Rev Bras Ginecol Obstet 2009; 31(6): 311-19. 2. Bezerra AKMM, Esteves FAM. Influência da classificação sanguínea realizada em lâmina sobre a administração profilática de imunoglobulina anti-D em pacientes obstétricas. R Ci Méd Biol 2010; 9(3): 189-93. 3. Bio. Biomedicina Padrão. [Citado 2012 Fev 15]. Disponível em: http://www.biomedicinapadrao.com/2011/02/teste-de-coombs- indireto.html. 4. Bordin JO. 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De outro lado, devido ao avanço no conhecimento dos fenótipos eritrocitários, isso está gradativa- mente induzindo a uma mudança de conduta na investigação de anticorpos irregulares no pré-natal, no sentido de se avaliar não somente a mulher Rh(D) negativo, mas também aquela que é Rh(D) positivo, pois muitos an- ticorpos irregulares podem ser produ- zidos contra fenótipos imunogênicos diferentes do Rh(D). Por último, a imunização de mu- lheres Rh(D) negativo, com Coombs indireto negativo, utilizando-sehemá- cias não fenotipadas pode incorrer em falsa sensação de segurança, tanto para a paciente, quanto para os profis- sionais de saúde, uma vez que outros anticorpos irregulares contra outros sistemas, quando presentes podem ter potência imunogênica suficiente para por em risco o concepto. Correspondências para: Seme Youssef Reda syreda@yahoo.com.br NewsLab - edição 113 - 2012140 Prevalência de micro-organismos em infecções do trato urinário de pacientes atendidos no laboratório hospitalar de Patos de Minas, MG A infecção no trato urinário (ITU) é umas das mais frequentes infecções bacterianas do ser humano. As ITUs podem comprometer somente o trato urinário baixo, o que especifica o diagnóstico de cistite, que pode ser sintomática ou não; ou afetar simultaneamente o trato urinário superior e o inferior, neste caso, utiliza-se a termino- logia infecção urinária alta, também denominada pielonefrite. Diante da importância das infecções urinárias, o objetivo deste estudo foi verificar a prevalência dos micro-organismos responsáveis pelas infecções do trato urinário de pacientes atendidos no Laboratório do Hospital São Lucas, através de resultados de exames arquivados, identificando a existência de relação entre a ITU com o sexo e a idade dos pacientes. Foram estudadas 507 amostras de urinas de pacientes de ambos os sexos, com idades entre zero e 95 anos, atendidos no laboratório no período de dezembro de 2009 a julho de 2010. Os micro-organismos encontrados foram: Escherichia coli, Staphylococ- cus epidermidis, Staphylococcus saprophyticus, Enterobacter spp, Proteus mirabilis, Proteus vulgaris, Proteus spp, Pseudomonas spp, Citrobcter spp, Streptocoocus spp, Acinetobacer spp, klebsiella spp, sendo a E. coli a mais prevalente. As ITUs foram mais comuns em mulheres, porém sem significância estatística, e na faixa etária de 21 a 40 anos. Através dos dados obtidos por este trabalho é possível concluir que a ITU é uma infecção relativamente simples, frequente, que acomete homens e mulheres, mas se não for diagnosticada, pode trazer sérias complicações futuras aos pacientes. Palavras-chave: Prevalência, ITU’s, Escherichia coli Prevalence of micro-organisms in urinary tract infections in patients assisted in a hospital laboratory in Patos de Minas, MG Urinary tract infection (UTI) is one of the most frequent bacterial infections of humans. The UTIs can affect only the lower urinary tract, which specifies the diagnosis of cystitis, which may be symptomatic or not, or affect both the upper and lower urinary tract in this case we use the terminology high urinary infection, also known as pyelonephritis. Given urinary infections importance, the aim of this study was to assess the prevalence of the microorganisms responsible for urinary tract infections in patients treated at St. Luke’s Hospital Laboratory through archived test results, identifying the existence of a relationship between the ITU sex and age of the patients. We studied 507 urine samples from patients of both sexes, aged between zero and 95 years, assisted in the laboratory from December 2009 to July 2010. The microorganisms were Escherichia coli, Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus saprophyticus, Enterobacter spp, Proteus mirabilis, Proteus vulgaris, Proteus spp, Pseudomonas spp; Citrobcter spp; Streptocoocus spp; Acinetobacer spp, Klebsiella spp, being the E. coli the most prevalent. The UTIs were more common in women, but without statistical significance, and aged 21 to 40 years. Using data generated by this study can conclude that UTI is an infection relatively simple, frequent, which affects men and women, but if not diagnosed, can have serious future complications for patients. Keyworks: Prevalence, UTI , Escherichia coli Resumo Summary Irani Damas Campos Duarte1, Bethânia Cristhine de Araújo2 1 - Graduanda em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM 2 - Orientadora do trabalho, docente do UNIPAM Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Graduação em Ciências Biológicas, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Centro Universitário de Patos de Minas, sob orientação da professora Ms. Bethânia Cristhine de Araújo Artigo Prevalência de Micro-Organismos em Infecções do Trato Urinário de Pacientes Atendidos no Laboratório Hospitalar de Patos de Minas, MG 141NewsLab - edição 113 - 2012 IntroduçãoIntrodução O sistema urinário é normal-mente estéril, mas quando este é invadido por micro- -organismos, principalmente bacté- rias, provenientes do intestino e/ou da vagina, em mulheres, surgem as infecções urinárias (27). A ITU é uma das infecções mais co- muns da clínica médica, sendo carac- terizada como a invasão microbiana de qualquer órgão do trato urinário, seja a bexiga, uretra ou rins e tendo a prevalência variável de acordo com o sexo e a idade do paciente (25). O agente etiológico mais comu- mente isolado das infecções do trato urinário (ITUs) é a bactéria Esche- richia coli, que é responsável por aproximadamente 40% dos casos. O restante destas infecções é cau- sado por outros membros da família Enterobacteriaceae, como Klebsiella, Enterobacter, Serratia e por bactérias não fermentadoras, como Pseudomo- nas aeruginosa, os quais representam os micro-organismos mais frequente- mente encontrados (5). Além destes, a bactéria gram-positiva Staphylo- coccus saprophyticus tem sido apon- tada como causa frequente de ITU não complicada (11). As ITUs podem comprometer o trato urinário baixo, o que especifica o diagnóstico de cistite, que pode ser sintomática ou não; ou afetar simulta- neamente o trato urinário superior e o inferior, neste caso, utiliza-se a termi- nologia infecção urinária alta, também denominada pielonefrite (14). Em neonatos e lactentes, essas in- fecções são mais comuns em meninos e estão relacionadas à maior incidên- cia de más formações congênitas, es- pecialmente localizadas na válvula da uretra posterior. Depois desse período, durante a infância, principalmente na fase escolar, as meninas são acome- tidas por ITUs na proporção de 10 a 20 vezes mais que os meninos (12). Em adultos, as ITUs acometem ho- mens e mulheres em qualquer idade, sendo que os mais comprometidos são homens com obstrução prostática, idosos de ambos os sexos e mulheres sexualmente ativas, em gestação ou na menopausa (6). As mulheres apresentam riscos de infecção no trato urinário durante toda vida. É clássico o aforismo que diz “a mulher apresentará um episódio de infecção do trato urinário pelo menos uma vez na vida”. Isso devido à dis- posição anatômica de sua estrutura perineal, pondo em linha a uretra (curta), a vagina e o ânus, segmentos funcionais distintos (4). A ITU pode ou não apresentar sintomas, mesmo assim, a ITU assin- tomática tem presença de números altos de bactérias na urina, superiores a 100.000 colônias (bacteriúria), ainda que acompanhada da falta dos sinto- mas mais comuns dessa infecção. A ITU do tipo sintomática se manifesta quando o indivíduo apresenta os sin- tomas que podem caracterizar esse tipo de infecção, tais como: dor ou ardor ao urinar (disúria), necessida- de frequente de urinar (polaciúria), urgência em urinar, sangue na urina (hematúria), febre, dor lombar, náu- seas e vômitos (20). O diagnóstico preciso e precoce da infecção urinária objetiva controlar um foco infeccioso significativo, impedindo a ocorrência de bacteremia secundária, e evitar sequelas renais. O diagnóstico definitivo de ITU depende, portanto, de examesde urina, dentre os quais se destaca a urocultura, exame laborato- rial de grande importância clínica (15). A urina para urocultura deve ser obtida a partir do jato médio e co- lhida através de técnicas assépticas, não em vigência de antibioticotera- pia. A presença dos sinais e sintomas de ITU obriga o médico a solicitar a urocultura com antibiograma, onde há a identificação da bactéria e a escolha do melhor antibiótico para o tratamento (11). Considerando o exposto, o pre- sente trabalho foi realizado com o objetivo de determinar a prevalência dos micro-organismos responsáveis pelas infecções do trato urinário de pacientes atendidos em um labora- tório localizado na cidade de Patos de Minas, MG, através da análise de resultados de exames arquivados. Além disso, buscou-se também ve- rificar a existência de relação entre a prevalência de ITU com o sexo e a idade dos pacientes. Este estudo é importante, pois, através dele, avaliou-se a prevalência de ITU, um tipo de infecção extrema- mente comum, bem como a identifi- cação dos principais micro-organismos associados ao seu desenvolvimento, reforçando a necessidade da reali- zação de exames laboratoriais para confirmação do diagnóstico e deter- minação do tratamento correto. Referencial Teórico Sistema Urinário O sistema urinário apresenta-se entre os sistemas de maior importân- cia no organismo, uma vez que, atra- vés dele, é assegurada a manutenção da homeostase geral com processos de regulação de concentrações e vo- lumes, e eliminação de desperdícios metabólicos (8). Vários sistemas no corpo humano contribuem para eliminação de resídu- os. No sistema respiratório os pulmões excretam principalmente dióxido de carbono e água. A pele, através das glândulas sudoríparas, excreta água, NewsLab - edição 113 - 2012142 A uretra masculina conduz urina durante a micção e líquido seminal durante a ejaculação e tem formato da letra S por causa da forma do pênis. A uretra feminina esvazia a urina através do óstio externo da uretra no vestíbulo da vagina entre o clitóris e óstio va- ginal, com a função de transportar a urina para o exterior (17). O bom funcionamento do sistema urinário é crucial para a manutenção dos processos de excreção e da ho- meostase do corpo humano. Quando o sistema urinário não executa com precisão a sua função, ele pode estar acometido por algum tipo de infecção, doença ou lesão (20). Infecções do Trato Urinário (ITUs) Considera-se infecção urinária a presença de micro-organismos, bacté- rias ou fungos no sistema urinário. O processo infeccioso pode afetar o rim, a pelve renal, os ureteres, a bexiga e a uretra, bem como as estruturas adjacentes, incluindo próstata e epi- dídimo, existindo possibilidades de agravamento na dependência do es- tado geral do paciente e da sua idade, merecendo, assim, grande atenção em pesquisas e estudos nas ciências médicas (25). Do ponto de vista clínico, a infecção do trato urinário pode ser dividida em dois grupos: ITU inferior, onde a pre- sença de bactérias se limita a bexiga (cistite) e ITU do trato superior (pie- lonefrite), que se define como aquela que afeta a pelve e o parênquima renal (9). Quanto aos fatores predisponen- tes, as ITUs são classificadas em duas categorias: complicadas e não complicadas (27). A ITU é classificada como não complicada quando ocorre em pacientes com estrutura e função do trato urinário normais e é adquirida fora de ambiente hospitalar. As con- dições que se associam à ITU compli- cada incluem as de causa obstrutiva, anátomo funcionais, metabólicas, uso de cateter de demora ou qualquer tipo de instrumentação e derivações ileais (23). O trato urinário é normalmente estéril e mantém sua esterilidade contra a invasão bacteriana por meio de uma variedade de defesas. A mais proeminente destas defesas é o seu completo esvaziamento sem obstacu- lização. O livre fluxo da urina dentro do rim, o transporte pelo ureter abaixo e o completo esvaziamento da bexiga são essenciais (22). Em algumas situações, entretanto, pode ocorrer o aparecimento de micro- -organismos e, consequentemente, de infecções. Os fatores predisponentes incluem: obstrução urinária, refluxo vesicoureteral, prostatismo, anoma- lias congênitas, diabetes mellitus, imunossupressão, gravidez e atividade sexual nas mulheres (26). A ITU não é uma doença sexual- mente transmissível e não se pode contrair a infecção de alguém. Entre- tanto, durante o sexo a uretra da mu- lher encurta e abre mecanicamente, quando bactérias da flora intestinal podem passar para esta região. A infecção urinária, portanto, acontece quando há uma falha na bexiga que não consegue se proteger das bacté- rias do próprio organismo (29). O surgimento de queixas urinárias, tais como disúria, polaciúria, urgência miccional, incontinência urinária de início recente, dor ou desconforto na região hipogástrica ou lombar sem trauma prévio constituem o conjunto de sintomas para suspeita de infecção urinária (16). Existem situações em que os pa- cientes podem apresentar sintomas semelhantes aos da ITU, como: dor, ar- dência, urgência para urinar e aumento dióxido de carbono e pequenas quan- tidades de sais e ureia. O sistema di- gestório elimina alimentos sólidos não digeridos e/ou não absorvidos, além de excretar dióxido de carbono, água e sais pelo trato gastrointestinal. Não menos importante, o sistema urinário excreta água, impurezas nitrogenadas do catabolismo das proteínas, toxinas bacterianas, compostos resultantes do metabolismo de medicamentos e hi- drogênio, graças à ação dos rins (28). O sistema urinário consiste em dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. Os rins realizam o trabalho principal do sistema uriná- rio com as outras partes do sistema atuando, principalmente, como vias de passagem e áreas de armazenamento. Com a filtração do sangue e a forma- ção da urina, os rins contribuem para a homeostasia dos líquidos do corpo de várias maneiras (20). Os ureteres são dois tubos mus- culares provenientes dos rins que transportam a urina recém-formada até a bexiga urinária. O transporte urinário nesses ductos ocorre, prima- riamente, por contrações peristálticas das paredes musculares dos ureteres, mas a pressão hidrostática e a força da gravidade também contribuem para esse transporte (28). A bexiga urinária é um órgão muscular oco, elástico, situado na cavidade pélvica, posterior à sínfise púbica. É composta de duas partes: fundo ou corpo, que armazena a urina, colo (uretra posterior) que tem forma de funil e une-se à uretra. A uretra é um tubo pequeno que vai do óstio interno da uretra situado no assoalho da bexiga urinária até o exterior do corpo. Nas mulheres é o final do trato urinário e o ponto de saída da urina e, nos homens, a urina flui da uretra posterior até a anterior, que se esten- de pelo pênis (28). NewsLab - edição 113 - 2012144 da frequência, porém não constam bactérias na urina, esses casos podem ser confundidos com infecção urinária e são chamados de síndrome uretral aguda que pode ter outras causas não infecciosas, mas de origem inflama- tória, química, tóxica, hormonal ou associada à irradiação (7). Segundo Pedroso e Oliveira (19), nos homens sexualmente ativos, a uretrite é a infecção urinária mais comum e pode se complicar com pros- tatite e epididimite.A infecção urinária no homem não é habitual, tornando- -se mais frequente com idade superior a 60 anos em função do aumento da glândula prostática. Mas pacientes homens com HIV, em qualquer idade, apresentam maior incidência dessa infecção (14). No homem, cerca de dois terços proximais da uretra são estéreis; seu comprimento mais longo, mais as propriedades antibacterianas das se- creções prostáticas, constituem uma excelente defesa contra casuais intru- sões bacterianas. Por estas razões, os homens não sofrem de ITU sem haver causas predisponentes (22). Em mulheres, durante a vida adulta, há manutenção da incidência de ITU em picos maiores devido à ati- vidade sexual, gestação, menopausa, comprimento da uretra e a localização próxima da abertura anal com o vestí- bulo vaginal. Estima-se que 20 a 30% das mulheres tenham ITU pelo menos uma vez ao longo de suas vidas e que, aproximadamente, 5% destas irão desenvolver bacteremia. Ainda cabe relatar que a pielonefrite é a principal causa de choque séptico em mulheres jovens sem comorbidade (13). Relações sexuais e o uso do dia- fragma, associado à geleia e esper- micida como métodos contraceptivos, também têm sido considerados fatores predisponentes à ITU. A presença do diafragma pode levar a uma discreta obstrução uretral que não se associa à maior risco de infecção. No entanto, quando da associação com a geleia es- permicida, ocorrem alterações do pH e da flora vaginal (perda dos lactobacilos que mantêm a acidez do pH vaginal) que podem favorecer a ascendência de micro-organismos ao trato urinário. O uso de preservativos só propicia ITU quando contêm espermicidas (20). Diagnóstico das infecções urinárias O diagnóstico precoce da infecção urinária é fundamental, uma vez que pode controlar um foco infeccioso sig- nificativo, impedindo a ocorrência de bacteremia secundária e, consequen- temente, evitando o aparecimento de sequelas renais (15). De acordo com Sato et al. (25), o diagnóstico de uma infecção do trato urinário é sempre feito com bases clínicas e laboratoriais. As técnicas la- boratoriais mais empregadas incluem a análise qualitativa e a cultura da urina (urocultura), sendo esse último o método considerado padrão-ouro para o diagnóstico de ITU. A urinálise (exame de urina tipo I) de rotina envolve a avaliação macros- cópica da amostra (exame físico), a análise química obtida através de fita reagente e o exame microscópico. Este último permite verificar a pre- sença de hematúria, piúria, cilindrúria, bacteriúria e cristalúria no sedimento urinário centrifugado e tem grande importância, pois auxilia o clínico na conduta a ser adotada (2). No exame de urina I os dados mais úteis são piúria, a presença de nitrito e os testes para estearase leucocitária. Fitas urinárias para testes rápidos como Urofast, Multistix e URS-10 são utilizadas. As fitas são mais eficazes para afastar infecção urinária, pois dificilmente a cultura será positiva se o exame pela fita (incluindo estearase e nitrito) for normal (19). Há ainda os exames para diag- nóstico diferencial entre ITUs “baixa” e “alta”, dentre os quais se destaca a imunofluorescência do sedimento urinário ou Antibody-Coated Bacteria (ACB). A base conceitual deste teste é de que a bactéria ao invadir o tecido leva à produção local de anticorpos que reagem com os antígenos de su- perfície da própria bactéria. É bastante específico, mas não muito sensível. Falsos-positivos são encontrados em prostatite, cistite hemorrágica, infec- ções muito recentes e, especialmente, em crianças (11). O diagnóstico definitivo é firmado através do crescimento de micro- -organismos na urocultura. A bac- teriúria significativa, habitualmente, caracteriza-se por crescimento bac- teriano maior que 100.000 colônias/ mL, porém valores mais baixos são aceitos em algumas situações como: em mulheres sintomáticas, quando o número de unidades formadoras de colônias são maiores que 100/mL de coliformes e, em homens sintomáti- cos, quando há crescimento em urina colhida através de punção suprapúbica maior que 1.000 colônias/mL (3). Nenhum outro elemento da urináli- se ou combinação de elementos é tão sensível ou específica quanto a uro- cultura quantitativa, por isso esta re- presenta o melhor tipo de exame para o diagnóstico dessa infecção, uma vez que permite além do isolamento e identificação do micro-organismo infectante, a determinação da sua sensibilidade aos agentes antimicro- bianos (12). As ITUs devem ser tratadas pre- cocemente e com toda atenção. O tratamento deve ser específico para cada tipo de micro-organismo infec- 145NewsLab - edição 113 - 2012 Metodologia Resultados e Discussão tante através da realização do anti- biograma visando, assim, uma correta terapêutica antimicrobiana. Medidas gerais como boa hidratação e esva- ziamento adequado da bexiga podem ser orientados e analgésicos podem ser utilizados para o alívio da dor e dos sintomas irritativos. No tratamento da pielonefrite, devem-se levar em consideração medidas de suporte a depender do grau de acometimento sistêmico da paciente (8). Etiologia das Infecções urinárias Segundo Ronald (1), os agentes etiológicos de ITUs são, geralmente, provenientes da microbiota intestinal. Em infecções comunitárias, a Esche- richia coli é o agente mais frequente, seguido por Staphylococcus sapro- phyticus, Klebsiella spp., Enterobacter spp. e Proteus spp. De acordo com Vieira Neto (30), a etiologia tem sido analisada e estabelecida de forma razoavelmente consistente. A grande maioria das ITUs é causada por en- terobactérias, mas também podem ser provocadas por outros micro- -organismos. Deve-se dar preferência a medi- camentos que atuem diretamente no agente da infecção urinária, interferin- do o mínimo possível em outros locais do organismo e, portanto, preservan- do a flora intestinal e as defesas do paciente. Além disso, o uso indiscrimi- nado de antibióticos de amplo espec- tro também pode selecionar bactérias mais virulentas, aumentando o risco de dano renal (10). O impacto das bactérias re- sistentes é mundial e representa ameaça para a humanidade. É um grave problema de saúde pública de grande amplitude médico-social, cujas consequências, para muitos estudiosos já estão em nosso coti- diano e, se não forem freadas, no futuro serão ainda mais devastado- ras para humanidade (23). Metodologia Foram usados para amostragem do presente trabalho, através de pesquisa documental, resultados de exames de urocultura de 507 pacientes do La- boratório (HSL), localizado na cidade de Patos de Minas, dos meses de de- zembro de 2009 a julho de 2010. Tais resultados representam pacientes do sexo feminino e masculino, com idade entre zero a 91 anos. Este estudo foi realizado após o consentimento da direção técnica do Laboratório São Lucas e da aprovação do Comitê de Ética do UNIPAM Protocolo n° 124/10. No Laboratório do HSL, as amos- tras de urina foram coletadas em fras- co estéril fornecido pelo laboratório, sendo reservada para isso a primeira urina do dia ou com intervalo de 4 horas após a última micção (tempo médio para formação de todos cons- tituintes da urina) com higiene íntima, com jato médio, pois componentes como secreções e células epiteliais podem interferir na análise. Outras amostras foram analisadas com jato qualquer (obtidas decriança com saco coletor estéril). Todo material biológi- co foi analisado como potencialmente infectante e considerado de risco, biológico, sendo este manipulado com cuidado obedecendo às normas de biossegurança já seguidas pelo laboratório. Para realização da urocultura as amostras foram centrifugadas e pos- teriormente submetidas a exame de sedimento urinário onde foi feita a contagem de leucócitos e ou/ bacté- rias que auxiliam no diagnóstico de ITU. As amostras de urina não centri- fugadas foram estriadas em placa de Petri com auxílio de uma alça calibrada de 0,001mL, nos meios: ágar Eosina Azul de Metileno (EMB), (meio seleti- vo) recomendado para o isolamento e diferenciação de enterobactérias Gram negativas de espécies clínicas e não clínicas, e ágar Mueller Hinton (ágar sangue) meio de base com 5% de san- gue humano (O negativo) recomenda- do para o isolamento de Staphylococ- cus e Streptococcus. Estas amostras foram incubadas a 37°C por 18-24 horas, sendo consideradas positivas aquelas que obtiveram crescimento superior a 80.000 colônias. Caso houvesse crescimento de mais de um agente, cada amostra era analisada individualmente (agente responsável pela infecção ou contaminação). Para os casos de contaminação foram soli- citadas novas amostras de urina e na infecção os agentes foram isolados de acordo com a norma da microbiologia do laboratório. Para identificação de Enterobacte- reaece Gram negativas e cocos Gram positivos foram realizadas provas bioquímicas tradicionais, tais como: coagulase, catalase, Rugai (BGN) e resistência com disco de sensibilidade (Novobiocina Manitol). Resultados e Discussão Os resultados foram obtidos atra- vés da análise de 507 uroculturas rea- lizadas no laboratório do Hospital São Lucas localizado na cidade de Patos de Minas, no período de oito meses. Ao total, foram analisados 425 (83,8%) exames de pacientes do sexo feminino e 82 (16%) do sexo masculino. A Tabela 1 mostra a frequência de ocorrência de todos os micro-orga- nismos identificados nas uroculturas analisadas. Como pode ser observado, em uroculturas com mais de 100.000 NewsLab - edição 113 - 2012146 colônias foram isolados os seguintes agentes etiológicos: Escherichia coli, Staphylococcus epidermidis, Sta- phylococcus saprophyticus, Entero- bacter ssp, Proteus spp, Pseudomonas spp, Citrobcter spp, Streptocoocus spp, Acinetobacerspp e Klebsiella spp. E. coli foi o micro-organismo mais pre- valente (44,26%), seguido pelo Sta- phylococcus epidermidis (20,22%). Pesquisa realizada por Blatt e Miranda (5), no Laboratório Escola de Análises Clínicas da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), com 924 amostras de urina de pacientes inter- nados no Hospital e Maternidade Ma- rieta Konder Bornhausen, encontrou resultados similares. Nessa pesquisa os autores verificaram que a E. coli é a principal causa de ITU, seguida pela Klebsiella spp. Outro estudo, realizado por Arru- da (3), em um Hospital pediátrico de Uberaba, com 957 amostras de urinas provenientes de resultados de exa- mes realizados no Laboratório Jorge Furtado, também identificou a E. coli como o uropatógeno mais frequente nas ITUs. Esse patógeno mostrou prevalência de 60% nos resultados da pesquisa mencionada. Resultado similar também foi encontrado por Braoios et al. (6), na cidade de Presidente Prudente, SP. Ao analisarem 12.869 uroculturas de pacientes atendidos no Laboratório de Microbiologia Clínica da Faculdade de Farmácia da Unoeste, E. coli foi iden- tificada como o uropatógeno mais fre- quente, com prevalência de 65,97%. A ocorrência de E. coli em ITUs é bem relatada na literatura. Segundo Queiroz e Felício (21), este micro- -organismo é um bastonete Gram negativo, pertencente ao grupo dos coliformes termotolerantes, que tem como habitat natural o trato intestinal dos seres humanos, o que pode expli- car a maior facilidade em contaminar e ocasionar infecções urinárias. Além da Escherichia coli, o Staphylococcus sp. e Proteus sp apresentaram elevada ocorrência nas amostras analisadas pelo trabalho realizado em Presidente Olegário, MG, já mencionado. Nesta pesquisa, com relação às 507 amostras de urina coletadas, 36,10% foram positivas e 63,90% fo- ram negativas, como mostra a Figura 1. A Escherichia coli e outras entero- bactérias, o Staphylococcus epidermi- dis e o Staphylococcus saprophyticus são os agentes infectantes mais co- muns do trato urinário nestas análises, ainda que outros micro-organismos, menos frequentes, também causem infecção urinária, como mostrado anteriormente. Corroborando com nossos resulta- dos, no trabalho realizado por Queiroz e Felício (21), das 200 uroculturas analisadas, a maioria, 164 (82%) também apresentou negatividade e apenas 18% foram positivas. Esses resultados foram superiores aos identificados por Muller, Santos e Corrêa (18), através da análise de 328 culturas de urina, de pacientes am- bulatoriais, atendidos no Laboratório de Análises Clínicas da Universidade Paranaense (UNIPAR) em Umuarama, PR. Do total de prontuários analisados, os autores identificaram que 15,85% (52) foram positivos para as infecções do trato urinário. Resultados obtidos por Almeida, Simões e Raddi (1), em uma pesquisa realizada em um Hospital Universitário brasileiro também mostraram uma prevalência inferior. Durante o período do estudo, os pesquisadores analisa- ram 271 amostras de urina coletadas de pacientes internados no hospital, sendo que 18,8% apresentaram cres- cimento de colônias com contagens significativas. Tabela 1. Frequência das bactérias nas infecções do trato urinário de pacientes atendidos no Laboratório do Hospital São Lucas Micro-organismos Frequência (%) Escherichia coli 44,26% Staphylococcus epidermidis 20,22% Staphylococcus saprophyticus 9,84% Enterobacter ssp. 13,11 % Proteus ssp. 7,12% Pseudomonas ssp. 1,64% Citrobcter ssp. 0,55% Streptocoocus ssp. 0,55% Acinetobacer ssp. 1,64% Klebsiella ssp. 1,10% NewsLab - edição 113 - 2012148 Como pode ser observada na Figu- ra 2, a ocorrência de ITU foi maior na faixa etária de 41 a 60 anos: 34,90% (64 amostras). As demais faixas etá- rias apareceram com os seguintes percentuais: de 0 a 20 anos 20,80%, de 21 a 40 anos 30,60% e, com mais de 60 anos, 13,70%. Em estudo realizado por Silva et al. (26), com o objetivo de avaliar a frequência de infecções do trato uri- nário de origem bacteriana, através da análise de 534 uroculturas, os autores identificaram maior prevalência na faixa etária de 31 a 40 anos, corres- pondendo a 24% dos pacientes com ITU. Na pesquisa realizada por Braoios et al. (6), também foram encontrados resultados diferentes com relação à idade, onde a maioria dos pacientes com ITU tinha entre 20 e 49 anos (52,95%). Nas avaliações deste trabalho observou-se um predomínio das infecções urinárias em mulheres (Figura 3), porém, de acordo com o teste qui-quadrado ( =0,05) essa distribuição não foi significativa (x2=0,88). A figura mostra que, apesar de ter sido encontrado maior número de resultados positivos no sexo feminino, o número de exames realizados entre mulheres também foi bem maior. Apesar do presente es- tudo não ter encontrado relação sig- nificativa entre ITU e o sexo, muitos estudos confirmam que a prevalência é maior no sexo feminino, conforme demonstra Queiroz e Felício (21), queencontraram prevalência de 92% de uroculturas positivas em pacientes do sexo feminino. De acordo com Heilberg e Shor (11), a maior ocorrência de infecções do trato urinário em mulheres pode ser explicada pela anatomia do apa- relho genital feminino, que apresenta uretra mais curta e, ainda, maior proximidade ao ânus, o que aumenta a probabilidade de contaminações microbianas. Das 12.869 uroculturas avaliadas por Braoios et al. (6) de pacientes de ambos os sexos e com idade variando de 0 a 84 anos de idade, em Presiden- te Prudente, foi verificado que a maio- ria dos resultados positivos também pertencia ao sexo feminino (69,01%). Figura 1. Porcentagem de uroculturas positivas e negativas de pacientes atendidos no Laboratório do Hospital São Lucas Figura 2. Prevalência de micro-organismos em infecções do trato urinário de pacientes atendidos no Laboratório do Hospital São Lucas, segundo a faixa etária Figura 3. Frequência de micro-organismos em infecções do trato urinário de pacientes atendidos no Laboratório do Hospital São Lucas, segundo quantidade de uroculturas positivas e negativas 300 250 200 150 100 50 0 26 56 157 268 36,10% 63,90% 13,70% 20,80% 30,60% 34,90% Positivas Negativas MulheresHomens Positivas Negativas 0 - 20 anos 21 - 40 anos 41 - 60 anos mais de 60 anos NewsLab - edição 113 - 2012150 Conclusão Referências BibliográficasReferências Bibliográficas Conclusão Dentre as amostras analisadas no laboratório do HSL foi possí- vel observar que a Escherichia coli e Staphylococcus epidermidis foram, respectivamente, os mais frequentes causadores de infecções urinárias. Apesar de não ter sido encontrada significância estatística, a prevalência de infecção no trato urinário foi maior em mulheres. Isso nos mostra a importância de se fazer consultas periódicas com exames preventivos, para evitar complicações graves futuras no trato urinário. Correspondências para: Irani Damas Campos Duarte iranidamas@hotmail.com 1. Almeida MC, Simões MJS, Raddi MSG. Ocorrência de infecção urinária em pacientes de um hospital universitário. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl., 2007, 28(2): 215-219. 2. Amorim AE. Exame de Urina tipo I: frequência percentual de amostras que sugerem infecção urinaria. 2008. Biomedicina FLA - An- hanguera. Disponível em: <http://www.prp.ueg.br/06v1/conteudo/pesquisa/iniccien/eventos/sic2008/fronteira/flashsic/animacao/VISIC/ arquivos/resumos/resumo155.pdf.>. Acesso em: 05 maio 2010. 3. Arruda R. A frequência e a susceptibilidade de bactérias que causam Infecções do Trato Urinário no Hospital da Criança em Uberaba - MG. 2007. Pós-Graduação Latu-Sensu da Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto – SP. 4. Baracat F. Infecções do trato urinário. 2007. Disponível em: <http://books.google. com.br/books?id=KI4lcyKdGsAC&pg>. Acesso em: 05 maio 2010. 5. Blatt JM, Miranda MC. Perfil dos microrganismos causadores de infecções do trato urinário em pacientes internados. Rev. Panam. Infectol., 2005, 7(3): 10-14. 6. Braoios A, Turatti TF, Meredija LCS, Campos TRS, Denadai FHM. Infecções do trato urinário em pacientes não hospitalizados: etiologia e padrão de resistência aos antimicrobianos. J. Bras. Patol. Med. Lab, 2009, 45(6): 449-456. 7. Busato O. Infecção urinária. Disponível em: <http://www.abcdasaude.com.br/artigo. php?258>. Acesso em: 05 maio 2010. 8. Duarte G, Marcolin AC, Quintana SM, Cavalli RC. Infecção urinária na gravidez. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Rio de Janeiro, 2008, 30(2). 9. Fonseca LC, Cartoxo JÁ, Forte B, Vale RM. Infecção do sistema urinário associada ao cateterismo vesical de demora. 2010. Disponível em: <www.prac.ufpb.br/anais/XIenexXIIenid/enid/.../6CCSDECMT03-P.doc>. Acesso em: 05 maio 2010. 10. 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Belo Horizonte: Blackbook, 2007. 151NewsLab - edição 113 - 2012 FOTOGRAFIA E VÍDEO DIGITAL FULL HD em binoculares e tubos trinoculares Microscópios e Lupas Adaptador para Iphone e Samsung Galaxy II Adaptável em câmeras digitais convencionais Ex: sony,canon,nikon,etc. Oi (0-31-21) 2224-9561 / Oi (0-31-21) 8648-8947 Claro (0-21-21) 6880-9486 / Tim (0-41-21) 6934-3638 Vivo (0-15-21) 9900-7808 medtec@medtecbr.com.br MED TEC Comércio LTDA End.: Largo São Francisco, 26, Sl. 915 Rio de Janeiro - RJ - CEP 20051 070 FOTOGRAFIA E VÍDEO DIGITAL FULL HD em binoculares e tubos trinoculares Microscópios e Lupas Adaptador para Iphone e Samsung Galaxy II Adaptável em câmeras digitais convencionais Ex: sony,canon,nikon,etc. Oi (0-31-21) 2224-9561 / Oi (0-31-21) 8648-8947 Claro (0-21-21) 6880-9486 / Tim (0-41-21) 6934-3638 Vivo (0-15-21) 9900-7808 medtec@medtecbr.com.br MED TEC Comércio LTDA End.: Largo São Francisco, 26, Sl. 915 Rio de Janeiro - RJ - CEP 20051 070 FOTOGRAFIA E VÍDEO DIGITAL FULL HD em binoculares e tubos trinoculares Microscópios e Lupas Adaptador para Iphone e Samsung Galaxy II Adaptável em câmeras digitais convencionais Ex: sony,canon,nikon,etc. Oi (0-31-21) 2224-9561 / Oi (0-31-21) 8648-8947 Claro (0-21-21) 6880-9486 / Tim (0-41-21) 6934-3638 Vivo (0-15-21) 9900-7808 medtec@medtecbr.com.br MED TEC Comércio LTDA End.: Largo São Francisco, 26, Sl. 915 Rio de Janeiro - RJ - CEP 20051 070 20. Pinto EAS, Soares MA. Incidência de infecções do trato urinário (ITU) em alunos da Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira- FUNCESi, Itabira/MG. 2007. 25P. Monografia (Conclusão de Curso de Graduação), Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira, Itabira, 2007. 21. Queiroz CA, Felício VT. Infeções Urinárias de Origem Bacteriana em Pacientes Atendidos em Laboratórios de Análises Clínicas de Presidente Olegário –MG. Newslab, 2010. 101: 106-111. 22. Riff LJM. Avaliação e tratamento da infecção urinária. In: Clínicas Médicas da América do Norte. Rio de Janeiro, Interamericana, 1978. 23. Santos SRSR. Infecções urinárias. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, 1999. 3(1). 24. Santos NQ. A resistência bacteriana no contexto da infecção Hospitalar. 2004. v. 13. Universidade Federal de Santa Catarina. Flori- anópolis. p. 64-70. Disponível em: <http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/714/71409807.pdf >. Acesso em: 05 maio 2010. 25. Sato AF, Svidzinski AE,Consolaro MEL, Boer CG. 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NewsLab - edição 113 - 2012156 Métodos laboratoriais de monitoramento terapêutico no diabetes mellitus – uma revisão O Diabetes Mellitus é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina de exercer adequadamente seus efeitos. O objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão bibliográfica sobre os marcadores de acompanhamento terapêutico no diabetes mellitus. A revisão foi realizada nas bases de dados de artigos científicos, retirados das fontes de pesquisa Sciencedirect, Scielo, nas línguas: portuguesa, inglesa e espanhola no período de 1989 a 2009. Os termos usa- dos foram: hemoglobina glicada, frutosamina e microalbuminúria. O resultado dos exames de acompanhamento terapêutico pode mostrar o perfil dos pacientes diabéticos, uma vez que investigam os principais fatores de risco relacionando o valor glicêmico de dias anteriores e analisando até mesmo a função renal. Palavras-chave: Diabetes mellitus, hemoglobina glicada, frutosamina e microalbuminúria Laboratory monitoring therapeutic in diabetes mellitus – a review Diabetes Mellitus is a syndrome of multiple etiologies, resulting from lack of insulin and/or the inability of insulin to function appropriately. The aim of this study was to review literature on markers of therapeutic treatment in diabetes mellitus. The review was conducted in the databases of scien- tific papers, drawn from research sources ScienceDirect and Scielo, in languages: Portuguese, English and Spanish from 1989 to 2009. The terms used were: glycated hemoglobin, fructosamine and microalbuminuria. The results from follow- -up treatment can show the profile of diabetic patients, since investigating the main risk factors relating the glycaemic value of previous days even analyzing renal function. Keywords: Diabetes mellitus, glycated hemoglobin, fructo- samine and microalbuminuria Resumo Summary Rosilene Braga Carvalho1, Tiago Bittencourt de Oliveira2 1 – Graduanda do Curso de especialização em Ciências Farmacêuticas – Diagnóstico Laboratorial 2 – Professor Mestre da Disciplina de Diagnóstico Laboratorial de Doenças Metabólicas do Curso de Farmácia, da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões Artigo Métodos Laboratoriais de Monitoramento Terapêutico no Diabetes Mellitus – uma Revisão IntroduçãoIntrodução O diabetes mellitus é uma sín-drome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insuli- na e/ou da incapacidade da insulina de exercer adequadamente seus efeitos. Caracteriza-se por hiperglicemia crôni- ca com distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas (1). É a mais importante patologia que envolve o pâncreas endócrino, sendo uma das maiores causas de morbida- de e mortalidade na população, onde a hereditariedade e a obesidade são fatores que devem ser considerados para o aparecimento da doença. É uma situação clínica frequente que acomete 7,6% da população adulta entre 30 e 69 anos e 0,3% das ges- tantes (2-5). Essa doença pode ser classificada em vários tipos: tipo l, associada à destruição da célula beta, geralmente ocasionando deficiência absoluta de insulina, de natureza autoimune ou idiopática, tipo 2, que varia de uma predominância de resistência insulínica com relativa deficiência de insulina, a um defeito predominantemente secre- tório, com ou sem resistência insulínica, diabetes gestacional, cuja intolerância a glicose é reconhecida durante a gravi- dez e outros tipos específicos (2). As consequências do DM a longo prazo acontecem devido a alterações micro e macrovasculares que levam à disfunção, dano ou falência de vários órgãos. As complicações crônicas compreendem a nefropatia, com possível evolução para insuficiência renal, a retinopatia, com possibilida- de de cegueira, e a neuropatia, com risco de úlceras nos pés, amputações, artropatia de Charcot e manifestações de disfunção autonômica, incluindo disfunção sexual. Pessoas com diabetes apresentam elevado risco de doença vascular ateros- clerótica, como as doenças coronarianas, arterial periférica e vascular cerebral. As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte (52%) em pacientes diabéticos do tipo 2 (6, 7). 157NewsLab - edição 113 - 2012 A estratégia de prevenção das complicações crônicas do diabetes baseia-se no controle da hiperglice- mia para tratamento precoce de suas complicações. É consenso a necessi- dade da manutenção de um controle glicêmico satisfatório em todos os pacientes, isto é, um grau de controle que previna a sintomatologia aguda e crônica atribuída à hiperglicemia e à hipoglicemia. Para isso, um monitora- mento mais detalhado dos pacientes se faz necessário através de métodos laboratoriais como hemoglobina glica- da, microalbuminúria e frutosamina. Sendo assim, o objetivo do artigo é realizar uma revisão bibliográfica dos principais métodos de acompanha- mento e monitoramento do diabetes mellitus (8). Hemoglobina Glicada A dosagem da glicose no sangue não constitui parâmetro eficiente para avaliação do controle da glicemia durante um intervalo de tempo pro- longado. Nesse sentido, a dosagem da hemoglobina glicada (HbA1c) tem papel fundamental na monitorização do controle glicêmico em pacientes diabéticos, pois fornece informações acerca do índice retrospectivo da gli- cose plasmática, em 90 dias. A grande vantagem da HbA1c está no fato de não sofrer grandes flutuações, como na dosagem da glicose plasmática, bem como estar diretamente rela- cionada ao risco de complicações em pacientes com diabetes mellitus tipos 1 e 2 (1, 9-13). O termo hemoglobina glicada defi- ne um grupo de substâncias formadas a partir da reação entre a hemoglobina A (HbA) e um açúcar. O componente mais importante deste conjunto é a fração A1C, na qual há um resíduo de glicose ligado ao grupo amino terminal (resíduo de valina) de uma ou de am- bas as cadeias beta da HbA. A ligação entre a HbA e a glicose é o produto de uma reação não-enzimática definida como glicação. A primeira fase da re- ação entre a glicose e a hemoglobina é reversível e origina um composto intermediário denominado pré-A1C ou base de Schiff. A segunda fase é irreversível e resulta em um composto estável denominado A1C. A membrana da hemácia é altamente permeável à molécula de glicose, fazendo com que a hemoglobina presente no seu interior fique exposta praticamente à mesma concentração da glicose plas- mática. A glicação ocorrerá em maior ou menor grau, conforme o nível de glicemia. A hemoglobina glicada permanece dentro das hemácias e a sua concentração, num determinado momento, dependerá, basicamente, da taxa glicêmica média e da meia- -vida das hemácias (14-18). A associação entre a hemoglobina glicada(A1C) e o diabetes mellitus (DM) já é conhecida desde a década de 1960. No entanto, a real utilidade deste parâmetro laboratorial passou a ser reconhecida após a publicação de dois importantes estudos: Diabe- tes Control and Complications Trial (DCCT), de 1993, e United Kingdom Prospective Diabetes Study (UKPDS), de 1998 (19-21). Em 1996 foi criado o National Glycohemoglobin Standardization Pro- gram (NGSP), patrocinado, em parte, pela American Diabetes Association (ADA) com a finalidade de comparar e certificar os diversos métodos utiliza- dos para dosagem da A1C. O método, uma vez certificado pelo NGSP, apre- senta desempenho análogo e resulta- do semelhante aos do método aplicado no estudo do DCCT. Nessa condição, o resultado pode ser comparado ao valor considerado adequado para o controle do diabetes, estabelecido por estes estudos, que é de até 7% ou, mais recentemente, de até 6,5%, conforme a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), tanto no adulto como no adulto jovem. Anualmente, os conjuntos diagnósticos devem passar pelo processo de certificação (20-24). Os valores adequados de A1C para crianças e adolescentes diabéticos ainda não estão perfeitamente estabe- lecidos, no entanto, é inegável a neces- sidade de se estabelecerem níveis de referência e padrões de bom controle para essas faixas etárias. A estratégia a ser adotada para controle adequado nos níveis de glicose deve garantir crescimento e desenvolvimento ade- quados; baixo risco de hipoglicemia, principalmente em crianças com menos de oito anos de idade, quando o de- senvolvimento neurológico ainda não está completo; e minimizar o risco de desenvolvimento precoce das compli- cações crônicas. Em crianças, na fase pré-puberal, o nível aceitável de A1C é de até 8%, e na fase puberal, infe- rior a 8,5%. A meta para A1C inferior a 7% deverá ser adotada a partir da fase final da puberdade. A frequência de realização das dosagens de A1C na infância e na adolescência depende das disponibilidades locais e do nível de controle alcançado, podendo variar de duas a quatro vezes ao ano (25). Nos idosos, o nível de A1C de até 8% é considerado apropriado, uma vez que a tentativa de controle mais rígido da glicemia nesta faixa etária pode induzir a efeitos colate- rais indesejados, como hipoglicemia severa (25). Na gravidez, a dosagem de A1C não está indicada para monitoração. Nessa situação, é muito mais eficiente um controle rigoroso dos níveis das glicemias de jejum e de duas horas após as refeições. O acompanhamento pré-natal da paciente com DM é fun- damental para minimizar os riscos de complicações, principalmente o aborto espontâneo (25). Em um indivíduo não diabético, cerca de 4% a 6% do total de HbA1c NewsLab - edição 113 - 2012158 um possível substituto do teste de glicemia de jejum e do teste oral de tolerância à glicose (TOTG). Entre- tanto, estudos têm demonstrado que a limitação dessa proposta não está relacionada ao fato de que valores altos de A1C indiquem a presença de diabetes, mas sim ao fato de que um resultado “normal” não exclui a doen- ça. Em outras palavras, a utilização da A1C no rastreio ou no diagnóstico do diabetes seria uma opção diagnóstica com especificidade, porém, reduzida sensibilidade (29, 30). Em função dessa restrição, aven- tou-se a possibilidade da utilização do teste de A1C como complemento da glicemia de jejum, seja para o diag- nóstico do diabetes ou para o rastreio dos pacientes que, efetivamente, necessitariam do TOTG para confirma- ção do diagnóstico. Se utilizado desta maneira, a especificidade de um valor aumentado de A1C estaria sendo apli- cada a uma população já com alto risco de apresentar intolerância à glicose em função de uma glicemia de jejum limítrofe da anormalidade (29, 30). Ozmen e cols. (31) avaliaram 565 pacientes DM2 e verificaram alta cor- relação entre média glicêmica e A1c nos pacientes, tanto em jejum e pós- -prandial. Detectaram sensibilidade de 84,5% e especificidade de 80,4% para média glicêmica de 175 mg/dL, como parâmetro de bom controle metabólico (A1c < 7%) (28,31). De acordo com o grupo de Rohl- fing (32), a avaliação dos pacientes do DCCT (n = 1.439), submetidos à glicemia capilar sete vezes ao dia com a medida de A1c, a correlação entre glicemia média e A1c foi mais evidente no período pós-prandial e no noturno versus diurno/jejum. A medida da A1c foi realizada por HPLC, e uma estimativa de variação de 11% da glicemia capilar em relação à glicemia plasmática. Concluíram haver alta cor- relação entre média glicêmica e A1c em pacientes com DM1, com elevação de 35,6 mg/dL para cada 1% na A1c. A variação intraindividual foi menor nos pacientes quando avaliados pela A1c (9,7%) versus média glicêmica (29,8%) (32). Frutosamina A frutosamina é o nome genérico para as cetoaminas. O nome se refere à estrutura do produto do rearranjo da cetoamina formado pela interação da glicose com o grupo amino nos resíduos de lisina da albumina. Como a hemoglobina glicada, a fru- tosamina reflete o controle glicêmico de um a duas semanas anteriores, já que a taxa de renovação das proteínas séricas é mais rápida que os eritrócitos, ou seja, a meia-vida da albumina cir- culante é de 14 a 20 dias. Entretanto, deve-se ressaltar que os níveis ideais de frutosamina ainda não foram de- finitivamente estabelecidos e que os resultados desse teste podem ser in- fluenciados pela presença de proteinú- ria maciça, doença intestinal perdedora de proteínas ou pelo tratamento com diálise peritoneal (16, 33, 34). Em pacientes com diabetes mellitus pode haver a necessidade da realização de ensaios mais sensíveis às alterações a curto prazo nas concentrações mé- dias de glicose sanguínea do que os en- saios de determinação da hemoglobina glicada, sendo os valores de referência de 205 a 285 micromol/L (1, 33). A medida da frutosamina não é equivalente à da hemoglobina glica- da e o papel da frutosamina como fator preditivo para complicações do diabetes ainda não foi determinado. Este método pode ser usado como alternativa para avaliar o controle glicêmico dos portadores de hemoglo- binopatias, nos quais a determinação da hemoglobina glicada é prejudicada e em diabetes mellitus gestacional. A utilidade clínica do teste de frutosamina não está bem estabele- apresenta-se glicada, enquanto que no diabético com descontrole acen- tuado esta porcentagem pode atingir níveis duas a três vezes acima do normal. Segundo o documento de posicionamento oficial, os testes de A1C necessitam ser realizados pelo menos duas vezes ao ano por todos os portadores de diabetes. Quando eles não conseguem atingir um controle adequado, a recomendação é realizar a dosagem da A1C a cada três meses. A dosagem de A1C está indicada tan- to para os diabéticos do tipo 1 como para os do tipo 2, para controle dos níveis de HbA1c, pois quando estiver acima de 7% estão associados a um risco progressivamente maior de com- plicações crônicas, sendo indicada a revisão do esquema terapêutico em vigor (4, 15, 16, 25, 26). As metodologias atualmente dispo- níveis para a dosagem da A1C apre- sentam elevados níveis de exatidão e reprodutibilidade. No entanto, fatores interferentes podem resultar em valo- res não compatíveis com o real estado de controle ou descontrole do diabetes. Podemos citar como exemplo a limita- ção da dosagem da A1C nos pacientes portadores de hemoglobinas variantes (hemoglobinas C, S, E, D etc.), seja na forma heterozigótica ou homozigótica. Na homozigótica não é possível avaliar a A1C em razão da ausência da hemoglobina A. Na forma hetero- zigótica, alguns métodos baseados na cromatografia por troca iônica podem identificara presença de alguns tipos de hemoglobina variante, permitindo uma análise mais criteriosa do resultado. É importante que o laboratório, ao sele- cionar o método de ensaio, considere o risco potencial das interferências e a prevalência das moléstias no grupo po- pulacional avaliado (15, 18, 23, 27, 28). Recentemente, tem-se cogitado em utilizar a hemoglobina glicada como teste de rastreio ou mesmo de diagnóstico para o diabetes como NewsLab - edição 113 - 2012160 Considerações Finais cida, sendo esse recurso geralmente recomendado em situações nas quais o teste de A1C apresente algum pro- blema. Além disso, não há estudos demonstrando a utilidade do teste como marcador do desenvolvimento de complicações relacionadas ao dia- betes (16, 35). Microalbuminúria A nefropatia diabética é uma complicação importante do diabetes, pois acomete cerca de 30 a 40% dos pacientes, está associada a um au- mento da mortalidade e evolui inexo- ravelmente para a perda progressiva de função renal, necessitando o uso de medidas de reposição da função renal, e está sendo um motivo de alerta para a Organização Mundial de Saúde (36, 37). Diversos fatores de risco têm sido descritos para a nefropatia diabética, entre eles, o grau de hiperglicemia, a duração do diabetes, a presença de hipertensão arterial, o fumo e fatores genéticos. Marcadores de nefropatia diabética estão sendo enfaticamente procurados e a presença de micro- albuminúria, isto é, um aumento da excreção urinária de albumina acima de 20 μg/min e menor do que 200 μg/ min, é um dos fatores predisponentes mais estudados. Além disto, é tam- bém um fator de risco para a doença cardiovascular, a principal causa de morte em pacientes com diabetes do tipo 2 (36, 38-40). O estudo HOPE demonstrou que a presença de microalbuminúria estava associada ao aumento do risco relativo de desfechos primários (infarto do miocárdio, AVC ou morte cardiovascular). O risco de um even- to cardiovascular adverso aumentou progressivamente com o aumento dos níveis de microalbuminúria (41). Numa análise posterior do estudo LIFE, com hipertensos com evidência eletrocardiográfica de hipertrofia do ventrículo esquerdo, foi observado que, para cada aumento de 10 vezes na relação albumina/creatinina, o risco de infarto ou AVC aumentou em 57% e o risco de morte cardiovascular em 98% para pacientes não diabéticos. Os respectivos aumentos nos diabéticos foram de 39% e 47% (42). Em indivíduos idosos, a combina- ção de microalbuminúria e hiperinsu- linemia, um reflexo da resistência à insulina, está associada com aumento no risco de eventos e mortalidade coronariana (43). A Organização Mundial da Saúde considera a presença de microalbu- minúria como um dos componentes necessários para definir a presença de Síndrome Metabólica. Especula-se que a resistência insulínica determine dis- função endotelial e, por conseguinte, cause um aumento da permeabilidade da membrana glomerular. De fato, níveis séricos de endotelina-1, um marcador da função endotelial, está mais elevado em pacientes com dia- betes do tipo 2 e dislipidêmicos do que em pacientes apenas dislipidêmicos ou indivíduos normais. Os principais determinantes da elevação da en- dotelina são os níveis mais elevados de excreção urinária de albumina e o índice HOMA de resistência insulínica (44, 45). A prevalência da microalbuminúria em pacientes com DM1 descrita na maioria dos trabalhos realizados na Europa e nos Estados Unidos situa-se na faixa de 5 a 22%, sendo referida como muito baixa na fase pré-puberal (46-49). O rastreamento para microalbumi- núria, segundo as recomendações da American Diabetes Association e da Sociedade Brasileira de Diabetes, deve ser feito anualmente em pacientes diabéticos do tipo 1 a partir do quinto ano do diagnóstico e, em pacientes com diabetes do tipo 2, a partir do diagnóstico (50). Em pacientes com DM2, a prevalên- cia de microalbuminúria varia de 13% a 26% em populações europeias, seme- lhante à proporção de 24% em indiví- duos brasileiros. A presença de microal- buminúria prediz o desenvolvimento de proteinúria franca em cerca de 50% dos pacientes com DM2. Caramori e cols. recentemente questionaram o valor da microalbuminúria como preditivo isola- do de nefropatia diabética, sugerindo a busca de marcadores complementares. No entanto, a microalbuminúria ainda parece ser o melhor marcador para nefropatia, além de ser também um marcador de risco independente para cardiopatia isquêmica e para o aumento da mortalidade (51-54). Considerações Finais Os métodos analisados são real- mente necessários para monitorar o paciente diabético e até mesmo para diagnosticar uma possível doença, pois mostram valores necessários para o acompanhamento e rastreamento do paciente, através da análise de fatores indispensáveis. A hemoglobina glicada consegue avaliar como o paciente está, mostran- do a análise retrospectiva da glicemia, a frutosamina mostra de forma mais sensível os valores glicêmicos de uma a duas semana anteriores e a microalbu- minúria permite avaliar a função renal através da excreção de albumina na urina para evitar futuras lesões renais. Sendo assim, podemos verificar que os métodos de monitoramento do diabetes mellitus são importan- tes na clínica médica para manter a qualidade de vida dos pacientes com um controle glicêmico normal e um tratamento adequado. Correspondências para: Tiago Bittencourt de Oliveira tiagob@urisan.tche.br NewsLab - edição 113 - 2012162 Referências BibliográficasReferências Bibliográficas 1. SBD, 2009. Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: <http://www.diabetes.org.br> Acesso em: 23 agosto. 2009. 2. Silva P. Farmacologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 3. Guyton AC, Hall JE. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. 4. Malerbi D, Franco L. Multicenter study of the prevalence of diabetes mellitus and impaired glucose tolerance in the urban Brazilian population aged 30-69 Yr. Diabetes Care, 15: 1509-16, 1992. 5. American Diabetes Association. Gestational diabetes mellitus. Clinical Practice Recommendations 2001. Diabetes Care, v. 24, suppl. 1, p. S77-9, 2001. 6. Oliveira JEP. Consenso brasileiro sobre diabetes 2002: diagnóstico e classificação do diabetes melito e tratamento do diabetes melito do tipo 2. Sociedade Brasileira de Diabetes. 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A importância clínica da detecção de bactérias produtoras de carbapenemases é devida à sua contribuição para o controle de infecção hospitalar, diminuindo a disseminação de micro-organismos MDR através de medidas de isolamento e fornecendo resultados que auxiliam na seleção do anti- microbiano mais adequado, prolongando a sobrevida do paciente. Palavras-chave: Enterobactérias, antimicrobianos, carba- penens, carbapenemases The importance of detection of Enterobacteria- ceae producing carbapenemases by the Modified Hodge test Antimicrobial resistance has become a worldwide pro- blem. The carbapenems are preferred therapy for treatment of infections caused by bacteria multi-drug resistant, but already there are mechanisms used by bacteria to evade drug action, as the production of enzymes carbapenemases. These enzymes can be detected by the Modified Hodge test. The clinical importance of detecting bacteria producing carbapenemases is because the contribution to hospital infection control, reducing the spread of multidrug-resistant microorganisms through isolation and providing results that help in choosing the most appropriate antimicrobial, prolonging patient survival. Keywords: Enterobacteria, antimicrobialses, carbapenens, carbapenemases Resumo Summary Monalize Vieira de Oliveira1, Alessandra Marques Cardoso2 1 - Biomédica, Pós-graduanda em Microbiologia Clínica e Laboratorial pela PUC Goiás 2 - Orientadora, Doutora e Mestre em Medicina Tropical – Microbiologia (UFG), Professora do Departamento de Biomedicina da PUC Goiás, Biomédica da Secretaria Estadual de Saúde (GO) Artigo A Importância da Detecção de Enterobactérias Produtoras de Carbapenemases pelo Teste de Hodge Modificado IntroduçãoIntrodução As bactérias têm desenvolvido mecanismos de resistên-cia cada vez mais eficazes contra os agentes antimicrobianos. A resistência aos carbapenens tem se tornado um problema mundial e um dos mecanismos responsáveis é a produção de enzimas denominadas carbapenemases (4). Os carbapenens constituem tera- pia antimicrobiana de escolha para tratamento de infecções hospitalares graves causadas por bactérias Gram- -negativas (enterobactérias) multirre- sistentes, devido ao amplo espectro de ação bactericida e à sua estabilidade frente à maioria das betalactamases, inclusive as de espectro ampliado - ESBL (2), além de apresentarem boa ação contra bactérias Gram-positivas, exceto Enterococcus spp. e Staphylo- coccus spp. meticilina resistente (5). Porém, já existem mecanismos bacte- rianos de resistência aos carbapenens, como a diminuição da permeabilidade da membrana externa por perda ou alterações na estrutura de porinas, atividade de bombas de efluxo que promovem a diminuição da concen- tração do antimicrobiano no interior da bactéria e por ação de betalacta- mases, como as carbapenemases (4). A Klebsiella pneumoniae car- bapenemase (KPC) é uma enzima betalactamase produzida por entero- bactérias que confere resistência aos carbapenens (ertapenem, imipenem e meropenem), bem como a outros beta-lactâmicos, como penicilinas, cefalosporinas e monobactâmicos (1). Esta enzima está classificada fenotipicamente no Grupo 2 de BUSH e, no Grupo A, pela classificação 169NewsLab - edição 113 - 2012 molecular de Ambler (10). Bactérias produtoras de enzimas KPC contêm o gene bla kpc que codifica a produção de carbapenemases e é uma enzima plasmídio-mediada, inicialmente descrita em Klebsiella pneumoniae (7). Além de K. pneumoniae ou- tras espécies podem produzir KPC, como Klebsiella oxytoca, Citrobacter freundii, Enterobacter spp., Escheri- chia coli, Salmonella, Serratia spp. e Pseudomonas aeruginosa (1). A enzima KPC já foi documentada em diferentes bactérias por meio de estudos moleculares e diferenciada em KPC-1 a 4 (14). A enzima KPC-1 foi inicialmente descrita a partir de uma cepa de K. pneumoniae isolada na Carolina do Norte, Estados Unidos. A KPC-2 foi encontrada em isolados de K. pneumoniae, Salmonella enterica, Klebsiella oxytoca e em Enterobac- ter spp. Logo depois, a KPC-3 foi encontrada em K. pneumoniae e En- terobacter cloacae isolados em Nova York, Estados Unidos. Recentemente cepas de KPCs foram encontradas na França, América do Sul e Israel e a KPC-2 foi identificada pela primeira vez em Pseudomonas aeruginosa, ou seja, em isolados não pertencentes à família Enterobacteriaceae. A KPC-2 surgiu na China, sendo a K. pneumoniae produtora de KPC-2 isolada na cidade de Hangzhou. Qua- se ao mesmo tempo, identificou-se KPC-2 em Serratia marcescens em três isolados da mesma cidade (13). Para KPC-4, não foram encontrados micro-organismos relacionados (14). Alguns pacientes são mais sus- cetíveis a infecções por bactérias produtoras de KPC, como exemplo aqueles transplantados, neutropêni- cos, em ventilação mecânica e com internação prolongada em Unidades de Terapia Intensiva, que apresen- tam maior risco de infecção ou colo- nização por bactérias MDR. Quando há a detecção dessas cepas faz-se necessário a adoção de algumas me- didas, como por exemplo, comunicar ao grupo de controle de infecção hospitalar e isolar o paciente, pois a disseminação hospitalar das cepas produtoras de KPC representa uma situação preocupante, principalmen- te por estar associada a infecções com alta mortalidade (7). As opções para o tratamento de infecções causadas por bactérias capazes de hidrolisar carbapenens e beta-lactâmicos são limitadas. As polimixinas e a tigeciclina represen- tam opções de tratamento por apre- sentarem atividade in vitro frente às bactérias Gram-negativas produtoras de carbapenemases (6). Porém, o tratamento com polimixinas pode não representar boa opção terapêutica, uma vez que algumas bactérias são intrinsecamente resistentes a este an- timicrobiano, como Serratia marces- cens e outras enterobactérias, além de sua elevada nefrotoxicidade (3, 6). Teste de Hodge Modificado para detecção de Carbapenemases As metodologias utilizadas para rastreamento de KPC são diversifica- das: focalização isoelétrica, disco-di- fusão, E-test e Teste de Hodge Modifi- cado (1, 14). Pode-se ainda pesquisar o gene bla KPC por reação em cadeia da polimerase (PCR) ou ribotipagem. Os sistemas de automação utilizados para teste de suscetibilidade podem não identificar comprecisão os isola- dos KPC positivos (14). Devido à crescente disseminação de enterobactérias produtoras de carbapenemases, no ano de 2009, o Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) passou a recomendar o uso do Teste de Hodge Modifica- do - MHT (12), um teste fenotípico descrito por Anderson (1). O MHT detecta a produção de enzimas car- bapenemases em isolados da família Enterobacteriaceae (9). A realização do MHT é indicado em isolados de enterobactérias re- sistentes às cefalosporinas de amplo espectro (terceira e quarta geração) e que apresentem Concentração Ini- bitória Mínima (CIM) ≥ 2 µg/mL para imipenem ou meropenem, de acordo com Rossi et al. (9). O MHT é um teste de fácil execu- ção e tem demonstrado sensibilidade e especificidade superior a 90% na detecção da produção de KPC em Enterobacteriaceae (7). Entretanto, a interpretação deste teste pode ser di- ficultada por não individualizar a enzi- ma em questão, indicando somente a existência de uma carbapenemase, ou seja, revela a presença de mecanismo associado à inativação de carbapenens (12). Outras carbapenemases, como metalo-beta-lactamases e PME-1 em Serratia marcescens, também podem produzir MHT positivos, mas são en- contrados em baixa frequência (8). O MHT é um teste fenotípico, que deve ser confirmado por um teste molecular realizando o PCR para bla kpc (9). O MHT deverá ser realizado da seguinte forma: preparar uma sus- pensão 0,5 de McFarland de Esche- richia coli ATCC 25922 em salina e diluir de 1:10. Inocular uma placa de ágar Mueller Hinton como para o procedimento de rotina do antibio- grama. Deixar a placa secar em torno de 10 minutos. Colocar o disco de ertapenem e/ou meropenem. Fazer uma suspensão, com três a quatro colônias da cepa em estudo e inocular em linha reta da borda do disco para a periferia da placa. De forma similar, proceder com os controles negativos e positivos em posições diferentes. Incubar NewsLab - edição 113 - 2012170 Discussão Figura 1. Teste de Hodge Modificado (1) K. pneumoniae ATCC BAA 1705, resultado positivo (2) K. pneumoniae ATCC BAA 1706, resultado negativo (3) isolado clínico, resultado positivo Fonte: CDC, 2009 interpretação no CLSI pode-se optar pela interpretação do FDA (9). Discussão A importância da detecção de enterobactérias produtoras de car- bapenemases está relacionada ao controle das infecções causadas por bactérias MDR, para diminuir a disseminação através de medidas de controle de isolamento. A dissemina- ção em ambiente hospitalar das ce- pas produtoras de carbapenemases representa uma situação preocupan- te, pois está relacionada à elevada morbidade e mortalidade (9). É necessário conhecer o perfil de resistência aos antimicrobianos mediante o uso de técnicas simples, como disco-difusão, que é aplicável em qualquer Laboratório de Micro- biologia Clínica. Com o estudo atra- vés de testes fenotípicos é possível estabelecer o perfil epidemiológico das bactérias presentes no ambiente hospitalar, fornecendo à equipe mé- dica resultados que possam auxiliar na escolha do antimicrobiano mais adequado, prolongando a sobrevida do paciente (12). A presença das enzimas carba- penemases denota um panorama crítico tanto no tocante à antibioti- coterapia, uma vez que as opções terapêuticas tornam-se limitadas, quanto pelo potencial de dissemi- nação de cepas MDR no ambiente hospitalar (12). Desde 2009, quando o CLSI recomendou o uso do MHT, o teste fenotípico passou a ser utilizado para auxiliar na detecção de carbapene- mases e tem sido considerada uma excelente metodologia para pesquisa de enzimas KPC (12). É um teste de fácil execução, além de apresentar sensibilidade e especificidade supe- rior a 90% na detecção de enzimas carbapenemases (7). Além da realização do MHT pelo Laboratório de Microbiologia Clínica, recomenda-se a confirmação dos mecanismos de resistência em cepas de enterobactérias resistentes às cefalosporinas de amplo espectro (terceira e quarta geração) e que apresentem CIM ≥ 2 µg/mL para imi- penem ou meropenem, realizando PCR para o gene blaKPC, que é con- siderado o método padrão-ouro (9). Com essas informações, elevam- -se as chances de sucesso no trata- mento dos pacientes, diminuindo as recidivas devido à seleção inadequada dos agentes antimicrobianos, além dos custos relacionados à internação do paciente e contribuem para evitar a disseminação de microrganismos MDR no ambiente hospitalar. Correspondências para: Monalize Vieira de Oliveira monalizevieira@hotmail.com por 16 a 20 horas à temperatura de 35 ± 2ºC em ar ambiente. Após a incubação examinar a placa na intersecção da faixa do inóculo e da zona de inibição do carbapenen. Distorções na zona de inibição com favorecimento do crescimento da E. coli demonstrando uma invasão para dentro do halo de inibição será considerado como resultado positivo para carbapenemases e quando não houver distorção, o resultado será considerado negativo (9). (Figura 1). Na ocorrência de um MHT po- sitivo, o qual revela a presença de uma carbapenemase, o CLSI reco- menda a liberação dos resultados da Concentração Inibitória Míni- ma do carbapenem avaliado, mas sem uma interpretação categórica, acrescentando-se um comentário ao laudo (Teste de Hodge Modificado positivo) para informar à equipe médica e ao grupo de controle de infecção hospitalar. Deve-se incluir no laudo os re- sultados de outros antimicrobianos como a polimixina e tigeciclina, lembrando que para drogas sem NewsLab - edição 113 - 2012172 Referências BibliográficasReferências Bibliográficas 1. Anderson KF, Lonsway DR, Rasheed JK, Biddle J, Jensen B, McDougal LK, Carey RB, Thompson A, Stocker S, Limbago B, Patel JB. Evalu- ation of Methods to Identify the Klebsiella pneumoniae Carbapenemase in Enterobacteriaceae, Journal of Clinical Microbiology 2007; 45(8): 2723-2725. 2. Bratu S, Tolaney P, Karumudi U, Quale J, Mooty M, Nichani S, Landman D. Carbapenemase-producing Klebsiella pneumoniae in Brooklyn, NY: molecular epidemiology and in vitro activity of polymyxin B and other agents, Journal of Antimicrobial Chemotherapy 2005; 56: 128-132. 3. Bertoncheli C, Hörner R. Uma revisão sobre metalo- -lactamases, Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas; 2008. 44(4). 4. Figueiredo DQ, Castro LFS, Santos KRN, Teixeira LM, Mondino SSB. Detecção de metalo-beta-lactamases em amostras hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii, Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial; 2009. 45(3): 177-184. 5. Gales AC, Mendes RE, Rodrigues J, Sader HS. Comparação das atividades antimicrobianas de meropenem e imipenem/cilastatina: o laboratório necessita testar rotineiramente os dois antimicrobianos? Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial; 2002. 38(1): 13-20. 6. Gales A, Ribeiro J. Uso de Tigeciclina e Carbapenens em infecções causadas por bactérias produtoras de ESBL e Carbapenemases, março 2009. 7. Lledo W, Hernandez M, Lopez E, Molinari OL, Soto RQ, Hernandez E, Santiago N, Flores M, Vazquez GJ, Robledo IE, Rivera EG, Cortes A, Ramos M, Goering R, Srinivasan A, Gould C, Stine N, Bell M, Anderson K, Wong B, Rasheed JK, Patel J, Tomashek K, Llata E, Gregory CJ. Guidance for Control of Infections with Carbapenem-Resistant or Carbapenemase-Producing Enterobacteriaceae in Acute Care Facilities, MMWR; 2009. 58 (10), 256-260. 8. Department of Health and Human Services Centers for Disease Control and Prevention (CDC), 2009. Modified Hodge Test forCar- bapenemase Detection in Enterobacteriaceae; informational supplement. 9. Rossi F, Andreazzi D, Nóbrega J, Cury AP. Microbiologia KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase): Perguntas e Respostas, Luiz Martins Editorial, 2009. 10. Samra Z, Ofir O, Lishtzinsky Y, Shapiro LM, Bishara J. Outbreak of carbapenem-resistant Klebsiella pneumoniae producing KPC-3 in a tertiary medical centre in Israel, International Journal of Antimicrobial Agents; 2007. 30: 525–529. 11. Walsh TR, Bolmstro¨m A, Qwa¨rnstro¨m A, Gales A. Evaluation of a New Etest for Detecting Metallo-Beta-Lactamases in Routine Clinical Testing. Journal of Clinical Microbiology, 2002, 40: 2755-2759. 12. Meyer G, Picoli SU. Fenótipos de betalactamases em Klebsiella pneumoniae de hospital de emergência de Porto Alegre. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, 2011, 47:25-31. 13. Cai JC, Zhou HW, Zhang R, Chen GX. Emergence of Serratia marcescens, Klebsiella pneumoniae and Escherichia coli Isolates Possess- ing the Plasmid-Mediated Carbapenem-Hydrolyzin Beta-Lactamase KPC-2 in Intensive Care Units of a Chinese Hospital. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, 2008, 52: 2014-2018. 14. Dienstmann R, Picoli SU, Meyer G, Schenkel T, Steyer J. Avaliação fenotípica da enzima Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) em Enterobacteriaceae de ambiente hospitalar. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, 2010, 46: 23-27. NewsLab - edição 113 - 2012176 Gestão de riscos em laboratórios clínicos no Brasil O objetivo do estudo é classificar laboratórios do País se- gundo uma escala de risco de insolvência e identificar causas comuns que permitam propor ações resolutivas. É composto por 31 eventos distribuídos por laboratórios do Brasil, na proporção: região sul com 60,87% e regiões sudeste, nordeste e centro-oeste com 13,04% cada uma. Resultados: pelo critério da margem de segurança percentual 22,58% dos laboratórios encontra-se em alto risco de insolvência; 16,13% em risco moderado; 32,26% em risco baixo e 29,03% em risco muito baixo. Pelo critério da margem líquida de lucro (regime de caixa) em relação à produção 32,26% dos laboratórios encontra-se em alto risco de insolvência; 16,13% em risco moderado; 22,58% em risco baixo e 29,03% em risco muito baixo. Pelo critério do número de dias para atingir o ponto de equilíbrio 16,13% dos laboratórios encontra-se em risco muito alto de insolvência; 12,90% em risco alto; 51,61% em risco moderado e 19,35% em risco baixo. As principais causas dos riscos são: baixo valor dos exames, alto valor de financiamento para capital de giro, custos elevados com serviços de terceiros, reagentes, pessoal e aluguéis. Palavras-chave: Laboratório, gestão de riscos, insolvência, causas Administration of risks in clinical laboratories in Brazil The objective of the study is to classify laboratories of the Coun- try according to a scale of insolvency risk and to identify common causes that allow to propose resolvent actions. It is composed by 31 events distributed by laboratories of Brazil, in the following proportion: South area with 60,87% and southeast, northeast and center-west areas with 13,04% each one. Results: for the criterion of percentile safety’s margin 22,58% of the laboratories are in high insolvency risk; 16,13% in moderate risk; 32,26% in low risk and 29,03% in very low risk. For the criterion of the liquid margin of profit (cash system) in relation to the production 32,26% of the laboratories is in high insolvency risk; 16,13% in moderate risk; 22,58% in low risk and 29,03% in very low risk. For the criterion of the number of days to reach the point of balance 16,13% of the laboratories are in very high risk of insolvency; 12,90% in high risk; 51,61% in moderate risk and 19,35% in low risk. The main causes of the risks were: Low value of the exams, high financing value for working capital, high costs with services of third, rea- gents, personal and rents. Keywords: Laboratory, administration of risks, insolvency, causes Resumo Summary Humberto Façanha da Costa Filho MSc em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Engenheiro Eletricista pela Universidade Federal de Santa Maria e Engenheiro de Segurança do Trabalho pela Universidade de Passo Fundo Artigo Gestão de Riscos em Laboratórios Clínicos no Brasil IntroduçãoIntrodução A gestão do risco começa com sua identificação e avaliação (1). Os laboratórios são do ponto de vista de seus proprietários, em essência, uma alternativa de investimento de risco (2), portanto, avaliar o maior risco que é o da in- solvência constitui, no mínimo, uma atitude preventiva fundamental para não só preservar o valor investido, como para buscar o devido retorno esperado (6). A avaliação do risco de insolvên- cia e a classificação dos laboratórios em escalas de níveis de risco visam auxiliar os gestores das organizações a tomarem decisões com maior nível de informações qualificadas, apri- morando as vantagens estratégicas (1). A identificação das causas raízes que podem levar à insolvência deve proporcionar aos executivos os funda- mentos para estabelecer um plano de ações visando o controle do risco (7). Mas só um plano não resolve, é necessário implantar e monitorar os resultados, corrigindo eventuais des- vios. O objetivo final está acima da luta pela sobrevivência da empresa, a meta é torná-la mais competitiva, assegurando lucratividade para os 177NewsLab - edição 113 - 2012 Material e Métodos acionistas. Risco, por definição, é a possibilidade de perda decorrente de um determinado evento. Represen- ta o grau de incerteza em relação à possibilidade do evento, o que, em caso afirmativo, redundará em prejuízos (2). A perda para os laboratórios significa prejuízo, lucro menor ou redução de ativos. As variáveis pro- dução/vendas, receitas e custos são determinantes para estabelecer o risco de insolvência (5). Neste es- tudo, que envolveu laboratórios de diversas regiões do País durante um período de cinco anos e três meses, foi utilizada uma ferramenta basi- lar para viabilizar a pesquisa. Esta ferramenta executa o cálculo dos custos (4) e analisa a rentabilidade dos laboratórios clínicos, detalhando a rentabilidade individual de parâ- metros/exames, clientes/convênios, equipamentos e setores/áreas dos laboratórios. Ainda, testa em tempo real tabelas de preços de exames e compara de forma dinâmica tabelas de preços entre clientes. Finalmen- te, calcula o desempenho geral da organização através de dezenas de indicadores, determina o ponto de equilíbrio e fornece subsídios para o planejamento orçamentário e análise de negócios (3). Isto permite a padronização da coleta de dados, tornando os re- sultados comparáveis entre si. As variáveis produção/vendas, receitas, custos e margem operacional são informações chaves em simulações utilizadas para examinar os efeitos de riscos contínuos (1) e foram em- pregadas no presente estudo através dos conceitos contidos nos indicado- res de desempenho que constituem o critério para avaliar o risco de insolvência. Estes indicadores são a margem de segurança percentual, a margem líquida de lucro (regime de caixa) em relação à produção e o número de dias para atingir o ponto de equilíbrio financeiro (8). Os cálculos destes indicadores levam em conta as seguintes variá- veis: número de exames realizados, valor/preço dos exames, produção, receitas à vista e faturada, custos fixos e variáveis, inadimplência e re- ceita recebida (3). Portanto, o critério estabelecido para avaliar o risco de insolvência através deste conjunto de indicadores tem a capacidade de atingir diversas dimensões do negó- cio dos laboratórios clínicos,quais sejam: volume do mercado (número de exames), qualidade do mercado (valor/preço dos exames), eficiência do parque produtivo (custo unitário variável dos exames), controle dos custos fixos (produtividade dos cus- tos fixos) e relação receita produzida x receita recebida (inadimplência, glosas, eficiência do faturamento e prazo médio) (9). Concluindo, a efetiva gestão do risco diz mais respeito às escolhas estratégicas do que às escolhas na esfera financeira e vê o risco não só como um perigo, mas também como uma oportunidade (1). Esta é a essên- cia do propósito deste estudo. Material e Métodos As atividades de pesquisa foram desenvolvidas em laboratórios de análises clínicas, totalizando 31 eventos. Estes laboratórios estão localizados e distribuídos no País da seguinte forma: região sul com 60,87% e nas regiões sudeste, nor- deste e centro-oeste 13,04% em cada uma. O período de abrangência do estudo variou de janeiro de 2006 a março de 2011. Em cada laborató- rio foi utilizada uma ferramenta que permite a padronização da coleta de dados e a comparação dos resultados das variáveis (indicadores de desem- penho) integrantes do estudo. As variáveis selecionadas para avaliar o risco de insolvência foram a margem de segurança percentual, a margem líquida de lucro (regime de caixa) em relação à produção e o número de dias para atingir o ponto de equilíbrio. As escalas para mensuração dos níveis do risco de insolvência que permitem a classificação dos labo- ratórios são estruturadas com base na realidade objetiva do universo pesquisado. Foi feita uma atribuição subjetiva dos graus de risco buscando a adequada representação da reali- dade dos laboratórios (2), conforme descrito a seguir. Margem de segurança percentual: Risco alto: valores menores que 10% Risco moderado: valores iguais ou maiores que 10% e menores que 20% Risco baixo: valores iguais ou maiores que 20% e menores que 30% Risco muito baixo: valores iguais ou maiores que 30% Margem líquida de lucro (regime de caixa) em relação à produção: Risco alto: valores menores que 5% Risco moderado: valores iguais ou maiores que 5% e menores que 10% Risco baixo: valores iguais ou maiores que 10% e menores que 15% Risco muito baixo: valores iguais ou maiores que 15%. Número de dias para atingir o ponto de equilíbrio: Risco muito alto: valores iguais ou maiores que 30 Risco alto: valores menores que 30 e iguais ou maiores que 25 Risco moderado: valores menores que 25 e iguais ou maiores que 20 Risco baixo: valores menores que 20 NewsLab - edição 113 - 2012178 Resultados Discussão Figura 1. Distribuição percentual dos laboratórios na escala de risco. Critério: Margem de segurança. Baixo 32,26 % Moderado 16,13 % Muito baixo 29,03 % Alto 22,58 % Figura 2. Distribuição percentual dos laboratórios na escala de risco. Critério: Margem de lucro Muito baixo 29,03 % Alto 32,26 % Moderado 16,13 % Baixo 22,58 % Figura 3. Distribuição percentual dos laboratórios na escala de risco. Critério: Número de dias do mês para atingir o ponto de equilíbrio Alto 12,9 % Muito alto 16,13 % Baixo 19,35 % Moderado 51,61 % 20% 18% 16% 14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% Ca pa cid ad e o cio sa Val or do exa me Fin anc iam ent os – C G Ser viç os de ter cei ros Rea gen tes Cu sto de mã o d e o bra Alu gue l Inv est ime nto s Ina dim plê nci a Co mu nic açõ es Discussão Dentre os inúmeros riscos pre- sentes em um empreendimento, o risco da insolvência, sem dúvida, é o mais importante. Os indicadores de vendas, que no caso dos serviços que são consumidos na medida em que são produzidos, representam a produção dos laboratórios, receitas e custos são determinantes para a gestão do risco (1, 2). Estes indicadores, dentre outros, são levados em consideração nos critérios adotados neste estudo e mostram que somente seis variáveis são responsáveis por 80,95% dos resultados. Isto é corroborado pelo Princípio de Pareto onde fica evidente que 20% das causas são responsáveis por 80% dos resultados. A pesquisa mostrou que o valor dos exames, o volume dos financiamentos para capital de giro e os custos dos serviços de terceiros, reagentes, mão de obra e aluguéis são vitais para o processo de sobrevivência dos labora- tórios. É válido ressaltar que serviços de terceiros aqui considerados são os enquadrados como custo fixo, por- tanto, os serviços dos laboratórios de apoio, que são custos variáveis, não pertencem a este grupo. Não ficou evidente neste estudo se o impacto dos financiamentos para capital de giro é devido somente ao volume ou também aos custos destes. Resultados As Figuras 1, 2 e 3 mostram, res- pectivamente, o risco de insolvência segundo os critérios da margem de segurança percentual, margem líquida de lucro (regime de caixa) em relação à produção e do número de dias para atingir o ponto de equilíbrio. A Figura 4 apresenta as causas mais frequentes que concorrem para o risco de insolvência. Estas causas são as comuns ao grupo de laboratórios que foi classificado com os níveis de risco alto e muito alto nos três critérios simultaneamente. Este grupo representa 22,58% dos laboratórios pesquisados. Figura 4. Causas mais frequentes para o alto risco de insolvência NewsLab - edição 113 - 2012180 Conclusões Ainda, o mais importante, não foram identificadas as causas da necessidade destes financiamentos. De que eles são consequência? Baixo preço dos exames? Alto custo de pro- dução? Inadimplência? Descontrole dos custos fixos? Ou simplesmente de retiradas sistemáticas dos sócios, acima da capacidade de geração de caixa dos laboratórios? Esta questão é importante, pois a sua solução provavelmente irá mudar a priori- zação das causas ou o próprio risco da insolvência. Conclusões Os resultados mostram que um laboratório em cada grupo de cinco apresenta risco de insolvência clas- sificado como muito alto ou alto, si- multaneamente nos três critérios de avaliação do risco. As principais va- riáveis comuns a estes laboratórios, que causam a maior repercussão no resultado operacional, são apenas seis: valor dos exames, o volume dos financiamentos para capital de giro e os custos dos serviços de terceiros, reagentes, mão de obra e aluguéis. O item reagentes é decorrente de um contexto maior que, em última análise, representa a eficiência do parque produtivo. Outro resultado notável é que praticamente um laboratório em cada grupo de três, ou seja, 29,03% atingem o ponto de equilíbrio somente a partir do dia 25 de cada mês. Isto significa que aproximadamente um terço dos laboratórios produz lucros para os acionistas tão somente seis dias por mês. Cada organização apresenta uma realidade, não obstante as cau- sas dos problemas serem comuns. As maneiras de solucionar, por exemplo, os elevados custos com serviços de terceiros e mão de obra, serão certamente diferentes para cada uma. É fundamental, uma vez identificado e mensurado o risco, que se proponham ações no planejamento estratégico da empresa, mas sobre- tudo, que estas ações sejam efeti- vamente implantadas e controlada a eficiência individual. Este certamente é um caminho seguro para a compe- titividade empresarial. Correspondências para: Humberto Façanha da Costa Filho hfcfunidos@yahoo.com.br1. Damodaran A. Gestão estratégica do risco: uma referência para a tomada de riscos empresariais. 1. Ed. Brasileira. Porto Alegre, Editora Bookman, 2009, 384 p. 2. Santos PSM. Gestão de riscos empresariais. 1. Ed. São Paulo, Novo Século Editora, 2002, 109 p. 3. Costa Filho HF, Costa RMP. Cálculo dos custos e análise da rentabilidade em laboratórios clínicos – Modelo Custo Certo. 2. Ed. São Paulo, Editora Eskalab Ltda., 2008, 144p. 4. Santos JJ. Fundamentos de Custos para Formação do Preço e do Lucro. 5. Ed.,rev.,ampl. E modificada. São Paulo, Editora Atlas, 2005, 185p. 5. Bruni AL, Famá R. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações na calculadora HP 12 C e Excel. 3. Ed. São Paulo, Editora Atlas, 2004, 551p. 6. Pimentel A. Curso de empreendedorismo. 1. Ed. São Paulo, Editora Digerati Books, 2008, 128p. 7. Oliveira ET. Planejamento financeiro para pequenas empresas. 1. Ed. Porto Alegre, Sebrae/FAURGS, 1997, 36p. 8. Rosa NB. Ponto de Equilíbrio: Análise Gráfica para Planejamento e Monitoramento de Pequenos Negócios. 1. Ed. Porto Alegre, Sebrae/ RS, 2002, 66p. 9. Schmidt P, Santos JL, Martins MA. Avaliação de empresas: foco na análise de desempenho para o usuário interno: teoria e prática. 1. Ed. São Paulo, Editora Atlas, 2006, 169p. Referências BibliográficasReferências Bibliográficas NewsLab - edição 113 - 2012186 Investigação da conjuntivite bacteriana no Instituto Adolfo Lutz, Ribeirão Preto, SP Conjuntivite bacteriana geralmente é doença benigna e autoli- mitante, porém, alguns casos progridem, causando complicações, as quais podem ser prevenidas com o monitoramento dos agentes bacterianos circulantes. Um exemplo é a Febre Purpúrica Brasileira (FPB), causada pelo Haemophilus influenzae biotipo aegyptius. O estudo avaliou, retrospectivamente, os isolados, seu perfil de sensibilidade e possível circulação do H. influenzae biotipo aegyptius, na região de Ribeirão Preto no período de 1997 a 2010. Foram investigados no Instituto Adolfo Lutz 247 casos de conjuntivite bacteriana, sendo os isolados fenotipicamente identi- ficados e submetidos aos testes de sensibilidade pelo método de disco difusão. Entre 161 culturas positivas foram identificados 62 Haemophilus spp., 33 Streptococcus pneumoniae, 26 Staphylococ- cus sp plasma-coagulase negativa, 16 Staphylococcus aureus, 1 Neisseria gonohrroeae e 17 outros agentes bacterianos. A maioria de H. influenzae pertencia aos biotipos II e III, sendo quatro bioti- pos II capsulados (Hib). Nenhum isolado foi identificado como H. influenzae biogrupo aegyptius. Os antimicrobianos mais efetivos foram vancomicina, rifampicina, ofloxacina, levofloxacina, linezo- lida, ceftriaxona e clindamicina, para as quais todos os isolados bacterianos foram sensíveis. Embora não tenha sido isolado H. influenzae biotipo aegyptius, justifica-se a contínua vigilância dos casos de surtos como medida profilática, prevenindo a dissemina- ção dos casos e monitorando a FPB. Palavras-chaves: Conjuntivite, febre purpúrica brasileira, antimicrobianos Investigation of bacterial conjunctivitis at Instituto Adolfo Lutz, Ribeirão Preto, SP Bacterial conjunctivitis is usually self-limiting and benign disease, although some cases progress, causing complica- tions, which can be prevented with monitoring bacterial agents circulating. One example is the Brazilian purpuric fever (BPF), caused by Haemophilus influenzae biotype aegyptius. The study assessed retrospectively the isolates, their susceptibility profile and possible involvement of H. influenzae biotype aegyptius, in Ribeirão Preto. During the period 1997 to 2010 were investigated at the Institute Adolfo Lutz 247 cases of bacterial conjunctivitis. Isolates were, phenotypically, identified and tested for susceptibility by disc diffusion method. Among 161 positive cultures were identified 62 Haemophilus spp., 33 Streptococcus pneumo- niae, 26 Staphylococcus spp. plasma-coagulase negative, 16 Staphylococcus aureus, 1 Neisseria gonohrroeae and 17 other bacterial agents. Most H. influenzae belonged to biotypes II and III, and four biotypes II capsulated (Hib). No isolate was identified as H. influenzae biogroup aegyptius. The most effective drugs were vancomycin, rifampin, oflo- xacin, levofloxacin, linezolid, clindamycin and ceftriaxone, for which all bacterial isolates were susceptible. Although not isolated H. influenzae biotype aegyptius, justifies the continuous surveillance of outbreaks as a prophylactic mea- sure, preventing the spread of cases and monitoring the FPB. Keywords: Conjunctivitis, brazilian purpuric fever, antimicrobials Resumo Summary Jaqueline Otero Silva1, Paulo da Silva1, Ana Maria Machado Carneiro1, Maria Claudia Carloni2, Marta Inês Cazentini Medeiros1 1 - Instituto Adolfo Lutz, Laboratório de Ribeirão Preto 2 - Instituto Adolfo Lutz, Laboratório de São José do Rio Preto Artigo Investigação da Conjuntivite Bacteriana na Região de Ribeirão Preto, SP IntroduçãoIntrodução C onjuntivite é um termo geral que se refere a diversos gru-pos de doenças ou desordens que afetam primeiramente a conjunti- va, podendo ser de origem infecciosa ou não. Quando de origem infecciosa é causa comum de atendimento de urgência, por ser extremamente conta- giosa, de rápida disseminação, levando normalmente o paciente a afastar-se de suas atividades diárias. Os agentes etiológicos envolvidos nos casos de conjuntivite de origem infecciosa, ge- ralmente, são vírus e bactérias (1-3). A conjuntivite bacteriana pode ser classificada nas formas hiperaguda, aguda e crônica. A forma hiperaguda é caracterizada por começo abrupto, com secreção purulenta amarela es- verdeada, profusa e espessa, às vezes com a formação de membrana infla- matória, como, por exemplo, quando NewsLab - edição 113 - 2012188 Objetivos Métodos causada por Neisseria gonohrroeae. A forma aguda é de distribuição mundial e representa a vasta maioria dos ca- sos. Em geral, apresenta duração de no mínimo quatro semanas e é mais comumente causada por Staphylococ- cus aureus, Streptococcus pneumo- niae e Haemophilus spp. A frequência e o agente etiológico variam conforme o clima, a condição social e higiênica da população. Na forma crônica os sin- tomas ultrapassam quatro semanas, podendo ocorrer recidivas. Normal- mente é causada por bactérias Gram- -positivas e Gram-negativas, sendo os agentes mais comuns Staphylococcus aureus e Staphylococcus spp (4-8). Existem controvérsias quanto ao tratamento da conjuntivite bacteriana com antibióticos, por tratar-se de uma doença normalmente benigna (3), com prognóstico altamente favorável devido à cura espontânea em 60% dos casos (7, 8) além de serem raras as complicações mais severas da do- ença (1, 9). No entanto, a literatura ressalta vantagens no tratamento, como diminuição do risco de trans- missão da infecção, redução no curso da doença e retorno do paciente às atividades diárias após um a dois dias de tratamento. Por outro lado, existe o aspecto socioeconômico referente ao custo da consulta e medicamento, além da possibilidade de alteração da microbiota normal e disseminação da resistência microbiana (7). Em geral, a conjuntivite bacteriana é autolimitante, porém, alguns casos progridem e podem causar sérias complicações. Isso ocorre, por exem- plo, com a Febre Purpúrica Brasileira (FPB), doença fulminante precedida por conjuntivite purulenta, causada pelo Haemophilus influenzae biogrupo aegyptius. Essa doença foi descrita pela primeira vez em 1984, em crian- ças de três meses a oito anos, as quais apresentaram um quadro inicial agudo de febre alta associada a vômitose dores abdominais. No período de 12 a 48 horas após o início da febre, desenvolveram púrpura seguida de colapso vascular e necrose de tecidos periféricos. Um achado frequente na maioria dos casos fatais foi a conjuntivite purulenta, três a 15 dias antes dos sintomas descritos (10). As principais características do agente etiológico são a reatividade positiva ao antissoro policlonal anti-Haemophilus aegyptius (anti-Hae), presença de um plasmídio de 24 MDa, com padrão eletroforético específico produzido pelo tratamento com a endonuclease de restrição Accl, denominado 3031 e ribotipos obtidos pela digestão com a endonuclease de restrição EcoRI, denominados 3 ou 4 e posteriormente modificados para 3A, 2B, 4A e 4B. Os isolados que apresentam tais características são denominados como cepas invasivas de Haemophilus aegyptius (11). A princípio foi sugerido que, nos casos de conjuntivite bacteriana, a cultura só deveria ser considerada para recém-nascidos, pacientes imu- nocomprometidos e casos severos, re- sistentes ao tratamento (12). Porém, não se deve menosprezar a importân- cia da avaliação microbiológica dos casos, principalmente de surtos, pelo fato da conjuntivite ser uma doença altamente contagiosa. O monitoramento dos agentes bacterianos circulantes permite a prevenção de futuras complicações incluindo FPB. É preciso acompanhar os casos de conjuntivite e os surtos devem ser notificados, assim como qualquer suspeita de FPB. Sempre que for observado um aumento no número de casos de conjuntivite, deve ser ini- ciada a coleta de secreção conjuntival dos pacientes acometidos, para diag- nóstico laboratorial dos agentes etio- lógicos (13). Além disso, através do isolamento dos agentes bacterianos, é possível conhecer o perfil de sen- sibilidade aos antimicrobianos (14). Objetivos Avaliar retrospectivamente os resultados laboratoriais de conjun- tivite bacteriana, determinando os agentes etiológicos mais comumente isolados, seus perfis de sensibilidade aos antimicrobianos e a ocorrência da circulação do H. influenzae biogrupo aegyptius, na região de Ribeirão Preto. Métodos Amostras clínicas No período de 1997 a 2010 foram encaminhados para o Instituto Adolfo Lutz de Ribeirão Preto 247 casos sus- peitos de conjuntivites bacterianas, sendo 214 amostras de secreção de conjuntiva e 33 cepas, para identifica- ção do agente etiológico, isoladas em outros laboratórios. Do total investiga- do, 60,73% dos casos foram coletados de surtos de conjuntivite purulenta, ocorridos na cidade de Ribeirão Preto e região. Isolamento e identificação dos agentes etiológicos As amostras foram coletadas do saco conjuntival e imediatamente inoculadas no meio de Ágar chocolate em base de Ágar brain heart infusion suplementado com 10% de sangue desfibrinado de carneiro (15). As culturas foram incubadas a 35 - 37°C por 24 - 48 horas em ambiente de CO2 (5 - 10%) e umidade. A identificação fenotípica dos agentes etiológicos suspeitos foi baseada na observação NewsLab - edição 113 - 2012190 Resultados Tabela 1. Infecções mistas em seis casos suspeitos de conjuntivite Número de casos Agentes etiológicos 2 Haemophilus influenzae e Streptococcus pneumoniae 1 Haemophilus influenzae e Staphylococcus aureus 1 Haemophilus influenzae e Acinetobacter spp. 1 Haemophilus influenzae e Streptoccus spp. alpha-hemolytic 1 Haemophilus influenzae e Gram-positive Bacilli (NOR), linezolida (LIZ), aztreonan (ATM), imipenem (IPM), ticarcilina (TIM), ceftriaxona (CRO), cefepime (CPM) e meropenem (MER). As cepas padrões Escherichia coli ATCC 25922, Enterococcus fecalis ATCC 29212 e Staphylococcus aureus ATCC 25923 foram utilizadas como controle de qualidade do método (22-24). Para investigação de isolados de H. influenzae e N. gonohrroeae pro- dutores da enzima beta-lactamase realizou-se a técnica de Nitrocefina em disco. A avaliação da sensibilidade dos isolados de S. pneumoniae à penicilina foi realizada pelo método da difusão em disco de oxacilina (1µg), sendo considerado sensível à penicilina um halo de inibição > 20 mm. As cepas com halo < 19 mm foram submetidas à concentração inibitória mínima (CIM) pelo método de E-test. Resultados Do total de 247 casos, incluindo amostras de surtos e casos esporádi- cos, 42,11% (n = 104) pertenceram a pacientes do sexo masculino, 47,77% (n = 118) ao feminino e 10,12% (n = 25) sem informação quanto ao sexo. A idade dos pacientes variou de sete dias a 86 anos, sendo a idade preva- lente entre um a nove anos. Entre 65,18% (n = 161) das cultu- ras positivas, destacam-se os seguin- tes agentes bacterianos: 38,51% (n = 62) Haemophilus spp., 20,5% (n = 33) Streptococcus pneumoniae, 16,15% (n = 26) Staphylococcus sp plasma- -coagulase negativa, 9,94% (n=16) Staphylococcus aureus, 0,62% (n=1) Neisseria gonohrroeae e 10,56% (n = 17) outros agentes bacterianos, incluindo 3,73% (n=6) de infecções mistas (Figura 1 e Tabela 1). microscópica das bactérias, subme- tidas à coloração de Gram e testes bioquímicos descritos nos Manuais de Sistemática e Microbiologia Clínica (16-20). Isolamento de espécies do gênero Haemophilus Colônias isoladas com caracterís- ticas semelhantes às apresentadas por Haemophilus spp foram seme- adas em ágar chocolate inclinado. As culturas foram examinadas ao microscópico, a partir de esfrega- ços corados pelo método de Gram e aquelas formadas por bacilos sugestivos de hemófilos foram sub- metidas à prova de satelitismo, para confirmação. As culturas satelitismo positivas foram fenotipicamente identificadas segundo o método proposto por Killian e Biberstein (21). Todos os isolados identificados como Haemophilus influenzae foram enviados ao Laboratório Central do Instituto Adolfo Lutz para estudos complementares e investigação de Haemophilus influenzae biogrupo aegyptius. Testes de sensibilidade dos isola- dos bacterianos O método de disco difusão foi realizado como recomendado pelo “Clinical and Labora tory Standard Institute/National Committee and Clinical Laboratory Standards Gui- delines” sendo testados os seguintes agentes antimicrobianos: cloran- fenicol (CO), gentamicina (GN), tetraciclina (TT), sulfametoxazol- -trimetoprim (SMT), amoxicilina- -ácido clavulânico (AMC), ofloxacina (OFX), rifampicina (RF), ampicilina (AP), azitromicina (AZ), claritomici- na (CLA), ciprofloxacina (CIP), eri- tromicina (ERI), vancomicina (VC), levofloxacina (LVX), norfloxacina Figura 1. Porcentagem dos agentes bacterianos isolados nas 247 culturas positivas 191NewsLab - edição 113 - 2012 Tabela 2. Isolados de Haemophilus spp., identificados fenotipicamente Total Isolados identificados 1 Haemophilus haemolyticus 2 Haemophilus influenzae biotipo I 21 Haemophilus influenzae biotipo II 4 Haemophilus influenzae biotipo II sorotipo b 20 Haemophilus influenzae biotipo III 1 Haemophilus influenzae biotipo IV 1 Haemophilus influenzae biotipo V 1 Haemophilus parainfluenzae biotipo VI 1 Haemophilus segnis 9 Haemophilus spp. Tabela 3. Porcentagem de H. influenzae, S. pneumoniae, Staphylococcus sp coagulase-negativa e S. aureus isolados de conjuntivite bacteriana, de acordo com o perfil de suscetibilidade H. influenzae S. pneumoniae Staphylococcus sp coag. negativa S. aureus S I R S I R S I R S I R AMP 70.27 2.7 27.03 nt nt nt nt nt nt nt nt nt OXA nt nt nt nt nt nt 100 0 0 100 0 0 AMC 75 0 25 nt nt nt nt nt nt nt nt nt AZI100 0 0 92.31 0 7.69 62.5 0 37.5 60 0 40 ATM 80.55 0 19.44 nt nt nt nt nt nt nt nt nt CLA 100 0 0 92.31 0 7.69 57.14 0 42.86 66.67 33.33 0 CLI nt nt nt 100 0 0 nt nt nt nt nt nt ERI nt nt nt 91.67 0 8.33 62.5 0 37.5 60 20 20 CO 97.22 2.78 0 92.86 0 7.14 85.71 0 14.29 100 0 0 VC nt nt nt 100 0 0 100 0 0 100 0 0 IPM 90 0 10 nt nt nt nt nt nt nt nt nt RIF 97.3 2.7 0 100 0 0 87.5 12.5 0 100 0 0 GEN nt nt nt nt nt nt 75 0 25 100 0 0 SMT 37.84 0 62.16 69.23 0 30.77 66.67 0 33.33 100 0 0 TET 83.33 11.11 5.55 81.82 9.09 9.09 50 0 50 50 0 50 TIC 86.96 0 13,04 nt nt nt nt nt nt nt nt nt LIZ nt nt nt 100 0 0 nt nt nt nt nt nt LVX 97.06 0 2.94 100 0 0 100 0 0 100 0 0 CIP 100 0 0 nt nt nt 87.5 12.5 0 nt nt nt OFX nt nt nt 100 0 0 nt nt nt nt nt nt NOR nt nt nt nt nt nt 75 25 0 100 0 0 CRO 91.43 0 8.57 100 0 0 nt nt nt nt nt nt CPM 92.31 0 7.69 nt nt nt nt nt nt nt nt nt MER 87.5 0 12.5 nt nt nt nt nt nt nt nt nt PEN nt nt nt 92.31 3.85 3.85 25 0 75 0 0 100 S = suscetível; I = intermediário; R = resistente; nt = não-testado; AMP = ampicilina; OXA = oxacilina; AMC = amoxicilina + ácido clavulânico; AZI = azitromicina; ATM = aztreonan; CLA = claritromicina; CLI = clindamicina; ERI = eritromicina; CO = cloranfenicol; VC = vancomicina; IPM = imipenem; RIF = rifampicina; GEN = gentamicina; SMT = sulfametoxazol- trimetoprim; TET = tetraciclina; TIC = ticarcilina; LIZ = linezolida; LVX = levofloxacina; CIP = ciprofloxacina; OFX = ofloxacina; NOR = norfloxacina; CRO = ceftriaxona; COM = cefepime; MER = meropenem e penicilina. Verificou-se que em 13 anos o maior número de casos ocorreu no período de 1997-2000 (64,37%), havendo um decréscimo de 35,63% nos anos seguintes (Figura 2). A Tabela 2 mostra que a grande maioria dos isolados de Haemophilus influenzae pertencia aos biotipos II e III e que quatro isolados do biotipo II possuíam cápsula do sorotipo b. Nenhum isolado foi identificado como H. influenzae biogrupo aegyptius. Figura 2. Distribuição anual dos casos encaminhados para o IAL-Ribeirão Preto NewsLab - edição 113 - 2012192 Discussão Conclusão Na Tabela 3 estão descritos os resultados dos testes de sensibilidade aos antimicrobianos dos diferentes agentes bacterianos isolados. Entre os isolados de Haemophilus spp., 26,31% foram produtores da enzima beta-lactamase. Dos Strepto- coccus pneumoniae, 3,85% apresen- taram resistência à penicilina. O único isolado de Neisseria gonohrroeae apresentou sensibili- dade a ceftriaxona, ciprofloxacina e ofloxacina, com sensibilidade inter- mediária à penicilina e resistência à tetraciclina. Esta cepa não produziu beta-lactamase. Discussão O conhecimento dos agentes bacterianos comumente associados a quadros de conjuntivite é relevante uma vez que pode auxiliar no trata- mento, o qual é normalmente reali- zado de forma empírica. Os isolados bacterianos mais encontrados neste estudo foram semelhantes aos rela- tados por Patel e cols (1), que encon- traram H. influenzae e S. pneumoniae como as bactérias mais isoladas em casos de conjuntivite bacteriana. Ou- tros estudos sobre conjuntivite bacte- riana aguda demonstraram frequência maior para os agentes Staphylococcus epidermidis, H. influenzae e S. pneu- moniae em casos ocorridos em Israel (6) e Londres (7), corroborando com os dados deste estudo. Mannis e Plotnik (5) afirmam que S. aureus é a bactéria mais isolada em conjuntivite bacteriana no mundo todo, concordando com publicações de Miami (25) e Nova Iork (26). Neste estudo, porém, este agente etiológico aparece em quarto lugar entre os mais frequentes. Streptococcus pneumoniae têm sido isolado com frequência em casos de conjuntivite no Brasil (14, 27) e em outros países parece estar envolvido com grandes surtos de conjuntivite bacteriana (28, 29). De acordo com Kilian (30), a maioria das cepas de H. influenzae que causam conjuntivites e infec- ções do trato respiratório, geral- mente, pertence aos biotipos II e III. Neste estudo, os isolados de H. influenzae encapsulados pertence- ram ao biotipo II. Apesar do estudo não ter revelado a presença de isolados de H. influen- zae biogrupo aegyptius, ressalta-se a importância da investigação desse agente nos casos de conjuntivite bacteriana. A observação da exis- tência de associação entre FPB e conjuntivite purulenta influenciou ativamente a prática da vigilân- cia epidemiológica das mesmas. Sabe-se que, quando diagnosticada precocemente, a FPB tende a uma evolução benigna e as manifestações hemorrágicas que ocorrem na fase final podem ser evitadas. O diagnóstico presuntivo da FBP é realizado através de soroaglutinação em lâminas. De acordo com Brandi- leone e cols (31), a sensibilidade e especificidade desta técnica atingem até 97,7%, possibilitando assim a implantação de medidas que ampliem a eficiência na prevenção e vigilância epidemiológica da doença. Com relação ao tratamento da conjuntiva bacteriana, Orden-Martinez e cols (32) enfatizam o resultado efeti- vo com colírio de cloranfenicol, apesar da desvantagem da necessidade das diversas doses diárias. Neste estudo observamos que 100% de S. aureus, 97% de H. influenzae, 92% de S. pneumoniae e 86% de Staphylococcus spp. plasma-coagulase negativa foram sensíveis a esse agente antimicro- biano. Buznach e cols (6) relataram taxas de sensibilidade ao cloranfenicol de 96% para H. influenzae e 97% S. pneumoniae, muito semelhantes àquelas encontradas neste estudo, as quais foram, respectivamente, 97% e 92%. Quanto aos antibióticos de largo espectro, ciprofloxacina, norfloxacina e tobramicina têm sido os mais utiliza- dos. Goldstein e cols (33) mostraram aumento progressivo da resistência do S. aureus às fluoroquinolonas, com 5% em 1993 e 35% em 1997. Nossos isolados de S. aureus apresentaram 100% de sensibilidade a esta classe de antibióticos. O`Brien e Hahn (12) sugerem que as fluoroquinolonas não devem ser utilizadas rotineiramente no tratamento de conjuntivites, de- vendo ser reservadas para casos mais severos da doença. A produção da enzima beta-lacta- mase confere à bactéria resistência aos antibióticos beta-lactâmicos. Blo- ck e cols (28) relataram a ocorrência de 69% de H. influenzae produtores dessa enzima, contrastando com o resultado deste estudo (26,31%); enquanto, Buznach e cols (6) encon- traram 29% destes isolados. Este estudo mostrou que 7,7% dos isolados de S. pneumoniae foram não sensíveis à penicilina, contrastando com os resultados de Block e cols (28), os quais determinaram para esse agente etiológico a taxa de 32% de re- sistência. O estudo de Buznach e cols (6) mostra, ainda, taxa muito maior de resistência, atingindo 60% de todos os isolados de S. pneumoniae. Conclusão Este estudo mostrou que os agen- tes bacterianos mais isolados e, possivelmente, envolvidos em casos NewsLab - edição 113 - 2012194 Referências BibliográficasReferências Bibliográficas 1. Patel PB, Diaz MCG, Bennett JE, Attia MW. Clinical Features of Bacterial Conjunctivitis in Children. 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ASM Press; 1991. de conjuntivite bacteriana na região de Ribeirão Preto foram Haemophilus influenzae não tipável, seguido por Streptococcus pneumoniae, Sta- phylococcus spp coagulase negativa e Staphylococcus aureus. Os antimicrobianos mais efeti- vos foram vancomicina, rifampicina, ofloxacina, levofloxacina, linezolida, ceftriaxona e clindamicina, para as quais todos os isolados bacterianos foram sensíveis. Sendo a conjuntivite bacteriana uma doença altamente contagiosa, justifica-se a contínua vigilância dos casos de surtos como medida profilá- tica, que previne a disseminação dos casos e monitora a Febre Purpúrica Brasileira. Correspondências para: Jaqueline Otero Silva jaquelineos@ig.com.br / jqsilva@ial.sp.gov.br NewsLab - edição 113 - 2012196 17. Murray PR, Baron EJ, Pfaller MA, Tenover FC, Yolken HR. Manual of Clinical Microbiology. 6th ed. Washington DC. ASM Press 1995; p. 1482. 18. Murray PR, Baron EJ, Pfaller MA, Tenover FC, Yolken RH. 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Os grupos Trombo- penia e Trombocitose apresentaram diferenças (significantes) nos exames do plaquetograma. Em relação ao grupo Normal, estas foram as principais diferenças: a) o grupo Trombocitose apresentou microcitose e hipocromia eritrocitárias; b) os grupos Trombopenia e Trombocitose apresentaram várias diferenças no reticulocitograma. Questiona-se que as deficiências de ferro em estágios iniciais podem estar comprometendo inicialmente as plaquetas, com trombopenias, vindo a seguir as trombocitoses reativas. Palavras-chave: Ferritina, trombopenia,trombocitose, eritrograma, reticulocitograma Ferritin values in thrombocytopenias and throm- bocytosis through plateletgram, erithrogram and reticulocytogram screens in childhood Three hundred forty-seven children aged 12 months old up to 10 years old presented ferritin values below 59.6 ng/ml, their ferritin means values screened and compared with their plateletgram, erythrogram and reticulocytogram among three groups separated by platelet count (PLT/mm3): Normal group (PLT/mm3 = 150.000 up to 450.000), thrombocytopenia group (PLT/mm3 up to 149.000) and thrombocytosis group (PLT/ mm3 from 451.000). Thrombocytopenia and thrombocytosis groups presented significant differences: a) thrombocytosis group presented erythrocyte microcytosis and hypochromia; b) thrombocytopenia and thrombocytosis group presented several differences in the reticulocytogram. It is argued if iron deficiency in early stage may initially be responsible for compromising the platelets with thrombocytopenia followed by a reactive thrombocytosis. Keywords: Ferritin, thrombocytopenia, thrombocytosis, erythrogram, reticulocytogram Resumo Summary Maria de Lourdes Pires Nascimento Médica, Universidade Federal da Bahia (UFBA) Artigo Infância e os Valores de Ferritina nas Trombopenias e Trombocitoses Através das Avaliações do Plaquetograma, Eritrograma e Reticulocitograma IntroduçãoIntrodução Trombocitopenias, trombocitoses e plaquetograma As avaliações das plaquetas pas- saram a ser observadas com mais frequência depois da existência dos equipamentos hematológicos auto- matizados, que através do plaqueto- grama liberam a contagem das pla- quetas (PLT/mm3) e de novos índices plaquetários, tais como: a) volume plaquetário médio (VPMuu3), que é a avaliação dos “ta- manhos” das plaquetas, ou seja, um exame semelhante ao valor médio dos volumes eritrocitários (VCMuu3) b) plaquetócrito (PTC %), que é a relação de percentagem da massa plaquetária com o plasma, é uma avaliação semelhante ao hematócrito (HCT%) que é feito para as hemácias c) índice de variação do tamanho das plaquetas (PDW), informa sobre a diversidade dos volumes plaquetários, sendo semelhante ao índice de varia- ção dos volumes das hemácias (RDW). Depois da existência destes exames passamos a observar que não são tão raras algumas alterações plaquetárias, tais como: trombopenias, trombocito- ses, microplaquetas e macroplaquetas. NewsLab - edição 113 - 2012204 A diminuição do número das pla- quetas – trombopenias, plaquetope- nia ou trombocitopenias – pode ter diversas causas: imunológicas (por aumento da destruição plaquetária), presença de próteses (vasculares e cardíacas), aplasia medular (di- minuição da produção), quimiote- rapia, esplenomegalias (aumento da sequestração plaquetária pelo baço), alcoolismo, ação de fármacos (diuréticos, estrogênios, mielosu- pressores, antibióticos, sedativos, anticonvulsivantes, etc.), doenças hepáticas, deficiências graves de ferro, de ácido fólico e ou de vitamina B12, etc. (9, 75). Os aumentos do número de pla- quetas – as trombocitoses – podem ser primários e secundários ou reati- vos, sendo estes os mais frequentes. As trombocitoses primárias re- sultam de alterações da própria medula, não sendo comuns em pediatria e sendo encontradas nas síndromes mieloproliferativas e ou- tras condições neoplásicas hemato- lógicas (40, 76). As trombocitoses secundárias ou reativas surgem após uma variedade de situações, tais como: a prática de exercícios físicos, na presença de infecções crônicas (tuberculose, pneu- monias), cirurgias, enfermidades do tecido conjuntivo, esplenectomias, nas anemias hemolíticas e nas anemias por deficiência de ferro (27, 40, 54, 56, 58, 74, 76). Em relação aos limites supe- riores para os valores normais da contagem de plaquetas (PLT/mm3), não existe um consenso entre os diversos autores, pois as referências científicas para os valores máximos de normalidade variam de 400.000/ mm3 a 800.000/mm3 (2, 18, 27). Estes resultados diferenciados geram questionamentos, principalmente em relação à real identificação e importância clínica quando se trata de identificar as trombocitoses que são reativas e leves. Ferritina, eritrograma e reticulo- citograma As deficiências de ferro são con- dições clínicas frequentes em crian- ças de comunidades mais pobres. A Organização Mundial de Saúde refere que entre 4 a 5 milhões de pessoas no mundo apresentam algum grau de deficiência de ferro e que cerca de 2 bilhões devem ter anemia (78, 79). Deficiência de ferro significa in- suficiente fornecimento de ferro para as células do organismo, quando as reservas de ferro estão diminuídas ou esgotadas. Anemia ferropriva é a manifestação tardia, isto é, um estágio mais avançado da deficiência de ferro. Através dos resultados de eritrogramas por automação, se pode ter evidências da deficiência de ferro sem anemia através de resultados di- minuídos para VCM uu3 e HCM yy (47). A dosagem de ferritina significa avaliação da reserva de ferro facilmen- te mobilizável pelo organismo e esta quantidade circulante tem relação com o teor de ferro de reserva nos tecidos. Geralmente se considera valor dimi- nuído de ferritina quando está abaixo de 11 ng/ml. Nascimento et al (43) através do confronto entre os exames do eri- trograma e as dosagens de ferritina, cujo objetivo foi detectar alterações precoces nas deficiências de ferro, evidenciaram que: a) casos com ferritina abaixo de 59.6 ng/ml já apresentavam valores do RDW mais elevados; b) a diminuição dos valores do Volume Globular Médio (VGM uu3) e o aumento do número de hemácias que são característicos da anemia ferropriva declarada, somente sur- giram quando os valores da ferritina estavam abaixo de 19.6 ng/ml. Isto pode estar significando que valores de ferritina entre 19.6 ng/ml e 59.6 ng/ ml devem ser considerados duvidosos, sendo provável que sejam compatíveis com a presença da deficiência de ferro quando ainda não existe a anemia ferropriva declarada. A contagem e o tipo de reticuló- cito no sangue periférico são uma informação indireta sobre o tipo de atividade eritropoiética da medula. A presença de reticulocitopenia significa diminuição da atividade eritropoiética e as reticulocitoses são comuns nos aumentos da atividade medular eritro- poiética. Após a existência da avalia- ção dos reticulócitos por automação, surgiu o reticulocitograma que além da contagem dos reticulócitos também libera outras informações, tais como: Contagem Corrigida dos Reticuló- citos (CRC %): deve ser utilizada nas condições com suspeita ou presença de anemias. Volume Reticulocitário Médio (VRM uu3): avaliação dos volumes reticulocitários, é semelhante ao VCM uu3 das hemácias e ao VPM uu3 das plaquetas. Classificação dos reticulócitos em três tipos, na dependência do seu grau de maturidade: RETL, RETM e RETH. Os reticulócitos mais maturos são aqueles que têm menor quantidade de granulações (os RETL %) que em condições normais são os reticulócitos que a medula libera em maior quan- tidade para o sangue circulante. Os RETM % são imaturos e têm maior quantidade de granulações que os RETL %. Os reticulócitos mais imatu- ros com maior quantidade de granu- lações são os RETH %, em condições normais estão em menor quantidade ou ausentes no sangue periférico. Em algumas situações – por exemplo nas NewsLab - edição 113 - 2012206 8.0 uu3a 9.6 uu3 (42). É através des- te exame que podemos identificar as microplaquetas e as macroplaquetas. Nas deficiências qualitativas das pla- quetas o volume está acentuadamente variado, isto significa alterações nos valores do PDW (7, 70). Os valores maiores para o VPM têm sido referidos em diversas situ- ações, entre as quais temos: hiperti- reoidismo, doença mieloproliferativa, púrpura trombocitopênica idiopática, pós-esplenectomia, diabetes mellitus, doenças vasculares etc. (10, 23, 25, 61, 62, 73). As plaquetas com volu- mes maiores são metabolicamente mais reativas, assimilam e liberam mais serotonina, podem estar as- sociadas a desordens na função de agregação plaquetária, tendo uma participação maior nas complicações vasculares (3, 61, 64, 66, 67). Os volumes plaquetários menores estão referidos nas ferropenias que também apresentam trombocitoses reativas (17, 26, 28, 35, 39, 59). Podemos deduzir que nas deficiên- cias de ferro as plaquetas e hemácias apresentam fatos em comum que são: A diminuição dos seus volumes celulares – microplaquetas e hemácias microcíticas. Alterações nos valores em relação à variação de seus volumes – PDW e RDW. Maior número de células na circu- lação sanguínea quando os seus volu- mes estão microcíticos – trombocitose e discreta ou acentuada eritrocitose. Sendo os reticulócitos a etapa que antecede a transformação em hemá- cia, evidenciamos que as anemias microcíticas (48) podem ser diferen- ciadas através dos resultados dos exames do reticulocitograma, quando se associa os valores da contagem corrigida de reticulócitos (CRC %) com os valores dos volumes reticulocitários médios (VRM uu3). Então é provável que nas trombopenias e trombocito- ses também possam estar existindo algumas alterações nos resultados dos reticulocitogramas. Para as hemácias, os valores de ferritina abaixo de 59.6 ng/dl já apresentam algumas alterações no eritrograma (43). Então é possível que níveis de ferritina abaixo de 59.6 ng/dl tam- bém possam estar comprometen- do as plaquetas, considerando-se que alguns fatores foram e ou são comuns para as hemácias e as pla- quetas (4, 29, 31, 32). Entre eles citamos: a) durante o período fetal o fígado foi o órgão produtor dos hormônios que estimulavam os seus crescimentos, a trombopoietina para as plaquetas e a eritropoietina para as hemácias, somente após o nasci- mento é que a eritropoietina passa a ser fabricada nos rins; b) a estru- tura bioquímica da trombopoietina é semelhante à da eritropoietina; c) as hemácias e plaquetas sur- gem da mesma célula precursora, a CFU-GEMM; d) as hemácias e as plaquetas são células que depois de adultas não possuem núcleo; e) diversos trabalhos vêm sugerindo que deve existir uma “influência” da eritropoietina sobre as plaquetas. São importantes estudos sobre as relações das ferropenias com as plaquetas, hemácias e reticulócitos, principalmente na infância porque é nesta faixa etária que existe maior frequência de casos não somente para as anemias ferroprivas assim como para as trombocitoses reativas, e para os casos com menores valores no VPM uu3 (2, 18, 27, 46, 56). Existe a necessidade de se ter mais evidências sobre as relações plaquetárias com as ferropenias, pois ainda não estão bem esclarecidas (13). deficiências de nutrientes – a medula pode liberar maior percentagem de reticulócitos imaturos (RETM e RETH) MFI % é o valor médio da per- centagem das granulações dos reti- culócitos imaturos (RETM + RETH), geralmente nas condições em que existem maiores percentagens de re- ticulócitos imaturos também existem maiores valores para o MFI %. A análise do conjunto dos exames reticulocitários nos informa se já exis- te ou não um comprometimento da produção medular eritrocitária (45). Relação das deficiências de ferro com: trombopenias, trombocitoses Plaquetogramas, eritrogramas e reticulocitogramas As trombopenias ou trombocite- mias têm sido associadas a condições relacionadas às deficiências de ferro, tais como: a) trombocitemias nas crianças em resposta à suplementação do ferro ou sendo uma complicação da reposição do ferro; b) a hipoplasia dos megacariócitos que gera severas trombocitemias em mulheres adultas com intensa anemia secundária às menorragias (9, 11, 53, 63). A associação das trombocitoses com as deficiências de ferro já é co- nhecida há mais de 100 anos (55). Para Çaliskan et al (11), neste tipo de trombocitose existe diminuição das funções plaquetárias que são compen- sadas através do aumento do número das plaquetas. O volume plaquetário médio (VPM uu3) é considerado uma variável biológica que determina a função e atividade das plaquetas (5, 6, 51, 60, 73), logo o tamanho da plaqueta é um marcador da função plaquetária. Os valores considerados normais para os volumes plaquetários são VPM de 207NewsLab - edição 113 - 2012 Metodologia Objetivos Resultados Objetivos Em crianças (1 a 10 anos de ida- de) com valores de ferritina abaixo de 59.6 ng/ml, levantar os valores médios e confrontar os resultados dos exames do plaquetograma, eri- trograma e reticulocitograma entre três grupos de crianças: 1 – Com valores normais para contagem de plaquetas 2 – Com valores diminuídos para a contagem de plaquetas ou as trom- bocitopenias 3 – Com valores aumentados para a contagem de plaquetas ou as trom- bocitoses Metodologia Foram selecionados do Arquivo de Dados da Fundação para Assis- tência as Anemias e Parasitoses 347 crianças (1 a 10 anos de idade) que apresentaram dosagem de ferritina ng/ml com valores abaixo de 59.6 ng/ml (43), obtendo-se os seguintes dados: sexo, idade, resultados labo- ratoriais do plaquetograma, eritro- grama e reticulocitograma. Dentro desta amostra somente 202 casos tiveram resultados para os exames do reticulocitograma. Todos os casos tiveram coletas sanguíneas sem anticoagulante (ob- tenção de soro para a dosagem de ferritina) e com anticoagulante EDTA, para o eritrograma, plaquetograma e reticulocitograma, sendo estes exames executados no máximo até 2 horas após a coleta. As dosagens de ferritinas foram feitas por método de quimiolumines- cência em equipamento Acess Immu- noassay System (Imunosystems). Os eritrogramas, plaquetogramas e reticulocitogramas foram executados em contador hematológico Pentra 120 Retic Horiba/ABX. A partir dos resultados da conta- gem de plaquetas (PLT/mm3), os casos foram separados em três grupos: - Normal, com valores de PLT de 150.000/mm3 a 450.000/mm3, porque estes foram os valores encontrados nas referências consultadas (12, 19, 21, 38, 50, 52). - Trombopenia, valores de PLT até 149.000/mm3. - Trombocitose, valores de PLT a partir de 451.000/mm3. No plaquetograma tivemos os seguintes exames: contagem de pla- quetas (PLT/mm3), volume plaquetário médio (VPM uu3), plaquetócrito (PTC %) e índice de variação do tamanho das plaquetas (PDW). No eritrograma estes foram os exames: contagem de hemácias (HEM/mm3), hematócrito (HCT %), dosagem de hemoglobina (HB g/ dl), hemoglobina corpuscular média (HCM yy), concentração de hemoglo- bina corpuscular média (CHCM %) e índice de variação do tamanho das hemácias (RDW). No reticulocitograma tivemos estes exames: contagem corrigida de reticu- lócitos (CRC %), volume reticulocitário médio (VRM uu3), reticulócitos de altamaturidade (RETL %), reticulócitos de média imaturidade (RETM %), reticu- lócitos com alta imaturidade (RETH %), frequência das granulações dos reticulócitos imaturos (MFI %). Em todos os grupos foram levan- tados os valores médios dos exames do plaquetograma, eritrograma e reticulocitograma e com estes re- sultados foram feitas interpretações comparando-se os diversos grupos e obedecendo-se esta sequência: Normal X Trombopenia, Normal X Trombocitose e Trombopenia X Trombocitose. As análises estatísticas foram feitas em Programa Epi-Info, e na dependência do tipo de variável foram usados um destes testes: Mantel- -Haenszel, Kruskal-Wallis H e ou Bartelett’s test. Para todos os testes, o nível de significância foi p<0.05, com as seguintes siglas: S = significante e NS = não significante. Tabela 1. Grupos da amostra analisada: frequência de casos Grupos Frequência de casos f % Normal 301 86.8 Trombopenia 13 3.7 Trombocitose 33 9.5 Total 347 100.0 Resultados NewsLab - edição 113 - 2012208 Tabela 2. Grupos Normal, Trombopenia e Trombocitose: frequência de casos para sexo e valores médios (D.P.) para idade Normal Trombopenia Trombocitose Total Sexo f % f % f % f % Masculino 141 46,8 8 61,5 16 48,5 185 7,6 Feminino 160 53,2 5 38,5 17 51,5 182 52,4 Total 301 100 13 100 33 100 347 100 Idade (N = 301)5.2 (± 2.6) (N = 13) 3.8 (± 1.5) (N = 33) 4.0 (± 2.4) Significâncias (p<0.05) - Sexo: Mantel-Haenszel, Idade: Kruskal-Wallis H e ou Bartlett’s test* Normal X Trombopenia Normal X Trombocitose Trombopenia X Trombocitose Sexo NS (p=0.29) NS (p=0.85) NS (p=0.42) Idade S* (p=0.02) S (p=0.00) NS (p=0.75) Tabela 3. Grupos Normal, Trombopenia e Trombocitose: valores médios (D. D.) dos exames do plaquetograma e da ferritina Exames do Plaquetograma Normal (N = 301) Trombopenia (N = 13) Trombocitose (N = 33) PLT/mm3 308.754 (± 68.218) 117.154 (± 19.798) 533.485 (± 87.992) VPM uu3 8.3 (± 0.8) 9.2 (± 1.1) 7.9 (± 0.7) PCT% 0.256 (± 0.053) 0.105 (± 0.025) 0.428 (± 0.078) PDW 14.8 (± 2.4) 20.7 (± 3.7) 13.7 (± 2.2) Ferritina ng/ml 29.4 (± 12.9) 22.1 (± 9.1) 25.7 (± 14.6) Significâncias (p<0.05): Kruskal-Wallis H Normal X Trombopenia Normal X Trombocitose Trombopenia X Trombocitose PLT S (p=0.00) S (p=0.00) S (p=0.00) VPM S (p=0.00) S (p=0.00) S (p=0.00) PCT S (p=0.00) S (p=0.00) S (p=0.00) PDW S (p=0.00) S (p=0.01) S (p=0.00) Ferritina NS (p=0.16) NS (p=0.29) NS (p=0.60) Tabela 4. Grupos Normal, Trombopenia e Trombocitose: exames do eritrograma. Valores médios (D. P.) Exames do eritrograma Normal(N = 301) Trombopenia (N = 13) Trombocitose (N = 33) HEM/mm3 4.565.000 (± 456.000) 4.280.000 (± 622.000) 4.604.000 (± 562.000) VCM uu3 80.3 (± 5.9) 81.5 (± 5.8) 76.5 (± 9.2) HCT % 36.5 (± 3.1) 34.7 (± 3.9) 34.9 (± 4.1) HB g/dl 12.2 (± 1.1) 11.7 (± 1.5) 11.6 (± 1.5) HCM yy 26.9 (± 2.2) 27.5 (± 1.7) 25.5 (± 3.7) CHCM % 33.5 (± 0.8) 33.7 (± 1.1) 33.3 (± 1.7) RDW 14.9 (± 2.0) 14.1 (± 1.6) 15.1 (± 2.3) Significâncias (p<0.05): Kruskal-Wallis H e ou Bartlett’s test* Normal X Trombopenia Normal X Trombocitose Trombopenia X Trombocitose HEM NS (p=0.11) NS (p=0.95) NS (p=0.23) VCM NS (p=0.62) S (p=0.03) NS (p=0.11) HCT NS (p=0.08) S (p=0.00) NS (p=0.85) HB NS (p=0.23) S (p=0.01) NS (p=0.59) HCM NS (p=0.38) S (p=0.05) S* (p=0.00) CHCM NS (p=0.16) S* (p=0.00) NS (p=0.16) RDW NS (p=0.12) NS (p=0.57) NS (p=0.12) NewsLab - edição 113 - 2012210 Discussão Tabela 5. Grupos Normal, Trombopenia e Trombocitose: exames do reticulocitograma. Valores Médios (D. P.) Exames do Reticulocitograma Normal(N = 167) Trombopenia (N = 10) Trombocitose (N = 25) CRC % 0.9 (± 0.3) 1.2 (± 0.6) 1.1 (± 0.7) VRM uu3 96.6 (± 9.4) 102.3 (± 7.8) 93.3 (± 14.0) RETL % 92.0 (± 4.9) 88.1 (± 5.0) 86.7 (± 10.0) RETM % 6.8 (± 3.7) 9.7 (± 3.6) 10.4 (± 7.3) RETH % 1.0 (± 0.9) 2.2 (± 1.9) 1.7 (± 1.5) MFI % 11.2 (± 3.1) 13.8 (± 3.7) 14.5 (± 6.2) Significâncias (p<0.05): Kruskal-Wallis H e ou Bartlett’s test* Normal X Trombopenia Normal X Trombocitose Trombopenia X Trombocitose CRC S* (p=0.01) S* (p=0.00) NS (p=0.23) VRM NS (p=0.10) S* (p=0.00) NS (p=0.08) RETL S (p=0.02) S (p=0.01) NS (p=0.86) RETM S (p=0.03) S (p=0.03) NS (p=0.85) RETH S* (p=0.00) S* (p=0.00) NS (p=0.71) MFI S (p=0.03) S (p=0.02) NS (p=0.86) Discussão Características da amostra anali- sada (Tabelas 1 e 2) Tabela 1. No total das 347 crianças com valores de ferritina no máximo até 59.6 ng/ml tivemos maioria dos casos (86,8%) em que a contagem de pla- quetas (PLT/mm3) apresentou valores normais (de 150.000/mm3 a 450.000/ mm3). Para a trombopenia, ou seja, com valores de Plt/mm3 diminuídos (máximo até 149.000/mm3) tivemos 3,7% dos casos. Para valores de PLT/ mm3 aumentados (a partir de 451.000/ mm3), que caracteriza as trombocito- ses, tivemos 9,5% dos casos. Tabela 2. Em relação à idade os grupos trombopenia = 3.8 anos (± 1.5) e trombocitose = 4.0 anos (± 2.4), apresentaram menores valores médios (significantes) em relação ao grupo Normal = 5.2 anos (± 2.6). Sabe-se que para os resultados com alterações nos exames do eritrograma nas ferro- penias, são as crianças com menores idades aquelas mais vulneráveis a estas deficiências (30, 77). Não encontramos referências em relação à frequência de trombopenias nem de trombocitoses nas menores idades da infância quando em presença de ferropenias. Entre os três grupos não existiram diferenças de frequências significantes para os sexos. Valores da ferritina: exames do plaquetograma, eritrograma e re- ticulocitograma (Tabelas 3, 4 e 5) A) Ferritina Tabela 3. Para a ferritina, os três grupos apresentaram valores médios semelhantes (não significantes): ferritina ng/ml: Normal = 29.4 (± 12.9), Trombopenia = 22.1 (± 9.1) e Trombocitose = 25.7 (± 14.6). Geralmente a presença de trom- bocitopenias e trombocitoses nas fer- ropenias estão referidas nas crianças, talvez porque nestas é que também são frequentes as deficiências e ane- mias ferroprivas (9, 13, 14, 57). A trombopoietina estimula o cres- cimento e a diferenciação dos mega- cariócitos gerando as plaquetas. A eritropoietina estimula os eritroblastos para a formação das hemácias. A trombopoietina tem uma estrutura química que é semelhante a da eritro- poietina. Alguns investigadores (4, 26, 29, 31) especularam que níveis ele- vados de eritropoietina em pacientes com deficiência de ferro, pode mode- radamente aumentar a produção das plaquetas através da reação cruzada para o receptor da trombopoietina que existe nos megacariocitos. Entretan- to o uso de estimulação através da eritropoietina humana recombinante e da trombopoietina indicaram que a reação cruzada não aconteceu. B) Grupo Normal X Grupo Trom- bopenia Plaquetograma, Tabela 3. Em relação ao grupo Normal, o grupo Trombopenia apresentou o que é refe- rido em literatura para esta condição: a) menor número de plaquetas (PLT/mm3) e, consequentemente, me- nor valor para o plaquetócrito – PCT % b) maior valor para o volume plaquetário (VPM uu3) sem que este valor seja considerado o de macropla- quetas, porque o VPM não apresentou valor médio a partir de 9.7uu3 211NewsLab - edição 113 - 2012 c) as plaquetas apresentaram maior valor para as variações dos seus volumes plaquetários – PDW PLT/mm3: Normal = 308.754 (± 66.218) e Trombopenia = 117.154(± 19.798) PCT %: Normal = 0.256 (± 0.053) e Trombopenia = 0.105 (± 0.025)VPM uu3: Normal = 8.3 (± 0.8) e Trombopenia = 9.2 (± 1.1) PDW: Normal = 14.8 (± 2.4) e Trombopenia = 20.7 (± 3.7) A trombocitopenia do grupo Trom- bopenia é considerada de grau leve (16) porque seus limites estão entre 100.000 a 149.000/mm3. Geralmente neste nível de valores não existem sintomas e quando presente a ma- nifestação clássica é o sangramento. Estes tipos de trombopenias podem estar associados a plaquetas com maiores valores para o VPM uu3, por- que existe uma relação inversa entre a contagem de plaquetas e o valor do volume plaquetário (20, 22, 49). Sobre os volumes maiores das plaquetas sabe-se que elas são mais jovens, metabolicamente mais rea- tivas, apresentam maior número de grânulos, maior atividade enzimática para o lactato desidrogenase (LDH), maior assimilação e liberação da se- rotonina, podendo estar associada às desordens na função de agregação plaquetária, elas têm maior partici- pação nas complicações vasculares. Quando estão na circulação sanguí- nea, elas contêm maior número de granulações (RNA residual) e por isto são identificadas através das novas metodologias dos contadores hema- tológicos (3, 37, 66, 67). Eritrograma, Tabela 4. O grupo Trombopenia apresentou todos os exames com valores médios seme- lhantes (não significantes) aos do grupo Normal. Significando que a qualidade das hemácias que estão na circulação sanguínea destes dois grupos tem quantidades e qualidades semelhantes, fatos que se pode com- provar através das avaliações que são correlatas às que foram feitas para as plaquetas (HEM, HCT, VCM e RDW), e pelo HCMyy que é um exame específi- co para a quantidade de hemoglobina no interior das hemácias: HEM/mm3: Normal = 4.565.000 (± 456.000) e Trombopenia = 4.280.000 (± 622.000) HCT%: Normal = 36.5 (± 3.1) e Trombopenia = 34.7 (± 3.9) VCMuu3: Normal = 80.3 (± 5.9) e Trombopenia = 81.5 (± 5.8) RDW: Normal = 14.9 (± 2.0) e Trombopenia = 14.1 (± 1.6) HCMyy: Normal = 26.9 (± 2.2) e Trombopenia = 27.5 (± 1.7) Reticulocitograma, Tabela 5. A qualidade dos reticulócitos circulantes do grupo Trombopenia é diferente do grupo Normal porque com exceção dos volumes reticulocitários – VRM uu3: Normal = 96.6 (± 9.4) e Trombopenia = 102.4 (± 7.6) – todos os outros re- sultados apresentaram valores médios diferentes (significantes): CRC %: Normal = 0.9 (± 0.3) e Trombopenia = 1.2 (± 0.6) RETL %: Normal = 92.0 (+ 4.9) e Trombopenia = 88.1 (± 5.0) RETM %: Normal = 6.8 (+ 3.7) e Trombopenia = 9.7 (± 3.6) RETH %: Normal = 1.0 (+ 0.9) e Trombopenia = 2.2 (± 1.9) MFI %: Normal = 11.2 (+ 3.1) e Trombopenia = 13.8 (± 3.7) Com estes resultados podemos sugerir que no grupo Trombopenia: a) já existe maior liberação medu- lar da quantidade de reticulócitos (que são hemácias jovens) apesar de não estar dentro dos valores considerados de reticulocitose, que é a partir de 2,31% (1, 65); b) também podemos observar que a qualidade dos reticulócitos é diferente porque os reticulócitos mais maturos, os RETL %, estão em menores percentagens enquanto que existem maiores percentagens para os reticulócitos imaturos – RETM e RETH. c) em consequência do item b) é que temos um maior valor para MFI, que significa maior percentagem de gra- nulações nos reticulócitos circulantes, isto é, a medula está liberando para a circulação sanguínea reticulócitos que ainda deveriam estar no interior da me- dula terminando o seu amadurecimento (liberando as granulações). C) Grupo Normal X Grupo Trom- bocitose Plaquetograma, Tabela 3. Em relação ao grupo Normal, o grupo Trombocitose apresentou todos os exames com valores médios (com diferenças significantes), sendo que: a) a contagem de plaquetas e o plaquetócrito tiveram valores mais elevados, característicos de trombo- citoses: PLT/mm3: Normal = 308.754 (± 66.218) e Trombocitose = 533.485(± 87.992) PCT %: Normal = 0.256 (± 0.053) e Trombocitose = 0.428 (± 0.078) b) o volume plaquetário médio e a variação dos volumes plaquetários apresentaram valores menores: VPM uu3: Normal = 8.3 (± 0.8) e Trombocitose = 7.9 (± 0.7) PDW: Normal = 14.8 (± 2.4) e Trombocitose = 13.7 (± 2.2) Os valores de PLT/mm3 do grupo Trombocitose são característicos das trombocitoses secundárias que apre- sentam valores de PLT/mm3 inferiores a 1.000.000/mm3, sendo em geral em torno de 499.000/mm3 (14, 59). Elas são transitórias e desaparecem quando é tratada a doença de base (54, 56, 58, 74). Associação de maior NewsLab - edição 113 - 2012212 número de plaquetas com volumes plaquetários menores na deficiência de ferro já é um fato referido por ou- tros autores (17, 26, 28, 35, 39, 59). Van der Lelie et al (72) referem que nas trombocitoses reativas o VPM uu3 e o PDW têm valores menores do que nos indivíduos normais. Os nossos resultados confirmam estes fatos. A trombocitose não é uma presen- ça rara, muitas vezes é um achado ca- sual nas consultas da pediatria. É clas- sificada (16) em: Leve (PLT/mm3 de 500.000 a 700.000), Moderada (PLT/ mm3 de 700.000 a 900.000), Grave (PLT/mm3 de 900.000 a 1.000.000) e Extrema (PLT/mm3 > 1.000.000). As trombocitoses Leves e Moderadas geralmente são secundárias, sendo causas principais as deficiências de ferro e as infecções. Na trombocitose reativa a enfermi- dade subjacente estimula a síntese de grandes quantidades de trombopoieti- na e de interleucina 6 (que é produzida por monócitos, macrófagos, linfócitos e fibroblastos), um importante mediador da fase aguda de processos inflama- tórios e neoplásicos, que juntamente com outras interleucinas medeiam a síntese da trombopoietina (14, 19, 33). Eritrograma, Tabela 4. O gru- po Trombocitose, com exceção da contagem de hemácias – HEM /mm3: Normal = 4.565.000 (± 456.000) e Trombocitose = 4.604.000 (± 562.000) – apresentou os outros exames com valores médios menores (significantes) do que o grupo Normal. HCT%: Normal = 36.5 (± 3.1) e Trombocitose = 34.9 (± 4.1) HB g/dl: Normal = 12.2 (± 1.1) e Trombocitose = 11.6 (± 1.5) VCMuu3: Normal = 80.3 (± 5.9) e Trombocitose = 76.5 (± 9.2) HCMyy: Normal = 26.9 (± 2.2) e Trombocitose = 25.5 (± 3.7) No grupo Trombocitose mere- cem destaque os valores do VCM e do HCM, porque: o valor médio do VCM já é característico de hemácias microcíticas e o valor médio do HCM identifica a hipocromia. Então, através da associação destes dois exames eritrocitários já podemos identificar no grupo Trombocitose a presença da microcitose com hipocromia. O RDW é um índice que completa a informação do VCM e da HCM, seu resultado tem que estar associado a estes dois exames, porque o RDW é um indicador mais sensível que o MCV na identificação das anemias microcíticas hipocrômicas, devendo ser usado para o diagnóstico precoce (44) – RDW: Normal = 14.9 (± 2.0) e Trombocitose = 15.1 (± 2.3). Nes- te caso, como o valor do RDW não evidenciou valor muito intenso para maiores amplitudes de variações dos volumes eritrocitários (que começam a partir de um resultado com valor de 14.5), isto significa que as hemácias do grupo Trombocitose não têm mui- tas variações porque a grande maioria destas hemácias já são microcíticas e hipocrômicas. Reticulocitograma, Tabela 5. A qualidade dos reticulócitos circulan- tes do grupo Trombocitose apresenta todos os exames reticulocitários com valores diferentes (significantes) em relação ao grupo Normal,